Editorial
Arbitragem feminina em férias
Esta edição especial de férias reflete a tranquilidade e a satisfação do sector feminino que, após uma
época de grande atividade competitiva e formativa, está a gozar umas merecidas férias. O grupo tudo
fez ao longo da temporada para merecer e desfrutar de um período de saudável repouso longe das
obrigações desportivas. As baterias carregam-se para iniciar um novo ciclo de trabalho, mais exigente,
mais trabalhoso, mas no final compensador e de acordo com o percurso ambicionado para este sector
da arbitragem.
Boas férias!
ÁRBITRAS EM FÉRIAS
Chegou o Verão! E como tal, as
árbitras
aproveitam
para
descansar, conhecer novos
sítios, recarregando baterias
para a próxima época. Nesta
rubrica são apresentadas as
fotos das árbitras nas suas
férias, dando a conhecer um
pouco das suas vidas num
ambiente diferente.
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1-Bárbara Domingues
3-Sandra Nogueira
5-Olga Almeida
7-Célia Santos
9-Catarina Campos
11-Célia Santos
13-Marlene Vieira
15-Ana Amorim
17-Catarina Araújo
19-Sandra Nogueira
21-Natércia Velez
23-Andreia Sousa
25-Marlene Vieira
2-Andreia Sousa
4-Cátia Tavares
6-Catarina Araújo
8-Teresa Oliveira
10-Marisa Pereira
12-Natércia Velez
14-Bárbara Domingues
16-Paula Teixeira
18-Marisa Pereira
20-Catarina Campos
22-Ana Amorim
24-Teresa Oliveira
LEMBRAM-SE DA . . .
SANDRA MENDES
EX-ÁRBITRA DO QUADRO FEMININO, ATUALMENTE DIRIGENTE DO CA COIMBRA
Como foi a experiência da arbitragem e quais os
momentos que mais te marcaram?
A minha experiência enquanto árbitra foi fantástica.
Quando iniciei não havia mulheres na arbitragem de
futebol de 11 em Coimbra e os primeiros tempos
confesso que foram difíceis. A experiência foi
enriquecedora tanto pela aprendizagem constante como
pelas amizades conquistadas. Todos os jogos foram
especiais mas destaco o meu primeiro jogo enquanto
arbitra FPF realizado em Tomar, na Divisão de Honra da
AF Coimbra, e o jogo de Apuramento para o Campeonato
Europeu de Futebol Feminino realizado na Ucrânia.
Todos os jogos foram marcantes porque representaram
o alcançar dos meus objetivos depois de muito trabalho.
Continua com alguma ligação à arbitragem?
Neste momento continuo ligada à arbitragem como
observadora e diretora do Conselho de Arbitragem da AF
de Coimbra. A transição de árbitra para observadora não
foi fácil, por não ter terminado a carreira de livre
vontade e custou-me um pouco a adaptação. Como
dirigente iniciei funções há cerca de dois meses e quando
aceitei o convite do Sr. Apolino Pereira para esta nova
etapa, fi-lo com o intuito de trabalhar para o
enriquecimento da arbitragem conimbricense. Neste
momento estou ligada à arbitragem de uma forma
diferente de quando iniciei mas a paixão mantem-se.
NOVIDADE
SANDRA NOGUEIRA, BEATRIZ BARBOSA E TERESA OLIVEIRA
O quadro de árbitras da FPF, será este ano constituído por 30 árbitras, tendo sido promovidas ao mesmo,
3 novas árbitras, sendo elas, Sandra Nogueira da AF Porto, Beatriz Barbosa da AF Viana do Castelo e
Teresa Oliveira da AF Braga. Nesta rubrica, vamos conhece-las um pouco melhor, no qual respondem ás
seguintes questões:
1. De forma sucinta descreva o porquê de escolher a arbitragem e quais os seus objetivos?
2. Qual a sensação de terem entrado para o quadro feminino da FPF?
Sandra Nogueira
Nome: Sandra Marina Clemente Nogueira
Associação: AF Porto
Início na arbitragem: Setembro de 2006
1. A arbitragem cativa-me a 200% porque faz-me
sentir um misto de sensações. Desde o cansaço até
ao orgulho, passando por toda aquela emoção que
nós, árbitros, sentimos ao entrar num estádio cheio
de adeptos. Não é para qualquer ser humano ter o
prazer de sentir esta emoção. Em termos de
objetivos, quero dar o meu melhor no quadro de
arbitragem
feminina,
tentando
chegar
a
internacional, mas nunca esquecendo o meu
objetivo principal da arbitragem: ser árbitra da I Liga.
2. Foi o melhor fim de semana da minha vida e
acredito que nunca mais vou sentir o que senti
nesses dias. Fiquei muito orgulhosa de mim mesma,
trabalhei imenso, dei tudo o que tinha e senti que
tudo foi compensado. Chorei imenso, de tanta
alegria que sentia. Senti que consegui honrar as
mulheres e gostava de agradecer a quem tanto me
apoiou. Senti tudo o que de melhor há para se
sentir!
Beatriz Barbosa
Nome: Helena Beatriz Vieira Barbosa
Associação: AF Viana do Castelo
Início na arbitragem: Fevereiro de 2009
1. O bichinho que é o futebol foi-me incutido desde
muito nova por ter uma família amante da
modalidade. A vontade de querer saber mais sobre
as leis de jogo do futebol e estar ligada à
modalidade levou-me a tirar o curso, mas só depois
de fazer os primeiros jogos é que me apaixonei
verdadeiramente pela arbitragem. Sinto que esta
paixão é cada vez maior e espero nunca a perder.
Quanto aos objetivos, passam por trabalhar o
máximo possível para me tornar uma melhor árbitra
e para um dia atingir o patamar mais alto " o sonho
da internacionalização".
2. Com a minha ascensão ao quadro feminino da
FPF consegui alcançar a felicidade pessoal e ter o
sentimento de objetivo da época atingido.
Teresa Oliveira
Nome: Teresa Alice Pimenta Oliveira
Associação: AF Braga
Início na arbitragem: Fevereiro de 2009
1. A arbitragem surgiu como um mero acaso quando
entrei para a faculdade e me incentivaram para tirar
o curso. Nessa altura a ideia era apenas procurar em
Lisboa um clube para continuar a jogar futebol mas
devido a inúmeros fatores acabei por tirar o curso de
árbitro. Aliado ao facto de, academicamente, querer
especializar-me na área do futebol e convicta de que
um gestor desportivo tem que saber muito mais para
além do que é a gestão e dominar a parte prática,
tomei esta decisão. Neste momento o objetivo, a
curto prazo, é dar o meu melhor de forma a
conseguir o meu espaço neste patamar a nível
nacional, que é mais exigente.
2. Sinceramente, não existem palavras para
descrever tal sensação. No momento em que soube
que tinha entrado fiquei muito contente por ter
conseguido alcançar o meu objetivo, por ver todo o
meu trabalho compensado, mas principalmente, um
sentimento de dever cumprido, por não ter
desiludido quem acreditou em mim e esteve sempre
do meu lado.
NOTÍCIAS
JOGOS PARTICULARES DA SELEÇÃO FEMININA SUB-17
Nos passados dias 9 e 11 de Julho a Seleção Nacional
Feminina Sub-17 realizou dois jogos particulares
contra a Seleção Escocesa.
No dia 9, o jogo teve lugar no Estádio Engenheiro
Ministro dos Santos, em Mafra, e terminou com um
empate a zero. No dia 11, o jogo decorreu no Estádio
de Rio Maior, tendo terminado com um empate a
um.
Os jogos contaram com a presença de algumas
árbitras do quadro feminino da FPF, realizando os 2
jogos, nomeadamente:
O 1º Jogo foi realizado pela árbitra Ana Aguiar,
auxiliada pela Maria João Freire (árbitra assistente
nº1), Vanessa Gomes (árbitra assistente nº2) e a 4ª
árbitra Sophia Rosa.
Já o 2º Jogo foi realizado pela árbitra Cátia Tavares,
auxiliada pela Olga Almeida (árbitra assistente nº1),
Ana Paula Teixeira (assistentenº2) e a 4ª árbitra
Catarina Araújo.
Para além dos jogos, as árbitras tiveram também
alguns momentos de lazer.
ENTREVISTA
ANA RAQUEL BROCHADO
DE EX-ÁRBITRA DA 3ª CATEGORIA NACIONAL À ESTRUTURA DO CA DA FPF
A Ana foi árbitra de futebol durante 16 épocas, 10 das quais nos quadros da FPF, incluindo 6 na 3ª
Categoria, onde se tornou na 1ª mulher a arbitrar jogos dos quadros nacionais masculinos de futebol.
Sente que foi o momento certo de terminar essa caminhada ou gostaria de ter dado um pouco mais?
Embora ache que ainda tinha alguma coisa importante a dar à arbitragem, acho que foi o momento certo
para sair, dadas as circunstâncias. Foram 16 anos de um percurso difícil e sinuoso que me trouxe muitas
alegrias e muitos desafios. Ao fim deste tempo e com a infelicidade da descida de divisão, os meus
objetivos na arbitragem não estavam definitivamente comprometidos, mas para serem alcançáveis teria
(mais uma vez) de hipotecar outros objetivos, igualmente importantes, da minha vida pessoal e
profissional, pelo que achei que o momento deveria ser de mudança.
Atualmente faz parte da Academia de Arbitragem da FPF. Aceitar esse convite foi uma decisão fácil?
Porquê?
Não só foi fácil, como foi motivo de grande orgulho. Este convite significa que a FPF reconhece em mim a
competência para colaborar num projeto único para a formação da arbitragem em Portugal, como é o
Plano Nacional de Formação que a Academia de Arbitragem está a colocar em prática e, mais do que isso,
tem para mim a importância de permitir dar utilidade a muitos anos de dedicação genuína a uma causa.
Foi o abrir de uma "janela panorâmica" quando a porta se fechou.
Recentemente participou no 1ª Seminário de Árbitros de Futebol Feminino. Qual o seu papel nesta
ação?
Tal como referi anteriormente, tenho um papel duplo no que diz respeito à formação de arbitragem no
feminino. No caso em concreto fui eu que, em colaboração com outros elementos da Academia de
Arbitragem, estruturei o Seminário, construindo as orientações que constam do Plano Nacional de
Formação em relação ao mesmo. Por outro lado, fiquei responsável pela condução das sessões referentes
à Sociologia do Desporto e Relações Interpessoais e, assim, tive o privilégio de privar diretamente com as
9 árbitras candidatas a CF.
Como vê, atualmente, o panorama da arbitragem feminina em Portugal?
A arbitragem feminina em Portugal tem um potencial de desenvolvimento muito grande e a minha
perceção é que, pela primeira vez desde sempre, o CA da FPF assumiu para si a responsabilidade de
liderar e promover esse processo de desenvolvimento. Para que o projeto tenha futuro é preciso contar
com a colaboração de todos e temos um grupo de árbitras ávido por provar que tem muita capacidade e
valor, pelo que as expectativas para o futuro não podiam ser mais promissoras.
A sua larga experiência enquanto árbitra poderá representar um importante auxílio para as árbitras de
CF. De que forma será possível o seu contributo? Quais os objetivos a curto prazo?
Essa é a minha ambição: colocar ao serviço das árbitras a minha experiência como árbitra, quer nas
dificuldades que nos surgem dentro de campo, quer nas que temos de gerir fora de campo, por força da
nossa condição de mulher. Penso que numa fase inicial o mais relevante será aproximar-me o mais
possível da realidade de CF. Simultaneamente iniciei já a vertente da formação e no futuro talvez seja
possível avançar para um acompanhamento mais técnico ao nível das observações de campo ou outras
funções formativas.
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