FACULDADE CEARENSES
CURSO DE PEDAGOGIA
ANA PAULA SILVA CAVALCANTE
A IMPORTÂNCIA DA INFORMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL I OU
NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
FORTALEZA - CEARÁ
2013
FACULDADE CEARENCES
ANA PAULA SILVA CAVALCANTE
A IMPORTÂNCIA DA INFORMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL I OU
NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Monografia apresentada ao Curso de
Pedagogia da Faculdade Cearense, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Licenciado em Pedagogia, sob a
orientação da Professora Luiza Lúlia F.
Simões.
FORTALEZA – CEARÁ
2013
FACULDADE CEARENCE
CURSO DE PEDAGOGIA
A IMPORTÂNCIA DA INFORMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL I OU
NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
ANA PAULA SILVA CAVALCANTE
Apresentação em: ____/____/______
Conceito Obtido: ______________
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Professora Orientadora
Luiza Lúlia F. Simões
_____________________________________
_____________________________________
Dedico esta monografia a minha família e
amigos que me apoiaram em tudo e me
ajudaram a passar por esta etapa da
minha vida, pela compreensão e incentivo
dos mesmos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela coragem e força para superar obstáculos
encontrados ao longo desta caminhada.
Aos meus familiares e amigos que me acompanharam durante o
percurso
acadêmico,
motivando
com
palavras
amigas
e
gestos
de
compreensão.
A minha Professora Orientadora Luiza Lúlia Simões pela dedicação e
tempo disponibilizado para me orientar na elaboração de minha monografia.
Não podemos mudar a educação sozinhos, mas podemos
nos unir em busca de mudanças.
Ligia Bilac
RESUMO
O uso e o desenvolvimento da informática levou o computador a se tornar uma
parte do cotidiano das pessoas. A educação não deve ficar alheia a esse
processo, pois isso impõe aos profissionais envolvidos o enfrentamento de
novos e grandes desafios. Com isso a informática na educação vem sendo
utilizada como uma ferramenta pedagógica, a mesma desempenha um
importante meio de auxilio no processo de ensino e aprendizagem, tanto para o
professor como para o aluno. Diante disto, o presente trabalho vem com o
intuito de investigar e analisar como o uso da informática se torna uma
ferramenta rica e importante na aprendizagem dos alunos e buscando
compreender a importância das atividades realizadas em um espaço
informatizado para uma aprendizagem significativa e incentivando os
educadores a busca pela formação continuada, para que assim, os mesmos
não fiquem dispersos diante dos avanços tecnológicos e que possam através
dessa busca melhorar a prática educativa dentro da sala aula, fazendo com
que os alunos, despertem mais interesse pelo conteúdo e pelas atividades
realizadas. Como base para a construção da pesquisa utilizou-se referencias
bibliográficas, abordando as questões educativas e o desenvolvimento técnico
em relação à informática. Neste sentido, o computador deve ser considerado
não como um facilitador na educação, mas sim como uma ferramenta de apoio
que auxilia e facilita o trabalho do professor e do aluno, proporcionando e
abrindo espaços para o desenvolvimento de habilidades e capacidades
cognitivas, para que assim juntos, descubram e construam o conhecimento.
Palavras-chave: Informática Educativa, Formação Continuada, EnsinoAprendizagem.
ABSTRACT
The use and development of information technology has led the computer to
become a part of everyday life. Education should not be oblivious to this
process because it requires the professionals involved and facing new
challenges. With that information technology in education has been used as a
pedagogical tool, it plays an important means of assistance in the process of
teaching and learning , both for the teacher and for the student . Hence, the
present work in order to investigate and analyze how the use of computers
becomes a rich and important tool in student learning and trying to understand
the importance of the activities performed in a computerized space for
meaningful learning and encouraging educators the pursuit of continuing
education , so that , they are not scattered on technological advances and can
search through that improve educational practice in the classroom , so that
students , arouse more interest for the content and activities . As a basis for the
construction of the research used the bibliography, addressing educational
issues and technical development in relation to information technology. In this
sense, the computer should not be considered as a facilitator in education, but
as a support tool that assists and facilitates the work of teachers and students,
and providing open spaces for the development of cognitive skills and abilities,
so that together, discover and construct knowledge.
Keywords : Computers in Education , Continuing Education , Teaching and
Learning .
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1
A
10
INFORMÁTICA
APRENDIZEGEM
I
OU
EDUCATIVA
NAS
NO
SERIÉS
PROCESSO
INICIAIS
DO
ENSINO
ENSINO
FUNDAMENTAL
13
1.1 A HISTÓRIA DOS COMPUTADORES NO BRASIL
17
1.2 HISTÓRIA DA INFORMÁTICA EDUCATIVA NO BRASIL
20
2 FORMAÇÃO CONTINUADA OU CAPACITAÇÃO DO PROFESSOR
23
3 A PRÁTICA DOCENTE COM O USO DO COMPUTADOR NO
PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
4
26
A INFORMATICA EDUCATIVA NAS SERIES INICIAIS NO ENSINO
FUNDAMENTAL
29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
33
REFERÊNCIAS
35
10
INTRODUÇÃO
A informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário
educacional, sua utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no
meio social vem aumentando de forma rápida. Nesse sentido, a educação vem
passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova tecnologia.
A introdução dos computadores e da informática na escola pode ocupar
um lugar de destaque pelo poder de processamento de informação que possui.
A informática é uma ferramenta e um instrumento de mediação entre professor
e alunos, na qual permite que ambos possam construir objetos virtuais,
modelar fenômenos em quase todos os campos do conhecimento, desenvolver
a capacidade de concentração e possibilitar o estabelecimento de novas
relações para a construção do conhecimento.
O educador ao mediar um novo modo de representação do conteúdo
ensinado, além de proporcionar ao aluno uma atividade educacional oferece
também um instrumento motivador.
O desenvolvimento cognitivo do ser humano esta sendo também
mediado por dispositivos tecnológicos, onde as novas tecnologias da
informação e comunicação estão ampliando o potencial humano. Observa-se
que a informação se disponibiliza através de tecnologias cada vez mais
inovadoras, o que demanda novas formas de se pensar, agir, conviver e
principalmente aprender com e através dessas tecnologias.
É importante destacar que a tecnologia tomou conta do cotidiano das
pessoas, assim, com o crescente avanço nas diferentes áreas, pode-se
contatar que a apropriação da tecnologia torna-se imprescindível e a
necessidade de mudança e de atualização profissional faz com que os
indivíduos optem por usufruir das facilidades oferecidas pela tecnologia.
Com isto, compreende-se que o uso do computador na escola deve
acompanhar uma reflexão acerca da necessidade de mudança na concepção
de aprendizagem. Não basta a escola adquirir recursos tecnológicos, é
necessário ter professores capazes de atuar, de refletir e de criar ambientes de
11
aprendizagem na busca de contribuir para o processo de mudança do sistema
de ensino.
O interesse pela temática em questão surgiu da necessidade de se
investigar como a informática educativa pode influenciar nas atividades em sala
de aula, onde o objetivo principal da pesquisa é analisar e ao mesmo tempo
contribuir para uma melhora na prática pedagógica de ensino tendo como meio
de ajuda no processo ensino aprendizagem um dos recursos didáticos mais
avançados já existentes, a informática.
A pesquisa em questão foi realizada através de cunho bibliográfico, onde
por meio de pesquisas pode se observar o quão é interessante e benéfica para
o educador e também para o educando a utilização da informática no processo
ensino aprendizagem, pois o mesmo poderá contribuir bastante para uma
melhor socialização entre ambos (Professor e Aluno) e fará com que os alunos
absorvam melhor e despertem um grande interesse pelo conteúdo trabalhado.
Portanto, a informática pode e deve ser utilizado de forma a contribuir
com o trabalho do professor como uma ferramenta pedagógica capaz de
proporcionar cada vez mais conhecimentos aos alunos e de forma mais rápida
e o que é muito importante: atualizadíssima.
Por isso, os objetivos delineados neste trabalho, enfatizam a importância
da informática educativa no processo ensino aprendizagem dos alunos, onde a
mesma pode influenciar de forma positiva no desenvolvimento cognitivo e
lógico das crianças.
Como afirma FLORES (1996) “A Informática deve habilitar e dar
oportunidade ao aluno de adquirir novos conhecimentos, facilitar o processo
ensino/aprendizagem, enfim ser um complemento de conteúdos curriculares
visando o desenvolvimento integral do indivíduo.”.
Contudo, o presente trabalho consiste em quatro capítulos, onde no
primeiro capitulo será retratado sobre a informática no processo ensino
aprendizagem e abordará sobre a história do surgimento do computador no
Brasil e a Historia da informática educativa no Brasil.
12
Em seguida, será abordada a formação continuada ou capacitação
profissional do educador, onde serão verificados seus desafios e a
conscientização de suas ações dentro de sala de aula.
Será abordada a prática docente no processo ensino-aprendizagem com
o uso do computador, onde será questionada a qualidade da educação a partir
da introdução da informática no processo de construção de conhecimento. E
por fim, se abordará sobre a informática educativa nas series iniciais do ensino
fundamental, qual sua importância e os benefícios desta nova prática
pedagógica de ensino.
13
1A
INFORMATICA
APRENDIZAGEM
EDUCATIVA
NO
PROCESSO
ENSINO
O grande avanço da informática tem trazido significativas contribuições
para o progresso cultural e científico, principalmente quando possibilita o
suporte tecnológico para congregar e difundir o conhecimento. A educação vive
um processo de constante evolução. Seja esta evolução pedagógica,
tecnológica, social, de conhecimento e outras formas de se manifestar. Em
alguns momentos esta evolução é demorada e em outros ela se dá mais
rapidamente. A escola tradicional que conhecemos com o quadro negro, giz,
livro, mimeógrafo está se obrigando a acompanhar estas formas de evoluções
e aos poucos abrindo espaços para novas metodologias e ferramentas
pedagógicas (retroprojetor, televisão, videocassete, computador).
A escola, hoje em dia, vive em uma sociedade cheia de informações
instantâneas, superficiais e fragmentada, marcada por um período efêmero. Os
computadores entram no ambiente escolar dentro de um campo mais amplo,
que é a informática. Baseado nessas mudanças, (MORAN, 2000, p. 139)
afirma que “não é a tecnologia que vai resolver ou solucionar o problema
educacional do Brasil,
poderá
colaborar, no entanto,
se for usada
adequadamente, para o desenvolvimento educacional de nossos estudantes”.
A sociedade contemporânea passou e vem passando por diversas
mudanças em todas as áreas do conhecimento, mudanças essas que
produzem meios de comunicação sofisticados, provocando uma profunda
modificação nas atitudes, condutas, costumes e tendências no mundo inteiro.
O crescimento acelerado das tecnologias da informação e comunicação
impulsiona o processo de mudança comportamental no país e com isso, a
população acaba sendo “obrigada” a se adaptar para se manterem no mercado
de
trabalho
competitivo.
Essas
mudanças
valorizam
ainda
mais
o
conhecimento, tornando-se uma necessidade sua valorização. As novas
tecnologias produzem ferramentas que nos auxiliam na organização e
disseminação do conhecimento através de processos de ensino-aprendizagem.
14
As novas tecnologias da informação computacional interferem na prática
de
atividades
científicas e
empresariais,
influenciando
diretamente
e
indiretamente os conteúdos e atividades educacionais que também seguem a
tendência tecnológica. Pode-se afirmar que o desenvolvimento de sistemas
computacionais com fins educacionais e com isto, acompanhou a evolução dos
computadores.
No final da década de 1950 que se deu o uso dos primeiros
computadores na área da educação, as suas possibilidades tecnológicas da
época, conhecido como “instrução programada” foi á base para os primeiros
sistemas e representava uma automatização do processo de ensino
aprendizado. (VALENTE, 1993).
Nos dias de hoje, existem grandes avanços tecnológicos, principalmente
na área de inteligência artificial (IA), possibilitando uma intuitiva sofisticação de
recursos interativos nos sistemas computacionais educativos. Fundamentado
no paradigma instrucionista onde o controle reservado ao estudante são raros,
um novo paradigma educacional começou a orientar o desenvolvimento de
sistemas computacionais aplicados no uso da educação, baseado nas idéias
construcionistas. Essas ideias, a autonomia de iniciativa e controle do
estudante em ambiente computacional é entendida como a construção pessoal
do conhecimento. (ALMEIDA, 1987)
A versão moderna dos computadores surge na década de 1980, datam
desta época as primeiras experiências de uso do computador em sala de aula.
Muitas dessas experiências mostraram falhas na infraestrutura ou pela falta de
clareza das diferenças entre informática na educação e educação em
informática. Nesta época era muito difícil distinguir informática na educação de
educação em informática já que a primeira implicava necessariamente numa
prévia passagem pela segunda.
A partir da década de 1990 foram desenvolvidos softwares e formas de
conteúdo cada vez mais simples aos usuários. Esses softwares foram se
tornando cada vez mais fáceis de usar, como consequência, mais pessoas
podiam produzir ou usar ferramentas computacionais em seu ramo de atividade
sem que para isso, tivessem de se tornar especialistas na área. Nesta mesma
15
época, o uso da informática na educação começou a distinguir-se mais
claramente da educação em informática. Mas foi com a revolução da internet,
que o computador passou a ser cada vez mais indispensável no processo de
ensino aprendizagem.
Nesse contexto, a informática na educação deixa de ser um diferencial
para se tornar um elemento chave entre pertencer a uma sociedade cada vez
mais globalizada ou conectada ou estar alienado a esse mundo. Outro
fenômeno observado desde os seus primórdios é a incrível penetração que a
informática tem no imaginário infantil, neste contexto consideramos os vídeo
games como elementos também pertencentes à revolução da informática.
Criando um mundo alternativo, muitas vezes fantástico e distante da realidade,
os games exercem um fascínio sobre crianças e adolescentes.
Entender esse fenômeno e saber utilizá-lo em prol da educação é um
dos desafios impostos aos educadores modernos. Softwares educativos (jogos
e animações) podem ser utilizados na educação de maneira geral, pois é um
material que consegue inserir o aluno em situações que os façam refletir,
interagir, fazer parte da alguma simulação do real, induzindo-os a buscar
soluções ou hipóteses a serem testadas. Esse processo resultará no aumento
dos mais variados saberes, além de proporcionar momentos de interação/lazer,
tornando o ato da aprendizagem mais interessante e motivador. (MORAES,
1997).
Com todo esse desenvolvimento é imposta à obrigação aos profissionais
envolvidos em educação de se tornarem indivíduos capazes de atender as
mais variadas exigências. Isso faz com que o sistema educação seja cobrado,
sendo exigida uma formação completa, onde o indivíduo seja capaz de lidar
com as mais variadas situações.
Para isso, a escola tem de desdobrar-se para atender a grande
demanda de exigências, e caso ela não dê conta de tais responsabilidades,
essa escola será considerada incapacitada e inadequada para formar o
“cidadão capaz”. Contudo, faz-se necessário investir em conhecimentos,
tecnologia, manejo de informação, e, sobretudo, profissionais capacitados para
a mediação dos conhecimentos. Sem sombra de dúvida, a educação vem se
16
transformando num elemento de importância capitalista, mas que precisa ser
firmada em pilares não desprovido de valores morais e éticos, visto que vive
implícita nesse processo de inclusão tecnológica, uma luta contra a exploração
injusta da classe dominante sobre a classe menos privilegiada.
A educação sob o ponto de vista da aprendizagem transforma o
conhecimento em cooperação e criatividade, estimulando a liberdade e a
coragem para transformar o aprendiz em protagonista da sua aprendizagem.
Portanto, pode-se afirmar que a concepção dessa escola ideal ainda
está um pouco distante da maioria da população devido à desarmonia que há
na política, economia, educação e cultura. Mas, a partir desses problemas
surgem outros questionamentos que merecem atenção. Devido à realidade
inevitável e cada vez mais próxima da informatização da sociedade surgem
algumas preocupações com respeito ao papel do professor e ao uso de meios
tecnológicos em sala da aula. (VALENTE, 1996).
Ao se trabalhar com estas novas tecnologias ou seja, com as propostas
curriculares voltadas para o ensino da informática, não se deve, em hipótese
alguma se iludir com toda a fascinação criada por este mundo virtual, sendo
preciso dosar o trabalho. O professor não deve também ignorar o mundo de
contato pessoal, o livro, o quadro negro. Enfim, a educação deve evoluir, mas
manter o que está dando resultados positivos e o tempo revelará que tipos de
educação terão, porém, se terá o poder de manipular alguns aspectos do
presente para que mais adiante tenhamos bons resultados.
Deve-se encarar as novas tecnologias como aliados subordinados aos
corpos de aprendizes e educadores, e não uma arma mortífera ou apenas algo
intangível que não se tornará uma realidade.
17
1.1 - A HISTÓRIA DOS COMPUTADORES NO BRASIL
A informática brasileira desenvolveu-se em duas etapas. A primeira, de
1958 até 1975, caracterizada pela importação de tecnologia de países de
capitalismo avançado, principalmente dos Estados Unidos. O processamento
eletrônico de dados era realizado basicamente em computadores de grande
porte, localizados em grandes empresas e universidades, bem como em
órgãos governamentais e agências de serviços.
Não havia fabricantes nacionais, embora, já na década de 1970, o
volume de vendas tinha justificado a instalação das primeiras montadoras
multinacionais no Brasil. Lentamente, porém, começou a desenvolver-se uma
competência
tecnológica
nacional,
a
partir
do
trabalho
de
algumas
universidades, como a Universidade de São Paulo (USP), a Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e a Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP).
Em 1972, foi construído na USP o “Patinho Feio”, o primeiro computador
nacional, seguido, em 1974, do projeto G-10, na USP e na PUC do Rio de
Janeiro,
incentivado
pela
Marinha
de
Guerra,
que
necessitava
de
equipamentos para seu programa de nacionalização de eletrônica de bordo.
O interesse de vários segmentos da sociedade brasileira, notadamente
os militares e os meios científicos, buscando atingir melhor independência
tecnológica para a informática brasileira, levou à criação, em 1972, da Capre
(Comissão de Coordenação das Atividades de Processamento Eletrônico), com
o objetivo de propor uma política governamental de desenvolvimento do setor.
Em 1974, foi criada a primeira empresa brasileira de fabricação de
computadores, a Cobra (Computadores Brasileiros S.A.) uma estatal que
recebeu a missão de transformar o G-10 em um produto nacional.
A segunda etapa do desenvolvimento da informática brasileira
caracterizou-se pelo crescimento de uma indústria nacional. Iniciou-se em
1976, com a restruturação da Capre e a criação de uma reserva de mercado na
faixa de minicomputadores, para empresas nacionais, além da instituição do
controle
das
importações.
Os
primeiros
minicomputadores
nacionais,
18
inicialmente utilizando tecnologia estrangeira, passaram a ser fabricados por
cinco empresas autorizadas pelo governo federal.
A partir de 1979, a intervenção governamental no setor foi intensificada,
com a extensão de reserva de mercado para microcomputadores e com a
criação da SEI (Secretaria Especial de Informática), ligada ao Conselho de
Segurança Nacional, que é desde então, o órgão superior de orientação,
planejamento, supervisão e fiscalização do setor.
Em 1984 foi sancionada a lei nº 7232, que fixou a Política Nacional de
Informática e com a qual se oficializou a reserva para alguns segmentos do
mercado, inclusive software, com duração limitada de oito anos. Com tais
mecanismos de fomento, a informática nacional chegou a atingir taxas de
crescimento de 30% ao ano em meados da década de oitenta. O país alcançou
em 1986 a Sexta posição no mercado mundial da informática, sendo o quinto
maior fabricante; além do Japão e do E.U.A., é o único país capaz de suprir
mais de 80% de seu mercado interno.
A mais recente etapa do desenvolvimento da informática do Brasil teve
início em 1990, com uma série de modificações introduzidas na PNI, com o
intuito de adequá-la às políticas econômicas ditas “liberalizadas” de maior
abertura ao mercado externo, postas em prática pelo governo Collor.
Estas medidas de “flexibilização”, como foram chamadas, procuraram
atender às reclamações oriundas de diversos setores industriais que
protestavam contra o atraso tecnológico brasileiro e contra os altos preços
provocados pela reserva; procuravam também atender aos interesses dos
países
desenvolvidos
que
chegaram
estabelecer
sanções
comerciais
temporárias contra o Brasil, em virtude da falta de abertura do mercado
nacional para concorrência comercial do exterior. Aqueles países exigiam
também o fim do que consideravam violações de seus direitos tecnológicos,
como a prática indiscriminada de cópia ilegal de equipamentos e de software.
Embora os setores protegidos pela PNI (Politica Nacional de Informática)
não tivessem sido desmontados, de a própria lei estabelecer um prazo máximo
de vigência, ocorreram abrandamentos nos dispositivos legais que regiam as
19
importações de software e hardware, a taxação aduaneira, a limitação de
quotas de importação de insumos industriais, pagamento de conta de
tecnologia, a formação de jointventures com empresas estrangeiras, afixação
de similaridades.
A Secretaria Especial de Informática (SEI) foi extinta e a atribuição de
dirigir a política no setor, embora ainda vinculado ao mesmo, passou na prática
para o âmbito da Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia.
20
1.2 - HISTORIA DA INFORMATICA EDUCATIVA NO BRASIL
A história da informática na educação no Brasil data de mais de 20 anos.
Deu-se inicio nos anos 1980, sendo considerada por órgãos governamentais
como um fator para promover o avanço cientifico e tecnológico da sociedade e
se estabeleceu através de diversas atividades e programas, permitindo que
essa área hoje tenha uma identidade própria e raízes sólidas. (LEVY, 1997)
A partir de 1985 o governo passou a intensificar os investimentos na área
de educação nos níveis fundamental e médio para suprir a falta de recursos
humanos capacitados. Para atender seus objetivos, a SEI da época
desencadeou ações, cujo intuito era viabilizar a utilização de recursos
computacionais nas atividades de diversas áreas intersetoriais como educação,
saúde, cultura e outros. Com isso, a Secretaria de Informática acreditava que a
educação era o setor mais promissor para promover um grande avanço
cientifico e tecnológico da sociedade.
A implantação do programa de informática na educação do Brasil se inicia
com o primeiro e segundo Seminário Nacional de Informática em Educação,
realizados na Universidade de Brasília em 1981 e na Universidade Federal da
Bahia em 1982. Esses seminários estabeleceram um programa de atuação que
originou o Projeto Educação e Comunicação (EDUCOM), com o objetivo de
realizar estudos e experiências em informática na educação e com uma
sistemática de trabalho diferente de quaisquer outros programas educacionais
iniciados pelo Ministério de Educação (MEC). (OLIVEIRA, 1997).
A proposta do Projeto EDUCOM se baseia em levar computadores às
escolas
públicas
brasileiras
e
seu
principal
objetivo
é
estimular
o
desenvolvimento da pesquisa multidisciplinar voltada para a aplicação das
tecnologias de informática no processo de ensino-aprendizagem e desenvolver
um experimento sobre a utilização do computador na educação básica,
avaliando os efeitos que essas tecnologias trariam à aprendizagem, à postura
do professor e à organização escolar. Com este fim, a Comissão Especial de
Informática da Educação (CE/IE) elaborou e aprovou, em 1983, o Projeto
EDUCOM.
21
A decisão dos pesquisadores foi de que as politicas a serem implantadas
deveriam ser fundamentadas em pesquisas pautadas em experiências
concretas, utilizando as escolas publicas e prioritariamente o ensino médio.
Essas foram às bases do Projeto EDUCOM realizado em cinco universidades
federais brasileiras.
O Projeto EDUCOM teve um papel fundamental no processo de inserção
das novas tecnologias nas escolas brasileiras, através do desenvolvimento de
pesquisas, da formação de recursos humanos, além da produção de artigos,
teses, dissertações e softwares educativos.
Considerando os resultados do Projeto EDUCOM, o MEC criou, em 1986, o
Programa de Ação Imediata em Informática na Educação de 1o e 2o grau,
destinado a capacitar professores (Projeto FORMAR) e a implantar
infraestruturas de suporte nas secretarias estaduais de educação (Centros de
Informática Aplicada à Educação de 1o e 2o grau - CIED), escolas técnicas
federais (Centros de Informática na Educação Tecnológica - CIET) e
universidades (Centro de Informática na Educação Superior - CIES). Competia
a cada secretaria de educação e a cada instituição de ensino técnico e/ou
superior definir pedagogicamente sua proposta. (OLIVEIRA, 1997)
Foram implantados em vários estados da Federação 17 CIEDs (1988-89),
nos quais grupos interdisciplinares de educadores, técnicos e especialistas
trabalhavam com programas computacionais de uso/aplicação de informática
educativa. Esses centros atendiam a alunos e professores do fundamental I e II
e à comunidade em geral e foram irradiadores e multiplicadores da telemática
na rede pública de ensino.
A Organização dos Estados Americanos – (OEA), em 1988, convidou o
MEC para avaliar o projeto de Informática Aplicada à Educação Básica do
México. Isso fez o MEC e a OEA formularem um projeto multinacional de
cooperação técnica e financeira, integrado por oito países americanos, que
vigorou entre 1990 e 1995.
A sólida base teórica sobre informática educativa no Brasil existente em
1989 possibilitou ao MEC instituir através da Portaria Ministerial n. 549/89, o
22
Programa Nacional de Informática na Educação – (PRONINFE), com o objetivo
de desenvolver a informática educativa no Brasil, através de atividades e
projetos articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica,
sólida e atualizada, de modo a assegurar a unidade política, técnica e científica
imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos envolvidos.
Apoiado em dispositivos constitucionais relativos à educação, ciência e
tecnologia, o PRONINFE visava: promover o desenvolvimento da informática
educativa e seu uso nos sistemas públicos de ensino (Fundamental I e II,
Ensino Médio e educação especial); fomentar o surgimento de infra-estrutura
de suporte nas escolas, apoiando a criação de centros, subcentros e
laboratório; capacitar contínua e permanentemente professores. O Programa
previa crescimento gradual da competência tecnológica referenciada e
controlada por objetivos educacionais, amparado num modelo de planejamento
participativo que envolvia as comunidades interessadas. Os objetivos e metas
do PRONINFE foram formulados em sintonia com a política nacional de ciência
e tecnologia da época. (OLIVEIRA, 1997).
23
2 – FORMAÇÃO CONTINUADA OU CAPACITAÇÃO DO PROFESSOR
A formação do professor para a utilização da informática nas práticas
educativas não tem sido priorizada tanto quanto a compra de computadores de
ultima geração e de programas educativos pelas escolas transparecendo a
ideia de que os equipamentos sozinhos podem melhorar a qualidade das
práticas educativas.
O computador é uma ferramenta que pode auxiliar o professor a promover
aprendizagem, autonomia, criticidade e criatividade do aluno. Mas para isso, é
necessário que o professor assuma o papel de mediador da interação entre
aluno, conhecimento e computador, o que logo supõe-se uma formação
adequada para o exercício deste papel. (FAZENDA, 1993).
Embora a informática não seja a alavanca principal da transformação
escolar, ela pode ser encarada como motivadora da reflexão. Não há softwares
que propiciem adequadamente o desenvolvimento cognitivo-afetivo dos alunos,
é ao professor que cabe este papel.
Para que se torne possível esta prática, o professor precisa se
conscientizar que a formação continuada prevê e propõe essas ações, onde o
mesmo tenha a oportunidade de participar de momentos em que possa
analisar a sua atuação em sua sala de aula, e que possa repensar e refletir
sobre tal prática.
O desenvolvimento de novas tecnologias de informação provoca mudanças
na sociedade em todas as áreas, inclusive na educação. Diante disto, o
professor para utilizar o computador como ferramenta educacional, necessita
de uma formação que o capacite para o desempenho das atividades que
contribuam para a construção do conhecimento dos alunos.
Inserir a informática na educação não é apenas adquirir equipamentos e
programas de computadores para a escola, o sucesso e a eficácia de um
projeto educacional com a utilização da informática, exige capacitação e/ou
24
formação continuada os profissionais da educação diante da realidade e do
contexto educacional. (FLORES, 1996).
O processo de capacitação dos profissionais da educação deve englobar
conhecimentos básicos de informática, conhecimentos pedagógicos, integração
das tecnologias com as propostas pedagógicas, formas de gerenciamento da
sala de aula com os novos recursos tecnológicos, revisão das teorias de
aprendizagem, didática e projetos multi, inter e transdisciplinares.
O educador será capaz de incorporar a informática como recurso
pedagógico, planejando com segurança aulas mais criativas e dinâmicas em
que haja integração da tecnologia com a proposta de ensino planejada.
A sociedade requer pessoas criativas e com capacidade para criticar
construtivamente, nesta perspectiva, a preparação do professor é fundamental
para que a educação deixe de ser baseada na transmissão da informação e
seja baseada na construção de conhecimento e o professor com isto, precisa
ser formado para torna-se o facilitador e o mediador dessa construção.
(GOUVÊA, 1999).
Diante disto, Stahl (2008, p.299) diz que
Os professores precisam entender que a entrada da sociedade na era
da informática exige habilidades que não tem sido desenvolvidas na
escola, e que a capacidade das novas tecnologias de propiciar
aquisição de conhecimento individual e independente implica num
currículo mais flexível, desafia o currículo tradicional e a filosofia
educacional predominante, e depende deles a condução das
mudanças necessárias.
A
formação continuada e/ou capacitação não se trata apenas de
reciclagem do professor em relação à evolução dos conceitos que ensina e das
novas técnicas e recursos pedagógicos, mas também da qualificação para
desempenhar novas funções. Assim o que se aponta não é apenas o
aperfeiçoamento do educador, mas também a transformação nos processos
educacionais.
25
Com base nessas ideias, Nóvoa (1992, p.29) diz que
Para formação de professores, o desafio consiste em conceber a
escola como um ambiente educativo, onde trabalhar e formar não
sejam atividades distintas. A formação deve ser encarada como um
processo permanente, integrado no dia-a-dia dos professores e das
escolas, e não como uma função que intervem á margem dos
projetos profissionais e organizacionais.
Ao se pensar nas alterações que a adoção de novas tecnologias
promovem na prática docente, faz-se necessário pensar na pessoa do
professor e em sua formação que, não se dá apenas durante o seu percurso
nos cursos de formação de professores, mas, durante todo o seu caminho
profissional, dentro e fora da sala de aula.
Faz-se necessário que o profissional tenha tempo e oportunidades de
familiarização com as novas tecnologias educativas, suas possibilidades e
limites para que, na prática, possa fazer escolhas conscientes sobre o uso das
formas mais adequadas ao ensino de um determinado tipo de conhecimento,
em um determinado nível de complexidade, para um grupo específico de
alunos.
A diferença didática não está no uso ou não uso das novas tecnologias,
mas na compreensão das suas possibilidades. Mais ainda, na compreensão da
lógica que permeia a movimentação entre os saberes no atual estágio da
sociedade tecnológica. (GATTI, 1993)
O Ministério da Educação (MEC) oferece programas aos educadores
para o aprimoramento e aperfeiçoamento dos mesmos perante aos avanços
tecnológicos na educação. Diante disto o Plano Nacional de Formação de
Professores da Educação Básica (PARFOR) é uma ação estratégica do MEC,
resultante de um conjunto de ações que se concretizam mediante o princípio
de colaboração com as Secretarias de Educação dos Estados e Municípios e
as Instituições de Educação Superior neles sediadas. Serve para elevar o
padrão de qualidade da formação dos professores das escolas públicas da
educação básica no território nacional.
26
Portanto, a importância da educação continuada para professores
mediante a formação de um grupo de estudos, articulado, por meio da
aprendizagem colaborativa, a integração da tecnologia de computadores ao
ensino. Parte-se da ideia de que a produção do conhecimento necessita ser
vista como uma construção social em ambientes que propiciem a interação, em
que um grupo necessita trabalhar em conjunto para alcançar seus objetivos.
A escola como um ambiente de formação, pode beneficiar-se da
aprendizagem colaborativa, cujos fundamentos são a participação ativa e a
interação tanto dos alunos como dos professores.
27
3 - A PRÁTICA DOCENTE COM O USO DO COMPUTADOR
A Informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário
educacional. Sua utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no
meio social vem aumentando de forma rápida, nesse sentido, a educação vem
passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova tecnologia.
Nos dias atuais o uso do computador no processo da prática pedagógica já é
uma realidade e também uma grande conquista das escolas, pois pode-se
encontrar tanto em escolas da rede particular quanto á rede de ensino publico.
O uso do computador na prática pedagógica de ensino tem sido alvo de
inúmeros questionamentos e debates, o que se discute não é o instrumento em
questão, mas sim a maneira em que se vai emprega-lo, que depende de uma
concepção filosófica e de uma teoria de aprendizagem de acordo com a
concepção de educação, o computador assumirá um determinado papel na
relação entre o aluno, o conhecimento e o professor. (ALMEIDA, 2001).
No entanto, o computador não substitui o professor, o mesmo é apenas
mais um recurso de que estes utilizam para atingir os objetivos propostos para
melhorar a qualidade de ensino. Da mesma forma em que os livros, vídeos
educativos e filmes, o computador não é usado somente para motivar os
alunos e fazer com que isso, os mesmos participem mais de trabalhos
escolares, assim como os outros recursos, o computador é um instrumento de
comunicação de dados. (MORAN, 1995).
A informática deve ser vista como um instrumento de interação com o
educando, a fim de proporcionar um ambiente experimental, o que significa que
o ambiente de aprendizagem e descoberta que o educando vivencia nas
experiências de investigação da aprendizagem que por fim, acabam gerando o
conhecimento. Portanto, os softwares educativos podem ser extremamente
proveitosos se utilizados no processo experimental da aprendizagem.
Desta forma, Marques (1986, p.17) afirma que
A relação de ensino é uma relação de comunicação por excelência,
que visa a formar e informar; e instrumentos que possam se encaixar
nesta dinâmica tem sempre a possibilidade de servir ao ensino. Livro,
vídeo, fotografia, computador e outros são formas de comunicar
conhecimentos e, como tais, interessam à educação.
28
A inserção do computador na educação gerou e ainda gera uma
determinada revolução nas teorias sobre a relação de ensino-aprendizagem
existente anteriormente.
As inovações tecnológicas exigem do individuo a capacidade de se
adaptar as transformações da sociedade, é necessário que disponha de
recursos tecnológicos que possam atender aos alunos de acordo com as
exigências pedagógicas necessárias à atualidade e neste contexto, surge a
informática educativa.
De acordo com Valente (1993, p.26)
O processo que coloca o computador e sua tecnologia a serviço da
educação. Portanto, todos os aspectos e as variáveis neste método
deverão estar subordinados à consideração de que a essência da
informática Educativa é de natureza pedagógica, buscando assim
melhorias das metodologias de ensino-aprendizagem de forma a
levar o aluno a aprender, e o professor a orientar e auxiliar esta
aprendizagem, tornando-o apto a discernir sobre a realidade e nela
atuar.
Nesse sentido, o papel do educador não é somente o de transmitir
informações, o mesmo se torna facilitador e mediador da construção do
conhecimento. O computador passa a ser o aliado do professor na
aprendizagem, proporcionando transformações no método de aprendizagem
dos alunos.
A vantagem do uso do computador na educação é unicamente pelo seu
apelo visual. Não se trata somente de uma técnica para transmitir aos alunos
conteúdos, significa também que a escola precisa repensar o seu tempo, seu
espaço, sua forma de lidar com os conteúdos e com a informação. Significa
pensar na aprendizagem como um processo global e complexo, de fato
conhecer a realidade.
Segundo Fagundes (1999, p.18)
Se o ser humano deixa de ser uma criança perguntadora, curiosa,
inventiva, confiante em sua capacidade de pensar, entusiasmado por
explorações e por descobertas, persistente nas suas buscas de
soluções, é porque nós, que o educamos, decidimos “domesticar”
essa criança, em vez de ajuda-la a aprender, a continuar aprendendo
e descobrindo.
29
Na escola o computador deve ser usado não como um substituto do
professor, mas como mais um recurso auxiliar. O computador pode ser
utilizado de varias formas e para diversos fins.
São inúmeros os benefícios da introdução do computador no processo de
ensino aprendizagem, além da possibilidade do mesmo ser útil para o
desenvolvimento de novas competências cognitivas.
Para Valente (1999, p.83)
A analise de diferentes usos do computador na educação nos permite
concluir dois resultados importantes. Primeiro, que o computador
pode tanto passar informação ao aprendiz quanto auxiliar o processo
de construção do conhecimento e de compreensão do que fazemos.
Segundo, que implementar computadores nas escolas sem o devido
preparo de professores e da comunidade escolar não trará os
benefícios que esperamos.
A intermediação do professor neste processo torna-se fundamental para
direcionar os conteúdos e demonstrar onde e como procurar assuntos
relevantes para o entendimento de conteúdos dados em sala de aula. O
educador que tem uma atitude de equilíbrio e confiança ajuda os alunos a
evoluir no processo de aprendizagem.
Portanto, o computador não deve ser visto unicamente como uma mera
maquina de escrever ou apenas como um transmissor de informações, o
mesmo deve ser uma maquina que interage com o aluno, fazendo com que
haja construção de conhecimento.
O computador possui um grande papel dentro do ambiente escolar, o
papel de potencializar o processo de aprendizagem, possibilitando este fato de
uma maneira moderna, lúdica e interessante. Não há como viver alheio à
utilização da informática.
Os processos de informação e informatização estão cada vez mais
presentes em todas as atividades humanas, por isso a informática deve ser
utilizada cada vez mais no processo educativo, pois além de uma excelente
ferramenta educacional e um instrumento mediador da construção do
conhecimento, é uma tecnologia indispensável para o desenvolvimento das
atividades humanas no século 21.
30
4 - A INFORMATICA EDUCATIVA NAS SERIES INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Uma das tentativas de se repensar a educação tem sido feita por
intermédio da introdução do computador na escola. Entretanto, a utilização do
computador na educação não significa, necessariamente, o repensar da
educação. O computador usado como meio de passar a informação ao aluno
mantém a abordagem pedagógica vigente, informatizando o processo
instrucional e, portanto, conformando e fossilizando a escola. Na verdade, tanto
o ensino tradicional quanto sua informatização prepara um profissional, de
modo a não se tornar obsoleto.
Com isso, o computador tem provocado uma revolução na educação por
causa de sua capacidade de "ensinar". Existem várias possibilidades de
implantação de novas técnicas de ensino e contamos, hoje, com o custo
financeiro relativamente baixo para implantar e manter laboratórios de
computadores, cada vez mais exigido tanto por pais quanto por alunos.
A informática trouxe benefícios para o setor educacional, onde houve
uma maior interação entre aluno/professor/computador, tornando o mesmo, um
recurso no processo de mediação do conhecimento. O trabalho a ser
desenvolvido com alunos das séries iniciais do ensino fundamental, sugere o
uso da informática como fonte inovadora do processo de aprendizagem,
visando um melhor aproveitamento e rendimento das atividades desenvolvidas.
(VALENTE, 1993).
A utilização da informática na área da educação é mais complexa do que
a utilização de outro recurso didático conhecido, sendo muito diferente em
função da diversidade dos recursos disponíveis. É possível se comunicar,
pesquisar, criar desenhos, efetuar cálculos e muito outras ações. Segundo
GATTI (1993), a introdução dos microcomputadores na sala de aula pode
representar uma possibilidade mais eficaz de lidar com alguns tópicos do
ensino, e que o enriquecimento constante dessa tecnologia talvez permita
ampliar e flexibilizar a sua utilização enquanto instrumento de ensino e
aprendizagem, podendo ainda o professor fazer modificações importantes e
interessantes e alterar o próprio processo de aprendizagem.
31
O computador é a ferramenta que permite ao aluno realizar uma série de
tarefas, das mais simples, como produzir uma carta, até as mais complexas,
como a resolução de problemas sofisticados em matemática e ciências. Nesse
sentido, o computador passa a ter uma função maior do que simplesmente
passar informação, o mesmo passa a ser uma ferramenta em que o aluno usa
para realizar uma tarefa.
Nessa situação o aluno descreve as suas ideias para a máquina (na
forma de um programa), em seguida, a máquina executa "essa ideia" e o
resultado pode ser analisado. Se o resultado não é o esperado, certamente o
aluno será instigado a refletir sobre o seu trabalho. Do mesmo modo, o
professor, através do trabalho do aluno, terá mais recursos para entender o
que o aluno conhece e o que desconhece sobre um determinado assunto,
conhecer o estilo de trabalho do aluno, bem como seus interesses, frustrações.
(VALENTE, 1993).
O computador é constituído por uma linguagem lógico-simbólica, não é
correto que prematuramente force a criança a pensar de forma abstrata sem
ainda estar vivendo o período das operações formais. Segundo Papert (1988) o
uso de computadores por estudantes, que devem aprender a usá-lo o quanto
antes, pois correm o risco de ficarem atrasados em relação aos alunos que
fazem uso do computador de forma efetiva, considerando-se o avanço
tecnológico e os benefícios dessa utilização para a aprendizagem humana.
Por outro lado, o computador apresenta recursos importantes para
auxiliar o processo de mudança na escola: a criação de ambientes de
aprendizagem que enfatizam a construção do conhecimento e não a instrução.
Isso implica entender o computador como uma nova maneira de representar o
conhecimento, provocando um redimensionamento dos conceitos básicos já
conhecidos e possibilitando a busca e compreensão de novas ideias e valores.
Usar o computador com essa finalidade requer a análise cuidadosa do que
significa ensinar e aprender demanda rever a prática e a formação do professor
para esse novo contexto, bem como mudanças no currículo e na própria
estrutura da escola. (José A. Valente NIED-UNICAMP e CED-PUCSP).
O computador é apenas uma ferramenta, sozinho, não é capaz de
trazer avanços educacionais. Uma escola que resolve utilizá-lo como recurso
didático necessita de bons professores, os quais estejam preparados e
32
treinados para utilizar os recursos oferecidos por este sistema tecnológico de
forma significativa. (VALENTE, 1999)
Diante disto percebe-se que a utilização de qualquer software para os
alunos usarem não traz benefícios algum e não gera aprendizado. É importante
que a escola tenha um projeto pedagógico que envolva a utilização do
computador e seus recursos. O aluno não pode ser um mero digitador, mas
sim, deve ser estimulado a produzir conhecimentos com o uso do computador.
Neste sentido, o professor deve agir como um orientador do projeto que está
sendo desenvolvido.
Entre os softwares úteis à educação escolar podemos destacar o
Sherlock, por sua proximidade com a realidade e a qualidade atribuída a ele
em várias experiências em sala de aula. Trata-se de um software desenvolvido
por David Carraher, professor doutor e sociólogo da UFPE onde o detetive
Sherlock Holmes das historias policiais é desafiado a desvendar palavras que
completam o texto. O Sherlock é apenas um exemplo de inúmeros outros
existentes.
Programas de processamento de texto, planilhas, manipulação de banco
de dados, construção e transformação de gráficos, sistemas de autoria,
calculadores numéricos, são aplicativos extremamente úteis tanto ao aluno
quanto ao professor. Talvez estas ferramentas constituam uma das maiores
fontes de mudança do ensino e do processo de manipular informação. As
modalidades
de
softwares
educativos
descritas
acima
podem
ser
caracterizadas como uma tentativa de computadorizar o ensino tradicional.
(VALENTE, 1999).
Segundo Valente, o computador pode ser usado na educação como
máquina de ensinar ou como ferramenta para ensinar. O uso do computador
como máquina de ensinar consiste na informatização dos métodos de ensino
tradicionais. Do ponto de vista pedagógico, esse é o paradigma instrucionista.
Nesse caso, o computador tem a finalidade de facilitar a construção dessas
“paredes", fornecendo "tijolos" do tamanho mais adequado, em pequenas
doses e de acordo com a capacidade individual de cada aluno (VALENTE
1999).
O conhecimento por meio do computador tem sido denominado por
Papert de construcionismo. O termo foi usado para mostrar outro nível de
33
construção do conhecimento: a construção do conhecimento que acontece
quando o aluno constrói um objeto de seu interesse, como uma obra de arte,
um relato de experiência ou um programa de computador (PAPERT, 1986).
Como toda tecnologia, a introdução dos computadores na educação
apresenta aspectos positivos e negativos. Para que uma instituição escolar
introduza a informática, é preciso ter em primeiro lugar um plano pedagógico,
onde serão discutidos os objetivos de sua utilização como ferramenta educativa
e a escolha do software educativo que possa ser usado para ajudar a atingir
mais fácil e eficientemente os objetivos educacionais, não deixando, portanto,
que o computador se torne um brinquedo.
Contudo, a informática na escola é fundamental, tanto para alunos
quanto para professores. Essa nova tecnologia tornou-se um importante meio
de estudo e pesquisa. Os alunos do ensino fundamental ao utilizarem o
computador entram em um ambiente multidisciplinar e interdisciplinar, ou seja,
ao invés de apenas receberem informações, os alunos também constroem
conhecimentos, formando assim um processo onde o professor educa o aluno
e ao educar é transformado através do diálogo com os alunos. (LEVY, 1994).
Cada geração inventa, cria, inova e a educação tem seu processo
também de criação, invenção e inovação, principalmente no campo do
conhecimento. É preciso evoluir para se progredir, e a aplicação da informática
desenvolve os assuntos com metodologia alternativa, o que auxilia o processo
de aprendizagem. O papel então dos professores não é apenas o de transmitir
informações, é o de facilitador, mediador da construção do conhecimento.
Logo, o computador passa a ser o "aliado" do professor na aprendizagem,
propiciando transformações no ambiente de aprender e questionando as
formas de ensinar.
A informática então, a serviço de um projeto educacional, propicia
condições aos alunos de trabalharem a partir de temas, projetos ou atividades
extracurriculares. O computador é apenas e tão somente um meio onde
desenvolvemos inteligência, flexibilidade, criatividade e inteligências mais
críticas. (FLORES, 1996).
34
CONSIDERAÇOES FINAIS
O presente trabalho buscou por meio de estudos dos autores
mencionados, esclarecer a importância da utilização da informática como
complementação e expansão da aprendizagem. Neste sentido, a utilização dos
espaços informatizados e de suas novas tecnologias de informação, além de
aprimorar as aulas, tornou-se uma poderosa ferramenta pedagógica utilizada
na construção da aprendizagem dentro das escolas. A Informática educativa
pode e deve fazer parte do projeto político pedagógico da escola, projeto esse
que define todas as pretensões da escola em sua proposta educacional.
A utilização do computador dentro de sala da aula, mesmo nas tarefas
mais simples, como desenhar na tela, escrever um texto, etc..., são
suficientemente ricas e complexas, permitindo o desenvolvimento de uma série
de habilidades que ajudam na solução de problemas, levando o aluno a
aprender através de seus erros.
Isto contribuirá para o desenvolvimento de sua autoconfiança, ou
seja, dar a capacidade da criança viver em uma sociedade cada vez mais
permeada pela tecnologia, crescendo com o sentido que são elas que devem
controlar as máquinas e não o inverso.
Quando se fala de educação e de tecnologia, propõe-se mostrar a
importância desta no ensino. O educador tem que centralizar as necessidades
do aluno e a partir delas, conscientizar-se que os recursos tecnológicos
precisam ser vistos como auxílio à educação e a sociedade, para ascensão do
homem, provendo assim a obtenção do aprendizado contextualizado.
É evidente que os professores precisam romper com práticas arcaicas e
repensar o fazer pedagógico, como um profissional crítico, questionador de sua
própria prática. No contexto de uma sociedade tecnológica, a educação exige
uma abordagem diferenciada. Sabe-se, contudo, que o objetivo principal do
professor é promover a aprendizagem.
Por isso, é imprescindível que os professores percebam a necessidade
de se apropriarem das novas tecnologias de forma crítica, criativa e construtiva.
Neste contexto, o professor, para assumir novas tarefas e responsabilidades,
35
deve
possuir
novos
conhecimentos,
comportamentos
e
atitudes
que
modifiquem sua prática pedagógica.
A formação do professor deve prover condições para que ele construa
conhecimento sobre as técnicas computacionais, entenda por que e como
integrar o computador na sua prática pedagógica e seja capaz de superar
barreiras de ordem administrativa e pedagógica.
Assim, cabe ao docente do ensino se inteirar e se adequar às
tecnologias que ora se apresentam, pois, a sociedade do conhecimento
demanda agora um novo perfil de profissional e uma nova abordagem na
prática de transmissão de conhecimentos.
Portanto, o professor deve criar condições onde saiba se recontextualizar tanto o aprendizado como as experiências vividas durante a sua
formação para a sua realidade de sala de aula, compatibilizando as
necessidades de seus alunos aos objetivos pedagógicos a que se propõe
atingir.
36
REFERÊNCIAS
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2001.
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faculdade cearenses curso de pedagogia ana paula silva