NOTÍCIAS EM DESTAQUE – 29/04/2014 Governo federal gasta pelo menos R$ 8 bilhões com mão de obra terceirizada Fiscalização precária, irregularidades trabalhistas e firmas aventureiras marcam a terceirização de serviços no governo federal A terceirização de mão de obra para o governo federal se tornou um negócio e tanto. Pelo menos R$ 8 bilhões são despejados todos os anos por meio de contratos fechados por ministérios, secretarias e agências reguladoras, sendo que parte desse dinheiro escorre pelo ralo por falta de regras rígidas e de fiscalização. Essa montanha de recursos é, no entanto, a parte visível dos negócios, pois vários órgãos se recusam a dar transparência às informações. Não à toa, o setor se tornou um chamariz para firmas aventureiras, que promovem a concorrência desleal, ao oferecerem preços baixos para vencer as disputas. Sem estrutura, quebram poucos meses depois e somem com os recursos de milhares trabalhadores. Tudo facilitado por falhas nos métodos para a escolha das vencedoras das licitações. ―É visível que há muita coisa errada, mas ninguém faz nada‖, diz um funcionário do Ministério da Fazenda. ―Pode prestar atenção: são recorrentes os casos de empresas que recebem do governo, dão calote em funcionários, têm os contratos cancelados, mas, logo depois, voltam a atuar na Esplanada dos Ministérios‖, frisa. (Veja as empresas na página ao lado) Pior: não se abre nenhuma investigação para os golpes. E o governo paga duas vezes. Primeiro, para a empresa que sumiu. Depois, para os funcionários que ficaram sem salário e sem os direitos trabalhistas. ―Tornou-se rotina ver empregados de empresas terceirizadas dizendo que não tiveram o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) depositado nem as contribuições à Previdência Social efetivadas. Para evitar isso, bastaria que os responsáveis pela gestão dos contratos exigissem, mensalmente, os comprovantes dos depósitos no FGTS e de contribuições à Previdência. Essa rotina livraria muita gente de cair nas garras de empresas golpistas‖, afirma o servidor da Fazenda. Descaso Ele sabe do que fala. No ano passado, a Adminas Administração e Terceirização de Mão de Obra, com sede em Belo Horizonte, e a Delta Locação de Serviços e Empreendimentos, de Lauro de Freitas (BA), receberam do Ministério da Fazenda, mas não pagaram os trabalhadores. As empresas, que sumiram do mapa, também deixaram um rastro de prejuízos nos ministérios da Integração Nacional e da Justiça e no Banco do Brasil. A Delta, por sinal, havia sucedido a Visual Locação e Serviços como prestadora de serviços à Fazenda. A empresa teve seu contrato rescindido exatamente pelo mesmo motivo, ou seja, não pagou os trabalhadores da pasta e desapareceu com o dinheiro. Nenhuma das três firmas foi encontrada pelo Correio para se manifestar. A Fazenda não comentou sobre esses casos. A PH Serviços é a campeã de contratos de terceirização com o governo federal. Apenas no ano passado, foi agraciada com R$ 254 milhões ao oferecer copeiras, recepcionistas e telefonistas para a Esplanada. Apesar desse alto valor, são recorrentes as reclamações de funcionários por atrasos no pagamento de salários. Duas trabalhadoras, que preferiram não se identificar, por medo de retaliação, alegam ter recebido o último contracheque e o vale-transporte 20 dias depois da data prevista em lei. ―Tenho três filhos para cuidar, e a empresa não paga em dia. No mês passado, sobrevivi graças a doações de minhas amigas‖, diz uma delas, que trabalha no Ministério da Saúde. ―Preferimos não reclamar porque os supervisores ameaçam nos demitir‖, observa outra empregada. Em nota, o presidente da empresa, Hélio Chaves Júnior, afirma que a PH ―nunca foi indiciada por qualquer órgão de controle por fraude em licitação pública‖. Ele ressalta que não há registro de atraso nos salários. ―Nunca fomos condenados por qualquer conduta contrária à legislação trabalhista.‖ Os empregados da GVP Serviços, que está entre as 10 maiores prestadoras de serviços ao governo federal, também reclamam dos salários atrasados. Procurada, a empresa não respondeu ao Correio até o fechamento da edição. Outra terceirizada com presença marcante na Esplanada é a Confederal, que presta serviços de segurança para vários órgãos. Em 2013, embolsou R$ 44,9 milhões com os contratos. O diretor da empresa, Ricardo Augusto, afirma que o valor é pequeno para executar o trabalho com qualidade. ―Se for dividir por 12 meses, não é nada‖, alegou. Ele garante que, diante da concorrência maior, está perdendo espaço. ―Os nossos números estão caindo‖, assinala. Com contratos de R$ 23,5 milhões no ano passado, a Interativa também lamenta que não tenha conseguido vencer mais licitações. ―No governo federal, tem muita empresa que entra, ganha o pregão e quebra. Os meus contratos são de pequeno valor. Representam apenas R$ 2 milhões por mês, e são todos antigos. Neste ano, só venci um, de R$ 40 mil por mês. Empresas da Bahia e de Belo Horizonte, sem nenhuma estrutura em Brasília, estão ganhando tudo. Por isso, estou procurando trabalhar em outros estados‖, reclama o dono da terceirizada, Izaías Junio Vieira. A proprietária da Planalto, Rita de Cássia de Souza, também se diz desestimulada a continuar operando com o governo. ―Está cada vez mais difícil concorrer.‖ José Gomes, diretor da Real JG, antes chamada de Real DP, vai além. ―A concorrência nesse mercado está prostituída. Empresas participam dos pregões sem ter infraestrutura e know-how adequados. As companhias sérias e os órgãos contratantes são prejudicados. Além disso, os funcionários das aventureiras que quebram perdem os dias trabalhados‖, diz. Para ele, seria melhor se as firmas tivessem, antecipadamente, que provar habilitação técnica, financeira e jurídica. Sem informação O Banco do Brasil não informou quais as empresas terceirizadas que prestam serviços à instituição, limitando-se a observar, em nota, que o gasto anual é de R$ 7,3 milhões. A Caixa não respondeu a nenhuma das perguntas encaminhadas pelo Correio. Os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento também não deram retorno até a conclusão da reportagem. Casa Civil, Secretaria de Comunicação Social, Secretaria de Relações Institucionais e Gabinete de Segurança Institucional não têm contratos dessa natureza. (GUILHERME ARAÚJO, SIMONE KAFRUNI – CORREIO BRAZILIENSE) O sindicalismo deve participar do processo eleitoral? Participação no processo eleitoral dos sindicalistas será não apenas uma necessidade e uma tarefa fundamental, como uma questão de sobrevivência política do movimento, diz diretor do Diap O movimento sindical, como um dos mais importantes agentes políticos e sociais do país, tem a obrigação de participar ativamente do processo eleitoral, afinal de contas estão em disputa projetos de governo e de poder que afetam positiva ou negativamente seus representados. Não pode nem deve se omitir desse debate, sob pena de negligenciar a defesa dos interesses dos assalariados – trabalhadores do setor privado, servidores públicos e aposentados e pensionistas – e dos direitos trabalhistas, sindicais e previdenciários da classe trabalhadora, entre outros. Aliás, uma das missões da organização sindical é exatamente a politização – de forma constante e sempre visando à consciência política – da classe trabalhadora. Deve, todavia, ter o cuidado de não partidarizar o movimento, porque, além de dividir os trabalhadores, a entidade sindical que age orientada exclusivamente por partido político pode perder sua capacidade classista na ação sindical e até afugentar os trabalhadores da entidade. O setor patronal e o mercado financeiro apoiam candidatos identificados com seus pleitos inclusive com financiamento de campanha. E entre os pleitos deles estão a flexibilização ou precarização de direitos, a redução de direitos previdenciários e a fragilização do movimento sindical. Frente a esse quadro, por que os sindicatos de trabalhadores e servidores não deveriam apoiar candidatos? É verdade que a legislação proíbe doação de campanha por entidade de classe, mas o apoio não se limita às doações. Existem várias formas de apoiar e defender os candidatos prótrabalhadores. Se, em circunstâncias normais, os trabalhadores e suas entidades deveriam apoiar e fazer campanha para candidatos identificados ou oriundos do movimento sindical, por que deixariam de fazê-lo numa eleição em que a investida neoliberal sobre seus direitos estão prenunciados? As entidades sindicais, que são instituições eminentemente políticas e de formação social, têm de participar do processo eleitoral sim. Elas, embora devam priorizar o atendimento das demandas, pleitos e reivindicações de seus associados, devem atuar em favor de políticas públicas e do processo democrático, que vão além da luta meramente corporativa no local de trabalho. Nunca é demais lembrar que as lideranças sindicais e suas entidades lutam contra algo (ação reativa) ou a favor de algo (ação propositiva) e o fazem em várias dimensões e instâncias nas quais temas de interesse da classe trabalhadora estejam em debate ou dependam de deliberação. Nesse sentido, o processo eleitoral é fundamental porque é nele que, simultaneamente, se elegem os representantes e se definem os projetos e programas de governo. Ou seja, é o momento da legitimação de propostas e programas ou diretrizes a serem implementadas pelos futuros legisladores e governantes e não podemos, por omissão, permitir que propostas contra os interesses dos trabalhadores sejam referendadas pelas urnas. Logo, a participação dos trabalhadores, dos militantes e dirigentes sindicais no processo eleitoral, mais do que um dever cívico e moral, é uma necessidade para exigir compromisso programático dos candidatos com as causas sociais de interesse da classe trabalhadora, no período de campanha, e prestação de contas, quando do exercício do mandato. A política de recuperação do salário mínimo, por exemplo, só terá perspectivas de renovação a partir de 2016, se estiver explicitada no programa eleitoral do próximo ou próxima presidente da República, assim como a redução da jornada e a mudança do fator previdenciário. Por tudo isso, a participação no processo eleitoral do movimento sindical, de forma suprapartidária e com unidade de ação em torno dos temas comuns, será não apenas uma necessidade e uma tarefa fundamental, como uma questão de sobrevivência política do movimento. (ANTONIO AUGUSTO DE QUEIROZ - CONGRESSO EM FOCO) COLUNA DO MINO PEDROSA Documentos que falam pela mordaça O ex-vice-presidente da Câmara, André Vargas, está mudo e deprimido. O presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, enquadrou o ex-petista com uma mordaça, neutralizando o poder de reação de André. Mas o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que está preso, após denunciar maustratos na prisão, foi mandado para um presídio comum na periferia de Curitiba. O homem bomba já acendeu o pavio e está prestes a explodir. A Polícia Federal, que tocava toda a operação sem pressa, deflagrou a operação Lava Jato e agora não tem como frear o que já está na rua. No inquérito é apontado o doleiro Alberto Youssef como braço financeiro de um dos maiores escândalos que vêm por aí. Há quem diga que esse escândalo é bem maior que o mensalão. Várias faces Em meio a todo imbróglio da Operação Lava Jato da Polícia Federal, onde foram presos o doleiro paranaense Alberto Youssef e o ex diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, descobriu-se uma face até então oculta da Paulo Roberto. O motivo é que entre transações nebulosas, lavagem de dinheiro e outros crimes, o ex-diretor também há muito tempo vem fazendo looby para a maçonaria. Durante busca e apreensão no escritório do ex-diretor, foi encontrado um projeto em que a maçonaria pede a intervenção de Paulo para o patrocínio do VI Encontro Nacional dos Maçons Petroleiros. Pelo visto, Paulo Roberto é um homem de várias faces e atuou para vários segmentos, inclusive os inimagináveis. Buscando acordo A candidata do PP ao Palácio do Piratini, Ana Amélia, cansou de deixar o presidente do PP gaúcho, Celso Bernardi, articular sua candidatura. Neste fim de semana marcou um encontro com o presidente local do PSD, José Paulo Caironi, para incluí-lo em sua chapa. Na verdade, o que Ana Amélia pretende é puxar o PMDB para vice, deixando a cadeira do Senado para Jose Paulo, já que o senador peemedebista Pedro Simon não pretende disputar nenhum cargo político. Nos bastidores, Pedro Simon trabalha para convencer o PMDB da dobradinha com o PP. Exigindo contingente O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, está montando um verdadeiro aparato de policiais federais no período da Copa do Mundo, pediu cancelamento de férias, cortou feriado e quer ver o efetivo da Polícia Federal nas ruas. O sindicato de agentes declarou que é direito do servidor a férias e feriado e que a medida do ministro é inconstitucional. Na queda de braço, o sindicato garante que sairá vencedor. O ministro também monitora os sindicatos e pediu à direção da PF a garantia do contingente trabalhando no período da Copa. O tsunami anunciado A operação Lava Jato da Polícia Federal vai provocar um tsunami dentro do Congresso Nacional. As reações perigosas do doleiro paranaense Alberto Youssef vão alcançar a base aliada do governo e a oposição não vai nem precisar de fazer esforço para alimentar a CPI da Petrobras. Para alguns que assinaram o pedido de CPI, já é tarde para arrependimento e serão atingidos em cheio pelo tsunami. Os documentos em mãos da Polícia Federal são bombásticos e o vazamento de informações já começou, para evitar que a CPI acabe em pizza. Consenso em família No estado do Maranhão, a família Sarney decidiu apostar todas as fichas na candidatura de Edson Lobão Filho (foto) ao Palácio dos Leões. Edson Lobão, ministro das Minas e Energia, tem um eleitorado cativo e promete fazer seu filho sucessor da governadora Roseana Sarney. Edinho, como é chamado o filho de Lobão, ocupou a cadeira de seu pai no Senado como suplente e trabalhou em projetos, ganhando visibilidade no Estado pensando em concorrer para a vaga do Senado, mas um consenso em família aposta em seu nome para enfrentar Flávio Dino. Falha no marketing O ex-ministro da Saúde e candidato ao Palácio dos Bandeirantes, Alexandre Padilha, vem mantendo um verdadeiro aparato de comunicação para tentar se livrar das garras do ―guardião‖ da Polícia Federal. Seus marqueteiros, Eduardo Oinegue e Luciano Suassuna, que coordena a área de imprensa, aconselharam o candidato a conceder entrevista coletiva omitindo o fato da participação de Padilha na Operação Lava Jato da Polícia Federal, quando estava à frente do Ministério da Saúde. Pelo visto, Padilha não contou aos marqueteiros o verdadeiro esquema que acontecia no ministério sob seu comando. O candidato vai pedir à Polícia Federal uma declaração desmentindo sua participação no esquema do doleiro Youssef. Mas documentos que já estão na rua não permitem um atestado de nada consta. ―Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.‖ Fernando Pessoa. (JORNAL DE BRASÍLIA) Dívida pública federal soma R$ 2,080 trilhões em março Resultado representa uma alta de 0,64% na comparação com fevereiro A dívida pública federal ficou em R$ 2,080 trilhões em março, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Tesouro Nacional. O resultado representa uma alta de 0,64% na comparação com fevereiro, quando a dívida estava em R$ 2,067 trilhões. De acordo com o Tesouro Nacional, no mês passado, houve resgate líquido de papéis no valor de R$ 3,3 bilhões. Mesmo assim, o endividamento subiu devido aos juros que corrigem o estoque e somaram R$ 16,63 bilhões no período. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, observou que, no mês passado, foi registrado o recorde da história de emissões em ofertas públicas, totalizando R$ 57,97 bilhões. O recorde anterior havia sido registrado em setembro de 2013, com emissão em ofertas públicas de R$ 52 bilhões. Por outro lado, houve um vencimento expressivo de títulos corrigidos pela taxa básica de juros (Selic), o que resultou no resgate líquido de R$ 3,3 bilhões. Já o prazo médio da dívida pública federal apresentou aumento, passando de 4,36 anos, em fevereiro, para 4,40 anos, em março. O Tesouro Nacional prevê que a dívida possa chegar ao fim do ano em R$ 2,32 trilhões um aumento de quase 10% em relação ao total de 2013. (CRISTIANE BONFANTI - AGÊNCIA O GLOBO) Auditores fiscais fazem protesto em frente ao Ministério do Trabalho O grupo é contra as precárias condições de trabalho e a redução de auditores e servidores administrativos da pasta Cerca de 30 auditores fiscais estão reunidos em frente ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta segunda-feira (28/4). Os manifestantes protestam contra as precárias condições de trabalho e a redução de auditores e servidores administrativos do MTE. Servidores dão abraço simbólico em prédio do Ministério do Trabalho O grupo acendeu velas em memória às vítimas de acidentes de trabalho. Eles ainda deram um abraço simbólico no prédio do ministério. Uma mostra fotográfica em homenagens às vítimas será lançada às 12h de hoje no Espaço Mário Covas do Anexo 2 da Câmara dos Deputados. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), 750 mil acidentes de trabalho são registrados por ano. Por dia, são oito mortes e 30 trabalhadores ficam com sequelas definitivas. A presidente do Sinait, Rosa Borges, informou que o sindicato vai entregar um dossiê ao ministro do Trabalho, Manoel Dias, sobre as condições dos auditores de todo país. A categoria também pede um concurso público. VERA BATISTA - CORREIOWEB Arrecadação federal é recorde no primeiro trimestre Total recolhido ao governo somou R$ 293,426 bilhões entre janeiro e março Só no mês passado, arrecadação foi de R$ 86,621 bilhões BRASÍLIA - A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 86,621 bilhões em março, o que representa um crescimento real de 2,5% em relação ao mesmo período no ano passado. Já no acumulado de 2014, o total pago pelos brasileiros em tributos federais somou R$ 293,426 bilhões, o que equivale a uma alta real de 2,08% sobre 2013 e a um recorde para o primeiro trimestre do ano. Na manhã desta segunda-feira, o secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira, negou que exista ―um saco de maldades‖ para aumentar os impostos com objetivo de compensar a ajuda adicional de R$ 4 bilhões que o Tesouro Nacional vai dar ao setor elétrico por meio de um aporte na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). — Estão todas em análise superior. O governo não quer antecipar que medidas seriam essas porque podem gerar uma ansiedade indevida. Segundo relatório divulgado pela Receita Federal nesta segunda-feira, a arrecadação vem mostrando aceleração. Em janeiro, as receitas apresentavam crescimento de 0,91%. Em fevereiro, a taxa foi de 1,91% e agora, de 2,08%. Entre os tributos que têm ajudado o resultado do ano estão a contribuição previdenciária, cujo recolhimento somou R$ 83,728 bilhões até março (com alta de 3,61%), o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos do trabalho, que atingiu R$ 23,598 bilhões (aumento de 5,91%) e o Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vinculado à importação, cuja arrecadação chegou a R$ 13,428 bilhões (com alta de 9,61%). Já o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) registraram queda de 6,48%. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) recuou 7,64%. O secretário explicou que a queda na arrecadação do IRPJ e da CSLL no primeiro trimestre de 2014 ocorreu, em parte, por causa de compensações feitas por um grupo de 15 a 20 grandes contribuintes. Ele explicou que usar créditos tributários para compensar outros impostos é comum, mas que, mesmo assim, o Fisco está fazendo uma avaliação para saber o que houve entre janeiro e março, uma vez que as compensações afetaram a arrecadação significativamente. — Houve compensações efetuadas por grandes contribuintes. Isso está sendo estudado, processado dentro da Receita Federal — explicou Teixeira. O recolhimento do IRPJ e da CSLL também recuou devido ao menor pagamento desses tributos por empresas, principalmente do setor financeiro, que calculam o valor devido por estimativa mensal. Entre janeiro e março, o pagamento do IRPJ e da CSLL por estimativa mensal recuou 19,05%. No setor financeiro, a queda foi de 37%. (G1) Despesas da Petrobras com Pasadena já chegam a US$ 1,93 bilhão Além de US$ 1,2 bi para comprar a refinaria, estatal precisou investir para manter refino na unidade Graça Foster. ―Em janeiro e fevereiro, (Pasadena) deu resultado líquido positivo‖, destacou a presidente da estatal Ailton de Freitas / Ailton de Freitas/15-4-2014 O gasto da Petrobras com a refinaria de Pasadena, no Texas, chega a US$ 1,934 bilhão, se somados todos os valores mencionados por gestores da estatal em apresentações internas obtidas pelo GLOBO. O montante equivale ao custo da compra do empreendimento, de US$ 1,249 bilhão, mais as despesas para manter o refino de petróleo numa unidade sucateada. Em setembro de 2008, numa exposição de dados confidenciais à diretoria executiva da empresa, técnicos informaram que os gastos com a refinaria, até novembro daquele ano, somavam US$ 650 milhões, incluído o montante desembolsado para a compra dos primeiros 50% do empreendimento, de US$ 343 milhões. A segunda metade, depois de uma longa disputa judicial, saiu por US$ 820,5 milhões. Mais US$ 275 milhões deveriam ser gastos em "sustentabilidade", entre 2009 e 2013, "qualquer que seja o cenário de continuidade da refinaria", conforme uma apresentação elaborada pela Petrobras America, subsidiária da estatal. O total de gastos atingiria, portanto, pelo menos US$ 1,74 bilhão. No entanto, dados repassados ao GLOBO pela própria Petrobras revelam que a conta total com a compra de Pasadena - que a estatal já admite ter sido um mau negócio - chega a US$ 1,934 bilhão. A conclusão da compra da refinaria no Texas ocorreu após o fim da sociedade com a companhia belga Astra Oil. O valor final, de US$ 1,25 bilhão, passou a ser investigado pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU). O que os novos documentos revelam são a continuidade e a extensão desses gastos, em razão das péssimas condições da refinaria adquirida pela estatal. Desembolsos em segurança e meio ambiente Durante todo o processo de aquisição e após a compra definitiva, em 2012, a empresa precisou continuar a fazer vultosos desembolsos em equipamentos de segurança, proteção do meio ambiente, melhoria da confiabilidade, paradas programadas do refino e adequação às normas norte-americanas. Conforme as apresentações elaboradas pela cúpula da estatal, esses gastos chegariam a quase US$ 500 milhões até 2013. Os registros contábeis da refinaria, conforme dados levantados pela estatal em abril de 2013, mostram um valor de mercado bem inferior ao desembolsado para a compra. Um relatório diz que o "valor contábil de livro" em novembro de 2012 - ano do fim do litígio - era de US$ 573 milhões, enquanto o "valor presente líquido" da refinaria era ainda mais baixo, de US$ 352 milhões. O GLOBO consultou a vice-presidente técnica do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Verônica Souto Maior, sobre o significado desses registros contábeis. O "valor contábil de livro" é o valor de Pasadena registrado na estatal - quanto a aquisição custou à empresa, conforme os registros contábeis. Trata-se, portanto, de menos da metade dos gastos totais feitos para comprar a refinaria. Um mau negócio, como admitiu a presidente da Petrobras, Graça Foster. Já o "valor presente líquido" leva em conta as projeções de fluxo de caixa para os próximos 25 anos, segundo Verônica. Para trazer esse valor para o presente, a contabilidade faz um teste, chamado de "impairment". As perdas da refinaria de Pasadena, por conta desse teste, somavam US$ 221 milhões, o que resulta num valor real do empreendimento de US$ 352 milhões, segundo os dados da estatal de abril de 2013. - Verificou-se que o valor de livro da refinaria é bem superior ao valor de mercado. Daí, a necessidade do reconhecimento da perda no resultado, em face da necessidade de demonstrar o referido ativo pelo seu valor de mercado - afirmou a vice-presidente técnica do CFC, após analisar os dados a pedido do GLOBO. Os números não batem com os apresentados por Graça Foster em depoimento no Senado no último dia 15. Segundo a presidente da Petrobras, o teste de "impairment" levou a uma perda de US$ 530 milhões no valor de Pasadena. - A partir daí, temos um ativo de qualidade para o que se propõe hoje - disse ela, no Senado. Boa parte da queda do valor presente de Pasadena se deve ao recuo do preço do petróleo e, por consequência, das margens de lucro das refinarias a partir de setembro de 2008, quando teve início a crise internacional. O preço do barril do petróleo despencou de um nível de mais de US$ 140 o barril para pouco mais de US$ 30, tendo voltado a valer mais de US$ 100 só três anos depois. A apresentação da Petrobras America, de 2009, aponta que, "sob a ótica das margens projetadas pela Petrobras, só seria possível garantir a reversão do resultado operacional negativo a partir de 2013, após os investimentos requeridos (de US$ 275 milhões)". Dados de auditoria contábil obtidos pelo GLOBO revelam que, de fato, a refinaria apresentou retorno líquido positivo nos anos de 2009 e 2010, mas houve prejuízo de quase US$ 100 milhões entre 2011 e 2012. Segundo a apresentação de Graça Foster no Senado, a refinaria voltou a apresentar lucro nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, num total de US$ 58 milhões, período no qual Pasadena voltou a refinar 100 mil barris por dia. (VINICIUS SASSINE, CHICO DE GOIS E DANILO FARIELLO - O GLOBO) Empresa de Assad Jannani seria o elo entre Youssef e os Correios, diz IstoÉ Depois de André Vargas, que na semana passada se desfiliou do PT, Londrina volta ao centro da operação Lava-Jato, que desbaratou um esquema de lavagem de dinheiro, do qual faz parte o doleiro londrinense Alberto Youssef. De acordo com reportagem publicada no final de semana pela revista IstoÉ, a PF identificou indícios de que Youssef operou também nos Correios, a empresa estatal que no qual foi aceso o estopim do mensalão, em 2005. Segundo a revista, o elo entre Youssef e a empresa é a JN Rent a Car, empresa de Assad Jannani, irmão do ex-deputado federal José Janene (PP), morto em 2010, que foi denunciado no mensalão petista. A empresa de Assad tinha manteve um contrato com os Correios que vigorou entre 2005 e 2013 e teve 10 aditivos. Durante esse contrato a empresa recebeu mais de R$ 77,5 milhões nos contratos com os Correios. A revista informa ainda que a PF identificou que a ponte entre a empresa do irmão de Janene e o doleiro seria a MO Consultoria. O empresário Hermes Magnus, que deu entrevista exclusiva para a IstoÉ diz que a JN Rent a Car era usada pelo esquema de Youssef ―para lavar dinheiro‖. Assad Jannani foi vice-prefeito de Londrina na gestão do ex-prefeito Luiz Eduardo Cheida (PMDB), que administrou entre 1993 e 1996, numa época em que Cheida era filiado ao PT. Depois ele se aproximou de Barbosa Neto (PDT): foi candidato a vice-prefeito na chapa de Barbosa em 2000. Depois foi assessor do pedetista, no tempo em que Barbosa foi deputado estadual. Atualmente ele é comentarista do Jornal da Manhã, da rádio Paiquerê FM. (JORNAL DE LONDRINA)