PATRÍCIA DE OLIVEIRA BRITO BLOM ANÁLISE COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE RAÍZES OBTURADAS COM GUTA-PERCHA E CIMENTOS ENDODÔNTICOS - SEALER 26® E ENDOFILL® VERSUS RESILON® E EPIPHANY® CAMPINAS 2007 PATRÍCIA DE OLIVEIRA BRITO BLOM ANÁLISE COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE RAÍZES OBTURADAS COM GUTA-PERCHA E CIMENTOS ENDODÔNTICOS - SEALER 26® E ENDOFILL® VERSUS RESILON® E EPIPHANY® Dissertação apresentada ao Centro de Pós-Graduação / CPO São Leopoldo Mandic, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Endodontia Orientador: Prof Arlindo Di Spagna Souza CAMPINAS 2007 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca "São Leopoldo Mandic" B653a Blom, Patrícia de Oliveira Brito. Análise comparativa da resistência à compressão de raízes obturadas com Guta-Percha e cimentos endodônticos - Sealer 26® e Endofill® versus Resilon® e Epiphany® / Patrícia de Oliveira Brito Blom. – Campinas: [s.n.], 2007. 52f.: il. Orientador: Arlindo Di Spagna Souza. Dissertação (Mestrado) – C.P.O. São Leopoldo Mandic – Centro de Pós-Graduação. 1. Fraturas de dentes. 2. Obturação do canal radicular. 3. Cementos dentários. 4. Guta-Percha. 5. Endodontia. I. Souza, Arlindo Di Spagna. II. C.P.O. São Leopoldo Mandic – Centro de Pós-Graduação. III. Título. C.P.O. - CENTRO DE PESQUISAS ODONTOLÓGICAS SÃO LEOPOLDO MANDIC Folha de Aprovação A dissertação intitulada: “ANÁLISE COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE RAÍZES OBTURADAS COM GUTA-PERCHA E CIMENTOS ENDODÔNTICOS - SEALER 26® E ENDOFILL® VERSUS RESILON® E EPIPHANY®” apresentada ao Centro de Pós-Graduação, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia, área de concentração: Endodontia em __/__/____, à comissão examinadora abaixo denominada, foi aprovada após liberação pelo orientador. ___________________________________________________________________ Prof. (a) Dr (a) Orientador ___________________________________________________________________ Prof. (a) Dr (a) 1º Membro ___________________________________________________________________ Prof. (a) Dr (a) 2º Membro Dedico este trabalho ao meu querido marido Jerry pelo respeito à minha dedicação; e aos meus filhos Vinícius e Eduardo que embora muito pequeninos souberam compreender minhas ausências deixando-me tranqüila para enfrentar mais esse desafio. AGRADECIMENTOS RECEBAM MEU RESPEITO E GRATIDÃO Meus pais que viveram comigo cada emoção e foram sempre meus maiores incentivadores. Professor Manoel Machado pelo exemplo de determinação e competência. Professor Arlindo muito mais que um orientador, um grande amigo. Professor Anderson amigo e colega cujo incentivo e estímulo muito contribuíram para a realização deste trabalho. Minha amiga Luciana pela eterna amizade, boa vontade, prontidão e disponibilidade em me ajudar. Aos meus companheiros de mestrado pelos muitos momentos que passamos juntos, pela troca de conhecimentos, pelas boas risadas e pela amizade sincera conquistada. Ao professor Sergio Valmor Barbosa, que me apresentou à Endodontia e que por ela fez me apaixonar. RESUMO A fratura vertical da raiz é uma das complicações mais sérias na Endodontia porque na maioria dos casos não há tratamento e o elemento deve ser extraído. Elementos tratados endodonticamente são mais susceptíveis à fratura e isso se deve principalmente a perda de estrutura dentinária. Fatores secundários também podem ser citados como a desidratação do elemento dental e força excessiva realizada durante a manobra de condensação lateral. Na tentativa de evitar tal acidente, procura-se nos materiais obturadores do sistema de canais radiculares além do vedamento hermético a capacidade de aumentar a resistência das raízes. Em 2004, TROPE e colaboradores desenvolveram um novo sistema obturador com a proposta de substituir a guta-percha e demais cimentos. Este sistema é constituído pelo RESILON® (Pentron), nome dado aos cones de resina que substituem a gutapercha, e o cimento resinoso EPIPHANY®. O presente estudo teve o objetivo de avaliar se tal material aumenta a resistência de raízes quando comparados a cimentos comumente usados em Endodontia como o Sealer 26 e o Endofill. Para isso foram utilizadas 110 raízes de caninos superiores cujas coroas foram removidas na junção amelo-cementária. Dez raízes não foram instrumentadas nem obturadas e constituíram o controle negativo. Os canais de 100 raízes foram instrumentados até lima 50 sempre irrigando com hipoclorito de sódio 5,25%. A irrigação final foi feita com 5ml de EDTA -T 17% e a mesma quantidade de água destilada. Os canais foram secos com cone de papel absorvente e os elementos foram divididos em 3 grupos experimentais cada um com 30 raízes. Os grupos 1 e 2 foram obturados com cones de guta-percha variando-se o cimento - Sealer 26 para o grupo 1 e Endofill para o grupo 2. O grupo 3 foi obturado com cones de Resilon e cimento Epiphany. As 10 raízes restantes não foram obturadas e formaram o grupo controle positivo. Todas as raízes tiveram sua porção apical incluídas em anel de aço inoxidável preenchidos com resina acrílica quimicamente ativada de maneira que ficassem perpendiculares à resina e com 10 mm de raiz exposta. Os testes estáticos de compressão foram realizados em máquina universal, EMIC DL 2000 com célula de carga de 200 Kgf. A análise estatística não mostrou diferença entre nenhum dos grupos experimentais. Palavras-chave: Fraturas dos dentes. Tratamento do canal radicular. Cimentos dentários. Guta-Percha. Endodontia. ABSTRACT Endodontically treated teeth are more susceptible to fracture than vital teeth. The reasons most often cited have been mainly loss of tooth structure during endodontic therapy but also dentin dehydration and excessive force during lateral condensation. The vertical fracture is a serius complication in Endodontics, and in several cases extraction of the teeth is needed. Trying to avoid that accident, the ideal endodontic sealers must not only prevent leakage but also reinforce the tooth structure. Recently a new system of root canal filling material was developed in order to substitute gutta percha and sealers. This system is formed by RESILON® (Pentron), name of the cones that substitute the gutta-percha ones, and the resin sealer EPIPHANY®. The objective of this study was to evaluate if this new material is capable of reinforcing roots when compared to gutta-percha and two commonly used sealers: Sealer 26 and Endofill. 110 maxillary canines were selected and their crowns were sectioned at the cementoenamel junction. 10 teeth were not instrumented nor filled as they were the negative control group. 100 roots were instrumented to a size 50 using NAOCL 5,25% as irrigant. The final rinse was made by EDTA-T 17% followed by distilled water. The roots were dried with paper points and they were assigned into 3 experimental groups each one with 30 roots. Group 1 was filled with Sealer 26 and gutta percha, group 2 with Endofill and gutta-percha and group 3 was filled with Resilon cones and Epiphany sealer. 10 roots were not obturated and they were the positive control group. All roots had their apical portions embebbed in aluminum rings with resin leaving 10mm of root exposed. The application of a vertical loading force was applied in Universal machine EMIC DL 2000 until fracture. The data were registered and submitted to statistic analysis which showed no difference in fracture resistance among any of the groups. The new system Resilon®/ Epiphany® was not able to reinforce roots. Keywords: Tooth fractures. Root canal therapy. Dental cements. Gutta-Percha. Endodontics. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Radiografia periapical para verificação da obturação ................................... 37 Figura 2 - Corpo de prova ............................................................................................. 38 Figura 3 - Corpo de prova posicionado ......................................................................... 39 Figura 4 - Registro dos dados em computador conectado ao aparelho EMIC 2000 ..... 39 Figura 5 - Corpos de prova após testes compressivos ................................................. 40 Gráfico 1 - Média da força (N) necessária para que ocorresse a fratura....................... 41 Tabela 1 - Força Média (N) necessária para ocorrer fratura em cada grupo ................ 41 Tabela 2 - Teste Estatístico – ANOVA .......................................................................... 41 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................9 2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 10 2.1 A Guta-percha.................................................................................................... 10 2.2 Os cimentos endodônticos .............................................................................. 11 2.2.1 Vedamento ...................................................................................................... 11 2.2.2 Adesividade e cimentos adesivo .................................................................. 13 2.3 A Nova proposta - O Resilon............................................................................ 19 2.4 Resistência dental ............................................................................................. 24 2.4.1 Resistência X Tratamento endodôntico ....................................................... 24 2.4.2 Estudos comparativos ................................................................................... 28 3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................... 33 4 MATERIAIS E MÉTODO........................................................................................ 34 4.1 Materiais............................................................................................................. 34 4.2 Métodos.............................................................................................................. 36 4.3 Ensaios mecânicos destrutivos....................................................................... 38 5 RESULTADOS....................................................................................................... 40 6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 42 7 CONCLUSÃO ........................................................................................................48 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 49 ANEXO A – TABELAS ............................................................................................. 54 ANEXO B – RELATÓRIOS DE ENSAIO .................................................................. 58 9 1 INTRODUÇÃO Elementos submetidos ao tratamento endodôntico são mais susceptíveis à fratura e isso se deve principalmente a perda de estrutura dentinária. Fatores secundários, porém também importantes, estão relacionados à desidratação dos elementos não vitalizados e pressão excessiva durante procedimentos de condensação. Uma vez que a fratura radicular na grande maioria dos casos resulta em perda do elemento dental, novos materiais obturadores do sistema de canais radiculares têm sido propostos como mais um recurso na tentativa de reforçar a estrutura dentinária remanescente. Dentre eles pode-se realçar o ionômero de vidro e materiais resinosos. No que se refere aos materiais e cimentos resinosos Shipper et al. (2004), desenvolveram um novo sistema obturador com a proposta de substituir a gutapercha e demais cimentos. Este sistema é constituído pelo RESILON® (Pentron), nome dado aos cones de resina que substituem a guta-percha, e pelo cimento resinoso EPIPHANY®. Pelo fato de cimento e cone serem formados por um mesmo material, a obturação resultaria em uma massa homogenia aderida à parede dentinária, pela ação de um sistema adesivo. Tal sistema apresentaria outras propriedades relacionadas a uma melhoria na capacidade de vedamento e uma maior resistência à fratura dos elementos obturados com esse material. Em vista de este ser um material recém introduzido no mercado, novos estudos devem ser realizados no sentido de se averiguar as suas reais propriedades, principalmente em relação ao aumento da resistência radicular do elemento dental que recebeu tratamento endodôntico, considerando que a literatura até hoje á bastante escassa. 10 2 REVISÃO DA LITERATURA O grande objetivo da terapia endodôntica é manter o elemento na cavidade oral em função, livre de dor e de infecções periapicais. Para que tal objetivo seja atingido busca-se a limpeza, desinfecção e modelagem do sistema de canais radiculares para então finalizar com o preenchimento desse espaço – a chamada obturação hermética. Para a melhor compreensão do processo evolutivo dessa busca pelo material ideal foi feita uma revisão da literatura subdividida em quatro tópicos, a saber: a) a guta-percha; b) os cimentos endodônticos; c) o Resilon - a nova proposta; d) a resistência dental. 2.1 A Guta-Percha O ato de preencher o canal já faz parte da rotina dos cirurgiões dentistas desde seus primórdios. Fauchard (1745 apud Bellizi, 1980) preconizava o uso do chumbo em folha para selar o espaço do canal radicular, mas o arsenal para tal fim era bastante variado sendo comum o uso de madeira, piche, cera, bambu, pena etc. (Estrela, Figueiredo, 2001). Miller (1890) realizou um estudo clássico em que foi constatada a presença de bactérias no canal radicular. Ficou claro que não bastava selar o canal, 11 mas era de suma importância controlar o crescimento bacteriano. Procurou-se então adicionar bactericidas potentes ao material obturador e a partir daí estudos foram realizados para avaliar a infiltração marginal de diferentes materiais e técnicas de obturação. A guta-percha é o núcleo sólido mais universalmente usado para obturar canais radiculares. Atualmente os fabricantes admitem que têm usado a balata, que é a seiva seca de árvores brasileiras da família do Sapoti. A guta-percha também vem da família do Sapoti, mas de árvores da Malásia de outros gêneros (Marciano, Michailesco, 1989). Química e fisicamente a balata e a guta-percha são idênticas. A guta-percha usada endodonticamente, porém, contêm apenas 20% de guta-percha (ou balata) e 60 a 75% de óxido de zinco. Segundo Friedman et al. (1977), o restante é constituído por cera ou resina para dar flexibilidade ao cone e sais metálicos que dão radiopacidade ao material. A guta-percha tem sido o material de escolha para a obturação dos canais radiculares por apresentar boas propriedades físicas e químicas. É passível de condensação, adapta-se a irregularidades, amolece com o calor, é inerte, tem estabilidade dimensional, é bem tolerada pelos tecidos, é radiopaca e de fácil remoção. 2.2 Os cimentos endodônticos 2.2.1 Vedamento Richert (1925) propôs o uso da guta-percha associada a um cimento e desde então eles têm sido bastante utilizados com o objetivo de unir os cones de guta-percha entre si e unir os cones às paredes dentinárias. 12 Skinner & Himmel (1987) confirmaram a necessidade do uso de cimentos associado à guta-percha quando mostrou em trabalho publicado em 1987 que a guta-percha não adere às paredes dentinárias. Em seu trabalho in vitro 70 incisivos foram instrumentados e divididos em quatro grupos experimentais onde se variou a técnica de obturação, utilizando-se ou não cimento associado a essas técnicas. Foi observada grande infiltração nos elementos dos grupos obturados sem cimento, sem que fosse observada diferença entre as técnicas de obturação. Sempre associada à guta-percha é utilizada uma variedade enorme de cimentos de formulações e fabricantes diversos, todos com o objetivo comum de fazer a obturação hermética do sistema de canais radiculares e apresentar características de tolerância aos tecidos periapicais. Entre os cimentos utilizados em Endodontia pode-se citar grandes grupos: os à base de óxido de zinco e eugenol (cimentos tipo Grossman e Rickert), os resinosos - à base de resina epóxi, os a base de hidróxido de cálcio e os de ionômero de vidro. Torabinejad et al. (1990) avaliaram a penetração bacteriana in vitro em raízes obturadas com guta-percha e cimento de óxido de zinco e eugenol e não seladas coronariamente. As porções coronárias dos elementos foram colocadas em contato com bactérias (Staphylococcus epidermidis e Proteus vulgaris) e foi avaliado o tempo que as bactérias demoravam até chegar à porção apical. Mais de 50% dos canais foram completamente contaminados depois de 19 dias de exposição ao S. epidermides e também 50% dos canais foram totalmente contaminados pelo P. vulgaris depois de 42 dias. Em trabalho semelhante, Khayat et al. (1993) determinaram o tempo que as bactérias presentes na saliva levaram para penetrar por toda a extensão do canal obturado com guta-percha e cimento de Roth pela técnica da condensação lateral 13 em modelo in vitro. Todos os canais foram contaminados até o ápice em menos de 30 dias. Trope et al. (1995) observaram que a endotoxina bacteriana - LPS também era capaz de penetrar em canais obturados com guta-percha e cimento de Roth (óxido de zinco e eugenol). Friedman et al. (1997) confirmaram a possibilidade de infiltração coronária no material obturador do sistema de canais radiculares em modelo in vivo. Foram utilizados pré-molares inferiores de cachorros raça Beagle. Os elementos foram obturados com guta-percha e cimento (Pulp Canal Sealer), só com guta-percha sem cimento ou somente com cimento (Pulp Canal Sealer) e sem a guta percha. Após duas semanas a câmara pulpar dos elementos foi aberta e inoculada com placa bacteriana extraída do próprio cão e após onze semanas o bloco mandibular foi removido para análise histológica. Foi observada inflamação nos três grupos sendo os melhores resultados nos elementos obturados com guta e cimento e os piores resultados naqueles obturados somente com cimento. 2.2.2 Adesividade e cimentos adesivos Wenneberg & Orstavik (1990) compararam as propriedades adesivas de oito cimentos endodônticos quando aplicados em fina camada entre a superfície da dentina e da guta percha. Os cimentos avaliados foram AH26, CRCS, Diaket, Hartskloroform, Kloropercha, Procosol, Sealapex e Tubli-Seal. Os testes foram realizados em máquina universal de testes. Depois de fraturadas as superfícies foram avaliadas em microscópio eletrônico de varredura. Foram preparados 12 corpos de prova para cada cimento sendo que metade tinha tratamento prévio com 14 EDTA. Os resultados indicaram que o AH26 foi o que apresentou maior adesividade seguido pelo Diaket; já o Sealapex foi o que apresentou menor adesividade. O uso do EDTA aumentou a força adesiva para a grande maioria dos cimentos. Gettleman et al. (1991) compararam a adesão de alguns cimentos obturadores na dentina. Foram testados o AH-26® - à base de resina epóxi, o Sultan® - à base de óxido de zinco e eugenol e o Sealapex® - à base de hidróxido de cálcio. Um total de 120 dentes uniradiculares foi testado, 40 para cada cimento sendo 20 com a remoção da smear layer e 20 sem remoção. Os dentes foram partidos longitudinalmente, e fixados. No lado esquerdo de cada dente foi mantido a smear layer intacta, a outra metade do lado direito a smear layer foi totalmente removida com lavagem por 3 minutos utilizando EDTA a 17%, seguido por hipoclorito a 5,25%. Usando um gabarito com desenho especial, a obturação foi colocada a 4 mm de largura por 4 mm de profundidade. Os resultados demonstraram diferença significante (p < 0.001), entre AH-26®, Sultan®, e Sealapex®. Foi encontrada uma diferença significante no AH-26 que apresentou maior adesividade com considerável interferência da smear layer que quando removida aumentou a união. Leonard et al. (1996) comparam a eficácia da obturação apical e coronária do sistema se canais radiculares usando-se dois diferentes materiais: resina Metalbonde com agente se união e ionômero de vidro Ketac Endo associado ao cone único de guta percha. A avaliação foi feita por meio de penetração de corante por 90 horas. A análise estatística revelou que houve melhor selamento apical e coronário quando foi utilizada a resina e agente de união. Mannocci & Ferrari (1998) avaliaram o selamento apical de raízes obturadas com guta-percha e resina epóxica com ou sem agente de união. Foi feito 15 o preparo químico-cirúrgico de 32 raízes que foram divididas em três grupos experimentais: o primeiro recebeu guta percha, resina epóxica e o adesivo All - Bond 2 , o segundo recebeu a guta percha, resina epóxica e o adesivo Scotchbond MultiPurpose e o terceiro foi obturado com guta-percha e resina epóxica sem agente de união. Os elementos foram imersos em solução de azul de metileno a 2% por 48 horas e seccionados longitudinalmente para avaliar a profundidade de penetração do corante. Foi observado que o uso do adesivo melhorou o selamento apical. De Deus et al. (2002) avaliaram a capacidade de penetração de quatro tipos diferentes de cimentos (Endofill®, Sealapex®, AH-Plus® e Pulp Canal Sealer®), no interior dos túbulos dentinários. Foram utilizados 72 dentes humanos superiores e os dentes foram divididos em oito grupos. Em quatro deles a smear layer foi mantida e nos outros quatro foram removidas com EDTA 17%. A obturação foi realizada por condensação vertical aquecida. Os dentes obturados com Pulp Canal Sealer® foram os que obtiveram maior grau de penetração, e o Sealapex menor penetração. A remoção de smear layer permitiu significante penetração dos cimentos. Lee et al. (2002) avaliaram a adesão dos cimentos obturadores à dentina e à guta-percha em estudo in vitro. Foram avaliadas quatro diferentes classes de cimentos: Pulp Canal Sealer, à base de óxido de zinco e eugenol; Sealapex®, à base de hidróxido de cálcio; AH-26, à base de resina epóxi e Ketac Endo®, cimento de ionômero de vidro. Foram criados substratos de superfícies planas de guta-percha e de dentina. Sobre essas superfícies eram colocados cilindros de alumínio de 5 mm de diâmetro que eram preenchidos com os diferentes cimentos. Depois de 24 horas a força adesiva era mensurada e analisada. Os resultados indicaram que o cimento de OZE® apresentou menor adesão à dentina seguida do Sealapex®, Ketac Endo® e AH-26®. Já com relação à guta-percha o cimento que apresentou menor força 16 adesiva foi o de ionômero de vidro seguido do Sealapex®, OZE® e AH-26®. O AH26® apresentou maior adesividade à dentina e a guta percha. Britto et al. (2002) compararam a infiltração apical de raízes obturadas com guta-percha e dois diferentes cimentos resinosos. Foram testados o cimento Panavia F® (resina de cura dual) e o Thermaseal Plus® (resina epóxica), ambos com e sem a aplicação de primer. Para essa análise foram utilizados caninos uniradiculares instrumentados e obturados de uma das quatro formas relatadas acima. Os elementos foram imersos em azul de metileno 1% por dez dias. As raízes obturadas com resina epóxica apresentaram menor penetração do corante quando comparadas às raízes obturadas com a outra resina dual independente do uso do primer. Komabayashi et al. (2003) verificaram as propriedades de um novo material injetável a base de resina, o Endoresin®, para selamento dos canais radiculares. Foi avaliada a profundidade de penetração do material na dentina quando comparada à guta-percha e cimento através de microscopia eletrônica. O estudo mostrou que esse material apresentou maior penetração quando comparado à guta e cimento. Em 2004 um novo material surgiu no mercado - Fiberfill®. Esse material consiste numa combinação de técnicas para a obturação dos canais radiculares. A porção apical desse material (3 a 5 mm) apicais é composta de guta-percha e os dois terços coronários de núcleo resinoso. Todo o sistema é selado com cimento resinoso depois de condicionar o canal com primer e agente de união. Shipper et al. (2004) em março desse ano, testaram o Fiberfill® quanto à sua capacidade seladora coronária. Foram utilizados 140 dentes unirradiculares humanos cujos canais foram instrumentados com hipoclorito de sódio 1,25% e irrigação final com EDTA 17%. As 17 raízes foram separadas aleatoriamente em 8 grupos experimentais de 15 dentes e 2 grupos controle de 10 dentes cada. O objetivo do trabalho foi comparar a infiltração microbiana - utilizando Streptococcus mutans - de técnicas de obturação tradicionais e novas (condensação lateral, condensação vertical, Simplifill com obtura, Fiberfill, combinação de Fiberfill com Simplifill) por um período de 30 dias. Para isso foi utilizado um modelo de câmara de infiltração microbiana. Os estudos estatísticos mostraram que a infiltração microbiológica ocorreu mais rapidamente nos elementos obturados com condensação vertical e lateral e que a combinação de um plug de obturação com Simplifill e selamento coronário com Fiberfill apresentou melhor resultado. Em abril de 2004 Gogos et al., avaliaram a força adesiva de quatro cimentos endodônticos. Os cimentos testados foram o Fiberfill® - à base de resina metacrilato, o Endion® - à base de ionômero de vidro, o Topseal® - à base de resina epóxica e o CRCS® à base de hidróxido de cálcio. Foram utilizadas superfícies de dentina irrigados com NAOCL 2,5% e EDTA 17%. A força adesiva foi avaliada usando-se aparelho Accuforce III. A força necessária para descolar o cimento da dentina era registrada em computador conectado ao aparelho e os resultados analisados. Depois do teste, as superfícies dentinárias foram examinadas em microscópio eletrônico de varredura para avaliar a natureza da falha da adesão. A análise dos resultados mostrou que os melhores resultados ocorreram no grupo do Fiberfill ficando o grupo de Endion e CRCS com os piores. Na inspeção das superfícies dentinárias foi possível observar que a falha de adesão que ocorreu no grupo de Fiberfill foi principalmente na adesividade à dentina enquanto que no grupo do Endion a falha foi coesiva no cimento e nos demais grupos houve falha tanto na adesividade à dentina quanto na coesividade do cimento. 18 Economides et al. em junho de 2004 avaliaram o selamento apical do cimento Fiberfill quando comparado ao cimento CRCS, à base de hidróxido de cálcio com e sem a remoção da smear layer. Foram utilizadas 60 raízes uniradiculares humanas instrumentadas pela mesma técnica e preparadas até lima 55. Os elementos foram divididos em quatro grupos experimentais: no grupo A a smear layer foi deixada intacta e os canais obturados com guta-percha e Fiberfill, no grupo B a smear layer foi removida e os canais obturados da mesma forma. No grupo C a smear layer não foi removida e os canais obturados com guta-percha e cimento CRCS. No grupo D os canais foram obturados da mesma forma que no C, porém houve remoção de smear layer. Outras seis raízes foram utilizadas como controle. Em três delas - controle negativo - foram colocadas duas camadas de verniz no ápice. Nas outras três – controle positivo - a obturação foi feita com guta sem cimento. Para a remoção da smear layer foi utilizado o EDTA 17% por 3 minutos. A microinfiltração foi avaliada com sete dias, um mês e dois meses. Os resultados mostraram que os grupos obturados com Fiberfill com ou sem a smear layer infiltraram significativamente menos que os grupos obturados com o cimento CRCS em todos os tempos experimentais. Zmener et al. (2005) avaliaram in vitro o selamento apical de dentes preparados com um novo sistema rotatório e obturados com um novo cimento endodôntico à base de metacrilato quando comparados ao cimento tipo Grossman. Foram utilizados 45 dentes uniradiculares extraídos que foram instrumentados e divididos aleatoriamente em três grupos de 15 dentes. O grupo 1 foi obturado com cones simples de guta-percha e cimento de metacrilato. O grupo 2 foi obturado com cones de guta percha, cimento de metacrilato e condensação lateral e o grupo 3 foi obturado cones de guta, cimento tipo Grossman e condensação lateral. Os 19 elementos foram imersos em azul de metileno por sete dias e a penetração do corante foi observada com auxílio do microscópio. A maior infiltração ocorreu no grupo obturado com cimento tipo Grossman. 2.3 A Nova proposta – O Resilon Em artigo publicado, Teixeira et al. (2004) apresentam um novo material obturador do sistema de canais radiculares - o Resilon. Esse novo sistema obturador tem a proposta de substituir a guta-percha e demais cimentos. Este sistema é constituído pelo RESILON® (Pentron), nome dado aos cones de resina que substituem a guta-percha, e pelo cimento resinoso EPIPHANY®. Pelo fato de cimento e cone serem formados por um mesmo material, a obturação resultaria em uma massa homogenia aderida à parede dentinária, pelo sistema adesivo. Chivian (2004) descreveu o novo material obturador em seu artigo e argumenta que a técnica utilizada para se obturar os canais radiculares com o Resilon pode ser a mesma de domínio do operador já que o material é muito semelhante à guta percha, possui cones de conicidades variadas, cones principais com padronização ISO, cones secundários, pode ser termoplastificada usando os diferentes sistemas disponíveis no mercado como o System B e Obtura, é radiopaca, biocompatível e passível de retratamento. Shipper et al. (2004) testaram a resistência à penetração bacteriana em raízes extraídas e obturadas com Resilon®-Epiphany® quando comparadas às obturadas com guta-percha e cimento usando duas diferentes técnicas de obturação - a condensação vertical e a lateral. Nesse estudo houve menor penetração 20 bacteriana nas raízes obturadas com Resilon sendo que as duas técnicas foram igualmente eficazes. Shipper et al. (2005) fizeram um estudo in vivo utilizando dentes de cão. Foram utilizados 56 raízes de pré-molares de sete cães Beagle adultos. As raízes foram divididas aleatoriamente em quatro grupos experimentais e um grupo controle negativo. No grupo 1 doze raízes foram obturadas com condensação lateral de gutapercha e AH-26, no grupo 2 também 12 raízes foram obturadas com guta-percha e cimento com a técnica da condensação vertical. No grupo 3 foi utilizado o Resilon® e Epiphany® com a técnica da condensação lateral e no grupo 4 foi utilizado o Resilon®/ Epiphany® com condensação vertical. O grupo de controle foi obturado com guta e AH-26® ou Resilon®/Epiphany® usando condensação lateral ou vertical. Nos quatro grupos experimentais placa bacteriana era inoculada na porção coronária mensalmente e após três meses foi feita a remoção do bloco mandibular e estudo histológico. Para controle positivo outras 57 raízes foram instrumentadas, e infectadas, porém não obturadas. Foi observada inflamação leve em 82% nos elementos obturados com guta e cimento enquanto no grupo do Resilon a inflamação leve foi vista em 19%, o que foi estatisticamente significante. Em julho de 2005 Tay et al. fizeram estudo in vitro para comparar a qualidade do selamento apical conseguida com o Resilon® / Epiphany® e com gutapercha e AH-26. Para isso foram utilizados dentes humanos unirradiculares que foram instrumentados e obturados com os materiais acima citados. A infiltração apical avaliada através da técnica da penetração da prata. Dois elementos de cada grupo foram aleatoriamente escolhidos para avaliação no microscópio eletrônico de transmissão. Eles foram seccionados longitudinalmente de modo que ficasse exposta a interface dentina-material obturador. Com o microscópio foram 21 observados gaps em ambos os grupos e a infiltração da prata também pode ser observada nos dois grupos. Foi concluído através dessa metodologia que o selamento apical hermético não foi conseguido com nenhuma das duas técnicas Gesi et al. (2005) compararam a força interfacial existente entre o Resilon®/Epiphany® com a da guta/AH-26. Discos de dentina com o material obturador do canal eram colocados em aparelho Universal que aplicava força compressiva a uma velocidade de 0,5 mm / min no centro do material até que o seu deslocamento ocorresse. Os dados foram registrados e os discos de dentina sem o material foram analisados em microscópio eletrônico de varredura. O grupo da gutapercha apresentou maior força interfacial quando comparado ao grupo do Resilon®. Na observação com o microscópio observou-se que no grupo da guta-percha a falha foi exclusivamente na interface dentina/cimento; já no grupo do Resilon® a falha foi predominantemente entre cimento e dentina com fratura dos prolongamentos de resina. Foi também possível observar falhas entre o Resilon e o Epiphany. Hirashi et al. (2005) compararam a força adesiva do Resilon com o cimento à base de metacrilato - Next®. Superfícies planas de Resilon de diferentes texturas foram confeccionadas em forma de discos de 7 mm de diâmetro e 0,5 mm de espessura. Foram formados três grupos conforme a textura da mesma: o grupo de superfície lisa, o de superfície de rugosidade intermediária e o de rugosidade mais intensa. O grupo controle foi feito utilizando discos de resina composta. Cilindros de resina de metacrilato Next® foram confeccionados e colocados nos discos de Resilon e de resina composta. O conjunto Resilon/metacrilato e resina/metacrilato foram submetidos às forças de cisalhamento até que os materiais se deslocassem. Foi observado que o grupo controle apresentou maior força adesiva que o grupo do Resilon em mais de quatro vezes e que o aumento da 22 rugosidade da superfície não alterou a adesividade do cimento aos discos de Resilon. Tay et al. (2006) avaliaram também a adesividade entre o Resilon e cimento de metacrilato o Realseal comparando com a adesividade entre Resilon e resina composta. A metodologia empregada foi a mesma utilizada no trabalho descrito acima de Hirashi et al. (2005). Foi observado que a adesividade entre o Resilon e a resina composta foi 26,9 vezes maior que a do grupo Resilon/Realseal de superfície lisa, 13,6 vezes maior que o grupo de rugosidade intermediária e 7,3 vezes maior que o grupo de superfície rugosa. O aumento da rugosidade da superfície do Resilon aumentou a adesividade ao cimento Realseal. Wang et al. (2006) fizeram estudo in vitro para avaliar se o uso de curativo intracanal de hidróxido de cálcio poderia influenciar no vedamento de canais obturados com Resilon® / Epiphany®. Foram utilizadas 45 raízes uniradiculares, os canais foram instrumentados, e depois divididos em três grupos experimentais de 15 raízes. No primeiro grupo os canais foram obturados imediatamente. No segundo grupo foi colocada medicação intracanal de hidróxido de cálcio usando-se lentulo e depois de sete dias a medicação foi removida dos canais com EDTA e agitação com lima 15 por 2 minutos. No Grupo 3 a medicação foi colocada da mesma forma porém a remoção foi feita com EDTA-T e agitação ultrasonica por 2 minutos. Os canais foram obturados com Resilon® / Epiphany® pela técnica da condensação lateral. Como grupo controle foram utilizados dois elementos que foram obturados imediatamente com Resilon e sem cimento. Para a avaliação foi utilizado um modelo de infiltração microbiana com Streptococcus mutans e a infiltração foi avaliada por 30 dias. Neste estudo não houve diferença entre os grupos e o hidróxido de cálcio não afetou o selamento de canais com Resilon®/Epiphany®. 23 Ainda em 2006 Straton et al. (2006) compararam a guta associada ao AH26 com o Resilon®/Epiphany® quanto à capacidade de vedamento usando-se três tipos diferentes de irrigante final. O método utilizado foi o da “filtração de fluido”. Cento e quarenta dentes foram instrumentados até lima 50 e eles foram divididos em dois grupos: o grupo A – guta/AH 26 e o grupo B - Resilon®/Epiphany®. Após a remoção da smear layer cada grupo foi irrigado com hipoclorito de sódio 5,25% ou 0,012% de clorexidine ou clorexidine a 2% a 10 minutos. Todos os elementos foram obturados usando-se a técnica da Onda Contínua de Condensação. Os resultados desse estudo mostraram que os elementos obturados com Resilon®/Epiphany® tiveram menor infiltração que os obturados com guta/AH26 e que o tipo de irrigante final não apresentou diferença estatisticamente significante. Aptekar & Ginnan (2007) compararam o selamento de canais obturados com Resilon/Epiphany com canais obturados com guta-percha e cimento. Foram utilizados 105 incisivos inferiores que foram instrumentados e divididos em dois grupos: um foi obturado com Resilon e Epiphany e o outro com guta-percha e cimento usando-se a técnica da condensação lateral. Os elementos foram incubados em solução com corante por 10 dias, um mês e três meses e então seccionados e examinados em microscópio eletrônico. O Resilon / Epiphany apresentou menor infiltração e maior adesividade com a estrutura dentinária interna por toda área e nos três os intervalos de tempo. Bodrumlu & Tunga (2006) avaliaram também o selamento apical do Resilon. Quarenta e duas raízes uniradiculares foram divididas em três grupos. Um grupo foi obturado com guta-percha e AH 26, outro grupo foi obturado com gutapercha e AH Plus e o terceiro grupo foi obturado com Resilon e Epiphany. A 24 infiltração apical foi avaliada pelo método da infiltração do corante e o grupo obturado com Resilon/Epiphany foi o que apresentou menor infiltração apical. Biggs et al. (2006) fizeram estudo cujo objetivo foi avaliar a capacidade seladora do Resilon/ Epiphany quando comparada com guta-percha e cimento Roth e guta-percha e AH 26. Foram preparados oito grupos de 12 elementos cada. O grupo 1 foi obturado com Resilon e Epiphany; o grupo 2 com guta-percha e cimento Roth e esperou-se 3 horas; o grupo 3 foi obturado com guta-percha e Roth; o grupo 4 foi obturado com cone único de Resilon e Epiphany; o grupo 5 foi o controle positivo e foi obturado com Resilon sem cimento; o grupo 6 foi obturado com gutapercha e AH Plus; o grupo 7 também foi obturado com guta e AH plus e esperou-se 8 horas para a presa. O grupo 8 foi o controle negativo e três camadas de verniz foram passadas na parte externa do s elementos. A avaliação foi feita através da técnica de filtração de fluidos. Os resultados mostraram que somente o controle positivo apresentou infiltração significantemente maior que os outros grupos e que a obturação com Resilon/Epiphany não revelou melhor capacidade seladora que guta e Roth ou guta e AH 26. 2.4 Resistência dental 2.4.1 Resistência X Tratamento endodôntico Helfer et al. (1972) fizeram um estudo cujo objetivo era determinar a quantidade de água presente nos tecidos calcificados de dentes despolpados quando comparados aos dentes vitalizados. Para isso foram utilizados dentes de cão cujas polpas foram extirpadas em diferentes intervalos de tempo. Foi observado que os tecidos calcificados de dentes despolpados contêm 9% a menos de umidade 25 que tecidos calcificados de dentes vitalizados o que justificaria um aumento da susceptibilidade a fratura. Trabert et al. (1978) mostraram que a preservação da estrutura interna dental e o uso de pinos menores em dentes tratados endodônticamente resultam em maior resistência à fratura. Neste trabalho foram utilizados 207 incisivos centrais superiores sem cáries, abrasão cervical ou fraturas. Os elementos foram separados em três diferentes grupos: o primeiro não recebeu tratamento, o segundo foi obturado com guta-percha e o terceiro grupo foi obturado como no segundo e recebeu pino metálico até 8 mm da junção amelo cementária. Os elementos foram incluídos em blocos de acrílico e submetidos a um único impacto para causar a fratura do elemento; então a energia absorvida era calculada. Dos 207 elementos apenas 128 foram fraturados. O restante foi excluído do estudo. Dos 128 dentes que fraturaram somente sete apresentaram fraturas coronárias e todos os outros mostraram fraturas radiculares horizontais ou oblíquas. Não houve diferença estatística entre os grupos quanto à localização da fratura. Quanto ao tamanho da raiz observou-se que no grupo endodônticamente tratado, quanto maior a raiz maior era a absorção da energia para que ocorresse fratura e o mesmo foi concluído com relação ao diâmetro mesio-distal na junção amelo - cemetária. Meister et al. (1980) examinaram 32 casos clínicos de fratura vertical confirmados por cirurgia. O estudo sugeriu que força excessiva durante a condensação lateral e força excessiva na acomodação dos cones de prata são as principais causas de fratura radicular vertical representando mais de 84% dos casos. Neste estudo a cimentação de núcleos e inlays e preparo exagerado para colocação de núcleos foram causas secundárias. 26 Bender & Freedland (1983) sugeriram que a fratura radicular vertical tem aumentado com o aumento da freqüência do uso de instrumentos rotatórios como brocas de Gates Gliden. Essas técnicas desgastam mais a estrutura dentinária com subseqüente enfraquecimento da estrutura dentária. Holcomb et al. (1987) fizeram estudo no qual avaliaram a força necessária para causar a fratura vertical durante a condensação lateral em incisivos inferiores. 54 incisivos inferiores foram instrumentados e obturados pela técnica da condensação lateral com espaçador acoplado a uma Instron. A obturação era feita até que ocorresse a fratura. Foi possível observar que cargas pequenas como de 1,5 Kg puderam causar fratura e 13% delas ocorreram com cargas iguais ou menores que 3,5 Kg. Por outro lado, Reeh et al. (1989) publicaram estudo cujo objetivo foi comparar procedimentos restauradores e tratamento endodôntico como fatores relacionados à susceptibilidade a fratura. Para isto foram utilizados 42 pré-molares hígidos divididos em grupos conforme o procedimento adotado - dente intacto, acesso cavitário, instrumentação do canal radicular, obturação do canal ou preparo MOD. Os elementos foram submetidos à força compressiva e os resultados analisados. Foi observado que o procedimento endodôntico tem efeito pequeno na redução da resistência (em torno de 5 %), seguido do preparo oclusal (20%) e que o maior responsável pela redução da resistência dental é a perda da crista marginal (63%). Howe & Mckendry (1990) observaram que o efeito do desgaste de uma cavidade MOD em dentes vitais era o mesmo de elementos endodonticamente tratados e só com o desgaste do acesso. Porém, quando os elementos não vitais 27 tinham também o preparo MOD houve redução da resistência em 55% comparados aos elementos só com MOD ou só com endodontia e acesso. Sornkul & Stannard (1992) avaliaram a resistência à fratura de raízes antes e depois de tratamento endodôntico e procedimentos restauradores. Foram selecionados 141 pré-molares uniradiculares livres de fraturas, trincas, abrasão ou cárie. As coroas foram removidas. O grupo 1 foi composto de 23 elementos que não receberam tratamento e serviram como controle. Os outros 118 elementos foram instrumentados até lima 35 e obturados com guta-percha e cimento de Roth pela técnica da condensação lateral e deixado espaço de livre de 5 mm da porção radicular cervical. Os elementos foram divididos em sete grupos de acordo com o procedimento restaurador adotado. No grupo 2 foi utilizado resina composta ; no 3 foi usado EDTA 17% e hipoclorito 5,25% antes da colocação da resina composta. No grupo 4 a profundidade do preparo aumentou para 10mm, foi usado EDTA 17%, 5,25% de hipoclorito de sódio e agente de união e núcleo pré fabricado cimentado com resina. No grupo 5 foi cimentado núcleo com fosfato de zinco; no grupo 6 foi deixado espaço para núcleo semelhante ao do grupo 5 sem preenchimento e no grupo 7 foram feitos dentes em resina. Os elementos foram submetidos a testes de força compressiva. Os resultados foram avaliados. Pôde-se observar que os elementos sem tratamento endodôntico foram os mais resistentes à fratura e que quanto maior a remoção da estrutura dentinária menor a resistência do elemento. Burke (1992) fez uma revisão de literatura abordando incidência e causas de fraturas. Ele cita que a dentina de raízes endodonticamente tratadas tem redução de 14% de resistência e dureza quando comparadas a amostras de dentina de dentes vitais. 28 Neste mesmo ano, Sedgley & Messer (1992) compararam a resistência de elementos tratados endodônticamente com seus pares vitais e contralaterais. Vinte e três pares de elementos foram extraídos e suas coroas removidas. Os elementos foram testados em máquina Universal de testes e os resultados analisados. Observou-se que não houve diferença de resistência entre os elementos tratados endodônticamente e os vitais. Linn & Messer (1994) avaliaram a importância de se manter intactas as cristas marginais em dentes endodonticamente tratados. Foram comparados quatro tipos de procedimentos restauradores: restauração de amálgama com e sem proteção de cúspides e restauração a ouro com proteção total ou parcial de cúspides. Observou-se que a proteção total das cúspides foi mais importante que a preservação das cristas marginais nos molares para aumentar a resistência dental à fratura. 2.4.2 Estudos comparativos A fratura vertical de elementos que ocorre durante a terapia endodôntica ou logo após sua conclusão, é uma das complicações mais sérias do tratamento endodôntico. Embora haja relatos de tratamentos bem sucedidos (Trope et al., 1992) eles são poucos na literatura e na grande maioria das vezes a fratura vertical resulta em extração. Baseados nesta questão novos materiais obturadores do sistema de canais radiculares têm sido propostos como mais um recurso na tentativa de reforçar a estrutura dentinária remanescente. Dentre eles pode-se realçar o ionômero de vidro (Trope, Ray, 1992) e materiais resinosos (Shipper et al., 2004). 29 Trope & Ray (1992) compararam a resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente utilizando dois tipos de cimento. Foram utilizados 48 caninos uniradiculares que foram instrumentados e obturados. O primeiro grupo experimental com 12 elementos foi obturado com cimento de ionômero de vidro e cone único de guta-percha e o segundo grupo – também com 12 elementos foi obturado com condensação lateral e cimento tipo Grossman –Roth’s 801. Como grupo controle positivo 12 elementos não foram instrumentados e como controle negativo outros 12 foram instrumentados, porém não foram obturados. Os elementos obturados com guta-percha associada ao ionômero de vidro ofereceram resistência à fratura semelhante aos dentes não instrumentados e resistência superior aos obturados com cimento tipo Grossman. Apicella et al. (1999) compararam a resistência à fratura de raízes uniradiculares quando obturados com guta-percha e cimento tipo Grossman pela técnica da condensação lateral; guta-percha e ionômero de vidro pela mesma técnica e cone único de guta-percha com cimento de ionômero de vidro. Foram utilizados 40 dentes uniradiculares, 10 elementos foram utilizados em cada grupo experimental e outros 10 elementos foram utilizados como controle onde os elementos foram instrumentados, porém não obturados. Foram preparados os corpos de prova e os elementos foram submetidos à força compressiva em um Instron até que a fratura ocorresse. A avaliação estatística mostrou que não houve diferença entre os quatro grupos. Johnson et al. (2000) também compararam o cimento de ionômero de vidro e o de Grossman quanto a sua propriedade de reforçar a resistência radicular. Foram utilizados 90 dentes uniradiculares divididos em seis grupos de 15 raízes. No grupo 1 as raízes foram instrumentadas e os canais não foram obturados; no grupo 30 2 foi feita obturação com cimento Roth’s 801; o grupo 3 com Ketac Endo; o grupo 4 foi obturado com ionômero de vidro e ácido poliacrílico 25% para remoção de smear layer. O grupo 5 foi obturado da mesma forma entretanto foi utilizado o EDTA-T 17% para remoção da smear layer. O grupo 5 foi obturado com resina após condicionamento da dentina. Neste trabalho não foi observada diferença na resistência a fratura entre nenhum dos grupos. Lertchirakan et al. (2002) avaliaram a resistência das raízes quando diferentes tipos de cimento eram utilizados. Foram testados três cimentos: AH plus, Tubliseal e Ketac-Endo. Os cimentos foram usados associados à guta-percha usando condensação lateral. As raízes obturadas com cimento de ionômero de vidro apresentaram maior resistência à fratura sendo estatisticamente semelhante ao grupo controle representado por raízes não instrumentadas ou obturadas. Goldberg et al. (2002) avaliaram o efeito do uso do ionômero de vidro na resistência das raízes imaturas. Em seu estudo foram utilizadas 56 raízes de incisivos centrais. Os canais foram instrumentados e os 2 mm apicais foram obturados com guta-percha e AH-26®. Então as raízes foram divididas em dois grupos. Um grupo não teve os canais preenchidos e foi usado como controle e o outro teve as raízes reforçadas com o cimento de ionômero de vidro (Vitremer®) levado ao canal com seringa Centrix. As raízes foram submetidas à força compressiva numa Instron até que ocorresse a fratura e os resultados avaliados estatisticamente. Nesse estudo o grupo que teve o canal reforçado com ionômero de vidro apresentou maior resistência à fratura. Teixeira et al. (2004) avaliaram a resistência de raízes obturadas com Resilon® e Epiphany® quando comparadas a raízes obturadas com guta-percha e cimento AH-26 empregando tanto a técnica de condensação lateral quanto a da 31 vertical. Em seu estudo, as raízes obturadas com material resinoso apresentaram maior resistência à fratura independente da técnica utilizada. Stuart et al. (2006) compararam a capacidade de reforçar raízes imaturas do Resilon/Epiphany, da guta-percha/Thermaseal e do Bisfenol 2B. Sessenta raízes unirradiculares foram divididas em cinco grupos de 12 elementos – três grupos experimentais e dois controles. Para simular uma raiz imatura, os elementos (com exceção do grupo controle negativo) foram preparados com broca tipo Peeso # 5 passando pelo ápice. Os 4 mm apicais foram preenchidos com MTA. A smear layer foi removida com EDTA e os elementos foram obturados com um dos três materiais acima citados. O grupo controle positivo não recebeu o material obturador e o controle negativo não recebeu tratamento algum. As raízes foram submetidas à fratura vertical em uma Instron até que a fratura ocorresse e os resultados analisados estatisticamente. Não houve diferença entre os grupos experimentais. Williams et al. (2006) mediram e compararam a força coesiva e o módulo de elasticidade do Resilon e guta-percha sob condições com e sem umidade para determinar se esses materiais são resistentes o suficiente para serem capazes de reforçar raízes. Os resultados do estudo mostram que a força coesiva e o módulo de elasticidade do Resilon e da guta-percha são relativamente baixos. O Resilon apresenta força coesiva maior em condições com ausência de umidade e maior módulo de elasticidade em condições de umidade. Embora tenha sido verificado que há diferenças estatisticamente significante entre as propriedades físicas do Resilon e da guta percha, essas diferenças não são de significância clínica e os valores são muito baixos para serem capazes de reforçar raízes. Como se vê é ainda bastante controverso se cimentos endodônticos associados à guta-percha ou outros materiais como o Resilon são capazes de 32 aumentar a resistência dentinária e a literatura é ainda bastante escassa no que diz respeito a estudos que abordem essa propriedade dos materiais obturadores. 33 3 PROPOSIÇÃO O objetivo deste trabalho foi comparar a resistência à compressão de raízes de caninos superiores obturadas pela técnica da condensação lateral empregando materiais distintos: Resilon® e cimento Epiphany®, guta-percha e cimento Sealer 26® e guta-percha e cimento Endofill®. 34 4 MATERIAIS E MÉTODO 4.1 Materiais a) agulha hipodérmica, Ibras® ( São Paulo, Brasil); b) anel de aço inox (10 cm de altura, com diâmetros externo e interno de 19 e 16 mm, respectivamente); c) brocas de Gates Glidden n° 1, 2 e 3, Baillagues, Maileffer® (Suíça); d) calcador tipo Paiva n° 3 e 4, Colgran® (São Paulo, Brasil); e) cilindro sólido de aço inoxidável com ponta de diâmetro confeccionado no laboratório da Universidade de Brasília; f) cimento de óxido e zinco e eugenol Endofill®, Dentsply (Rio de Janeiro, Brasil); g) cimento Epiphany®-Sybron (EUA); h) cimento Sealer 26®-Dentsply (Rio de Janeiro, Brasil); i) cones de guta-percha n° 50 conicidade 02-Tanari® (Amazonas, Brasil); j) cones de papel absorvente n° 50 Tanari® (Amazonas, Brasil); k) cones de Resilon® acessórios F,FM e M (Sybron, EUA); l) cones de Resilon® principal n° 50 conicidade 02-Sybron, EUA; m) cones e guta-percha acessórios F, FM e M - Tanari® (Amazonas, Brasil); n) contra ângulo Dabi Atlante® (São Paulo, Brasil); 35 o) dentes caninos superiores obtidos do banco de dentes; p) disco diamantado Microdont® (São Paulo, Brasil); q) espaçador digital n° 3 Maileffer® (Baillagues, Suíça); r) espátula n° 24 Colgran® (São Paulo, Brasil); s) fotopolimerizador Gnatus, Brasil; t) isqueiro BIC® u) lamparina a álcool Novag Ltda (São Paulo, Brasil); v) imas tipo K 1ª e 2ª séries, Maileffer® (Baillagues, Suíça); w) mandril para contra ângulo, Age® (São Paulo, Brasil); x) máquina de ensaios Universal EMIC y) monômero para resina acrílica Jet® (São Paulo, Brasil); z) pote dapen, Age® (São Paulo, Brasil); aa) placa de vidro; bb) resina acrílica autopolimerizável Jet® (São Paulo, Brasil); cc) seringa hipodérmica de 10 ml Yale (São Paulo, Brasil); dd) solução de EDTA-T 17% Fórmula e Ação (São Paulo, Brasil); ee) solução de NAOCL 5,25% Fórmula e Ação (São Paulo, Brasil); ff) solução de soro fisiológico 0,9% Equiplex® (Goiás, Brasil). 36 4.2 Método Foram utilizados 110 caninos superiores extraídos cedidos por banco de dentes da CPO São Leopoldo Mandic que não apresentaram fraturas, abrasão ou cáries na porção radicular nem rizogênese incompleta. Os dentes selecionados foram reidratados em soro fisiológico por um período não inferior a 72 horas, tendose o cuidado de trocar este soro a cada 24 horas, a fim de evitar o crescimento de fungos. As coroas dos elementos foram removidas com auxílio de discos diamantados ao nível da junção amelo dentinária. Cem raízes foram instrumentadas pela técnica cérvico - apical (Machado, 2001) usando brocas de Gates Glidden n° 1, 2 e 3 (broca 1 até 12 mm; broca 2 até 10mm e broca 3 até 8 mm) e limas tipo K. O comprimento de trabalho foi estabelecido a partir da visualização da ponta de uma lima n° 15 no forame apical, sendo este o limite de trabalho. As raízes foram instrumentadas até a lima 50 e entre cada troca de lima foi usada solução de aproximadamente 1 mL de hipoclorito de sódio 5,25%. A irrigação final foi realizada com 5 mL de EDTA-T 17% por 4 minutos seguidos de 5 mL de água destilada. Os canais foram secos com cones de papel absorvente número 50. O comprimento de todas as raízes foi medido com paquímetro de precisão e as raízes classificadas quanto ao seu tamanho: raízes pequenas (de 15 a 16 mm); raízes médias (de 16 a 18 mm) e raízes grandes (de 18 a 19 mm). Os elementos foram então divididos em três grupos experimentais com 30 raízes em cada grupo e dois grupos controle, cada um com dez raízes. Cada grupo experimental ficou constituído de seis raízes pequenas, 12 raízes medianas e 12 raízes longas. Cada grupo controle foi constituído de duas raízes pequenas, quatro medianas e quatro longas. 37 No grupo 1, as raízes foram obturadas com cones de guta-percha e cimento Endofill®; no grupo 2 as raízes foram obturadas com cones de guta-percha e cimento Sealer 26® e no grupo 3 foi feita a obturação com cones de Resilon® e cimento Epiphany®. A técnica de obturação foi a da condensação lateral e o cimento era levado previamente pelo cone de guta-percha principal. Após a condensação os elementos foram radiografados para que a qualidade da obturação fosse observada (figura 1). Dez raízes não receberam obturação alguma e constituíram o grupo 65 controle positivo. O controle negativo foi formado por outras dez raízes restantes que não foram instrumentadas ou obturadas. Figura 1 - Radiografia periapical para verificação da obturação. Conforme recomendações do fabricante, duas gotas de primer foram levadas ao canal com cone de papel absorvente 50 nos elementos que receberiam a obturação com Resilon/ Epiphany. Feita a obturação e corte dos cones foi feita a polimerização por 40 segundos. Todas as raízes tiveram sua porção apical incluídas em anel de aço inoxidável (18 cm de altura, com diâmetros externo e interno de 19 e 16 mm, respectivamente) preenchidos com resina acrílica quimicamente ativada de maneira que ficassem perpendiculares à resina e com 10 mm de raiz exposta (figura 2). 38 Figura 2 - Corpo de prova. 4.3 Ensaios mecânicos destrutivos Os testes estáticos de compressão foram realizados em máquina universal, EMIC DL 2000 com célula de carga de 200 Kgf. Os corpos de prova foram posicionados de maneira que um aplicador de carga, constituído por um cilindro sólido de aço inoxidável de 19 mm de diâmetro, chanfrado próximo à extremidade e terminando com ponta de raio de curvatura de 2 mm, ficasse posicionado no material obturador e na parede radicular (figura 3). Todos os corpos de prova foram fraturados por força compressiva. Os testes foram conduzidos com controle do deslocamento vertical do aplicador de carga, com uma taxa de 0,5 mm/min. Os deslocamentos e as forças correspondentes foram registrados durante os ensaios (figura 4). Os resultados obtidos foram submetidos a análise estatística e foi considerada diferença significativa quando α ≥ 0,05. 39 Figura 3 - Corpo de prova posicionado. Figura 4 - Registro dos dados em computador conectado ao aparelho EMIC 2000. 40 5 RESULTADOS Dos 110 elementos selecionados alguns foram eliminados do experimento por terem fraturado durante o ajuste no aparelho ou por terem sido detectadas trincas durante o procedimento de instrumentação ou obturação dos canais radiculares. Por coincidência, os grupos experimentais ficaram cada um com 27 elementos, o controle negativo com 10 e o positivo com oito elementos. A figura 5 mostra alguns corpos de prova após o teste compressivo. A tabela 1 e o gráfico 1 mostram os valores médios necessários para que a fratura ocorresse em cada grupo. A análise de variância - ANOVA revelou não haver diferença de significância estatística entre os resultados dos grupos experimentais e controle (p=0,64) (tabela 2). Os valores originais referentes aos resultados dos corpos de prova de cada grupo estão no Anexo A e as tabelas referente á análise estatística completa encontram-se nos Anexos de B. Figura 5 - Corpos de prova após testes compressivos. 41 Força (N) fratura. 700 600 500 400 300 200 100 581,46 Endofill 503,13 523,83 547,03 531,04 Sealer 26 Resilon C. Negat C Posit. material Gráfico 1 - Média da força (N) necessária para que ocorresse a fratura. Tabela 1 - Força Média (N) necessária para ocorrer fratura em cada grupo. Força (N) Endofill Sealer 26 Resilon 581,46 503,13 523,83 Cont. Negat. 547,03 Cont. Posit. 531,04 Tabela 2 - Teste Estatístico – ANOVA. Sum of Squares Between Groups Within Groups Total 90266.6 82 3381902 .341 3472169 .023 df Mean Square 4 22566.671 94 35977.684 98 F Sig. .627 .644 42 6 DISCUSSÃO A obturação dos canais radiculares desempenha um papel fundamental no sucesso da terapia endodôntica, uma vez que aproximadamente 60% dos insucessos estão relacionados a canais mal obturados (Washington, 1965). Para a obturação dos canais radiculares, a guta-percha tem sido o núcleo sólido de escolha e a associação de um cimento é de suma importância (Richert, 1925 apud Bellizi, 1980; Skinner, 1896). Esses cimentos podem ser subdivididos em classes de acordo com sua composição básica. Há os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol de Grossman e Rickert, os resinosos, os à base de ionômero de vidro, os à base de hidróxido de cálcio e outros. Os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol podem ser associados a outras substâncias que visam a melhorar aspectos como radiopacidade, plasticidade, tempo de presa (Grossman, 1976). Neste grupo de cimentos há uma grande variedade de produtos decorrente de inúmeras formulações elaboradas por diferentes autores. São cimentos bastante populares e muito utilizados no mundo inteiro. Fillcanal, Endofill, Alphacanal, Pulp Canal Sealer, Endomethasone, N Rickert são exemplos de cimentos à base de óxido de zinco e eugenol. No Endofill a prata precipitada e o óxido de magnésio do cimento de Grossman original foram substituídos por subcarbonato de bismuto e sulfato de bário com o objetivo de evitar o manchamento dos dentes. De uso crescente na Endodontia, os cimentos resinosos têm a vantagem de ter longo período de presa, permitindo maior tempo de trabalho por parte do profissional. O primeiro deles foi idealizado por Schroeder (1957) e é uma 43 combinação macromolecular sintética do grupo das resinas epóxica e foi chamado de AH-26. É constituído de pó e líquido. No pó encontram-se 10% de prata, 60% de óxido de bismuto, 5% de dióxido de titânio e 25% de hexametilentetramina. O líquido é composto por éter de bisfenol diglicidil. O Sealer 26 é uma variável do original AH 26 e não apresenta prata em sua composição. Há inúmeros trabalhos comparando capacidade de vedamento de diversos cimentos associados à guta-percha (Wenneberg, Ortstavik, 1990; Gettleman et al., 1991; Britto et al., 2002). Trabalhos da década de 90, porém, mostram que a associação guta-percha e cimento apresentam falhas (Torabinejad et al., 1990; Kayat et al., 1993; Trope et al., 1995; Friedman et al., 1997) que permitem a recontaminação do sistema de canais. Isso levou pesquisadores a procurar novos materiais. A busca de materiais objetivando melhora no vedamento dos canais radiculares continua. A procura por desenvolver materiais que apresentem adesão à estrutura dentinária parece ser o caminho para o vedamento hermético do sistema de canais. Assim não só os conhecimentos, mas também os materiais utilizados na dentística visando ao selamento coronário, passaram a ser utilizados e pesquisados na Endodontia como a chave para um maior embricamento e adesividade entre material obturador e dentina, o que resultaria em melhor vedamento (Wennberg, Orstavik, 1990; Gettleman et al., 1991; De Deus et al., 2002; Lee et al., 2002; Britto et al., 2002; Komobayashi, Imai, 2003; Shipper, Trope, 2004; Gogos et al., 2004; Economides et al., 2004; Zmener et al., 2005). Frente aos materiais e cimentos resinosos foi desenvolvido, em 2004, um novo sistema obturador com a proposta de substituir a guta-percha e demais cimentos (Teixeira et al., 2004). Este sistema é constituído pelo RESILON® (Pentron), nome dado aos cones de resina que substituem a guta-percha, e o 44 cimento resinoso EPIPHANY®. Pelo fato de cimento e cone serem formados por um mesmo material, as obturações resultariam em uma massa homogenia aderida à parede dentinária pelo sistema adesivo o que traria melhor vedamento marginal (Chivian, 2004). Essa nova proposta de formação de um monobloco também traria outras propriedades interessantes como o aumento da resistência radicular (Teixeira et al., 2004). Considerando que elementos tratados endodonticamente são mais susceptíveis à fratura por fatores associados principalmente à falta de estrutura dentinária (Trabert et al., 1978), mas também por desidratação (Helfer et al., 1972), e por força excessiva durante condensação lateral (Bender, Freedland, 1983, Holomb, 1987) e, considerando ainda que a fratura vertical da raiz seja uma das complicações mais sérias na Endodontia por levar a perda do elemento, é de fundamental importância que o material obturador ofereça, além de um bom vedamento marginal, um aumento da resistência radicular. Essa preocupação em reforçar a estrutura dentinária com material obturador já havia surgido com o cimento de ionômero de vidro. Esse cimento foi primeiramente descrito por Wilson & Kent (1992) e seu uso foi sugerido na Endodontia em 1991 por apresentar melhor adaptação às paredes dentinárias (Ray, Seltzer, 1991). Alguns trabalhos confirmam o aumento da resistência conseguida em elementos obturados com ionômero de vidro (Trope, Ray, 1992; Lertchirakarn et al., 2002; Goldberg et al., 2002) embora outros estudos não demonstram tal propriedade (Johnson et al., 2000). Procurou-se no presente estudo verificar se a nova proposta de utilizar material resinoso - Resilon® e Epiphany® - no canal formando um monobloco, aumentaria a resistência das raízes radiculares. Foi demonstrado que a resistência à fratura à compressão vertical de raízes endodonticamente tratadas não foi 45 aumentada pelo uso do Resilon®/ Epiphany®. Não foi encontrada diferença de significância estatística entre nenhum grupo. Para melhor padronização das amostras foram selecionadas raízes uniradiculares retas de caninos superiores escolhidos por apresentarem raízes mais longas. As coroas foram eliminadas e os canais instrumentados utilizando-se a mesma técnica. As raízes foram medidas com paquímetro de precisão e os elementos de tamanhos similares foram separados em grupos e distribuídos nos grupos experimentais para que as amostras ficassem balanceadas. Há indicações de que essa pequena variação no comprimento da raiz que fica incluída na resina não interfere na resistência global da raiz (Levy Neto et al., 2003; Souza, Ursulino, 2005). A técnica de obturação escolhida foi a da condensação lateral. Foi utilizado NAOCL como agente irrigador e terminada a instrumentação foi feita a irrigação por 4 minutos com Edta-T 17% . O uso do EDTA tem por objetivo a remoção da smear layer resultando em maior adesividade entre cimento-dentina (Wennberg, Orstavik, 1990; Gettleman et al. 1991; De Deus et al., 2002). A associação com o detergente tem o objetivo de diminuir a tensão superficial da solução permitindo o alcance em irregularidades e maior penetrabilidade nos canalículos dentinários (Machado, 2001). Apesar de Straton et al. (2006) em seu estudo ter demonstrado que o hipoclorito de sódio não interfere na adesividade do Resilon/Epiphany à parede dentinária, o presente estudo seguiu as recomendações do fabricante de fazer a irrigação final com água destilada e tal procedimento foi adotado para todos os grupos para padronização da amostras. As raízes foram submetidas à força compressiva realizada no sentido vertical conforme metodologia adotada em trabalhos anteriores (Lertchirakarn et al., 2002; Johnson et al., 2000; Apicella et al., 1999; Teixeira et al., 2004). A velocidade 46 de 0,5 mm/ min também é utilizada em diversos trabalhos (Lertchirakarn et al., 2002; Johnson, 2000; Stuart, 2006). Embora utilizando metodologia semelhante, o estudo de Teixeira (2004) concluiu que elementos obturados com Resilon®/Epiphany® podem ter maior resistência à fratura dentária. Esse fato não foi comprovado neste trabalho. Essa diferença de resultados pode ser explicada pela pequena amostra de seus grupos que consistiu de apenas dez elementos, enquanto o estudo atual teve para cada grupo quase o triplo de elementos. Outro fator importante é que foram utilizados elementos uniradiculares que incluíram caninos, pré-molares e incisivos superiores e caninos e pré-molares inferiores, enquanto que o presente estudo selecionou apenas caninos superiores. Apesar de apresentar uma amostra de maior padronização, o que dá maior confiabilidade à metodologia empregada, caninos superiores apresentam grande espessura dentinária, o que pode ter favorecido a uma igualização no que diz respeito ao comportamento dos cimentos diante de estrutura radicular mais espessa. Talvez seja interessante que o mesmo experimento seja realizado em raízes de estrutura mais frágil como a dos incisivos inferiores onde o cimento pode, diferentemente deste trabalho, ser fator decisivo no que diz respeito a sua resistência à fratura. Embora pareça estranho que neste trabalho os grupos controle positivo e negativo não tenham apresentado diferença estatística entre os grupos experimentais, tal resultado não é pouco freqüente quando se estuda resistência de raízes. Isso ocorreu também no trabalho de Johnson et al. (2000), Apicella et al. (1999), Teixeira et al. (2004) e no de Stuart et al. (2006). Talvez seja possível explicar esse resultado baseado no estudo de Reeh et al. (1989) e Howe & 47 Mckendry (1990) que conclui que a remoção da crista marginal é o fator determinante para o enfraquecimento da estrutura dentinária. Esse fato justifica os resultados deste estudo, uma vez que a coroa dental foi removida e as raízes dos caninos, dentes selecionados para este ensaio, apresentam uma grande estrutura dentinária, que aparentemente não sofre enfraquecimento com o preparo químicocirúrgico. Esses mesmos trabalhos podem explicar os resultados de Sedgley & Messer (1992) que compararam pares de elementos endodônticamente tratados com seus contralaterais vitais e não encontraram diferença na resistência à fratura. Na metodologia empregada as coroas foram totalmente removidas. A capacidade do Resilon/ Epiphany de reforçar a estrutura dentinária também não foi observada no trabalho de Stuart et al. (2006). O presente trabalho também confirma de forma experimental in vitro os achados teóricos de Williams et al. (2006) e de Gesi et al. (2005). O primeiro estudou as propriedades físicas do Resilon® e guta-percha e concluiu que tanto a força coesiva quanto o módulo de elasticidade de ambos os materiais são muito baixos para influenciar na capacidade de reforçar a estrutura dentinária. Já Gesi et al. (2005) observaram que a força adesiva interfacial do Resilon e da guta-percha à dentina intra-radicular são similares e baixos, o que não refletiria em aumento da resistência radicular. Este trabalho demonstra que de acordo com a metodologia utilizada no presente estudo o aumento da resistência radicular por meio do novo sistema obturador de canais Resilon®/Epiphany® não ocorre. Considerando-se ainda seu alto custo, não parece haver justificativa para que a guta-percha seja substituída com o objetivo de reforçar a estrutura dentinária. 48 7 CONCLUSÃO Dentro da metodologia empregada no presente estudo o uso pode-se concluir que: a) no que se refere à resistência à fratura não se observou diferença estatisticamente significante entre os grupos obturados pelo Resilon e cimento Epiphany, guta-percha e cimento resinoso Sealer 26 e gutapercha e cimento Endofill; b) não se encontrou diferença estatisticamente significante entre os grupos de dentes não instrumentados, instrumentados e não obturados e instrumentados e obturados, independente da técnica empregada para tal fim. 49 REFERÊNCIAS1 Apicella MJ, Loushine RJ, West LA, Runyan DA. A comparison of root fracture resistance using two root canal sealers. Int Endod J. 1999;32(5):376-80. Aptekar A, Ginnan K. Comparative analysis of microleakage and seal for 2 obturation material: Resilon/Epiphany and gutta - percha. 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T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 T13 T14 T15 T16 T17 T18 T19 T20 T21 T22 T23 T24 T25 T26 T27 Endofill Sealer 26 Resilon 1038,42 669,92 606,41 595,44 783,32 589,80 788,14 692,38 559,20 721,88 485,53 595,22 898,71 657,77 510,43 450,84 702,53 412,97 462,70 445,65 611,15 701,94 265,70 464,63 207,67 436,02 345,15 584,17 901,31 1060,43 351,82 668,96 357,75 810,89 725,21 385,69 642,35 457,51 563,42 344,63 529,55 350,19 385,62 476,48 298,16 341,82 265,40 494,86 375,98 447,13 348,34 387,25 681,11 384,73 551,12 669,48 672,67 555,12 543,93 316,32 843,13 721,88 1004,85 684,23 776,94 699,64 624,56 507,61 311,80 409,85 475,89 327,88 352,42 530,07 221,97 457,73 188,10 320,10 574,61 322,40 479,23 Controle negativo 619,45 521,03 487,30 787,91 448,25 487,30 405,63 333,29 879,07 501,16 Controle positivo 498,12 692,60 648,28 464,40 478,11 616,26 180,10 673,93 54 Tabela 4 - Comparação da força necessária para fratura entre os três grupos. N Mean Std. Deviation Std. Error 95% Confidence Interval for Mean Minimum Maximum Lower Bound Upper Bound Sealer 26 27 503.1393 197.71279 38.04984 424.9267 581.3518 265.40 1060.43 Endofil 27 581.4637 185.27891 35.65694 508.1698 654.7576 207.67 1038.42 Resilon 27 523.8344 197.59494 38.02716 445.6685 602.0004 188.10 1004.85 Total 81 536.1458 194.06762 21.56307 493.2339 579.0577 188.10 1060.43 Tabela 5 - Análise de variância - ANOVA. Between Groups Within Groups Total Sum of Squares df Mean Square F Sig. 88957.267 2 44478.634 1.186 311 2924021.888 3012979.155 78 80 37487.460 Tabela 6 - Comparação dentre os grupos controle. N Controle Controle + Total Mean Std. Deviation Std. Error 95% Confidence Interval for Mean Lower Bound Upper Bound Minimum Maximum 10 547.0390 169.59757 53.63146 425.7162 668.3618 333.29 879.07 8 531.4750 168.61216 59.61340 390.5117 672.4383 180.10 692.60 18 540.1217 164.30908 38.72802 458.4127 621.8307 180.10 879.07 55 Tabela 7- Análise de variância - ANOVA. Sum of Squares 1076.61 4 457880. 453 458957. 066 Between Groups Within Groups Total df Mean Square F Sig. 1 1076.614 .038 849 16 28617.528 17 Tabela 8 - Comparação entre os 5 grupos ( inclusive os controles). 95% Confidence Interval for Mean Upper Lower Bound Bound N Mean Std. Deviation Std. Error Minimum Maximum Sealer 26 27 503.1393 197.71279 38.04984 424.9267 Endofil 581.3518 265.40 1060.43 27 581.4637 185.27891 35.65694 Resilon 508.1698 654.7576 207.67 1038.42 27 523.8344 197.59494 Controle - 38.02716 445.6685 602.0004 188.10 1004.85 10 547.0390 Controle + 169.59757 53.63146 425.7162 668.3618 333.29 879.07 8 Total 531.4750 168.61216 59.61340 390.5117 672.4383 180.10 692.60 99 536.8687 188.22937 18.91776 499.3270 574.4104 180.10 1060.43 df Mean Square F Sig. 4 22566.671 .627 .644 94 35977.684 Tabela 9 - Análise de variância – ANOVA. Between Groups Within Groups Total Sum of Squares 90266.6 82 338190 2.341 347216 9.023 98 56 Tabela 10 – Resumo esquemático de trabalhos que avaliaram fratura radicular x cimento obturador. AUTORES / ANO Trope E Ray 1992 1. 2. 3. 4. MATERIAL OBTURADOR AVALIADO DIREÇÃO E VELOCIDADE DA FORÇA KETAC ENDO – (C único) GUTA + ROTH (C lateral). C. POSIT. – (s/ instrument.) C.NEGAT. - (s/ obturação) vertical à 0,05 mm/min ELEMENTOS RESULTADOS Caninos superiores e inferiores KETAC = C. POSIT. KETAC > ROTH Apicella 1999 Johnson 2000 Lertchirckan 2002 1. 2. 3. 4. ROTH KETAC ENDO – (C.único) KETAC ENDO. - (c. lateral) C.NEGAT. – (s/ obturação) 1. OZE 2. KETAC ENDO-(C único) KETAC ENDO -( C único) e ÁCIDO 25% 3. KETAC ENDO –(C. único) e EDTA 4. RESINA COMPOSTA 5. C. NEGAT. -. (s/ obturação) 1. 2. 3. 4. GUTA + AH PLUS GUTA + TUBLISEAL GUTA + KETAC ENDO C. POSIT. – (s/ instrument.) vertical à 1,0 mm/min Caninos, pré - molares e incisivos superiores e caninos e pré-molares inferiores. vertical Incisivos á inferiores Sem diferença entre os grupos Sem diferença entre os grupos 0,5 mm/min vertical á 0,5mm / min Incisivos superiores KETAC ENDO > TUBLISEAL E AH PLUS KETAC > C.NEGATIVO Goldberg 2002 Teixeira 2004 Stuart 2006 1. VITREMER 2. C.Negativo (s/ obturação) vertical a 1 mm/min 1. 2. 3. 4. 5. GUTA + AH 26 (C. lateral) GUTA + AH 26 (C. vert.). Resilon / Epiphany ( C. lateral) Resilon / Epiphany (C. vertical) C. Negativo- (s/ obturação) 1 mm / min 1. 2. 3. 4. 5. Resilon / Epiphany Guta + Thermaseal BISFENOL 2B C. Negat. (s/ obturação) C. Posit. - (s/ instrumentação) vertical á 130º E 5 mm / MIN vertical Incisivos centrais inferiores Caninos e pré-molares superiores e inferiores, incisivos centrais superiores. Incisivos e caninos superiores; caninos e pré-molares inferiores. Vitremer > C. negativo RESILON/ EPIPHANY > AH 26 ( cond. lat e vertical) Sem diferença entre os grupos 57 ANEXO B – RELATÓRIO DE ENSAIO Relatório de ensaio - ENDOFILL 58 Relatório de ensaio - ENDOFILL 59 Relatório de ensaio – SEALER 26 60 Relatório de ensaio – SEALER 26 61 Relatório de ensaio – RESILON 62 Relatório de ensaio – RESILON 63 Relatório de ensaio – Controle Negativo 64 Relatório de ensaio – Controle Negativo 65 Relatório de ensaio – Controle Positivo 66 67 ANEXO C – FOLHA DO CEP