PARCERIA COM FORNCEDORES COMO VANTAGEM COMPETITIVA DA ORGANIZAÇÃO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS Gonçalves, R.S [email protected] Freitas, T. A. [email protected] Freitas, R. C. M. [email protected] Murgel, D.O. [email protected] Chimendes, V.C.G. [email protected] TEMA: Logística Empresarial - Gestão da Cadeia de Suprimentos RESUMO: a área de logística, relativamente nova, considerando o cenário atual, tem ganhado cada dia mais espaço, dada a sua importância e impacto direto nos resultados finais das organizações. As organizações estão constantemente em busca de novas vantagens competitivas através da integração das cadeias de suprimentos. Sendo assim, novas formas de gestão tornam-se necessárias, como por exemplo, o estabelecimento de parcerias entre organizações e seus fornecedores. A administração da cadeia de suprimentos, que é a atual logística, vem com conceitos e princípios que diminuem custos, além de gerar resultados numéricos para a empresa, como a redução de tempo em processos logísticos, vêm acompanhados também de resultados muitas vezes imensuráveis como satisfação do cliente, entre outros. Este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância do desenvolvimento das parcerias com os fornecedores. Para elaborar o presente artigo, foi realizado um levantamento bibliográfico/teórico a fim de provar, de acordo com as teorias já existentes, como é importante o desenvolvimento das parcerias para as organizações se manterem no negócio. Com a revisão bibliográfica, foi possível identificar benefícios que as empresas praticantes possuem, e que tais benefícios podem levar as organizações à vantagem competitiva no mercado. A boa gestão da cadeia de suprimentos pode gerar uma vantagem para a organização num ambiente de concorrência acirrada como a dos dias atuais. PALAVRAS-CHAVE: Cadeia de Suprimentos, Fornecedores, Parceria, Vantagem Competitiva. ABSTRACT: the area of logistics, relatively new, considering the current scenario, has gained more and more space, given its importance and direct impact on the bottom line of organizations. Organizations are constantly looking for new competitive advantages through the integration of supply chains. Hence, new forms of management become necessary, such as the establishment of partnerships between organizations and their suppliers. The management of the supply chain, which is the current logistics, comes with concepts and principles that reduce costs, and generate numerical results for the company, such as reducing time processes, also come with results often immeasurable satisfaction as customer, among others. This paper aims to demonstrate the importance of developing partnerships with suppliers. To prepare this article was based on a literature / theoretical to prove, according to existing theories, how important is the development of partnerships for organizations to stay in business. With the literature review, it was possible to identify benefits that companies are practicing, and that such benefits can lead organizations for competitive advantage. Proper management of the supply chain can generate an advantage for the organization in an environment of fierce competition as of today. KEYS WORDS: Suplly Chain; Supllier; Partner; Competitive Advantage. INTRODUÇÃO As organizações atualmente buscam vantagens e diferencias que as tornem mais competitivas e consigam garantir a continuidade de suas atividades no mercado, e para que isso ocorra é de extrema importância que construam bons relacionamentos com seus fornecedores e clientes. Considerando que as organizações não são autossuficientes, a construção desse bom relacionamento torna-se vital para que possa se tornar mais eficaz, pois estará compreendendo e analisando tanto as necessidades de todos os processos da empresa quanto a capacitação e qualidade dos fornecedores de produtos e serviços. Cecconello e Ajzental (2008) afirmam que “toda empresa está imersa num relacionamento entre fornecedores e clientes visto que processa insumos como informações e matérias-primas, obtidas dos fornecedores, entregando a seus clientes o produto ofertado”. E é por estar num ambiente repleto de relacionamentos é possível afirmar a necessidade de um gerenciamento mais eficaz de sua Cadeia de Suprimentos, e neste caso, o foco será em seus fornecedores. “O desafio na gestão de relacionamentos, para além dos custos de transação, extrapola o campo de interesse da sustentabilidade e se coloca para a gestão de cadeias como um todo; isto é, a necessidade de desenvolvimento de relacionamentos colaborativos aplica-se de forma mais ampla” (BRITO E BERARDI, 2010). Focando neste relacionamento espera-se mostrar com a revisão de literatura e, o levantamento teórico, que o desenvolvimento de parcerias com fornecedores representa um ganho efetivo, uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes no mercado. O presente trabalho tem por objetivo demonstrar através de um levantamento bibliográfico, a importância do desenvolvimento de parceria com fornecedores da empresa. LOGISTICA E SUA CRONOLOGIA A logística é um departamento ou área da organização de extrema importância, pois tem por responsabilidades o armazenamento de matéria-prima, produtos semi e acabados, distribuição e compras de materiais que compõem o produto, entre outros. O conceito logístico surgiu a partir das necessidades da guerra, entretanto suas atividades já existiam, pois as mesmas são inerentes a existência humana. Para Nóbrega (2010) os líderes militares da antiguidade já se utilizavam da logística para tramar guerras. Era necessária muita organização e planejamento para o transporte das tropas e armamentos. A execução das tarefas logísticas envolviam definições de rotas. De acordo com Santos (2010) desde o inicio, no século III A .C., na Grécia, conceituava-se a Logística como a arte de calcular. No inicio do século XVII, na França, foi introduzida pela primeira vez no mundo, o conceito logístico na guerra que trata do planejamento e organização do alojamento, equipamento, transporte de tropas, produção, distribuição, manutenção e transporte de material bélico e de outras atividades não combatentes relacionadas. “Só no inicio do século XIX, a Logística foi reconhecida do ponto de vista acadêmico, passando a ser estudada como ferramenta estratégica e introduzida nas organizações. No Brasil, a Logística surgiu no inicio da década de 80, logo após a explosão da Tecnologia da Informação” (SANTOS, 2010). Nóbrega (2010) afirma que com o fim Segunda Guerra Mundial as organizações começaram a descobrir a verdadeira importância do departamento logístico. Visto que a demanda crescia aceleradamente, e os consumidores estavam cada vez mais exigentes, e as organizações foram forçadas a se preocuparem com a satisfação de seus clientes. Para Santos (2010), as etapas de evolução da logística podem ser divididas em décadas e começam a partir da década de 80 com o foco nas metodologias de modais de transporte e armazenagem. Só na década de 90, inicia-se o conhecimento cientifico da área devido à inserção de cálculos nos seus processos, o foco passa a ser na administração, distribuição, movimentação e armazenagem de materiais. Hoje muito mais complexo e amplo, com foco em controle, planejamento, tecnologia da informação, finanças e serviço ao cliente. A partir daí surge então uma logística mais tática com objetivos previamente definidos e gerenciados. Através desse gerenciamento que surge a concepção da Administração da Cadeia de Suprimentos. Conforme Nhan (2002) a logística assume uma função sistêmica de otimização do fluxo de materiais, informações e recursos de uma organização que integra atividades gerenciais e operacionais, planejando, implementando e controlando o fluxo desde o ponto de origem até ao ponto de destino, com o princípio de adequar as necessidades de seus fornecedores e clientes. A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos (BALLOU, 2011). Para o autor tratase de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto do consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. Muitas são as definições de logística atualmente, entretanto, hoje é cada vez mais comum uma abordagem dos departamentos como áreas cada vez mais táticas, ou seja, a visão de que a área de logística da organização é estritamente operacional não existe mais. Há cada vez mais uma visão de gerenciamento, englobando planejamento, direção, controle e execução de tarefas voltadas aos resultados empresariais. “Enquanto a logística concentra-se nas operações da própria empresa, a cadeia de suprimentos olha desde o início até os elos finais da corrente de fornecedores e clientes. E com uma visão mais ampla e panorâmica do que a vi-são logística. Além da preocupação de todas as empresas com o que ocorre ao longo de toda a sua cadeia, é necessário um intenso grau de colaboração entre empresas ao longo da cadeia de suprimentos para que se atinja maior eficiência” (MACHLINE, 2011). CADEIA DE SUPRIMENTOS OU ABASTECIMENTO Com clientes mais exigentes e ambientes complexos, a competição entre as organizações se tornam cada vez mais acirrada. O número crescente de competidores disponibiliza para o mercado novos produtos a preços cada vez menores e com um nível de serviço melhor. Com esta situação os gestores têm focado atenção a temas ligados a cadeia de suprimentos. Este conceito dentre da organização faz a integração de funções e interligação entre as mesmas. Machline, 2011 afirma que a cadeia de suprimentos acompanha desde o início até os elos finais da corrente de fornecedores e clientes, com uma visão mais ampla e panorâmica do que a visão logística conforme mostra a figura 1. Para Furlanetto (2002) a cadeia de suprimentos é constituída por um conjunto de relações verticais, devidamente conectados produzindo pares distintos, mas complementares, de um produto ou serviço, que visa suprir as necessidades de um consumidor final. “A cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data (quando) que os clientes e consumidores os desejarem” (BERTAGLIA, 2009). Figura 1 - A era da cadeia de suprimentos 1970-2000 – visão integrada Fonte: - Machline (2011) Bertaglia (2009) afirma que o consumidor está cada vez mais exigente em relação ao alto índice de qualidade do produto/serviço e o preço baixo. Salienta ainda que estes fatores são os que mais atraem os clientes para a compra. Mas para que uma organização alcance um bom índice de qualidade e um baixo preço do seu produto, esta necessita obter processos industriais competentes e de custos reduzidos. E é considerando este cenário que a cadeia de abastecimento se faz extremamente importante para solucionar este fator de concorrência em função do preço e qualidade. “A Gestão Sustentável da Cadeia de Suprimentos alinha-se com as prioridades estratégicas da empresa, tanto na sua necessidade de legitimação como na busca de competitividade” (BRITO E BERARDI, 2010). “A cadeia de abastecimento deve ser vista pela organização como um processo integrado que permite obter vantagem competitiva no fornecimento de serviços ou produtos para clientes e consumidores, independentemente do lugar onde eles estejam” (BERTAGLIA, 2009, p. 12) “O SCM envolve o conjunto de processos e organizações desde a fonte de matériaprima até o cliente final. Essa nova forma de gerenciamento busca organizar a produção com base na demanda estimada (com a maior exatidão possível), integrando as duas pontas da cadeia (fornecedores e clientes). É um novo modelo administrativo adotado pelas empresas para evitar o desperdício, reduzir custos e oferecer um melhor serviço ao consumidor. Trata-se de uma abordagem que implica na conjugação de todos os esforços inter e intra-organizacionais no sentido de atender às necessidades e/ou desejos do cliente final” (FILHO, E. R, et al, 1999, p.12). Silva (2006) aborda algumas definições na literatura sobre cadeias de suprimentos, considerando as definições convergentes a uma rede de companhias. O Quadro 1 apresenta as definições. Quadro 1 – Definições de Cadeia de Suprimento Fonte: SILVA, E. R. S et al (2006, apud Pires, 2004).1 ESTRATÉGIA E VANTAGEM COMPETITIVA Cada vez mais se investe em conhecimento e tecnologia para tornar a organização mais estratégica e seus departamentos mais táticos. Com o departamento de logística não é diferente. Sendo assim, é necessário que se tenha em mente o conceito de estratégia. “Estratégia é um plano – algum tipo de curso de ação conscientemente pretendido, uma diretriz (ou conjunto de diretrizes) para lidar com uma situação” (MINTZBERG, 2009). Considerando a afirmação de MINTZBERG, estratégia é conjunto de ações que em sintonia e planejamento se torna imprescindível às organizações, considerando que as mesmas estão sempre em crescimento e a procura da vantagem competitiva, estas necessitam de um plano de ação para conseguirem alcançar este objetivo. “É imprescindível que tais estratégias estejam alinhadas entre si e também com o ambiente. O alinhamento entre estratégia e ambiente justifica-se pelas condições favoráveis do ambiente externo à implementação e execução da estratégia, como forma de promover um diferencial competitivo organizacional.” (FEITOSA, 2010, p.2). 1 PIRES, Silvio R.I. Gestão da Cadeia de Suprimentos: conceitos, práticas e casos. Supply chain management. São Paulo: Atlas, 2004 “A estratégia competitiva envolve o posicionamento de um negócio de modo a maximizar o valor das características que o distinguem de seus concorrentes. O mesmo autor afirma que a essência da formulação de uma estratégia competitiva é relacionar uma companhia ao seu meio ambiente” (LIRA, 2011) Nas organizações chama-se planejamento estratégico quando global e de longo prazo e tático quando departamental e de médio prazo. O planejamento tático deve obedecer e seguir a mesma linha do planejamento estratégico, pois é quando se coloca mais detalhadamente as ações para o alcance das metas e objetivos estipulados pelo planejamento estratégico. “O planejamento estratégico é um esforço para reduzir decisões que orientarão as ações da organização. Deve ser simples e claro, e conter a missão, os princípios, as metas e objetivos da empresa, se baseando nas premissas e variáveis internas e externas” (BERTAGLIA, 2009). O mesmo autor afirma que “esse planejamento é fundamental para que a empresa possa conhecer e identificar as variáveis que a cercam”, e, que “as organizações devem ter um processo de planejamento integrado e com visão do todo”. FEITOSA (2010) assegura que “a partir da análise ambiental estratégica é possível constatar o real comportamento do ambiente e, por conseguinte, a existência de alinhamento estratégico entre a estratégia competitiva e o ambiente externo. Assim, fazse necessário compreender as peculiaridades do contexto no qual a organização está inserida, para verificar se a estratégia competitiva utilizada está alinhada ao ambiente externo.” O planejamento estratégico aborda uma visão global da empresa, sua razão de existir, sua essência e como a própria se vê ao longo do tempo e a partir daí define suas metas de longo prazo. Portanto faz-se necessário entender o que é missão e visão organizacional. “A missão organizacional é a declaração do propósito e do alcance da empresa em termos de produto e de mercado. Define o papel da organização dentro da sociedade em que está envolvida e significa sua razão de ser e de existir” (CHIAVENATO, 2009, p. 22). É a explicação por escrito de qual é a intenção da organização e quais são as suas aspirações. “A definição da missão exige consenso entre os parceiros. Ela deve partir da direção da organização e posterior discussão com os parceiros para obter perfeita consonância e concordância” (CHIAVENATO, 2010, p. 98). Quando a missão é definida, torna-se necessário a sua comunicação, para que as pessoas possam ter o real conhecimento do propósito da organização, possibilitando com isso, o alcance da mesma. “Uma missão deve estar voltada ao atendimento de determinada necessidade real dos clientes, sem perder de vista as vantagens competitivas que a empresa possui ou pretende alcançar, com base em um potencial maior em relação aos concorrentes e, sobretudo, voltada ao ambiente de mercado contemporâneo e suas tendências” (BUCHSBAUM, 2012, p 207). “A Visão representa a imagem que a organização tem a respeito de si mesma e do futuro. É o esforço de ver a si própria no espaço e no tempo. A visão está geralmente mais voltada para aquilo que a organização pretende ser do que para aquilo que ela realmente é” (CHIAVENATO, 2010, p.100). Deve-se deixar claro o compromisso com o desempenho da organização. “A visão trata de estabelecer na teoria o salto para o futuro, enquanto a estratégia define os meios para dar este salto.” (BERTAGLIA, 2009, p. 47) É partir da missão e visão que a organização constrói a base para o desenvolvimento de seu planejamento estratégico. E é partir do planejamento estratégico que se desenvolve as ações táticas, ou seja, departamentais, que caminharão no mesmo sentido a fim de alcançar os objetivos maiores. E são essas ações planejadas, também conhecidas como estratégia, que garantirão o sucesso organizacional. PARCERIA E FORNECEDORES Considerando o conceito que, para que uma organização possa se tornar mais competitiva se faz necessário que esta trabalhe em conjunto, não só interdepartamentalmente, mas também em parceria com como seus fornecedores. Atualmente as empresas estão tornando esta visão mais presente no mundo empresarial. “As organizações modernas estão se conscientizando cada vez mais da necessidade de manter alianças com fornecedores em vez de manter uma relação puramente de compra e venda, com tendências de animosidade de maioria das circunstâncias. Está também reduzindo a quantidade de fornecedores, mantendo um relacionamento de longo prazo com latos volumes e maior flexibilidade, o que permite que as trocas de informações sejam efetuadas no âmbito global de planejamento”. (BERTAGLIA, 2009) O conceito de parceira surge com a nova visão de que o fornecedor contribui para agregar valor ao negócio, e que o mercado permite que diversas organizações, uma fornecedora da outra, possam ganhar em seus mercados ao mesmo tempo em que trabalham juntas. “As alianças estratégicas são parcerias entre empresas, em que seus recursos, capacidades e competências essenciais são combinados para perseguirem interesses mútuos ao projetar, manufaturar e distribuir bens ou serviços” (CECCONELLO E AJZENTAL, 2008). Para o mesmo autor, as alianças ou parcerias são desenvolvidas por uma série de razões entre as quais são: estabilidade e ganho de poder de mercado, desenvolvimento de novos produtos e agilidade na entrada de novos produtos no mercado. Seguindo a mesma linha de pensamento, Gulati (1998) define alianças logísticas como “um arranjo voluntário entre empresas envolvendo a troca, compartilhamento e codesenvolvimento de produtos, tecnologias e serviços. Elas podem ocorrer como resultado de uma ampla quantidade de motivos e objetivos, tomar uma variedade de formas e acontecer através de limites verticais e horizontais da empresa”. “A configuração de parceria potencialmente de maior impacto nos processos e na competitividade das empresas, mas também de mais difícil operacionalização, é a formação de alianças duradouras que permitam a melhoria contínua, ao longo do tempo, nas interfaces entre os processos dos parceiros, ampliando a sinergia entre as empresas envolvidas.” (Fabricio, M. M. et al, 1999 ) Conforme Heide e John (1990), a confiança e o comprometimento são fatores significantes para a estabilidade em longo prazo das organizações. Para que haja uma relação de parceria entre as empresas, estas precisam se conhecer “intimamente”, e ter um alto grau de confiança recíproca, considerando que ambas irão compartilhar informações e desenvolver estratégias para alcançar o objetivo almejado, a melhoria contínua e a vantagem competitiva. “Na informação, particularmente a transparência e a qualidade do fluxo de informações, representa um importante papel nos muitos interesses de desenvolvimentos existentes na cadeia de suprimentos, sendo o primeiro deles a intermediação, uma potencial barreira para a transparência, pois age como fonte de informação assimétrica e de baixo impacto, e segundo, a intermediação necessariamente eleva os custos e freqüentemente constitui uma atividade de não agregação de valor. (BARBOSA, D. H. et a,. 2007, p 5.) “Podemos perceber que as alianças logísticas, por refletirem o desejo dos participantes, exigem um conhecimento profundo de cada um dos envolvidos na formação das mesmas e um relacionamento mais complexo e evoluído. Portanto, as alianças implicam em uma visão global e duradoura das organizações envolvidas no processo, e pode-se depreender que as alianças são de longo prazo, numa abordagem mais estratégica, implicando numa adaptação cultural entre os seus integrantes e no estabelecimento conjunto de objetivos comuns a serem atingidos pela sua formação.” (FILHO, E. R, et al. 1999 ) “Para ser bem sucedida, uma maior confiança e interação com os fornecedores, envolvendo até mesmo a transferência de tecnologia e de domínio entre processos conexos, que deve ser alicerçada por uma maior confiança mútua respaldada por parcerias que privilegiem a qualificação e a capacitação dos fornecedores frente às necessidades e estratégia de produção da empresa cliente.” (Fabricio, M. M. et al, 1999). Obter uma relação de parceria entre fornecedor e comprador não é uma tarefa fácil, mas sim de longo prazo e que necessita de uma boa gestão, planejamento e comprometimento de ambas as partes, sendo assim, inúmeros são os benefícios encontrados nas empresas praticantes deste novo modelo de gestão da cadeia de suprimentos. “Os benefícios mais comuns das alianças logísticas estão na redução de custos por meio da especialização; melhoria do desempenho sinérgico; aumento da informação para dar suporte ao planejamento conjunto entre os parceiros e elevar os níveis de serviço aos clientes.” (BARBOSA, D. H. et a,. 2007, p.3) A relação de parceria pode trazer benefícios para ambas as partes. Para a organização compradora, o que se pode visualizar é o poder de barganha que obtém com o seu fornecedor, conseguindo muitas vezes um melhor preço e se tornando com isso mais competitiva no mercado. Como se pode notar as vantagens de se desenvolver parceria com fornecedor são inúmeras e é esse o motivo que explica o porquê de muitas organizações enxergarem esse desenvolvimento como vantagem competitiva e investirem nisso. A abordagem sobre alianças entre empresa principal e fornecedores pode não ser tão comum ultimamente, principalmente considerando-a como uma vantagem competitiva, mas hoje, com a crescente visualização do mercado de sua importância, ela pode ser assim vista, e, futuramente, poderá ser até uma necessidade de sobrevivência para ambas as partes. “Empresas brasileiras que pretendam desenvolver a prática da SCM como forma de aumentar a sua competitividade devem buscar parceiros com os quais possa ser estabelecida uma relação de confiança.” (MIGUEL, P. L .S et. al. 2010, p.19) CONCLUSÃO É indiscutível que o mercado atual está cada vez mais competitivo para atender as necessidades e desejos de clientes cada vez mais exigentes. Nesse cenário de concorrência tão acirrada, ganhar novos mercados ou até mesmo manter-se naquele já conquistado, não é tão simples, ao contrario, exige das organizações aspectos ou diferenciais que as façam se sobressair em relação aos seus concorrentes, ou seja, que as façam ser e obter vantagem competitiva. Para isso, muitas empresas na busca por essa competitividade têm desenvolvido um conceito relativamente novo na área de logística, foco deste trabalho, o conceito de parceria entre a organização e seus fornecedores. Isso se dá pelos inúmeros benefícios que o desenvolvimento de fornecedores parceiros permite à organização. Redução de custos, maior confiabilidade de entregas corretas e no prazo certo, respostas rápidas às emergências, melhor programação na produção devido ao fluxo rápido e confiável de informações, são alguns dos muitos benefícios alcançados pelas empresas através da parceria. Esses fatores tornam a empresa mais competitiva. O que se pode concluir é que estes benefícios são presentes não somente em uma organização, e sim nas duas empresas envolvidas no processo. Estas se desenvolvem mutuamente, assim, podendo as duas organizações adquirir a vantagem competitiva. Esses benefícios são diferenciais que impactam no produto/serviço final e fazem com que a organizações se destaquem em relação a seus concorrentes, ou seja, desenvolvam ou obtenham vantagem competitiva, num mercado de concorrência tão acirrada. O conteúdo expresso no trabalho é de inteira responsabilidade do(s) autor(es) BIBLIOGRAFIA BALLOU, RONALD H. Logística Empresarial Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2011. 388 p. BARBOSA, D. H. Alianças Estratégicas na Cadeia de Suprimentos: um estudo de caso. São Paulo: 2007. 10 p. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 546 p. BRITO, R. 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