Dicas para melhorar a comunicação Irma Ugarelli Manfrenotti “Gênio é a capacidade de transformar o complicado em simples.” C. W. Ceram A gramática é, sem dúvida, a luz da teoria que ilumina a prática da comunicação. Teoria sem prática é nula. Prática sem teoria é cega. Esse conhecimento imprime aos profissionais a necessidade de estudar, para apropriarem-se das aplicações corretas da norma culta. Entretanto, comunicar-se bem não significa utilização de palavras difíceis.“Pense como um sábio, mas comunique-se na linguagem do povo.” Dizia William Butter Yeats. O simples, o correto e o claro comunicam a todos os públicos. E é dessa forma que se constrói a história dos vencedores na arte. Rui Barbosa e Winston Churchill, por exemplo, selecionavam palavras de até quatro sílabas, para os discursos deles. A razão disso é clara. Palavras curtas são mais simples para a pronúncia e são de fácil entendimento para o público. A escolha desses reis da oratória é consciente e perfeita. Por esse motivo, marcaram, para sempre a história da humanidade e escreveram o nome deles na posteridade. A ideia de contar sílabas das palavras expressas remete a outra necessidade: buscar fontes de inspiração para pronunciar-se. Qualquer auditório fica encantado diante de alguém com repertório. Vinícius de Moraes, grande poeta brasileiro diz, em seu poema “Para Viver Um Grande Amor”: “...É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.” Para cultivar o cuidado permanente com a mente é preciso ler. Algumas pessoas questionam o fato de lerem bastante e de não conseguirem, mesmo assim, construírem melhores falas ou escritas. Segue, então uma dica preciosa: leia com dois olhares atentos: um voltado para o conteúdo; outro, para a forma. Faça assim: - apreenda o tema – linha mestra que sustenta o material lido;; - identifique como os assuntos são distribuídos para sustentarem o tema; - verifique em que momento o autor promove troca de parágrafos. Em geral, cada assunto deve estar desenvolvido em um parágrafo, para não haver repetição; - observe a progressão textual, até chegar à conclusão; - procure anotar a coerência entre essas relações. Melhorar a comunicação deve ser empenho pessoal, com força, disciplina e entusiasmo. Pense sempre, com sabedoria: - O que devo falar? - Para quem? - Como? - Onde? - Por quê? Depois de exercer toda essa linha de pensamento, perguntese, principalmente: - Devo calar? Embora tenha sido chamada para provocar participações de profissionais que, em reuniões, se comprometem com a atitude repetitiva e previsível de falar ao final e de reproduzirem clichês, tais como “Concordo com tudo e faço das palavras deles as minhas.” Esclareço que a sabedoria precisa ser levada em consideração; mas para falar e para escrever, o emissor precisa estar na consciência da ação, não se esconder no silêncio dos omissos e calar quando não estiver fundamentado. Irma Ugarelli Manfrenotti WWW.MANM.COM.BR