Artigo O Brasil não se vê na TV Parece que alguns parlamentares já esqueceram as “vozes das ruas” gritadas em junho. Com desfaçatez, seis senadores e seis deputados decidiram regular por conta própria o dispositivo constitucional que determina a regionalização da programação de rádio e TV no País. Atropelaram, em poucas horas, um debate que se trava no Congresso há exatos 22 anos. A concentração histórica das programações no eixo Rio-São Paulo faz com que o Brasil não conheça o Brasil. Por isso, os constituintes em 1988 escreveram na Constituição que “a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão ao princípio da regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei”. Só que essa lei nunca saiu. Iniciativas para elaborá-la não faltaram. O projeto mais antigo é de 1991, da deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ). Levou doze anos para ser aprovado na Câmara dos Deputados e está há dez anos parado no Senado. Por ele, as TVs ficariam obrigadas a veicular, entre as cinco da tarde e a meianoite, programas produzidos regionalmente. Seriam no mínimo 10 horas e no máximo 22 horas por semana de programas regionais, dependendo do número de domicílios com TV existente na área coberta pela emissora. A ampliação do mercado de trabalho para produtores independentes é um dos pontos centrais do projeto. Hoje quase toda a produção televisiva é realizada pelas próprias redes nacionais, concentrando-se no eixo Rio-São Paulo. Se a lei fosse aprovada, 40% dos programas regionais exibidos deveriam ser realizados por produtoras independentes contemplando obras de ficção, documentários e teledramaturgia, dando oportunidade de trabalho a novas gerações de realizadores espalhados por todo País. A regulação estabelecida chega a ser um escárnio. Considera os horários obrigatórios de propaganda política e as redes nacionais para o pronunciamento de autoridades como “produção regional”. Mas os absurdos não param por aí. Aproveitaram a oportunidade para enfiar no relatório uma cláusula que dá as emissoras o direito de acesso a 5% dos recursos do Fundo Nacional de Cultura que tem, neste ano, um orçamento de R$ 260,2 milhões. A justificativa é de “incentivar” a regionalização. Fica difícil entender a necessidade desse incentivo para uma programação regional baseada em programas religiosos (pagos pelas igrejas) e de mensagens políticas (dedutíveis do imposto de renda), como prevê o relatório do Senador Jucá. Triste solução para um problema grave. É inconcebível que um País com as dimensões e a diversidade cultural do Brasil mostre, por exemplo, todos os dias pela TV, os congestionamentos nas marginais paulistanas. O que isso interessa ao telespectador do Acre ou do Rio Grande do Sul? Escondendo, ao mesmo tempo, acontecimentos locais importantes. Infelizmente para mudar esse quadro a solução encontrada pelos parlamentares reduziu-se a um oportunismo mesquinho. Laurindo Lalo Leal Filho – sociólogo e jornalista Lei de Segurança Bancária deve avançar para todo Ceará admitem os bancos Foto: Divulgação Foi tema das reuniões na Assembleia Legislativa e Câmara Municipal, entre parlamentares e representantes do SEEB/CE e Febraban, dia 23/10, em Fortaleza (pág. 3) • Leilão de Libra é criticado pelos Movimentos Sociais, pois a entrega dos 60% do petróleo para multinacionais é crime contra o País (pág. 2) Sindicato participa de debate sobre Assédio Moral no Setor Bancário Foto: SEEB/CE • Bancários tem tabela de imposto de renda própria sobre PLR que estabelece isenção para pagamento até R$ 6 mil (pág. 4) • Funcionários do Itaú reunidos em assembleia, dia 22/10, aprovam PCR cujo pagamento ocorreu junto com a PLR (pág. 5) • BNB: Sindicato convoca os benebeanos que não aderiram aos acordos firmados com o banco sobre Folga, ATS e Licença Prêmio (pág. 5) O Ministério Público do Trabalho (MPT) promoveu ato público sobre Assédio Moral no Setor Bancário, no dia 22/10, na Asssembleia Legislativa do Ceará, com a participação dos representantes do Sindicato dos Bancários do Ceará, o presidente Carlos Eduardo Bezerra e o diretor Eugênio Silva. Órgãos como NUAST, INSS e Cerest participaram do debate. Na ocasião foi feito lançamento da Cartilha sobre o tema (pág. 6) Tribuna Bancária nº 1309 de 28 de outubro a 2 de novembro de 2013 – pág. 2 Campo de Libra 60% para as multinacionais é crime contra a soberania do País Apesar da força da greve nacional dos petroleiros e das diversas manifestações e mobilizações que a categoria realizou pelo País afora junto com os movimentos sociais, CUT e demais centrais sindicais, o governo federal concluiu no dia 21/10, o primeiro leilão do regime de partilha, entregando às multinacionais Shell e Total Elf 40% do campo de Libra e 20% às petrolíferas chinesas CNPC e CNOOC. O País antes do leilão era 100% dono de um dos maiores campos de petróleo já descobertos no mundo. Agora o povo brasileiro está 60% mais pobre, pois o Estado brasileiro na, melhor das hipóteses, ficará com 40% desse estratégico reservatório de petróleo. A Petrobrás, que descobriu Libra, terá menos da metade do campo. O consórcio vencedor do leilão – formado pela Petrobrás (10%), Shell (20%), Total Elf (20%), CNPC (10%) e CNOOC (10%) – ofertou à União o excedente de petróleo mínimo previsto na licitação, ou seja, 41,65%. No entanto, em função da manobra que a ANP realizou no edital, a Estado brasileiro poderá ficar com apenas 14,58% do óleo gerado pelo campo de Libra. Esse foi inclusive um dos principais fatos denunciados pela FUP e pela CUT na Ação Civil Pública que tentou barrar o leilão. A entrega de 60% do campo de Libra para as multinacionais é um dos maiores crimes contra a soberania do País. Um dia triste para o povo brasileiro. Foi um equívoco o leilão do campo de Libra, segundo o presi- dente da CUT, Vagner Freitas, porém, entre os cenários possíveis, o resultado foi o menos prejudicial. “O Brasil não deveria ter feito o leilão de Libra. A Petrobrás deveria explorar 100% do nosso petróleo. Essa é a posição da CUT e da Federação Única dos Petroleiros (FUP)”, explica. O presidente da CUT ressalta ainda a importância da mobilização comandada pela FUP para impedir que nem mesmo esse percentual de petróleo ficasse em território brasileiro. O coordenador da Federação Única dos Petroleiros, João Antônio Moraes, acredita que ainda é possível lutar contra o resultado na Justiça. “Veremos agora quais passos teremos que dar para lutar contra o resultado no campo Jurídico e manteremos nossa luta para continuar conscientizando a população sobre o prejuízo de 60% das reservas de Libra estarem em mãos estrangeiras”, criticou. Controle será estrangeiro – Moraes comenta que a entrada das empresas transnacionais não ajudam a economia brasileira, porque o investimento não é feito aqui. “A Shell, grande vencedora do consórcio, fará o que tem feito até agora: não vai comprar navios brasileiros, não vai investir em petroquímica ou no refino e ainda precarizará as relações de trabalho, como já faz, com a contratação praticamente total de terceirizados para fazer um trabalho que deveria ser responsabilidade da própria empresa, colocando em risco também meio ambiente e comunidades”, explica. Para o dirigente, mesmo a manutenção da produção nas mãos da Petrobrás não representa uma vitória. “Na teoria, a Petrobrás será responsável pela produção. Na prática, porém, 60% do controle estão em mãos estrangeiras”. INTEGRAÇÃO Caixa empossa 20 novos empregados para o Ceará, Maranhão e Piauí DICA CULTURAL Artes plásticas: bairro Benfica em novas cores Há 14 anos, o shopping Benfica instalou-se no bairro de mesmo nome. Para homenagear essa trajetória, a empresa realiza até 15 de novembro a exposição “Benfica sobre tela”, com trabalhos de artistas da cidade que retratam paisagens e personagens do bairro. Ao todo, são 24 telas, tanto de artistas iniciantes quanto daqueles já reconhecidos pelo público. As inscrições foram abertas no final de julho deste ano, com mais de 50 participantes, avaliados segundo seus currículos e trabalhos. Escolhas – Os contemplados receberam da galeria uma tela para pintar o ícone que julgassem melhor representar o Benfica. A escolha foi livre, logo alguns temas se repetem. Os preferidos foram os prédios da Universidade Federal do Ceará (UFC). Aparecem, por exemplo, a casa de Cultura Alemã, escolhida por Jarbas Miranda; o MAUC, reproduzido por Paulo Fernandes; a Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, “reconstruída” pelas tintas de Ricardo Fernandes; e a Casa Amarela, pintada pela estudante e artista plástica Bárbara Martins. Veterano dos pincéis e nome consagrado no Ceará, Audifax Rios explorou em seu trabalho elementos da arquitetura do prédio da Reitoria da UFC. O mesmo tema foi trabalhado ainda por Expedito Lima, Marcelo Justino, Jozefo Lejc e Amanda Sales de Lima. Mas nem só de campus vive o bairro. Outros artistas escolheram temas diversos como a Igreja dos Remédios (Rámon Rocha e Cezarina do vale). Gilson Pontes, por sua vez, assumiu a responsabilidade de pintar as cores da tradicional Feira da Gentilândia, que nas primeiras horas da manhã reúne variado público em busca de produtos ou boa conversa. Já “O bucólico Benfica”, de Jô Fernandes, é composto pelo vai e vem dos pedestres e a sombra de uma imponente árvore. A inspiração veio de visitas e conversas com moradores do local. Outro trabalho inusitado é o de Jota, que inovou ao fazer uma homenagem a Alberto Nepomuceno, cujo nome batiza uma das principais escolas de música do Estado. Prêmios – Ao longo da mostra, uma comissão técnica vai escolher os três melhores trabalhos. Ao primeiro, será concedido prêmio de R$ 1.000; aos segundo e terceiro, R$ 700 e 500, respectivamente. O público também poderá participar em votação popular. Segundo a BenficArte, o objetivo é homenagear o bairro onde está há mais de dez anos, além de dar visibilidade e espaço aos artistas da cidade e fomentar a fruição da arte e a formação de plateia. Serviço: Galeria BenficArte (Av. Carapinima, 2200, Benfica – Shopping Benfica) Visitação até 15 de novembro Entrada gratuita. Contato: (85) 3243 1000 Foto: Secretaria de Imprensa – SEEB/CE CONVÊNIO Parceira do Sindicato, FFB está com inscrições abertas para Vestibular 2014 O Sindicato dos Bancários do Ceará e a APCEF/CE compareceram ao seminário de integração de 20 novos empregados da Caixa Econômica Federal na última quinta-feira, 24/10. Representando o Sindicato estiveram os diretores Jefferson Tramontini e Marlúcia Oliveira; a Apcef/CE foi representada por seu presidente, Áureo Júnior. Eles ressaltaram a importância da sindicalização e o papel fundamental de cada entidade para a categoria bancária. Dos 20 novos empregados, dez serão lotados no Ceará (empossados dia 21/10) e os demais distribuídos entre Maranhão e Piauí (empossados dia 18/10). A Faculdade Farias Brito, parceira do Sindicato dos Bancários do Ceará, está com inscrições abertas para o vestibular 2014.1. O vestibular acontece dia 5/11, às 19h, e os bancários sindicalizados têm direito a desconto especial. De acordo com o convênio, bancários sindicalizados têm direito a 50% de desconto na inscrição do Vestibular, 30% nas mensalidades dos cursos de Administração, Ciência da Computação e Marketing e 15% no curso de Direito. Os descontos abrangem os filhos e cônjuges dos bancários. Os cursos ofertados são Administração, Ciências da Computação, Ciências Contábeis, Direito, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção e Marketing. Para mais informações, ligue para 3486-9108/9133 ou acesse www.ffb.edu.br. Para saber mais sobre outros convênios, ligue para 3252 4266, falar com Girlane. Home Page: www.bancariosce.org.br – Endereço Eletrônico: [email protected] – Telefone geral : (85) 3252 4266 – Fax: (85) 3226 9194 Tribuna Bancária: [email protected] – (85) 3231 4500 – Fax: (85) 3253 3996 – Rua 24 de Maio, 1289 - 60020.001 – Fortaleza – Ceará Presidente: Carlos Eduardo Bezerra – Diretor de Imprensa: Marcos Aurélio Saraiva Holanda – Jornalista Resp: Lucia Estrela CE00580JP – Repórter: Sandra Jacinto CE01683JP Estagiária: Cinara Sá – Diagramação: Normando Ribeiro CE00043DG – Impressão: Expressão Gráfica – Tiragem: 11.500 exemplares Tribuna Bancária nº 1309 de 28 de outubro a 2 de novembro de 2013 – pág. 3 Avanço Febraban recua e admite implantar Estatuto de Segurança em todo Ceará Após pressão dos bancários e da sociedade, as denúncias e as multas, os bancos recuaram e na negociação na tarde da quarta-feira, dia 23/10, com a Câmara Municipal de Fortaleza, discutiram o Estatuto Municipal de Segurança Bancária. Os representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) propõem um termo de acordo com alterações no Estatuto alegando inviabilidades operacionais de alguns itens. No entanto, em reunião na Assembleia Legislativa na manhã do mesmo dia, discutiram a criação de um Estatuto de Segurança para todo o Estado. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, isso pode ser um avanço, desde que os bancos realmente cumpram a lei. No encontro da Câmara de Fortaleza, os bancos recuaram afirmando que não são contra a lei. A ideia discutida, se tiver acordo com os bancários, através do Sindicato, é a Câmara Municipal de Fortaleza enviar a proposta ao Prefeito de Fortaleza para sanção de alterações na lei. Participaram da reunião na Câmara, Carlos Eduardo Bezerra, presidente do SEEB/CE, Gabriel Motta, diretor do SEEB/ CE, os vereadores Acrísio Sena (PT), Deodato Ramalho (PT) e Evaldo Lima (PCdoB), e o assessor técnico da diretoria de segurança bancária da Febraban, Virgílio Ribeiro. A tradicional Festa de Reencontro dos Becistas acontece no próximo dia 8 de novembro, a partir das 21h, no Salão Nobre do Náutico (Av. da Abolição, 2727 – Meireles). Além do momento de reencontro, os ex-becistas poderão ouvir a boa música das bandas Dona Zefa, Rubber Soul (Beatles) e de Paulo Soreano (cover do cantor Waldick Soreano). Os ingressos custam R$ 20,00 e podem ser adquiridos através dos telefones: 9919 0111 (Nailma), 9607 4646 (Elenilton) e 9984 5553 (Nogueira). Dia 8 de novembro, a partir das 21h, no Salão Nobre do Náutico (Av. da Abolição, 2727 – Meireles). APOSENTADORIA STJ confirma direito à desaposentadoria sem devolução de valores Na Assembleia Legislativa – No mesmo dia 23/10, pela manhã, um novo encontro promovido pelo deputado estadual, Antonio Carlos, na Assembleia Legislativa, os representantes da Febraban e do SEEB/CE debateram aspectos do projeto de Lei Estadual da Segurança Bancária, de autoria do deputado petista. O encontro foi uma oportunidade de banqueiros e trabalhadores, mediados pelo parlamentar, debaterem a insegurança a que cidadãos e funcionários estão expostos no convívio com as instituições financeiras e de como a legislação proposta pode efetivamente melhorar a situação. Para o presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra, as reuniões representaram avanço positivo e enfatizou “a pressão dos bancários, dos vigilantes e da sociedade com aprovação do Estatuto de Fortaleza, as denúncias e as multas, levaram os bancos a mudar de posição, participar dessa negociação e com perspectivas de ampliar a lei para todo o Estado”. Itens em discussão – Os bancos aprovam os itens de segurança sobre os biombos, portas eletrônicas com detectores de metais, câmaras de monitoramente interno e externo, guarda-volumes e vigilantes armados com coletes. Mas, há divergências nos itens sobre fachada blindada, vigilantes 24 horas e questões sobre acesso do transporte de valores. BRADESCO Apesar do lucro de R$ 9 bi até setembro, banco corta 1.975 empregos Mesmo com o estrondoso lucro líquido ajustado de R$ 9,003 bilhões nos nove primeiros meses de 2013, o Bradesco fechou 1.975 empregos no mesmo período, andando na contramão da economia brasileira que gerou 1.323.461 postos de trabalho. O número total de empregados da Holding em setembro de 2013 foi de 101.410, com fechamento de 2.690 vagas em relação a setembro de 2012 (queda de 2,6% no quadro de funcionários). Conforme análise do balanço feita pela subseção Contraf-CUT do Dieese, o corte de 1.975 empregos em 2013 colaborou para que as despesas de pessoal crescessem apenas 6,1% em 12 meses e a cobertura dessas despesas pelas receitas de prestação de serviços mais renda de tarifas aumentasse de 138,2% para 149,1%. O lucro astronômico apurado significou um crescimento de 4,6% com relação ao mesmo período de 2012 (R$ 3,082 bilhões no 3º trimestre, com alta de 3,5% em relação ao trimestre anterior). O retorno sobre o patrimônio Reencontro de ex-becistas será dia 8/11 líquido médio foi de 18,4% (1,5 ponto percentual abaixo da rentabilidade em setembro de 2012 e 0,4 ponto percentual abaixo do retorno no 2º trimestre de 2013). A carteira de crédito expandida cresceu 11,0% em doze meses, atingindo um montante de R$ 412,6 bilhões (2,5% no trimestre). As operações com pessoas físicas cresceram 10,9%, em 12 meses, chegando a R$ 127,1 bilhões. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 285,5 bilhões, com elevação de 11,0% comparado a setembro de 2012. O Índice de Inadimplência superior a 90 ficou em 3,6%, com quedas de 0,5 ponto percentual em relação ao 3º trimestre de 2012 e 0,1 no trimestre. Com a segunda queda consecutiva nas taxas de inadimplência, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) atingiram um montante de R$ 10,3 bilhões, com redução de 1,5% em relação a setembro de 2012 (-9,6% no trimestre). A partir deste trimestre, os bancos passarão a divulgar (anualmente) um relatório de gerenciamento de riscos, de modo a atender as exigências do BC e do Acordo de Basileia. O Índice de Basileia do banco em setembro de 2013 foi de 16,4% (0,4 ponto percentual maior do que em setembro de 2012) – o mínimo exigido no País é de 11%. “O Bradesco, assim como os demais bancos, não tem limite. A ganância do sistema financeiro faz com que o banco sempre busque de forma irracional maximizar os lucros e minimizar os custos. Assim, não sobra espaço para a propagada responsabilidade social e muito menos para melhorar os salários, as condições de trabalho e o atendimento a usuários e clientes. Quando o banco resolve melhorar sua eficiência, significa: aumentar metas, diminuir custo com pessoal (fechar postos de trabalho. Logo, demitir e não contratar) e cobrar mais caros pelos seus serviços. Esta empresa deveria ajudar o Brasil, gerando emprego e distribuindo renda”, analisa o diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco, Gabriel Motta. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou em julgamento de recurso repetitivo, que o aposentado tem o direito de renunciar ao benefício para requerer nova aposentadoria em condição mais vantajosa, e que para isso ele não precisa devolver o dinheiro que recebeu da Previdência. Para a Seção, a renúncia à aposentadoria, para fins de concessão de novo benefício, seja no mesmo regime ou em regime diverso, não implica o ressarcimento dos valores percebidos. “Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seus titulares, dispensando-se a devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja renunciar para a concessão de novo e posterior jubilamento”, assinalou o relator do caso, ministro Herman Benjamin. Posição unificada em vários recursos julgados nos últimos anos, contrariando a posição do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o STJ já vinha reconhecendo o direito à desaposentadoria. Em alguns julgamentos, houve divergência sobre a restituição dos valores, mas a jurisprudência se firmou no sentido de que essa devolução não é necessária. Assim, a pessoa que se aposentou proporcionalmente e continuou trabalhando – e contribuindo para a Previdência – pode, mais tarde, desistir do benefício e pedir a aposentadoria integral, sem prejuízo do dinheiro que recebeu no período. Esse direito dos aposentados nunca foi aceito pelo INSS, que considera impossível a renúncia ao benefício e nega todos os pedidos na via administrativa. Repetitivo – A diferença entre os julgamentos anteriores e este da Primeira Seção é que a decisão tomada no rito dos recursos repetitivos vai orientar os cinco Tribunais Regionais Federais (TRFs) do País na solução dos recursos que ficaram sobrestados à espera da posição do STJ. O sistema dos recursos repetitivos está previsto no artigo 543-C do Código de Processo Civil. Com a consolidação do entendimento do STJ em repetitivo, os recursos que sustentem posição contrária não mais serão admitidos para julgamento no Tribunal. Os tribunais de segunda instância que julgaram em outro sentido poderão ajustar sua posição à orientação do STJ, e apenas se o TRF insistir em entendimento contrário é que o recurso será admitido para a instância superior. Ressalva pessoal – O ministro Herman Benjamin, cujo voto foi acompanhado pelo colegiado, aplicou a jurisprudência já fixada pelo STJ, mas ressalvou o seu entendimento pessoal sobre a necessidade de devolução dos valores da aposentadoria. “A não devolução de valores do benefício renunciado acarreta utilização de parte do mesmo período contributivo para pagamento de dois benefícios da mesma espécie, o que resulta em violação do princípio da precedência da fonte de custeio, segundo o qual nenhum benefício pode ser criado, majorado ou estendido sem a devida fonte de custeio”, ressaltou o ministro Benjamin. Ele disse ainda que a não devolução dos valores poderá culminar na generalização da aposentadoria proporcional. “Nenhum segurado deixaria de requerer o benefício quando preenchidos os requisitos mínimos”, afirmou o ministro em outro julgamento sobre o mesmo tema. Dois recursos – A Primeira Seção julgou dois recursos especiais, um do segurado e outro do INSS. Na origem, o segurado ajuizou ação com o objetivo de renunciar à aposentadoria por tempo de serviço, concedida pelo INSS em 1997, e obter benefício posterior da mesma natureza, mediante cômputo das contribuições realizadas após a primeira aposentadoria. A sentença de improcedência da ação foi reformada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que reconheceu o direito à desaposentadoria, mas condicionou a utilização do tempo de contribuição para futura aposentadoria à devolução do benefício recebido. As duas partes recorreram ao STJ: o INSS, contestando a possibilidade de renúncia à aposentadoria; o segurado, alegando a desnecessidade de devolução dos valores e apontando várias decisões proferidas pelo Tribunal nesse sentido. O recurso do segurado foi provido por sete votos a zero. Pelo mesmo placar, a Seção rejeitou o recurso apresentado pelo INSS. Tribuna Bancária nº 1309 de 28 de outubro a 2 de novembro de 2013 – pág. 4 Conquista PLR até R$ 6 mil em 2013 tem isenção de imposto de renda Os valores que os bancários irão receber na antecipação da PLR, no prazo de até 10 dias após a assinatura da convenção coletiva que ocorreu na sexta-feira (18/10), têm tabela de imposto de renda própria que estabelece isenção para o pagamento de até R$ 6 mil. A conquista é resultado do esforço das centrais sindicais e virou lei no último dia 21/6, quando a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei nº 12.832/2013 (conversão da MP 597/2012) que alterou a Lei 10.101/2000 e trouxe algumas modificações quanto à regulamentação da participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados (PLR) da empresa, bem como estabeleceu uma tabela exclusiva do imposto de renda sobre a PLR. O que diz a lei – Acima de R$ 6 mil, o imposto será progressivo, ou seja, aumentará gradualmente de 7,5% até 27,5%. Assim, quem antes recebia R$ 6.200,00 de PLR pagava R$ 948,47 de IR, agora, o desconto caiu para R$ 15,00. Se um bancário que recebeu R$ 3 mil em março de 2013 relativo à segunda parcela da PLR de 2012 e R$ 6 mil na antecipação da PLR conquistada na recente negociação, o IR será calculado com base na soma das duas parcelas, ou seja, R$ 9 mil. Nesse exemplo, o bancário terá uma dedução de R$ 225,00 quando receber a antecipação da PLR de 2013 (R$ 9 mil x 7,5% - R$ 450,00). Essa regra é válida para todos os bancos públicos e privados. “O imposto que deixa de ser arrecadado para os cofres do governo volta para a economia pelas mãos dos trabalhadores, que podem investir na compra de bens, na reforma de suas casas, na melhoria da qualidade de vida, em qualificação profissional ou outra demanda. A medida também promove justiça social tributária para a classe trabalhadora porque, desde 1995, a distribuição de lucros e dividendos para empresários e acionistas é isenta de IR devido a uma mudança implementada no governo FHC”, analisa o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra. Com tributação exclusiva, o cálculo do imposto de renda da PLR leva em conta tudo o que o bancário recebe no ano: a segunda parcela paga em março referente à PLR de 2012, a antecipação da primeira parcela da Campanha 2013 e os programas próprios de renda variável. Se a soma desses pagamentos for de IMPOSTO DEVIDO PLR (*) Em 2012 (R$) Nova (R$) 4.000,00 347,85 - 6.000,00 893,47 - 6.500,00 1.030,97 37,50 7.000,00 1.168,47 75,00 7.500,00 1.305,97 112,50 8.000,00 1.443,47 150,00 8.500,00 1.580,97 187,50 9.000,00 1.718,47 225,00 9.500,00 1.855,97 300,00 10.000,00 1.993,47 375,00 10.500,00 2.130,97 450,00 11.000,00 2.268,47 525,00 11.500,00 2.405,97 600,00 12.000,00 2.543,47 675,00 12.500,00 2.680,97 776,25 13.000,00 2.818,47 888,75 13.500,00 2.955,97 1.001,25 14.000,00 3.093,47 1.113,75 14.500,00 3.230,97 1.226,25 15.000,00 3.368,47 1.338,75 16.000,00 3.643,47 1.604,37 17.000,00 3.918,47 1.879,37 18.000,00 4.193,47 2.154,37 19.000,00 4.468,47 2.429,37 20.000,00 4.743,47 2.704,37 30.000,00 7.493,47 5.454,37 (*) Valores anuais somando PLR, adicional e programas próprios PLR RECEBIDA Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ até - 6.000,00 - - de 6.000,01 9.000,00 7,5% 450,00 de 9.000,01 12.150,00 15,0% 1.125,00 de 12.150,01 15.187,50 22,5% 2.036,25 27,5% 2.795,63 acima de 15.187,51 - até R$ 6 mil a isenção é total, se superior, há a incidência do imposto, mas com alíquotas menores. Conquista – A campanha PLR sem IR foi lançada em 2011 por bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros e urbanitários. Entre as iniciativas das categorias, ao lado da CUT e outras centrais sindicais, houve a coleta de cerca de 200 mil assinaturas pela aprovação do projeto de lei do deputado federal Ricardo Berzoini (PT/SP), que propunha a isenção total para a PLR dos trabalhadores. O resultado da mobilização foi a nova tabela de imposto de renda, sancionada em dezembro passado pela presidenta Dilma Rousseff e transformada em lei em junho último. “Essa lei é um avanço importante, pois além de dinheiro no bolso do trabalhador, é um valor que ajuda a movimentar a economia do País. Pedimos aos bancários para que fiquem alertas e acompanhem as tabelas de tributação para que possam fiscalizar seus pagamentos bem como a declaração do imposto de renda do próximo ano”, finaliza Carlos Eduardo. CAMPANHA SALARIAL Bancários podem consultar Convenção Coletiva e acordos específicos no site do Sindicato O Sindicato dos Bancários do Ceará está disponibilizando em seu site a íntegra da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de 2013/2014, que pelo décimo ano consecutivo garante aumento real de salário aos bancários, além de valorizar os pisos, melhorar a PLR e trazer outros avanços econômicos e sociais. São conquistas da maior greve da categoria em mais de 20 anos em termos de participação dos trabalhadores, que durou 26 dias e chegou a paralisar 12.140 agências em todo País. Estão disponíveis ainda os acordos específicos do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco do Nordeste do Brasil. Disponíveis também os acordos referentes à Participação nos Lucros e Resultados. A Convenção foi assinada dia 18/10, em São Paulo, entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos com a Fenaban, com vigência retroativa a 1º de setembro deste ano e validade de um ano para funcionários de bancos públicos e privados de todo o País. Os aditivos da Caixa e do BB também foram assinados neste dia e, no dia 21/10, a Contraf-CUT e as federações e sindicatos do Nordeste assinaram o acordo específico do BNB. Para acessar a Convenção Coletiva, digite o endereço: www.bancariosce.org.br, escolha o botão Acordos Coletivos (na parte superior do site) e, em seguida, clique em Bancos Privados. O mesmo procedimento pode ser feito para acessar os acordos específicos, clicando no banco de seu interesse. HSBC Funcionários cobram pagamento integral da antecipação da PLR Em reunião ocorrida com o HSBC no dia 23/10, em São Paulo, a pedido do Sindicato dos Bancários de Curitiba, com a participação da Contraf-CUT, Fetec-CUT/PR e Sindicato dos Bancários de São Paulo, os dirigentes sindicais cobraram os devidos esclarecimentos e o pagamento integral da regra básica na antecipação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), programado para segunda-feira, dia 28/10. Conforme estudo do Dieese, o banco inglês apresentou lucro líquido de R$ 454 milhões no primeiro semestre de 2013, o que garante a distribuição de R$ 58,2 milhões a título de antecipação da PLR. Para contemplar os 20.133 funcionários, conforme a convenção coletiva seria necessário aproximadamente o montante de R$ 63 milhões. Pela regra básica, cada funcionário terá direito a receber 54% do salário reajustado mais valor fixo de R$ 1.016,40, limitado em R$ 5.452,49. No entanto, o banco informou que aplicará um redutor de 9,67% para distribuir os 12,8% do lucro líquido no primeiro semestre. Já a parcela adicional, que é de 2,2% do lucro no primeiro semestre, representará a distribuição linear de R$ 520,20, ficando bem abaixo do teto de R$ 1.694,00, previsto na convenção coletiva. Os dirigentes sindicais foram incisivos em não concordar com a aplicação do redutor, uma vez que os bancários fizeram a sua parte, gerando um lucro bruto de cerca de R$ 3 bilhões e não tendo nenhuma responsabilidade sobre os provisio- namentos efetuados e nem sobre os ajustes contábeis lançados no balanço, que impactaram negativamente os resultados. Outro argumento importante é o fato de constar já provisionado no balanço semestral o montante de R$ 188 milhões para pagamento a título de PLR, o que significa três vezes mais do que o valor projetado para o pagamento da antecipação da PLR. Para Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT, “o HSBC tem reais condições de atender à reivindicação de pagamento integral da antecipação da PLR porque, apesar de ter lançado R$ 1,8 bilhão como Provisionamento para Devedores Duvidosos (PDD), não tem qualquer problema de caixa e, com isso, reconhecer a dedicação sobre-humana da equipe de funcionários”. Diferenças salariais – O HSBC informou que pagará as diferenças salariais referentes ao reajuste de 8% dos meses de setembro e outubro já nesta folha de pagamento. Já as diferenças referentes ao vale-refeição e vale-alimentação, assim como ao pagamento da 13ª cesta-alimentação, serão creditadas no próximo dia 30. Vale-cultura – O banco anunciou que a nova conquista dos bancários poderá ser usufruída a partir de janeiro de 2014, conforme garante a convenção coletiva. O vale-cultura será R$ 50,00 por mês para funcionários que recebem até cinco salários mínimos, acumuláveis. Tribuna Bancária nº 1309 de 28 de outubro a 2 de novembro de 2013 – pág. 5 Banco do Nordeste do Brasil Novos cálculos da Equiparação: uma explicação técnica necessária Os representantes dos bancários na comissão paritária da ação de equiparação das funções do BNB às do Banco do Brasil apresentam a seguir explicações técnicas para os beneficiários da ação (Processo 1730/91) para que se entenda as diferenças entre os diversos cálculos que foram apresentados e agora estão sendo refeitos. Os cálculos do Sindicato, encaminhados à Justiça do Trabalho, tiveram como base as tabelas de valores de funções em comissão do BNB e do BB de 01/09/1990 (as únicas que constam nos autos do processo com a mesma data), sendo projetados para todo o período da equiparação de acordo com a situação específica de cada substituído. Essa forma de cálculo ignora as perdas inflacionárias que tiveram mês a mês no período, conforme explicado mais adiante. No caso do BNB, os cálculos efetuados, com base nos quais o Banco apresentou a proposta de R$ 49,5 milhões na audiência de 29/8, tiveram como base várias tabelas do BNB e do BB, sendo que há desencontros de datas e reajustes sobre elas, como ocorre, por exemplo, com a tabela do BB de 01/06/1987, que foi inadequadamente comparada com a tabela de 01/10/1988 do BNB. Há, ainda, divergência de reajustes, a exemplo de janeiro de 1993, quando as tabelas do BNB apresentam aumento de 136% em relação a dezembro de 2012, enquanto as do BB, no mesmo período, apresentam reajuste de apenas 32%. Nenhum dos dois critérios acima foi consensual na Comissão Paritária e, por isso, o Sindicato apresentou como solução adotar-se, como base de cálculo no BNB, os valores efetivamente pagos que constam nas folhas de pagamento anexadas aos autos pelo próprio banco. No caso do BB, a comparação deve ser, também, com as suas folhas de pagamento e, não sendo possível obter essas folhas, que foram solicitadas judicialmente, se- Foto: Drawlio Joca Assembleia aprova PCR e pagamento saiu junto com a PLR rão tomadas como base de cálculo as tabelas de AFR do BB anexadas aos autos, desde que corrigidas pelos mesmos índices aplicados aos valores efetivamente pagos pelo BNB, excetuando-se, evidentemente, a tabela do BB de 01/06/1987 por retratar uma realidade bem anterior ao período da equiparação. Esta tabela deverá ser substituída pela de 01/09/1990, tendo seus valores devidamente deflacionados pelos índices de correção de débitos trabalhistas do TST para 01/10/1988. Essa nova proposta do Sindicato, que está em estudo pela equipe técnica do BNB, implica em identificar nas folhas de pagamento do BNB os valores pagos mês a mês (71 meses) de todos os 1.638 substituídos, tarefa que, pela sua envergadura, já foi iniciada pela assessoria contratada pelo Sindicato. Esse critério implica também em valores menores do que os calculados pelo Sindicato e entregues à Justiça do Trabalho, não apenas por conta da dedução das horas extras no período, como também pelas perdas inflacionárias, fato este a ser levado em conta nas negociações com o BNB pelo seguinte motivo: Durante meses, em vários períodos da equiparação, os salários foram congelados, mesmo com altas taxas de inflação, gerando perdas inflacionárias que eram compensadas com abonos e adiantamentos não incorporados automaticamente aos salários, além de as contas bancárias em que eram depositados os salários serem remuneradas diariamente. Não há como contemplar ou identificar essas “compensações” nos cálculos com base nas folhas de pagamento. Apesar disso, esse método de cálculo, além de se basear em valores incontestáveis, é a única forma de identificar as horas extras pagas entre 31/10/1988 e 30/11/1992, em que o Banco do Brasil não pagava essas horas aos seus comissionados, possibilitando, assim, um acordo com o BNB conforme a metodologia aprovada na audiência de 29/8 deste ano. Para entender – Nos cálculos do Sindicato, apresentados à Justiça do Trabalho, no valor total de R$ 1 bilhão e 256 milhões, a preços atuais, não há dedução de horas extras e as perdas inflacionárias são ignoradas. Estes cálculos serão julgados para liquidação judicial caso o BNB se recuse a fazer um acordo. No caso do BNB, os cálculos que serviram de base para a proposta de R$ 49,5 milhões exacerbam essas perdas inflacionárias por comparar tabelas de valores de funções em comissão de datas e reajustes diferentes entre si. Já a nova proposta apresentada pelo Sindicato é a única forma de identificar as horas extras pagas pelo BNB, viabilizando um acordo com o Banco. JURÍDICO Sindicato convoca beneficiários das ações Folga, ATS e Licença Prêmio do BNB que não fizeram acordo O Sindicato dos Bancários do Ceará convoca os beneficiários das ações sobre folgas, anuênio (ATS) e licença-prêmio do Banco do Nordeste do Brasil, que não aderiram aos acordos firmados com o Banco, para que tragam documentos a fim de viabilizar a execução desses processos. Os bancários devem procurar o Departamento Jurídico do ITAÚ Sindicato, de segunda a sexta, a partir das 8h, trazendo as seguintes informações: variação salarial e os respectivos saldos de folga e licença prêmio, de forma que se possa proceder com os cálculos dos valores para a execução. O acordo das Folgas foi aprovado em assembleia dos beneficiários no dia 13/4/2012. Da mesma forma, o acordo sobre Anuênio (ATS) foi aceito em assembleia dia 5/5/2010 e o da Licença-Prêmio, dia 16/9/2009. Os três acordos partiram do princípio da adesão e quem não concordou com os termos dos acordos, continuou com suas ações tramitando na Justiça. O Sindicato dos Bancários do Ceará fica na Rua 24 de Maio, 1289 – Centro. Mais informações: (85) 3252 4266. Os funcionários do Itaú, reunidos em assembleia na terça-feira, dia 22/10, na sede do Sindicato, em Fortaleza, aprovaram a proposta feita pela direção do banco para a PCR (Participação Complementar de Resultados). Com isso, os bancários receberam R$ 1.950,00 neste ano e receberão R$ 2.080,00 em 2014, ambos sem desconto da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) da categoria. O banco pagou o montante deste ano no dia 25/10, junto com antecipação da regra básica e da parcela adicional da PLR. O novo valor representa um reajuste de 8,33% sobre o valor de 2012, quando os bancários receberam R$ 1.800,00 Já o total a ser pago em 2014 significa reajuste de 6,67% sobre o montante de 2013. Pós e segunda graduação – A proposta aprovada, apresentada pelo banco em negociação com a Contraf-CUT, federações e sindicatos no dia 17/10, em São Paulo, também amplia a abrangência das bolsas de estudo, que passam a contemplar, além da primeira graduação, a pós ou a segunda graduação. São cinco mil bolsas no valor de R$ 320,00 ao mês cada, sendo mil reservadas para pessoas com deficiência. “A mobilização e a participação dos trabalhadores sempre trazem conquistas. Primeiro com a nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que conquistou novamente aumento real e valorização da categoria, e agora com o PCR, prova de que nossa unidade continua sendo a forma mais objetiva de arrancarmos novos avanços”, analisa o representante do Nordeste na COE Itaú e diretor do Sindicato, Ribamar Pacheco. VALE-CULTURA Bancários ampliam conquistas e incentivam cultura A força da greve nacional dos bancários arrancou importantes conquistas econômicas e sociais, dentre elas o vale-cultura. A nova conquista acontece após a aprovação e regulamentação da Lei nº 12.761/2012, criada pelo governo Dilma como forma de incentivar o acesso de milhões de trabalhadores aos eventos e bens culturais. Além da Contraf-CUT, federações e sindicatos, a negociação com a Fenaban contou com o envolvimento direto da ministra da Cultura, Marta Suplicy. A cláusula, além de facilitar o acesso dos bancários, injetará mais de R$ 9 milhões por mês na cultura. “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte” – Durante a solenidade da assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho 2013/2014, ocorrida dia 18/10, em São Paulo, o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, destacou a conquista do vale-cultura, que pela primeira vez faz parte de uma convenção coletiva de trabalho no Brasil. “Isso permitirá que mais trabalhadores tenham acesso à literatura, ao cinema, ao teatro, aos espetáculos de música, valorizando a cultura em todo o País. A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só dinheiro, a gente quer inteiro e não pela metade”, disse ele parodiando a música dos Titãs. “Essa campanha foi muito difícil e a mobilização da categoria foi essencial para alcançarmos além de aumento real pelo décimo ano consecutivo, avançarmos em benefícios como este do vale-cultura. Só no Ceará, o vale cultura vai injetar na economia local mais de R$ 2 milhões em incentivo à leitura, ao consumo de produtos e serviços do teatro, de shows, e isso é também muito importante. Esse é um novo direito a ser agregado e um exemplo também para as negociações de outras categorias”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra. Tribuna Bancária nº 1309 de 28 de outubro a 2 de novembro de 2013 – pág. 6 Solenidade Sindicato participa de ato público do MPT sobre assédio moral nos bancos Um ato público sobre o assédio moral nos estabelecimentos bancários foi realizado na terça-feira, dia 22/10, em Fortaleza, promovido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), na Assembleia Legislativa do Ceará. Na ocasião foi feito o lançamento da Cartilha sobre Assédio Moral no Setor Bancário, que será disponibilizada em breve nos meios eletrônicos do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE). Os convidados palestrantes foram Ana Moreira, médica do Trabalho do INSS; psicóloga Rosemeire Cavalcante, do Núcleo de Atenção a Saúde do Trabalhador (NUAST); o juiz do Trabalho Emanuel Furtado, do Tribunal de Justiça do Estado; o advogado Carlos Chagas, assessor jurídico do SEEB/CE; e Marcos Aurélio, do Banco do Brasil. Também estiveram presentes representando o Sindicato, o presidente Carlos Eduardo Bezerra e o diretor de Saúde, Eugênio Silva. Os representantes do Sindicato fizeram uma exposição das condições de trabalho dos bancários e como a entidade ajuda os trabalhadores vítimas no combate ao assédio moral. O SEEB/CE tem uma Secretaria de Saúde com atendimento diário, dispõe de espaço para denúncia no seu site, criou o Grupo de Apoio a Saúde do Bancário (Gasb) e o Plantão Psicológico, com atendimento profissional semanal aos bancários que necessitam de apoio psicológico. O presidente do SEEB/CE, Carlos Eduardo Bezerra, des- FINANCIÁRIOS Fenacrefi faz proposta semelhante à da Fenaban e Contraf orienta aceitação A Fenacrefi (Federação Nacional de Instituições de Crédito, Financiamento e Investimentos) apresentou na terça-feira, 22/10, à Contraf-CUT, federações e sindicatos proposta de Convenção Coletiva dos financiários semelhante à da Fenaban, que inclui aumento real de 1,82% nos salários, ganho real de 2,29% nos pisos e de 3,71% acima da inflação para os valores fixos da PLR. As entidades sindicais que negociam com a Fenacrefi orientam os sindicatos a realizarem assembleias até a terça-feira, 29, para aprovar o acordo. “A Fenacrefi atendeu a reivindicação dos trabalhadores e propôs acompanhar as principais cláusulas da Convenção Coletiva dos Bancários, que garante aos financiários aumento real de salário pelo décimo ano consecutivo, além de valoriza- ção dos pisos salariais, melhoria na PLR e outros avanços econômicos e sociais, como o vale-cultura e a diminuição do prazo para resposta dos bancos nos casos de denúncia de assédio moral”, afirma Ivone Silva, secretária-geral da Contraf-CUT. A pauta de reivindicações dos financiários foi entregue à federação patronal no dia 16/7. Suspensa durante as negociações dos bancários com a Fenaban, a discussão da pauta foi retomada na terça, 22. Os financiários têm data-base em 1º de junho, diferentemente dos bancários, que é em 1º de setembro em todo o País. Os valores retroativos a 1º de junho serão depositados na folha de pagamento de novembro. A Fenacrefi representa os estados do Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Paraná. A proposta da Fenacrefi Reajuste – 8,9%. Descontada a inflação de 6,95% do período, o aumento real foi de 1,82%. Pisos – 9,4%, o que representa ganho real de 2,29%. Veja no quadro acima como serão os salários e as outras verbas. PLR: 90% sobre todas as verbas + fixo de 1.760 + 10,92% (ganho real de 3,71%) = R$ 1.952,19. Teto de 8.555,19 + 8,90% = R$ 9.316,60. tacou a importância do evento com foco no assédio moral. Segundo ele, “a ameaça de dispensa é constante nos locais de trabalho e com este evento temos a verdadeira compreensão dos males do assédio moral como causador de doenças na categoria bancária”, disse. Um dos encaminhamentos do ato do Ministério Público do Trabalho foi proposto pelo diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Eugênio Silva, para que o INSS promovesse uma parceria com o Centro Estadual de Referância em Saúde dos Trabalhadores (Cerest), com objetivo de resolver problemas que surgem quando os trabalhadores procuram a Previdência Social para recebimento do Auxílio Doença. Sobre o debate, o dirigente sindical afirmou, “o debate foi de extrema importância, não só para os bancários, mas para o conjunto dos trabalhadores, haja vista que a iniciativa partiu de uma entidade que tem tradição em defender o direito dos trabalhadores, bem como pelas partes envolvidas no debate do tema”. Antecipação da PLR Serão pagos em até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva: 60% dos valores fixos = R$ 1.171,31. * A segunda parcela (90% de todas as verbas + 40% dos valores fixos) será depositada até 28 de fevereiro de 2014. Vale-cultura (novidade) R$ 50,00 mensais para quem ganha até 5 salários mínimos, conforme Lei 12.761/2012. Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta das empresas às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenacrefi para discutir aprimoramento do programa. Compromisso – Em março de 2014 será instalado grupo de trabalho bipartite para discutir novo modelo de PLR. Não aos maus tratos Gordura x Coração Pesquisa publicada na revista médica British Medical Journal afirma que o consumo de produtos com pouca gordura “paradoxalmente” aumentou o risco de ter doenças cardiovasculares. Segundo o estudo, as pessoas consomem produtos desnatados pensando que são melhores para a saúde, mas na realidade, muitos deles contêm grandes quantidades de açúcares acrescentados para compensar o sabor. No entanto, é necessário diferenciar as gorduras trans (fast food, confeitaria e margarina), que são prejudiciais, e as gorduras do leite, do queijo e da carne, que não são ruins para a saúde. • • • Tratamento contra o câncer O Senado aprovou dia 22/10 projeto de lei que inclui entre as coberturas obrigatórias dos planos de saúde os tratamentos de uso oral para o câncer. O projeto agora segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff. Embora essa cobertura já esteja prevista pela ANS, os senadores querem transformá-la em lei para forçar os planos a cumprirem a regra. “Após a aprovação no Congresso e a sanção da presidenta Dilma, esse foi o momento mais importante (para o benefício)” Ministra da Cultura, Marta Suplicy, destacando a importância da inclusão do Vale-Cultura na Convenção Coletiva dos Bancários O projeto de lei que criminaliza atos de crueldade contra animais está pronto para ser votado pelo plenário da Câmara. No dia 24/10, os deputados aprovaram de forma simbólica o requerimento de urgência para a votação da proposta. O projeto estabelece que quem cometer maus-tratos, de forma intencional, a animais poderá ser preso por até cinco anos. A discussão da proposta veio à tona após ativistas resgatarem 178 cães da raça beagles do Instituto Royal, em São Roque, São Paulo, no dia 18/10. • • • Atendimento em casa Um projeto de lei aprovado dia 23/10 na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, em caráter terminativo, prevê que pessoas idosas e doentes poderão ser atendidas em casa em caso de convocação de órgãos públicos ou para resolver problemas pessoais. O atendimento domiciliar será obrigatório quando o contato com o idoso for requisitado pelo órgão público, como a perícia feita pelo INSS, por exemplo. Se o caso a ser resolvido for de interesse pessoal do idoso, ele poderá designar um procurador legalmente constituído para resolver o problema. Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários no Estado do Ceará Rua 24 de Maio, 1289 – Centro – CEP 60.020-001