UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PATRÍCIA DA SILVA ANÁLISE DAS EXPECTATIVAS DE OPORTUNIDADES DE CARREIRA DE FUNCIONÁRIOS DE NÍVEL OPERACIONAL: UM ESTUDO NO CENTRO DE SERVIÇOS DA PERDIGÃO S/A – ITAJAÍ – SC Balneário Camboriú – SC 2007 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. PATRÍCIA DA SILVA ANÁLISE DAS EXPECTATIVAS DE OPORTUNIDADES DE CARREIRA DE FUNCIONÁRIOS DE NÍVEL OPERACIONAL: UM ESTUDO NO CENTRO DE SERVIÇOS DA PERDIGÃO S/A – ITAJAÍ – SC Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Habilitação em Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientadora: Profª. Lorena Schröder Balneário Camboriú – SC 2007 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. PATRÍCIA DA SILVA ANÁLISE DAS EXPECTATIVAS DE OPORTUNIDADE DE CARREIRA DE FUNCIONÁRIOS DE NÍVEL OPERACIONAL: UM ESTUDO NO CENTRO DE SERVIÇOS PERDIGÃO S/A – ITAJAÍ – SC Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração com Ênfase em Recursos Humanos da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Área de Concentração: Recursos Humanos Balneário Camboriú, ____ de Dezembro de 2007. _________________________________ Profª. Lorena Schroder Orientadora _________________________________ Prof. MSc. Márcio Daniel Kiesel Avaliador _________________________________ Prof. Dr. Flávio Ramos Avaliador Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. EQUIPE TÉCNICA Estagiária: Patrícia da Silva Área de Estágio: Administração de Recursos Humanos Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Lauredir Luiz Nottar Professora orientadora: Lorena Schröder Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. DADOS DA EMPRESA Razão Social: Perdigão Agroindustrial S.A. Endereço: Rua Jorge Tzachel, nº 475 Bairro Fazenda, Itajaí/SC. Setor de Desenvolvimento do Estágio: Recursos Humanos Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Lauredir Luiz Nottar – Coordenador de Recursos Humanos Carimbo e Visto da Empresa Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 20 de novembro de 2007. A Empresa PERDIGÃO AGROINDUSTRIAL S/A, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica PATRÍCIA DA SILVA. __________________________________ Lauredir Luiz Nottar Coordenador de Recursos Humanos Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. Agradeço a Deus pela vida que me deu, pela saúde e por todas as forças para terminar mais esta etapa, por guiar meus passos e estar presente em todos os momentos da minha vida. Aos meus pais, que sempre estiveram do meu lado, apoiando e incentivando-me. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. RESUMO O surgimento de um ambiente dinâmico, complexo e globalizado, faz com que as empresas, na busca de maior competitividade e melhores resultados, reestruturem o setor produtivo de trabalho através de novas tecnologias e novos modelos de gestão. Entre esses novos modelos de gestão, a gestão de pessoas é uma das áreas que vem passando nos últimos anos por grandes transformações. A Perdigão S/A possui um Centro de Serviços Compartilhados – CSP, onde um dos modelos para segregação das atividades é o transacional (filosofia operacional), que tem como descrição atividades rotineiras, repetitivas de escala intensiva. Diante desta realidade, o objeto desse estudo foi analisar as expectativas de oportunidade de carreira de funcionários de nível operacional, do Centro de Serviços Perdigão – Itajaí – SC. O estudo consiste em uma pesquisa exploratória de abordagem quantitativa e qualitativa, com o método de estudo de caso. A coleta de dados foi realizada através de questionários aplicados aos funcionários de cargo operacional (auxiliares e técnicos administrativos), do Centro de Serviços Perdigão. Os resultados da pesquisa alcançaram os objetivos propostos pelo trabalho, as expectativas dos funcionários em relação a oportunidades de carreira dentro do CSP é bastante expressiva. Constatou-se que os funcionários de nível operacional do Centro de Serviços Perdigão são jovens, com pouco tempo de empresa, porém daqui há 3 anos se imaginam trabalhando na empresa num cargo melhor, evidenciando a expectativa de fazer na empresa. Conclui-se que para a empresa essas informações são importantes por medirem a eficácia das práticas de recursos humanos utilizadas, tornando possível a formulação de estratégias para que estes resultados se mantenham frente às características dos cargos e as necessidades da empresa. Palavras-chave: Gestão de Pessoas; Carreira; Expectativa. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Perfil dos colaboradores de acordo com o sexo. ......................................44 Gráfico 2: Perfil dos colaboradores de acordo com a escolaridade ..........................44 Gráfico 3: Cargo ocupado pelos colaboradores respondentes à pesquisa. ..............45 Gráfico 4: Perfil dos colaboradores quanto à língua estrangeira...............................46 Gráfico 5: Tempo de empresa...................................................................................47 Gráfico 6: Reconhecimento do trabalho pelo supervisor...........................................50 Gráfico 7: Acesso em conversar com o supervisor ...................................................49 Gráfico 8: Avaliação e feedback do superior em relação as suas habilidades e perfil profissional. ...............................................................................................53 Gráfico 9: Participação em treinamentos oferecidos pela empresa para o desenvolvimento profissional e pessoal. ...................................................................54 Gráfico 10: Forma de conhecimento das oportunidades internas. ...........................56 Gráfico 11: Forma de conhecimento sobre o plano de carreira.................................57 Gráfico 12: Satisfação no desenvolvimento de atividades no dia a dia....................60 Gráfico 13: Considera seu trabalho é interessante ...................................................61 Gráfico 14: Satisfação na área em que trabalha .......................................................61 Gráfico 15: Aspiração por outra área e qualificação..................................................63 Gráfico 16: Prepara para as exigências do mercado de trabalho..............................65 Gráfico 17: Responsabilidade sobre carreira ............................................................66 Gráfico 18: Ações para o desenvolvimento de carreira.............................................67 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. LISTA DE TABELAS Tabela 1: Total de funcionários do Centro de Serviços Perdigão – Itajaí – SC. ........43 Tabela 2: Conhecimento sobre carreira na Perdigão. ...............................................55 Tabela 3: Total de admissões e promoções..............................................................58 Tabela 4: Total de desligamentos .............................................................................58 Tabela 5: Expectativa de fazer carreira na empresa .................................................64 Tabela 6: Percentual de respondentes que possuem habilidade pessoal ou profissional ................................................................................................................64 Tabela 7: Funcionários que possuem habilidade pessoal ou profissional.................65 Tabela 8: Como os funcionários se imaginam daqui há 3 anos. ...............................68 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 12 1.1 Tema ........................................................................................................ 14 1.2 Problema ................................................................................................. 15 1.3 Objetivo geral ........................................................................................... 15 1.3.1 Objetivos específicos ............................................................................... 15 1.4 Justificativa .............................................................................................. 15 1.5 Contextualização do ambiente de estágio ............................................... 16 1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 19 2.1 Gestão de pessoas ................................................................................. 19 2.1.1 Gestão de pessoas na atualidade e desafios........................................... 21 2.2 Carreira .................................................................................................... 23 2.2.1 Carreira organizacional ............................................................................ 24 2.2.2 Carreira individual .................................................................................... 29 2.3 Motivação ................................................................................................ 31 2.3.1 Teoria Maslow ......................................................................................... 32 2.3.2 Teoria de Satisfação de Herzberg ........................................................... 35 2.3.3 Teoria X e Y ............................................................................................. 36 2.3.4 Teoria da Expectativa .............................................................................. 38 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA ................................................................. 40 3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 40 3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 41 3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 41 3.4 Análise e interpretação dos dados .......................................................... 42 3.5 Limitações da pesquisa ........................................................................... 42 4 RESULTADOS OBTIDOS ....................................................................... 43 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 4.1 Perfil dos funcionários ............................................................................. 43 4.2 Políticas e Práticas de RH para a Carreira .............................................. 48 4.2.1 Oportunidades de carreira ....................................................................... 58 4.3 Satisfação dos colaboradores em relação às atividades desenvolvidas referente à carreira .................................................................................. 59 4.4 Expectativas de carreira dos colaboradores ............................................ 62 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 70 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 72 APÊNDICES ............................................................................................ 75 ANEXO .................................................................................................... 81 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 12 1 INTRODUÇÃO Temia-se no passado que um dia as máquinas eliminassem a necessidade do trabalho humano, o que atualmente tem se observado é que está acontecendo exatamente o oposto. As pessoas têm sido fundamentais no ambiente empresarial, desempenhando um papel ainda mais central para a obtenção da vantagem competitiva de uma empresa. No atual momento de competição global, mais do que nunca as empresas buscam resultados pela luta da sobrevivência. Pode-se dizer que isso faz com que as pessoas, nos mais variados escalões, sejam cobradas e carreguem um enorme fardo de responsabilidade sobre seus ombros. Entendendo-se como sendo esta a realidade, esse cenário dificilmente sofrerá grandes alterações. Na busca de maior competitividade e melhores resultados, as empresas reestruturaram o setor produtivo de trabalho através de novas tecnologias e novos modelos de gestão. Entre esses novos modelos de gestão, a Gestão de Pessoas é uma das áreas que vem passando, nos últimos anos, por grandes transformações. A idéia que as empresas “competem por meio de pessoas” dá ênfase ao fato de que o sucesso depende cada vez mais da capacidade empresarial de gerenciar o capital humano. A expressão “capital humano” refere-se ao valor econômico do conhecimento, das habilidades e das capacidades das empresas. (RESENDE, 2002) Destaca Dutra (1996) que o capital humano, por ser intangível, deve ser gerenciado de maneira diferente, e uma das razões para isto é que são os funcionários, e não a empresa, os detentores do capital humano. As pessoas estão vivendo, pensando e sentindo que trabalham na organização para atingirem os objetivos da empresa e seus objetivos pessoais. Torna-se útil dizer que quando as pessoas entram numa organização, trazem consigo certas forças e necessidades que afetam seu desempenho na situação de trabalho e que essas necessidades criam tensões que estimulam o esforço de desempenho, gerando-se assim satisfação via recompensas. (RESENDE, 2002) Sendo assim, considera-se um grande desafio obter elevação dos retornos desse precioso capital humano, o que significa preparar e motivar talentos para um contínuo crescimento e desenvolvimento profissional, abrindo oportunidades e proporcionando que eles alcancem sucesso. O capital humano desmotivado e sem perspectivas de crescimento não Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 13 produzirá com a eficácia desejada, o que poderá trazer deficiências no retorno esperado e na própria competitividade da organização. É importante tornar visível as diferenças de responsabilidade, produtividade e conhecimento entre os colaboradores, por isso, um desafio presente é descrever os cargos com conhecimentos qualificados e a motivação através do plano de carreira. As empresas engajam-se tradicionalmente em planejamento e desenvolvimento de recursos humanos, e esta atividade envolve registrar a movimentação de um certo número de funcionários pelas várias funções numa empresa, e identificar as futuras necessidades de desenvolvimento e de preenchimento de cargos. Assim, um sistema de administração de carreiras, para ser efetivo, busca atender tanto às necessidades da empresa quanto às das pessoas; sua concepção deve, portanto, envolver e comprometer todas as partes interessadas. (DUTRA, 1996) Destacam Falcoz e Chanlat (apud TONELLI, 2007) que é possível falar de carreira no Brasil, apesar da possibilidade de a carreira ficar estagnada em muitos casos. Isto pode estar associado à idade mais avançada do colaborador, o que traduz-se em uma maior chance de estagnação; fatores organizacionais e individuais também interferem nas perspectivas de continuidade de trabalho, como por exemplo o tempo de permanência nos cargos, a concorrência no setor, as políticas de aposentadoria e os sentimentos envolvidos na aposentadoria. A necessidade de planos de carreira nas organizações surge do delineamento das alternativas de crescimento dos colaboradores, facilitando o trabalho das mesmas com processos integrados, e propiciando um ambiente com maior grau de motivação e produtividade entre empresa e o colaborador. Conforme Simões (2003), a motivação pode ser observada quando as organizações oferecem planos de desenvolvimento de carreira, em que os colaboradores traçam objetivos e galgam cargos através de seu desempenho. Em vista do exposto, o propósito deste trabalho é revelar quais são as perspectivas de reconhecimento e oportunidade de carreira dos funcionários do Centro de Serviços Perdigão. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 14 1.1 Tema: Observa-se que a maioria dos estudos e pesquisas na área de Administração apontam para a evidência de que o mundo encontra-se num processo rápido e turbulento de mudanças profundas. Tais mudanças ocorrem tanto a nível social e cultural, como a nível político, econômico, científico e tecnológico. Existe ainda a tendência de que novos paradigmas e transformações continuarão a movimentar o ambiente mundial. Frente ao contexto, as organizações sofrem um grande impacto, em relação a seus objetivos, estratégias, negócios e administração, os quais vêm a afetar suas atividades, estrutura, e também, seus profissionais. Isto se deve ao fato do surgimento de um ambiente dinâmico, complexo, competitivo e globalizado, trazendo à tona a necessidade de um contínuo intercâmbio da organização com o ambiente externo, como meio de ajuste e resposta eficaz às pressões e mudanças no mercado e na sociedade. Sendo assim, as constantes pressões e incertezas do ambiente acenam para o advento de uma realidade até então ignorada, ou seja, conforme Laranjeiras (2007) já não é possível enxergar o futuro com os olhos do passado. Isto significa que as organizações precisam criar meios que, de fato, habilitem as pessoas e permitam a expressão de seu potencial. Segundo Chiavenato (2004), planejamento e desenvolvimento de carreira não são mais apenas benefícios extras para os funcionários. Empresas de alto desempenho sabem que os programas de desenvolvimento dos funcionários atendem a duas metas críticas: eles criam vantagens competitivas ao oferecerem funcionários melhor qualificados e, eles são uma das melhores técnicas de retenção de funcionários especialmente para os cargos técnicos, em que o recrutamento e a retenção são sempre difíceis. Portanto, cada vez mais as organizações desenvolvem planos de carreira, que são as seqüências de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante a vida de uma pessoa. A carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que refletem necessidades, motivos e aspirações individuais, expectativas, imposições da organização e da sociedade. Sendo assim, o tema deste trabalho envolveu os colaboradores, um dos principais recursos dentro da organização, visto que na maioria das vezes é deles que depende todo o seu sucesso e a oportunidade de carreira que lhe é Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 15 proporcionada, mais especificamente os colaboradores da Perdigão S/A. e as oportunidades que essa organização oferece. 1.2 Problema: Quais são as expectativas de oportunidades de carreira dos funcionários do Centro de Serviços Perdigão? 1.3 Objetivo Geral: Analisar as expectativas e oportunidades de desenvolvimento de carreira no Centro de Serviços Perdigão, localizado na cidade de Itajaí, Santa Catarina. 1.3.1 Objetivos Específicos: Descrever a atual política de carreira no Centro de Serviços Perdigão. Mapear as práticas efetivas de oportunidade de carreira. Verificar o nível de satisfação dos funcionários em relação às atividades que desenvolvem no estágio atual de carreira. Levantar as expectativas de carreira dos funcionários. 1.4 Justificativa: A internacionalização e a crescente competitividade de mercado exigem novas habilidades das organizações e de seus líderes, crescendo por todo o mundo a pressão de se organizar tudo de forma melhor, mais rápida e mais barata. “O papel do trabalho na sociedade mudou muito rapidamente; e o quadro competitivo indica que as empresas tendem a possuir somente a metade do número de pessoas que têm atualmente, por conseqüência, as pessoas têm que desenvolver mais funções, devendo se aperfeiçoar duas vezes mais”. (EVANS, 1996, p.22) Diante da conjuntura das organizações de grande porte, onde há um elevado número de funcionários que exercem funções consideradas de base (operacionais), faz-se necessário atentar para o ciclo motivacional, pois existe a tendência desses funcionários permanecerem executando a mesma função por um longo período. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 16 De acordo com Chiavenato (2004), quando as pessoas ingressam e permanecem em uma organização, passam a desenvolver certas necessidades e expectativas que precisam ser atendidas para que percebam que seus esforços e investimentos pessoais produzem retornos significativos e se sintam satisfeitas. Sendo assim, pode-se dizer que para proporcionar uma contínua e elevada motivação no trabalho, o plano de carreira deve ser flexível e gradativamente desafiante, no sentido de acompanhar o desenvolvimento pessoal e profissional da pessoa. Como todas as pessoas têm seus próprios objetivos individuais, conclui-se que as empresas constituem o resultado desses objetivos e dos meios pelos quais as pessoas procuram atingi-los. Todavia, as pessoas também precisam alcançar objetivos organizacionais, visto que a eficácia de uma empresa é determinada pela maneira com que seus objetivos são atingidos pelas pessoas que nela trabalham. A mobilização de pessoal torna-se central nestas novas tomadas de posição. Face à concorrência nacional e internacional e aos novos valores sociais, a empresa – se quer sobreviver – deve levar em consideração seu quadro de pessoal como um recurso fundamental. Para tanto, deve observar os desejos, as necessidades, e as motivações de cada um. A gestão de carreira torna-se parte dessa estrutura política para assegurar que as pessoas recrutadas permaneçam na empresa (CHANLAT, 1995, p.68). Conforme explanado, entende-se que a investigação proposta vem ao encontro de proporcionar referências à organização para conhecer as expectativas futuras de seu capital humano. A viabilidade do trabalho é comprovada na medida em que o Centro de Serviços Perdigão disponibilizou todas as informações necessárias para o desenvolvimento da pesquisa, bem como, autorizou a acadêmica a coletar dados junto aos seus colaboradores. 1.5 Contextualização do ambiente de estágio: A empresa Perdigão iniciou suas atividades em 1934, no meio oeste de Santa Catarina no município de Videira, antiga Vila Perdizes, às margens do Rio do Peixe. O início do negócio nasceu da visão empreendedora de duas famílias de imigrantes italianos: os Ponzoni e os Brandalise, com um discreto armazém de Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 17 secos e molhados Ponzoni, Brandalise & Cia. Já em 1939, investiu suas atividades industriais através de um abatedouro de suínos. No ano de 1941, foi adotada a denominação social Perdigão (nome dado ao macho da perdiz). Com a consolidação da atividade comercial e de processamento de suínos, os proprietários Ângelo Ponzoni e Saul Brandalise, direcionaram os investimentos da empresa para o ramo agropecuário, construindo granjas e produzindo animais de alta linhagem. Desde 1994, a empresa passou a ser controlada por um pool, formada por oito dos maiores fundos de pensão brasileira, liderada pela Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (PREVI) e a contar com uma administração inteiramente profissionalizada. Para tanto, a empresa passou por uma profunda reestruturação societária, financeira e administrativa, que deu origem a uma única empresa de capital aberto - Perdigão S/A. - e a uma única empresa operacional Perdigão Agroindustrial S/A. O projeto de otimização das unidades industriais, implantado entre 1995 e 1999, aumentou a capacidade produtiva das fábricas em 50% e exigiu um investimento de R$ 272 milhões, o que possibilitou a Perdigão elevar e diversificar rapidamente a oferta de produtos, viabilizando uma atuação comercial mais arrojada. No exterior, onde está presente com a marca Perdix, mantém uma estrutura para o atendimento a mais de 500 clientes de 104 países, e é composta por dois escritórios comerciais na Europa e um no Oriente Médio, e um centro de distribuição na Holanda, contando com 45.600 funcionários diretos e das comunidades em que atua. (PERDIGÃO, 2007) A internacionalização tornou uma realidade e faz parte de um movimento crescente na empresa, sendo que hoje, mais da metade das equipes de desenvolvimento concentra esforços no lançamento de produtos para o Mercado Externo. Em junho de 2005, foi inaugurado na cidade de Itajaí – SC, o Centro de Serviços Compartilhados – CSP. Serviços compartilhados podem ser entendidos como “a junção dos processos de suporte em uma organização separada, que por sua vez trará esses processos e atividades como centro de seus próprios negócios”. O motivo de um Centro de Serviço Compartilhado é a busca pela melhor qualidade de serviços, estratégia fundamental para que a empresa mantenha sua competitividade. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 18 O CSP faz parte do plano de competitividade da Perdigão, que visa a flexibilidade no relacionamento com seus clientes e parceiros, eficiência nas suas transações e eficácia em seus processos de suporte. 1.6 Organização do trabalho: A primeira parte do trabalho apresenta a introdução, o tema da pesquisa, bem como a identificação dos objetivos a serem cumpridos, além da justificativa e da apresentação do contexto do estágio. O segundo capítulo apresenta o embasamento teórico de autores da área de Recursos Humanos e as principais teorias que envolvem o tema administração de recursos humanos, fornecendo as teorias para a realização da pesquisa. O terceiro capítulo refere-se à metodologia que foi utilizada para a coleta, apresentação, e caracterização da pesquisa, definindo o delineamento que foi utilizado. O quarto capítulo apresenta os resultados da pesquisa coletados pela acadêmica através da aplicação de questionários aos funcionários da empresa Perdigão S.A., bem como a análise dos dados e possíveis sugestões para a empresa. O quinto capítulo apresenta as considerações finais da acadêmica acerca do estudo realizado, bem como uma análise dos objetivos propostos que foram alcançados durante o decorrer do trabalho. Por fim, são apresentadas as referências bibliográficas dos autores citados no trabalho, os apêndices e o anexo. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo apresenta os principais temas abordados neste trabalho referente à área de Recursos Humanos, destacando o contexto atual que é voltado à gestão de pessoas e a necessidade de planos de carreira nas organizações. 2.1 Gestão de pessoas: A área de Recursos Humanos deve estar voltada, permanentemente, para ajudar a organização a alcançar seus objetivos e a realizar sua missão, tornando-a competitiva. Além disso, também tem de prover empregados bem treinados e bem motivados, ao mesmo tempo em que desenvolve e mantém a qualidade de vida no trabalho, “administra as mudanças e incentiva políticas éticas e comportamentais socialmente responsável”. (RIBEIRO, 2005, p.6) Segundo Milkovich e Boudreau (2000, p.19) a administração de recursos humanos ou gestão de pessoas é responsável por “uma série de decisões integradas que formam as relações de trabalho, sua qualidade influência diretamente a capacidade da organização e de seus empregados em atingir seus objetivos”. A Gestão de Pessoas é a área da organização que interage conjuntamente com as pessoas que trabalham na organização e as diretrizes e políticas da mesma. O termo gestão de pessoas não é um modismo ou um novo jargão do dicionário administrativo. Na verdade, ele implica o reconhecimento dos interesses e valores tanto da instituição quanto do grupo e relaciona-se ao modelo sistêmico de relações menos diretivas, que prevê senso ético, autonomia e responsabilidade nas decisões. (FISCHER, 2001) As empresas atualmente não tratam as pessoas, os colaboradores como meros recursos, mensurados como os demais itens da cadeia de produção, mas sim, instrumentos essenciais para o desenvolvimento da empresa. Fischer (2002, p.32), afirma que: Hoje, quando o papel do homem no trabalho vem se transformando e suas características mais especificamente humanas, como o saber, a intuição e a criatividade, vêm sendo valorizadas, talvez se encaminhe para uma transição na qual a empresa finalmente reconheça que se relaciona com pessoas, e não com recursos. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 20 O esforço da gestão de pessoas pode ser dividido em várias estratégias distintas essenciais. Na visão de Figueiredo (2005), uma delas consiste em melhorar as condições da empresa para produzir atração e retenção dos melhores talentos. A retenção de talentos é a capacidade que uma empresa tem de manter seus funcionários por um longo período, motivados e altamente produtivos, atuando a seu serviço. Logo, a retenção dos melhores talentos está intimamente relacionada a muitos outros fatores importantes da empresa, incluindo sua competitividade, qualidade, capacidade, inovação, satisfação dos clientes, capacidade de ação, resultados, criatividade, competência, entre outros. A partir disto, é importante ressaltar que a missão de Recursos Humanos, entre outras coisas, conforme Ribeiro (2005, p.6), deve ser: dimensionar e planejar as necessidades de pessoal, no longo, médio e curto prazo, para atender às exigências do negócio e aos objetivos da empresa; criar, atualizar e manter uma estrutura organizacional adequada aos objetivos empresariais e às suas relações com o ambiente; atender às necessidades de recursos humanos da organização, no longo, médio e curto prazos, além de manter todos os cargos e funções adequadamente preenchidos; prover a qualificação profissional dos recursos humanos da empresa; remunerar o pessoal, competitiva e equivalentemente, considerando as características e as peculiaridades do negócio empresarial que impactam a relação do profissional com seu cargo e a contribuição para o desenvolvimento da empresa; assegurar o bom relacionamento da empresa com o empregado, em todos os níveis da organização. O conceito de administração de RH foi construído sobre as bases de otimização dos recursos, em que as pessoas eram vistas como uma parte do funcionamento da engrenagem. "Otimizar máquinas, equipamentos, materiais, recursos financeiros e 'pessoas' sempre foi seu grande objetivo" (FISCHER, 2001, p.19). A emergência do termo "gestão de pessoas", segundo Fischer, envolve transformações significativas e estruturais. "Embora os conceitos de administração e de gestão sejam utilizados como sinônimos, em geral considera-se 'gestão' uma Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 21 ação para a qual há menor grau de previsibilidade sobre o resultado do processo a ser gerido". (FISCHER, 2001, p.18) Isso acontece porque gestão implica considerar o caráter humano, ou seja, numa relação em que se admite que ambas as partes são conscientes e possuem vontade própria. 2.1.1 Gestão de pessoas na atualidade e desafios: O século XXI já chegou, trazendo inovações sociais, culturais, econômicas, políticas e, principalmente, tecnológicas. Todas essas inovações em um ambiente dinâmico esbarrarão com o problema da educação e da capacitação profissional das pessoas, pois tanto a educação como a participação das pessoas constituirão a chave do sucesso da empresa. Porém, a maior mudança está ocorrendo em um campo invisível que paira acima de nossos olhos. Exatamente na cabeça das pessoas. Principalmente daquelas que trabalham e que se sentem cerceadas pelo ambiente de trabalho. E essa mudança está chegando ao chão das fábricas. Juntamente com uma enorme preocupação ecológica, está surgindo uma profunda conscientização a respeita da qualidade de vida dentro das organizações. E seu papel tem sido muito grande. E deverá aumentar muito mais (CHIAVENATO, 1994, p.18). As empresas começam a se estruturar para aumentar a sua competitividade frente às demais empresas do país ou do exterior. Para Ribeiro (2005), a gestão de pessoas é uma das áreas que mais têm sofrido mudanças e transformações nos últimos anos. O profissional de recursos humanos pode aplicar e gerenciar o processo de avaliação de perfil de funcionários e candidatos, de acordo com as necessidades específicas da organização. Conforme Drucker (2001), o modelo hierarquizado está em declínio, e a distância entre o topo e a base da estrutura organizacional está sendo reduzido com o passar dos anos, aproximando o pessoal de base da empresa da gerência e direção. Verifica-se que, por trás de toda essa mudança, está a necessidade de novas estratégias na administração de pessoas, novo relacionamento entre as organizações e pessoas. Até recentemente, segundo Chiavenato (1999) a relação entre pessoas e organizações era considerada antagônica e conflitante; a empresa visando lucro, máxima aplicação de recursos físicos e financeiros, produtividade etc., e as pessoas Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 22 visando bons salários, benefícios, lazer, segurança no trabalho e no emprego, etc. Geralmente a relação era baseada no “ganha-perde”, ou seja, para um ganhar o outro necessariamente teria que perder. Atualmente, já se preconiza a relação do ganha-ganha. Esta solução, de acordo com Chiavenato, “requer negociação, participação e sinergia de esforços”. (CHIAVENATO, 1999, p.5) Gestão de pessoas, para Tachizawa et al. (2001, p.19), pode ser entendida como “um processo de gestão descentralizada apoiada nos gestores responsáveis, cada qual em sua área, pelas atividades-fim e atividades-meio das organizações”. Ainda segundo Chiavenato (1999), o contexto da Gestão de Pessoas é formado por pessoas e organizações. Boa parte da vida das pessoas é passada dentro das organizações que, por sua vez, dependem das pessoas para atingirem seus objetivos. Se, por um lado, as pessoas dependem das organizações para sua subsistência e sucesso pessoal, as empresas, por outro, jamais existiriam se não fossem as pessoas, que lhes dão vida, dinâmica, impulso, criatividade e racionalidade. Destaca Ribeiro (2005, p.4), que com a globalização dos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso movimento por qualidade e produtividade, surgiu uma eloqüente constatação na maioria das organizações, o fato de que a principal vantagem competitiva das empresas decorre das pessoas. Isto porque são as pessoas que vendem, que produzem, servem ao cliente, tomam decisões, lideram, motivam, comunicam, supervisionam, gerenciam e dirigem os negócios da empresa. Para complementar, Chiavenato (1999) alude que o mundo moderno caracteriza-se por tendências que envolvem globalização, tecnologia, informação, conhecimento, serviços, ênfase no cliente, qualidade, produtividade e competitividade. Todas essas tendências estão afetando e continuarão a afetar a maneira pela qual as organizações utilizam as pessoas. Fica claro, portanto, nesse cenário, que o diferencial hoje é o talento humano e é a administração de recursos humanos que abrange o conjunto de técnicas e instrumentos permitindo às organizações atrair, manter e desenvolver os talentos humanos. Portanto, em face do contexto ora vivenciado pelas organizações, Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 23 caracterizado por mudanças constantes de natureza econômica, social e tecnológica, torna-se fundamental, em qualquer empresa, uma administração voltada para a gestão de recursos humanos, visto que a continuidade de sua existência será determinada pela qualidade agregada aos seus produtos ou serviços, tendo como base pessoas motivadas e com alto nível de qualidade pessoal e profissional. Sendo assim, a área de Recursos Humanos tem o papel de propor instrumentos e sistemas adequados, visando facilitar e estimular o desenvolvimento de indivíduos e grupos, desempenhando um importante papel na gestão de carreira, coordenando, a combinação entre oportunidades existentes e o desenvolvimento individual dos membros de sua equipe. 2.2 Carreira: Etimologicamente, a palavra carreira se origina do latim via carraria, que significa estrada para carros e, segundo Martins (2001, p.5), somente a partir do século XIX passou-se a utilizar o termo para definir a trajetória da vida profissional. Conforme Chanlat (1995, p.68), a noção de carreira é uma idéia historicamente recente, aparecendo no decorrer do século XIX, assim como suas derivadas: carreirismo e carreirista, surgidas no século XX. A própria palavra carreira, como indica o dicionário, em sua acepção moderna, refere-se a um ofício, uma profissão que apresenta etapas, uma progressão. Conforme Dutra (1996, p.17), “carreira é uma seqüência de atitudes e comportamentos, associada com experiências e atividades relacionadas ao trabalho, durante o período de vida de uma pessoa”. Portanto, pode-se afirmar que carreira é uma seqüência de cargos que uma pessoa pode ocupar ao longo de sua vida profissional. Sendo que, de acordo com Chiavenato (1994, p.117), para algumas pessoas, esses cargos podem ser ocupados aleatoriamente, enquanto para outras se trata de um cuidadoso planejamento feito a longo prazo. Expandindo-se o discernimento de carreira, London e Stumph (apud Dutra, 1996, p.17), afirmam que: Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 24 Carreira são as seqüências de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante a vida de uma pessoa. A carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que refletem necessidades, motivos e aspirações individuais e expectativas e imposições da organização e da sociedade. Da perspectiva do indivíduo, engloba o entendimento e a avaliação de sua experiência profissional, enquanto, da perspectiva da organização, engloba políticas, procedimentos e decisões ligadas a espaços ocupacionais, níveis organizacionais, compensação e movimento de pessoas. Estas perspectivas são conciliadas pela carreira dentro de um contexto de constante ajuste, desenvolvimento e mudança. Assim, deve se considerar que o termo carreira está ligado ao indivíduo e à organização, representando o caminho que o colaborador tem dentro de uma organização ou dentro de várias organizações. 2.2.1 Carreira organizacional: A maioria das pessoas inserida nas organizações encara a carreira apenas como a identificação de oportunidades e a busca de seu aproveitamento. No passado, a grande maioria das pessoas via, pelo menos em termos convencionais, a carreira como uma escada. O jovem, ao ingressar no mercado de trabalho, deveria procurar a sua escada e, ao encontrá-la, deveria ir subindo cada degrau, assumindo níveis mais altos de responsabilidade, de status e de salário (EVANS, 1996, p.15). Numa visão mais à frente, Chiavenato (1999, p.117) afirma que o planejamento de carreira é o resultado de uma longa série de experiências de trabalho e de treinamento de cada indivíduo. Essas experiências são cumulativas e se influenciam reciprocamente. A administração de carreiras é indispensável se a empresa realmente pretende desenvolver as pessoas. Esse desenvolvimento sistemático deve levar em conta as necessidades de trabalho e as características individuais de cada colaborador. De acordo com Chiavenato (1994), de um lado, têm-se os objetivos organizacionais e, de outro lado, os objetivos individuais das pessoas, nos quais encontra-se a carreira, como uma meta a ser seguida por todo colaborador. Verifica-se que a carreira é a trajetória do indivíduo em uma organização, que deve ser feito através de um planejamento, que pode ser individual, feito pelo próprio colaborador, ou pela empresa, que proporciona o desenvolvimento de carreira. Esta Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 25 é uma forma que as empresas encontram de proporcionar sua manutenção e crescimento na empresa, a fim de que o potencial dos colaboradores e seus talentos sejam aproveitados. Destaca Evans (1996), que as carreiras estão se tornando de natureza espiral, em ziguezague, em vez de escadas. Atualmente, seguir uma trajetória de carreira em espiral é muito mais alinhado em sintonia com as necessidades do nosso tempo, pois desenvolvem pessoas que têm profundidade e amplitude de habilidades. Esses profissionais apresentam tanto a profundidade de especialistas quanto a visão geral, ampla do generalista. Para Araújo (2006), o plano de carreira está relacionado com os objetivos profissionais do indivíduo e suas aspirações pessoais de carreira, que são estabelecidos a partir dos interesses e expectativas do indivíduo. Já Dutra (1996) fundamenta que, como as necessidades individuais são dinâmicas, o sistema deve ajustar-se continuamente, assumindo também uma configuração dinâmica. Deste modo, a preocupação das empresas em proporcionar adequadamente instrumentos e técnicas para administração de carreiras, os quais podem variar de empresa para empresa, porém havendo um conjunto genérico de práticas que deve ser incorporado em qualquer sistema de carreira: dados sobre atitudes, interesses, habilidades, competências individuais, a partir de processos de auto-avaliação; dados sobre oportunidades de carreira associados com habilidades requeridas pela empresa, necessidades de pessoas, postura requerida das pessoas etc., a partir da administração estratégica da empresa; sistemas que disponibilizem informações da empresa para as pessoas e sobre as pessoas para a empresa; sistemas que assegurem o diálogo e o feedback entre as pessoas e a empresa, permitindo a conciliação contínua entre as necessidades de carreira das pessoas e as oportunidades oferecidas pela empresa; sistema de desenvolvimento que dê oportunidade para a pessoa ter seu crescimento pessoal e profissional de forma consistente com seu planejamento individual de carreira (DUTRA, 1996, p.44). Este conjunto genérico de práticas de desenvolvimento de carreira pode ser traduzido nos instrumentos e técnicas descritos no quadro 1 a seguir: Instrumentos para auto-avaliação workshops para planejamento de carreira; manuais para planejamento de carreira. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 26 Aconselhamento individual profissionais de recursos humanos; conselheiros profissionais – internos ou externos; profissionais de recolocação; chefia imediata e mediata. Informações acerca de oportunidades internas divulgação de posições disponíveis (job posting); levantamento de habilidades; sistema de carreiras, com divulgação dos pré-requisitos de acesso a cada posição; centro de informações acerca das oportunidades de carreira. Processos de avaliação de potencial centros de avaliação; previsão de demanda por recursos humanos; planos de sucessão e remanejamentos. Programas de desenvolvimento programas de rotação interna (job rotation); programas de desenvolvimento interno e externo; bolsas de estudo ou programas de assistência à educação; desenvolvimento de gestores como conselheiros de carreira; programas de desenvolvimento visando carreiras paralelas; sistemas de orientação do desenvolvimento individual. Quadro 1: Instrumentos e técnicas para desenvolvimento de carreiras. Fonte: Adaptado de Dutra (1996, p.113). Conforme Resende (2002), os princípios básicos para a administração de carreira devem ser: Carreira é responsabilidade do empregado. Deve ficar claro para todos os empregados que cabe a eles se interessarem pela evolução profissional e buscarem as qualificações e capacitações necessárias. Compete às organizações facilitarem isto com apoio e orientação. As gerências devem favorecer a evolução em carreira. Cabe ao Setor de Recursos Humanos da empresa zelar para que isto aconteça, dando suporte às gerências, para que possam recompor com agilidade suas equipes, evitando dificultar transferências e promoções. Ser transparente e justo nos critérios de evolução em carreira. Os empregados aceitam melhor as limitações de crescimento em carreira quando conhecem as regras do jogo e verificam que a empresa é criteriosa e justa na sua aplicação. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 27 Um modelo que sintetiza de forma genérica as proposições de diversos autores para planejamento de carreira é apresentado por London e Stumph (apud DUTRA, 1996, p.24). Segundo os autores, o planejamento de carreira individual depende de três tarefas de responsabilidade do indivíduo: auto-avaliação: avaliação de suas qualidades, interesses e potencial para os vários espaços organizacionais; estabelecimento de objetivos de carreira: identificação de objetivos de carreira e de um plano realista baseado na auto-avaliação e na avaliação das oportunidades oferecidas pela empresa; implementação do plano de carreira: obtenção da capacitação e acesso às experiências profissionais necessárias para competir pelas oportunidades e para atingir as metas de carreira. Estas etapas podem ser visualizadas na figura 1. Estabelecimento de objetivos de carreira Identificação de oportunidade de carreira Auto-avaliação Implementação Plano de ação Figura 1: Etapas do processo de planejamento de carreira. Fonte: Adaptado de Dutra (1996, p.25). Conforme a figura 1, as pessoas podem conduzir seu planejamento tendo uma visão realista de suas qualidades, interesses e inclinações pessoais, para que possa estabelecer seus objetivos pessoais de carreira e suas preferências Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 28 profissionais. Segundo Dutra (1996, p.25), o ponto de partida é a auto-avaliação, o autoconhecimento. A partir daí é que devem ser desenvolvidos os objetivos de carreira e o plano de ação para a consecução destes objetivos. Com base neste exercício é que será possível identificar as oportunidades de carreira. Apesar de muitas empresas oferecem aos seus colaboradores planos de desenvolvimento de carreira, existem empresas que apresentam resistências quanto à efetividade da carreira, destacadas por Dutra (1996, p.57): baixa apetência por mudança, traduzida por expressões do tipo: nós sabemos o que é melhor para nossos empregados, um Sistema desta natureza é muito custoso, este Sistema despertará expectativas irrealistas em nossos empregados; resistência dos gestores em assumir o papel de mediador entre as necessidades da empresa e as expectativas de seus subordinados; falta de legitimidade do Sistema, em função da forma como foi desenvolvido e implementado, fazendo com que as pessoas encarem o Sistema de Administração de Carreiras como mais um modismo da empresa; falta de persistência, com o abandono gradativo do Sistema, uma vez que ele não traz resultados imediatos. Percebe-se que o planejamento de carreira é um processo contínuo de interação entre o empregado e a organização visando a atender aos objetivos e interesses de ambas as partes, de modo que a organização pode buscar seus talentos e aproveitá-los, os quais também podem planejar as carreiras e trabalhar para atingir esse objetivo. Araújo (2006, p.130) destaca que as vantagens para as empresas quanto à utilização de um planejamento de carreira são imensuráveis, destacando-se as seguintes: retenção de talentos: a partir do momento em que a organização apresenta perspectivas de desenvolvimento às pessoas, elas se sentem motivadas a prosseguir na própria organização, gerando uma diminuição da rotatividade (turnover) de pessoas. Lembrando que esta vantagem está diretamente ligada ao item que se refere à finalidade de auxiliar o desenvolvimento de pessoal e Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 29 profissional; movimentação de pessoal eficaz e eficiente: ao se ter um sistema de administração de carreira, o gestor da área de pessoas dominará as informações essenciais para a ocupação de determinada posição. Sendo assim, dificilmente pessoas incapacitadas serão remanejadas, promovidas para exercer tal função; identificação do perfil necessário: não só voltado para as necessidades atuais da organização, mas também para as futuras necessidades. Este fato não é difícil de ser deduzido, na medida em que se está tratando de planejar careiras, processo este que tem como objetivo assegurar o dinamismo e a transparência, além de servir como alicerce para as demais atividades integrantes da gestão de pessoas. Na visão de Bohlander, Snell e Sherman (2003, p.179): [...] a empresa é responsável pelo fornecimento de informações sobre sua missão, políticas e planos e deve fornecer suporte para a auto-avaliação, o treinamento e o desenvolvimento do funcionário. O progresso significativo de carreira pode ocorrer quando a iniciativa individual combina com as oportunidades dadas pela empresa. Assim, os programas de desenvolvimento de carreira beneficiam os gerentes, dando a eles mais habilidades para gerenciar as próprias carreiras, só promovendo maior retenção dos funcionários de valor, maior entendimento da empresa e reputação, sendo visto como aqueles que promovem o desenvolvimento de pessoas. 2.2.2 Carreira individual: Quando os colaboradores analisam planos de carreira, segundo Dutra (1996), têm em mente planos que deixam absolutamente claras as possibilidades de desenvolvimento profissional ou apontam com precisão o horizonte profissional. Complementa ainda o autor alegando que com o passar do tempo e a vivência no ambiente organizacional, verifica-se que a carreira deve ser pensada como sendo “uma estrada que está sempre sendo construída pela pessoa e pela empresa”. (DUTRA, 1996, p.53) Afirma Chiavenato (1994, p.118) que o planejamento de carreiras está gradativamente deixando de ser feito pelas empresas, que antes privilegiavam Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 30 exclusivamente seus planos futuros, e está sendo transferido para as próprias pessoas, as quais passam a sintonizar suas aspirações profissionais de acordo com as oportunidades mapeadas dentro da empresa. Um motivo que levam as empresas a estimularem o planejamento da carreira dos funcionários é através do estímulo para que as pessoas planejem suas carreiras como um instrumento importante para torná-las empreendedoras consigo próprias. O planejamento da carreira faz com que as pessoas pensem em seu desenvolvimento a partir delas próprias e as posicione para negociarem com a empresa. Para Dutra (1996, p.56), o compartilhamento das decisões sobre carreira vem-se apresentando como resposta às pressões sobre a organização objetivando um maior envolvimento das pessoas com seu trabalho, para tornar as pessoas mais responsáveis com seu futuro profissional, na “obtenção de uma contínua adequação do processo de desenvolvimento das pessoas às necessidades da empresa”. Apesar disto, são encontradas resistências nas pessoas quanto à efetividade da carreira individual, destacadas por Dutra (1996, p.57) como sendo: algumas pessoas percebem o desenvolvimento de carreira como uma responsabilidade primária ou exclusiva da empresa; alguns acham que a ascensão na carreira é uma questão de sorte, bastando estar no lugar certo na hora certa; outros acreditam que, para fazer carreira, devem pular de empresa em empresa, uma vez que ‘santo de casa não faz milagres’; há os que acham que não há sentido em pensar no planejamento de careira, uma vez que não dá para prever o futuro; e, finalmente; há aqueles que ao efetuarem sua auto-avaliação, inerente ao processo de planejamento de carreira, não têm coragem para encarar a si próprios ou relutam em efetuar as mudanças necessárias a seu plano de carreira. Bohlander, Snell e Sherman (2003, p.182) explicam que: Embora seja adequado que empresas mapeiem as trajetórias de carreira, e que indivíduos estabeleçam uma estratégia para sua progressão, não se pode ignorar que muitos indivíduos de sucesso admitem prontamente que suas trajetórias de carreira são frutos de estarem no lugar certo e na hora certa; enquanto outros admitem que sua carreira está ligada à competência. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 31 Na visão de Evans (1996, p.19), “carreira, sucesso e qualidade de vida estão profundamente embricados. Para se obter resultados positivos em cada um deles, deve haver um direcionamento” – tanto por parte dos indivíduos quanto das organizações – para desenvolvê-los em suas potencialidades. Assim, ainda segundo esse autor, cada vez mais, as empresas buscam oferecer planos de qualidade de vida no trabalho, em contrapartida ao ambiente organizacional em que o indivíduo lida com um número grande tensões e elevado estresse. As organizações podem ajudar, desenvolvendo políticas de recursos humanos adequadas e voltadas para os valores básicos da vida, resgatando novamente o prazer de aprender a produzir. 2.3 Motivação: Para que as organizações atinjam seus objetivos, deve funcionar com um certo nível de comprometimento e de esforço por parte de seus membros. Stoner e Freeman (1999, p.322) enfatizam que foram criadas teorias sobre motivação, que explicam os fatores que “provocam, canalizam e sustentam o comportamento”. Essas teorias, por sua vez, afetam o modo como os administradores tratam os empregados. Na visão de Bergamini e Coda (1997, p.112): A motivação vem das necessidades humanas e não daquelas coisas que satisfazem a essas necessidades. Na realidade, quanto mais intensamente motivada estiver uma pessoa, mais baixo será o nível de satisfação associado com as necessidades em questão. A motivação é uma energia, uma tensão, uma força, uma pressão, mas não tem papel ativo no direcionamento real do comportamento. Para as autoras, a resposta relativa à motivação é dada em termos de forças ativas impulsionadoras, traduzidas em palavras que designam desejo e receio, visto que o indivíduo deseja poder, status e receia as ameaças à auto-estima. Todo indivíduo possui metas e objetivos, cujo alcance gasta energia e o comprometimento de seu tempo, dedicando-se a todas as coisas que julga capazes de levá-lo à conquista do poder. Conforme Robbins e Decenzo (2004, p.203), a motivação é definida como “a disposição em exercer altos níveis de esforços para alcançar os objetivos Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 32 organizacionais, condicionada pela habilidade do esforço em satisfazer alguma necessidade individual”. Para Chiavenato (1994, p.202), a motivação está “contida dentro das próprias pessoas e pode ser amplamente influenciada por fontes externas ao indivíduo ou pelo seu próprio trabalho na empresa”. Ainda para o autor, o comportamento humano nas organizações é um desafio que hoje se apresenta como uma das mais valiosas possibilidades e perspectivas para a implantação de programas de qualidade. É necessário que o homem repense constantemente seu modo de proceder, com o objetivo de contribuir para seu autodesenvolvimento interpessoal e organizacional. Conforme Vroom (1997), as pessoas são diferentes entre si no que tange à motivação, pois as necessidades humanas que motivam o comportamento humano produzindo padrões de comportamento variam de indivíduo para indivíduo. Os valores pessoais e os sistemas cognitivos que representam aquilo que cada indivíduo sabe de si mesmo e sobre o ambiente que o rodeia, são diferentes entre as pessoas, bem como as capacidades pessoais para atingir os objetivos são diferentes. Robbins e Decenzo (2004, p.203) destacam que a motivação é “uma função de três elementos-chave: esforço, objetivos organizacionais e necessidades”. Porém ao falar-se em motivação não se pode excluir Maslow e sua teoria, referenciadas a seguir. 2.3.1 Teoria Maslow: A teoria das necessidades de Maslow recebeu bastante reconhecimento, especialmente entre gerentes praticantes. Sua popularidade pode ser atribuída à lógica intuitiva da teoria e ao fácil entendimento. (ROBBINS; DECENZO, 2004, p.203) Maslow percebia a motivação humana como uma hierarquia de cinco necessidades, que iam das necessidades fisiológicas mais básicas até as necessidades mais elevadas de auto-realização. De acordo com Maslow (apud STONER; FREEMAN, 1999, p.324), os indivíduos serão motivados a satisfazer a necessidade que para eles estiver preponderante, ou mais forte, num determinado momento. A preponderância de uma necessidade depende da situação do indivíduo no momento e de suas experiências Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 33 recentes. Partindo das necessidades físicas, que são as mais básicas, cada necessidade deve ser ao menos parcialmente satisfeita antes do indivíduo desejar satisfazer uma necessidade no próximo nível acima (...). Uma conclusão óbvia da teoria de Maslow é que os empregados precisam de um salário suficiente para alimentar, abrigar e proteger a si mesmos e às suas famílias de um modo satisfatório, bem como de um ambiente de trabalho seguro, antes dos administradores tentarem oferecer incentivos destinados a dar-lhes estima, sentimentos de participação ou oportunidades de crescimento (STONER; FREEMAN, 1999, p.324). Destaca Chiavenato (2004, p.265), que Maslow apresentou a teoria da motivação pela qual as necessidades humanas estão organizadas em uma hierarquia de importância, como uma pirâmide, descritas como: necessidades fisiológicas: constituem o nível mais baixo da hierarquia, no qual estão as necessidades de alimentação (fome e sede), sono e repouso (cansaço), abrigo (frio ou calor), desejo sexual etc. Estão relacionadas à sobrevivência do indivíduo e preservação da espécie. São instintivas e já nascem com o indivíduo. São as mais prementes de todas as necessidades humanas; quando não satisfeitas, elas dominam a direção do comportamento. Quanto todas as necessidades humanas estão insatisfeitas, a maior motivação será a das necessidades fisiológicas, e o comportamento do indivíduo terá a finalidade de encontrar alívio da pressão que essas necessidades produzem sobre o organismo; necessidades de segurança: constituem o segundo nível. São necessidades de segurança, estabilidade, busca de proteção contra a ameaça ou privação e fuga do perigo. Surgem no comportamento quando as necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas; necessidades sociais: surgem quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) encontram-se relativamente satisfeitas. São as necessidades de associação, participação, amizade, afeto, amor e aceitação por parte dos colegas. Quando não estão suficientemente satisfeitas, o indivíduo tornase resistente, antagônico e hostil com relação às pessoas que o cercam. A sua frustração conduz à falta de adaptação social, ao isolamento e à solidão. Dar e receber afeto são importantes forças motivadoras do comportamento humano; necessidades de estima: estão relacionadas à maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolvem auto-apreciação, autoconfiança, necessidade de aprovação social e de respeito, status, prestígio e consideração. Incluem ainda o Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 34 desejo de independência e autonomia. Sua satisfação conduz a sentimentos de autoconfiança, valor, força, prestígio, poder, capacidade e utilidade. Sua frustração produz sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência, desamparo ou desânimo; necessidades de auto-realização: são as necessidades mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. Estão relacionadas à realização do próprio potencial e ao auto-desenvolvimento contínuo da pessoa. É o impulso para tornar-se sempre mais e de vir a ser tudo o que pode ser. Chiavenato (1994) define que uma necessidade superior somente se manifesta quando a necessidade inferior foi satisfeita, visto que toda necessidade está intimamente relacionada com o estado de satisfação ou de insatisfação de outras necessidades. A necessidade inferior monopoliza o comportamento do indivíduo e tende a organizar a mobilização das diversas faculdades do organismo, ou seja, as necessidades mais elevadas tendem a ficar em segundo plano porque somente depois de satisfeitas as necessidades inferiores é que surgem gradativamente as necessidades mais elevadas. Mas aí ocorre um desenvolvimento interessante: a satisfação das necessidades primárias não produz uma saciação plena; ao contrário, é ponto de partida para a geração de nova série de descontentamentos. As necessidades secundárias começam, agora, a adquirir o poder de motivação. As pessoas não deixam de querer coisas; uma vez que tenham alimento, água e ar, começam a querer segurança, afeto, estima e autorealização. Cada uma das necessidades de nível maior torna-se uma fonte ativa de motivação apenas quando as necessidades dos níveis mais baixos da hierarquia são saciadas (HAMPTON, 1991, p.157). Destaca Hampton (1991), que o que tornou a teoria de Maslow tão importante e instrutiva para a administração não foi simplesmente a sua lista específica de necessidades humanas, mas, o seu reconhecimento da inabilidade das necessidades já satisfeitas em motivar o comportamento. Esta constituía uma lei da natureza humana nunca revelada de modo tão simples até então, e que parecia apresentar as condições que os administradores deveriam obedecer se quisessem motivar as pessoas em seu trabalho. Isto é, se os gerentes quisessem motivar os funcionários para que estes dessem todo o seu esforço ao cumprimento das tarefas organizacionais, seria necessário possibilitar-lhes, através do trabalho, a satisfação de suas necessidades não realizadas. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 35 2.3.2 Teoria de Satisfação de Herzberg: A teoria da motivação-higiene foi proposta pelo psicólogo Frederick Herzberg, que acreditava que a atitude de um indivíduo em relação ao seu trabalho pode muito bem determinar o sucesso ou o fracasso. Conforme Robbins e Decenzo (2004, p.206), de acordo com Herzberg, os fatores que levam à satisfação no cargo são separados e distintos daqueles que levam à insatisfação. Assim, “os gerentes que procuram eliminar os fatores geradores de insatisfação podem conseguir, mas não necessariamente, motivação”. A teoria dos dois fatores foi formulada por Frederick Herzberg (apud CHIAVENATO, 2004, p.267) para explicar o comportamento das pessoas em uma situação de trabalho. Para ele, existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas: “os fatores higiênicos e os fatores extrínsecos”. Os fatores higiênicos ou fatores extrínsecos estão localizados no ambiente que rodeia as pessoas e abrangem as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Essas condições são decididas pela empresa, e os fatores higiênicos estão fora do controle das pessoas. Os fatores higiênicos são: salário, benefícios sociais, estilo de chefia ou supervisão, condições físicas e ambientais de trabalho, políticas e diretrizes da empresa, regulamentos internos, clima de relacionamento entre empresa e funcionários, entre outros. (CHIAVENATO, 2004) Entre os fatores de insatisfação (fatores higiênicos) estavam o salário, as condições de trabalho e a política da empresa – todos eles afetavam o contexto em que o trabalho era realizado. O mais importante desses fatores é a política da empresa, que segundo muitos indivíduos pode ser uma grande causa de ineficiência e ineficácia. Os pontos positivos atribuídos a esses fatores não levavam à satisfação no trabalho, mas meramente à ausência de insatisfação. Entre os fatores de satisfação (fatores motivantes) estão a realização, o reconhecimento, a responsabilidade e o progresso – todos eles relacionados ao conteúdo do trabalho e às recompensas ao desempenho profissional (STONER; FREEMAN, 1999, p.326). Quando os fatores higiênicos forem adequados, as pessoas não ficarão insatisfeitas, mas também não ficarão satisfeitas. Para motivar as pessoas nos seus cargos, Herzberg sugeriu “enfatizar os motivadores, que são aqueles fatores que aumentam a satisfação no cargo”. (ROBBINS; DECENZO, 2004, p.206) Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 36 2.3.3 Teoria X e Y: Douglas McGregor propôs duas opiniões distintas sobre a natureza dos seres humanos; uma opinião basicamente negativa, chamada de Teoria X, e uma opinião basicamente positiva, chamada de Teoria Y. Compara dois estilos opostos e antagônicos de administrar: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, mecanicista e pragmática (a que deu o nome de Teoria X), e, de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano (a que denominou Teoria Y). (McGregor, apud CHIAVENATO, 2004, p.270). Para Robbins e Decenzo (2004, p.205), a Teoria X presume que “as necessidades fisiológicas e de segurança dominam o indivíduo”; enquanto que a Teoria Y presume que “as necessidades sociais e de estima são dominantes”. Na Teoria X as pessoas têm uma aversão ao trabalho, apesar de o verem como uma necessidade. Destaca Chiavenato (2004, p.270), que a Teoria X é a concepção tradicional de administração e baseia-se em convicções errôneas e incorretas sobre o comportamento humano, a saber: as pessoas são indolentes e preguiçosas por natureza: evitam o trabalho ou trabalham o mínimo possível em troca de recompensas salariais ou materiais; falta às pessoas ambição: não gostam de responsabilidades e preferem ser dirigidas e sentirem-se seguras nessa dependência. O homem é egocêntrico, e seus objetivos pessoais opõem-se aos objetivos da organização; sua própria natureza leva as pessoas a resistirem às mudanças, pois procuram sua segurança e pretendem não assumir riscos que as ponham em perigo; a sua dependência torna as pessoas incapazes de autocontrole e autodisciplina: elas precisam ser dirigidas e controladas pela administração. A Teoria X reflete um estilo de administração duro, rígido e autocrático, que faz com que as pessoas trabalhem dentro de padrões planejados e organizados. Na teoria X que percebe as pessoas como preguiçosas e sem ambição, estas preferem ser dirigidas e evitar responsabilidades. Assim, o trabalho tem importância secundária, e os administradores devem coagir os empregados ou motivá-los com salários ou mostrando consideração. (STONER; FREEMAN, 1999) Segundo Chiavenato (2004), a Teoria Y baseia-se em concepções e Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 37 premissas atuais e sem preconceitos a respeito da natureza humana, a saber: as pessoas não têm desprazer inerente em trabalhar; as pessoas não são, por sua natureza intrínseca, passivas ou resistentes às necessidades da empresa: elas podem tornar-se assim como resultado de sua experiência negativa em outras empresas; as pessoas têm motivação, potencial de desenvolvimento, comportamento adequado e capacidade de assumir responsabilidades; o homem médio aprende a aceitar e a procurar responsabilidade. Fuga à responsabilidade, falta de ambição e preocupação com a segurança pessoal são conseqüências da experiência insatisfatória da pessoa e não características humanas inerentes a todas as pessoas; a capacidade de imaginação e criatividade na solução de problemas empresariais é amplamente – e não escassamente – distribuída entre as pessoas. As potencialidades intelectuais das pessoas são apenas parcialmente utilizadas. Conforme Chiavenato (2004), a Teoria Y é mais otimista. Presume que o trabalho é tão natural quanto a diversão ou o descanso; que as pessoas desejam trabalhar e que, sob as circunstâncias corretas, obtêm muita satisfação trabalhando. O quadro 2 mostra as características de cada uma das teorias. Pressuposições da Teoria X As pessoas são preguiçosas e indolentes As pessoas evitam o trabalho Pressuposições da Teoria Y As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer O trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou descansar As pessoas evitam a responsabilidade, a As fim de se sentirem mais seguras pessoas procuram e aceitam responsabilidades e desafios As pessoas precisam ser controladas e As pessoas podem ser automotivadas e dirigidas autodirigidas As pessoas são ingênuas e sem iniciativa As pessoas são criativas e competentes Quadro 2: A Teoria X e Y. Fonte: Chiavenato (2004, p.272). Assim, a questão de ser X ou Y tanto pode se referir ao ser do próprio Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 38 indivíduo como ao ser do gerente que o observa e avalia. Explica Marras (2001) que o trabalhador pode não ser X, mas pode ser visto como tal pelo gerente, ou vice-versa. 2.3.4 Teoria da Expectativa: A teoria da expectativa vem superar as demais teorias, com o objetivo de comprovar que nem todos os funcionários são iguais, e hoje apresenta um valor considerável entre os administradores. Destaca Chiavenato (2004, p.201), que a Teoria da Expectativa tenta superar as críticas direcionadas a certos pressupostos de outras teorias motivacionais, tais como, que todos os empregados são iguais, que todas as situações são iguais e que não há o modo melhor de motivar os empregados. Em vez disso, “a abordagem da expectativa tenta levar em conta as diferenças entre indivíduos e situações”. Robbins e Decenzo (2004, p.212) afirmam que a teoria da expectação estabelece que um indivíduo tende a agir de certa maneira com base na expectativa de que o ato será seguido por um dado resultado, e da atratividade desse resultado para o indivíduo. A teoria envolve três variáveis ou relações, que são: relação esforço-desempenho: a probabilidade percebida pelo indivíduo de que o exercício de uma certa quantidade de esforço levará ao desempenho; relação desempenho-recompensa: o grau em que o indivíduo acredita que o desempenho em um nível específico levará ao alcance de um resultado desejado; atratividade: a importância que o indivíduo dá ao resultado potencial ou recompensa que pode alcançar no cargo. Essa variável considera os objetivos e necessidades do indivíduo. Percebe-se assim que, na teoria da expectativa, os indivíduos despendem esforços para alcançar objetivos pessoais e organizacionais, e serão recompensados por este esforço. Este modelo de motivação especifica que o esforço para se atingir um alto desempenho é resultante de se perceber a possibilidade de que o alto desempenho pode ser alcançado e recompensado e que a recompensa valerá o esforço dependido. (STONER; FREEMAN, 1999) Os resultados podem ser através de recompensas intrínsecas, que são Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 39 experimentadas diretamente pelo indivíduo, ou recompensas extrínsecas, como bonificações, elogios ou promoções, dadas por um agente externo, como um supervisor, segundo ainda os autores. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 40 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA Este capítulo trata da metodologia que foi utilizada para a execução do trabalho, demonstrando o tipo de pesquisa, bem como a forma que os dados foram coletados, analisados e interpretados. 3.1 Tipologia da pesquisa: O tipo de pesquisa pode ser definido como um estudo de caso. Cervo e Bervian (1996, p.50) explicam que o estudo de caso “é a pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade para examinar aspectos variados de sua vida”. Destaca Roesch (1996, p.66) que o estudo de caso é um tipo de pesquisa, cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente. O estudo de caso pode ser interpretado como uma categoria de pesquisa que tem o objetivo de retratar uma configuração, funcionando como ponto de partida para uma análise que busque o estabelecimento de relações sociais mais amplas de um determinado objeto de estudo. O delineamento da pesquisa teve uma abordagem qualitativa e quantitativa. Para Cervo e Bervian (1996, p.78), uma pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como “a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentados pelos entrevistados em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos”. O método qualitativo foi empregado na medida em que foi mapeado o ambiente em relação à existência efetiva de oportunidades de carreira. A pesquisa quantitativa, Roesch (1996) esclarece que tem o propósito no projeto de obter informações sobre determinada população, pois busca medir alguma coisa de forma objetiva, o quantitativo é o observável e mensurável, ou seja, significa quantificar dados na forma de coleta de informações. O método quantitativo foi empregado neste trabalho para quantificar os dados coletados através do questionário. A pesquisa qualitativa e quantitativa e seus métodos de coleta e análise dos dados foram utilizados para a fase exploratória da pesquisa, e permitiram à acadêmica uma melhor análise referente ao nível de satisfação dos funcionários e suas expectativas de carreira. A tipologia utilizada foi a pesquisa exploratória, segundo Richardson (1999) Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 41 reforça o conceito e os objetivos da pesquisa exploratória ao descrevê-la como aquela que procura conhecer as características de um fenômeno para procurar, posteriormente, explicações das causas e das conseqüências de tal fenômeno. Neste contexto, a acadêmica explorou o ambiente da empresa Perdigão Agroindustrial, levantando problemas do atual panorama em relação às oportunidades de carreira no Centro de Serviços Perdigão. 3.2 Sujeito de estudo: A população é definida como sendo a totalidade dos indivíduos ou objetivos de determinado caso que se esteja analisando. Vergara (1998) define população como sendo não o número de habitantes de um local, mas o conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo), que possuem características que serão o objeto de estudo. A população desse trabalho compreendeu todos os colaboradores da empresa Perdigão Agroindustrial que compõem o quadro de funcionários da cidade de Itajaí, Santa Catarina. Já a amostra é uma parcela da população escolhida para fazer parte da pesquisa, sendo, neste caso, considerada como amostra intencional. Para Richardson (1999) a amostra intencional é caracterizada como aquela que utiliza elementos que vão formar a amostra, possuindo certas características criadas no plano e nas hipóteses estabelecidas pelo pesquisador. O Centro de Serviços Perdigão possui atualmente um quadro de 456 funcionários. A população deste trabalho compreendeu os 289 funcionários que exercem a função de auxiliares e técnicos, ou seja, os cargos que compõe a base inferior da estrutura empresa. O retorno foi de 203 funcionários (70%), em função do acesso aos turnos. Constatou-se de positivo que sendo o questionário aplicado em período crítico (fechamento de mês), destes 100% retornaram. Este interesse demonstrado pelos funcionários evidencia a carreira profissional como os principais aspectos no campo da realização humana. 3.3 Instrumentos de pesquisa: Os dados primários foram coletados através de um questionário aplicado aos Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 42 funcionários da empresa Perdigão, que formaram a amostra da pesquisa. Segundo Mattar (1996) os dados primários são aqueles coletados com o único objetivo de satisfazer às necessidades da pesquisa, e os dados secundários, são aqueles que já foram coletados e catalogados outrora pela empresa e que já estão disponíveis para consulta. A acadêmica utilizou a técnica de observação no decorrer da aplicação do questionário e a vivência da empresa, a fim de levantar aspectos da organização e do comportamento dos funcionários. Conforme Cervo e Bervian (1996) “observar é aplicar atentamente os sentidos a um objeto, para dele adquirir conhecimento claro e preciso”. Já os dados secundários foram coletados na administração da empresa e nos documentos existentes, como o organograma funcional da empresa e quais os planos de desenvolvimento de carreira oferecidos aos colaboradores que compõem o quadro funcional da organização. 3.4 Análise e interpretação dos dados: Para Marconi e Lakatos (1991) uma vez manipulados os dados e obtidos os resultados, o passo seguinte é a análise e interpretação dos mesmos, constituindose ambas no núcleo central da pesquisa. Assim, os dados coletados foram apresentados através de gráficos, quadros e relatórios explicativos, para posteriormente serem analisadas as respostas, buscando a concretização dos objetivos específicos traçados. 3.5 Limitações da pesquisa: A limitação da pesquisa ocorreu na devolução dos questionários, devido a demora na devolução dos mesmos preenchidos. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 43 4 RESULTADOS OBTIDOS Após o levantamento de dados para analisar as perceptivas e oportunidades de desenvolvimento de carreira no Centro de Serviços Perdigão, localizado na cidade de Itajaí, Santa Catarina, descreveu-se a atual política de carreira nesta empresa, mapeando as práticas efetivas de oportunidade de carreira e verificando o nível de satisfação dos funcionários em relação às atividades que desenvolvem no estágio atual de carreira, levantou-se as expectativas de carreira dos funcionários de nível operacional do CSP, que corresponde a auxiliares e técnicos administrativos, demonstrando os resultados da investigação. 4.1 Perfil dos Funcionários: Em pesquisa realizada com os funcionários no mês de outubro de 2007, foi possível obter dados para esta pesquisa. Estes dados são apresentados em categorias, sendo: Perfil; Práticas de Carreira; Satisfação; Expectativas. Inicialmente, apresentam-se os resultados identificadores do perfil dos funcionários do Centro de Serviços Perdigão S/A. de Itajaí, SC. Tabela 1: Total de funcionários do Centro de Serviços Perdigão – Itajaí – SC. DEPARTAMENTO Nº AUXILIARES Controladoria 59 Service Desk 47 RH 20 Gestão de Sistemas T.I 0 Apoio à Vendas MI / ME 15 Apoio à compras - Suprimentos 18 Financeiro 26 Controles Internos 0 Total 185 TOTAL GERAL: 289 FUNCIONÁRIOS Fonte: Banco de dados RH - CSP Nº TÉCNICOS 18 10 14 2 20 13 24 3 104 Nesta, identificam-se o número de auxiliares e técnicos por departamento da empresa pesquisada, totalizando em outubro/2007 – 289 funcionários. Em pesquisa realizada com os funcionários foi possível obter o perfil destes Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 44 em relação ao sexo, e é possível observar que predomina o sexo feminino entre os colaboradores do Centro de Serviços Perdigão – Itajaí – SC, representando 64%, conforme apresentado a seguir. Masculino 36% Feminino 64% Gráfico 1: Perfil dos colaboradores de acordo com o sexo. Fonte: Questionário Out./2007. Conforme se pode observar, o sexo feminino (64%) e o masculino (36%) demonstra que realmente há entrada cada vez maior do contingente feminino no mercado de trabalho. No item seguinte, se relata a escolaridade dos colaboradores conforme a pesquisa realizada. Pós-Graduação 11% Ensino Médio 2% Superior incompleto 7% 2º Grau Técnico 1% Superior Completo 27% Cursando superior 52% Gráfico 2: Perfil dos colaboradores de acordo com a escolaridade. Fonte: Questionário 10/2007. No que tange ao perfil dos colaboradores pesquisados do Centro de Serviços Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 45 Perdigão – Itajaí - SC, se pode observar que apenas um contingente pequeno de 2% e 1% possuem ensino médio e II grau técnico, respectivamente; 7% provavelmente interromperam por uma causa justa, 11% dos colaboradores possuem pósgraduação e a grande maioria (52%) estão cursando o ensino superior. Conforme os resultados demonstrados anteriormente, pode-se observar que os funcionários em relação à formação universitária estão se preparando para o mercado de trabalho e para novas oportunidades de carreira dentro da empresa. De acordo com a estrutura de cargos da empresa, curso superior completo é a formação necessária para o preenchimento de todos os perfis de cargo com exceção de auxiliar administrativo dentro do Centro de Serviços Perdigão, conforme se pode observar na descrição de alguns cargos no item seguinte. Este item envolve os percentuais referentes ao cargo dos respondentes da pesquisa, conforme pode-se observar abaixo. Técnico 39% Auxiliar 61% Gráfico 3: Cargo ocupado pelos colaboradores respondentes à pesquisa. Fonte: Questionário 10/2007. Dos 456 funcionários do Centro de Serviços Perdigão – Itajaí – SC, 289 possuem cargo de auxiliares e técnicos, correspondendo a 63% do total. Ficou constatado que dos 203 funcionários respondentes da pesquisa, 61% possuem cargo auxiliar administrativo, enquanto que 39% ocupam cargo técnico administrativo. O cargo de auxiliar administrativo consiste no cargo inicial de um funcionário em atividades administrativas. Para o cargo de técnico administrativo, o funcionário deve ter ocupado outro Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 46 cargo dentro da empresa por um período mínimo de 01 ano e conhecer profundamente suas atividades. Pode ainda o funcionário ser admitido diretamente para o cargo de técnico administrativo, desde que preencha o perfil do cargo. Conforme informações do departamento de recursos humanos, a maioria dos funcionários que possuem cargo de técnico administrativo ingressaram na empresa como auxiliar administrativo. Em relação à língua estrangeira, a pesquisa revelou pequeno número de funcionários que efetivamente possuem um segundo idioma, considerado indispensável para a execução das atividades em determinadas áreas, conforme apresentado a seguir: Espanhol Intermediário 6% Espanhol N. Básico 18% Outras Línguas 1% Espanhol Avançado 3% Espanhol Fluente 1% Nenhuma Língua 13% Inglês Fluente 6% Inglês Avançado 6% Inglês N. Básico 29% Inglês Intermediário 17% Gráfico 4: Perfil dos colaboradores quanto à língua estrangeira. Fonte: Questionário 10/2007 Do total de entrevistados, do Centro de Serviços Perdigão – Itajaí – SC, 60% possui um nível básico ou não possui conhecimento de nenhuma língua estrangeira. Efetivamente domina um segundo idioma somente 17% dos funcionários, sendo 12% a Língua Inglesa, 4% Língua Espanhola e 1% outras Línguas. A Perdigão Agroindustrial S/A é uma empresa de capital nacional aberto. Ancorada numa rede composta por 24 Centros de Distribuição, englobando as estruturas logísticas de carnes e lácteos – 15 próprios e 9 terceirizados, além de 9 distribuidores terceirizados e 35 pontos de cross-docking – transit points (transbordo) no Brasil e um centro de distribuição na Europa. A Companhia está presente em mais de 100 países, e, em 7 deles, mantém escritórios de vendas internacionais. Diante desta realidade organizacional, embora não haja exigência específica Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 47 no CSP, observa-se que a empresa se encontra num mercado globalizado, sendo que 60% dos respondentes não despertaram para a necessidade de um segundo idioma. No tocante ao incentivo oferecido pela empresa para curso de idioma, há uma política de incentivo para alguns profissionais/áreas que efetivamente o utilizam como parte de seu trabalho (questionário respondido pelo RH – Apêndice A). Contudo, a política de incentivo existente, vai ao encontro ao que relata Dutra (1996), a obtenção da capacitação e acesso às qualificações profissionais necessárias para competir pelas oportunidades e para atingir as metas de carreira depende da responsabilidade do funcionário. No item seguinte se pode observar o tempo que os funcionários estão na empresa. 9% 19% 27% 24% 21% Mais que 3 anos 2 a 3 anos 1 a 2 anos até 6 meses 6 meses a 1 ano Gráfico 5: Tempo de empresa. Fonte: questionário 10/2007 Os dados acima demonstram que 43% totalizam o número de funcionários que estão na empresa até 6 meses e 6 meses a 1 ano, 21% estão na empresa de 1 a 2 anos, 27% de 2 a 3 anos e somente o universo de 9% dos respondentes estão empresa mais que 3 anos. Os percentuais apontam um considerável aumento no quadro de funcionários e conforme informações do RH, este aumento se deve ao plano de crescimento traçado pela empresa até 2011. Os números de admissões podem ser vistos na tabela 4 (Total de admissões) no item 4.2 a seguir. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 48 O Centro de Serviços Perdigão – CSP foi inaugurado na Cidade de Itajaí em junho de 2005. Sendo este trabalho um estudo no Centro de Serviços Perdigão, a descrição do tempo de empresa utilizado no questionário (máximo mais que 3 anos), deve-se ao fato do CSP existir a 2,5 anos. 4.2 Políticas e Práticas de Recursos Humanos para a Carreira: As ações de Recursos Humanos (RH) precisam ser pensadas do ponto de vista global, ou seja, estrategicamente. É a vida profissional de milhares de pessoas que está sendo afetada quando resolve-se mudar um processo ou introduzir uma inovação. De acordo com Ribeiro (2005, p.14), “o objetivo do departamento de Recursos Humanos (RH) é criar oportunidades para as pessoas crescerem dentro da empresa”. Sendo assim, para serem avaliadas as políticas de recursos humanos do Centro de Serviços Perdigão (CSP) – Itajaí – SC, foi realizado um questionário semiestruturado com a Coordenadora da área de Desenvolvimento Organizacional Ieda Nercoli Koppecom, o qual se encontra no Apêndice A. Referente à política de carreira da Perdigão, foi afirmado pela respondente que existe uma estrutura de cargos, sendo grupo operacional e administrativo. No operacional: Ajudante de produção; Prático; Técnico de produção; Supervisor de Setor; Supervisor de Área; Gerente; Diretor. Já no Administrativo: Auxiliar Administrativo; Técnico Administrativo; Analista/profissional; Coordenador; Gerente e Diretor. Destaca-se que o grupo pertencente ao CSP, objeto de estudo, é o grupo administrativo correspondendo ao nível de operacional os Auxiliares administrativos e Técnicos administrativos. A seguir, apresenta-se a descrição de requisitos dos cargos de Auxiliar administrativo e Técnico administrativo, objetos deste estudo, de acordo com Departamento de RH. Auxiliar Administrativo Formação necessária: Básico: Ensino Médio Completo Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 49 Desejável: Cursando Superior Experiência: Externa: Até 01 Ano Conhecimento/Requisitos Necessários: Conhecimento em Informática (Windows, Word e Excel) Técnico Administrativo Formação necessária: Básico: Cursando Superior Desejável: Superior Completo Experiência: Interna: Ter ocupado outro cargo/posição na empresa Externa: Até 02 anos Conhecimento/Requisitos Necessários Conhecimento em Informática (Windows, Word e Excel) Habilidades: Atenção concentrada Controle emocional Fluência Verbal Habilidade Numérica Trabalho em equipe Analista Administrativo Formação necessária: Básico: Superior Completo Desejável: Especialização Experiência: Interna: Ter ocupado outro cargo/posição dentro da empresa Externa: Até dois anos Conhecimentos/Requisitos Necessários Conhecimento em Informática (Windows, Word, Excel) Desejável: Segundo Idioma Habilidades: Atenção concentrada Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 50 Controle emocional Fluência verbal Habilidade Numérica Trabalho em equipe No decorrer da pesquisa, a pesquisadora observou os funcionários com cargo de analista administrativo e constatou que os que possuem característica de liderança, participam como líderes de célula, que tem como objetivo auxiliar a supervisão na condução da equipe. No entanto, o referido cargo não é alvo desta pesquisa. Conforme estrutura da Perdigão, este pertence a outro grupo. A seguir, o gráfico 6 demonstra-se a opinião dos respondentes sobre o reconhecimento do trabalho pelo supervisor. Raramente 21% Nunca 2% Sempre 29% Quase Sempre 48% Gráfico 6: Reconhecimento do trabalho pelo supervisor Fonte: questionário 10/2007 Quando indagados sobre o reconhecimento de seu trabalho pelo supervisor, os respondentes (48%) afirmaram que quase sempre; 29% disseram ser sempre reconhecidos no desenvolvimento dos seus trabalhos, enquanto que 21% afirmaram ser raramente e 2% nunca serem reconhecidos. Este fator é muito importante, visto que todo funcionário espera ser reconhecido, valorizado mesmo em relação ao mais simples parecer sobre seu desempenho. Segundo Schuler & Jackson (1997), por exemplo, nas empresas que fazem Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 51 uso eficaz das melhores práticas de recursos humanos - gestão de desempenho e gestão de carreira, entre outras - é comum encontrar melhores resultados, não apenas em termos de desempenho econômico-financeiro, mas, também, de produtividade e qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Contudo, no que diz respeito ao reconhecimento do trabalho pelo superior, pode-se observar que o percentual de 71% dos respondentes estão entre os funcionários que quase sempre, raramente ou nunca tiveram seu trabalho reconhecido. Esta questão está diretamente relacionada à motivação, que conforme Robbins e Decenzo (2004), é definida como “a disposição em exercer altos níveis de esforços para alcançar os objetivos organizacionais, condicionada pela habilidade do esforço em satisfazer alguma necessidade individual”. Sendo assim, torna-se necessário uma reavaliação desta prática na empresa, com objetivo de contribuir para um comportamento positivo de seus funcionários que hoje se apresenta como um desafio dentro das organizações. Outro questionamento revela a possibilidade de acesso do colaborador em falar com o supervisor, cujos resultados podem ser observados a seguir. Raramente 16% Nunca 1% Quase Sempre 24% Sempre 59% Gráfico 7: Acesso em conversar com o supervisor. Fonte: questionário 10/2007. O acesso em conversar com o supervisor, de acordo com o gráfico acima é de 59% para a opção sempre; 24% para quase sempre; 16% raramente e apenas 1% para nunca, o que vem demonstrar que os colaboradores do Centro de Serviços Perdigão S/A. de Itajaí (SC) possuem fácil acesso na comunicação, sendo que a Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 52 mesma é necessária, pois proporciona o fortalecimento e construção de relacionamentos, permitindo abrir os canais de comunicação entre a organização e seu pessoal, para que todos saibam a respeito dos objetivos, estratégias, metas e formas de atuação; bem como proporciona um clima interno mais harmônico no qual todos compartilham do mesmo senso de direção e de prioridades. Trata-se, pois, de uma política de RH de monitoramento. É possível que esta questão tenha tido interpretação por parte dos respondentes diferente da intenção da pesquisadora. A questão perguntava se o funcionário tem acesso a conversar com seu superior, a intenção seria se ele tem acesso a conversar com seu superior sobre oportunidade de carreira. Tal fato não foi observado na validação, somente por ocasião da tabulação. Entretanto, a pesquisadora, por pertencer ao quadro da empresa e por observação constatou que os funcionários não procuram seus superiores para discutir sobre desempenho, carreira e salários, e tão pouco há iniciativa por parte dos superiores. Esta questão pode ser analisada quando se observa o percentual dos funcionários que recebem feedback de seus superiores no item seguinte. Conforme Peter Drucker (2001), o modelo hierarquizado está em declínio, e a distância entre o topo e a base da estrutura organizacional está sendo reduzido com o passar dos anos, aproximando o pessoal de base da empresa da gerência e direção. Até recentemente, segundo Chiavenato (1999) a relação entre pessoas e organizações era considerada antagônica e conflitante. Atualmente, já se preconiza a relação do “ganha-ganha”. Esta solução de acordo com o autor, requer negociação, participação e sinergia de esforços. No próximo item, os respondentes foram indagados sobre avaliação ou feedback pelos seus superiores. Esta questão envolve a gestão de desempenho, a qual se vem revestindo de caráter estratégico para as organizações, sendo considerada fundamental na gestão estratégica de recursos humanos e, por conseguinte, no processo de atrair, desenvolver e manter o pessoal necessário à consecução dos objetivos organizacionais. Observe-se a seguir as respostas obtidas. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 53 Nunca 25% Sempre 20% Raramente 28% Quase Sempre 27% Gráfico 8: Avaliação e feedback do superior em relação as suas habilidades e perfil profissional. Fonte: questionário 10/2007 O percentual de 53% dos colaboradores respondeu que nunca ou raramente são avaliados em suas habilidades e perfil profissional; desta forma, pode-se considerar que possivelmente o diálogo entre superior e funcionários sobre competências e desempenho é uma prática que não está incorporada na gestão de pessoas do CSP. 27% responderam que quase sempre passam por avaliação e 20% respondeu que são sempre avaliados pelo supervisor. O questionário respondido pelo departamento de recursos humanos (Apêndice A) relata que há instrumentos de feedback entre gestores e subordinados, em que o gestor avalia e dá orientações ao funcionário no sentido do mesmo buscar seu auto-desenvolvimento. Os percentuais demonstrados na pesquisa com os funcionários sobre avaliação e feedback não evidenciam a pratica efetiva desta política dentro do Centro de Serviços Perdigão. Esta avaliação ou feedback, na visualização de muitos estudiosos, apresenta-se como um instrumento gerencial capaz de integrar diferentes níveis organizacionais e promover a melhoria da performance de indivíduos, de equipes de trabalho e da organização como um todo. No tocante às necessidades individuais, sabe-se que são dinâmicas. Sendo assim, Dutra (1996) fundamenta que é necessário que as empresas tenham sistemas que assegurem o diálogo e o feedback entre as pessoas e a empresa, permitindo a conciliação contínua entre as necessidades de carreira da pessoa e as oportunidades oferecidas pela empresa. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 54 No que diz respeito à oportunidade disponibilizada pelo Centro de Serviços Perdigão, com referência ao treinamento oferecido aos colaboradores, são demonstrados a seguir. Nunca 10% Sempre 29% Raramente 26% Quase Sempre 35% Gráfico 9: Participação em treinamentos oferecidos pela empresa para o desenvolvimento profissional e pessoal. Fonte: questionário 10/2007 Verifica-se que 35% respondeu que “quase sempre” tiveram oportunidade de participar em treinamentos oferecidos pela empresa. 29% responderam que sempre participam de treinamentos, enquanto que num percentual significativo (26%) raramente participam e ainda 10% responderam nunca ter participado. Treinar é educar, ensinar, mudar o comportamento, fazer com que as pessoas adquiram novos conhecimentos, novas habilidades, ou seja, ensiná-las a mudar de atitude. Treinar, na verdade, significa ensinar a pensar, a criar e aprender a aprender. (FARIA, 1999) Em observação junto à empresa, constatou-se que é oferecido treinamento em diversas áreas, tanto para crescimento pessoal como profissional. Este percentual de 36% que raramente ou nunca participaram de algum tipo de treinamento pode estar relacionado ao fato de 23% dos entrevistados possuírem tempo de empresa de até 6 meses e 19% de 6 meses a 1 ano, o que totaliza 42%. Essa capacitação é uma das responsabilidades gerenciais de maior importância nos dias de hoje. Enfim, a adequação dos recursos humanos tem-se constituído em tarefa prioritária no atual contexto de mudança, implicando no estabelecimento de uma Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 55 política voltada para a captação e treinamento de novos servidores, o desenvolvimento de pessoal, a implantação, de um sistema remuneratório adequado que estimule o desempenho através de incentivos, e a instituição e reorganização de carreiras e cargos. A tabela abaixo mostra o conhecimento dos funcionários sobre as suas oportunidades de desenvolvimento de carreira dentro do Centro de Serviços Perdigão. Tabela 2: Conhecimento sobre carreira na Perdigão. Conhece Não conhece Fonte: questionário 10/2007 62% 38% Um percentual preponderante de 62% responderam que “Sim”, conhecem suas oportunidades de desenvolvimento dentro da empresa, ao passo que 38% responderam não saber. Na visão de Bohlander, Snell e Sherman (2003), a empresa é responsável pelo fornecimento de informações sobre sua missão, políticas e planos e deve fornecer suporte para a auto-avaliação, o treinamento e o desenvolvimento. O progresso significativo de carreira pode ocorrer quando a iniciativa individual combina com as oportunidades dadas pela empresa. O percentual acima demonstra que 62% dos funcionários possuem um horizonte profissional e já podem sintonizar suas aspirações profissionais de acordo com as oportunidades mapeadas na empresa. Por fim, considerando que os funcionários são jovens (62% entre 18 e 25 anos), têm pouco tempo de empresa e esta está em expansão, possibilitando supor que está gerando expectativa de oportunidade de carreira. O item seguinte mostra como os funcionários tomam conhecimento acerca das oportunidades internas. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 56 Não fico sa be ndo Colegas 1% 12% Chefia 3% Mural 51% E-m a il 33% Gráfico 10: Forma de conhecimento das oportunidades internas. Fonte: questionário 10/2007 Grande parte dos funcionários (51%) tomam conhecimento a respeito das oportunidades internas através de Mural, 33% através de e-mail. Considerável número dos respondentes (12%) ficam sabendo através de colegas de trabalho e 3% através de chefia. Somente 1% dos funcionários responderam não ficar sabendo. Questionado o departamento de recursos humanos sobre como os funcionários tomam conhecimento das oportunidades de carreira na organização (questionário Apêndice A), obteve-se a resposta que seria através de divulgação interna de vagas em processos de recrutamento interno. O percentual acima de 1% que não fica sabendo acerca das oportunidades internas demonstra que a prática de divulgação utilizada pelo departamento de RH do Centro de Serviços Perdigão é eficaz, pois atinge quase que a totalidade dos funcionários. O item seguinte mostra como os funcionários ficam conhecendo o Plano de Carreira do Centro de Serviços Perdigão. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 57 Colega de Trabalho 5% Ainda não conheço 54% Intranet 11% RH 14% Chefia 16% Gráfico 11: Como ficou conhecendo o plano de carreira. Fonte: questionário 10/2007 Conforme pode-se observar, um percentual preponderante de 54% não conhecem o plano de carreira da empresa, 16% tomam conhecimento através de chefia, 14% através do RH, 11% através da Intranet e 5% afirmam ter conhecido através de colega de trabalho. 11% dos respondentes devem ter se equivocado. A Intranet da empresa não possui informações a respeito do plano de carreira da empresa. A pesquisadora ressalta que a partir de observação, todos os funcionários conhecem o plano de carreira da empresa informalmente, a partir de chefia, RH ou colegas de trabalho. O plano de carreira, segundo informações do RH da Perdigão S/A., não foi possível de ser descrito neste trabalho, por questões de política interna. De acordo com Chiavenato (1994), a carreira é uma trajetória do indivíduo em uma organização, que deve ser feita através de um planejamento, que pode ser individual, feito pelo próprio colaborador, ou pela empresa, que proporciona o desenvolvimento de carreira. Esta é uma forma que as empresas encontram de proporcionar sua manutenção e crescimento na empresa, a fim de que o potencial dos colaboradores e seus talentos sejam aproveitados. O atual crescimento da empresa é visível aos olhos de todos os funcionários, através do constante aumento do quadro de funcionários, o número de empresas que a companhia vem adquirindo, evidencia as oportunidades de crescimento profissional. Conforme observação da pesquisadora, as gerências do Centro de Serviços Perdigão têm tomado como prática efetiva a informação de seus funcionários quanto Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 58 ao crescimento da empresa, suas metas, objetivos, a importância de cada funcionário e as oportunidades de crescimento profissional decorrentes deste processo. Frente a esta realidade, a ausência do acesso ao plano de carreira formal da empresa não impede os funcionários de visualizarem suas oportunidades. 4.2.1 Oportunidades de Carreira: Para fins de compreensão das práticas de carreira do Centro de Serviços Perdigão em Itajaí (SC), levantou-se o número de Promoções/Admissões e Desligamentos ocorridos dentro do CSP no período de 01 de outubro de 2006 a 01 de outubro de 2007, a partir dos dados secundários, disponibilizados pelos funcionários Raquel Vijagran e Jonas Santos, ambos do setor de Recursos Humanos . Os dados são apresentados nas tabelas a seguir. Tabela 3: Total de admissões e promoções Total de admissões 160 Total de Promoções 110 Fonte: Departamento de RH Tabela 4: Total de desligamentos Pediram desligamento 40 Foram desligados pela empresa 29 Fonte: Departamento de RH As informações dos números obtidos demonstram que o número de admissões é bastante considerável, porém, justificado pelo número de novas aquisições de unidades industriais; novas empresas e parcerias efetuadas pela companhia. A pesquisadora observou que o número de funcionários de cargos estratégicos e táticos permanecem, o aumento se dá no quadro operacional. Sendo assim, constata-se que há um crescimento horizontal no CSP. De acordo com Rezende (2002) um dos princípios básicos para administração de carreira é atribuído à gerência da empresa, e esta deve favorecer a evolução em Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 59 carreira. Quanto ao departamento de recursos humanos, cabe zelar para que isto aconteça, dando suporte às gerências, para que possam recompor com agilidade suas equipes, evitando dificultar transferências e promoções. Observa-se na tabela total de admissões e promoções que as práticas de promoção de auxiliares para técnicos administrativos ficaram evidentes no CSP. Referente às promoções ocorridas entre os demais cargos como analistas e supervisores, a pesquisadora não teve acesso aos números, no entanto, conforme informações do RH, este número possui menor representatividade. Em relação à questão dos desligamentos, pode-se observar que do total dos funcionários desligados, 58% solicitaram desligamento, sendo que este número significativo por ter sido ocasionado em função de procura de melhor oportunidade. Sendo objeto de estudo os funcionários que exercem funções consideradas de base (operacionais), e existindo a tendência desses funcionários permaneceram executando a mesma função por um longo período, faz-se necessário atentar para o ciclo motivacional. Conforme Chiavenato (2004), quando as pessoas ingressam e permanecem em uma organização, passam a desenvolver certas necessidades e expectativas que precisam ser atendidas para que percebam que seus esforços e investimentos pessoais produzem retornos significativos e se sintam satisfeitas. Diante desse contexto e considerando o expressivo número de novos funcionários no CSP, é importante ressaltar que a retenção de talentos é uma missão dos Recursos humanos. Trabalhar o ciclo motivacional e elaborar estratégias para produção e retenção de talentos faz-se necessário no contexto atual da empresa. Na visão de Figueiredo (2005), a retenção de talentos é a capacidade que uma empresa tem de manter seus funcionários por um longo período, motivados e altamente produtivos, atuando a seu serviço. A seguir será abordado o nível de satisfação dos colaboradores do Centro de Serviços Perdigão S/A de Itajaí, SC. 4.3 Satisfação dos colaboradores em relação às atividades desenvolvidas referente à carreira: Indagando o posicionamento em relação ao prazer em desenvolverem suas Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 60 atividades do dia-a-dia. Raramente Nunca 0% 6% Sempre 40% Quase Sempre 54% Gráfico 12: Prazer no desenvolvimento das atividades diárias. Fonte: questionário 10/2007 No tocante ao desenvolvimento com prazer das atividades do dia-a-dia pelos funcionários do CSP, constata-se que o preponderante percentual de 94% dos funcionários desenvolvem com prazer suas atividades, somente 6% responderam que raramente, e nenhum funcionário desenvolve sem prazer suas atividades. Esta questão torna-se importante para as empresas, pois está diretamente relacionada à motivação. Desta forma, pode-se dizer que esta questão de desenvolvimento com prazer das atividades do dia-a-dia, não está relacionada com o reconhecimento do trabalho pelo superior, pois 29% dos respondentes afirmam não ter seu trabalho reconhecido. Viável a colocação de Maslow, ao destacar que esta identificação com causas importantes ou com tarefas importantes e a satisfação em conseguir realizá-las, fazem o “eu” crescer e é também uma forma de superar faltas existenciais verdadeiras, como, por exemplo, falta de Q.I., de talento, de habilidade etc. Essa realidade já é constante em algumas empresas, que começaram a valorizar o potencial de seus funcionários, embora ainda haja quem resista à oferta de programas para desenvolver a valorização, a satisfação, a auto-estima e os diversos potenciais, intuitivo, criativo, dentre outros, nas suas equipes. O próximo item indaga sobre o grau de interesse visto no próprio trabalho. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 61 Raramente 9% Nunca 1% Sempre 32% Quase Sempre 58% Gráfico 13: Consideram o trabalho interessante. Fonte: questionário 10/2007 Conforme pode-se observar no gráfico 13, 58% responderam achar seu trabalho interessante. Viável também aqui o comentário de Kanter (1997), de que quando o trabalho é interessante e mais excitante, as pessoas querem realizá-lo por mais tempo. Não 15% Sim 85% Gráfico 14: Trabalha na área que gosta. Fonte: questionário 10/2007 No que diz respeito às questões relacionadas em nível de satisfação dos colaboradores referente ao trabalho e área de atuação, pode-se observar que 58% dos respondentes quase sempre consideram seu trabalho interessante, 9% raramente, e 1% nunca consideram. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 62 32% responderam que seu trabalho é interessante. Em contrapartida, 85% dos respondentes afirmaram trabalharem na área que gostam. Sendo assim, a pesquisadora ressalta que caberia uma questionamento a estes respondentes: Porque o trabalho que desenvolvem não é interessante se trabalham na área que gostam? Porém, como não se tratou de uma entrevista, fica a questão que sugere adversidade. Diante deste contexto, pode-se afirmar que estas contradições ocorrem em função do pouco tempo de empresa destes funcionários o do estágio atual de carreira que se encontram e que os mesmos estão se atentando para o fato que as atividades desenvolvidas nas funções de base (operacional) não são dinâmicas. Chiavenato (2000), não deixa de comentar em seus livros as suas preocupações com o comportamento dos indivíduos dentro das empresas, e relata que as empresas devem obter dos seus funcionários o melhor desempenho, e tem que procurar criar situações que façam com que esses funcionários se sintam satisfeitos e realizados, dêem o melhor de si, mas sem deixar de mostrar que as empresas estão trabalhando com pessoas, que tem aspectos motivacionais, objetivos pessoais, não são como máquinas ou instrumento de trabalho, mas sim, seres humanos com necessidades, anseios e uma auto-estima a ser desenvolvida e estimulada. 4.4 Expectativas de Carreira dos Colaboradores: Para Araújo (2006), o plano de carreira está relacionado com os objetivos profissionais do indivíduo e suas aspirações pessoais de carreira, que são estabelecidos a partir dos interesses e expectativas do indivíduo. O item a seguir mostra a aspiração dos funcionários por outras áreas dentro da empresa e, se possuem as qualificações necessárias. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 63 Não possuem qualificação 8% Possuem qualificação 42% Aspiram 34% Não aspiram 16% Gráfico 15: Aspiração por outra área e qualificação. Fonte: questionário 10/2007 De acordo com Chiavenato (1994, p.118) o planejamento de carreiras está gradativamente deixando de ser feito pelas empresas, que antes privilegiavam exclusivamente seus planos futuros, e está sendo transferido para as próprias pessoas, as quais passam a sintonizar suas aspirações profissionais de acordo com as oportunidades mapeadas dentro da empresa. Destaca ainda que nem todos os funcionários são iguais, e hoje as expectativas apresentam um valor considerável . Robbins e Decenzo (2004, p.212) afirmam que o indivíduo tende a reagir de certa maneira com base na expectativa de que o ato será seguido por um dado resultado, e da atratividade desse resultado para o indivíduo. Sendo assim, a área de Recursos Humanos tem o papel de propor instrumentos e sistemas adequados, visando facilitar e estimular o desenvolvimento dos funcionários, desempenhando um importante papel na gestão de carreira, coordenando a combinação entre oportunidades existentes e o desenvolvimento individual dos membros de sua equipe. Significativo número de funcionários aspira uma função em outra área da empresa e sentem-se qualificados para trabalhar nesta nova área, 68% e 84% respectivamente. Em contrapartida, 32% querem permanecer na mesma área em que atuam e outros 16% aspiram outra área na empresa, porém, não possuem as qualificações necessárias. Segundo Dutra (1996), o planejamento de carreira individual depende de três Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 64 tarefas de responsabilidade do indivíduo: Auto-avaliação: avaliação de suas qualidades, interesses e potencial para os vários espaços organizacionais. Estabelecimento de objetivos de carreira: identificação de objetivos de carreira e de um plano realista baseado na auto-avaliação e na avaliação das oportunidades oferecidas pela empresa. Implementação do plano de carreira: obtenção da capacitação e acesso às experiências profissionais necessárias para competir pelas oportunidades a para atingir as metas de carreira. A tabela seguinte mostra as expectativas dos funcionários em fazer carreira na empresa. Tabela 5: Expectativa de fazer carreira na empresa Sim Não 78% 21% Fonte: questionário 10/2007 A maioria dos funcionários do CSP pretende fazer carreira na empresa (78%), apenas um contingente 21% não pretendem seguir carreira dentro da empresa. O percentual acima demonstra que a empresa tem apresentado perspectivas de desenvolvimento aos seus funcionários e eles se sentem motivados a prosseguir na empresa, gerando uma diminuição da rotatividade de pessoas. A tabela a seguir mostra o número de funcionários que possuem alguma habilidade profissional ou pessoal que gostariam de desenvolver dentro da empresa e quais as áreas. Tabela 6: Percentual de respondentes que possuem habilidade pessoal ou profissional Sim 79% Não 21% Fonte: questionário 10/2007 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 65 Tabela 7: Funcionários que possuem habilidade pessoal ou profissional Departamento Percentual RH 17% Vendas 11% Gestão de sistemas 5% Contabilidade 9% Financeiro 16% Compras 8% Controladoria 3% Gerência 1% Fonte: questionário 10/2007 Um percentual bastante significativo (79%), responderam que “sim”, possuem habilidades que gostariam de desenvolver em outra área da empresa. A área em que os funcionários responderam ter mais habilidade em primeiro lugar é o RH com 17%, em seguida o setor financeiro com 16% e em terceiro lugar o departamento de vendas com 11% dos respondentes. Para Araújo (2006), o plano de carreira está relacionado com os objetivos profissionais do indivíduo e suas aspirações pessoais de carreira, que são estabelecidos a partir dos interesses e expectativas do indivíduo. A seguir o item que demonstra a opinião dos respondentes quanto ao fato de sentirem-se ou não preparados para o mercado de trabalho. Um pouco 38% Sim 60% Não 2% Gráfico 16: Preparação para as exigências do mercado de trabalho. Fonte: questionário 10/2007 Um percentual de 60% responderam que estão preparados para o mercado Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 66 de trabalho atual, ao passo que 38% acham apenas um pouco preparados e, um percentual de apenas 2% afirmaram não se encontrarem preparados. Destaca Ribeiro (2005, p.4), que com a globalização dos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso movimento por qualidade e produtividade, surgiu uma eloqüente constatação na maioria das organizações, o fato de que a principal vantagem competitiva das empresas decorre das pessoas. Diante deste contexto, há contradição por partes dos respondentes. 60% dos funcionários responderam estar preparados para as exigências do mercado de trabalho, porém, somente 17% dos funcionários efetivamente falam um segundo idioma, conforme constatado no item 4 (perfil dos funcionários quanto à língua estrangeira). A globalização, segundo alguns autores, como por exemplo, Martins (1996, p.89), é considerada como a “queda das fronteiras entre os países”. Assim, evidencia que o domínio de um segundo idioma é vital para o profissional que deseja estar preparado para o mercado de trabalho. O item abaixo indaga a quem os funcionários atribuem à responsabilidade de sua carreira. De Você 18% Da empresa 2% Do Superior 8% Você e da Empresa 72% Gráfico 17: Em relação a sua carreira você acha que depende. Fonte: questionário 10/2007 O mais alto percentual (72%) afirmam que a carreira depende de si próprio e da empresa. Já 18% acreditam que a carreira depende apenas de si próprio, sendo que 8% do superior e 2% da empresa. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 67 Vale a pena ressaltar que no sentido moderno de carreira, a gestão da mesma torna-se uma preocupação tanto do indivíduo quanto das empresas, as quais modernizam sua estrutura política para assegurar que as pessoas recrutadas permaneçam na empresa, pois encontram um estímulo na possibilidade de construir uma carreira corporativa. Conforme Resende (2002), a carreira é responsabilidade do empregado. Deve ficar claro para todos os empregados que cabe a eles se interessarem pela evolução profissional e buscarem as qualificações e capacitações necessárias. Compete às organizações facilitarem isto com apoio e orientação. Ressalta ainda que as gerências devem favorecer a evolução em carreira. Cabe ao setor de recursos humanos da empresa zelar para que isto aconteça, dando suporte às gerências, para que possam recompor com agilidade suas equipes, evitando dificultar transferências e promoções. Por outro lado, observa-se que os funcionários têm consciência de que a carreira depende deles próprios e também da empresa. Conforme informações fornecidas pela coordenadora de Recursos Humanos, o Centro de Serviços Perdigão - Itajaí (SC), como política de oportunidade de carreira efetua o Recrutamento Interno, sendo que atualmente mais de 80% das oportunidades de promoções são oriundas de aproveitamentos internos. Pode-se verificar através do item abaixo as práticas utilizadas pelos funcionários para desenvolver carreira. 0% 15% 44% 23% 18% Desenvolve novas competências e habilidades Persegue Metas Reavalia o des empenho Continua produtivo Prepara-se para a aposentadoria Gráfico 18: O que fez para desenvolver carreira. Fonte: questionário 10/2007 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 68 18% dos respondentes abordaram de forma objetiva que pretendiam tornar realidade suas expectativas de carreira, perseguindo metas, porém um percentual mais acentuado de 44% acredita em desenvolver novas competências e habilidades, 23% reavaliando o desempenho, sendo ainda que 15% optaram por continuar produtivo. Conforme Vroon (1997), os valores pessoais e os sistemas cognitivos que representam aquilo que cada indivíduo sabe de si mesmo e sobre o ambiente que o rodeia, são diferentes entre as pessoas, bem como as capacidades pessoais para atingir os objetivos são diferentes. Contudo, pode se observar que todos os funcionários buscam de alguma forma sua evolução profissional. A tabela seguinte demonstra como os funcionários se imaginam daqui há 3 anos. Tabela 8: Como os funcionários se imaginam daqui há 3 anos. Trabalhando na empresa, no mesmo cargo. 3,0% Trabalhando na empresa, num cargo melhor 60% Trabalhando em outra empresa, no mesmo cargo. 0% Trabalhando em outra empresa, num cargo melhor. 18% Trabalhando por conta própria 8% Sem opinião 8% Fonte: questionário 10/2007 Dos 203 funcionários entrevistados, 3% pretendem trabalhar na empresa, no mesmo cargo, o que demonstra que estes funcionários não aspiram outro cargo dentro da empresa, ou já se sentem realizados com o cargo que possuem. O percentual de 60% imagina-se trabalhando na empresa, porém num cargo melhor. Esta informação vai ao encontro com a questão (expectativa de fazer carreira na empresa), onde 78% dos funcionários pretendem fazer carreira na empresa. Nenhum funcionário pretende estar daqui há 3 anos em outra empresa num outro cargo. 18% pretendem estar trabalhando em outra empresa, num cargo melhor, 8% por conta própria e 8% não souberam ou não quiseram opinar. Diante do exposto, conclui-se que o preponderante percentual de 60% que pretende continuar trabalhando na empresa num cargo melhor, possui expectativas de fazer carreira e estão motivados. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 69 Conforme Robbins e Decenzo (2004), a motivação é a disposição em exercer altos níveis de esforços para alcançar os objetivos. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 70 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo geral deste trabalho se propôs analisar as expectativas de oportunidade de carreira de funcionários de nível operacional do Centro de Serviços Perdigão. Este objetivo foi atingido identificando através do resultado da pesquisa que significativo número de funcionários possui expectativas em fazer carreira. O primeiro objetivo específico foi atingido a partir da descrição das políticas de recursos humanos, obtidas junto ao departamento de Recursos Humanos. Ao mapear as práticas efetivas de oportunidade de carreira, segundo objetivo, foi possível constatar que ocorre preponderante número de promoções de auxiliares administrativos para técnicos administrativos, cargos de objeto de estudo compreendido nesta pesquisa (1 ano), representando 63% dos funcionários do CSP. O terceiro objetivo foi alcançado com a verificação do nível de satisfação em relação às atividades que desenvolvem no estágio atual de carreira, os funcionários da empresa sentem-se satisfeitos e aspiram novos cargos. Expressivo número de funcionários pretende fazer carreira no Centro de Serviços Perdigão, é apontado o quarto e último objetivo específico, que buscam levantar as expectativas de carreira dos funcionários. Para a acadêmica a experiência foi gratificante, pois favoreceu o contato com os funcionários dos diversos departamentos, conhecer as percepções dos colegas de trabalho, perceber expectativas comuns em relação à oportunidade de carreira. Foi possível também perceber que mesmo a empresa não possuindo um plano formal de carreira, os funcionários gostam e pretendem continuar trabalhando na Perdigão. De acordo com Chiavenato (2004), quando as pessoas ingressam e permanecem em uma organização, passam a desenvolver certas necessidades e expectativas que precisam ser atendidas para que percebam que seus esforços e investimentos pessoais produzem retornos significativos e se sintam satisfeitas. Frente à visualização da expansão da empresa e do aumento significativo do quadro de funcionários de nível operacional, fica a sugestão de um programa que propicie um rodízio ou possibilidade de remanejamento maior dos funcionários entre os setores, visando o ciclo motivacional dos mesmos, em função da característica das atividades que são desenvolvidas nestes cargos. Apesar de não ter sido alvo de estudo os demais níveis, sabe-se que as Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 71 oportunidades são menores à medida que a pirâmide se afunila. Em níveis superiores ocorrem menos oportunidades de carreira e contratações externas. Tal fato é acentuado diante de uma estabilização ou recessão econômica. Isto remete à conclusão de que se a pesquisa tivesse sido realizada no início deste trabalho, o resultado poderia ser diferente. Neste caso é oportuno comentar que a expectativa deveria ser monitorada com certa periodicidade. Paralelamente, observou-se que o plano de carreira não é claramente exposto ao funcionário, bem como não há orientação para desenvolvimento de carreira. Destaca-se que os funcionários consideram-se preparados para o mercado de trabalho e oportunidades na empresa, mas que em um mercado globalizado em que esta empresa está inserida, os mesmos indicaram não estarem se preparando para estas necessidades. Vale considerar que o objetivo da maioria dos funcionários é fazer carreira na empresa e neste momento, em função do crescimento da mesma, o nível operacional (grupo administrativo compreendendo os cargos de auxiliares e técnicos administrativos), tem tido oportunidades. E, neste último ano, correspondendo suas às expectativas. Importante destacar que toda organização está sujeita a um período de estabilização e neste caso, as oportunidades se reduzem, especialmente para níveis superiores. Para a administração contribuiu à medida que estudiosos de RH debatem as questões de motivação relacionadas a oportunidades de carreira, que cada vez menos são realidade. Visto que a horizontalização de carreira e reduzidas oportunidades nas empresas são ainda a responsabilidade sobre o desenvolvimento para carreira passou a ser mais responsabilidade do funcionário do que uma preocupação de carreira. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 72 REFERÊNCIAS ARAÚJO, L. C. G. Gestão de pessoas: estratégias e integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2006. BERGAMINI, C. W; CODA, R. Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. São Paulo: Atlas, 1997. BOHLANDER, G.; SNELL, Scott; SHERMAN, A. 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Gestão de pessoas, não de pessoal. Rio de Janeiro: Campus, 1997. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 75 APÊNDICES Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 76 Apêndice A: Questionário aplicado ao Departamento de RH da Perdigão 1 - Qual a política de carreira da Perdigão? R: Existe uma estrutura de cargos, sendo operacional e administrativo: Operacional: Inicio de carreira como ajudante de produção, prático, técnico de produção, supervisor se setor, supervisor de área, gerente, diretor. Administrativo: Auxiliar, técnico administrativo, analista/profissional, coordenador, gerente e diretor. 2 - A empresa oferece programas de desenvolvimento de novas oportunidades? R: a) A empresa está oferecendo um Programa de Trainne, que permitirá participação dos funcionários, além de público externo. b) Recrutamento Interno: Hoje mais de 80% das oportunidades de promoções nos níveis de liderança são oriundas de aproveitamentos internos. 3 - Como os funcionários tomam conhecimento das oportunidades de carreira na organização? R: Através da divulgação interna de vagas no processo de Recrutamento Interno. 4 - Quais as competências necessárias para que um funcionário da Perdigão faça carreira? R: Conforme a posição/cargo há necessidade de competências específicas, para os grupo de gestores há utilização de competências gerencias, sendo: Gestão de Pessoas; Orientação para Resultados; Gestão Estratégica; Sensibilidade Internacional; Foco no Cliente; Gestão da Transformação; Construção de Relacionamentos. 5 - A empresa oferece algum tipo de incentivo (benefício) para a qualificação que proporcionará oportunidade de carreira (graduação, idiomas e outros)? R: Há uma política de incentivo financeiro para desenvolver profissionais, seguindo critérios específicos, conforme a necessidade de competências das áreas. Idiomas: Há incentivo para alguns profissionais/áreas que efetivamente o utilizam como parte de seu trabalho. Graduação: Não há política. Especializações: Voltadas para atender principalmente áreas chaves do negócio da empresa. Ex: Agropecuária/alimentos/etc. 6 - Quais as opções de administração de carreira são utilizadas pela empresa? (a) Informações acerca de oportunidades internas ( ) divulgação de posições disponíveis (job posting); ( ) levantamento de habilidades; ( ) sistema de carreiras, com divulgação de pré-requisitos de acesso a cada posição; ( ) centro de informações acerca das oportunidades de carreira. ( ) outros _________________________________________________________________ (b) Processos de avaliação de potencial ( ) centros de avaliação ( ) previsão de demanda por recursos humanos; ( ) planos de sucessão e remanejamentos. ( ) outros: A empresa desenvolve avaliações pontuais para executivos. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 77 (c)Programas de desenvolvimento ( ) programas de rotação interna (job rotation); ( ) programas de desenvolvimento interno e externo; ( ) bolsas de estudo ou programas de assistência à educação; ( ) desenvolvimento de gestores como conselheiros de carreira; ( ) programas de desenvolvimento visando carreiras paralelas; ( ) sistemas de orientação do desenvolvimento individual. ( ) outros _________________________________________________________________ (d) Instrumentos para auto-avaliação ( ) workshops para planejamento de carreira; ( ) manuais para planejamento de carreira. ( ) Instrumentos de feedback entre gestores e subordinados, em que o gestor avalia e dá orientações ao funcionário no sentido do mesmo buscar seu auto desenvolvimento. ( ) Treinamentos oferecidos aos funcionários no sentido de conscientizar da sua responsabilidade de avaliar a própria atuação. Ex: Programa de Educação Continuada “Gosto por Servir”. (e) Aconselhamento Individual ( ) profissionais de recursos humanos; ( ) conselheiros profissionais – internos ou externos; ( ) profissionais de recolocação ( ) chefia imediata e mediata ( ) outros_________________________________________________________________ Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 78 Apêndice B: Questionário aplicado aos colaboradores do Centro de Serviços Perdigão S/A. de Itajaí, SC. PERFIL Cargo Auxiliar Técnico Sexo Feminino Masculino Tempo de Empresa até 6 mêses 6 mêses a 1 ano 1 a 2 anos 2 a 3 anos mais que 3 anos Idade Entre 18 e 25 26 e 35 36 e 40 41 e 50 acima de 50 Escolaridade/Formação Ensino Médio 2º Grau Técnico Superior Completo Cursando Superior Superior incompleto Pós-graduação Outros Língua estrangeira Inglês Nível Básico Intermediário Avançado fluente Espanhol Nível Básico Intermediário Avançado fluente outros: Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 79 01. Você trabalha na área/departamento que gosta? Sim Não 02.Você aspira uma função em outra áres da emprea? Sim Não Se positivo, você tem as qualificações necessárias para trabalha nesta nova área? Sim Não 03. Você sabe quais são as reais oportunidades de desenvolvimento de sua carreira dentro da Perdigão? Sim Não 04. você sabe como ocorrem as promoções dentro do seu departamento? Sim Não 05. Você tem expectativas de fazer carreira na empresa? Sim Não 06. Você tem alguma habilidade profissional ou pessoal que gostaria de desenvolver no seu trabalho? Sim Não Qual (is) RH Vendas Gestão de Sistemas Contabilidade Financeiro compras Controladoria Logística Gerência Outras. Qual? 07. Você desenvolve com prazer suas atividades do dia a dia? Sempre Quase sempre Raramente Nunca 08. Seu trabalho é interessante? Sempre Quase sempre Raramente Nunca 09. Seu trabalho é reconhecido pelo seu superior? Sempre Quase sempre Raramente Nunca 10. Você tem acesso a conversar com seu superior? Sempre Quase sempre Raramente Nunca Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 80 11.Você já foi avaliado ou recebeu feedback do seu superior em relação as sua habilidades e perfil profissional? Sempre Quase sempre Raramente Nunca 12. Você teve oportunidade de participar de treinamentos oferecidos pela empresa para o desenvolvimento profissional e pessoal? Sempre Quase sempre Raramente Nunca 13. Você se sente preparado para que o mercado de trabalho exige atualmente? Sim Não Um pouco 14. Como você fica sabendo das oportunidades internas? Mural E-mail Chefia Colegas Não fico sabendo Outro? Qual? 15. Como você ficou conhecendo o plano de carreira da empresa? Intranet RH Chefia colegas Não fico sabendo Outro? Qual? 16. em relação a sua carreira você considera que depende: De você Da empresa Do superior Você e da empresa 17. Para desenvolver a carreira você: Desenvolve novas competências e habilidades Persegue metas Reavalia constantemente o desempenho Continua produtivo Prepara-se para a aposentadoria 18. Como você se imagina daqui há 3 anos? Trabalhando na empresa, no mesmo cargo Trabalhando na empresa, num cargo melhor Trabalhando em outra empresa, num cargo melhor Trabalhando por conta própria Sem opinião Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 81 ANEXOS Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. 82 Gerente CSP ANEXO 1: Organograma da Empresa Finanças Controladoria Recursos Humanos Sistemas Relacionamento com o cliente Controle Interno Contas a Pagar Contabilidade ADM de RH Sistemas Serviçe Desk Perfil/Usuário Contas a Receber Custos e Orçamento Benefícios e Remuneração Desenvolvimento Suprimentos Operações Financeiras Fiscal Treinamento e Seleção Apoio à Vendas Apoio Administrativo CSPa Gerentes Coordenadores Figura 1: Organograma do Centro de Serviços Perdigão – Itajaí – SC Fonte: Setor RH do CSP Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message. Centro de Serviço Avançado 83 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message.