UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
LARISSA ZACCARON BERTAN
AS MUDANÇAS NOS ÍNDICES DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES
COM A REALIZAÇÃO DA CAMPANHA DE VACINAÇÃO PARA OS
IDOSOS, NO MUNICÍPIO DE FORQUILHINHA/SC
CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2008.
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LARISSA ZACCARON BERTAN
AS MUDANÇAS NOS ÍNDICES DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES
COM A REALIZAÇÃO DA CAMPANHA DE VACINAÇÃO PARA OS
IDOSOS, NO MUNICÍPIO DE FORQUILHINHA/SC
UNESC, 2008.
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LARISSA ZACCARON BERTAN
AS MUDANÇAS NOS ÍNDICES DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES
COM A REALIZAÇÃO DA CAMPANHA DE VACINAÇÃO PARA OS
IDOSOS, NO MUNICÍPIO DE FORQUILHINHA/SC
Monografia apresentado à Diretoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul
Catarinense - UNESC, para obtenção do título de
especialista em Saúde coletiva.
Orientadora: Profª. Msc. Ivanir Prá da Silva Thomé
UNESC, DEZEMBRO DE 2008.
3
Dedico este trabalho aos meus pais Ademar e
Maria
do
Carmo,
que
me
incentivaram
e
apoiaram sempre que precisei nesta caminhada.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado sabedoria para realizar este trabalho.
Aos meus pais, Ademar e Maria do Carmo, pelo amor, dedicação e formação
que me deram, acreditando no meu sonho, incentivando-me dia após dia e
confortando-me em momentos de desânimo e desespero. Meu amor eterno.
Ao meu irmão, Lucas, que faz a minha vida não ser solitária, torço por você
também maninho!
Ao meu namorado, Lucas, que teve compreensão em muitos momentos em
que estive ausente em função do meu estudo. Te amo.
Às minhas amigas, que muitas vezes tiveram que suportar a indelicadeza e a
falta de um sorriso, e mesmo assim sempre me deram força.
A todos os professores que contribuíram para a minha formação, em especial
a minha orientadora Ivanir, que me ajudou na realização deste trabalho,
esclarecendo minhas dúvidas e confiando no meu potencial. Muito obrigado!
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“Cuidar é mais que um ato é uma atitude. É ser
autentico, envolver-se, estar presente, confortar,
preocupar-se, ter consideração, expressar
sentimentos, fazer para e com o outro, tocar,
amar,
ser
paciente,
proteger,
respeitar,
compartilhar, ter habilidade técnica, demonstrar
conhecimento, segurança, valorizar o outro, ser
responsável, relacionar-se espiritualmente, ouvir
atentamente... seja em primeiro lugar um
cuidador de si mesmo”
(AUTOR DESCONHECIDO)
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RESUMO
A implantação da vacina contra a gripe para a população de 60 anos ou
mais no país levou em consideração particularmente a vulnerabilidade dessa faixa
etária às complicações e problemas graves que podem advir da influenza. São mais
freqüentes: a pneumonia bacteriana secundária, a pneumonia viral primária, a
exacerbação de doenças crônicas de base (pneumopatia e cardiopatia crônica,
doença renal, hipertensão, diabete e imunodepressão) e o óbito. (DIVE, 2007). O
presente estudo teve como objetivo identificar o índice de internação hospitalar por
doenças do aparelho respiratório nos idosos, antes e após a introdução da
campanha de vacinação contra a influenza, no Município de Forquilhinha/SC. Tratase de um estudo exploratório, documental e bibliográfico, com abordagem
quantitativa. Os dados foram coletados por meio de pesquisas bibliográficas,
documental, encontrados no site DATASUS/SIH-SUS e também nos dados
disponíveis na Secretaria Municipal de Saúde. O local para a realização da pesquisa
foi o município de Forquilhinha/SC. A amostra foi 100% das internações hospitalares
pelo SUS, dos idosos, acima de 60 anos, por motivo de doenças do aparelho
respiratório dos residentes no município em questão, nos anos de 1998, 2000, 2001,
2004 e 2007. Os dados quantitativos foram organizados com recursos da estatística,
construindo-se tabelas, para posterior análise. Os resultados da pesquisa apontaram
que o índice de internações hospitalares por doenças do aparelho respiratório nos
idosos, antes da introdução da campanha de vacinação contra a influenza, em 1999
no município de Forquilhinha era de 38,54% e sete anos após a introdução da
campanha de vacinação, ou seja, em 2007 foi de 29,20%. Isto leva a crer que a
campanha nacional de vacinação contra Influenza possa ter proporcionado uma
diminuição no índice de internação, confirmando a hipótese do estudo. Porém, o
estudo chamou a atenção para o fato de que duas patologias sujeitas a prevenção
pelas vacinas que são as pneumonias e influenza aumentaram. As Internações
Causas Sensíveis a Atenção Primária (ICSAP) também diminuíram.
Palavras-chaves: idosos; campanha; influenza; doenças do aparelho respiratório;
internação.
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
ACS: Agentes Comunitários de Saúde
DATASUS: Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
DIVE: Diretoria de Vigilância Epidemiológica
ESF: Estratégia Saúde da Família
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICSAP: Causas Sensíveis a Atenção Primária
MS: Ministério da Saúde
OMS: Organização Mundial de Saúde
PACS: Programa de Agentes Comunitários de Saúde
PNI: Programa Nacional de Imunização
PSF: Programa Saúde da Família
SC: Santa Catarina
SIH: Sistema de Informações Hospitalares
SMS: Secretaria Municipal de Saúde
SUS: Sistema Único de Saúde
UBS: Unidade Básica de Saúde
VE: Vigilância Epidemiológica
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................10
1.2 Justificativa......................................................................................................11
1.3 Hipóteses.........................................................................................................11
2. OBJETIVOS....................................................................................................13
2.1Geral................................................................................................................13
2.2 Específicos......................................................................................................13
3. ESTADO DA ARTE.........................................................................................14
3.1 A implantação da ESF no Município de Forquilhinha.....................................14
3.2 Epidemiologia e sua relação com as campanhas de vacinação.....................15
3.3 Vacina Influenza..............................................................................................22
3.4 Histórico da campanha de vacinação contra influenza...................................19
3.5 Influenza (Gripe).............................................................................................22
3.6 Laringite..........................................................................................................24
3.7 Bronquiectasia................................................................................................25
3.8 Asma...............................................................................................................26
3.9 Pneumoconiose..............................................................................................27
3.10 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).............................................28
3.10.1 Enfisema....................................................................................................29
3.10.2 Bronquite....................................................................................................30
3.11 Pneumonia....................................................................................................31
4. METODOLOGIA..............................................................................................34
4.1 Local do Estudo..............................................................................................35
4.2 População e Amostra .....................................................................................36
4.3 Procedimentos para a Coleta de Dados.........................................................37
4.4 Análise dos Dados..........................................................................................38
4.5 Princípios Éticos..............................................................................................41
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS DADOS.............................................42
5.1 Avaliação das internações hospitalares por doenças do aparelho respiratório
em idosos pelo Sistema Único de Saúde (SIH/SUS)..........................................42
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5.2 Série histórica das campanhas nacionais de vacinação contra influenza para
os idosos no período de 1999 a 2007.................................................................45
5.3 Análise das Internações Causas Sensíveis a Atenção Primária (ICSAP) antes
da implantação das unidades de ESF no ano de 2000 e sete (07) anos após, no
ano de 2007/SUS................................................................................................47
6. CONCLUSÕES.................................................................................................49
REFERÊNCIAS....................................................................................................51
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR....................................................................53
ANEXOS...............................................................................................................54
ANEXO A..............................................................................................................55
ANEXO B..............................................................................................................57
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1. INTRODUÇÃO
Este estudo teve por finalidade, aprofundar o conhecimento referente ao
comportamento das internações hospitalares por doenças do aparelho respiratório,
entre os idosos, dos residentes do município de Forquilhinha, antes e após o
surgimento da campanha de vacinação contra a influenza.
Dentre as várias ações em saúde pública, observamos que na busca da
promoção à saúde e prevenção das doenças, enfatizam-se, na prática dos serviços
de saúde as ações de imunização.
Na população maior de 60 anos, as doenças respiratórias, entre elas a
infecção pelo vírus da influenza e suas complicações, constituem
importante causa de internação e morte nas últimas décadas,
particularmente nas faixas etárias mais idosas. Dentre as ações de
prevenção de agravos à saúde, a vacinação contra influenza vem sendo
administrada aos idosos, em âmbito nacional, desde 1999. (FRANCISCO,
DOLALISIO, LATTORRE, 2004).
Diante da importância das campanhas nacionais de vacinação lançadas
anualmente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), surge à necessidade de analisar
os dados do município a ser estudado, em relação às campanhas de vacinação
contra o vírus influenza para os idosos, que atualmente incluem as pessoas de 60
anos ou mais e a morbidade relacionada com doenças do aparelho respiratório.
Conforme a DIVE (Diretoria de Vigilância Epidemiológica, 2007), a primeira
Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe (Influenza) aconteceu em
abril de 1999 destinada à população de 65 anos ou mais. A partir do ano de
2000, o Ministério da Saúde incluiu na indicação a faixa etária entre 60 e 64
anos. Desde então, Ministério da Saúde, estados e municípios realizam
anualmente essa campanha.
O Ministério da Saúde conceitua influenza como sendo uma infecção com
manifestações sistêmicas, tais como febre alta, cefaléia, mal-estar, mialgia e
11
sintomas respiratórios como tosse e coriza. Muitas vezes apresenta também
conjuntivite, dor abdominal, náuseas e vômitos. (BRASIL, 2006, p. 116).
1.2 JUSTIFICATIVA
A escolha do tema surgiu como uma tentativa de conhecer melhor os
resultados de uma das ações de prevenção realizadas anualmente pelo Ministério
da Saúde e pelos profissionais de saúde em seu local de trabalho, sendo esta a
campanha de vacinação contra o vírus da influenza para os idosos. Diante do
exposto, e sentindo a necessidade de ampliar a compreensão acerca da importância
e dos resultados desta campanha, surgiu o interesse em responder a seguinte
questão norteadora: Qual o índice de internação hospitalar por doenças do aparelho
respiratório nos idosos, antes e após a introdução da campanha de vacinação contra
a influenza, no município de Forquilhinha?
1.3 HIPÓTESES
Segundo Leopardi (2002, p. 103) “[...] hipóteses são respostas possíveis
ou prováveis à própria questão formulada”.
Para Pádua (1996 apud LEOPARDI, 2002, p. 103) a palavra hipótese:
É o que está suposto, e que poderá ou não ser confirmado pela pesquisa.
Ela surge após a formulação do problema levantado pelo pesquisador,
propõe uma solução para o mesmo e constitui numa interpretação
provisória e antecipada, que a investigação irá confirmar ou refutar.
Portanto, a função da hipótese é fixar a diretriz de pesquisa [...].
Esta pesquisa tem a seguinte hipótese:
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A introdução da vacinação contra influenza contribuiu para a diminuição no
índice de internação hospitalar por doenças do aparelho respiratório entre os idosos,
residentes do Município de Forquilhinha;
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2. OBJETIVOS
2.1 Geral
Identificar o índice de internação hospitalar por doenças do aparelho
respiratório nos idosos, antes e após a introdução da campanha de vacinação contra
influenza, no Município de Forquilhinha/SC.
2.2 Específicos
a) Identificar as doenças do aparelho respiratório que levaram às
internações hospitalares, pelo SUS, em idosos, dos residentes de Forquilhinha, um
ano antes da campanha de vacinação contra a influenza (1998) e depois da
introdução da campanha, de três em três anos, isto é: nos anos de 2001, 2004 e
2007;
b) Documentar a série histórica das campanhas nacionais de vacinação
contra influenza para os idosos no período de 1999 a 2007 e analisar a cobertura
vacinal neste grupo;
c) Comparar e avaliar se ocorreu redução nas internações hospitalares,
pelo SUS, por doenças do aparelho respiratório, em idosos, por Internações Causas
Sensíveis a Atenção Primária (ICSAP) um ano antes da implantação das unidades
de ESF no município de Forquilhinha, ou seja, no ano 2000 e sete anos após, no
ano de 2007;
d) Apresentar ao gestor municipal e coordenação municipal da Estratégia
Saúde da Família os resultados obtidos com o estudo.
14
3. ESTADO DA ARTE
3.1 A implantação da Estratégia Saúde da Família no Município de Forquilhinha
Conforme o livro Ata, do Conselho Municipal de Saúde do município de
Forquilhinha, encontrado na Secretaria Municipal de Saúde, foi possível conhecer
um pouco da história da implantação da Estratégia Saúde da Família no município
em questão.
“A Ata nº10, do dia vinte e cinco do mês de junho do ano de dois mil e
um, os membros do conselho municipal de saúde, se reuniram, onde na
oportunidade a presidente do conselho explicou sobre o PACS; o PSF; o papel dos
agentes comunitários de saúde; o controle de pessoas que residem no município,
entrada e saída; número de idosos, crianças e gestantes. Falou também dos
benefícios que traz o PACS. Outro assunto exposto foi às equipes de PSF, que no
momento serão formados por 06 equipes distribuídas nos bairros Santa Cruz; Sanga
do Café abrangendo as áreas de Santa Terezinha, São Pedro, Sanga do Engenho;
outra equipe no Centro abrangendo Santa Izabel, Santa Ana, Saturno e Centro.
Outra equipe no Bairro Santa Libera e Cidade Alta sendo referência na comunidade
de Santa Líbera. Outra equipe na Vila Lourdes que abrangerá os Bairros Santa
Clara e Clarissas. Após ter feito o mapeamento das equipes foi colocado o papel do
PSF, que tipo de profissionais trabalhariam nestas equipes onde as ACS também
fazerão parte. Cada PSF terá 01 médico, 01 enfermeiro, 02 auxiliares de
enfermagem, e ACS. Cada equipe iria receber um incentivo em dinheiro para os
programas. Foi colocado que o projeto já havia passado na câmara de vereadores e
este foi aprovado por todos os vereadores. Após a explanação do projeto e
discussão do conselho, o projeto do programa Saúde da Família foi aprovado por
todos os conselheiros presentes.”
“A Ata nº11, do dia quinze do mês de agosto do ano de dois mil e um,
os membros do conselho se reuniram mais uma vez, sendo um dos assuntos da
pauta, a implantação das equipes do PSF, tendo cobertura de 100% no município.
Outro assunto discutido foi a construção do posto de saúde da Cidade Alta que está
quase pronto. A presidente colocou também a compra de um terreno no bairro Santa
15
Líbera, pois o posto de saúde funciona em uma casa alugada e de péssimas
condições. O terreno comprado fica próximo ao campo de futebol e tem todo um
espaço físico na sede para as reuniões com hipertensos e diabéticos.”
As seis Estratégias Saúde da Família foram inauguradas no ano de
2001, e dois anos após, 2003, foi inaugurado mais uma Equipe. Hoje totalizando
sete Euipes Saúde da Família e são divididas assim: ESF Bairro Santa Líbera
abrangendo Cidade Alta; ESF Vila Lourdes, Clarissas e Santa Clara; ESF Santa
Cruz abrangendo Loteamento Lozangelis, Califórnia, Atlanta, Sampaio, Rose e Ane
Spileri; ESF Vila Franca e Saturno; ESF Central, Santa Ana, Santa Isabel, Linha
Eyng, São Gabriel e São Jorge; ESF Sanga do Café, Santa Rosa, Morro Comprido,
Sanga do Engenho, Pique do Rio Cedro, Santa Terezinha e São Pedro, e ESF Ouro
Negro, abrangendo também o bairro Nova York e Linha São José.
3.2 Epidemiologia e sua relação com as campanhas de vacinação
A Lei 8080/90, Lei Orgânica da Saúde conceitua Vigilância Epidemiológica
(VE) como um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da
saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas
de prevenção e controle das doenças ou agravos. (BRASIL, 2005, p. 19).
A palavra Epidemiologia é um termo de origem grega que significa epi =
sobre, demo = população, logia = estudo. (BRASIL, 2006).
Segundo o Ministério da Saúde, o primeiro registro do emprego dessa
expressão data de 1802, na Espanha, com o sentido de históricos de epidemias. À
medida que o conhecimento sobre as doenças infecto-contagiosas evoluiu durante o
século XIX, o avanço do conhecimento epidemiológico se deu no sentido de
identificar os mecanismos de transmissão das doenças e de controle de epidemias.
A aplicação do raciocínio epidemiológico no estabelecimento dos fatores de outras
doenças e agravos foi somente iniciada no século XX. (BRASIL, 2006).
16
Atualmente, a epidemiologia produz estudos descritivos sobre as doenças
em geral, transmissíveis ou não, emprega medidas de avaliação e controle
e desenvolve estudos que propiciam elementos para o esclarecimento dos
fatores determinantes do processo saúde-doença, com a finalidade de
contribuir para a melhoria da qualidade de vida e o soerguimento do nível
de saúde das coletividades humanas (ROUQUAYROL, 1994 apud BRASIL,
2006).
A vigilância epidemiológica é um setor da saúde existente em cada
município, responsável por algumas ações, com o objetivo de controlar agravos.
Dentre essas ações, é realizada anualmente em todo o território nacional a
campanha de vacinação contra o vírus influenza, sob coordenação da vigilância
epidemiológica.
As vacinações visam proteger contra microorganismos específicos,
considerados relevantes em saúde pública.
Essa campanha tem a finalidade de imunizar todos os indivíduos acima de
60 anos, através da vacina influenza.
“O objetivo da imunização é a prevenção de doenças. Podendo ser ativa
ou passiva. Imunização ativa é a que se consegue através das vacinas. Imunização
passiva é a que se consegue através da administração de anticorpos.” (BRASIL,
2006, p. 32).
As vacinas podem ser vivas ou não vivas. As vacinas vivas são
constituídas de microorganismos atenuados, obtidas através da seleção de
cepas naturais (selvagens) e atenuadas através de passagens em meios
de cultura especiais (por exemplo, vacinas contra poliomielite, sarampo,
caxumba, rubéola e febre amarela). Como provocam infecção similar à
natural, tem em geral grande capacidade protetora com apenas uma dose
e conferem imunidade em longo prazo, possivelmente por toda a vida.
(BRASIL, 2006, p. 33)
3.3 Vacina Influenza
“Hoje a vacina contra influenza faz parte do calendário de rotina do PNI
para pessoas com 60 anos ou mais em todo território nacional.” (BRASIL, 2006, p.
117).
17
Em relação à composição da vacina contra influenza o Brasil (2007) diz
que
[...] é composta por diferentes cepas Myxovirus influenzae inativados,
fragmentados e purificados, cuja composição e concentração de antígenos
hemaglutinina (HÁ) são atualizadas a cada ano, em função de dados
epidemiológicos, segundo as recomendações da Organização Mundial de
Saúde (OMS).
Durante a campanha a vacina deve ser administrada a todos aqueles na
faixa etária de 60 anos ou mais. A vacina contra influenza requer uma dose anual
porque a sua composição muda a cada ano.
A composição da vacina é estabelecida anualmente pela OMS, com base
nas informações recebidas de laboratórios de referência sobre a
prevalência de cepas circulantes. A partir de 1998, a OMS esta fazendo
recomendações sobre a composição da vacina só no segundo semestre de
cada ano, para atender as necessidades de proteção contra influenza no
inverno do hemisfério Sul. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006, p. 117).
“As vacinas são trivalentes, obtidas a partir de culturas em ovos
embrionados de galinha. Geralmente contém 15µg de cada um de dois subtipos do
sorotipo A e 15 µg de uma cepa do sorotipo B.” (BRASIL, 2006, p. 117).
“Na composição das vacinas, entram antibióticos como a neomicina ou
polimixina e podem conter timerosal como conservante.” (BRASIL, 2006, p. 117).
O BRASIL (2006, p. 117) refere que a dose da vacina inativada é de 0,25
mL para menores de três anos de idade e de 0,5 mL daí em diante.
“Pode ser aplicada a partir dos seis meses de idade, por via intramuscular.
Deve ser conservada entre +2 a +8 ºC. O prazo de validade estabelecido pelo
produtor deve ser rigorosamente respeitado”. (BRASIL, 2006 p, 117).
“A vacina contra influenza deve ser administrada, por via intramuscular ou
subcutânea. No estado de Santa Catarina dá-se preferência pela via intramuscular,
no vasto lateral da coxa ou na região ventroglútea (também conhecida como
hochstetter).” (BRASIL, 2007).
18
BRASIL (2007) relata que a vacina não deve ser colocada no congelador
ou freezer (não pode congelar). Não se devem utilizar vacinas que tenha sido
exposta à temperatura diferente da recomendada.
“Desde que mantida sob refrigeração, a validade da vacina contra gripe é
de um ano a partir da data de fabricação. Sempre verificar na embalagem externa a
data de validade da vacina.” (BRASIL 2007)
“Após aberto o frasco, o seu conteúdo pode ser utilizado até o final, desde
que garantidas às condições de assepsia e conservação.” (BRASIL 2007)
“Quando há boa equivalência entre a cepa viral contida na vacina e a cepa
circulante, a proteção contra influenza é da ordem de 70 a 90% em menores de 65
anos.” (BRASIL, 2006 p, 118).
As pessoas mais idosas ou com algumas doenças crônicas podem
apresentar títulos mais baixos de anticorpos séricos após a vacinação e
continuar suscetíveis à influenza. Entretanto, estudos realizados na
América do Norte e na Europa mostram que, mesmo nesses casos, os
vacinados têm menor risco de pneumonia, hospitalização e morte por
influenza. Entre os idosos mais debilitados, a eficácia na prevenção da
influenza é da ordem de 30 a 40%. (BRASIL, 2006, p. 118).
O Brasil (2006, p. 119) refere que “a vacina contra influenza pode ser
aplicada simultaneamente com outras vacinas do calendário do PNI ou qualquer
intervalo entre elas”.
Para o Brasil (2006 p, 120) “a vacina é contra indicada em casos de
história de anafilaxia a proteínas do ovo ou a outros componentes da vacina”.
Em relação aos eventos adversos o Brasil (2006, p. 120) diz que:
- Eventos adversos locais: eritema, dor e enduraçao, de pequena
intensidade, com duração de até dois dias.
- Sistêmicos: febre, mal estar e mialgia, mais freqüentes em pessoas que
não tiveram exposição anterior aos antígenos da vacina. A vacinação não agrava
sintomas de pacientes asmáticos nem induz sintomas respiratórios. Um aumento do
número de casos de síndrome de Guillain-Barré foi associado à vacinação de 1976
nos estados Unidos (gripe suína).
- Alérgicos: reação anafilática é rara.
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“A vacina contra gripe apresenta um excelente perfil de segurança,
verificado em estudos clínicos brasileiros e internacionais. Estudos indicam
que os eventos são raros e, usualmente, triviais (TONIOLO NETO & COL,
apud DIVE, 2007). Os eventos adversos mais freqüentemente associados
temporalmente à vacina são os locais, geralmente resolvidos em 48 horas
(eritema, dolorimento, em 10 a 64% dos pacientes). Eventos significantes,
como anafilaxia e manifestações neurológicas, ocorrem muito raramente.
Reações anafiláticas são raras e geralmente ligadas à proteína residual do
ovo. Reações sistêmicas como febre, dores musculares e indisposição
podem ocorrer em geral entre 6 e 12 horas, até 24 a 48 horas, e são mais
freqüentes em indivíduos sem exposição prévia ao antígeno influenza.”
(DIVE, 2007).
3.4 Histórico da campanha de vacinação contra influenza
Sobre a primeira Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe
(Influenza) a DIVE (Diretoria de Vigilância Epidemiológica, 2007) diz que
[...] aconteceu em abril de 1999 destinada à população de 65 anos ou mais.
A partir do ano de 2000, o Ministério da Saúde incluiu na indicação a faixa
etária entre 60 e 64 anos. Desde então, Ministério da Saúde, estados e
municípios realizam anualmente essa campanha.
A implantação da vacina contra a gripe para a população de 60 anos ou
mais no país levou em consideração particularmente a vulnerabilidade
dessa faixa etária às complicações e problemas graves que podem advir
da influenza. São mais freqüentes: a pneumonia bacteriana secundária, a
pneumonia viral primária, a exacerbação de doenças crônicas de base
(pneumopatia e cardiopatia crônica, doença renal, hipertensão, diabete e
imunodepressão) e o óbito. (DIVE, 2007)
Conforme a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (2007) os objetivos da
vacinação destacam-se:
- Reduzir o risco de influenza ou pneumonia;
- Reduzir o risco de doenças cerebrovasculares;
- Reduzir o risco de hospitalização;
- Reduzir o risco de hospitalização por doenças cardíacas;
- Reduzir a mortalidade por todas as causas.
20
Existem vários benefícios que a vacina contra a influenza pode
proporcionar.
Para a DIVE (2007) [...] quando uma pessoa se vacina contra a gripe, além
da proteção individual, ela está favorecendo a proteção indireta para as
pessoas de seu convívio, ou seja, se a pessoa se vacina e não pega gripe,
não transmite gripe para outras. Com a diminuição da circulação do vírus,
menos pessoas ficam doentes.
“A vacina é 58% efetiva contra a influenza e 30 a 70% efetiva na
prevenção de hospitalizações e pneumonias (NICHOL ET AL, apud DIVE, 2007).”
Conforme a DIVE (2007) para as pessoas idosas, a vacina reduz em:
• 19% o risco de hospitalização por doença cardíaca;
• até 23% (1999 a 2000) o risco de doenças cerebrovasculares;
• até 32% (1998 a 1999) o risco de influenza ou pneumonia;
• até 50% a mortalidade por todas as causas.
Em idosos institucionalizados, a vacina é:
• 30 a 40% efetiva na prevenção da influenza;
• 50 a 60% na hospitalização e pneumonia;
• 80% efetiva na prevenção de mortes (APUDLITTLE, GERIATRICS &
AGING, 2000 apud DIVE, 2007).
Além da população de idosos, nas indicações do Centro de Referência de
Imunobiológicos especiais, a vacina contra influenza está indicada para pessoas em
qualquer idade (a partir dos seis meses de idade) nas seguintes situações, referidos
em Brasil (2006, p. 119):
- HIV/AIDS;
- Transplantados de órgãos sólidos e medula óssea;
- Doadores de órgãos sólidos e medula óssea devidamente cadastrados
nos programas de doação;
- Imunodeficiências congênitas;
- Imunodepressão devido a câncer ou imunossupressão terapêutica;
- Comunicantes domiciliares de imunodeprimidos;
- Profissionais de saúde;
- Cardiopatias crônicas;
21
- Pneumopatias crônicas;
- Asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas;
- Diabetes mellitus;
- Fibrose cística;
- Trissomias;
- Implante de cóclea;
- Doenças neurológicas crônicas incapacitantes;
- Usuários crônicos de ácido acetilsalicílico;
- Nefropatia crônica/síndrome nefrótica;
- Asma
“Apesar da segurança demonstrada pela vacina, o medo de injeção e de
reações é um dos maiores fatores de resistência à vacinação, conforme
resultados de pesquisas de opinião executadas recentemente pelo Instituto
Datafolha, conduzidas pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e
apoiadas pelo Laboratório Aventis Pasteur.“ (DIVE, 2007).
“O mesmo estudo mostra que aproximadamente 40% dos idosos
relataram gripe após a administração da vacina. Não há como a vacina provocar
gripe. Ela não contém vírus vivos. É inativada e fracionada, ou seja, os vírus estão
“mortos e picados”. (DIVE, 2007)
Caso realmente tenha havido alguns episódios de gripe (influenza), os
fatores que poderiam estar acontecendo seriam uma resposta imunológica
a vacina insuficiente ou uma contaminação com o vírus da gripe anterior ao
período de proteção promovido pela vacina. É importante lembrar que
existem outros agentes infecciosos que promovem quadros clínicos
bastante semelhantes aos da influenza. (DIVE, 2007).
Para a avaliação do desempenho na campanha de vacinação são
utilizados dois indicadores: cobertura vacinal e percentual de municípios que
atingiram a cobertura mínima. A cada ano o Estado estabelece o percentual mínimo
de cobertura vacinal para cada município e para o Estado.
22
Na oportunidade desta campanha é recomendada a atualização de outras
vacinas, que fazem parte do calendário preconizado pelo Ministério da
Saúde para a faixa etária, como a vacina dupla adulto – dT (contra o tétano
e difteria), a vacina pneumocócica 23 valente (prevenção de doença
pneumocócica invasiva) para as pessoas idosas que moram em
instituições de longa permanência e a vacina contra a febre amarela para
os residentes em municípios considerados endêmicos ou área de transição
para a febre amarela. (DIVE, 2007)
As vacinas oferecidas durante a campanha poderão ser administradas na
mesma ocasião, dando preferência a diferentes locais de aplicação. Os
tratamentos com imunossupressores ou radioterapia podem reduzir ou
anular a resposta imunológica. Este fenômeno não se aplica a
corticosteróides utilizados na terapêutica de reposição, nos tratamentos
sistêmicos de curto prazo (menos de duas semanas) ou por outras vias de
administração que não causem imunossupressão. (DIVE, 2007)
3.5 Influenza (Gripe)
“Apresenta-se durante os meses de inverno, com inicio abrupto de febre
alta, mialgia intensa e tosse não produtiva [...]” (SILVA, 2001, p. 1082).
Para Cecil (2005, p. 2306) a Influenza (gripe) é
[...] uma doença respiratória febril aguda que ocorre em surtos anuais de
variável gravidade. O vírus causador infecta o trato respiratório, é
altamente contagioso e, tipicamente, produz sintomas sistêmicos
proeminentes no inicio da enfermidade. A infecção pelo vírus influenza
pode produzir várias síndromes clinicas em adultos, incluindo resfriado
comum, faringite, traqueobronquite e pneumonia. Em contraposição,
infecções por outros vírus respiratórios, como vírus sincicial respiratório ou
adenovírus, podem produzir doença semelhante à influenza. Os vírus
influenza A podem causar epidemia mundial (pandemia) e assim aconteceu
quatro vezes no século XX [...]
Segundo dados do Ministério da Saúde (Brasil, 2005, p. 191-192), a gripe
é causada pelos vírus influenza, que são vírus RNA de hélice única, da família
Ortomixiviridae, subdivididos em três tipos antigenicamente distintos: A, B e C. Os
vírus influenza A são classificados de acordo com suas proteínas de superfície
(hemaglutinina e neuraminidase) e periodicamente sofrem alterações em sua
estrutura genômica, o que permite o surgimento de novas cepas e a ocorrência de
23
epidemias sazonais ou, em intervalos de tempo não predizíveis, novas pandemias
de gripe. O vírus do tipo A é mais suscetível a variações antigênicas, contribuindo
para a existência de diversos subtipos e sendo responsável pela ocorrência da
maioria das epidemias de gripe. Os vírus influenza B sofrem menos variações
antigênicas e, por isso, estão associados com epidemias mais localizadas. Os vírus
influenza C são antigenicamente estáveis, provocam doença subclínica e não
ocasionam epidemias, motivo pelo qual merecem menos destaque em saúde
pública.
“Os vírus do tipo B ocorrem exclusivamente em humanos; os do tipo C, em
humanos e suínos; os do tipo A, em humanos, suínos, cavalos, mamíferos marinhos
e aves.” (BRASIL, 2005, p.192).
O Brasil (2006, p. 116) diz que “a imunidade a um subtipo confere pouca
ou nenhuma proteção contra outros subtipos”.
“Na influenza pandêmica as manifestações clínicas vão depender da
patogenicidade e da virulência da nova cepa, podendo variar de casos mais leves
até manifestações compatíveis com pneumonia viral primária.” (BRASIL, 2005, p.
191).
É mais comum acontecer às epidemias durante os meses de inverno, mas
a atividade influenza pode continuar o ano todo.
Em relação à transmissão da Influenza o Brasil (2005, p. 192) refere que
O modo mais comum é a transmissão direta (pessoa a pessoa), por meio
de gotículas expelidas pelo indivíduo infectado ao falar, tossir e espirrar. O
modo indireto também ocorre por meio do contato com as secreções do
doente. Neste caso, as mãos são os principais veículos, ao propiciarem a
introdução de partículas virais diretamente nas mucosas oral, nasal e
ocular. Apesar da transmissão inter-humana ser a mais comum, já foi
documentado a transmissão direta do vírus de aves e suínos para o
homem.
“Um indivíduo infectado pode transmitir o vírus no período compreendido
entre dois dias antes do início dos sintomas, até cinco dias após os mesmos.”
(BRASIL, 2005, p.192).
24
Outras doenças respiratórias de etiologia viral são freqüentes,
especialmente em crianças e vulgarmente chamadas de “gripe” pela
população, o que pode levar a interpretações errôneas sobre a eficácia da
vacina e suas complicações. A vacina contra influenza diminui as
hospitalizações e mortes por pneumonia em idosos e crianças pequenas.
(BRASIL, 2006 p. 116/117).
No que se refere às complicações Cecil (2005, p. 2309) diz que “três
tipos de síndromes pneumônicas foram descritos: pneumonia primária pelo vírus
influenza, pneumonia bacteriana secundária e pneumonia mista viral e bacteriana.”
Mas também incluem exacerbações de bronquite crônica, asma ou
fibrose cística; crupe e bronqueolite em crianças pequenas; e otite média, sinusite e
raramente parotidite ou traqueíte bacteriana.
Entre as complicações não pulmonares a síndrome de Reye é uma
complicação bem conhecida, no fígado e no sistema nervoso central, das infecções
pelos vírus influenza A e B, originada tipicamente em crianças e raramente em
adultos, e associada ao uso de salicilatos [...] (CECIL, 2005, p. 2310).
Sobre o tratamento o Brasil (2006, p. 193) aborda que durante os quadros
agudos, recomenda-se repouso e hidratação adequada. Medicações antitérmicas
podem ser utilizadas (evitar o uso de ácido acetilsalisílico nas crianças). No caso de
complicações pulmonares graves, podem ser necessárias medidas de suporte
intensivo [...].
A pedra angular da prevenção é o uso das vacinas de vírus influenza.
Estas fornecem proteção contra a doença quando se combinam com a cepa
epidêmica. Devem ser administradas nos idosos como sendo uma forma de prevenir
hospitalizações, pneumonias e óbitos.
3.6 Laringite
Para Brunner & Suddarth (2002, p. 397) a laringite é
Uma inflamação da laringe, geralmente ocorre em decorrência do uso
abusivo da voz ou por exposições a poeira, produtos químicos, fumaça e
25
outros poluentes, ou como parte de uma infecção do trato respiratório
superior. Também pode ser causada por uma infecção isolada
compreendendo apenas as cordas vocais.
Conforme Miniti (2001, p. 309) a laringite é ocasionada também “pelo
abuso no consumo de cigarros e de álcool.”
“Os sinais de laringite aguda incluem a rouquidão ou afonia (completa
perda da voz) e tosse intensa. A laringite crônica é caracterizada por uma rouquidão
persistente.” (BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 438).
“O tratamento da laringite aguda inclui repouso da voz, evitar o tabagismo,
repouso e a inalação de vapor frio ou aerossol. Se a laringite é parte de uma
infecção respiratória mais intensa, devido a um microorganismo bacteriano, ou se é
grave, uma adequada terapia antibacteriana é iniciada.” (BRUNNER & SUDDARTH,
2002, p. 438).
3.7 Bronquiectasia
Conforme Brunner & Suddarth (2002, p. 438), a bronquiectasia é uma
dilatação crônica, irreversível, do brônquio e dos bronquíolos, e pode ser causada
por uma série de distúrbios incluindo:
- Infecções pulmonares e obstrução do brônquio;
- Aspiração de corpos estranhos, vômito ou material proveniente do trato respiratório
superior;
- Pressão de tumores, vasos sanguíneos dilatados e linfonodos aumentados.
Brunner & Suddarth (2002, p. 438) ao abordar sobre a fisiopatologia diz
O processo inflamatório associado às infecções pulmonares danifica a
parede brônquica, causando a perda de sua estrutura de apoio, e resulta
num escarro espesso que, por fim, obstrui os brônquios. As paredes
tornam permanentemente distendidas e distorcidas, e a limpeza mucociliar
fica comprometida [...] a bronquiectasia é geralmente localizada, afetando
um lobo ou segmento do pulmão.
26
Sobre a evolução clínica Robbins (2000, p. 644) refere que “a
bronquiectasia provoca tosse intensa e persistente; expectoração de escarro de odor
fétido e, algumas vezes, sanguinolento; e dispnéia e ortopnéia nos casos graves.
Pode ocorrer uma reação febril sistêmica na presença de patógenos poderosos.
[...]”.
Em relação aos objetivos do tratamento Brunner & Suddarth (2002, p. 438)
referem que são
[...] promover a drenagem brônquica para limpar a parte afetada do(s)
pulmão(ões) de secreções excessivas e prevenir ou controlar a infecção. A
drenagem postural é parte de todos os planos de tratamento porque a
drenagem das áreas de bronquiectasia pela gravidade reduz a quantidade
de secreção e o grau de infecção. Por vezes, o muco purulento precisa ser
removido pela broncoscopia. A fisioterapia torácica, incluindo percussão e
drenagem postural, é importante no tratamento da secreção.
3.8 Asma
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, resultando em
uma hiper-reatividade dessas vias, edema da mucosa e produção de muco.
Essa inflamação leva, por fim, a episódios recorrentes dos sintomas da
asma: tosse, enrijecimento do tórax, sibilos e dispnéia. A asma difere das
outras doenças pulmonares obstrutivas por ser, de longe, um processo
reversível, tanto espontaneamente quanto com tratamento. As
exacerbações agudas podem acontecer, o que pode durar de minutos a
horas ou dias, intercaladas com períodos livres de sintomas. A asma pode
acontecer em qualquer idade, sendo a doença crônica mais comum da
infância [...] BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 441-445.
Para o desenvolvimento da asma Brunner & Suddarth (2002, p. 441-445)
diz que
[...] a alergia é o principal fator predisponente. A exposição crônica a
irritantes aéreos ou alergênios também aumentam o risco de desenvolver
asma. Os alergênios podem ser periódicos ou sazonais (p. ex., polens da
grama, árvore e ervas daninhas), ou perenes (p. ex., mofo, poeira, baratas
ou animais especialmente gatos). Os ativadores comuns dos sintomas da
asma e das exacerbações em pacientes com asmas incluem os irritantes
aéreos (p. ex., poluentes do ar, frio, calor alterações no clima, odores fortes
27
ou perfume, fumaça de cigarro), esforço, estresse ou desgaste emocional,
gargalhada, sinusite com gotejamento retronasofaríngeo e refluxo
gastroesofagico.
Em relação ao tratamento médico Brunner & Suddarth (2002, p. 446)
referem que “uma intervenção imediata é necessária porque a dispnéia contínua e
progressiva leva ao aumento da ansiedade, agravando a situação”.
3.9 Pneumoconiose
“Doença do parênquima pulmonar que surge da reação tecidual às poeiras
minerais.” (SILVA, 2001, p. 1098).
Para Brunner & Suddarth (2002, p. 460) “os efeitos da inalação desses
materiais dependem da composição das substâncias, sua concentração e sua
capacidade de iniciar uma resposta imune, suas propriedades irritantes, da duração
da exposição e da resposta ou suscetibilidade do indivíduo ao irritante”.
“A pneumoconiose refere-se a uma alteração pulmonar não neoplásica
resultante da inalação de poeiras minerais ou inorgânicas. As pneumoconioses mais
comuns são a silicose, a asbestose e pneumoconiose dos mineiros de carvão.”
(BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 460).
A silicose é uma doença pulmonar fibrótica crônica causada pela inalação
da poeira da sílica (partículas cristalinas do dióxido de silício). A exposição
à sílica e ao silicato acontece em quase todas as operações de mineração,
de obras e túneis. As fábricas de vidro, o corte de pedras, a produção de
abrasivos e metais e o trabalho em fundições são outras ocupações com
riscos de exposição. (BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 460- 461).
“A asbestose é uma doença caracterizada pela fibrose pulmonar difusa
decorrente da inalação da poeira do asbesto [...] materiais tais como ripas de
madeira, cimento, telha de asbesto vinil, tintas e tecidos à prova de fogo,
revestimentos de freio e filtros, contém asbesto.” (BRUNNER & SUDDARTH, 2002,
p. 461).
28
A pneumoconiose dos mineiros de carvão segundo Brunner & Suddarth,
(2002, p. 461) “inclui uma série de doenças respiratórias encontradas nos
mineradores de carvão que inalaram poeira de carvão ao longo dos anos.”
3.10 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
Conforme Brunner & Suddarth (2002, p. 432) DPOC é um estado de
doença no qual o fluxo de ar está obstruído pelo enfisema e/ou pela bronquite
crônica. A obstrução do fluxo de ar é geralmente progressiva e irreversível, podendo
estar associada a uma hiperatividade das vias aéreas.
Conforme Cordeiro (1995, p. 257) fazem parte das DPOC a Bronquite
Crônica, o Enfisema Pulmonar e a Asma Brônquica.
As pessoas com DPOC comumente tornam-se sintomáticas durante os
anos de vida adulta e a incidência aumenta com o envelhecimento. (BRUNNER &
SUDDARTH, 2002, p. 433).
No que se refere à fisiopatologia da doença, Brunner & Suddarth (2002, p.
433) colocam que
A obstrução aérea que acontece, reduzindo o fluxo de ar, varia conforme a
doença subjacente. Na bronquite crônica, o acúmulo excessivo de muco e
secreções bloqueiam as vias aéreas. No enfisema, a troca gasosa
comprometida (oxigênio, dióxido de carbono) resulta da destruição das
paredes do alvéolo superdistendido.
A DPOC é caracterizada pela dispnéia, tosse e por um aumento no
trabalho respiratório.
29
3.10.1 Enfisema
“O enfisema é definido como uma distensão anormal dos espaços aéreos
distais aos bronquíolos terminais, com destruição das paredes alveolares. É o
estágio final de um processo que progrediu lentamente por muitos anos.”
(BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 439).
“O tabagismo é a principal causa de enfisema e em uma pequena
porcentagem de pacientes, todavia, existe uma predisposição familiar [...]”
(BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 439).
“No enfisema, vários fatores causam obstrução aérea: inflamação da
mucosa brônquica, produção excessiva de muco, perda da retração elástica das vias
aéreas e colapso dos bronquíolos e redistribuição do ar para os alvéolos
pulmonares.” (BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 439).
Para Brunner & Suddarth (2002, p. 440) os pacientes com enfisema
geralmente tem uma longa história de tabagismo e aumento da dispnéia ao
esforço. Eles comumente estão na quinta década de vida (os sintomas
desenvolvem-se, em geral, em torno dos vinte anos de tabagismo) e,
inicialmente, buscam cuidado médico ou devido a uma doença aguda do
tórax ou a aumento da dispnéia. A dispnéia desenvolve-se insidiosamente
e torna-se principal problema no enfisema [...]
Em relação à evolução clínica Robbins (2000, p. 638) diz que
As manifestações clínicas do enfisema só aparecem quando, pelo menos,
um terço do parênquima pulmonar funcionante encontra-se incapacitado.
Em geral, o primeiro sintoma consiste em dispnéia, que surge de modo
insidioso, embora seja uniformemente progressiva. Em alguns pacientes, a
tosse ou os sibilos constituem a queixa principal, podendo esta ser
facilmente confundida com asma. A tosse e a expectoração são
extremamente variáveis e dependem da extensão da bronquite associada.
A perda de peso é comum e pode ser grave a ponto de sugerir um tumor
maligno oculto. Clinicamente, o paciente apresenta tórax em barril e
dispnéia, com expiração obviamente prolongada, e senta-se inclinado para
frente, numa posição debruçada, tentando expulsar o ar dos pulmões a
cada esforço expiratório.
30
Sobre o tratamento Brunner & Suddarth (2002, p. 441) diz que “os
principais objetivos do tratamento são melhorar a qualidade de vida, diminuir a
progressão do processo da doença e tratar as vias aéreas obstruídas para aliviar a
hipoxemia”.
3.10.2 Bronquite
A bronquite crônica é definida como uma tosse produtiva que dura três
meses em cada dois anos consecutivos em um paciente cujas outras causas para
tosse foram excluídas. O fumo de cigarro é de longe o principal fator de risco para
bronquite crônica. Outros fatores de risco incluem a inalação passiva da fumaça do
tabaco, a poluição do ar e a exposição ocupacional a substâncias perigosas
suspensas no ar. (BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 437).
Na bronquite crônica simples os pacientes apresentam tosse produtiva,
porém sem qualquer evidência fisiológica de obstrução do fluxo aéreo. (ROBBINS,
2000, p. 638).
Os pacientes com bronquite crônica são mais susceptíveis às infecções
recorrentes do trato respiratório inferior. Uma ampla variedade de infecções virais,
bacterianas e por micoplasmas podem produzir episódios agudos de bronquite.
(BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 437).
Em relação à fisiopatologia da doença Brunner & Suddarth, 2002, p. 437,
referem que
[...] a fumaça ou um outro poluente ambiental irrita as vias aéreas,
resultando em hipersecreção do muco e inflamação. Em razão dessa
irritação constante, as glândulas secretoras do muco e as células
caliciformes aumentam em número, a função ciliar fica reduzida e mais
muco é produzido. As paredes do brônquio tornam-se espessadas,
estreitando a luz do brônquio, e o muco pode bloquear a passagem aérea.
Os alvéolos adjacentes aos bronquíolos podem se tornar danificados e
fribrosados, resultando na alteração da função dos macrófagos alveolares.
Isso é significativo porque os macrófagos exercem um importante papel na
destruição de partículas estranhas, incluindo as bactérias. Em
conseqüência, o paciente torna-se mais susceptível à infecção respiratória.
Há um maior estreitamento brônquico como resultado das alterações
fibroticas que ocorrem nas vias aéreas. Alterações pulmonares irreversíveis
podem acontecer, possivelmente resultando em enfisema e bronquiectasia
31
(dilatação crônica das estruturas do brônquio). Na bronquite crônica as
secreções acumuladas nos bronquíolos interferem com a respiração eficaz.
3.11 Pneumonia
“É uma inflamação do parênquima pulmonar, sendo causada por um
agente microbiano.” (BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 414).
Conforme Brunner & Suddarth (2002, p. 414) “a pneumonia é causada por
vários microorganismos, incluindo bactérias, micobactérias, clamídia, fungo,
parasitas e vírus”.
O pulmão normal é livre de bactérias, durante o dia as vias aéreas e os
alvéolos estão expostos a poeiras, substâncias químicas e microorganismos. Vários
mecanismos de defesa eliminam ou destroem qualquer bactéria inalada com o ar,
porém quando um mecanismo de defesa estiver comprometido, pode acontecer uma
pneumonia.
Sobre a fisiopatologia Brunner & Suddarth (2002, p. 415) referem que
As características das vias aéreas superiores normalmente impedem que
partículas potencialmente infecciosas alcancem o normalmente estéril trato
respiratório inferior. Assim, os pacientes com pneumonia causada por
agentes infecciosos em geral tem uma doença aguda ou crônica
subjacente que compromete as defesas do hospedeiro. A pneumonia surge
a partir da flora normalmente presente em um paciente cuja resistência foi
alterada, ou é resultante da aspiração da flora presente na orofaringe.
Também pode ser conseqüência de microorganismos transportados pelo
sangue que entram na circulação pulmonar e ficam aprisionados no leito
capilar pulmonar, tornando-se uma potencial fonte de pneumonia.
As pessoas que tem as defesas comprometidas contras as infecções
estão mais suscetíveis a pneumonia. As pessoas sadias também podem contrair
uma pneumonia, porem é mais comum as causadas por infecções virais.
Em relação à pneumonia bacteriana, Robbins (2000, p. 644) diz que a
invasão bacteriana do parênquima pulmonar provoca solidificação exsudativa do
tecido pulmonar, conhecida como pneumonia bacteriana. Muitas variáveis, como o
32
agente etiológico específico, a reação do hospedeiro e a extensão do
comprometimento, determinam a forma precisa de pneumonia.
Sobre a pneumonia por clamídia, Silva (2001, p. 943) diz que é
diagnostica em algumas crianças nascidas de mães infectadas. Os sintomas são de
início insidioso, caracterizados por nasofaringite com obstrução nasal, evoluindo
progressivamente com tosse e taquipnéia.
A pneumonia adquirida na comunidade acontece tanto no ambiente
comunitário quanto dentro das primeiras 48 horas de hospitalização ou
institucionalização. Os agentes que mais frequentemente provocam a
pneumonia adquirida na comunidade exigindo hospitalização são S.
pneumoniae, Legionella, Pseudmomonas aeruginosa e outras espécies de
bastonetes Gram-negativos. (BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 414).
Conforme Conciso (2005, p. 300) a pneumonia adquirida na comunidade é
a pneumonia contraída na comunidade e não no hospital. É definida por sintomas
clínicos (como tosse, produção de escarro e dor torácica pleurítica) e sinais (como
febre, taquipnéia e estertores) com confirmação radiológica.
A pneumonia adquirida em hospital, também conhecida como pneumonia
nosocomial, é definida à medida que os sintomas iniciais ocorrem mais de 48 horas
após admissão no hospital. (BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 414).
A pneumonia por micoplasma, outro tipo de pneumonia adquirida na
comunidade, acontece frequentemente em crianças maiores e adultos jovens,
disseminado-se por aerossol (perdigotos) através do contato pessoa a pessoa.
O H. influenzae é outro causador de pneumonia adquirida na comunidade.
Ele frequentemente afeta as pessoas idosas ou aquelas com doenças co-mórbidas
(DPOC, alcoolismo, diabetes melitos). A apresentação pode ser subaguda, com
tosse ou febre baixa por várias semanas antes do diagnóstico.
A pneumonia por aspiração refere-se às conseqüências pulmonares
resultantes da entrada de substâncias endógenas ou exógenas nas vias
aéreas inferiores. A forma mais comum de pneumonia por aspiração é
infecção bacteriana proveniente da aspiração de bactérias que
normalmente residem nas vias aéreas superiores. Outras substâncias
podem ser aspiradas para dentro do pulmão, tais como conteúdos
gástricos, conteúdos químicos exógenos ou gases irritantes. Esse tipo de
aspiração ou ingestão pode comprometer as defesas pulmonares, causar
33
inflamatórias e levar ao crescimento bacteriano e à resultante pneumonia.
(BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 415).
“A pneumonia no paciente idoso pode acontecer como problema primário
ou complicação de um processo crônico de doença. As infecções pulmonares nos
idosos frequentemente são difíceis de tratar e tem uma alta taxa de mortalidade [...]”
(BRUNNER & SUDDARTH, 2002, p. 420).
34
4. METODOLOGIA
A metodologia é o caminho que se utiliza para chegar a um determinado
objetivo. Para Leopardi (2002, p. 163) “metodologia é a arte de dirigir o espírito na
investigação da realidade, por meio do estudo dos métodos, técnicas e
procedimentos capazes de possibilitar o alcance dos objetivos”.
Neste estudo apresenta-se à trajetória metodológica utilizada na pesquisa,
contemplando os aspectos éticos, abordagem metodológica, tipo de pesquisa, local
do estudo, população e amostra, os procedimentos para a coleta de dados e análise
dos dados.
Esta pesquisa caracterizou-se pela abordagem quantitativa, pois visou
colher dados e informações através do SIH/SUS/DATASUS, visando conhecer os
resultados no que se refere aos índices de internações por doenças do aparelho
respiratório nos idosos do município de Forquilhinha.
Leopardi (2002, p. 116) ao falar sobre a abordagem da pesquisa
quantitativa destaca que a mesma é
[...] utilizada quando se tem um instrumento de medida utilizável e válido,
deseja-se assegurar a objetividade e credibilidade dos achados, os
instrumentos não colocam em risco a vida humana, a questão proposta
indica a preocupação com quantificação, quando se necessita comparar
eventos, ou quando for desejável replicar estudos.
O estudo teve como caracterização segundo os objetivos, o tipo de
pesquisa exploratória. Sobre pesquisas exploratórias Leopardi (2002, p. 119) diz
que:
[...] permite ao investigador aumentar sua experiência em torno de um
determinado problema. Consiste em explorar tipicamente a primeira
aproximação de um tema e visa criar maior familiaridade em ralação a um
fato ou fenômeno. Trivinos (1987) diz que o pesquisador, neste tipo de
investigação, parte de uma hipótese e aprofunda seu estudo nos limites de
uma realidade específica, buscando antecedentes, maior conhecimento,
para, em seguida, planejar uma pesquisa descritiva ou experimental. Um
estudo exploratório pode servir para levantar possíveis problemas de
pesquisa.
35
Quanto ao procedimento de coleta de dados, caracterizou-se como
pesquisa documental. Para Leopardi (2002, p. 129) pesquisa documental é
[...] aquela que se utiliza de documentos para sua descrição. Os
documentos considerados fontes de informação são os que ainda não
receberam organização, tratamento anafilático e publicação. São
considerados fontes documentais, as tabelas estatísticas, relatórios de
empresas, documentos arquivados em repartições públicas, associações,
igrejas, cartórios, hospitais, sindicatos, discursos, desenhos, memórias,
depoimentos, diários, filmes, jornais. A avaliação desses documentos deve
provar sua autenticidade, assim como a validade de seu conteúdo. A
pesquisa documental difere da pesquisa histórica no fato de que se
relaciona com o passado e aquela, com o presente.
Quanto
à
fonte
de
informação,
caracterizou-se
como
pesquisa
bibliográfica. Para Lakatos e Marconi (1991, apud Leopardi, 2002, p. 132) pesquisa
bibliográfica é
[...] toda a pesquisa realizada em documentos ou fontes secundárias, e
abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de
estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros,
pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, e outros, até meios de
comunicação orais, como rádio, gravações em fita magnética, e
audiovisuais, como filmes, televisão, internet. Sua finalidade é colocar o
pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado
sobre determinado assunto. Dessa forma, a pesquisa bibliográfica não é
mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas
propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando
a conclusões inovadoras, pela organização do material, segundo as
tendências ou versões com que determinado assunto é abordado.
4.1 Local do estudo
O presente estudo foi desenvolvido no município de Forquilhinha, uma
cidade fundada em 26 de abril de 1989, situada na Microrregião da Região
Carbonífera, Sul de Santa Catarina, a 212 km de Florianópolis. Suas principais
36
atividades econômicas são a indústria cerâmica, agroindústria e agricultura. Tem
aproximadamente 21.719 habitantes no ano de 2007, conforme dados do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e estatística).
4.2 População e amostra
A amostra foi 100% das internações hospitalares pelo SUS, entre os
idosos acima de 60 anos, por motivo de doenças do aparelho respiratório dos
residentes do município de Forquilhinha, nos anos de 1998, 2000, 2001, 2004 e
2007, dados estes encontrados no SIH-SUS, do site do Ministério da Saúde.
Foi escolhido o ano de 1998, por ser o ano em que antecede o início da
campanha de vacinação contra Influenza para os idosos em todo o território
nacional; o ano 2000, por ser o ano que antecede a implantação da ESF no
município de Forquilhinha/SC; e 2001, 2004 e 2007, foram os anos escolhidos para
analisar-se o comportamento das internações por doenças do aparelho respiratório e
o impacto das campanhas de vacinação e da criação das ESF.
Na Tabela 1, visualiza-se a população acima de 60 anos, por sexo, do
município de Forquilhinha no período de 1998 à 2007.
Tabela 1 - População Residente por Ano e Sexo, acima de 60 anos, no período de
1998 a 2007 do Município de Forquilhinha e população total nos mesmos anos.
Ano
Masculino
Feminino
Total
População total
1998
395
476
871
17.2351
2000
459
553
1.012
18.348
2001
472
569
1.041
18.875
2004
502
606
1.108
20.087
2007
551
663
1.214
21.997
Fonte: IBGE – Censo Demográfico e contagem populacional para os anos intercensitários.
Na Tabela 2, está colocada a população total por faixa etária do município
em estudo, no período de 1998 à 2007.
37
Tabela 2 – População Residente por Faixa Etária e Ano do Município de
Forquilhinha, no Período: 1998, 2000, 2001, 2004 e 2007.
Faixa Etária
1998
2000
2001
2004
2007
Menor 1 ano
364
352
362
385
422
1 a 4 anos
1429
1479
1521
1619
1773
5 a 9 anos
2052
1923
1979
2105
2305
10 a 14 anos
1950
2019
2077
2211
2420
15 a 19 anos
1700
1871
1925
2048
2243
20 a 29 anos
3218
3272
3366
3582
3923
30 a 39 anos
3090
3224
3316
3530
3866
40 a 49 anos
1678
2090
2150
2288
2506
50 a 59 anos
881
1106
1138
1211
1325
60 a 69 anos
529
621
639
680
745
70 a 79 anos
262
286
294
313
343
80 anos e mais
80
105
108
115
126
Total Geral
17.233
18.348
18.875
20.087
21.997
idosos de 60
871
1.012
1.041
1.108
1.214
anos e +
Fonte: IBGE – Censo Demográfico e contagem populacional para os anos intercensitários.
4.3 Procedimentos para a coleta de dados
Os dados foram coletados por meio de pesquisas no site do
DATASUS/MS, no sistema SIH/SUS, nas bibliografias e também nos dados
disponíveis na Secretaria Municipal de Saúde.
Para iniciar a coleta dos dados, foi entregue à Secretária Municipal de
Saúde do município, o ofício para autorização de campo para a pesquisa. Em
seguida elaborado e apresentado o projeto a Secretária Municipal de Saúde e
Coordenadora da Estratégia Saúde da Família do município em questão e
submetido à aprovação do Comitê de Ética da UNESC.
Foram levantado no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema
Único de Saúde (SIH/SUS), as internações hospitalares, por doenças do aparelho
38
respiratório, em idosos, dos residentes de Forquilhinha, um ano antes da campanha
de vacinação contra a influenza em 1998 e depois da introdução da campanha, de
três em três anos, isto é: nos anos de 2001, 2004 e 2007;
Também identificou-se nos relatórios das campanhas nacionais de
vacinação, contra influenza, arquivados no setor de Vigilância Epidemiológica do
Município de Forquilhinha, a série histórica de idosos vacinados no período de 1999
a 2007 e analisado a cobertura vacinal neste grupo;
Avaliou-se ocorreu redução nas internações hospitalares, pelo SUS, por
doenças do aparelho respiratório, em idosos, por Internações Causas Sensíveis a
Atenção Primária (ICSAP) antes da implantação das unidades de ESF no ano de
2000 e sete (07) anos após, no ano de 2007 por meio da Portaria nº221, de 17 de
abril de 2008;
Realizado reunião com o gestor municipal e coordenação municipal da
Estratégia Saúde da Família para apresentar os resultados obtidos com o estudo e
entregue uma cópia da monografia.
4.4 Análise dos dados
Os dados foram analisados de forma que contemplou os objetivos
previstos para este estudo. Sobre a análise dos dados Leopardi (2002, p. 264)
refere:
[...] quando se tem uma situação complexa, há um meio de compreendê-la,
que é desdobrá-la em partes, para que a apreensão seja o mais completa
possível. Analisar é isto, ou seja, dividir o evento amplo e geral em partes
para poder absorver suas características.
A análise se pautou conforme coloca Minayo (1996, p. 78), que apresenta
passos para operacionalização da análise dos dados, tais como:
a) Classificação dos Dados: Nesta fase é importante termos em mente
que o dado não existe por si só. Ele é construído a partir de um
questionamento
que
fazemos
sobre
eles,
com
base
numa
39
fundamentação teórica, através de uma leitura exaustiva e repetida dos
textos, estabelecemos interrogações para identificarmos o que surge
de relevante (“estruturas relevantes do atores sociais”). Com base
nesse processo se elaboram as categorias específicas. Nesse sentido
determinamos o conjunto ou os conjuntos das informações presentes
na comunicação.
b) Análise Final: Neste momento, procuramos estabelecer entre os dados
e os referenciais teóricos da pesquisa, respondendo as questões da
pesquisa com base em seus objetivos. Assim, promovemos relações
entre o concreto e o abstrato, o geral e o particular, teoria e a prática.
Os dados quantitativos foram organizados com recursos da estatística,
construindo-se tabelas, para posterior análise.
Para “medir a saúde” calculou-se e interpretou-se alguns dados utilizando
indicadores mais usados em epidemiologia.
Analisou-se se ocorreu redução nas internações hospitalares, pelo SUS,
por doenças do aparelho respiratório, em idosos, por Internações Causas Sensíveis
a Atenção Primária (ICSAP) antes da implantação das unidades de ESF no ano de
2000 e sete (07) anos após, no ano de 2007 por meio da Portaria nº221, de 17 de
abril de 2008;
A epidemiologia se fundamenta em raciocínio causal, voltada para a
compreensão do processo saúde-doença, preocupando-se com o desenvolvimento
de estratégias para ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da
comunidade.
Os indicadores de valores absolutos referem-se aos dados não
trabalhados e restringem-se a eventos (número de casos e óbitos)
localizados no tempo e no espaço, não possibilitando comparações
temporais ou geográficas. São úteis no planejamento e na administração
da saúde, como, por exemplo, para a estimativa do número de leitos,
medicamentos e insumos em geral. (BRASIL, 2006)
Conforme o Brasil, 2006 para ser possível comparar as freqüências de
40
morbidade e mortalidade, torna-se necessário transformá-las em valores relativos,
isto é, em numeradores de frações, tendo denominadores fidedignos. Os dados são
relativos quando mostram alguma relação com outros, podendo ser expressos
através de coeficiente ou índice que foram usados para a análise dos dados do
presente estudo.
Coeficiente ou taxa: é a relação entre o número de eventos reais e os que
poderiam acontecer, sendo a única medida que informa quanto ao “risco” de
ocorrência de um evento.
Índice ou proporção: é a relação entre freqüências atribuídas de
determinado evento, sendo que, no numerador, é registrada a freqüência absoluta
do evento, que constitui subconjunto da freqüência contida no denominador.
Os indicadores usados para a análise foram:
1) Proporção de Internações hospitalares por doenças do aparelho respiratório
do SUS, em Forquilhinha, nos anos de 1998 a 2007:
Número de internações por doenças do aparelho respiratório pelo SUS,
com idade acima de 60 anos por período
x 100
Total de Internações hospitalares por doenças do aparelho
respiratório pelo SUS acima de 60 anos
2) Coeficiente de internações hospitalares por doenças do aparelho respiratório
do SUS por 10.000 hab., dos residentes de Forquilhinha/SC, com idade
acima de 60 anos, no período de 1998 a 2007:
Número de internações hospitalares por doenças do aparelho
respiratório pelo SUS na população acima de 60 anos
x 10.000
Total de hab acima de 60 anos, no mesmo local e período
3) Proporção de doses aplicadas de vacina contra a Influenza no período de
1999 a 2007 – Forquilhinha/SC
Doses aplicadas de vacina contra Influenza no período de 1999 a 2007 x 100
Total de hab. acima de 60 anos, no mesmo local e período
41
4.5 Princípios Éticos
A ética deve estar em todos os tipos de pesquisa, para garantir o respeito,
a privacidade, o anonimato e a dignidade de cada indivíduo.
Para Sawaia (2000 apud LEOPARDI, 2002, p. 289) “é importante salientar
que pesquisas sociais, muitas vezes teóricas, também trabalham com a
vida, portanto tem implicações éticas. Toda pesquisa tem uma
interferência direta ou indireta na vida humana, por isso, independente de
sua metodologia e objetivo é preciso estar atento e crítico para avaliar os
danos que elas podem causar à vida, nas suas diferentes dimensões.”
No
presente
estudo
mesmo
caracterizando-se
como
pesquisa
documental, respeita a legislação vigente no Brasil sobre as questões éticas que
envolvem as pesquisas com seres humanos contida na Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde.
42
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS DADOS
A seguir encontram-se os resultados, análise dos dados e discussões da
pesquisa, realizada no período de setembro a novembro de 2008, no município de
Forquilhinha, que teve como instrumentos de pesquisa: abordagem quantitativa,
pesquisa exploratória, documental e bibliográfica.
Os dados aqui expressos foram coletados do DATASUS no site do
Ministério da Saúde, onde neste, se encontram várias informações necessárias
para qualquer ação ou decisão nas rotinas desenvolvidas diariamente em saúde
pública.
Este Sistema de Informação em Saúde nos possibilita coletar, organizar e
analisar os dados necessários, para que se possa verificar a situação de saúde no
nível local, levando em consideração a influência das condições de vida da
população no processo saúde-doença, para então tomar as decisões.
Esses são importantes, pois após a análise, pode-se utilizá-los para
conhecimento e planejamento de ações.
5.1 Avaliação das internações hospitalares por doenças do aparelho
respiratório em idosos pelo Sistema Único de Saúde (SIH/SUS)
Na Tabela 03, apresenta-se quais foram às doenças que levaram os
idosos residentes do município de Forquilhinha às internações hospitalares, pelo
SUS, um ano antes da campanha de vacinação contra influenza, ou seja, no ano de
1998 e um ano antes da implantação da ESF no município em questão, ou seja,
ano 2000 e depois da introdução da campanha de vacinação, de três em três anos,
Isto é: nos anos de 2001, 2004 e 2007.
Com esses dados percebe-se que o número de internação hospitalar por
doenças do aparelho respiratório oscilou bastante, nos anos escolhidos para o
estudo. As internações por pneumonia, nos anos citados em relação ao total de
internações por doenças do aparelho respiratório nos mesmos anos, aumentaram.
Também se observa nesta Tabela, que apareceu internações hospitalares por
43
Influenza, na população acima de 60 anos, em 2004 (12,19%) e 2007 (13,04%) e
que teve um aumento em relação a 2007. Ocorreu também um aumento em relação
à asma e a bronquiectasia.
Tabela 03 – Proporção de Internações hospitalares por doenças do aparelho
respiratório do SUS por tipo, dos residentes de Forquilhinha, com idade acima de 60
anos, a partir do ano de 1998 a 2007,
Doenças
do 1998
%
2000
%
2001
%
2004
%
2007
%
Ap.
Respiratório
Influenza
-
-
-
-
-
-
10
12,19
12
13,04
Pneumonia
05
7,24
10
7,63
14
10,44
13
15,85
17
18,47
Bronquite,
56
81,1
113
86,25
117
87,31
51
62,19
58
63,04
-
-
01
0,76
-
-
01
1,21
-
-
e 03
4,34
-
-
-
-
-
-
-
-
02
2,89
-
-
-
-
-
-
03
3,26
Pneumoconiose -
-
-
-
01
0,74
-
-
-
-
Outras doenças 03
4,34
07
5,34
02
1,49
07
8,53
02
2,17
100,0
131
100,0
134
100,0
82
100,0
92
100,0
Enfisema e
Outras DPOC
Bronquiectasia
Laringite
Traqueite
agudas
Asma
do
aparelho
respiratório
TOTAL
69
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH SUS), por lista do CID 10.
Ainda Sobre a doença bronquite, enfisema, outras DPOC, a proporção
subiu do ano 1998 até 2001, tendo uma queda no ano 2004 e um aumento em 2007.
Em relação às outras doenças do aparelho respiratório, a proporção
oscilou nos anos estudados, onde ao final, ou seja, no ano de 2007, este dado
permaneceu mais baixo relacionado ao primeiro ano (1998).
Observa-se ainda nas Tabelas 3 e 4 que em 1998, o numero absoluto de
internações foi
69, sendo que neste ano ainda não eram realizado as campanhas
44
de vacinação contra Influenza para a população acima de 60 anos e também não
existiam as ESF nas Unidades Básicas de Saúde do município. As campanhas
iniciaram em 1999. No ano de 2000 aconteceram 131 internações, no ano de 2001,
onde a campanha já era realizada há três anos nos municípios brasileiros e havia
também a ESF em Forquilhinha/SC, tiveram 134 casos, no ano de 2004, 82 e em
2007, 92 casos.
A tabela 04 mostra que a proporção de internações hospitalares por
doenças do aparelho respiratório entre os idosos em relação ao total de internações
da população acima de 60 anos do município em estudo por todas as causas
diminuiu, pois em 1998, 38,54% das internações foram por doenças do aparelho
respiratório e em 2007 baixou para 29,20%. As doenças que contribuíram para o
declínio foram a Bronquite, o Enfisema e Outras DPOC.
Tabela 04 - Internações hospitalares por doenças do aparelho respiratório, e o total
de internações pelo SUS, dos residentes de Forquilhinha, com idade acima de 60
anos, a partir do ano de 1998 a 2007.
Total
de
1998
%
2000
%
2001
%
2004
%
2007
%
69
38,54
131
39,45
134
42,81
82
27,33
92
29,20
179
100,0
332
100,0
313
100,0
300
100,0
315
100,0
Doenças do Ap.
Respiratório
Total
de
Internações
do
município,
na
pop. acima de 60
anos
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH SUS), por lista do CID 10.
A Tabela 05 mostra o coeficiente de internação por doenças do aparelho
respiratório na população acima de 60 anos dos moradores de Forquilhinha/SC nos
anos citados. Observa-se que o coeficiente de incidência/10mil hab. aumentou para
as doenças influenza e pneumonias, doenças estas que o Ministério da Saúde
disponibiliza vacinas e este fato chama a atenção.
45
Tabela 05 – Coeficiente/10.000 hab., de internações hospitalares por doenças do
aparelho respiratório do SUS, dos residentes de Forquilhinha, com idade acima de
60 anos, a partir do ano de 1998 a 2007.
Doenças
do
1998
Coef.
2000
Coef.
2001
Coef.
2004
Coef.
2007
Coef.
Influenza
-
-
-
-
-
-
10
90,25
12
98,85
Pneumonia
05
57,41
10
98,81
14
1383,29
13
117,33
17
140,03
Bronquite,
56
642,94
113
1116,6
117
1123,92
51
460,29
58
477,76
-
-
01
9,88
-
-
01
9,03
-
-
03
34,44
-
-
-
-
-
-
-
-
Asma
02
22,96
-
-
-
-
-
-
03
24,71
Pneumoconio
-
-
-
-
01
9,61
-
-
-
-
03
34,44
07
69,17
02
19,21
07
63,18
02
16,47
69
792,19
131
1294,47
134
1287,22
82
740,07
92
757,83
Ap.
Respiratório
Enfisema e
Outras DPOC
Bronquiectasi
a
Laringite
e
Traqueite
agudas
se
Outras
doenças
do
aparelho
respiratório
Total
de
internação
Total de hab
871
1.012
1.041
1.108
1.214
acima de 60
anos
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH SUS), por lista do CID 10.
5.2 Série histórica das campanhas nacionais de vacinação contra influenza
dos idosos no período de 1999 a 2007
Na Tabela 06, apresenta-se a série histórica das campanhas nacionais de
vacinação contra influenza para os idosos, residentes de Forquilhinha/SC, no
período de 1999 a 2007. Analisando-se a cobertura vacinal neste período, observase que na maioria dos anos manteve-se acima de 80 %, exceto nos anos de 1999
que ficou com 59.73% e 2000 com cobertura de 60 %. Pode se inferir o fato da baixa
46
cobertura no inicio devido a campanha ser uma nova estratégia de ação, sendo
difícil para os profissionais e também para a população alvo.
TABELA 06 – Doses aplicadas de vacina contra a Influenza no período de 1999 a
2007 – Forquilhinha/SC
ANO
POP. 60
DOSES
% COBERTURA
ANOS E +
APLICADAS
ALCANÇADA
1999
899
537
59,73
2000
1012
613
60,57
2001
1041
960
92,22
2002
1062
887
83,52
2003
1084
919
84,78
2004
1108
911
82,22
2005
1160
984
84,83
2006
1187
1156
97,39
2007
1214
1107
91,19
Fonte
IBGE
PNI*
PNI*
* Programa Nacional de Imunizações.
A associação que se pode fazer para o aumento da cobertura, foi em
relação à implantação das ESF no município em 2001, onde neste ano a cobertura
atingiu 92,22% dos idosos, e a partir daí, todos os anos o município atingiu índices
de cobertura acima de 80%, enquanto o Ministério da Saúde vinha estabelecendo
como meta mínima 70%. Isto comprova que a ESF contribuiu para a mobilização e
captação dos idosos para a sua imunização anual.
47
5.3 Análise das Internações Causas Sensíveis a Atenção Primária (ICSAP)
antes da implantação das unidades de ESF no ano de 2000 e sete (07) anos
após, no ano de 2007/SUS
Analisa-se na Tabela 07, as Internações Causas Sensíveis a Atenção
Primária (ICSAP) antes da implantação das unidades de ESF no ano de 2000 e
sete (07) anos após, no ano de 2007, de acordo com a Portaria nº 221, de 17 de
abril de 2008; e observa-se que ocorreu redução significativa nas internações
hospitalares por Bronquite, Enfisema e outras Doenças Pulmonar Obstrutiva
Crônica, em idosos, enquanto que o número de internações por influenza e
pneumonias aumentaram.
Tabela 07 - Internações hospitalares, pelo SUS, antes da implantação das unidades
de ESF no ano de 2000 e sete anos após, no ano de 2007.
Doenças do Ap. Respiratório
2000
2007
Influenza
-
12
Pneumonia
10
17
113
58
Bronquiectasia
01
-
Laringite e Traqueíte agudas
-
-
Asma
-
03
Pneumoconiose
-
-
Outras doenças do aparelho respiratório
07
02
TOTAL
131
92
Bronquite, Enfisema e Outras doenças
pulmonar obstrutiva crônica
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH SUS), por lista do CID 10.
A Portaria nº 221 SAS/MS, de 17 de abril de 2008 (Anexo 01), apresenta a
Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP),
48
por grupos de causas de internações e diagnósticos, de acordo com a Décima
Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10).
Conforme a lista de doenças do ICSAP e as doenças encontradas no site
do Ministério como sendo as doenças que levaram os idosos de Forquilhinha a
internarem, somente a Laringite e a Traqueíte não se encontram na lista do ICSAP,
ou seja, não sendo sensível a Atenção Primária.
Ao comparar e avaliar se ocorreu redução nas internações hospitalares,
pelo SUS, por doenças do aparelho respiratório, em idosos, por ICSAP um ano
antes da implantação das unidades de ESF no município de Forquilhinha, ou seja,
no ano 2000 e sete (07) anos após, no ano de 2007, pode-se perceber que teve
um aumento de internação pelas doenças Influenza, pneumonia e asma, enquanto
que diminuíram as internações por Bronquite, Enfisema, outras DPOC,
bronquiectasia e outras doenças do aparelho respiratório.
49
6. CONCLUSÕES
Foram identificadas as doenças do aparelho respiratório que levaram às
internações hospitalares, pelo SUS, em idosos, dos residentes de Forquilhinha, um
ano antes da campanha de vacinação contra a influenza (1998) e depois da
introdução da campanha, de três em três anos, isto é: nos anos de 2001, 2004 e
2007.
A série histórica das campanhas nacionais de vacinação contra influenza
para os idosos no período de 1999 a 2007 mostrou que em média 92% dos idosos
estão sendo imunizados anualmente, porém ainda existem dificuldades nas
campanhas, sendo uma delas a recusa de 8% dos idosos com relação à vacina,
dificultando para os 100% de imunização, mas mesmo assim o município é
enquadrado entre os que atingem as metas preconizadas pelo ministério da Saúde
desde o ano de 2001.
Atribui-se a melhora da cobertura da vacina contra Influenza, à
implantação das Estratégias Saúde da família no município em 2001, pois pode-se
perceber que este teve uma grande influência para a conquista desta ação. Torna
clara a importância das ESF/SUS para a melhoria das ações em saúde,
principalmente pelos trabalhos realizados pelas ACS juntamente com a equipe de
saúde, para o conhecimento da população do loco regional da ESF.
Com os cadastros na UBS é possível conhecer todos os habitantes acima
de 60 anos, para então desenvolver a campanha de vacinação e realizar a busca
ativa nessa população para então chegar ao objetivo da campanha.
O índice de internações hospitalares por doenças do aparelho respiratório
nos idosos, antes da introdução da campanha de vacinação contra a influenza, em
1999 no município de Forquilhinha era de 38,54% e sete anos após a introdução da
campanha de vacinação, ou seja, em 2007 foi de 29,20%. Isto leva a crer que a
campanha nacional de vacinação contra Influenza possa ter proporcionado uma
diminuição no índice de internação, confirmando a hipótese do estudo. Porém, o
estudo chamou a atenção para o fato de que as duas patologias sujeitas a
50
prevenção pelas vacinas, que são as pneumonias e influenza aumentaram. Cabe
aqui a continuidade de novos estudos, pois sabe-se que a influenza é causada por
muitos tipos de vírus, e o vírus circulante no meio ambiente se modifica a cada ano e
que as pneumonias podem ser causadas por vírus e outros microrganismos.
Ao comparar e avaliar a redução ou não nas internações hospitalares, pelo
SUS, por doenças do aparelho respiratório, em idosos, com as Internações Causas
Sensíveis a Atenção Primária (ICSAP) um ano antes da implantação das unidades
de ESF no município de Forquilhinha, ou seja, no ano 2000 e sete (07) anos após,
no ano de 2007, concluiu-se que diminuíram, pois o coeficiente de internações
hospitalares por 10 mil hab. em 2000 foi de 792,19/10 mil hab. e em 2007 foi de
757,83/10 mil hab. As doenças do aparelho respiratório por ICSAP que mais
contribuíram para a diminuição do coeficiente de internações foram a Bronquite,
Enfisema, outras DPOC, bronquiectasia e outras doenças do aparelho respiratório.
Os resultados obtidos com o estudo foram apresentados ao Gestor
Municipal e coordenação municipal da Estratégia Saúde da Família.
Recomenda-se a continuidade das campanhas de vacinação para os
idosos e que sejam cada vez mais intensas, para que se consiga manter a maioria
dos idosos imunizados, e em conseqüência prevenir internações por doenças do
aparelho respiratório. Além disso, nossos idosos podem ter melhor qualidade de vida
e mais longevidade. Assim como a imunização é também essencial nos profissionais
de saúde para reduzir o risco de transmissão aos pacientes.
Outra recomendação é que o gestor avalie se a vacina contra a
pneumonia que é recomendada pelo Ministério da Saúde está sendo adotada para
os grupos prioritários. Esta medida poderá contribuir para a diminuição das
internações por pneumonias e conseqüentemente da morbi-mortalidade.
51
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB.
Janeiro de 2006. disponível em: www.datasus.gov.br.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 6.
ed. Rev. - Brasília, 2005. 320 p.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância Epidemiológica. Manual dos Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais. Brasília, 2006. 188 p.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância Epidemiológica.Curso Básico de Vigilância Epidemiológica. Módulo III
– Unidade I. Brasília, 2006.
BRUNNER, Lillian Sholtis et al. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 9.ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 4.v, 1955 p.
CECIL, et al. Tratado de Medicina Interna. 22º ed. RJ. Ed. Goldman. 2005, 2927 p.
CONCISO, Evidência Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2005. 624 p.
CORDEIRO, Robalo A. J. A. Pneumologia Fundamental. Ed. Gulbenkian, Lisboa.
1995, 667.
DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Sistema Único de Saúde.
Secretaria de Estado de Saúde. Informativo Epidemiológico “Barriga Verde” – 9º
52
Campanha de Vacinação contra Gripe (Influenza). Ano V – edição especial –
2007.
FRANCISCO, Priscila Maria Stolses Bergamo et al. Internações por doenças
respiratórias em idosos e a intervenção vacinal contra influenza no Estado de
São Paulo. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v. 7, n. 2, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415790X2004000200011
&lng=pt&nrm=iso>.
LEOPARDI, Maria Tereza. Metodologia da pesquisa na saúde. Santa Maria, RS:
Pallotti, 2002. 294 p.
MINITI, Aroldo. Otorrinolaringologia: Clínica e Cirúrgica. 2 ed. São Paulo:
Atheneu, 2000. 487 p.
ROBBINS, et al. Patologia estrutural e funcional. 6 ed. RJ: Guanabara, 2000.
1251 p.
SILVA, Luiz Carlos Corrêa da. Condutas em Pneumologia. Vol II. RJ: Revinter,
2001. 1132 p.
53
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BRASIL, Ministério da Saúde. Diretrizes para a Programação Pactuada e
Integrada da Assistência à Saúde. Brasília, DF. 2006. vol 5, 2º edição, 150 p.
BRASIL, Ministério da Saúde. Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão.
Brasília, DF. 2006. vol 1, 75 p.
BRASIL, Ministério da Saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde. Volume 13 – nº
4 – outubro / dezembro de 2004.
BRASIL, Ministério da Saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde. Volume 12 – nº
2 – abril / junho de 2003.
54
ANEXOS
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ANEXO A
MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
PORTARIA SAS/MS Nº 221, DE 17 DE ABRIL DE 2008
Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 18 abr. 2008. Seção I, p. 70-1
O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,
Considerando o estabelecido no Parágrafo único, do art. 1º, da Portaria nº 648/GM,
de 28 de março de 2006, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica,
determinando que a Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde,
publicará os manuais e guias com detalhamento operacional e orientações
específicas dessa Política;
Considerando a Estratégia Saúde da Família como prioritária para reorganização da
atenção básica no Brasil;
Considerando a institucionalização da avaliação da Atenção Básica no Brasil;
Considerando o impacto da atenção primária em saúde na redução das internações
por condições sensíveis à atenção primária em vários países;
Considerando as listas de internações por condições sensíveis à atenção primária
existentes em outros países e a necessidade da criação de uma lista que refletisse
as diversidades das condições de saúde e doença no território nacional;
Considerando a possibilidade de incluir indicadores da atividade hospitalar para
serem utilizados como medida indireta do funcionamento da atenção básica
brasileira e da Estratégia Saúde da Família; e,
Considerando o resultado da Consulta Pública nº 04, de 20 de setembro de 2007,
publicada no Diário Oficial da União nº 183, de 21 de setembro de 2007, Página
50, Seção 1, com a finalidade de avaliar as proposições apresentadas para
56
elaboração da versão final da Lista Brasileira de Internações por Condições
Sensíveis à Atenção Primária, resolve:
Art. 1º - Publicar, na forma do Anexo desta Portaria, a Lista Brasileira de Internações
por Condições Sensíveis à Atenção Primária.
Parágrafo único - As Condições Sensíveis à Atenção Primária estão listadas por
grupos de causas de internações e diagnósticos, de acordo com a Décima Revisão
da Classificação Internacional de Doenças (CID-10).
Art. 2º - Definir que a Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à
Atenção Primária será utilizada como instrumento de avaliação da atenção primária
e/ou da utilização da atenção hospitalar, podendo ser aplicada para avaliar o
desempenho do sistema de saúde nos âmbitos Nacional, Estadual e Municipal.
Art. 3º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
JOSÉ CARVALHO DE NORONHA
57
ANEXO B
LISTA DE CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA
Grupo Diagnósticos
CID 10
1 Doenças preveníveis por imunização e condições sensíveis
1,1 Coqueluche
A37
1,2 Difteria
A36
1,3 Tétano
A33 a A35
1,4 Parotidite
B26
1,5 Rubéola
B06
1,6 Sarampo
B05
1,7 Febre Amarela
A95
1,8 Hepatite B
B16
1,9 Meningite por Haemophilus
G00.0
001 Meningite Tuberculosa
A17.0
1,11 Tuberculose miliar
A19
A15.0 a A15.3, A16.0 a
1,12 Tuberculose Pulmonar
A16.2, A15.4 a A15.9,
A16.3, a A16.9, A17.1 a
A17.9
1,16 Outras Tuberculoses
A18
1,17 Febre reumática
I00 a I02
1,18 Sífilis
A51 a A53
1,19 Malária
B50 a B54
001 Ascaridiase
B77
2 Gastroenterites Infecciosas e complicações
2,1 Desidratação
E86
2,2 Gastroenterites
A00 a A09
3 Anemia
3,1 Anemia por deficiência de ferro
D50
4 Deficiências Nutricionais
4,1 Kwashiokor e outras formas de desnutrição
E40 a E46
58
protéico calórica
4,2 Outras deficiências nutricionais
E50 a E64
5 Infecções de ouvido, nariz e garganta
5,1 Otite média supurativa
H66
5,2 Nasofaringite aguda [resfriado comum]
J00
5,3 Sinusite aguda
J01
5,4 Faringite aguda
J02
5,5 Amigdalite aguda
J03
5,6 Infecção Aguda VAS
J06
5,7 Rinite, nasofaringite e faringite crônicas
J31
6 Pneumonias bacterianas
6,1 Pneumonia Pneumocócica
J13
6,2 Pneumonia por Haemophilus infuenzae
J14
6,3 Pneumonia por Streptococus
J15.3, J15.4
6,4 Pneumonia bacteriana NE
J15.8, J15.9
6,5 Pneumonia lobar NE
J18.1
7 Asma
7,1 Asma
J45, J46
8 Doencas pulmonares
8,1 Bronquite aguda
8,2
Bronquite não especificada como aguda ou
crônica
J20, J21
J40
8,3 Bronquite crônica simples e a mucopurulenta
J41
8,4 Bronquite crônica não especificada
J42
8,5 Enfisema
J43
8,6 Bronquectasia
J47
8,7
Outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas
J44
9 Hipertensão
9,1 Hipertensão essencial
I10
9,2 Doença cardíaca hipertensiva
I11
10 Angina
59
10,1 Angina pectoris
I20
11 Insuficiência Cardíaca
11,1 Insuficiência Cardíaca
I50
11,3 Edema agudo de pulmão
J81
12 Doenças Cerebrovasculares
12,1 Doenças Cerebrovasculares
I63 a I67; I69, G45 a G46
13 Diabetes melitus
E10.0, E10.1, E11.0,
13,1 Com coma ou cetoacidose
E11.1, E12.0, E12.1;E13.0,
E13.1; E14.0, E14.1
Com complicações (renais, oftalmicas,
13,2 neurol., circulat., periféricas, múltiplas, outras
e NE)
13,3 Sem complicações específicas
E10.2 a E10.8, E11.2 a
E11.8; E12.2 a
E12.8;E13.2, a E13.8;
E14.2 a E14.8
E10.9, E11.9; E12.9,
E13.9; E14.9
14 Eplepsias
14,1 Eplepsias
G40, G41
15 Infecção no Rim e Trato Urinário
15,1 Nefrite túbulo-intersticial aguda
N10
15,2 Nefrite túbulo-intersticial crônica
N11
15,3 Nefrite túbulo-intersticial NE aguda crônica
N12
15,4 Cistite
N30
15,5 Uretrite
N34
15,6 Infecção do trato urinário de localização NE
N39.0
16 Infecção da pele e tecido subcutâneo
16,1 Erisipela
A46
16,2 Impetigo
L01
16,3 Abscesso cutâneo furúnculo e carbúnculo
L02
16,4 Celulite
L03
16,5 Linfadenite aguda
L04
16,6 Outras infecções localizadas na pele e tecido
L08
60
subcutâneo
17 Doença Inflamatória órgãos pélvicos femininos
17,1 Salpingite e ooforite
N70
17,2 Doença inflamatória do útero exceto o colo
N71
17,3 Doença inflamatória do colo do útero
N72
17,4
Outras doenças inflamatórias pélvicas
femininas
17,5 Doenças da glândula de Bartholin
17,6
Outras afecções inflamatórias da vagina. e da
vulva
N73
N75
N76
18 Úlcera gastrointestinal
18 Úlcera gastrointestinal
K25 a K28, K92.0, K92.1,
K92.2
19 Doenças relacionadas ao Pré-Natal e Parto
19,1 Infecção no Trato Urinário na gravidez
O23
19,2 Sífilis congênita
A50
19,3 Síndrome de Rubéola Congênita
P35.0
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