Para melhorar acessos, Goldman defende regionalização do Porto de Santos A Tribuna Manuel Alves Fernandes 07/08/2010 O governador Alberto Goldman (PSDB) responsabilizou, na última sexta-feira, o Governo Federal pelos congestionamentos nos acessos ao Porto de Santos e aos pátios reguladores de caminhões que se repetem nos períodos de embarque da produção agrícola. “O Porto de Santos não é administrado pelo Governo do Estado. E, portanto, todos os acessos mais próximos dele são do Governo Federal”, disse. Goldman apontou uma solução para esses problemas que afetam a economia de Santos e Cubatão. “Mas o Governo Federal não precisa ter essa responsabilidade. Pode passá-la para o Governo do Estado. Há muitos anos temos tentado isso. Espero que na mudança de governo, no próximo ano, se possa conseguir trazer o Porto de Santos para o Estado de São Paulo, e administrá-lo em um sistema de gestão da qual participem os municípios da região”. Ampliar o porto Além dos problemas de acesso rodoviário ao Porto, que afetam Cubatão, Santos e Guarujá, Goldman listou outros. “Também é preciso ampliar o Porto, para não acontecer o que vemos hoje: mais de cem navios ao largo, esperando lugar, alguns demorando 40 dias para poder aportar, com custos e perdas imensas para todo o País”. Segundo Goldman, se a União já tivesse concluído as avenidas perimetrais e construído pátios de estacionamento para abrigar caminhões carregados em áreas próximas ao Porto, estariam solucionados os principais problemas logísticos nos momentos de picos dos carregamentos. A avaliação foi feita por ele ontem, durante visita ao jornal A Tribuna, em companhia do secretário estadual de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, o prefeito de Santos, João Paulo Papa, e o ex-diretor da Agem, Edmur Mesquita. Eles foram recebidos pelo diretorpresidente do jornal, Marcos Clemente Santini, e pela diretora de Circulação, Flávia Clemente Santini. 1 Responsabilidade do Estado Ainda se referindo aos problemas logísticos da região, Goldman falou sobre a responsabilidade que entende ser do Estado. “Os governos estaduais anteriores fizeram a sua parte. Construíram duas pistas da Rodovia dos Imigrantes para integrar o Planalto à Baixada. Nós estamos dispostos a manter os investimentos que cabem ao governo do Estado, pois a Imigrantes, daqui a alguns anos, também vai se tornar insuficiente para o volume de tráfego com a dimensão necessária à economia. Mas o Governo Federal também deve agir”. Como alternativa logística, Goldman admitiu – se não houver áreas próximas ao Porto – a construção de pátios reguladores no Planalto, pela iniciativa privada. “Com sistemas logísticos eficazes, isso funciona perfeitamente no mundo todo. Há grande pátio de estacionamento entre Milão e o Porto de Gênova, na Itália, que também não tem áreas para se expandir. Atende perfeitamente. Acabo de inaugurar um pátio da Ecovias na confluência do Rodoanel com as vias Imigrantes e Anchieta. Outros semelhantes podem ser feitos pela iniciativa privada”. Segundo o governador, “com o acesso regulado, não fica esse atravancamento de caminhões. São problemas, insisto, que o Governo Federal tem que resolver, e não imaginar que outros resolvam por ele. Passem o Porto para o Governo do Estado de São Paulo, que tem capacidade de gestão, e tem demonstrado isso, pois já dirige portos e aeroportos”. 2