Em casa, fora de casa Dicas para criar um ambiente aconchegante e charmoso em uma nova casa Por Eliana de Souza Queiroz Clarissa Gallo Ana Lúcia Paiga Marina Nugent Mudar para um lugar novo é um desafio: pode não faltar nada nos cômodos e ainda assim, algo parece estar completamente fora do lugar. Os móveis estão todos lá, mas você não se sente em casa e não enxerga qual é o problema. Acontece que construir um lar exige mais do que colocar a geladeira na cozinha e um sofá na sala, explicam as designers de interiores do escritório SQ & G, Clarissa Gallo e Eliana de Souza Queiroz. Mais do que combinar a almofada com o sofá, é necessário criar um vínculo com o lugar e os móveis, fazer com que eles produzam sensações e lembranças que façam com que você se identifique com o lugar.“Se aquilo não te transmite nada, então está errado.”, explicam. A solução parece muito lógica, mas não é tão óbvia assim e segundo a psicóloga Ana Lúcia Paiga, “a pessoa pode estar insatisfeita, mas em muitos casos ela não percebe que pode ser com a própria casa.” No caso de estrangeiros que mudam para o Brasil, a situação pode ser mais complicada. Segundo a SPTurs, mais de 50% deles são homens que vem ocupar um bom cargo em uma multinacional e trazem a família consigo. E então a casa torna-se palco de um momento importante de interação, adaptação e intimidade. Mas enquanto o marido passa o dia no escritório e tem aquele ambiente já organizado para ele, a mulher demora mais para encontrar uma ocupação, está longe da família e dos amigos e as crianças tem de se adaptar ao ensino culturalmente diferente. Nessas horas, para Ana Lúcia Paiga, ter um lugar que seja realmente uma casa é essencial Caso contrário a situação gera estresse na harmonia familiar, que demora mais para se adaptar ao meio, e pode entrar em conflito. “Se o ser humano não sente afinidade com seu espaço, isso interfere na sua auto-estima e na sua segurança. O espaço é importante”, completa a psicóloga. Para criar esse ambiente aconchegante, que sirva como um porto seguro ao fim de cada dia, é preciso parar e se organizar. As designers de interiores Clarissa Gallo e Eliana de Souza Queiroz sugerem que se faça uso de objetos que já tenham uma certa história e remetam ao passado, produzindo boas lembranças dentro de casa. Pode ser aquela cômoda que era de uma avó, uma bela colcha que pertencia à outra casa, cores que faziam parte da casa antiga, e claro, fotos de lugares e pessoas amadas. Tudo isso costuma vir com um cheiro específico, que tem o poder de nos transportar para um lugar longe, ou para perto de pessoas amadas. O problema é que no caso dos expatriados, o caminho para criar um lar não é tão óbvio. “. É nosso papel desenvolver este contato com a nossa cultura, mostrar o design e qualidade de nossos produtos transmitindo aos poucos confiança nas novas opções, assim trazendo tranqüilidade e diminuindo o stress. Outra preocupação é a de encontrar um lugar prático, que também amenize os problemas do dia-a-dia, tais como: transporte escolar, trânsito de São Paulo, segurança entre outros.“é importante procurar um apartamento próximo à escola das crianças, ou do trabalho do casal, para que eventualmente apenas uma caminhada seja suficiente para chegar ao destino. Para a coach Marina Nugent, “o melhor é resolver essas questões o quanto antes”, junto com isso, aquela sensação de desconforto também vai embora. Uma parede colorida, um corredor de fotos, e uma cômoda podem parecer fatores tão pequenos e insignificantes que para muita gente nem vale a pena pensar. Ainda assim, depois de acrescentados ao ambiente, fazem toda a diferença na harmonia da casa.