O OFERECIMENTO DE TEMPO INTEGRAL NAS ESCOLAS DA REGIÃO OESTE DE SANTA CATARINA GOMES, Aurélia Lopes – UFFS [email protected] BISOGNIN, Greiciele - UFFS [email protected] Eixo Temático: Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Este trabalho é parte integrante da pesquisa sobre a educação integral e em tempo integral, desenvolvida nas escolas de ensino fundamental, na região de abrangência da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campus Chapecó. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, baseada nos estudos de Guará (2006), Gadotti (2010), Coelho (2002), Moll (2009), SECAD/MEC (2009), Cavaliere (2002), Pucci (2005), Freitas e Galter (2007). A pesquisa documental será realizada pela análise de conteúdo dos documentos que regulamentam o Programa Mais Educação e Projeto EPI e a pesquisa de campo. Nesta etapa, por meio da pesquisa de campo, realizamos o levantamento do número de escolas da região que oferecem tempo integral, para verificar a qual dos dois programas estão vinculadas, se ao Programa Mais Educação (MEC) ou ao Projeto Escola Pública Integrada (SED/SC). Os dados coletados nos permitem perceber que a região possui número significativo de escolas que adotam esta modalidade de ensino, razão pela qual este estudo torna-se relevante. Verificamos que onze municípios da região possuem escolas atuando em tempo integral, totalizando trinta e uma escolas, das quais vinte e cinco estão vinculadas ao Programa Mais Educação, em escolas da rede municipal e estadual de ensino e seis vinculam-se ao Projeto Escola Pública Integrada, nas escolas da rede estadual de ensino. Isso demonstra a necessidade de conhecer os aspectos e determinações que consitituem este campo de estudo, principalmente no que se refere a organização curricular adotada pelas escolas e programas, que constitui-se do objetivo geral da pesquisa em andamento. Palavras-chave: Educação integral. Tempo integral. Ampliação da jornada escolar. Programa Mais Educação. Projeto Escola Pública Integrada. Introdução A pesquisa aqui apresentada é parte do Projeto de Iniciação Científica, cujo título é “A educação integral desenvolvida nas escolas de tempo integral na região de abrangência da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campus Chapecó”, com o qual se pretende 12266 analisar a organização curricular das escolas de ensino fundamental da região de abrangência da UFFS, campus Chapecó, que atendem estudantes em tempo integral. A pesquisa está aprovada para se realizar no período entre março a dezembro de 2011. O interesse pelo tema da educação integral e em tempo integral tem aumentado em função de que cada vez mais os sistemas de ensino vem ampliando o tempo de permanência do estudante na escola pela adoção do tempo integral. Mais recentemente o projeto de Lei que encaminhou o Plano Nacional de Educação 2011-2020, para aprovação pela Câmara Federal, prevê na meta 6 o oferecimento da educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica. A criação e o funcionamento das escolas de tempo integral já são realidade na educação catarinense e brasileira, por isso a relevância de analisar e produzir conhecimento sobre os aspectos que envolvem sua implementação. O desenvolvimento das políticas públicas de educação integral e em tempo integral tem apontado para a discussão sobre a ampliação da jornada escolar que precisa ser aprofundada em suas determinações, que de acordo com Gomes: tem girado em torno, principalmente, do aumento de permanência do aluno na escola, pela consideração de que o tempo dedicado à educação escolar está abaixo do necessário para que se desenvolva uma educação de qualidade e, na perspectiva da educação integral, que vise o desenvolvimento da formação do homem pleno. (2008, p. 14) Dentre elas, estão as questões relacionadas à organização pedagógica e curricular das escolas que funcionam em tempo integral e sua relação com os programas que a subsidiam, tanto em nível federal, como estadual e municipal. Primeiramente “a formação integral implica em o aluno permanecer mais tempo envolvido com a sua educação” (FREITAS e GALTER, 2007, p. 126). O oferecimento de tempo integral nas escolas da rede pública, na atualidade, também está vinculado à ideia de minorar as desigualdades sociais e culturais que convivem no ambiente escolar, por meio, inicialmente, do atendimento àquelas comunidades e crianças que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Guará (2009) coloca que se deseja oferecer proteção integral e esta está vinculada com a formação. Por outro lado Cavaliere apresenta que escola de tempo integral não é “um lugar onde as crianças das classes populares serão ‘atendidas’ de forma semelhante aos ‘doentes’” (CAVALIERE, 2007, p. 1029). Se a escola oferecer poucas atividades acaba tendo este caráter. Porém, esta não serve para solucionar problemas, mas oferece assistência por ser uma política 12267 pública. Verifica-se, então, que as escolas estão perdendo sua real função social. Para oferecer subsídios teóricos e metodológicos visando potencializar a reflexão e discussão sobre o tema, esta pesquisa tem como objetivo geral: conhecer a organização curricular desenvolvida nas escolas de ensino fundamental da região de abrangência da UFFS, campus Chapecó, que atendem estudantes em tempo integral. Pretende-se realizar o levantamento das escolas de ensino fundamental da rede estadual e municipal que oferecem tempo integral; verificar os aspectos referentes a organização curricular presentes nos programas de ampliação da jornada escolar instituídos pelo governo federal e estadual desenvolvidos nas escolas de tempo integral; caracterizar as atividades/disciplinas complementares trabalhadas nas escolas de tempo integral por meio da análise dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas de tempo integral no que se refere a organização curricular. Neste sentido, a pesquisa apresenta como problemática central: qual é a organização curricular das escolas de ensino fundamental que atendem estudantes em tempo integral, na região de abrangência da UFFS, campus Chapecó. Para o desencadeamento da pesquisa elencamos as seguintes questões norteadoras: 1) Quantas e quais são as escolas de ensino fundamental da região que atendem estudantes em tempo integral? 2) O que está sendo proposto pelos programas federais e estaduais educação integral e tempo integral, no que se refere á organização curricular das escolas de tempo integral da região? 3) Como estão organizadas as atividades/disciplinas complementares do tempo integral, nos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas que atendem estudantes em tempo integral? Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, cujo referencial teórico baseia-se em Guará (2006), Gadotti (2010), Coelho (2002), Moll (2009), SECAD/MEC (2009), Cavaliere (2002), Pucci (2005), Freitas e Galter (2007), documental pela análise dos documentos do programa Mais educação e Projeto Escola Pública Integral - EPI - e pesquisa de campo com o levantamento de dados, por meio da aplicação de questionário junto às escolas de ensino fundamental que oferecem tempo integral. Destacamos para este estudo duas políticas públicas de educação integral e em tempo integral que estão sendo implementadas em escolas de ensino fundamental da região de abrangência da UFFS – campus Chapecó, o Programa Mais Educação, do Governo Federal, e o Projeto Escola Pública Integrada, do Estado de Santa Catarina. 12268 A educação integral no Brasil é uma política pública em construção, assim, o Programa Mais Educação surgiu com a intenção de possibilitar uma política social para atender a diversidade de vivências da educação integral, para contribuir com a melhoria da aprendizagem na escola pública, minimizar diferenças e combater desigualdades por meio da inclusão educacional. O Programa Mais Educação regulamentado pelo Decreto 7.083/10 do governo federal, promove a ampliação da jornada escolar no ensino fundamental e a organização curricular na perspectiva da Educação Integral. O documento referência para o debate nacional sobre educação integral, publicado pelo MEC, e que estabelece as diretrizes para o Mais Educação, evidencia que “a educação integral exige mais do que compromissos: impõe também e principalmente projeto pedagógico, formação de seus agentes, infraestrutura e meios para sua implantação” (2009, p. 6). Este projeto embora seja uma política publica de iniciativa do governo federal é desenvolvido em convênio com estados e municípios, nas escolas de ensino fundamental, que são escolhidas de acordo com critérios definidos pelo programa. A educação integral, promovida pelo Programa Mais Educação, sugere a ampliação do tempo de escola para atingir a qualidade e garantia de direitos humanos e sociais, também, necessita de espaço e oportunidade de aprendizagem para que a escola seja vista como viva e rompa a imagem negativa carregada pelos estudantes atualmente. Portanto, uma escola de tempo integral atendida pelo programa possui suas atividades curriculares complementares agrupadas em macrocampos de acompanhamento pedagógico, que possuem atividades diferenciadas sendo adaptadas pelas escolas. Os macrocampos são: acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos em educação, cultura e artes, cultura digital, promoção de saúde, educomunicação, investigação no campo das ciências da natureza e educação econômica. Um dos aspectos referentes a gestão da escola está embasada na perspectiva da intersetorialidade que, de acordo com o programa, parte da ideia de que a escola necessita abrir-se para a comunidade, relacionando os conteúdos ao cotidiano dos alunos e envolve “articulação dos processos escolares com outras políticas sociais, outros profissionais e equipamentos públicos, na perspectiva de garantir o sucesso escolar” (SECAD/MEC, 2009, p. 15), ou seja, permite a integração entre a escola e demais instituições e espaços públicos da comunidade. Trás também a figura do Professor Comunitário, profissional escolhido pelo Conselho Escolar e diretor, cujo papel é mediar o processo da escolha dos parceiros para o 12269 desenvolvimento das atividades de educação integral. A busca pelos parceiros do projeto reintroduz a questão do voluntariado, expressa pela presença de profissionais responsáveis por ministrar as atividades curriculares complementares referentes aos macrocampos, no contra turno do período de frequência regular do aluno na escola. Já em nível estadual, o governo de Santa Catarina, a partir de 2003 instituiu o Projeto Escola Pública Integrada, para ser desenvolvido nas escolas de ensino fundamental da rede pública estadual de ensino. Tem como objetivo geral: “ampliar as oportunidades para o desenvolvimento dos alunos no aspecto sócio educacional, através do oferecimento de atividades regulares e diversificadas do currículo, em horário integral, mediados por profissionais qualificados.” (SANTA CATARINA, 2003, p. 02) Como resultado das discussões da SED, profissionais da área educacional e gestores, buscaram, por meio do projeto, re-significar o conceito de escola, com a ampliação das oportunidades de aprendizagem no ensino fundamental e a ampliação do tempo de permanência do estudante na escola de quatro para seis a oito horas diárias, adotando assim o regime do tempo integral. Ao propor a ampliação do tempo escolar, oferece novas atividades para a formação do estudante por meio do equilíbrio entre o lúdico e acadêmico. Seus pressupostos teóricos e metodológicos são aqueles definidos na Proposta Curricular de Santa Catarina e apresenta por justificativa razões e demandas de natureza: a) didático-pedagógico, envolvendo as novas oportunidades de aprendizagem; b) sociopolítico, ao agregar qualidade para a inclusão social; c) político-programático, oportunizando o desenvolvimento regional. A regulamentação do projeto aconteceu com a publicação decreto nº 3.867 em 19 de dezembro de 2005 que legitimou, no Estado, o Projeto Escola Pública Integrada – em tempo integral, que vinha sendo implantado desde 2003, em cujo teor determina que as adesões das unidades escolares ao projeto devem ocorrer de forma gradativa e de forma simultânea ou progressiva, preferencialmente nas séries iniciais. Neste ano, regulamenta-se também a matriz curricular das disciplinas complementares que define a estrutura curricular das EPIs acrescentando as atividades complementares aos três eixos temáticos: linguagem e comunicação; ciências e matemática; histórico e social. Isto significa que os componentes curriculares complementares à grade curricular do tempo integral, inserem-se nestes três grandes eixos. 12270 A implantação das escolas de tempo integral, por meio do Projeto EPI, anuncia a consolidação dos princípios da gestão compartilhada, quando transfere para a comunidade escolar o poder de decidir, pela adesão ao projeto, e determina ser o Projeto Político Pedagógico Escolar o instrumento que regulamenta, define e organiza a implementação do tempo integral. Realizadas as considerações iniciais sobre os projetos, neste momento da pesquisa estamos realizando o levantamento de dados referentes a quantidade de escolas da região que oferecem educação integral e em tempo integral e os programas aos quais ela estão vinculadas, se do Programa Mais Educação ou do Projeto Escola Pública Integrada. Para a efetivação desta primeira etapa, entramos em contato com as Secretarias Municipais e a Gerências Regionais de Educação para confirmar as informações acessadas nos sites do MEC e SED/SC, respectivamente, e que continham a relação das escolas atendidas. Nesta fase, percebemos haver algumas divergências entre as informações coletadas nos sites do MEC e da SED e refizemos a relação inicial de escolas, cujos dados apresentaremos abaixo, e que já permitem análises prévias, porém não conclusivas, sobre o oferecimentos de tempo integral na região. Isto nos possibilitou ainda encaminharmos o segunda etapa da pesquisa, que se constitui de entrar em contato com as escolas e encaminhar um questionário para o levantamento de dados como: número de alunos integrantes dos programas, séries envolvidas, tempo de atuação como escola de tempo integral, responsáveis pelo projeto na escola e disciplinas complementares ou atividades pedagógicas dos macrocampos desenvolvidas. Da análise dos dados já coletados, podemos perceber que a região de abrangência da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó, escolhida como amostra da pesquisa é composta por 11 microrregiões, que constituem o meio oeste, oeste e extremo oeste de Santa Catarina, dentre quais quatro não possuem escolas oferecendo o tempo integral, no Programa Mais Educação e Projeto Escola Publica Integrada. As regionais que oferecem o tempo integral são: Chapecó, Xanxerê, Concórdia, Maravilha, São Lourenço do Oeste, Itapiranga e Dionísio Cerqueira. São onze os municípios destas regionais que oferecem o tempo integral. O quadro a seguir demonstra os dados que levantamos até este momento da pesquisa e que nos dão a dimensão do número de escolas e dos programas aos quais elas estão vinculadas. Quadro nº 01 - Número de escolas, por rede de ensino e programa. 12271 Programa Mais Educação Municípios Projeto Escola Publica Integrada Rede Municipal Rede Estadual Rede Municipal Rede Estadual Chapecó 12 4 - - Xanxerê - 3 - - Xaxim 1 - - - Concórdia 1 - - 1 Irani - - - 1 Piratuba - - - 1 Flor do Sertão - - - 1 Maravilha 1 - - 1 São Lourenço d’Oeste - 1 - - Itapiranga - - - 1 Dionísio Cerqueira 2 - - - Total 17 8 0 6 Fonte: Programa Mais Educação SECAD/MEC e Projeto Escola Pública Integrada SED/SC Verifica-se que 31 escolas da região oferecem tempo integral, sendo que 17 delas são de rede municipal e 14 da rede estadual. Destacamos que o município de Chapecó tem 16 escolas, das quais 12 são da rede municipal e todas desenvolvem o Programa Mais Educação. O município de Xanxerê, por sua vez, possui três escolas com tempo integral, que integram a rede estadual de ensino, mas estão vinculadas ao Programa Mais Educação do governo federal. Outras oito escolas da rede estadual estão vinculadas ao programa federal, sendo que 4 delas em Chapecó, 3 em Xanxerê e uma escola em São Lourenço d'Oeste, totalizando 25 escolas, nas duas redes. O Projeto Escola Pública Integrada é desenvolvido somente nas escolas da rede estadual de ensino, num total de seis escolas, sendo uma por município, em Concórdia, Irani, Piratuba, Flor do Sertão, Maravilha e Itapiranga. Pelos dados coletadas concluímos que o oferecimento do tempo integral na região é uma realidade que precisa ser considerada quando falamos em educação integral no ensino fundamental, por meio de políticas publicas já instituídas e regulamentadas. Que ela está presente nas redes municipal e estadual de ensino. No que se refere ao Programa Mais Educação, de inciativa do governo federal, apresenta uma parceria entre governo federal e a rede municipal no desenvolvimento da proposta. Enquanto que o projeto EPI se efetiva na rede estadual de ensino, nas escolas sob a coordenação didático pedagógica da SED/SC. 12272 REFERÊNCIAS CAVALIERE, Ana Maria Villela. Educação Integral: uma nova identidade para a escola brasileira? In: Educação e Sociedade, Campinas, vol. 23, n. 81, p. 247-270, dez. 2002. ___________. Quantidade e racionalidade do tempo de escola: debates no Brasil e no mundo In: Revista Teias, v. 3, n. 6, Rio de Janeiro, UERJ/ DP&A, 2003. Disponível em: <http://www.periodicos.proped.pro.br>. Acesso em: 2 jun. 2011. COELHO, Ligia C. C e CAVALIERE, Ana Maria V. (org.) Educação brasileira e(m) tempo integral. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. FREITAS, Cezar Ricardo de; GALTER, Maria Inalva. Reflexões sobre a educação integral no decorrer do século XX In: Educere Educare. Cascavel, v. 1, n. 3, p. 123-138. Jan./jun. 2007. Disponível em: <http://e-revista.unioeste.br> Acesso em: 11 mai. 2011. GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã: uma aula sobre a autonomia da escola. São Paulo, Cortez, 1992. GOMES, Aurélia Lopes. A educação integral e a implantação do projeto escola pública integrada. Criciúma. Dissertação de mestrado, 2008. GUARÁ, Isa Maria F. R. Educação integral: articulação de projetos e espaços de aprendizagens. Disponível. Em: <http://www.cenpec.org.br/modules/xt_conteudo/ index.php?id=46> Acesso em: 20 set. 2006. ________. Educação e desenvolvimento integral: articulando saberes na escola e além da escola. Em Aberto, Brasília, v.22, n. 80, p.65-81, abr. 2009. MOLL, Jaqueline. Educação integral/educação integrada e(m) tempo integral: concepções e práticas na educação brasileira – Mapeamento das experiências de jornada escolar ampliada no Brasil. Brasília, 2009. PUCCI, Luis Fábio Simões. A proposta de escola de tempo integral no Estado de São Paulo – novos desafios para a escola pública e para a formação de professores In: Cadernos de pós graduação. São Paulo, v. 4, p. 75-83, 2005. Disponível em: <http://www.uninove.br>. Acesso em: 12 mai. 2011. SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia. Documento Base para Implantação da Escola Pública Integrada. 2003. SECAD/MEC. Mais Educação. Educação integral: texto referência para o debate nacional. Brasília: Ministério da Educação, 2009.