Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
Aprimoramento da Técnica Refrigerated Sorptive Extraction (RSE) para
Análise de Compostos Voláteis em Pescado
Ricardo S. Camargo (PG)*, Igor R. B. Olivares (PQ)
Universidade de São Paulo, Instituto de Química de São Carlos, Av. Trabalhador São Carlense, 400 CP 780
São Carlos, SP CEP 13560-970
*[email protected]
Palavras Chave: Preparo de Amostras, Extração Sortiva Refrigerada, Cromatografia Gasosa.
Introdução
O aprimoramento de técnicas já desenvolvidas de
Preparo de Amostras têm sido um dos grandes
avanços da Química Analítica1. A técnica Solid
Phase Microextraction (SPME) passou por vários
aperfeiçoamentos, destacando-se a refrigeração da
fase sortiva que desloca a distribuição de analitos
entre a matriz e a fase, aumentando a préconcentração2. No entanto, outra técnica bem
conhecida, Stir Bar Sorptive Extraction (SBSE)
apresenta poucos trabalhos com refrigeração,
sendo pouco desenvolvida.
A proposta desse trabalho é a miniaturização da
SBSE em modo Headspace (HS-SBSE) com
refrigeração, técnica que foi nomeada Refrigerated
Sorptive Extraction (RSE)3.
Resultados e Discussão
O pescado triturado (cedido pelo Lanagro-MAPA)
foi fortificado com solução padrão de 14 compostos
clorados (Hexaclorobenzeno; Lindano; Aldrin;
Heptacloro Epóxido; trans-Clordano; cis-Clordano;
p,p-DDE; Dieldrin; p,p-DDD; o,p-DDT; p,p-DDT;
Mirex, PCB-118 e PCB-180). Após 60 minutos foi
realizada a extração com a técnica RSE (120
minutos; aquecimento a 85±1°C, refrigeração a
0±1,-10±1, -20±1°C e sem refrigeração). Foi
utilizada fase sortiva de polidimetilsiloxano (PDMS),
a qual, após a extração, foi dessorvida em mistura
de acetonitrila e 20% de tolueno em volume por 30
minutos, seguido de análise por GC/MS.
Comparando-se
as
alturas
dos
picos
cromatográficos com os resultados de extração em
diferentes temperaturas de refrigeração, pôde-se
observar que a diminuição da temperatura de
refrigeração da barra sortiva aumenta a altura do
pico no mínimo em 50% (hexaclorobenzeno) e no
máximo em 400% (p,p-DDD; o,p-DDT; p,p-DDT e
p,p-DDE).
O gradiente de temperatura causado pela
refrigeração da fase desloca o equilíbrio de partição
entre os analitos que estão no Headspace e o
PDMS. Como a sorção dos analitos na fase se trata
de um processo exotérmico4, o aquecimento
necessário para a volatilização dos analitos
semivoláteis prejudica a sorção dos mesmos pelo
a
36 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
PDMS. Contudo, a refrigeração consegue minimizar
esse problema, pois a transferência de massa é
maior, além de diminuir o coeficiente de difusão dos
analitos na fase, o que aumenta a concentração.
fluxo de fluido
refrigerante
barra sortiva
bloco de
aquecimento
Figura 1. Sistema (lab made) para aquecimento da
matriz
e
refrigeração
da
fase
sortiva
simultaneamente (RSE).
Os próximos passos para aprimorar a técnica
incluem a elaboração de um Planejamento
Experimental, avaliando a temperatura de
aquecimento da matriz e a temperatura de
refrigeração da fase sortiva.
Conclusões
Os resultados preliminares da técnica RSE
permitem avaliar a eficácia no aumento da préconcentração na fase sortiva, o que pode
desencadear o advento de métodos mais sensíveis
para análises de compostos voláteis e semivoláteis
em matrizes diversas.
Agradecimentos
Agradecemos à Fapesp pela bolsa concedida e pelo
financiamento ao projeto (Proc. 2010/12095-8).
____________________
1
Laaks, J.; Jochmann, M. A.; Schmidt, T. C. Anal. Bioanal. Chem. 2012,
402, 565.
2
Martendal, E.; Carasek, E. J. Chrom. A. 2011, 1218, 367.
3
Carmi, J .D., Olivares, I. R. B., Grossi, P., Lanças, F. M. J. Chrom. Sci.
2009, 47, 812.
4
Zhang, Z.; Pawliszyn, J. Anal. Chem. 1995, 67, 34.
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