PNQS-IGS EGOLD – EXCELÊNCIA NA GESTÃO E OPERAÇÃO DOS LABORATÓRIOS DESCENTRALIZADOS DE ÁGUA A) A OPORTUNIDADE Na Sanepar, na abrangência do estado do Paraná, existem quatro laboratórios regionais de avaliação de conformidade com as legislações vigentes, inseridos na estrutura da USAV (Unidade de Avaliação de Conformidades), localizados nas cidades de Curitiba (onde fica a gerência), Cascavel, Londrina e Maringá. Esses laboratórios realizam análises químicas e biológicas, desde as mais simples, às mais complexas, para cumprimento das legislações. Todas as amostras de água da rede, programadas de rotina, eram enviadas às USAV para avaliação da sua conformidade com a legislação vigente (hoje é a portaria 2914/11 MS e CONAMA). Entre 1999 e 2000, devido ao alto custo para o cumprimento da legislação, comprometimento da integridade das amostras e quanto ao número de amostras de água da rede a serem realizadas mensalmente, foi necessário descentralizar as análises, a fim de diminuir a distância e o tempo de chegada dessa amostra nesses locais. O local mais apropriado foi o Laboratório das Estações de Tratamento de Água (ETA), que já realizavam de rotina essas análises. Os laboratórios, para a descentralização, foram escolhidos estrategicamente. Mas alguns ajustes eram necessários. Assim começou um processo, que seria uma extensão da USAV e, para tanto precisava ser oficializado. Teve início o programa de CREDENCIAMENTO dos LABORATÓRIOS DESCENTRALIZADOS DE ÁGUA (LDA). Os LDA recebiam a visita e a orientação da USAV para adequação na sua estrutura física, equipamentos, procedimentos, Boas Práticas de Laboratório (BPL) e, com a colaboração dos gestores, realizavam as adequações solicitadas. Após o cumprimento das exigências, recebiam o certificado de credenciamento, válido por um ano e revalidado após nova avaliação, compartilhando a responsabilidade com a USAV. Esse programa trouxe muitos benefícios para os LDA, sob a orientação da USAV, e um acompanhamento maior por parte dos técnicos e responsáveis. Um dos requesitos para o credenciamento do LDA era que o operador, que realizava análises no laboratório, deveria passar por um treinamento específico do processo analítico, pois só a estrutura física não era suficiente para assegurar a confiabilidade dos resultados. Então, durante as visitas aos LDA, para o credenciamento, os empregados da USAV repassavam instruções sobre o processo analítico, utilização correta dos equipamentos e acessórios, documentos normativos, procedimentos relativos às análises e boas práticas de laboratório. Como os operadores trabalhavam em escala, nem todos eram treinados, além do tempo extremamente curto para a quantidade de informação mínima necessária. Uma tarefa árdua, pois o ritmo da rotina dos laboratórios da USAV era frenético e os colaboradores precisavam conciliar com as visitas, análise dos relatórios dessas visitas e envio aos responsáveis pela execução das melhorias necessárias, responder às dúvidas, discutir assuntos pertinentes e viagens, por vezes, longas. O tempo disponível era apertado para uma visita de qualidade, com uma boa instrução para os operadores. Com o aumento do número de LDA e de operadores, além da necessidade da informação ser mais completa, foi necessário aprimorar o repasse aos operadores e técnicos, visando aprofundar o conhecimento do processo analítico e as BPL. Assim, em 2012, foi constituído o EGOLD – EXCELÊNCIA NA GESTÃO E OPERAÇÃO DOS LABORATÓRIOS DESCENTRALIZADOS DE ÁGUA, programa essencial, pois a essência do controle do tratamento e da qualidade da água produzida está na condução da prática analítica. O EGOLD é um treinamento no processo analítico, para os operadores dos LDA e técnicos responsáveis pelos sistemas. Trata de fundamentar a prática exercida no dia a dia do laboratório, tornando agradável a atividade de rotina do laboratório. O conhecimento precisa ser fundamentado para que seja consolidado e desenvolva o espírito critico do usuário, essencial para o bom andamento da operação da ETA, no que diz respeito à otimização do processo e qualidade do produto entregue à população, de forma sustentável. Para a Sanepar é um ganho, pois é dever da empresa oferecer treinamentos para os seus empregados e nada melhor do que eles próprios desenvolvê-los e ministra-los. Isso é fazer a GESTÃO DO CONHECIMENTO. Fomentar essa prática fortalece o desenvolvimento pessoal dos empregados e da empresa, que mantém a exclusividade dos processos internos. Com o EGOLD todos os operadores de LDA podem ser treinados, além de sair de seus locais de trabalho, conhecer outras pessoas e condições de trabalho, conhecer lugares da empresa, aprender com as experiências relatadas, discutir as dificuldades encontradas no dia a dia, esclarecer suas dúvidas, confraternizar e aumentar a sua motivação. EGOLD do ponto de vista do operador Capacitação: qualificação do operador nas áreas específicas da sua função. Segurança: tanto do ponto de vista da confiabilidade dos resultados, como de BPL, essa é fundamental no que diz respeito a acidentes de trabalho, cuidados com os equipamentos, além da sua conduta. Senso crítico: o conhecimento aumenta as ferramentas de avaliação para tomada de decisão. Responsabilidade: aumenta quando se conhece trabalho realizado. Motivação: quando se compreende o que se faz, surgem idéias novas e soluções, além do trabalho ter significado e valorização da função dentro da empresa, além da integração da operação com a área analítica da empresa. Otimização do processo (economia): a agregação do conhecimento empírico com o teórico aumenta o interesse pelas atividades da rotina de trabalho, aplicando o que foi ensinado e melhorando os processos, trazendo economia de insumos e preservação dos equipamentos. EGOLD do ponto de vista do multiplicador Motivação: conhecer a área operacional (troca de conhecimento) e entendimento do próprio processo da USAV; ter consciência de que o que está ensinando fará a diferença no processo; estudar e compreender para ensinar; auxiliar no processo de credenciamento dos LDA; saber que ser multiplicador é uma tarefa nobre e bem aceita por aqueles que estão recebendo o conhecimento. EGOLD do ponto de vista da empresa Do ponto de vista da empresa, o benefício vem na forma do compartilhamento da responsabilidade, maior qualidade e segurança do produto oferecido à população, além de qualidade de vida dos empregados e valorização do seu trabalho. Nos laboratórios das USAV concentra-se a maior parte dos profissionais de área química da empresa. A rotina de trabalho nesses locais é muito desgastante, por vezes. O EGOLD é um instrumento de inovação, construção, desenvolvimento pessoal, troca de conhecimentos e experiências, relacionamentos e, por fim, quebra dessa rotina. Tal movimento gera uma motivação na equipe, que se reúne para discutir, aprender e ensinar. O EGOLD iniciou as suas atividades em maio de 2012, em todo estado e, desde então, até final de 2014, já teve a participação de mais de 1.000 empregados, entre operadores e técnicos de sistemas. Os treinamentos acontecem nas cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Cascavel, Londrina e Maringá. Desde o seu início, a equipe do EGOLD da USAV nunca teve menos do que 35 multiplicadores no estado. A média é de 40. Esse fato denota a importância dada pelos empregados da USAV ao processo analítico das ETA quanto à sua confiabilidade e qualidade, num contexto geral. A.1 Oportunidade de melhoria de gestão (problema, desafio, dificuldade) solucionada pela prática de gestão implementada? A melhoria foi criar uma sistemática de avaliação estruturada para o EGOLD. A oportunidade de melhoria de gestão se deu para solucionar uma necessidade para o processo de credenciamento, através da prática de gestão implementada pelo EGOLD. PROBLEMA: necessidade de treinamento específico para os operadores dos laboratórios descentralizados de água, para a confiabilidade dos resultados, tendo em vista a responsabilidade da USAV sobre estes. DESAFIO: estruturar uma sistemática de desenvolvimento e aperfeiçoamento dos operadores dos LDA nas práticas analíticas. DIFICULADADE: falta de um programa estruturado de treinamento para desenvolver os operadores dos LDA em todo estado. A melhoria de gestão se deu pelo fato da visita para credenciamento ficar exclusivamente com vistas ao ambiente físico e o operador inserido nele. O treinamento do processo analítico ficou por conta do EGOLD, com o tempo suficiente para ensinar a teoria e a prática. A gerente da unidade reuniu todos os coordenadores e sugeriu que se montasse uma equipe para desenvolver e fazer a gestão de um treinamento. A.1.1 Origem em sistemática de avaliação estruturada Para a função de operador de ETA não há exigência de ensino técnico, apenas o médio. Portanto, quando da sua contratação não há exigência de qualificação específica para trabalhar em laboratório. A empresa é responsável por oferecer essa qualificação. Para o credenciamento dos LDA era condição sine qua non que todos os operadores fossem treinados na prática analítica, o que não era possível da forma como estava sendo feito. O tempo era pouco para vistoriar e ensinar. Isso acontecia porque não havia uma equipe que, dentro da rotina do laboratório, pudesse se dedicar exclusivamente para esse programa. Todas as pessoas da USAV estavam ocupadas com suas atividades de rotina e não havia tempo para preparar um treinamento, produzir o material, conquistar e treinar multiplicadores. A origem está na necessidade de um treinamento específico, sobre o processo analítico, para operadores de LDA, a fim de cumprir uma exigência para o seu credenciamento. A.1.2 Relevância do problema para a organização É dever de uma empresa de saneamento cumprir a legislação. Um de seus produtos – a ÁGUA – é o alimento mais fiscalizado do mundo. Produto não conforme é prejuízo para a organização. A descentralização dos laboratórios de água, para fins de credenciamento, trouxe maior confiabilidade ao processo analítico, diminuiu os custos da logística do transporte das amostras de rede, garantiu a sua integridade, trouxe melhoria da estrutura física e de pessoal, com maior comprometimento (com o EGOLD), e o acompanhamento pela USAV. A.1.3 Relevância do problema para as organizações do setor A capacitação dos empregados envolvidos no processo analítico do controle do tratamento e qualidade da água produzida está diretamente relacionada com os resultados dos indicadores de qualidade do produto de todas as empresas de saneamento. A.2 De que maneira as causas do problema foram identificadas? Para o credenciamento havia necessidade de treinamento específico para os operadores de LDA (EGOLD). SISTEMÁTICA As causas foram identificadas a partir da análises dos resultados das visitas para credenciamento dos LDA. Notou-se que havia necessidade de um acompanhamento da área operacional do tratamento de água, por parte da USAV, no que diz respeito às orientações do processo analítico, estrutura física, utilização dos documentos normativos, visando a confiabilidade dos resultados. Sistemática para identificar as causas: As visitas seguem o padrão descrito no IT/LAB/1496 - “Diretrizes para Laboratórios Descentralizados de Água”, onde estão definidos os requisitos a serem verificados na visita técnica para credenciamento. Dessa visita é gerado um relatório sobre a situação do sistema, informando as melhorias necessárias. Mencionar as ferramentas utilizadas para a análise do problema As ferramentas são: a abordagem aos operadores das ETA, sobre o processo analítico e a observação de seus comportamentos, durante as visitas técnicas; solicitação para que realizem algumas análises mais críticas do processo e, até 2013, o Programa Interlaboratorial para Descentralizados (PID), que é um teste de proficiência em ensaios de análises, entregues aos operadores para realizar no laboratório e comparar os resultados. São enviadas aos sistemas amostras, com resultados conhecidos, preparadas nos laboratórios da USAV, para avaliação de seus processos. Os resultados são colhidos e analisados pelos profissionais da USAV. PROGRAMA INTERLABORATORIAL DOS DESCENTRALIZADOS – PID Os dados da planilha (de 2011 a 2013) demonstram a evolução considerável nos resultados das amostras analisadas, as quais têm a contribuição do EGOLD, tanto do ponto de vista analítico, como da aquisição de novos equipamentos. Informar quais as lideranças e profissionais envolvidos no projeto, internos e/ou externos, e descrever seu grau de mobilização. Lideranças: gerente e coordenadores da USAV Outras lideranças: coordenadores, gerentes da área operacional e RH da empresa Profissionais: técnicos profissionais da USAV, técnicos responsáveis pelos sistemas e gestores O desenvolvimento do projeto foi idealizado e realizado pela USAV (credenciamento e EGOLD). Para a sua aplicação, as demais lideranças e profissionais foram envolvidos. Quanto ao grau de mobilização, sem sombra de dúvida, o maior foi da USAV, que há mais de dez anos vem mantendo e aprimorando o programa de credenciamento. Desde 2012, o EGOLD vem qualificando os empregados que atuam nos laboratórios dos sistemas de produção de água. Grau de mobilização da USAV: EGOLD: desenvolver o material para os cursos (apostilas, provas, aulas práticas, avaliações, slides de apresentação), conquistar multiplicadores e treiná-los, preparar planos de aula, montar equipes para ministrar os treinamentos, fazer as escalas do pessoal para dar os cursos (algumas equipes tiveram que viajar todos os meses para ministrar o curso), ministrar o curso, corrigir provas, comprar equipamentos para as aulas práticas, ler as avaliações dos treinamentos para uma atuação melhor e conhecer a situação de cada um participante, montar processo para aprovação de verbas, distribuição das vagas para a área operacional e organizar os laboratórios escola em todo estado. Grau de mobilização da área operacional (que recebe o treinamento): EGOLD: organizar e selecionar os empregados que irão participar do curso, obter os recursos necessários para o deslocamento e estadia, oferecer as condições necessárias para que os operadores possam trabalhar no laboratório conforme o que lhes foi ensinado no curso, realizar o controle para que o conteúdo ensinado seja aplicado na rotina do laboratório. SISTEMÁTICA DE IDENTIFICAÇÃO DA CAUSA Custo elevado da logística para entrega das amostras USAV – análises das amostras de água de rede Chegada de amostras de água da rede vindas de todos as localidades, alguns muito distantes Grande quantidade de amostras trazidas para um só local Integridade das amostras comprometidas pelo transporte (alguns contratados) e distâncias DESCENTRALIZAÇÃO DAS ANÁLISES (LDA) Responsabilidade da USAV Amostras transportadas pela própria organização, distâncias menores, melhor acondicionamento dessas, tempos e distâncias menores Menor custo de logística CREDENCIAMENTO DOS LDA RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA Orientação da USAV para estruturação física e treinamento para os operadores Treinamentos insuficientes para garantir a compreensão e confiabilidade no processo analítico EGOLD CERTIFICADOS DE CREDENCIAMENTO A.2.1 Emprego de métodos de análise e solução de problemas No contexto do credenciamento o EGOLD, entra para oferecer a informação necessária aos operadores e técnicos dos sistemas, tanto no sentido da compreensão do processo analítico, a importância das BPL e segurança no laboratório, como na parte que diz respeito aos equipamentos: utilização, cuidados, calibração, validade de reagentes e soluções, etc. Dessa forma, a responsabilidade compartilhada (empregado/empresa) fica registrada. O programa de credenciamento serve de avaliação do EGOLD, assim como o EGOLD serve de avaliação do credenciamento, porque é possível, nas visitas, perceber o resultado do treinamento e, no treinamento saber da condição do laboratório credenciado. Muitos problemas são solucionados a partir dessas informações. A.2.2 Trabalho em equipe para solução de problemas Com certeza, sem um trabalho em equipe, o sucesso do programa seria inviável. Os envolvidos são: os profissionais, coordenadores e gerente da USAV; operadores, técnicos responsáveis pelo sistema, gestores, coordenadores e gerentes das unidades da área operacional. O EGOLD foi desenvolvido, é gestionado e ministrado pela equipe de profissionais da USAV. Todos os operadores e técnicos de sistema precisam passar pelo EGOLD. A execução do programa só é possível porque há o envolvimento dos profissionais da USAV, gerentes, coordenadores, técnicos químicos, gestores das áreas operacionais e a área de RH central e descentralizada. A EGOLD faz a ponte com o processo de credenciamento, que é indispensável para a credibilidade na qualidade do produto da empresa. B. A IDEIA B.1 De que forma a solução foi planejada, concebida, desenvolvida e verificada? O credenciamento dos LDA iniciou-se em 1999. Com o passar dos anos, foi necessário aperfeiçoar o programa. Quanto mais se conheciam os sistemas, mais era notório e imprescindível um treinamento específico para os operadores de ETA no processo analítico, em função de que esse conhecimento não era exigido dos candidatos no edital do concurso. Somente a capacitação para atuação na função e a orientação técnica durante a visita para credenciamento não eram suficiente para a confiabilidade nos resultados. A solução encontrada foi o programa EGOLD, aplicado em nível estadual. Para a operacionalização desse programa, foram definidos: demanda operacional, tempo de curso, plano de aula, conteúdos e programa do curso, elaboração da apostila, apresentações e prova, definição dos locais dos cursos, custos para manutenção do curso, equipamentos analíticos e acessórios necessários para as salas de treinamento, número de treinandos, conquistar multiplicadores, fazer uma escala entre os multiplicadores. Enquanto os processos para aprovação eram analisados, os materiais didáticos eram desenvolvidos e discutidos em todo estado, entre os multiplicadores. Após a aprovação oficial do programa, os multiplicadores foram convocados para um encontro, onde participaram de um curso didático pedagógico para instrutor interno. Nesse encontro, a apostila e as apresentações foram revisadas, a avaliação do treinamento e a prova foram definidas. Mais de 40 multiplicadores compareceram ao evento. Finalizados os ajustes, o EGOLD teve seu início em 29 de maio de 2012, em todo o estado. Para melhor aproveitamento do EGOLD foram definidos alguns critérios: - número máximo de 12 treinandos em cada curso, visando melhor acompanhamento no sentido de apontar e corrigir os erros nas aulas práticas. - número mínimo de 2 instrutores para físico-química e 2 para a microbiologia, visando dirimir todas as dúvidas durante o curso. À medida que os treinamentos foram sendo ministrados, as BPL passaram a ser disseminadas entre os operadores e técnicos, de forma que um cuidava do outro, cobrando que seguissem os procedimentos ensinados no curso. O EGOLD possibilita a troca de experiências e o aprendizado entre os participantes, assim como manter um controle sobre os laboratórios já credenciados nos treinamentos. Outro retorno do EGOLD vem das visitas para credenciamento. Tudo o que é ensinado no EGOLD, também é cobrado nas visitas. Quando aparece algo não conforme, o profissional da USAV questiona o procedimento e verifica onde está a falha, que pode ser do suporte técnico, por negligência, por não ter realizado o curso ainda, por problema operacional, ou outro. O aprendizado é avaliado por meio de provas realizadas ao final do curso. O PID, durante a sua aplicação, foi uma avaliação importante. As visitas para credenciamento, também demonstram a eficácia dos treinamentos. A repercussão do EGOLD se deu também nas áreas gestoras, que reconhecem a importância do apoio prestado pela USAV nos programas de credenciamento e no EGOLD. Com operadores instruídos no processo analítico, a operação da ETA, quando o problema não é operacional técnico, torna-se otimizada em todos os sentidos. Existe uma cobrança maior com a falta ou manutenção dos equipamentos, consumo de reagentes e soluções, quantidade de vidrarias, contribuindo para o credenciamento e a sua manutenção, de tal forma favorecendo a melhoria dos sistemas, pois nem sempre os gestores ficam sabendo de todos os problemas, devido à grande demanda existente e normal, da área operacional. Com o apoio dos gestores, muitas foram as melhorias, como: aquisição de mais equipamentos e acessórios, EPI, EPC, na estrutura física dos laboratórios, liberação dos empregados para os treinamentos, preocupação com a calibração dos equipamentos, controle sobre a validade e consumo de reagentes e soluções. Nesse ínterim, criou-se um canal de comunicação expressivo entre a USAV e a área operacional. Os participantes do EGOLD têm liberdade de entrar em contato com os multiplicadores para dirimirem suas dúvidas, dar a sua opinião em diversos assuntos, solicitar melhorias e o que mais lhes parecer relevante. O programa foi muito bem aceito, em função de toda a dedicação dispensada pelos multiplicadores do EGOLD e todos os profissionais da USAV que, apesar de participarem diretamente, indiretamente colaboram com muito prazer. Tendo em vista esse trabalho bem feito, o RH cedeu e mobiliou uma sala exclusiva para os treinamentos em geral, com local próprio para as práticas analíticas, demonstrando a relevâncias desses programas para a empresa. A repercussão não se deu somente nas áreas correlatas. Outras áreas, como a de pesquisa, a de atendimento ao cliente, a administrativa e estagiários, também se interessaram, pois o curso trata de um assunto que diz respeito a processos importantes da empresa. Qualquer empregado tem condições de freqüentar e entender o seu conteúdo, pela sua simplicidade, acompanhado da prática bem ministrada pela equipe do EGOLD. Informar quais as lideranças e profissionais envolvidos no projeto, internos e/ou externos, e descrever seu grau de mobilização. Lideranças: gerente e coordenadores da USAV Outras lideranças: coordenadores, gerentes da área operacional Profissionais: técnicos profissionais da USAV, técnicos responsáveis pelos sistemas e gestores. RH da empresa: gerente, coordenador e profissionais O desenvolvimento do projeto foi realizado pela USAV (credenciamento e EGOLD). Para a aplicação, as demais lideranças e profissionais foram envolvidos. Quanto ao grau de mobilização, sem sombra de dúvida, o maior foi da USAV. Grau de mobilização da USAV: Desenvolver o material para os cursos (apostilas, apresentações, provas, aulas práticas, avaliações dos treinamentos), preparar planos de aula, montar equipes para ministrar os treinamentos e as escalas do pessoal, corrigir provas dos cursos, equipar as salas para as aulas práticas, ler as avaliações dos treinamentos para uma atuação melhor e conhecer a situação de cada um participante, por fim, planilhar os resultados. Algumas equipes tiveram que viajar todos os meses para ministrar o curso. Fizeram isso com grande prazer, pois a empresa paga bons hotéis, para a hospedagem dos multiplicadores, e concede um veículo para o seu deslocamento. Grau de mobilização da área operacional: Organizar e selecionar os empregados que irão participar do curso, obter os recursos necessários para o deslocamento, alimentação e estadia, oferecer as condições necessárias para que os operadores possam trabalhar no laboratório conforme o que lhes foi ensinado no curso, cobrar que trabalhem da forma como foi ensinado no curso. Grau de mobilização do RH da empresa: Aprovação de recursos financeiros, treinamentos para instrutores, impressão e encadernação das apostilas, lanche dos intervalos, registro das horas de treinamento. Apresentar recursos (financeiros, humanos e materiais) orçados no projeto, até a solução final e entrada em regime. RECURSOS FINANCEIROS HUMANOS DESCRIÇÃO Treinamento, equipamentos, vidrarias, data show, laptop, materiais (postilas, canetas, lanches, equipamentos, material de laboratório, laptop, data show) Multiplicadores, RH, coordenadores, gerentes (USAV e RH) R$ 594.632,44 50 pessoas Incluir as principais origens e fontes de inspiração, internas ou externas, para o desenvolvimento da ideia. A atividade operacional de uma ETA é sui generis e dependente de um processo analítico que requer cuidado, atenção e concentração. Para ocupar o cargo de operador de ETA não é necessária uma formação específica. Portanto, um treinamento nesse processo é indispensável, para que o operador compreenda o processo e desenvolva o espírito crítico. Senão a rotina torna-se desmotivante, pois está realizando uma atividade que não faz sentido para ele. Em função da preocupação da empresa com a gestão do conhecimento, os treinamentos têm sido fomentados com vistas a suprir a carência de informação nos processos exclusivos da Sanepar. Através das visitas para credenciamento dos laboratórios descentralizados, pode-se vivenciar de perto o trabalho dos operadores de ETA e perceber que tem conhecimento empírico do processo, mas não compreendem o seu mecanismo de funcionamento. O tratamento da água é um processo complexo, mas é possível passar informações de forma simplificada, de tal forma que os operadores possam compreender e entender o que estão fazendo, desenvolvendo o seu espírito crítico, com maior motivação para exercer a sua função. Para o credenciamento é imprescindível um treinamento específico do processo analítico. Por outro lado, os multiplicadores também têm a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos, escrevendo a apostila, ministrando os cursos e conhecendo um pouco dessa profissão tão nobre. Quando se estuda para ensinar, se aprende mais e melhor. Principalmente em se tratando do trabalho relacionado à sua função cotidiana. É uma oportunidade boa para quem deseja ampliar seu conhecimento sobre assuntos relacionados ao controle do tratamento e da qualidade da água produzida. Essa também é uma das motivações, pois o trabalho de laboratório é extremamente rotineiro e em ambiente fechado. Sair para conhecer o ambiente do qual as amostras para as análises provêm, melhora a compreensão do todo. Os mecanismos de fomento do programa provêm de diversas fontes, como: as avaliações dos treinamentos, por parte dos treinandos, após o curso; a importância que os operadores, gestores, coordenadores e técnicos dão ao curso; nas visitas para credenciamento; o encontro anual com todos os multiplicadores para discussão e confraternização. O trabalho de instrutor na Sanepar é voluntário. Existe um pequeno valor recebido por hora de treinamento. Nenhum dos instrutores trabalha no programa para receber esse valor. Trabalha por que acredita nele. Os encontros anuais são uma forma de incentivo. Quando é possível, oferece-se algum “mimo” aos multiplicadores, ou algum privilégio, como: participar de cursos fora da empresa, por exemplo; nas avaliações por competência, o instrutor já sai em vantagem por sua disposição em trabalhar no programa. Descrever atividades de treinamento necessárias e sua abrangência. Para o EGOLD, houve uma divulgação do projeto e uma chamada aos interessados em participar. O grupo interessado foi de, aproximadamente, 45 pessoas em todo estado. O primeiro encontro foi em Curitiba, com um treinamento didático-pedagógico e motivacional, montagem e organização do material (programa, conteúdo, apresentações, prova, forma de aplicação). A organização do evento, incluindo curso didático-pedagógico, foi realizada pela área de Integração e Desenvolvimento Pessoal da USAV. Ao longo do ano, o RH da empresa ofereceu cursos de formação para todos os instrutores. Outros encontros foram realizados, com o intuito de melhorar o programa, após um período de aplicação. Não houve benchmarking. O programa surgiu de uma necessidade observada na prática. Informar como a evolução do projeto foi controlada As informações para controle do programa vêm das provas e das avaliações do treinamento realizadas no fim de cada curso, através das quais é possível perceber a evolução, pelos comentários dos participantes. No decorrer do tempo, muitos operadores e técnicos vem motivados pelo contato com aqueles que já realizaram o curso. Nas visitas de credenciamento também é perceptível a evolução dos participantes, pelo comprometimento e responsabilidade demonstrados. As conversas durante os treinamentos sempre reportam a realidade de cada participante e é possível, a partir desses relatos, utilizar as informações para melhorar o curso, cobrar providências por parte dos responsáveis pelos sistemas. Isso contribui muito para a visita técnica de credenciamento, pois a equipe tem mais informação para fazer uma avaliação detalhada. Nas visitas para credenciamento percebe-se que as informações fornecidas no EGOLD são disseminadas, através da observação do comportamento dos operadores, técnicos, gestores, coordenadores e gerentes. Hoje esse grupo está mais preocupado com o resultado de uma visita da equipe da USAV para credenciamento e reconhece o trabalho, considerando importante manter esse relacionamento. Muitos laboratórios melhoraram sua estrutura física, os equipamentos e procedimentos. Um encontro anual com os multiplicadores acontece para a troca de ideias e melhorias do programa. B.2 Como funciona a prática de gestão? SISTEMÁTICA DA PRÁTICA DE GESTÃO RH central + USAV (um responsável) Buscar a demanda de treinamentos em todas as gerências, através dos RH descentralizados. Montar um processo, solicitando os recursos financeiros e justificando-os, para aprovação. Após a aprovação, fazer a convocação dos multiplicadores, para encontro, com discussão do programa, conteúdos, plano de aula, prova, e treinamento específico para instrutores. Disponibilizar e reservar local para os treinamentos. Montar ETA escolas (locais) para os cursos. Por ter o apoio do RH central, o programa é corporativo, isto é, tem formato padrão para todo o estado. RH central Imprimir e distribuir as apostilas do curso e materiais didáticos. RH descentralizado Buscar as demandas de treinamento em todos os seus sistemas. Enviar para RH central + USAV(um responsável). Organizar as turmas para os treinamentos do ano, solicitar recursos financeiros para os treinandos, enviar as convocações do pessoal e demais orientações. Gestor do EGOLD (USAV) Localizado na USAV gerência, coordena o processo, fazendo a ponte das informações com os multiplicadores do estado, realiza encontros anuais para discussões, faz as atualizações da apostila e prova, solicita impressão e distribuição das apostilas, administra entrada e saída de multiplicadores da lista, orienta sobre a forma de ministrar o curso, trata da aquisição de equipamentos e materiais para o curso, é um dos multiplicadores do programa, mantém o registro de todos os cursos, controla as avaliações, faz divulgação do programa, é grande motivador e é representante do programa perante as outras unidades. USAV Cada USAV tem autonomia para: organizar as equipes dos instrutores, fazer o cronograma, definir o local dos cursos, solicitar alterações na apostila e prova, selecionar o seu pessoal, controlar listas de presença e avaliações dos treinamentos, corrigir as provas e interagir com a área operacional no que diz respeito àquilo que é ensinado no EGOLD. PROGRAMA DO EGOLD Boas Práticas de Laboratório Noções Básicas de Físico-química I Noções Básicas de Físico-química II Noções Básicas de Microbiologia Prática de Físico-química de Água Prática de Microbiologia Sistemática de avaliação da prática 1) Através de um formulário de avaliação do treinamento que é preenchida após o término do curso. Nessa avaliação (do curso e da performance do instrutor) o treinando tem a oportunidade de criticar, solicitar melhorias no curso e outros cursos, solicitar visita ao seu sistema, e também relatar as carências e dificuldades de seu sistema. 2) Prova realizada, no final do curso, que avalia o grau de aprendizado e a forma como o curso foi ministrado. 3) Nas aulas práticas, do curso, pode-se avaliar bem o treinando, quanto ao grau de atenção dispensado, responsabilidade, comprometimento, interesse e aprendizado. 4) No advento das visitas técnicas para credenciamento dos laboratórios descentralizados de água, é avaliado o grau de entendimento do operador com o EGOLD, por meio de questionamentos pertinentes, do seu comportamento, da sua postura, da sua organização no laboratório, dos cuidados com os equipamentos e sua calibração, validades de reagentes e soluções, utilização de EPI. Tudo reflexo do que é ensinado no EGOLD e fica registrado no relatório de resultado da visita. B.3 Como funciona a sistemática de avaliação e de melhoria da prática de gestão? As melhorias requeridas em função do EGOLD, por parte dos operadores: cobrança de materiais e equipamentos para os laboratórios aos responsáveis pelos sistemas e equipamentos calibrados; melhores condições de trabalho (estrutura física); conserto de problemas operacionais; melhora na segurança do trabalho. As melhorias para o curso, em função das avaliações e repercussão: salas para os cursos, melhores e mais equipadas; aquisição de sistema multimídia completo para ministrar o curso; melhora no lanche dos intervalos; aumento do número de treinandos; RESPEITO e RECONHECIMENTO, desde a diretoria da empresa até os operadores dos sistemas. Outras melhorias na gestão foram: a abertura para outras áreas assistirem aos treinamentos; multiplicadores receberem treinamentos sobre os processos de tratamento da água e participarem de cursos com a área operacional do tratamento de água; a abertura do EGOLD para todos os operadores, não só dos LDA, incluindo os recém chegados; os multiplicadores realizarem cursos de processos analíticos, fora da Sanepar e transcrever para a apostila o conhecimento adquirido, transmitindo-o a todos. O indicador corporativo que demonstra a melhoria nos resultados, em função do EGOLD, é o ICP – ÍNDICE DE CONFORMIDADE COM A PORTARIA, que é o resultado medido a partir da informação dos registros de todas as análises realizadas no processo de controle da qualidade da água. C. OS RESULTADOS C.1 Apresentar resultados relevantes INDICADOR CORPORATIVO Índice de Conformidade ao Padrão de Potabilidade - ICP 100 99,9 99,78 99,77 99,82 99,81 2012 2013 99,84 99,81 % 99,8 99,7 99,6 99,5 2010 2011 2014 2015* *Valor acumulado até julho/2015 O indicador corporativo ICP demonstra a melhoria no atendimento ao padrão de potabilidade da água, definido pela portaria 2914/11 MS, a partir de 2012, ano da implantação do programa EGOLD. RECURSOS FINANCEIROS PARA O INÍCIO DO EGOLD EVOLUÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ADQUIRIDOS EM FUNÇÃO DA PRÁTICA EVOLUÇÃO DOS CREDENCIAMENTOS DOS LDA EVOLUÇÃO DAS CALIBRAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS C.2 INTANGÍVEIS As melhorias adquiridas em função do EGOLD: aquisição de equipamentos novos para os sistemas (vou demonstrar com dados); aquisição de materiais diversos para os laboratórios; conserto de problemas operacionais; melhora na segurança do trabalho; controle do pedido de soluções e reagentes, para consumo racional; mais atenção e cuidados com os equipamentos; cuidado com a validade da calibração de equipamentos e dos reagentes e soluções; aumento no valor da hora de treinamento (indenização) – dobrou o valor; certificados para os participantes DEPOIMENTOS Operador da ETA Iguaçu: Allan Dyego Ferreira O material didático é completo e fornece a base necessária para futuras consultas em caso de dúvidas. A aula expositiva serviu para esclarecer muitas dúvidas e preparar o caminho para a parte prática. As práticas de segurança no laboratório foram muitos importantes para minha "formação" como operador de ETA. Eu fiquei muito satisfeito. Aplico essas práticas na minha rotina de laboratório. As práticas de laboratório e o conhecimento a fundo dos equipamentos, que utilizamos no dia a dia, aperfeiçoaram o meu trabalho. O material didático e a aula expositiva foram ótimas, eu aproveitei muito e estou aplicando no meu trabalho. Técnica química responsável pelo sistema de Irati: Liane Karine Correa ''Tive a oportunidade de participar das primeiras turmas do EGOLD e percebi a importância dessa qualificação no dia a dia das atividades dos operadores dentro do laboratório.Tenho percebido que os operadores que retornam do curso passam a ser mais criteriosos quanto às técnicas analíticas e se preocupar quanto à metodologia do Sistema Normativo (IAs e ITs) e compreendem que a coleta e procedimento da análise é fundamental para o resultado." Coordenador industrial do sistema de Guarapuava: Paulo César Rodrigues dos Santos O EGOLD veio de encontro para suprir as necessidades de profissionalização e padronização dos processos analíticos dos laboratórios físico e químico de água. Onde os treinamentos eram realizados in loco pelos próprios operadores, passando os próprios vícios e com erros de procedimentos. Com o EGOLD, os treinamentos são realizados por profissionais habilitados e com a padronização dos procedimentos os erros são minimizados, com confiabilidade, organização, aumento durabilidade dos equipamentos e vidrarias e em consequência com redução de custos operacional, segurança ocupacional. Além de dar confiabilidade aos Responsáveis Técnicos pelos procedimentos. Gerente da USAV: Eloize Motter Rodrigues Os resultados do EGOLD vêm demonstrando melhora significativa para o processo de controle do tratamento e qualidade da água produzida. Na medida em que os treinamentos vão ocorrendo, percebe-se uma mudança e o comprometimento de todos os profissionais, quanto: BPL, procedimentos analíticos corretos, confiabilidade nos resultados, preocupação com a calibração dos equipamentos e validade das soluções e reagentes, vidrarias calibradas, organização do ambiente de trabalho e outros. A incorporação de todas essas mudanças é requisito significativo para a certificação desses laboratórios pelo INMETRO, na implantação da ISSO 17.025. Finalizando, o EGOLD foi um ganho, não só para a área operacional do tratamento de água, mas para a empresa e a sociedade. Um ganho também na Qualidade de Vida no Trabalho para todos os envolvidos no programa, que se reflete na QUALIDADE DO PRODUTO DA SANEPAR.