Estudo de potencial pedagógico na Estação Experimental Itirapina para programas de educação ambiental formal. Willian de Souza Gallo a, Paulo Henrique Peira Ruffino b* a Graduando em Ciências Biológicas UNICEP. Bolsista CNPq/PIBIC/IF [email protected] b Pesquisador Científico - Instituto Florestal, Caixa Postal 1322, 01059-970, São Paulo, SP, Brasil. [email protected] *Autor para a correspondência: + 55 16 81428668. [email protected] Palavras chave: educação ambiental formal, unidades de conservação, biodiversidade, espaços educadores. Título abreviado: Educação Ambiental na Estação Experimental Itirapina ABSTRACT Environmental education has been highlighted as an important instrument for the production of knowledge with collective participation for biodiversity conservation in the Conservation Units, through theoretical and practical activities in situ. This research raised the pedagogical potential (capacity to generate learning) of the Experimental Station Itirapina - SP and developed programs in environmental education at the formal. These are lessons based on the integration of environmental education as a crosscutting theme in each subject belonging to the grade of elementary school (Portuguese Language, Mathematics, Science, Geography, History, Art Education and Physical Education). For each defined area educator (biological and physical environments with pedagogical potential) was a related discipline and a program of environmental education has been prepared (Past, Present and Future, The Soil and its Significance; My Nature; Dropper; Recycled Art; All Against Dengue, Exercising with Knowledge, Treasure Hunt and Man and Nature). RESUMO A educação ambiental tem-se destacado como um importante instrumento de produção de conhecimento com participação coletiva para conservação da biodiversidade nas Unidades de Conservação, através de atividades teórico-práticas in situ. A presente pesquisa levantou o potencial pedagógico (capacidade de gerar aprendizagem) da Estação Experimental Itirapina – SP e desenvolveu programas de educação ambiental em âmbito formal. Tratam-se de aulas baseadas na inserção da educação ambiental como um tema transversal em cada disciplina pertencente à grade do ensino fundamental (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia, História, Educação Artística e Educação Física). Para cada espaço educador delimitado (ambientes biológicos e físicos com potencial pedagógico) uma disciplina foi relacionada e um programa de educação ambiental foi elaborado (Passado, Presente e futuro; O Solo e a sua Importância; A Minha Natureza; Conta-Gotas; Arte Reciclada; Todos Contra a Dengue, Exercitando com Conhecimento, Caça ao Tesouro e Homem e Natureza). INTRODUÇÃO A incorporação de temas ambientais em atividades de ensino tem sido considerada como caminho de grande significado, não só pelos conhecimentos que promove acerca dos conteúdos e dos processos da natureza, mas, também pelas potencialidades educativas dessas abordagens para o desenvolvimento cognitivo, social, político, moral e ético dos alunos. (NICOLAI-HERNÁNDEZ & CARVALHO, 2006). Em relação à temática ambiental, a educação é sempre vista como um processo fundamental na busca de soluções para os problemas relacionados com os impactos ambientais e suas conseqüências para as diferentes formas de vida, incluindo a humana. É a partir dessa constatação que a educação torna-se parte constitutiva do mote ambiental e, ambas determinam-se reciprocamente. Paralelamente a estes exercícios de explicitação, compreensão e de construção de significados sobre aspectos relacionados com a questão ambiental, seguem-se tentativas de busca de modelos de ação que possam fazer frente às tendências de destruição e de degradação do mundo natural no seu sentido mais amplo. A educação ambiental é um forte instrumento para alcançar esse objetivo, pois servirá como alicerce ao desenvolvimento da consciência ecológica, da preservação e conservação do meio ambiente. A Lei estadual n° 749-2007, que dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Estadual de Educação Ambiental, cujo artigo 15º fixa a educação ambiental formal; incentiva no artigo 20º as atividades pedagógicas teórico-práticas que devem priorizar questões relativas a ações de sensibilização e conscientização em unidades de conservação ou em seu entorno incorporando atividades que valorizem a integração, o envolvimento e a participação na realidade local (Inciso II, Item b). Estimulando vivências em meios naturais por meio de visitas monitoradas e estudos de campo, para que estas se tornem concretas na formação do entendimento de ecossistema e suas interrelações (Seção 2). Segundo Matarezi (2005), o termo “espaço educador” é recente e surge para abarcar algumas das dimensões pertinentes à educação ambiental. No Programa Municípios Educadores Sustentáveis (MES) do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2005), os “espaços educadores são aqueles capazes de demonstrar alternativas viáveis para a sustentabilidade, estimulando as pessoas a desejarem realizar ações conjuntas em prol da coletividade e reconhecerem a necessidade de se educarem, neste sentido”. Assim, fica evidente que os esforços para inserção da educação ambiental devem ocorrer na perspectiva de que os espaços sejam dotados de características educadoras e emancipatórias, que contenham em si o potencial de provocar descobertas e reflexões. Todo lugar possui um potencial pedagógico, explícito ou implícito. Em toda organização espacial, há uma forma silenciosa de ensino. Todo espaço trás em si características educativas, mas não necessariamente se constitui num espaço educador, é preciso haver intencionalidade educadora, ou seja, intenção a propiciar-se aprendizagem aos nossos interlocutores (MATAREZI, 2005). Encontramos toda essa potencialidade nas unidades de conservação. Salvaguardados da destruição, os biomas que integram estas unidades podem não apenas serem reverenciados, mas sentidos e vividos através de seu uso indireto, na tentativa de integrar o homem à realidade ambiental que o envolve, afinal, o próprio ser humano é parte integrante do meio ambiente. A Lei Federal nº 9.985, que define critérios e normas para a criação, implantação e gestão de UC, apresenta objetivos e diretrizes específicos, sendo que um deles é a conservação de espaços naturais através da promoção da educação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico (BRASIL, 2000). No Brasil, a experiência com a implantação e a utilização de programas educativos em áreas naturais protegidas de caráter educativo ambiental, é recente e continua restrita. Faltam ações de caráter científico sobre a eficiência destes programas voltados para diferentes públicos e locais. Através de um melhor conhecimento das potencialidades pedagógicas dos ecossistemas estudados e a elaboração de programas de educação ambiental formal, gerar-se-á uma postura crítica na busca de alternativas e soluções dos principais problemas ambientais existentes no local que muito reflete aos do cenário mundial. Transformando esses espaços em verdadeiras salas de aula ao ar livre promovendo o contato direto com o ambiente a ser estudado. Com isso, o educando passa a vivenciar situações de experiências que possibilitem a solução dos problemas que lhes são apresentados no dia-a-dia de sua vida (PEREIRA, 1993). As principais atividades do programa de uso público na estação estão relacionadas a educação ambiental (projetos com escolas municipais e estaduais, capacitação de professores, etc.), implantação de trilhas, organização de eventos (exposições, apresentações musicais, caminhadas, plantios, e outros) apresentação da Unidade em eventos externos (exposições), elaboração de material visual (placas) e de material informativo sobre a Unidade (banners, folders, entre outros). A partir da implantação da proposta sugerida, pode-se repensar em modelos estratégicos de uso público das unidades de conservação, pois é através do processo de conscientização do público envolvido que se detectam os novos passos para as ações estratégicas futuras em busca de novas formas de gerar processos de sensibilização, consciência e conhecimento. Partindo desses pressupostos, procuramos nesta pesquisa, investigar o potencial pedagógico da Estação Experimental Itirapina para programas de educação ambiental formal, transformando esse espaço em um espaço educador. MATERIAL E MÉTODOS A Estação Experimental Itirapina situa-se no município de Itirapina, no Estado de São Paulo, a 226 km da capital, entre as coordenadas geográficas 22º15`S e 47º 49`W (VEIGA, 1975) (FIGURA 1). Essa unidade possui uma área total de 3212 ha (DELGADO et. al., 2006), dos quais 1778,5 ha são cobertos por florestas plantadas: 101,4 ha com espécies de Eucaliptus sp. e 1677,1 ha com espécies de Pinus sp. (PINHEIRO et. al., 1976). O restante é constituído por vegetação nativa, em sua maior parte representada por cerrado em diversas formas fisionômicas (campo limpo, campo sujo, cerrado sentido restrito e cerradão). Além de banhados e matas ciliares ao longo dos cursos d’água (GIANNOTTI, 1988). FIGURA 1 – Localização da Estação Experimetal Itirapina (em contraste). Fonte: Delgado et. al., 2006. A priori, a questão metodológica constituiu em um levantamento da diversidade de ambientes físicos e biológicos através da caracterização da área de estudo (abrangendo toda a Estação Experimental), mediante visitas a campo e levantamento bibliográfico, para definir cada sistema ecológico (mata ciliar cerrado/cerradão, reflorestamento comercial, de recuperação e corredores) e área construída (sede administrativa, anfiteatro, pista de saúde, trilhas, etc.) Em seguida, delimitou-se dentro da área de estudo caracterizada, os espaços que possuem boas condições de preservação, e que permita ao público-alvo: alunos do ensino fundamental, a terem pleno êxito em sua aprendizagem. Áreas de difícil acesso, geralmente, guardam ambientes bem preservados; no entanto, deve-se evitar expor os visitantes a riscos, e esse fator pesou na escolha dos locais dentro do ecossistema em que os trabalhos de campo foram realizados. A metodologia para levantar esses espaços constituiu em analisar os atrativos naturais mais relevantes de cada um do sistema ecológico existente na unidade e as condições de uso das áreas físicas, para que nenhuma delas seja de alguma forma um risco para o público, uma vez que, algumas estão em situações precárias e não comportariam de maneira adequada os visitantes. Devido suas características específicas, alguns espaços tiveram o potencial para o desenvolvimento de mais de um programa de educação ambiental formal, por isso a importância de se ter trabalhado cada um de modo independente e detalhado. No intuito de atingir os objetivos dessa pesquisa adotou-se como procedimento, técnicas de pesquisa bibliográfica e documental utilizadas na coleta de materiais (artigos, livros, textos, entre outros) acerca das temáticas de unidades de conservação, educação ambiental e espaços educadores, sendo analisadas por meio da técnica de análise documental descrita por Richardson (1999, p. 230) como “[...] uma série de operações que visam estudar e analisar um ou vários documentos para descobrir as circunstâncias sociais e econômicas com as quais podem estar relacionados”. Por meio dessa técnica, foi possível estabelecer relações teórico-reflexivas entre os temas, bem como, definir os espaços vistos como educadores e identificar as formas pelas quais a educação ambiental formal pode ser aplicada nesses espaços a serem levantados, através da elaboração de programas pedagógicos. A abordagem qualitativa escolhida para este trabalho é a que envolve a obtenção de dados descritivos, através do contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatizando mais o processo do que o produto, e se preocupando em retratar a perspectiva dos participantes (Bogdan e Biklen, 1982 citado por Ludke & André, 1986). A finalidade real da pesquisa qualitativa não é quantificar opiniões, e sim explorar a variedade delas num grupo (Gaskell, 2003). Quem escolhe o estudo de caso qualitativo como sua estratégia de indagação é porque está mais interessado no “insight”, na descoberta e na interpretação do que em testar hipóteses. Por isso, o estudo de caso qualitativo tem como feições mais características o fato de ser particularista, descritivo e heurístico, postura essa adotada para elaborar os programas de educação ambiental formal. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os espaços delimitados dentro da Estação Experimental que melhor atendem a expectativa de elaborar programas de educação ambiental formal, ou seja, possuem um evidente potencial pedagógico e são todos acessíveis, se encontram em diferentes pontos da Estação Experimental (Tabela 1). Espaços delimitados/selecionados para Áreas com boas condições Ambientes elaboração dos programas de E.A de preservação e uso. Formal (destacados) e sua localização. Cerrado da Estrela Zona Norte da Unidade Cerrado do Valério Zona Oeste da Unidade Cerrado do Vermelho Zona Sul da Unidade Mata Ciliar Zona Central da Unidade Talhão de Araucária Zona Sul da Unidade Pinheiros Zona Centro-Sul da Unidade Eucaliptos Zona Centro-Norte da Unidade Represa Zona Central da Unidade Biológicos Físicos/ Anfiteatro Zona Sul da Unidade Construídos Pista de Saúde Parque Infantil Zona Sul da Unidade Trilha do Beija-Flor Zona Sul da Unidade Trilha do Seres Zona Sul e segue até a Zona Central da Unidade Alojamento Porção Sul da Unidade Sanitários Tabela 1 – Relação das áreas com boas condições de preservação (ambientes biológicos) e uso (ambientes físicos) e seleção dos espaços para aplicação dos programas de educação ambiental formal. Esses são caracterizados a seguir, à luz da leitura do Plano de Manejo Integrado das Estações Ecológica e Experimental de Itirapina (DELGADO, 2006). O “cerrado do Vermelho” é um fragmento onde predomina a fisionomia de cerradão com cerca de 121,01 ha. Este se caracteriza pela fisionomia florestal com dossel contínuo (mais de 90% de cobertura), constituído por árvores de 8 a 15 metros e, eventualmente, emergentes de maior porte. Não há cobertura herbácea e, em geral, encontram-se no sub-bosque indivíduos jovens de espécies arbóreas e algumas espécies herbáceas ciófitas (com pouca exigência por luz), tais como Scleria latifolia (capim-navalha), Aechmea bromeliifolia (bromélia), Ananas ananassoides (ananás), orquídeas terrestres como Epidendron elongatum (boca-de-dragão) entre outras. As áreas cobertas por floresta ripícula variam de floresta de galeria a floresta paludosa de acordo com variações topográficas e nas características dos cursos d’água. A mata ciliar encontrada às margens do córrego do limoeiro apresenta uma vegetação frondosa e é facilmente transitável. Em um determinado trecho se encontra um talhão de araucária (Araucaria angustifolia), oriundo de testes de adaptação desta espécie ao solo. Este é seguido pelo Cerrado do Vermelho, pela mata ciliar, pela Represa do Limoeiro (cercada por limoeiros e suas águas são de uma coloração verde limão) e a frente da represa nos deparamos com pinheiros (Pinus spp.) utilizados como matéria-prima para madeira e resina. Trata-se de um espaço privilegiado, pois estão todos muito próximos e são ligados por um aceiro. (Figuras 2, 3, 4, 5,6). Figura 2 – Detalhe do Talhão de Araucária (Araucaria angustifolia) – E.E.I Figura 3 – Vista geral da vegetação do Cerrado do Vermelho – E.E.I Figura 4 – Vista Geral da mata ciliar com destaque do Córrego do Limoeiro – E.E.I Figura 5 - Vista geral da represa do Limoeiro – E.E.I Figura 6 – Reflorestamento com Pinus spp. destacando a extração de resina – E.E.I É nesse local que se encontra a Trilha dos Seres, uma trilha interpretativa cujo enfoque esta na Educação Ambiental e elaborada de um modo que permite uma melhor compreensão do meio vivo, aguçando a atenção para o quadro de vida cotidiana, revelando o impacto do homem com a natureza e criando a oportunidade de se admitir inconscientemente esse impacto onipresente (GALLO, 2008). A área aberta à visitação pública próxima a sede administrativa conta com vários outros locais de interesse, bem como a Trilha do Beija-Flor, uma trilha auto-guiada, cujas árvores são identificadas com seus nomes científicos, uma pista de saúde que também possui as árvores identificadas com seus nomes científicos, represa, alojamento para pesquisadores, sanitários (para uso dos visitantes), parque infantil e anfiteatro (Figura 7, 8, 9, 10). Os espaços físicos que não apresentam atrativos potenciais para a educação, como alojamento, sanitários, parque infantil e anfiteatro, serão utilizados de forma indireta, como refeitório, recreação, realizações de oficinas e palestras, exibição de material áudio-visual (documentários, filmes, entre outros). Figura 7 – Início da Trilha do Beija-Flor. Figura 8 – Vista geral da Pista de Saúde. Figura 9 – Vista geral da Represa Figura 10 – Alojamento para pesquisadores. Diferentes desses espaços existem outros que são reconhecidamente próprios da educação como a sala de aula e a escola, por exemplo. São chamados espaços escolares. No entanto, acreditamos que se transformarmos os espaços naturais em “salas de aula” também teremos resultados significativos no processo de ensino-aprendizagem. Uma vez que o que torna um espaço cheio de significados e aprendizados é a qualidade e função das relações que se mantém com este espaço. Portanto, influenciamos neste espaço e somos influenciados por ele. Neste trabalho assumimos que a Educação Ambiental, como perspectiva educativa, pode estar presente em todas as disciplinas, quando se analisa temas que permitem enfocar as relações entre a humanidade e o meio natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades. (REIGOTA, 2001, p. 25). Desta maneira, propondo usufruir pedagogicamente para fins de educação ambiental os espaços da Estação Experimental Itirapina, criou-se os programas educativos que, trazem a inserção da educação ambiental como um tema transversal em cada disciplina pertencente à grade do ensino fundamental (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia, História, Educação Artística e Educação Física). Para cada espaço educador delimitado uma disciplina foi relacionada e um programa de educação ambiental foi elaborado (Tabela 2). Espaço educador Disciplinas Programas História Passado, Presente e Cerrado do Vermelho Futuro Mata Ciliar Geografia O solo e sua Talhão de Araucária Geografia importância Pinheiros e Represa Português A Minha Natureza Represa Matemática Conta-Gotas Educação Artística Arte Reciclada Geografia, Ciências Todos Contra a Anfiteatro Dengue Educação Física Exercitando com Pista de Saúde Conhecimento Português, Matemática, Caça ao Tesouro Trilha do Beija-Flor Ciências Trilha do Seres Ciências Homem e Natureza Tabela 2 – Relação dos espaços educadores com as disciplinas e seus programas de E.A. Na aula intitulada Passado, Presente e Futuro, através de uma linha do tempo, criada juntamente com os alunos, é retratada a mudança do homem do passado até o presente e quais as possíveis perspectivas deste homem para o futuro, em relação à natureza. Em Segurando Minhas Raízes, são discutidas os tipos de solos e os efeitos e causas da erosão em leitos de rio. Na aula A Minha Natureza, os alunos redigem textos sobre o ser natural (árvores, flores, insetos, pássaros, entre outros) que mais se identificam e discutem sobre desmatamento e queimadas. Conta-Gotas é uma aula repleta de cálculos sobre o desperdício de água, bem como sua quantidade no mundo. Arte Reciclada aborda o tema reciclagem e estimula a criatividade dos alunos nas confecções de diversos materiais. Em Todos Contra a Dengue os alunos são informados sobre a doença, a sua prevenção e incentivados a passar o que aprendem aos moradores da estação. Na aula Exercitando com Conhecimento, os alunos realizam uma chave de identificação das espécies arbóreas ao mesmo tempo em que exercitam nos equipamentos de um percurso. Em Caça ao Tesouro os alunos passam por diferentes desafios e se deparam com situações do dia a dia que envolvam consumo e desperdício de energia e água. Na aula Homem e Natureza, os alunos interpretam uma trilha guiada por um monitor, cujo enfoque esta na relação do homem com a natureza destacando os impactos ambientais presente nessa relação. CONCLUSÃO A realização estratégica de um Programa de Educação Ambiental Formal em unidades de conservação extrapola o espaço interior da sala de aula, privilegiando o espaço exterior na busca do conhecimento e das experiências ambientais trazendo resultados positivos no processo de ensino-aprendizagem ao mesmo tempo em que permite uma melhor relação com a natureza. Desse modo, a construção de estratégias ambientais educativas, contextualizadas e significativas para os alunos do ensino fundamental da comunidade, a partir da implementação de programas/aulas interdisciplinares que visam não somente a transmissão de conhecimentos, mas também de propiciar atividades que revelam os significados e as características do ambiente, transcendeu os aspectos cognitivos da aprendizagem, e possibilitou a criação de oportunidades para reflexão, ação e disseminação de idéias e práticas conservacionistas, podendo, portanto, ser considerada um instrumento efetivo de educação ambiental. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei 9.985, de 18 de julho de 2000. Dispõe sobre o SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Brasília, 2000. DELGADO, J. M.; BARBOSA, A. F.; SILVA, C. E.; ZANCHETA, D.; GIANNOTTI, E.; PINHEIRO, G. S; DUTRA-LUTGENS, W. J. Plano de manejo integrado das Unidades de Conservação de Itirapina-SP. Instituto Florestal, São Paulo, 2006. GALLO, W. S. Construção de Trilha Interpretativa como Estratégia de Educação Ambiental na Estação Experimental Itirapina – SP. Dissertação Graduação (Bacharelado). Centro Universitário Central Paulista, São Carlos – SP, 2008. GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 2.ed. Local: Vozes. p.64-89, 2003. GIANNOTTI, E. Composição florística e estrutura fitossociologia da vegetação de cerrado e de transição entre cerrado e mata ciliar da Estação Experimental de Itirapina (SP). Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP, 1988 LUDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. MATAREZI, J. Estruturas e espaços educadores. In: Ferraro Junior, L. A. (org.) Encontros e caminhos: formação de educadores ambientais e coletivos educadores. Pp. 159-173. Brasília: DEA/MMA, 2005. MMA. Programa Município Educadores Sustentáveis. Brasília, 2005. NICOLAI-HERNANDES, V. A.; CARVALHO, L. M. Controvérsias e conflitos socioambientais: Possibilidades e Limites para o Trabalho Docente. 2006. Disponível em http://www.eses.pt/interaccoes. Acesso em 22/02/2008. PEREIRA, A. B. Aprendendo Ecologia Através da Educação Ambiental. Porto Alegre. Sagra- DC Luzatto-1993. PINHEIRO, G. S.; LIMA, O. S.; MORAES, J. L. Inventário florestal das estações experimentais do Instituto Florestal – Fase 1ª: Cadastramento dos plantios. Boletim Técnico IF, 23: 1-80, 1976. REIGOTA, M. O que é educação ambiental. São Paulo: Brasiliense, 2001. RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999. VEIGA, A. A. Balanços hídricos das dependências da Divisão de Florestas e Estações Experimentais. São Paulo, Instituto Florestal, 1975. AGRADECIMENTO Os autores agradecem o Programa de Iniciação Científica do Instituto Florestal PIBIC/IF CNPq pelo auxílio bolsa de pesquisa.