INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE FUNORTE Kleber Santos Couto EXTRAÇÃO DE MOLARES PARA FINS ORTODÔNTICOS - REVISÃO DE LITERATURA Salvador 2014 Kleber Santos Couto EXTRAÇÃO DE MOLARES PARA FINS ORTODÔNTICOS - REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE NÚCLEO SALVADOR, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista. ORIENTADOR: Prof. MS. Jorge Luis de Oliveira Ribeiro Salvador 2014 Ficha Catalográfica Couto, Kleber Santos. Extração de Molares para Fins Ortodônticos - Revisão de Literatura. Salvador: IAPPEM, 2014. 34p. Monografia IAPPEM (Especialização em Ortodontia) 1. Extração Molares 2. Ortodontia. 3. Exodontia. 4. Adulto CDU: – TERMO DE APROVAÇÃO Kleber Santos Couto EXTRAÇÃO DE MOLARES PARA FINS ORTODÔNTICOS - REVISÃO DE LITERATURA COMISSÃO EXAMINADORA Examinadores Titulares 1. Dr. Jorge Luis de Oliveira Ribeiro 2. Dra. Mônica Corbacho de Melo 3. Dra. Inês Martins Nunes Salvador 2014 RESUMO Os tratamentos ortodônticos com extrações de molares, apesar de não se constituírem numa alternativa de rotina da terapia ortodôntica, quando bem indicados e executados, podem trazer benefícios para pacientes com diversos tipos de más oclusões. Os molares permanentes podem ser extraídos, sobretudo, nos casos que estejam, de alguma forma, comprometidos e os pré-molares, que seriam tradicionalmente os dentes a serem extraídos, estejam presentes e hígidos. Além dessa indicação clássica, os molares também podem ser extraídos em casos de retratamento ortodôntico, em pacientes com problemas sagitais de Classe I, II ou III, associados ou não a problemas verticais como, por exemplo, a mordida aberta anterior e, também, associados ou não a problemas transversais como a mordida cruzada. A extração desses dentes está contraindicada, principalmente, em pacientes com altura facial inferior diminuída ou com apinhamento severo anterior. As principais vantagens dessa alternativa terapêutica consistem numa menor alteração no perfil facial, obtenção de relação final de Classe I de molares e manutenção de uma arcada saudável. Por outro lado, a principal desvantagem que tem sido apontada a essa alternativa de tratamento ortodôntico deve-se ao fato de requerer uma mecânica mais complexa, com particularidades específicas quando comparada aos tratamentos ortodônticos convencionais. Palavras chave: Extração molares. Exodontia. Ortodontia. Adulto. ABSTRACT Orthodontic treatment with extraction of molars, even these do not constitute an alternative for routine orthodontic therapy when properly indicated and executed, can bring benefits to patients with many types of malocclusions. The permanent molars can be extracted, especially when they are, somehow, committed and premolars, which traditionally would be the teeth to be extracted, are present and healthy. Besides this classic statement, the molars can also be extracted for orthodontic cases of retreatment in patients with sagittal issues Class I, II or III, or combined with vertical problems, anterior open bite, and also associated or not the cross as the cross bite problems. The extraction of these teeth is contraindicated, especially in patients with decreased lower facial height or previous severe crowding. The main advantages of this alternative therapy consist of a minor change in facial profile, obtaining final ratio of Class I molar and maintaining a healthy arch. On the other hand, the main disadvantage has been pointed out that this alternative orthodontic treatment is due to the fact require a more complex mechanics with specific characteristics when compared to conventional orthodontic treatments. Keywords: Molar Extraction. Extraction. Orthodontics. Adult. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................7 2. PROPOSIÇÃO...............................................................................................................8 3. REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................................9 3.1. EXTRAÇÃO DE PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES........................10 3.1.1. INDICAÇÕES............................................................................................13 3.1.2. CONTRA-INDICAÇÕES............................................................................14 3.1.3. TRATAMENTO..........................................................................................15 3.1.4. VANTAGENS............................................................................................17 3.1.5. DESVANTAGENS.....................................................................................18 3.2. EXTRAÇÃO DE SEGUNDOS MOLARES PERMANENTES........................19 3.2.1 INDICAÇÕES.............................................................................................19 3.2.2 CONTRA-INDICAÇÕES.............................................................................22 3.2.3 TRATAMENTO...........................................................................................23 3.2.4 VANTAGENS..............................................................................................23 3.2.5 DESVANTAGENS.......................................................................................25 3.3 EXTRAÇÃO DE TERCEIROS MOLARES PERMANENTES.........................26 4. DISCUSSÃO.................................................................................................................28 5. CONCLUSÃO...............................................................................................................33 REFERÊNCIAS 7 1. INTRODUÇÃO Dos primórdios da Ortodontia até os dias atuais, diversos autores discutem quanto à melhor maneira de tratar alguns tipos de maloclusões, ou seja, tratamentos ortodônticos com ou sem extrações dentárias. Os não extracionistas defendem que o tratamento, que tem como objetivo a obtenção de uma oclusão normal, não deve incluir a mutilação de dentes saudáveis e que suas extrações jamais deveriam ser realizadas com a finalidade de facilitar a mecânica ortodôntica. Já os extracionistas afirmam que em alguns casos a extração de dentes hígidos se faz necessária, proporcionando um tratamento mais rápido e com um menor nível de colaboração requerida do paciente, obtendo melhores resultados estéticos e funcionais. O plano de tratamento ortodôntico deve ser elaborado a partir de uma avaliação completa dos pacientes e com o auxílio dos mais diversos elementos de diagnóstico. Esses elementos nortearão a decisão do ortodontista quanto à realização ou não de extrações, bem como, terão forte influência na escolha das unidades a serem extraídas, no caso de tratamento com extrações dentárias. Nesse sentido, os primeiros e segundos pré-molares, tradicionalmente, são os dentes de eleição, principalmente pela posição que ocupam na arcada. Todavia, a extração de dentes de outro grupo como, por exemplo, os molares, pode ser, para alguns casos clínicos, a alternativa mais indicada. A extração de molares está indicada em casos específicos e ainda geram muitas dúvidas quanto a sua indicação e realização, além de ser um tratamento tecnicamente mais complexo, seu tempo de execução tende a ser maior e a obtenção de bons resultados de finalização são mais difíceis de serem alcançados. Diante disso, o presente trabalho se constitui numa revisão de literatura que tem por objetivo apresentar aspectos científicos relacionados a tratamentos ortodônticos com extração de molares, proporcionando, assim, importante ferramenta de estudo aos ortodontistas para que possam fundamentar os seus diagnósticos e respectivos planejamentos, bem como, nortear a execução dessa importante alternativa da terapêutica ortodôntica. 8 2. PROPOSIÇÃO O objetivo desse trabalho é apresentar um levantamento bibliográfico acerca de tratamentos ortodônticos com extrações de molares destacando as suas principais características. 9 3. REVISÃO DE LITERATURA Segundo Ruellas e colaboradores (2010), diante de qualquer má oclusão, é necessário avaliar as características dentárias, faciais e esqueléticas do paciente para se ter um correto diagnóstico e eficiente plano de tratamento. Algumas dessas características como a cooperação, a discrepância de modelos, a discrepância cefalométrica e o perfil facial, a idade esquelética (crescimento) e as relações anteroposteriores, a assimetria dentária, o padrão facial e as patologias, consideradas elementos de diagnóstico, devem ser observadas atentamente na decisão sobre a realização de extrações no planejamento do tratamento ortodôntico. A associação desses aspectos é importante para a decisão correta, todavia, algumas vezes, uma característica, por si só, pode definir o plano de tratamento. A discrepância entre o volume dental (somátorio dos diâmetros mésio-distais das coroas dos dentes) e o espaço disponível para a colocação desses dentes sobre sua respectiva base óssea é aferida em milímetros e de acordo com sua magnitude, pode, por si só, já ser um forte indicativo de extração. Em casos onde a cefalometria demonstra incisivos inclinados para vestibular ou até mesmo normo-posicionados mas com uma discrepância de modelo acentuada (≥14 mm), torna-se quase mandatória a execução de extrações terapêuticas para viabilizar a correção ortodôntica. (VASCONCELOS, 2005). Segundo Mezomo e colaboradores (2010), atualmente, é rotina no planejamento ortodôntico a extração de pré-molares, principalmente os primeiros pré-molares. Tais exodontias são indicadas em casos de apinhamento, biprotrusão e presença de perfil esteticamente desagradável (quando se torna benéfica a retração dos dentes anteriores). Esses dentes estão próximos do centro de cada quadrante da arcada e, normalmente, estão próximos do local do apinhamento. Entretanto, em algumas situações a extração de outros dentes pode ser mais apropriada e vantajosa. Segundo Schroeder e colaboradores (2011), o tratamento ortodôntico com extração de molares em pacientes adultos é tecnicamente mais complexo, devido a inúmeros fatores. Em geral, o espaço a ser fechado é maior do que o espaço dos pré-molares e, por isso, a ancoragem é crítica e o tempo de tratamento mais longo. 10 Algumas vezes durante o planejamento do tratamento de pacientes adultos, opções de tratamento não convencionais podem ser consideradas a fim de atingir resultados que tragam o máximo de vantagens ao paciente, especialmente quando as exodontias são uma opção a ser avaliada. É comum encontrar, em tais pacientes, dentes com o seu prognóstico a longo prazo comprometido devido a destruições coronárias extensas ou patologias com envolvimento endodôntico (CARACAS, SANT'ANA e ARAÚJO, 2011). 3.1 EXTRAÇÃO DE PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES O primeiro molar permanente é considerado por Angle (1899 apud LÓPEZ, 2007) como ―pedra angular‖ de oclusão - intocável até hoje. Segundo ele, esse molar é determinante para classificação das más oclusões e é peça fundamental em tratamentos que necessitam de ancoragem. Portanto, a ideia de extraí-los não é pacificamente aceita pela grande maioria dos clínicos. Os primeiros molares permanentes são os dentes mais acometidos por lesões cariosas, provavelmente por terem sua erupção concluída em torno dos 6 (seis) anos de idade podendo, portanto, ser confundidos com dentes deciduos e, erroneamente, acabar por merecer menor atenção quanto à higiene bucal. Sua anatomia oclusal, fortemente caracterizada pela presença de fôssulas e fissuras, também contribui para o aumento de sua susceptibilidade à cárie (PINE et al.,1997). O número de pacientes adultos que se submetem a tratamento ortodôntico representa uma parcela significativa nos consultórios dos ortodontistas. É comum encontrar nesses pacientes algum grau de comprometimento, ou mesmo a ausência, de um ou mais molares. Esse mesmo autor ressalta que em casos que apresentam falta de espaço para o alinhamento dos dentes, protrusão dentária ou assimetrias intra-arcadas, nos quais a exodontia de dentes permanentes está indicada, os molares comprometidos podem se tornar a primeira opção de extração quando os pré-molares estão em melhores condições (SCHROEDER et al., 2011). Reforçando a tese de que os pacientes adultos representam uma parcela significativa nos consultórios ortodônticos, Oyamada e Furquim (2012), em seu estudo, concluíram que o atendimento a pacientes adultos saltou de 20% do total de casos iniciados em 2000 para 55% em 2010. 11 Segundo Ong e Bleakley (2010), o primeiro molar permanente raramente é o dente de escolha para extração no tratamento ortodôntico, contudo, existem várias situações clínicas em que a extração de primeiros molares permanentes deve ser considerada: grandes lesões cariosas nos primeiros molares, hipoplasia, extensas restaurações nos primeiros molares em que os pré-molares são perfeitamente saudáveis, apinhamento patologias apicais ou primeiros molares tratados endodonticamente, na parte posterior dos arcos com os terceiros molares com forma e em posição razoáveis, más oclusões esqueléticas com plano mandibular divergente (padrão vertical dolicofacial) e mordida aberta anterior. Silva (2010) afirma que a escolha dos dentes a serem extraídos para a correção, geralmente, recai sobre os primeiros ou segundos pré-molares, devido à sua posição na arcada. Contudo a extração do primeiro molar permanente, em função de algum comprometimento, por cárie ou restauração extensa, pode ser uma alternativa, proporcionando a manutenção de um dente hígido em detrimento de outro já manipulado. Para Ong e Bleakley (2010), alguns fatores ainda devem ser considerados em casos cujos primeiros molares permanentes estejam comprometidos como, por exemplo, o grau de comprometimento desses dentes, a localização e a quantidade de primeiros molares permanentes comprometidos, a fase de dentição do paciente, o relacionamento oclusal, o grau de apinhamento dentário, a presença e condições de outros dentes, incluindo os terceiros molares e o melhor momento para se fazer a extração. Segundo Signori e colaboradores (2004), a extração do primeiro molar permanente comprometido por cárie, restaurações, entre outros, pode ser considerada uma excelente alternativa de tratamento, pois proporciona ao paciente uma superfície oclusal saudável, em detrimento de um dente comprometido. 3.1.1 INDICAÇÕES A exodontia dos primeiros molares permanentes com finalidade ortodôntica está indicada na presença de molares excessivamente extruídos, tratados endodonticamente, com cáries e/ou restaurações extensas, com acentuado comprometimento periodontal e nos retratamentos ortodônticos que apresentam má oclusão de Classe II com ausência dos quatro pré-molares. As extrações de molares 12 também estão indicadas nos apinhamentos severos, nos pacientes que apresentam plano mandibular alto e perfil convexo, pois a movimentação para mesial dos dentes posteriores auxilia na obtenção da rotação anti-horária da mandíbula e nos casos que apresentam ausência prévia de um dos molares (SCHROEDER et al., 2011). A preservação de dentes saudáveis em detrimento de dentes com grande perda estrutural deve ser considerada como um dos objetivos do tratamento, sendo que tal escolha pode contribuir para a obtenção de bons resultados estéticos e funcionais, que são estáveis a longo prazo (CARACAS, SANT'ANA e ARAÚJO, 2011). A extração dos primeiros molares permanentes não é um procedimento rotineiro, uma vez que estes dentes são considerados como dentes chave de oclusão e a sua indicação poderia ser considerada em casos de Classe I de Angle com apinhamento severo ou com mordida aberta anterior leve (HENRIQUES, JANSON e HAYASAKI, 2002) Segundo Ruellas e colaboradores (2012), com os terceiros molares inferiores presentes, a extração dos primeiros molares inferiores seria uma boa opção para a resolução de problemas anteroposteriores e verticais presentes na má oclusão de Classe III, chegando-se a um relacionamento molar de Classe I de Angle. A extração dos primeiros molares inferiores promove mais espaço que as extrações convencionais de pré-molares, trazendo mais vantagens para a resolução da Classe III associada a problemas transversos na arcada inferior por permitir uma maior constricção do arco (CHEN e XU, 2013). De acordo com os achados de López, Souza e Andrade Júnior (2007), a extração dos primeiros molares permanentes (parcial ou total) é uma alternativa para solução de algumas más oclusões do tipo mordida aberta anterior com características específicas, sendo que um paciente com mordida aberta anterior, perfil levemente convexo, discreta protrusão dentária, apinhamento e AFAI aumentado tem características favoráveis para extrações dentárias, dentre elas dos primeiros molares permanentes, pois permitem a mesialização dos segundos molares permanentes e, conseqüentemente, do fulcro. Esta alteração promove a diminuição da hiperdivergência entre os planos mandibular e palatal, devido à rotação da mandíbula no sentido anti-horário, favorecendo o fechamento da mordida aberta anterior. A extração do primeiro molar permanente também está indicada para tratar pacientes com perfil levemente côncavo, pois corrige as más oclusões 13 presentes sem alterar o perfil significativamente, se comparado aos efeitos da extração de primeiros ou segundos pré-molares, no tecido mole. Segundo Simonetti, Siqueira e Maltagliatti (2009), a exodontia de molares como recurso terapêutico para fechamento da mordida aberta anterior é eficiente para aqueles indivíduos que apresentam excesso vertical dentoalveolar. A extração dos primeiros molares superiores permite uma diminuição na curva de Spee, com consequente rotação anti-horária da mandíbula e fechamento da mordida. Por ser considerada uma má oclusão de etiologia multifatorial e com grande potencial de recidiva, a mordida aberta anterior apresenta tratamento complexo e de estabilidade pós-tratamento duvidosa. O prognóstico de tratamento está relacionado ao padrão de crescimento esquelético, o qual irá definir a forma de tratamento adotada. A extração de molares pode auxiliar na correção da mordida aberta anterior, contribuindo para o aumento do trespasse vertical e para a estabilidade pós-tratamento (PRADO et al., 2010). Souza e colaboradores (2004), por sua vez, citam que dentre as indicações das extrações de primeiros molares estão as más oclusões de Classe I e Classe II, divisão 1 com severa mordida aberta anterior e planos maxilomandibulares hiperdivergentes. Para Pithon e Bernardes (2005), a extração de primeiros molares se torna uma aliada importante do ortodontista nos casos de paciente adulto Classe II, 1ª divisão, com grande protrusão maxilar. A extração de primeiros molares superiores permanentes na má oclusão de Classe II, 1ª divisão pode ser uma boa opção de tratamento, por ter menor efeito clínico sobre o perfil mole do paciente (STALPERS et al., 2007). A extração de primeiros molares também é indicada nos casos em que o paciente adulto procura retratamento apresentando má oclusão de Classe II e com ausência de quatro prémolares (RODRIGUES e ALMEIDA, 2004; SCHROEDER et al., 2011). Conforme os achados de Ong e Bleakley (2010), a extração de primeiros molares permanentes na arcada antagonista também pode ser indicada para prevenir uma extrusão exagerada desse dente, que pode ocorrer na dentição mista quando há a perda precoce do primeiro molar inferior e este ficaria muito tempo sem o seu antagonista, em casos onde não é possível a instalação de aparelhagem ortodôntica fixa, sendo que essa extrusão exagerada pode impedir o movimento de mesialização espontâneo do segundo molar inferior permanente. 14 Schroeder e colaboradores (2011) afirmam que o clínico pode detectar problemas unilaterais nos primeiros molares que levam à decisão de remover o dente correspondente no lado oposto da arcada, mesmo que esse esteja hígido. Ong e Bleakley (2010) afirmam, por sua vez, que a extração do lado oposto pode ser requerida para se evitar um desvio da linha média que pode ocorrer no fechamento ortodôntico de uma extração unilateral, sendo que, não necessariamente, esse dente deva ser o primeiro molar. Essa extração trará mais benefícios em casos de dentes comprometidos bilateralmente ou com apinhamento severo. 3.1.2 CONTRAINDICAÇÕES Devido à complexidade do tratamento ortodôntico com extração de primeiros molares permanentes, algumas situações devem ser evitadas para que o prognóstico do tratamento não se torne desfavorável. Essas extrações não estão indicadas para os pacientes que não apresentam apinhamento e possuem altura facial inferior diminuída. Também não estão indicadas nos pacientes não colaboradores, principalmente devido ao tempo de tratamento, nem nos pacientes que já foram submetidos a tratamento ortodôntico prévio e que apresentam reabsorções radiculares e/ou raízes curtas (SCHROEDER et al., 2011). Como a ancoragem é um ponto crítico para o tratamento ortodôntico com extrações dentárias, porque depende diretamente do grau de colaboração do paciente, a extração de primeiros molares permanentes, em tratamentos que não requeiram perda de ancoragem, está contraindicada para pacientes previamente considerados maus colaboradores (LÓPEZ, SOUZA e ANDRADE JÚNIOR, 2007). Segundo Ruellas e colaboradores (2012), a extração de molares não é amplamente indicada em virtude da necessidade de fechamento do espaço deixado que, por ser maior do que o de pré-molares extraídos, necessita de um tratamento mais prolongado. Booij e colaboradores (2011) citam que uma potencial contraindicação para extração do primeiro molar superior para correção da Classe II é a falta de terceiros molares superiores ou quando eles estão extremamente fora de posição. A extração dos primeiros molares superiores permanentes estaria contraindicada quando os terceiros molares superiores apresentassem algum tipo de 15 alteração: forma e volume, posição horizontal, agenesia e falhas na erupção (HENRIQUES, JANSON e HAYASAKI, 2002). 3.1.3 TRATAMENTO O espaço da extração dos molares pode ser utilizado para se alcançar uma série de objetivos. Em alguns tratamentos é necessário que os molares permaneçam em posição, no sentido anteroposterior, enquanto os dentes anteriores ocupam todo o espaço da extração. Em outros, os molares podem mesializar ocupando metade do espaço ou, ainda, todo o espaço. Ainda existem situações em que os espaços das extrações são utilizados para estabelecimento de simetria intraarcada e correção das linhas medianas dentárias, exigindo, dessa forma, fechamento assimétrico dos espaços. Essas diferentes necessidades podem tornar o caso mecanicamente mais complexo e aumentar o tempo de tratamento (SCHROEDER et al., 2011). A escolha de um padrão de extrações alternativo, que considere a remoção de dentes em um segmento mais posterior da arcada, requer cuidado na execução da mecânica, a fim de evitar redução da altura facial anterior e axioversão dos segundos molares durante seu movimento para mesial. As extrações de primeiros molares são frequentemente indicadas nos casos de maloclusão de Classe I ou Classe II suave, onde as principais mudanças esperadas são no sentido vertical e não sagital, visto que este tipo de extração facilita o movimento mesial dos segundos molares mas difculta o movimento de retração dos dentes anteriores pela ancoragem dos pré-molares. Se, além da opção de extrações dos dentes posteriores, forem usados braquetes pré-ajustados convencionais nos caninos, estes aumentarão o potencial de ancoragem reversa ao movimento distal dos dentes anteriores, pela manutenção da prescrição de inclinação incorporada em seus encaixes. Desta forma, a colagem de bráquetes TipEdge nos caninos é condição ―sine quanon‖ para se conseguir movimentar os dentes anteriores no sentido distal até a posição planejada (RODRIGUES e ALMEIDA, 2004) Os casos de mordida aberta respondem melhor às extrações de primeiros molares. Adotando-se este protocolo de tratamento, os segmentos posteriores se movimentam para mesial, auxiliando na rotação anti-horária da mandíbula, 16 facilitando a obtenção de uma boa guia incisal. A bandagem dos terceiros molares torna-se quase sempre necessária, pelo menos durante as fases finais de tratamento, permitindo que o clínico posicione-os idealmente no arco (FERES, 1986). A montagem do aparelho fixo deve ser completa, até os terceiros molares quando possível, desde a fase inicial de alinhamento e nivelamento. O posicionamento dos acessórios nos segundos molares deve ser feito de forma que, durante o alinhamento e nivelamento dos dentes, suas raízes se inclinem para a mesial (tipback). Esse procedimento busca alcançar o paralelismo entre as raízes dos segundos molares e pré-molares durante o fechamento dos espaços. Também podem ser posicionados mais mesialmente na coroa dos segundos molares, para reduzir a tendência de giro no momento do fechamento dos espaços. Para que os dentes posteriores permaneçam em suas posições originais (posição anteroposterior constante), é necessário o uso de uma boa ancoragem, como botão de Nance, AEB ou mini-implante (SCHROEDER et al., 2011). Nos estudos de Booij e colaboradores (2011) foi demonstrado que a barra transpalatina e curvas de ancoragem são inadequadas para estabilizar os molares em suas posições, todavia a barra transpalatina previne a rotação dos segundos molares durante o movimento de fechamento. A ancoragem temporária como os mini implantes pode ser utilizada para o fechamento dos grandes espaços resultantes das extrações dos primeiros molares permanentes. Esses dispositivos de ancoragem óssea também podem prevenir uma indesejável retração do segmento anterior durante o fechamento do espaço (Ong e Bleakley, 2010). Ramos e colaboradores (2008) salientam quanto à eficiência do uso de miniplacas de titânio como ancoragem temporária, especialmente em situações de correções de grande amplitude, envolvendo um problema vertical. Além disso, o fato de as miniplacas permanecerem fixadas longe das raízes dentárias permitem liberdade de movimentação, sem necessidade de mudança de posição do dispositivo de ancoragem. Simonetti, Siqueira e Maltagliatti (2009) em trabalho sobre tratamento da mordida aberta com extrações de primeiros molares permanentes, após o fechamento dos espaços das extrações, utilizaram arcos ortodônticos trançados (braded) 0,019"x0,025" superior e inferior com elásticos de 1/8". Esses elásticos 17 foram posicionados de tal forma que os dentes recebiam força vertical para acentuar o fechamento da mordida. Como o espaço da extração é grande e a deformação do fio nessas regiões é comum, a mecânica de deslizamento pode não apresentar a eficácia desejada. Os arcos segmentados oferecem como grande vantagem a eliminação do atrito e dos giros, desde que se tenha controle dessa técnica (SCHROEDER et al., 2011). Embora a extração de primeiros molares permanentes não seja de indicação rotineira, esta tem prognóstico excelente se for executada com critérios rigorosos no que tange as indicações e contra-indicações. O controle mecânico durante o fechamento de espaço e a inclusão dos terceiros molares no arco ortodôntico tornam-se essenciais para o sucesso desta terapêutica (BUSATO et al., 2005). 3.1.4 VANTAGENS Como vantagem, as extrações de molares apresentam menor comprometimento no perfil facial do que as extrações de pré-molares. Além disso, assumindo este protocolo de tratamento, os terceiros molares apresentam maior índice de sucesso em sua erupção, em relação às extrações de pré-molares (SOUZA et al., 2004). Outra vantagem dessa alternativa terapêutica é a possibilidade de eliminação de dentes com coroas destruídas que necessitariam de endodontia e prótese, mantendo-se dentes hígidos ou em melhores condições na arcada (SILVA, 2010). Dentre as vantagens de se optar pela extração dos primeiros molares inferiores permanentes em casos de Classe III, está uma relação final de Classe I de molares e caninos estabelecida, nesses casos, pelos segundos molares. Quanto às possíveis inter-relações com o crescimento, essa abordagem oferece as alternativas de uma correção estável, caso não ocorra um crescimento adverso; a possibilidade de outras extrações, em caso de crescimento moderado e, por fim, a correção através de cirurgia ortognática, em casos de crescimento exacerbado (ARAÚJO e ARAÚJO, 2008). Chen e Xu (2013) citam que, por ser maior, o espaço da extração do primeiro molar inferior é melhor indicado para corrigir problemas transversais na arcada inferior em casos de classe III com esse tipo de problema associado. 18 López, Souza e Andrade Júnior (2007) concluíram que a extração dos quatro primeiros pré-molares seguida dos quatro terceiros molares para o tratamento da mordida aberta equivale a perda de 25% de material dentário. Por outro lado, a remoção dos quatro primeiros molares equivale à perda de 12,5%, sendo, portanto, uma medida mais conservadora. A extração constitui-se numa alternativa de tratamento favorável para a diminuição da dimensão vertical em pacientes com AFAI aumentada e trespasse vertical negativo moderado. Para tanto, o profissional deve conduzir a mecânica de maneira a fechar os espaços, viabilizando uma harmonia funcional, oclusal e estética satisfatórias, corrigindo-se toda má oclusão de forma geral (SOUZA et al., 2004). 3.1.5 DESVANTAGENS Quando se opta por extração de primeiros molares, em tratamentos ortodônticos, as desvantagens residem no fato do espaço a ser fechado ser maior do que o espaço dos pré-molares e, por isso, a ancoragem é crítica e o tempo de tratamento mais longo. É comum, também, esses casos apresentarem algum grau de comprometimento periodontal por causa da idade dos pacientes e, portanto, necessitam de maior controle da mecânica ortodôntica para reduzir os efeitos colaterais do fechamento do espaço. Por isso, bons resultados de finalização são mais difíceis de serem alcançados (SCHROEDER et al., 2011). A diminuição da divergência entre os planos maxilar e mandibular pode não ser vantajoso para pacientes com AFAI diminuído, assim como, pacientes com apinhamento severo na região anterior seriam pouco beneficiados pela extração de primeiros molares permanentes por estarem distantes dessa região (SCHROEDER et al., 2011). Para Ruellas e colaboradores (2012) o tempo de tratamento, quando comparado a casos similares feitos com extrações de quatro pré-molares, é provavelmente de seis a oito meses maior. 19 3.2 EXTRAÇÕES DE SEGUNDO MOLARES PERMANENTES Diversos autores têm sugerido a remoção do segundo molar superior para a correção da má oclusão de Classe II, 1ª divisão, com excessiva inclinação vestibular dos incisivos e sem diastemas, com mínima sobressaliência e presença dos terceiros molares em boa posição e forma adequada. Casos de pacientes com padrão facial dolicocefálico, tendência de crescimento vertical e necessidade de distalização dos primeiros molares são especialmente beneficiados pela extração dos segundos molares, pois a tendência de abertura da mordida é diminuída (MEZOMO et al., 2010). Os objetivos principais do tratamento com extração de segundo molar são evitar a impactação do terceiro molar e facilitar a distalização do primeiro molar. Esta extração cria espaço na região posterior e isola o terceiro molar do restante do arco dentário, possibilitando seu movimento no sentido ântero-oclusal e a irrupção em ponto de contato com o primeiro molar que foi distalizado. O que realmente ocorre é uma substituição dos molares, ou seja, todo terceiro molar que apresentar forma e tamanho adequado é substituto ideal para o segundo molar (ZANELATO, 2008). Alguns critérios devem ser considerados além das indicações para essa forma de tratamento. Os terceiros molares devem possuir tamanho e forma adequados, com coroas parcial ou totalmente formadas e cúspides claramente identificadas, bem como inclinação axial adequada para permitir sua erupção. A melhor idade para analisar esses dentes é entre 12 e 14 anos, quando a coroa está calcificada quase por completo e sua posição em relação ao segundo molar está estabelecida. O procedimento ideal para a confirmação desses requisitos é a análise radiográfica, já que na maioria dos casos os terceiros molares não estão irrompidos no início do tratamento, não sendo possível a análise clínica dos mesmos (MEZOMO et al., 2010). 3.2.1 INDICAÇÕES As extrações de segundos molares permanentes constituem mais uma opção de tratamento para algumas más oclusões bastante específcas, pois esses protocolos dependem da qualidade anatômica dos terceiros molares em formação. Assim, as extrações desses dentes são indicadas nos casos de Classe II uni ou 20 bilateral, onde se observa os terceiros molares em desenvolvimento com boa forma e bom tamanho de coroa, as extrações de segundos molares superiores podem ser indicadas para facilitar a distalização dos primeiros molares, pois há um bom substituto em formação. Nos casos de Classe III, com pouca ou moderada influência esquelética na má oclusão, pode-se indicar as extrações dos segundos molares inferiores como uma opção de tratamento compensatório. Nos casos de apinhamentos na região intermediária dos arcos dentários, onde os incisivos encontram-se em boa posição cefalométrica, os segundos molares poderão ser extraídos, para a descompressão da região posterior, facilitando a distalização dos primeiros molares (ZANELATO, 2008). As principais justificativas para se considerar as extrações dos segundos molares são: prevenir a planificação excessiva do perfil, que pode ocorrer com as extrações de pré-molares; reduzir o tempo de tratamento, devido ao uso somente da quantidade necessária de espaço para alcançar a relação de chave de oclusão nos molares e a facilidade de movimentação distal dos primeiros molares. Além disso, diminui a tendência de abertura da mordida nos pacientes com terço facial inferior aumentado (SCHROEDER et al., 2011). A extração do segundo molar superior está indicada quando esse dente está severamente comprometido, ectopicamente erupcionado ou bastante rotacionado; quando há apinhamento na região da tuberosidade; quando há excessiva inclinação dos incisivos superiores para vestibular sem diastemas, mínima sobressaliência e os terceiros molares estão em boa posição com tamanho e forma adequados (FREITAS et al., 2009). Considerando-se a relação interarcos, devemos indicar as extrações dos segundos molares a pacientes adolescentes que apresentam más oclusões significativas de Classe II (mais que 50%), com padrão mesocefálico ou dolicocefálico, tendo os terceiros molares presentes apresentando forma e tamanho adequados e com o arco dentário inferior estável (ZANELATO, 2008). As indicações para as extrações dos segundos molares superiores são: segundos molares superiores irrompidos por vestibular, segundos molares superiores com descalcificações e restaurações extensas, dificuldade no movimento distal dos molares, em virtude da restrição da tuberosidade maxilar, terceiros molares superiores com forma e tamanho adequados e com boa possibilidade de formação radicular (ZANELATO, 2008). 21 Os segundos molares também podem ter indicação de extração no caso de apresentarem patologias (erupção vestibular, anomalias de coroa ou raiz, anquilose, cáries ou restaurações extensas e defeitos no esmalte), sendo substituídos pelos terceiros molares saudáveis (MEZOMO et al., 2010). Zanelato (2008) destaca que as extrações dos segundos molares não substituem as extrações de pré-molares, sendo dois protocolos de tratamento totalmente distintos. As extrações dos segundos molares estarão bem indicadas em pacientes com tendência vertical de crescimento, que apresentam má oclusão de Classe II, divisão 1 e as extrações de pré molares estarão bem indicadas em pacientes que além do padrão vertical apresentem apinhamento anterior severo, protrusão dos incisivos e falta de selamento labial. A extração dos segundos molares é uma alternativa viável a ser considerada quando esses dentes estão severamente danificados ou mal posicionados e quando existe apinhamento na região posterior, porém não deve ser considerada como uma alternativa que substitui a extração de pré-molares em casos de apinhamentos dentários na região anterior ou, ainda, de severa protrusão dos incisivos (SCHROEDER et al., 2011). As conclusões da maioria dos estudos coincidem em relação ao momento oportuno para se proceder às extrações, os melhores resultados são obtidos quando os segundos molares são removidos e os terceiros molares estão num estágio de desenvolvimento em que a coroa está totalmente desenvolvida, com pouca ou nenhuma formação radicular (MEZOMO et al., 2010). A extração de segundo molar pode ser uma boa opção de tratamento em alguns casos por não ter tanto efeito sobre o perfil mole do paciente em comparação a um tratamento realizado com extração de primeiros pré-molares superiores. Tendo melhor indicação para pacientes com bom perfil facial e padrão esquelético tipo I, mas que possuem relacionamentos de molares e caninos de Classe II, moderado apinhamento dentário superior e inferior, onde a extração do segundo molar dará origem a espaço suficiente para o alinhamento e correção das relações oclusais (LEE et al., 2008). Em casos de apinhamento posterior severo, a extração de segundos molares superiores é indicada e em alguns casos mais complexos pode ser necessária também a extração dos primeiros pré molares superiores (LEE et al., 2008). 22 Os segundos molares permanentes podem ser extraídos por indicação ortodôntica nos casos de Classe III, com pouco ou moderado envolvimento esquelético na má oclusão. O efeito dentoalveolar da mecânica de tratamento empregada é a rotação anti-horária do plano oclusal, sem nenhuma mudança na dimensão vertical. A cirurgia ortognática é a melhor opção de tratamento para os pacientes que apresentam grandes discrepâncias esqueléticas. Para os casos cirúrgicos limítrofes, as extrações dos segundos molares inferiores podem ser uma boa opção de tratamento, oferecendo resultados satisfatórios onde há grandes limitações decorrentes do padrão facial. A compensação dentoalveolar na tentativa de camuflar a discrepância esquelética tem limites, então se recomenda verificar o grau de inclinação compensatória dos incisivos no início do tratamento, para se evitar tentativas frustradas de tratamento, que muitas vezes causam danos teciduais irreparáveis (ZANELATO, 2009). 3.2.2 CONTRAINDICAÇÕES No caso de excessiva protrusão anterior, agenesia de dentes permanentes, severa mesioangulação dos terceiros molares superiores ou primeiros molares comprometidos, a extração de segundos molares não seria indicada (LEE et al., 2008). As contraindicações, que vão exatamente na direção oposta aos critérios necessários para a extração de segundos molares, podem ser: presença de terceiros molares com raízes pequenas ou mal formadas, terceiros molares com tamanho excessivamente grande, ausência de terceiros molares, a possibilidade de terceiros molares envolvendo a área sinusal, terceiros molares posicionados horizontalmente, ausência congênita de pré-molares ou incisivos, severa deficiência de espaço e possibilidade de falha na erupção dos terceiros molares. Também são contraindicadas em pacientes com severa deficiência de espaço anterior, com mínimo problema de espaço ou com pronunciada protrusão dos incisivos (MEZOMO et al., 2010). Para Zanelato (2008) não é aconselhável extrair segundos molares depois que a bifurcação radicular dos terceiros molares estiver formada, pois, nestas condições, estes dentes perdem a capacidade de se movimentar para anterior e 23 irrompem com diastema, sendo proporcional ao grau de formação radicular, ou seja, quanto mais calcificada estiver a raíz, maior será o diastema. 3.2.3 TRATAMENTO Idealmente, o segundo molar superior deve ser extraído quando os terceiros molares que estão erupcionando se encontram, verticalmente, na metade das raízes do segundo molar em uma má oclusão de Classe I. Em uma má oclusão de Classe II, devido a necessidade de distalização dos primeiros molares, os terceiros molares devem estar aproximadamente no nível da junção amelocementária dos segundos molares superiores na hora da extração. Os terceiros molares já devem apresentar a bifurcação no momento da extração (LEE et al., 2008). O momento ideal para se recomendar as extrações dos segundos molares é quando os terceiros molares já iniciaram sua rizogênese, porém nem sempre é possível iniciar o tratamento ortodôntico nessa fase, o que não inviabiliza o tratamento em uma idade adulta, com os terceiros molares já irrompidos (MEZOMO et al., 2010). A mecânica de tratamento é individualizada e a escolha do dispositivo de distalização depende do padrão facial do paciente e da opção pessoal do ortodontista. Vários aparelhos são utilizados para a distalização dos primeiros molares superiores, tais como: aparelho extrabucal, cursor com elástico de Classe II ou miniparafuso ortodôntico, dentre outros (ZANELATO, 2008). 3.2.4 VANTAGENS Bishara e Burkey (1986), considerando as extrações de segundos molares na terapia ortodôntica, constataram como principais vantagens desse procedimento os seguintes tópicos: facilidade de tratamento utilizando-se aparelhos removíveis; redução da quantidade e da duração da terapia com aparelhos; desimpacção dos terceiros molares; irrupção mais rápida dos terceiros molares; prevenção, no final do crescimento facial, da aparência conhecida como perfil abandejado; prevenção do apinhamento tardio de incisivos; facilidade em exercer a movimentação distal de primeiros molares; movimentação distal da dentadura, somente quando necessário, 24 visando corrigir o trespasse horizontal; menores espaços residuais na finalização do tratamento ortodôntico; menor probabilidade de recidiva; boa oclusão funcional, boa forma do arco mandibular e redução do trespasse vertical incisal. Uma das principais vantagens da extração de segundos molares é a resolução do apinhamento, tanto na região anterior quanto na posterior do arco dentário, pois com extrações de pré-molares obtêm-se de 6 a 7mm de espaço e com extrações de segundos molares obtêm-se de 10 a 17mm de espaço. Dessa forma, os espaços obtidos são suficientes para se corrigir as discrepâncias do arco dentário (ZANELATO, 2008). Algumas vantagens atribuídas à extração do segundo molar superior incluem a redução do tempo de tratamento, menor potencial de recidivas com reabertura do local da extração e a facilitação da distalização do primeiro molar superior (LEE et al., 2008). A movimentação para distal dos primeiros molares superiores, nos casos de extração dos segundos molares superiores, ocorre de maneira eficaz e rápida, diminuindo o tempo de tratamento e a projeção dos dentes anteriores, o que é um efeito colateral comum nas distalizações de molares sem exodontias. Além de facilitar a distalização do primeiro molar, esse movimento é de corpo e exige a aplicação de forças mais leves. Mecânica intrabucal pode ser utilizada para distalizar os primeiros molares e obter rapidamente a correção da relação molar (SCHROEDER et al., 2011). Uma das preocupações do tratamento ortodôntico é com os efeitos da mecânica sobre o perfil do paciente. É sabido que a movimentação dentária tem efeito sobre o mesmo, principalmente quando é promovida retração ou projeção do segmento anterior. Quando se realiza extração de segundos molares, os efeitos sobre o perfil do paciente são mínimos, se comparados aos de tratamentos convencionais realizados com extração de primeiros pré-molares (MEZOMO et al., 2010). Um dos objetivos de qualquer tratamento ortodôntico é a estabilidade dos resultados obtidos no final da terapia. Os autores concordam que a extração de segundos molares promove uma estabilidade não observada em outras formas de tratamento. Como não há necessidade de fechamento de espaço com essa modalidade de tratamento, não há problema da recidiva de reabertura de espaços no meio da arcada (MEZOMO et al., 2010). 25 O controle da sobremordida é facilitado quando a extração de segundos molares é realizada. A altura facial apresenta padrão de incremento contrário à mecânica usada: mesmo com movimento distal da dentição posterior, ocorre redução da altura facial, ao invés de aumento, como seria esperado (MEZOMO et al., 2010). A normalização da inclinação dos incisivos durante a retração sem uma excessiva retrusão desses dentes, a melhor estabilidade do tratamento, a preservação de uma dentição mais completa do primeiro molar esquerdo ao direito, a facilitação do movimento de distalização do primeiro molar e a prevenção de um possível trauma de uma remoção cirúrgica de um terceiro molar superior impactado são vantagens da extração do segundo molar superior (LEE et al., 2008). 3.2.5 DESVANTAGENS As desvantagens de se optar pela extração de segundo molar superior são: maior substância dentária removida em casos de Classe I com médio apinhamento dentário, local da extração distante da área ideal para se corrigir apinhamentos dentários moderados a severos na região anterior, local da extração que não ajuda na correção de discrepâncias anteroposteriores sem a colaboração do paciente no uso de aparelhos extrabucais, imprevisibilidade da erupção dos terceiros molares superiores que podem apresentar forma e tamanho insuficientes (LEE et al., 2008). A maior desvantagem da extração do segundo molar superior é o fato do espaço criado com ela estar localizado na região posterior, portanto em um local distante da região anterior que é a área onde mais ocorre o apinhamento dentário (FREITAS et al., 2009). Ainda segundo Freitas e colaboradores (2009), quando é feita a extração do segundo molar, o ortodontista deve esperar a erupção do terceiro molar, quando uma segunda fase de tratamento pode ser necessária para corrigir sua posição, isso resultaria em um tempo de tratamento maior do que o do protocolo de extrações de pré molares. A supraerupção do segundo molar inferior pode ocorrer enquanto se aguarda a erupção do terceiro molar superior. Esse problema está principalmente relacionado à porção distal desses dentes, a qual não possui contato com o primeiro molar superior. O uso de aparelho fixo ou arco lingual, bem como de uma placa removível, 26 previne esse movimento indesejado do segundo molar inferior (MEZOMO et al., 2010). Quando a terapia ortodôntica é concluída, o terceiro molar, que assumirá a posição previamente ocupada pelo segundo molar extraído, geralmente não está irrompido. Após a erupção desse dente, e não estando ele em uma posição considerada ideal para a obtenção de uma oclusão satisfatória do ponto de vista funcional, torna-se necessário que seja retomada a terapêutica ortodôntica, com a finalidade de se conseguir bons resultados (LEE et al., 2008). Alguns autores citam que a extração dos segundos molares cria espaço longe da região onde é comum haver apinhamento (FREITAS et al., 2009). É importante ressaltar que é difícil predizer com certeza absoluta se os terceiros molares irromperão. Além disso, o fato de que o momento ideal para a extração do segundo molar é quando o terceiro molar apresenta formação coronária completa — mas ausência de formação radicular, havendo o risco de desenvolvimento de raízes pequenas, curtas ou mal formadas — compromete a substituição do dente extraído (MEZOMO et al., 2010). 3.3 EXTRAÇÃO DE TERCEIROS MOLARES PERMANENTES Atualmente, com a utilização dos dispositivos de ancoragem esquelética, é possível preconizar a extração de terceiros molares para obtenção de espaço, objetivando a correção da Classe II através da distalização dos molares superiores. Existe relato desse movimento distal dos molares superiores, utilizando-se esse tipo de mecânica, a uma taxa de 0,3 a 7,8mm em um período de 7 meses. Ao contrário das outras mecânicas de distalização, que são extrusivas, é possível a distalização de molares superiores e inferiores com vetores intrusivos e com um risco mínimo de abertura da mordida (SCHROEDER et al., 2011). Sakai e colaboradores (2008) descreveram um caso de mordida aberta esquelética associada a uma má oclusão de Classe III também esquelética que foi tratado com extrações dos terceiros molares inferiores utilizando miniplacas ortodônticas como dispositivos de ancoragem, sem extrações de pré molares ou cirurgia ortognática, tendo sido obtido um bom relacionamento oclusal e uma melhora no perfil facial ao final do tratamento. 27 Tüfekçi e colaboradores (2009), em trabalho de pesquisa, concluíram que, apesar da polêmica em torno das extrações dos terceiros molares inferiores como forma de prevenir o apinhamento anteroinferior tardio, a maioria dos ortodontistas nos Estados Unidos e na Suécia indicaram que a erupção dos terceiros molares inferiores exercem uma força anterior, mas eles também acreditavam que estes dentes '' raramente'' ou'' nunca'' causa apinhamento da dentição. Segundo Mattos e colaboradores (2008) não há indícios seguros que comprovem a necessidade de exodontia dos terceiros molares inferiores como método preventivo ao apinhamento tardio. O Cirurgião-Dentista deve ser rigoroso em seu diagnóstico acerca da influência dos terceiros molares frente à grande variedade de etiologias do apinhamento, evitando que exodontias sejam realizadas sem a real necessidade. 28 4. DISCUSSÃO A extração de dentes permanentes no tratamento ortodôntico é controverso desde o início da especialidade, todavia o tratamento com extrações dentárias é rotineiro na Ortodontia contemporânea. Para Lee e colaboradores (2008), Ruellas e colaboradores (2012) e Schroeder e colaboradores (2011), geralmente, pré-molares são os dentes de escolha para as extrações. Mezomo e colaboradores (2010) destaca que, principalmente os primeiros pré-molares, são escolhidos por estarem próximos do centro de cada quadrante da arcada e/ou próximos da área do apinhamento. Entretanto, esses mesmos autores, afirmam que, em casos específicos, a extração de outros dentes pode ser mais apropriada e vantajosa. Schroeder e colaboradores (2011) relata em seu trabalho que os molares comprometidos podem se tornar a primeira opção de extração quando os prémolares estão em melhores condições, destacando que, atualmente, os adultos representam uma parcela importante dos pacientes tratados ortodonticamente, fato confirmado pelo estudo de Oyamada e Furquim (2012), sendo comum, nesses pacientes, a presença de molares comprometidos. A extração de primeiros molares é indicada por Ong e Bleakley (2010) e Schroeder e colaboradores (2011) quando esses dentes estão comprometidos por cárie, restaurações extensas, problemas periapicais e periodontais em casos em que a extração de pré-molares saudáveis seria a indicada e, assim como Silva (2010), veem como uma das vantagens desse tipo de tratamento a possibilidade de se manter dentes hígidos ou em melhores condições na arcada. Schroeder e colaboradores (2011) ainda a indicam nos casos de apinhamentos severos e, por seu efeito no sentido vertical, nos pacientes que apresentam plano mandibular alto e perfil convexo. Partindo desse pressuposto, Souza e colaboradores (2004), Simonetti, Siqueira e Maltagliatti (2009) e Prado e colaboradores (2010) também indicam a remoção dos primeiros molares em casos específicos de mordida aberta com discreta protrusão anterior. Rodrigues e Almeida (2004) e Booij e colaboradores (2011) alertam que os terceiros molares devem estar presentes e em boas condições de erupcionar e substituir os segundos molares, todavia Ong e Bleakley (2010) advertem que, em casos de primeiros molares comprometidos, a extração desses dentes não está 29 necessariamente contraindicada na ausência dos terceiros molares, devendo-se analisar cuidadosamente cada caso. Como vantagens da extração de primeiros molares, Stalpers e colaboradores (2007), Souza e colaboradores (2004) e Lee e colaboradores (2008) destacam o menor comprometimento no perfil mole quando comparadas às extrações de pré-molares, porém Silva (2010), em seu estudo, chegou a resultados que se contrapõem a essa afirmação, obtendo considerável alteração no perfil facial, proporcionando ao paciente um bom selamento labial, redução na convexidade facial e ganho de um perfil facial harmonioso. Para Souza e colaboradores (2004), uma das vantagens dessa alternativa de tratamento ortodôntico é a facilitação da erupção dos terceiros molares e a diminuição da dimensão vertical. Araújo e Araújo (2008), por sua vez, apontam a obtenção de uma relação de Classe I de molares ao final do tratamento da Classe II e III, com a substituição dos primeiros molares pelos segundos e desses pelos terceiros, como vantagem importante em relação ao tratamento com extrações de pré-molares. Ainda no que diz respeito às vantagens do tratamento ortodôntico com extração dos primeiros molares, Chen e Xu (2013) destacam que, por ser obtido um espaço maior, pode-se corrigir uma gama maior de problemas além dos sagitais e de falta de espaço, porém para Schroeder e colaboradores (2011) e Ong e Bleakley (2010) a necessidade de um maior controle da mecânica, devido justamente ao tamanho desses espaços, seria a principal desvantagem desse tipo de tratamento. Schroeder e colaboradores (2011) apontam que a diminuição da divergência entre os planos maxilar e mandibular pode não ser vantajoso para pacientes com AFAI diminuído e, assim como a maioria dos autores, alertam para o fato dos espaços originados pelas extrações estarem longe da região anterior, onde geralmente ocorre o apinhamento. Ruellas e colaboradores (2012) destacam, como desvantagem do tratamento ortodôntico com extração de primeiros molares, o tempo de tratamento aumentado de 6 a 8 meses, em comparação a casos semelhantes tratados com extração de quatro pré-molares, principalmente em pacientes não colaboradores, como afirmado por Schroeder e colaboradores (2011); Todavia para casos de má oclusão de Casse II, em que os segundos molares superiores são extraídos, tanto Freitas e colaboradores (2009) como Zanelato (2008) afirmam que há uma redução 30 desse tempo de tratamento, em virtude da facilitação do movimento de distalização dos primeiros molares. No caso das extrações de segundos molares permanentes, Zanelato (2008) indica a remoção dos superiores nos casos de Classe II uni ou bilateral, onde se observa os terceiros molares em desenvolvimento com boa forma e bom tamanho de coroa e Zanelato (2009) indica a extração dos segundos molares inferiores nos casos de Classe III, com pouca ou moderada influência esquelética na má oclusão. Já para Schroeder e colaboradores (2011), essas extrações são indicadas quando se pretende prevenir a planificação do perfil do paciente, pois têm menor efeito sobre o perfil, como destacaram Bishara e Burkey (1986) e Mezomo e colaboradores (2010). Assim como no caso dos primeiros molares, Zanelato (2008), Mezomo e colaboradores (2010) e Schroeder e colaboradores (2011) também as indicam nos casos de patologias ou severo comprometimento desses dentes. Já Lee e colaboradores (2008) afirmam que as extrações de segundos molares têm melhor indicação para pacientes com bom perfil facial e padrão esquelético tipo I, mas que possuem relacionamentos de molares e caninos de Classe II. Zanelato (2008), por sua vez, indica essa alternativa terapêutica, principalmente, em pacientes com tendência vertical de crescimento que apresentam má oclusão de Classe II, divisão 1. Lee e colaboradores (2008) destacam que esse tipo de tratamento não substitui as extrações de pré-molares e que esses também podem ser extraídos em casos mais complexos. Para Bishara e Burkey (1986) e Freitas e colaboradores (2009), a redução da duração da terapia com aparelhos, a desimpacção dos terceiros molares, a facilidade em exercer a movimentação distal de primeiros molares e a menor probabilidade de recidiva são algumas das principais vantagens da extração dos segundos molares. Para Mezomo e colaboradores (2010) e Schroeder e colaboradores (2011), quando se realiza extração de segundos molares, os efeitos sobre o perfil do paciente são mínimos, o que pode ser visto como vantagem ou desvantagem a depender do caso. Mezomo e colaboradores (2010) ainda destacam que, como não há fechamento de espaços no meio da arcada, a estabilidade desse tipo de tratamento é mais consistente. Segundo Freitas e colaboradores (2009), a desvantagem principal da extração dos segundos molares seria o local do espaço originado, distante da região 31 anterior, onde geralmente ocorre o apinhamento. Para Zanelato (2008), Mezomo e colaboradores (2010) e Freitas e colaboradores (2009), a incerteza em relação à erupção do terceiro molar que irá substituir o segundo molar também é uma desvantagem, sendo que o mesmo pode erupcionar com raízes mal formadas ou mal posicionado, e como, geralmente, o tratamento ortodôntico com aparelhagem fixa é finalizado antes da erupção do terceiro molar, esses fatores podem resultar em uma remontagem do aparelho fixo para posicioná-lo adequadamente prolongando, assim, o tempo total do tratamento. Poucos trabalhos foram feitos relacionando as extrações de terceiros molares com a Ortodontia. Schoreder e colaboradores (2011) citam essas extrações e as relacionam com a obtenção de espaço posterior para distalização dos molares, destacando a extração dos terceiros molares superiores para correção da Classe II, utilizando-se da ancoragem esquelética com mini implantes. Sakai e colaboradores (2008) descrevem a extração dos terceiros molares inferiores para correção de uma Classe III associada a mordida aberta com a utilização de miniplacas. Schoreder e colaboradores (2011) ainda as contraindica em casos onde foram feitas extrações de segundos molares para distalização dos primeiros. Em relação à associação da presença dos terceiros molares com o apinhamento antero-inferior tardio, pode-se afirmar, com base nos estudos de Mattos e colaboradores (2008), que em pacientes com dentição permanente completa, não foi possível associar o apinhamento ânteroinferior com a presença dos terceiros molares inferiores erupcionados e/ou impactados, não devendo, por isso, indicar sua remoção apenas com esse propósito. O controle da mecânica no fechamento dos espaços é de fundamental importância para os autores e depende diretamente da finalidade do espaço gerado pelas extrações. Booij e colaboradores (2011) demonstraram que a ancoragem esquelética é a mais apropriada para estabilizar os dentes posteriores quando se pretende grandes distalizações na região anterior ao espaço obtido, sendo essa utilizada por Ong e Bleakley (2010) e Sakai e colaboradores (2008). Já Schoreder e colaboradores (2011) e Freitas e colaboradores (2009) utilizaram aparelho extra bucal como ancoragem. Silva (2010), por sua vez, fez uso de elásticos intermaxilares. Rodriges e Almeida (2004) fizeram uso de cadeias elastoméricas com dobras suaves de ancoragem para controlar o movimento dos molares. Schoreder e 32 colaboradores (2011) ainda alertam para o posicionamento diferenciado dos acessórios nos dentes, afim de se evitar giros indesejáveis e manter o paralelismo durante o fechamento, Rodrigues e Almeida (2004) destacam que a utilização de bráquetes pré-ajustados convencionais nos caninos, pela sua angulação, dificultará o movimento distal dos dentes anteriores, sendo, por isso, imprescindível a utilização de bráquetes "Tip-Edge" nos caninos. 33 5. CONCLUSÃO Com base nos dados revistos na literatura, pode-se concluir que os tratamentos ortodônticos com extrações de molares se constituem em uma alternativa viável de tratamento ortodôntico e têm como principais características: 1- Requerem avaliação completa dos pacientes, principalmente quanto às suas características faciais e dentárias, sobretudo no que diz respeito à discrepância de volume dentário. 2- Podem ser bastante úteis nos casos ortodônticos que necessitem de extrações dentárias cujos pacientes apresentem pré-molares hígidos e molares comprometidos. Assim, eliminando-se os molares comprometidos, ter-se-á, ao final dos tratamentos ortodônticos, uma oclusão bem mais saudável. 3- Podem ser uma alternativa ortodôntica bastante útil nos casos clínicos cujos pacientes apresentem molares com situações clínicas desfavoráveis como, por exemplo, grandes lesões de Cárie, hipoplasia, extensas restaurações com prémolares hígidos, patologias apicais, apinhamentos posteriores ou extrusões excessivas. 4- Podem ser utilizados em pacientes portadores de má-oclusão de Classe I, sobretudo que apresentem apinhamentos severos e/ou mordida aberta anterior. 5- Podem ser utilizados em pacientes portadores de má-oclusão de Classe II que apresentem apinhamentos severos, plano mandibular alto e perfil convexo. 6- Estão muito bem indicados aos pacientes portadores de Classe II, 1ª Divisão com severa mordida aberta anterior, planos maxilo-mandibulares hiperdivergentes e/ou grande protrusão maxilar. 7- Podem ser utilizados em pacientes portadores de má-oclusão de Classe III cujos terceiros molares estejam presentes. 8- São uma alternativa útil na solução de casos de retratamento ortodôntico cujo paciente apresente ausência de quatro pré-molares. 9- Consistem em uma boa alternativa de tratamento para pacientes que necessitem de um menor efeito sobre o seu perfil mole. 10- Estão contraindicados em casos cujos pacientes apresentem ausência de apinhamento dentário, ausência de terceiros molares ou presença de terceiros 34 molares com alterações de forma, volume, posição ou falhas de erupção, presença de altura facial ântero-inferior diminuída, reabsorções dentárias ou raízes curtas e, também, em casos que não requeiram perdas de ancoragem. 11- A depender de características peculiares de cada má-oclusão, poderá ser indicada a extração dos primeiros, segundos ou terceiros molares superiores e/ou inferiores. 12- Constituem-se numa técnica ortodôntica mais complexa, com ancoragem crítica e o tempo de tratamento tende a ser mais longo. 13- Favorecem a erupção dos terceiros molares. 14- O tratamento ortodôntico deve ser individualizado em relação à ancoragem, ao posicionamento dos acessórios e ao tipo de mecânica devido ao tamanho do espaço originado com a extração de unidade pertencente a esse grupo dentário. 35 REFERÊNCIAS ARAÚJO, E. 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