Domingo de Ramos-C 24 de Março de 2013 Lc 19, 28-40; Js 50, 4-7; Sl 21; Fl 2, 6-11; Lc 22,14-23-56 A CRUZ ALTAR DO AMOR, DOAÇÃO TOTAL Os sinóticos narram a última semana de Jesus na terra e nós a celebramos como uma semana especial: a “Semana Santa”. Nela Jesus conclui sua missão em total obediência à vontade do Pai, caracterizada como uma viagem iniciada na Galiléia e concluída em Jerusalém. A primeira parte da celebração deste Domingo, com a “Procissão dos Ramos”, celebra a entrada de Jesus em Jerusalém. Ele manda seus discípulos buscar um jumento que nunca tinha sido montado com uma ordem precisa: “o Mestre precisa dele”. Esta cena, aparentemente simples, realiza a profecia de Zacarias: “teu rei vem montado num humilde jumentinho” (Zc 9,9ss). Desta profecia, que ilumina teologicamente a cena da entrada de Jesus em Jerusalém, destacamos dois fatos. O primeiro proclama que Jesus é o Rei da Paz, o verdadeiro Messias e, o outro, a entrada de Jesus em Jerusalém dá início a um novo reinado na terra, fundamentado na paz e não na conquista ou na dominação da guerra. Não o cavalo, que representa o reino de guerra, mas um jumentinho, animal preparado para o serviço. É, portanto, uma mensagem de serviço e de paz que contemplamos na entrada de Jesus em Jerusalém. O povo o recebe como Rei da Paz, aquele que vem em nome de Deus. Ele é o Rei messiânico que vem com o poder de Deus e com a missão de introduzir o poder do amor e a paz em Jerusalém, em toda a terra e no coração de todos os homens e mulheres. Na segunda parte da celebração, a reflexão também ressalta dois fatos. O primeiro sintoniza a celebração da Páscoa dos judeus e a Ceia Pascal de Jesus, com sua Paixão, Morte e Ressurreição. Existe aqui a finalidade didática de facilitar a leitura teológica da Paixão de Jesus no contexto de sua Páscoa, sua passagem pela Cruz. A Cruz é o novo altar onde se imola o verdadeiro Cordeiro Pascal, onde acontece a reconciliação definitiva entre Deus e os homens. A Páscoa de Jesus, enquanto imolação sacrifical, celebra sua passagem pela morte e realiza-se concretamente na Cruz, que se torna altar do novo sacrifício. É a “mesa” sobre a qual a Igreja oferece seu sacrifício — o próprio Jesus — a Deus Pai. O segundo fato está no tema da “mesa”, já refletido no 4º Domingo Quaresma, com o Pai convidando os dois filhos para participar da sua mesa. Voltaremos a refletir sobre este mesmo tema da “mesa” na celebração da Quinta-feira Santa. Agora, nosso enfoque centra-se no compromisso que a Mesa de Jesus confere a quem dela participa. Os discípulos participam da Páscoa de Jesus sentando-se com ele na Mesa da Última Ceia. Jesus tinha um desejo ardente de participar com seus discípulos da Última Ceia, de sentar-se à Mesa para com eles celebrar ritualmente a sua Páscoa. Ou seja, antes que a Páscoa se consumasse na Cruz, Jesus a celebrou numa Mesa ritual, na qual entrega o Pão (seu Corpo) e o Cálice (seu Sangue) para selar a participação dos discípulos em sua Páscoa. Quem, desde aquela Última Ceia, participa desta Mesa, compromete-se em assumir a mesma atitude de Jesus: entregar sua vida, para que a vida seja plena em toda a terra. Desde a Última Ceia, a Mesa Eucarística é sacramento da Cruz de Jesus, o local onde continuamente a Igreja oferta o próprio Jesus ao Pai. Homilia Pe. João Luiz ( LUIZ ANTONIO PETROCINO – M.E.C.E. MISSA 08:30h)