CAPA Colaboração um dos pioneiros dos estudos sobre marketing. Em suas palestras e seminários, Kotler costuma dizer que cliente bom é aquele que reclama. Os cinco empreendedores que ilustram esta reportagem compactuam totalmente com essa ideia. Ao encarar a interação com os clientes como fonte de inspiração — mesmo que, às vezes, seja preciso ouvir críticas —, eles encontraram maneiras de melhorar processos, testar ideias e criar novos produtos e serviços. A maneira como esses empreendedores interagem com seus consumidores vai ao encontro do que fazem as empresas mais bem avaliadas em matéria de relacionamento com o cliente no Brasil. A pedido da reportagem, o Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com o Cliente (IBRC) analisou as respostas dadas pelas 25 líderes da última edição de seu ranking de satisfação. A pesquisa acompanha o desempenho de 100 empresas com faturamento superior a 500 milhões de reais por ano e é produzida desde 2010 em parceria com a revista EXAME, que, assim como Exame PME, é publicada pela Editora Abril. A análise revelou que as 25 mais Como aproveitar a interação com os consumidores para melhorar produtos e processos, testar novas ideias e vender mais 18 | Exame PME | Maio 2015 bem colocadas do ranking de 2014 coincidem em certas práticas. Eis algumas: • os processos internos são revisados com base no que as equipes de atendimento identificam como demandas do consumidor; • os funcionários participam de pelo menos um treinamento por ano sobre como interagir de forma proveitosa com o cliente; • o plano de metas anuais contempla os índices de satisfação dos consumidores; • a empresa agrupa os consumidores conforme a frequência de compra ou o tíquete médio e dá vantagens diferentes a cada perfil. Em alguma medida, as cinco empresas emergentes que aparecem nas próximas páginas também aplicam essas práticas. “Tirar um bom proveito da interação com o cliente depende muito mais dos princípios da organização do que de seu tamanho”, diz Alexandre Diogo, presidente do IBRC. Conheça, a partir de agora, as estratégias de quem encara isso como uma prioridade. Maio 2015 | Exame PME | 19 CAPA Colaboração Clientes que ajudam a tornar o site mais atraente O que faz Vende roupas e artigos esportivos pela internet | São Paulo, SP Faturamento 202 milhões de reais(1) 1. Em 2014 Fonte Empresa C GERMANO LÜDERS Ao fazer mudanças no layout, incentivamos os visitantes do site a comprar mais 20 | Exame PME | Junho 2013 onta a mitologia grega que, prestes a entrar num labirinto onde vivia o Minotauro, o herói atenien se Teseu recebeu de sua amada, a jovem Ariadne, um novelo de linha. Dentro do labirinto, Teseu desen rolou o novelo para marcar o caminho da volta e não se perder. O truque serviu de orientação para que ele chegasse mais rapidamente à morada do Minotauro, a quem enfrentou e matou. Nos dias de hoje, o mito do fio de Ariadne virou uma alegoria de como a inteligência artificial é capaz de ajudar a rastrear a trajetória de quem navega pelo labirinto da internet. Na loja virtual pau listana Kanui, que vende roupas e artigos esportivos, o significado dessa lenda é levado bem a sério. “Monitoramos cui dadosamente uma audiência de 12 mi lhões de pessoas que entram no site to dos os meses”, afirma o engenheiro Bru no Nardon, de 28 anos, um dos sócios da Kanui. “Entender minuciosamente o caminho que eles percorrem nos ajuda a criar estratégias para transformar sim ples visitantes em clientes.” Responsável pela área de marketing, Nardon coordena uma dupla de enge nheiros cujo trabalho é criar, diariamen te, propostas de mudanças no layout do site e testá-las. O objetivo é melhorar a experiência de navegação e, como con sequência, aumentar a conversão de vi sitas em vendas. “É um exercício cons tante de tentativa e erro”, diz Rafael Na ves, de 25 anos, um dos responsáveis por inventar e testar as hipóteses. “Mesmo as coisas que não dão certo servem de ins piração para novas ideias.” Há dois anos, por exemplo, Nardon e sua equipe encasquetaram: queriam sa ber se mudar a cor do botão “Comprar” de preto para laranja faria as pessoas en cher mais o carrinho. Primeiramente, a hipótese foi testada com 15% da audiên cia. O resultado agradou. Depois, um bocado maior de gente passou a deparar com o botão fosforescente. O resultado se manteve. “Quando fizemos o teste com 70% da audiência e a tendência se confirmou, oficializamos a mudança”, diz Naves. Um mês depois que o botão preto virou laranja, o número de cliques em “Comprar” aumentou 10%. A segmentação de audiência feita pe los engenheiros da Kanui é possível gra ças a ferramentas como a gratuita Con tent Experiments, do Google, e a Visual Website Optimizer, que custa a partir de 100 reais por mês. “O fácil acesso a soft wares de análise de dados tornou possí vel para qualquer empresa planejar sua experiência na internet”, diz Vinicius Pessin, especialista em comércio eletrô nico. “Um processo parecido com o da Kanui pode ser aplicado por qualquer empreendedor, mesmo que não tenha uma loja online e queira só que o cliente enxergue melhor seus contatos no site.” Resultado Desde que a Kanui criou uma equipe dedicada a hipóteses para melhorar a experiência de navegação, há dois anos, o número de visitantes que de fato compram alguma coisa no site au mentou 30%. No mesmo período, caiu 6% o número de pessoas que colocam produtos no carrinho e por algum moti vo desistem da compra. Em 2014, a Ka nui faturou 202 milhões de reais — 35% mais em relação a 2013. Maio 2015 | Exame PME | 21 CAPA Colaboração Clientes que ajudam a lançar novidades O que faz Produz e vende alimentos orgânicos | Itupeva, SP Faturamento 7,5 milhões de reais(1) 1. Em 2014 Fonte Empresa 22 | Exame PME | Maio 2015 ingredientes — como mirtilo desidratado, flocos de amaranto e semente de abóbora —, o cliente pode escolher dez opções. Também é preciso definir se a granola que serve de base para o mix deve ser adoçada com açúcar mascavo ou não. Embalagem de 350 gramas ou de meio quilo? Fazendo as contas, o total de combinações possíveis passa dos 80 milhões. Quem, em sã consciência, daria aos clientes mais de 80 milhões de opções diferentes de produtos? Camila — mas ela tem um bom motivo para isso. Ao dar a chance de o cliente customizar a granola, a Monama consegue identificar as combinações favoritas. Em meio ao sem-fim de possibilidades, sempre que uma é pedida mais de 1 000 vezes, Camila estuda a perspectiva de transformá-la em um de seus produtos de linha, que são vendidos em redes de varejo como Pão de Açúcar, Mundo Verde e St Marche. Hoje, seis dos 63 produtos do portfólio da Monama são cópias dos mais pedidos no site. Entre eles estão a granola com castanha-de-baru e açúcar mascavo e a versão em barra da granola de amendoim com açúcar de coco. Esse jeito de envolver o cliente na criação de novos produtos ajudou a Monama a se tornar conhecida da turma que gosta de comprar produtos orgânicos, um tipo de alimento que, em geral, custa mais caro do que os demais. Um pacote de granola Monama, por exemplo, chega a ser 30% mais caro do que um produto não orgânico de outra marca. Mas isso não tem sido um obstáculo para que a empresa consiga dar saída às mercadorias. “Notamos um aumento na procura por granola orgânica desde que começamos a trabalhar com a Monama”, diz Fernando Cerello, gerente de compras do Grupo Pão de Açúcar. “De 2011 para cá, o número de lojas onde a marca está presente passou de 25 para 150.” Resultado Os seis produtos inspirados nas combinações feitas pelos clientes por meio do site respondem por 20% das vendas da empresa. “Individualmente, esses são os produtos com maior demanda”, diz Camila. Em 2014, o faturamento da empresa chegou a 7,5 milhões de reais — 65% mais do que em 2013. Os produtos customizados pelos clientes no site são os mais vendidos no varejo físico GERMANO LÜDERS O s seguidores do per fil da empresa paulista Monama no Instagram volta e meia deparam com imagens que dão fome. São fotos de receitas como tapioca de banana com creme de avelã, bolinho de coco com nibs de cacau orgânico e pera assada com pasta de amendoim e sal do Himalaia. Os pratos são feitos pelos próprios clientes com ingredientes da marca. As fotos são postadas por eles no Instagram e reproduzidas pela Monama em seu perfil oficial. De vez em quando, a empresa também compartilha ideias de receitas e convida os seguidores para degustações especiais em sua loja-conceito, na região dos Jardins, na capital. O troca-troca de ideias não se restringe à estratégia de mídias sociais. “A interação com os clientes tem sido primordial para o crescimento da Monama desde sua fundação”, diz a brasiliense Camila Fortes, de 27 anos. Quando a Monama foi fundada, em 2009, Camila lançou em seu site um sistema pelo qual os clientes podem “fabricar” a própria granola. De um total de 20 Junho 2013 | Exame PME | 23 CAPA Colaboração Clientes que ajudam a experimentar ideias O que faz Torneiras, chuveiros e mictórios | São Paulo, SP Faturamento 9 milhões de reias(1) 1. Em 2014 Fonte Empresa O GERMANO LÜDERS Testar os produtos nos clientes nos permite criar uma proposta de vendas mais certeira 24 | Exame PME | Junho 2013 engenheiro Ricardo Dutra, de 41 anos, vive di zendo que sua empresa, a paulistana Draco — que fabrica torneiras, chuveiros e louças sanitárias — vende mesmo é economia para o cliente. Parece papo de vendedor cheio de lábia, mas, no caso da Draco, não se trata de nenhum exagero. Quando apresenta seus produtos a alguém que ainda não conhece a empresa, Dutra sempre mostra indicadores claros para provar seu argumento. “Um de nossos sistemas de torneiras faz empresas com movimento de até 5 milhões de pessoas por mês economizar em torno de 20% na conta mensal de água”, afirma. Dutra só passou a ser tão assertivo em seu discurso de vendas depois de implantar na Draco um sistema de testes de novos produtos que conta com a ajuda de antigos clientes. Antes de lançar uma nova linha de chuveiros, por exemplo, ele entra em contato com uma empresa que já se relacionou com a Draco e pede permissão para instalar os protótipos da marca gratuitamente em alguns banhei- ros. “Explico ao cliente que aquele sistema está em fase de testes e que vou usar sua estrutura para medir exatamente qual será a economia de água que somos capazes de proporcionar”, afirma Dutra. Foi mais ou menos isso o que aconteceu no final de 2014 na filial da rede de hotéis Blue Tree Towers em Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Na época, a Draco instalou 200 chuveiros com válvulas reguladoras de vazão e 230 sanitários com caixas de duplo acionamento nos 200 quartos do hotel. Seis vestiários e 20 banheiros de uso exclusivo dos funcionários também receberam melhorias. Depois da mudança, a conta de água caiu 37%. “Economizamos mais de 520 000 litros todos os meses”, diz João Fukino, gerente do hotel. Para clientes como o Blue Tree Towers, as vantagens dos testes são bem claras — não se paga nada pela troca e pela manutenção da infraestrutura e, na melhor das hipóteses, dá para economizar algum dinheiro com isso. Caso algo dê errado, a Draco se responsabiliza em consertar o estrago. Para Dutra, as vantagens vão além de poder apenas testar os novos protótipos. No ano passado, ele começou a propor aos clientes que participam dos testes um contrato no melhor estilo ganha-ganha. Se o novo sistema ajudar a empresa a reduzir o gasto de água, o cliente se comprometerá a pagar mensalmente à Draco o equivalente à metade da economia que alcançou. Os contratos têm duração de três a cinco anos, dependendo do tamanho do teste. “É tempo suficiente para recuperar o investimento que fizemos ao trocar tudo gratuitamente”, diz Dutra. Resultado Logo no primeiro ano em que começou a propor os contratos de testes aos antigos clientes, as receitas provenientes dessa atividade representaram cerca de 10% das vendas. No ano passado, o faturamento foi de 9 milhões de reais — um quarto mais do que em 2013. Para Dutra, a principal vantagem ainda é saber exatamente quanto é possível economizar com os produtos da Draco em locais diferentes. “Não conseguiria ter certeza dessa conta se os testes fossem feitos dentro da minha empresa”, afirma. Maio 2015 | Exame PME | 25 CAPA Colaboração Clientes que ajudam a melhorar produtos e serviços O que faz Softwares de gestão financeira | Joinville, SC Faturamento 7 milhões de reais(1) 1. Em 2014 Fonte Estimativa de mercado 26 | Exame PME | Maio 2015 lidade de Curitiba. Há alguns meses, Macedo foi até Joinville para participar dos testes de uma nova funcionalidade de um programa para controlar as finanças de uma pequena empresa. Ao chegar, ele encontrou um ambiente propício ao surgimento de novas ideias. Primeiro, ele ajudou Roveda a redesenhar o layout do software no papel. “Fui instigado a dizer o que era fácil de entender e o que poderia dar um nó na cabeça de um usuário normal”, diz Macedo. Em seguida, ele foi colocado na frente de um computador para mexer nos programas como se estivesse em sua mesa, num dia de trabalho comum. O teste foi gravado, e Roveda usa os vídeos para confrontar as reações de diferentes clientes. Assim como Macedo, outros sete membros do Clube dos 30 passaram pelo processo. Os demais foram consultados por meio de uma ferramenta de colaboração online. O Clube dos 30 é, na verdade, uma experiência de cocriação, prática comum entre as empresas de base tecnológica que consiste em envolver clientes na criação de um protótipo antes de lançá-lo no mercado. “Em vez de ape- nas opinar sobre eventuais mudanças, os clientes nos ajudam a criar novidades do zero”, afirma Roveda. Na ContaAzul, a experiência ajudou a aperfeiçoar a ferramenta de emissão de notas fiscais em seu software. A nova funcionalidade está disponível para os mais de 20 000 assinantes desde o começo de 2015. Macedo pode dizer que parte das mudanças veio de sua cabeça.“Durante os testes, ele sugeriu criar um arquivo para reunir todas as notas fiscais emitidas pelo sistema”, diz Roveda. “Segundo ele, isso ajudaria na organização de notas antigas, para que possam ser acessadas muito tempo depois da emissão.” Resultado Antes da melhoria no sistema de preenchimento da nota fiscal, apenas 8% dos assinantes emitiam o documento pelo software da ContaAzul. Três meses depois da implantação, esse número saltou para 18%. De 2013 a 2014, a ContaAzul dobrou seu faturamento. No ano passado, segundo estimativas de mercado, a empresa alcançou receitas próximas a 7 milhões de reais. Em vez de só opinar, os clientes ajudam a criar novas funcionalidades para nossos produtos MICHEL TÉO SIN S egundo as regras da boa governança, a certa altura da expansão de uma empresa, seu empreendedor deve criar um conselho de administração para consultar gente entendida antes de tomar decisões estratégicas. Na desenvolvedora de softwares de gestão financeira ContaAzul, de Joinville, em Santa Catarina, esse conceito tomou novas proporções. O fundador, Vinicius Roveda, de 33 anos, estruturou uma versão light de um conselho em que os palpiteiros são clientes de longa data. Em vez de dar pitacos sobre gestão, eles participam de grupos de discussão para ajudar a ContaAzul a desenvolver novas aplicações para suas ferramentas. “Escolhi pessoas que estão comigo desde o início da empresa, em 2012, e que usam muito nossas ferramentas no dia a dia”, diz Roveda. Criado no começo do ano passado, o grupo foi apelidado internamente de Clube dos 30, numa alusão ao número de clientes participantes. Um dos membros é o paranaense Rafael Macedo, dono da Orcontec, consultoria de contabi- Junho 2013 | Exame PME | 27 CAPA Colaboração Clientes que ajudam a combater a ineficiência O que faz Floricultura online | São Caetano do Sul, SP Faturamento 25 milhões de reais(1) 1. Em 2014 Fonte Estimativa de mercado A GERMANO LÜDERS Por meio de uma demanda dos clientes, conseguimos tornar nossa cadeia logística mais produtiva 28 | Exame PME | Junho 2013 administradora Cristina Costa, de 26 anos, é daquelas pessoas que sempre enxergam o copo meio cheio. Desde 2006, quando começou a trabalhar na área de atendimento ao cliente da floricultura online Giuliana Flores, ela já ouviu todo tipo de coisa. “Já atendi mulheres muito bravas, que descobriram que o marido enviou flores para outra”, diz Cristina. O trabalho de Cristina, que hoje comanda uma equipe de 38 pessoas, é identificar no meio da choradeira uma oportunidade de melhorar algo na empresa. “Produzo relatórios diários com as demandas dos clientes e toda sexta-feira faço uma reunião para discutir maneiras de tirar proveito das reclamações”, afirma Cristina. Essa rotina foi estabelecida pelo fundador da Giuliana Flores, o paulista Clóvis Souza, de 45 anos, em 2012. Até então a empresa mantinha canais de comunicação com os clientes — como é de praxe na internet —, mas sua atuação consistia em resolver problemas pon tuais. Definir um processo para lidar com os descontentes ajudou Souza a se- parar as reclamações em dois grupos — os problemas isolados e os que revelavam ineficiências. “Passamos a encarar as queixas como uma fonte para melhorar nossos processos internos”, diz Souza. Pensando dessa forma, Souza reagiu de um jeito diferente quando, em 2013, Cristina trouxe até ele uma crítica persistente. Muitos clientes reclamavam de não poder determinar exatamente a que horas as flores chegariam ao destino. “Recebíamos até oito mensagens por semana com pedidos assim”, diz Souza. Na época, a solução foi implantar um sistema de entregas com hora marcada, um serviço pelo qual o cliente paga quase quatro vezes mais por um buquê. Até aí, nada muito surpreendente: depois de identificar uma demanda, Souza simplesmente a atendeu. A diferença, nesse caso, foi o proveito que a Giuliana Flores tirou de seu novo serviço. Para poder fazer entregas com hora marcada, Souza precisou rearranjar sua cadeia logística. Antes de tudo, ele definiu que o novo esquema funcionaria só na Grande São Paulo, de onde vêm, aproximadamente, 70% das receitas. De- pois, ficou estabelecido que um terço dos 45 motoristas que prestam serviço para a empresa se dedicaria apenas às entregas agendadas. Foram instalados rastreadores em carros e motos para determinar em quanto tempo se chega aos destinos mais comuns. “O compromisso de entregar a encomenda na hora certa nos obrigou a melhorar o controle de nosso esquema logístico”, afirma Souza. Resultado Dois anos depois de implantado, o sistema de entregas com hora marcada responde por 10% do faturamento da Giuliana Flores, que no ano passado foi de 25 milhões de reais — um quarto mais do que em 2013 —, segundo estimativas. O rearranjo logístico causado pelo novo serviço fez aumentar quase 30% a média de entregas feitas ao dia por cada motorista. “Melhorar a eficiência de nosso transporte é um grande alívio, principalmente em datas como Dia das Mães e Dia dos Namorados”, diz Souza. “Nessas épocas, o número diário de pedidos chega a dobrar em relação à média a que estamos acostumados.” Maio 2015 | Exame PME | 29 CAPA Colaboração tentamos transformar as principais insatisfações em propostas de mudanças para a empresa B | Os vendedores são instruídos a registrar a reclamação e a dar um prazo para que a empresa retorne C | Não temos um treinamento específico para lidar com esse tipo de situação. Os vendedores têm autonomia para responder o que acham mais adequado Você já mudou alguma 6 coisa em sua empresa depois de perceber que Responda ao teste e descubra se sua empresa consegue tirar proveito das impressões que os consumidores revelam sobre seus produtos e serviços há uma sugestão persistente? A | Não. Apenas respondi ao contato do cliente e tentei resolver seu problema pontual B | Sim. Já melhorei processos, como a entrega de produtos, ou aprimorei algumas áreas, como vendas ou atendimento C | Sim. Já criei novos produtos ou unidades de negócio de acordo com as sugestões dos clientes 7 é a interação 1os Como de sua empresa com clientes nas redes sociais? | Um funcionário é responsável por responder, pelo menos semanalmente, a dúvidas e reclamações que surgem em nossas páginas oficiais B | Minha empresa não mantém perfis em redes sociais C | Convido os seguidores a participar de pesquisas de satisfação periódicas para saber o que eles acham de nossos produtos e serviços A Você dá algum 2 tratamento especial aos clientes mais fiéis? | Sim. Com a ajuda de um software, classifico os mais assíduos e frequentemente A os convido a participar de ações internas com o objetivo de identificar o que pode ser melhorado em nosso portfólio B | Sim. Criei um programa de fidelidade que leva em consideração a frequência com a qual o cliente consome meus produtos ou serviços C | Não. Tenho apenas uma estratégia de vantagens do tipo “leve dois, pague um” para incentivar o cliente a comprar mais Como funciona o pós-venda 3| Não de sua empresa? há um processo bem A definido. Decido o que fazer conforme as situações acontecem B | Estimulo o cliente a dar sua opinião e depois avalio se, entre as impressões, há ideias de melhorias para os produtos, serviços e processos da empresa C | Um funcionário se dedica a monitorar os canais de comunicação com o cliente para responder o mais rapidamente possível a dúvidas, críticas e sugestões 4 Qual é o tempo médio de resposta às interações? A | No máximo três dias B | Uma semana ou mais C | No máximo um dia 5 Como você instrui seus vendedores a reagir a eventuais reclamações? A | Treinamos os vendedores para que eles entendam por que o cliente reclamou e registrem isso em relatório. Com base nisso, Você envolve o cliente no dia a dia de sua empresa? A | Sim. Interajo frequentemente com clientes que considero fiéis para entender suas necessidades antes de pôr em prática mudanças significativas B | Não. Em geral, ele não tem ideia de como as coisas funcionam no dia a dia de minha empresa C | Sim. De vez em quando, convido alguns clientes para visitar as instalações da empresa PONTOS Some os pontos de acordo com as alternativas assinaladas 123 4567 | A | 231 2313 | B |1 2 3 1 2 2 1 | C | 3123132 RESULTADO ATÉ 9 PONTOS O processo para ouvir os clientes deixa a desejar. É provável que a empresa não aproveite as impressões de seu público para fazer melhorias. Eis duas providências que podem ser tomadas agora: DELEGAR TAREFAS Um funcionário deve ser destacado para criar uma espécie de ouvidoria que reúna a opinião dos clientes e responder aos contatos. Sua primeira atribuição é fazer um planejamento que permita definir os recursos necessários para começar a trabalhar. ESCOLHER PLATAFORMAS Dependendo do perfil do negócio, o funcionário deve avaliar se é importante criar pontos de contato, como perfis em redes sociais ou um novo canal de comunicação, como um chat online. A empresa não precisa estar em todas as plataformas — mas tem necessidade de cuidar bem das que se propõe a usar. DE 10 A 17 PONTOS Já existe uma boa relação entre a empresa e seus clientes. Por isso é importante fortalecer o processo de interação. Deixar o cliente sem resposta pode causar danos à reputação. Saiba o que fazer agora: ORGANIZAR AS OPINIÕES Semanalmente, os responsáveis por cuidar da interação com os clientes devem avaliar se há críticas ou sugestões que se repetem. Isso ajudará a propor mudanças em áreas específicas ou poderá facilitar a elaboração de projetos de novos produtos ou serviços com base em demandas que surgem espontaneamente. BUSCAR OS MAIS ATIVOS A empresa deve começar a selecionar os clientes que mais interagem e convidá-los a participar de atividades específicas, como testes para novos produtos ou serviços. Em troca, eles devem receber algum tipo de incentivo, como descontos especiais. DE 18 A 21 PONTOS A empresa se relaciona bem com os clientes e também sabe transformar a interação em melhorias. A partir de agora, o pessoal de relacionamento deve ganhar novas responsabilidades. Veja quais: PROMOVER INTEGRAÇÃO O empreendedor deve definir quais áreas que não têm contato direto com o cliente podem ser auxiliadas pelo pessoal de relacionamento. A área de recursos humanos, por exemplo, pode receber ajuda para criar um programa para recrutar novos funcionários entre os clientes que mais interagem com a empresa. CRIAR NOVOS NEGÓCIOS Empresas que reúnem conhecimento sobre seus clientes podem criar novas fontes de receita. Hipoteticamente, uma distribuidora de produtos de higiene que conhece seus clientes a fundo pode prestar consultoria para reduzir custos de limpeza em prédios. Fontes Alexandre Diogo, presidente do Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com o Cliente, e Mário Rodrigues, diretor do Instituto Brasileiro de Vendas 30 | Exame PME | Maio 2015 Maio 2015 | Exame PME | 31