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TECNOLOGIA
Cimento para
todo o Brasil
Unidade cimenteira da Votorantim aplica solução tecnológica da Gapso para auxiliar
nas tomadas de decisão e otimizar os processos de toda a cadeia produtiva e logística,
assegurando a eficiência na distribuição do produto no território nacional
A
Votorantim Cimentos, empresa pertencente ao Grupo Votorantim, companhia
100% brasileira que, além do segmento cimenteiro, atua com mineração, metalurgia, siderurgia, celulose e papel, suco concentrado de
laranja e autogeração de energia,
distribui diariamente um total de
90.000 toneladas de cimento em
sua complexa malha, que se esten-
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de por praticamente todo o território brasileiro.
Há 76 anos no mercado e detentora de 40% de participação na
produção nacional de cimentos, a
Votorantim conta com 32 fábricas
operadas por cerca de nove mil colaboradores, 45 centros de distribuição e seis unidades portuárias,
totalizando dez mil rotas e mais de
500 zonas logísticas.
Com uma produção de mais de
15 tipos de cimento, entre ensacados e granéis, a empresa observou a
necessidade de buscar no mercado
uma solução tecnológica que fosse
capaz de auxiliar no planejamento,
em curto e médio prazos, de suas
atividades fabris e logísticas. “Toda
nossa malha, somada às variações
de mercado, exige análises complexas e muito rápidas. Precisávamos
de uma ferramenta que fosse capaz
de aglomerar todas as variáveis que
impactam nas decisões de abastecimento”, conta o gerente de Planejamento Logístico da Votorantim
Cimentos, Eduardo Botelho.
O executivo explica que, para
cumprir com o compromisso de
abastecer todo o Brasil, a rede de
produção e distribuição de cimentos da empresa se depara constantemente com diversos desafios. “Cada
região tem um perfil de consumo ao
longo do ano e isso faz com que alterações no fluxo de abastecimento
ocorram com certa frequência. Por
exemplo, se começa a chover mais
que o normal em um determinado
local, o consumo de cimento pode
cair, acompanhando o ritmo da
construção civil”, conta Botelho.
Outro fator primordial que deve
sempre ser levado em conta, segundo
ele, é o fato de o cimento não fazer
viagens longas. “Por ser um produto de baixo valor agregado, o custo
do frete pode inviabilizar a operação
em alguns casos. Se o produto chega
acima do preço de mercado, ele não
Botelho: necessidade de ferramenta que
analisasse todas as variáveis
de abastecimento
Apoio à decisão
O
gerente de Projetos da Gapso, Matheus Silva, faz questão
de esclarecer que soluções como o
OML têm como função primordial
servir como base para nortear as decisões tomadas por pessoas-chave
dentro das empresas utilizadoras,
assim como é feito pela Votorantim em suas reuniões de S&OP. “As
ferramentas de apoio à decisão não
falam ‘você tem de fazer isso desse
jeito’. Elas não mandam, mas sugerem. Na verdade, fornecem dados
que mostram, da melhor maneira
possível, que determinada ação valerá a pena”, explica.
De fato, softwares desse tipo
baseiam-se na premissa de reunir
conhecimentos para analisar o
maior número possível de variáveis, com o objetivo de auxiliar no
planejamento e na tomada de decisões importantes, apresentando
as melhores alternativas e rumos
a serem tomados. Trata-se da uti-
é competitivo”. Por isso, a Votorantim conta com aproximadamente
80 pontos de expedição espalhados
pelo país, de onde o cliente pode
retirar o produto ou solicitar que a
empresa realize a entrega.
Toda essa complexidade fez com
que, em 2011, a Votorantim procurasse a Gapso – empresa desenvolvedora de soluções tecnológicas de
apoio à decisão, especializada em supply chain management –, para criar
o Otimizador de Malha Logística
(OML), um software capaz de auxiliar
no planejamento, considerando os
contextos macro, que definem o que
produzir, como atender e distribuir
o produto da melhor maneira possível e com o menor custo; e micro,
que apresentam a melhor forma de
lização da tecnologia aliada aos
recursos intelectuais da empresa
para facilitar e levar excelência ao
cotidiano das operações.
O gerente conta que a capacidade de raciocínio humana é
muito importante no emprego
de um sistema como esse, devido
ao fato de os cenários serem gerados a partir de variáveis indicadas
pelo utilizador. “O OML fornece
a melhor solução com base em
um mundo ideal, ou com restrições que devem ser indicadas. Se
o planejamento já foi feito, mas
uma máquina quebrou, por exemplo, é preciso imputar esse fato e
replanejar com base nesse acontecimento, gerando um novo resultado com o cenário alterado”, diz.
“A ferramenta, sozinha, não leva
em consideração esse tipo de fator que, por ser imprevisto, torna-se impossível de ser modelado”,
completa Silva.
produzir em cada uma das unidades
fabris da Votorantim. “A primeira semente surgiu em 2010, com discussões dentro da própria empresa, até
chegarmos ao modelo desejado. Mas
o projeto começou, de fato, em março do ano passado”, conta Botelho.
De acordo com o gerente de Projetos da Gapso, Matheus Silva, a intenção, desde o início, era criar uma
solução que fornecesse uma visão geral da cadeia produtiva do cimento,
desde o fornecimento dos insumos
até a entrega para o cliente. “O OML
é uma ferramenta desenvolvida especificamente para a otimização da
malha de distribuição de cimentos;
porém, o sistema não olha somente
para esse aspecto, mas também para
a produção”, explica.
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Desenvolvimento
Silva conta que o grande desafio
na criação desse tipo de aplicação
é a geração do modelo matemático
por trás da ferramenta. Para entender melhor as necessidades da Votorantim, o gerente da Gapso lembra
que, durante um mês, os profissionais da empresa envolvidos no
projeto realizaram exaustivas reuniões, com o objetivo de acumular
conhecimento a respeito do negócio do cliente. “Foram encontros
com todas as áreas envolvidas. Assim, conhecemos as características
e particularidades que deveriam ser
levadas em consideração dentro do
modelo”, diz. Segundo ele, todas
as informações anotadas geraram
Silva: além da distribuição, OML olha
também a produção
um documento, aprovado pela Votorantim, a respeito do entendi-
mento da Gapso sobre os processos
produtivos e logísticos envolvidos.
Eduardo Botelho explica que todo o
projeto contou com a participação
de um profissional da área de Planejamento e Controle de Produção
(PCP) da Votorantim, mas o auxílio
de outras áreas da empresa, como os
departamentos industrial, logístico
e de finanças, foi fundamental para
o desenvolvimento do OML.
Na primeira etapa, o foco principal para a criação do otimizador
era definir quais seriam as entradas
de dados do sistema, baseado em
todo o know-how adquirido durante os estudos realizados junto à Votorantim. “Os elementos que compõem a ferramenta são as fábricas,
fornecedores, clientes e máquinas
Todos os processos e suas etapas estão representados no sistema
da empresa, por exemplo”, diz Matheus Silva. Segundo ele, tudo está
representado em seus mínimos detalhes no OML, com possibilidade,
inclusive, de se remover e inserir
novos elementos que venham a fazer parte da malha. “Você consegue
alterar o cenário com, digamos, a
inauguração de uma nova planta. Se ela estiver programada para
entrar em operação em agosto de
2013, por exemplo, no momento
de fazer o planejamento anual com
a ferramenta é possível incluir essa
nova unidade hoje, com todos os
detalhes de capacidade de produção
previstos”, explica. Da mesma maneira, para realizar um planejamento mensal com uma data anterior a
agosto de 2013, é possível excluir a
nova fábrica adicionada.
Silva diz que é impossível definir
a ordem de grandeza das variáveis
embutidas no sistema, por se tratar
de uma ferramenta que trabalha com
um número muito grande de possibilidades e também pela facilidade
de se alterar esse número conforme
a necessidade. Para exemplificar o
nível de detalhamento das operações da Votorantim representadas
no OML, o executivo conta que é
possível definir até mesmo o horário de funcionamento dos equipamentos para reduzir a demanda por
energia em períodos de pico, que em
alguns locais podem gerar um custo
maior no processo produtivo.
“Podemos, inclusive, deixar para
o próprio sistema decidir isso”, diz.
“A ferramenta permite receber até
instruções a respeito do uso de aditivos em um determinado equipamento, impactando no tempo de
produção”, completa o gerente de
Projetos. Botelho concorda com a
afirmação de que a flexibilidade é
um diferencial importante. “Esta é,
certamente, uma das grandes vantagens da utilização do OML. Ele possibilita alterar, por exemplo, capacidades estáticas e ao longo do tempo,
fretes por modal, incluir novos moinhos, ensacadeiras, fornos, etc.”
“Em seis meses, aproximadamente, tínhamos o otimizador
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Primeira 100% nacional do setor
A
Votorantim Cimentos nasceu em 1933, com o início da
construção da Fábrica de Cimento Santa Helena, em Sorocaba, no
interior de São Paulo. Na época,
o engenheiro pernambucano José
Ermírio de Moraes decidiu diversificar os negócios adquiridos de
seu sogro, o imigrante português
Antônio Pereira Inácio, que, desde
1918, mantinha uma fábrica de tecelagem no bairro de Votorantim.
Primeira fábrica do tipo, construída com capital 100% nacional,
a planta possuía capacidade para
produzir 250 toneladas por dia do
Cimento Votoran. Com a Santa Helena, inaugurada em 2 de junho de
1936, a empresa venceu uma licitação para fornecer o produto para os
trabalhos de remodelação do Viadu-
pronto e funcionando. E então começaram os testes maciços para
adequarmos a ferramenta à realidade dos processos da empresa”, conta Silva. O OML é operado pelo
profissional de PCP da Votorantim alocado em São Paulo,
que acompanhou todos os processos de criação e validação
da ferramenta. Esse profissional recebe informações de todas as áreas envolvidas, insere
os dados na ferramenta e gera
o cenário otimizado. Com o
resultado em mãos, a empresa
realiza suas reuniões periódicas
de Sales and Operations Planning (S&OP).
“Antes, as informações usadas nos encontros eram feitas à
mão. Agora é tudo gerado pela
ferramenta”, diz o gerente. A
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to do Chá, famoso cartão postal da
capital paulista localizado na região
central da cidade.
Atualmente, a holding, que ganhou o nome oficial de Votorantim
Cimentos em 1998, conta com fábricas em todo o território nacional,
bem como unidades e participações
acionárias que garantem sua presença nos Estados Unidos, Canadá,
Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai,
Paraguai, Peru e Portugal.
Além do Viaduto do Chá, grandes obras carregam a marca dos
cimentos da empresa, como a
Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará,
os aeroportos de Recife e Congonhas (SP) e o Centro Empresarial
Nações Unidas (SP). Em 2011, a
Votorantim Cimentos lucrou R$
907,5 milhões.
solução já proporcionou à Votorantim um ganho entre 20% e 30%
na velocidade de replanejamento.
“Hoje, conseguimos vislumbrar
Tela do OML representando o estoque
de cimento
qual é o atendimento ideal para
uma determinada demanda. Antes,
não tínhamos as visões global e local conjuntas tão apuradas”, analisa
Botelho. Com a utilização do OML,
a empresa é capaz de obter uma solução ideal para um determinado
cenário em cerca de 20 minutos
- um período de tempo rápido, se
levada em conta toda a complexidade das operações. “Se surgir um
imprevisto, é possível refazer o planejamento e, em pouco tempo, ter
uma nova proposta do que fazer”,
completa Matheus Silva.
De cara nova
Com a solução implantada e em
utilização, a Gapso iniciou, então,
a segunda fase do projeto, dedicada ao desenvolvimento da interface gráfica do OML. “Essa etapa foi
mais simples. Como já conhecíamos todas as informações que o sistema precisava, pudemos nos concentrar especificamente na criação
do layout”, conta Silva. Ele explica
que, até então, todos os dados de
entrada imputados pelo utilizador
eram feitos via planilha Excel, assim como as informações dos relatórios gerados pelo otimizador. “O modelo matemático é
muito complexo, por isso não
é simples entender as informações e transformá-las em
conhecimento útil para o dia
a dia da operação. Muitas empresas acabam desistindo nesse ponto do projeto. Acredito
que o sucesso do OML esteja
justamente no comprometimento que tanto a Votorantim quanto a Gapso tiveram
nessa fase”, diz.
Depois do término do desenvolvimento da interface
gráfica, que ocorreu em setembro passado, as planilhas foram
total suporte em relação à utilização da
ferramenta.
“Cimento
não
tem fidelização. Se
o consumidor chega
a uma loja e não encontra uma marca,
leva outra. Por isso,
é preciso estar sempre presente, sempre disponível”, diz
Silva,
justificando
a necessidade de a
Votorantim planejar, com atenção aos
mínimos detalhes,
sua cadeia de distriDevido à baixa fidelização, a falta do produto no comércio é
buição. “O OML surfatal para as vendas
giu de acordo com
deixadas de lado. Segundo Silva, a as necessidades da Votorantim, mas
utilização tornou-se muito mais sim- pode ser adaptado para qualquer
ples, apesar de ainda demandar certo empresa produtora de cimento,
aprendizado, devido ao grande volu- considerando, obviamente, as parme de informações com as quais o sis- ticularidades de cada uma. Com altema lida. Botelho explica que hoje gumas customizações, a ferramenta
os resultados são gerados pela ferra- pode ser utilizada por outros players
menta em diversos formatos, dentre do ramo”, diz o executivo.
os quais aqueles utilizados pela Voto“O cimento é um produto bárantim com maior frequência, como sico na construção civil. Temos o
mapas e gráficos, facilitando a leitura compromisso de sempre abastecer o
e o entendimento.
mercado”, afirma Botelho. Porém, o
O gerente de Planejamento Lo- executivo aponta mais uma caracgístico conta que, atualmente, o terística considerada fundamental
OML já se tornou uma ferramenta para o desenvolvimento de uma
de trabalho rotineira na Votorantim ferramenta como o OML: “Outro
Cimentos. “Utilizamos o software objetivo do projeto foi colocar todo
para estudos de qualquer tipo”, diz o o conhecimento, que está na cabeexecutivo, lembrando que a solução ça das pessoas, em uma base digiengloba dados das mais diversas áre- tal, onde essa expertise permaneça
as da empresa, chegando a conside- disponível para toda a empresa ao
rar até mesmo os impostos envolvi- longo do tempo”, finaliza.
dos em toda a cadeia. “Mas existem
alguns marcos. A reunião de S&OP,
Fernando Fischer
por exemplo, é mensal. No momento, estamos trabalhando no estudo
de nosso processo orçamentário
para 2013”, completa. Silva lembra
Gapso: (21) 2117-8000
que todos os processos são acompaGrupo Votorantim: 0800 8911729
nhados de perto pela Gapso, que dá
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