117 f ra n q u ea d o ag o sto d e 2 010 Decreto Legislativo Nº 52288/63 PA R C E R I A Para l e r n o a r está ensinando bem? O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é uma delas. O Ideb varia de zero a dez e é calculado a cada dois anos com base no desempenho dos A Prova Brasil é um estudantes na Prova teste de leitura e Brasil e no Saeb. As matemática para turmas de 4ª e 8ª séries (5º e 9º anos) taxas de aprovação do ensino fundamental, também entram no e o Sistema Nacional de cálculo. O resultado do Avaliação da Educação Básica (Saeb) avalia, por Ideb 2009, divulgado amostra, habilidades no último mês de julho, em língua portuguesa e matemática dos estudantes indica que o direito de do ensino médio. aprender de cada criança avançou nos últimos anos. De 2007 a 2009, o valor médio do Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental – 5º ano ou 4ª série – aumentou de 4,2 para 4,6, resultado acima do previsto. Nos anos finais – 9º ano ou 8ª série –, o índice subiu de 3,8 para 4, mais que o esperado para 2009, que era de 3,7. O ensino médio registrou leve melhora: subiu de 3,5 em 2005 para 3,6 em 2009, e ficou um ponto percentual acima da expectativa para esse ano. Apesar dos resultados gerais positivos, é preciso avançar mais. A partir do desempenho dos alunos na Prova Brasil e no Saeb e nas taxas de aprovação dos estudantes, cada escola ganha um valor do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O mesmo ocorre com cada um dos municípios, estados e Distrito Federal. Assim, quando, por exemplo, o Ideb de uma escola cresce, é sinal de que os alunos tiveram um bom resultado nas avaliações e que passaram de ano. Também pode indicar que os estudantes estão aprendendo! O Ministério da Educação (MEC) estabeleceu metas para escolas, municípios, estados, Distrito Federal e Brasil, que devem ser cumpridas a cada dois anos. A partir dos resultados municipais e estaduais, a meta para o País é que em 2021 o Ideb para os primeiros anos do ensino fundamental seja de, no mínimo, 6, índice equivalente ao nível atual dos países desenvolvidos. Roosewelt Pinheiro/ABr Sabia que existem formas de verificar como anda a educação brasileira e se uma escola Ideb estimula a melhoria da qualidade da educação Será que existe uma regra para melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e, assim, garantir o direito de aprender de cada criança? O UNICEF e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) foram atrás da resposta. No último mês de julho, as duas instituições, em parceria com o MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgaram a pesquisa “Caminhos do direito de aprender: boas práticas de 26 municípios que melhoraram a qualidade da educação”. A publicação identifica alguns fatores que levaram à melhoria do Ideb de 26 municípios – um de cada estado brasileiro entre 2005 e 2007. Uma das conclusões da pesquisa é que o conhecimento sobre o Ideb e o desejo de ver o índice melhorar mobilizou muitos municípios em favor do avanço da qualidade da educação. Para conhecer a pesquisa “Caminhos do direito de aprender”, basta acessar a página eletrônica www.unicef.org.br, clicar no link “biblioteca” e, depois, em “publicações”. Notas para leitura 2 A pesquisa “Caminhos do Direito de Aprender: boas práticas de 26 municípios que melhoraram a qualidade da educação” revela que o Ideb de 2005 estimulou comunidades a trabalhar para obter melhores resultados em 2007. Isso ocorreu com todos os 26 municípios analisados pela pesquisa realizada pelo UNICEF e Undime, em parceria com o MEC e o Inep. O município de Aquidabã, em Sergipe, merece destaque. Ao saber do resultado do Ideb de 2005, a dirigente de educação da cidade sergipana tomou um senhor susto. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos iniciais do ensino fundamental foi de apenas 1, o pior de Sergipe. Foi aí que todo mundo resolveu arregaçar as mangas para tentar mudar a qualidade da educação de Aquidabã. Em 2007, o Ideb da cidade subiu para 3; em 2009, avançou para 3,3. Aq ui dab ã ( S E ) dos chamados “professores leigos” estão cursando o ensino superior. E o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) continua a subir. Em 2009, Aquidabã tirou 3,3 no Ideb, nota prevista para ser alcançada só depois do ano de 2017! Procure saber você também qual é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da sua escola, do seu município, dos municípios vizinhos. Uma escola com Ideb alto pode dar dicas às outras de como fazer para chegar lá. Assim, as chances de a educação melhorar em 2011 e de os alunos aprenderem mais até a data de avaliação do próximo Ideb, aumentam. As notas do Ideb são públicas. Basta acessar o endereço eletrônico do Ministério da Educação para saber os resultados desde 2005, quando o Ideb foi criado. As metas previstas para os próximos anos também estão lá. O endereço é portal.mec.gov.br. Após entrar no site, é preciso clicar no link “Ideb”, que fica do lado esquerdo da tela, e, depois, em “consulte seu Ideb”. Se você não tem internet, pode ligar para 0800 61 61 61. I d eb o bser va d o ( a n o s i n iciais ) Ideb 2005 Ideb 2007 Ideb 2009 1 3,0 3,3 O abandono escolar estava entre os motivos apontados para o baixo Ideb da cidade sergipana de Aquidabã em 2005. A solução foi exigir mais controle da frequência dos estudantes, com acompanhamento firme da Secretaria de Educação. A secretaria e demais órgãos do governo municipal também investiram em parcerias com o Ministério Público e outras instituições para estimular a presença dos estudantes nas salas de aula. Além disso, as famílias foram conscientizadas, por meio de palestras e reuniões, sobre a importância de mandar o filho pra escola. Outra razão para o baixo Ideb registrado em Aquidabã em 2005 era a dificuldade que os alunos tinham de aprender a ler e a escrever. A solução, nesse caso, foi melhorar a formação dos professores. A partir daí, o Ideb de Aquidabã triplicou: subiu de 1, em 2005, para 3, em 2007, o que levou a cidade a ser analisada pela pesquisa “Caminhos do Direito de Aprender: boas práticas de 26 municípios que melhoraram a qualidade da educação”, do UNICEF e Undime, em parceria com o MEC e Inep. Na época da pesquisa, mais da metade dos 291 professores do município não tinham formação. Atualmente, boa parte Apesar da melhoria geral do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) ainda é preciso fazer muito para garantir o direito de aprender de cada criança e adolescente. As secretarias municipais de educação têm papel fundamental quando o assunto é oferecer educação de qualidade para todos os meninos e meninas, mas, sozinhas, elas não conseguem fazer tudo. Elas precisam contar com o apoio de parceiros e das famílias, além de atuar em várias frentes, como, por exemplo, na comunicação, realizando campanhas e eventos pelo direito de aprender, e na mobilização da sociedade para que acompanhe e participe da política de educação do município. A representação de adolescentes e jovens na gestão escolar, nos projetos e na elaboração de materiais pedagógicos está entre essas atuações importantes para a melhoria da educação. Estas e outras orientações estão no guia Políticas Públicas – Dicas para Melhorar a Vida de Crianças e Adolescentes nos Municípios. O objetivo da publicação é contribuir para que municípios consigam cada vez mais criar e consolidar um ambiente protetor dos direitos de crianças e adolescentes, melhorando os indicadores sociais relacionados à população de até 17 anos. O guia integra o material do Selo UNICEF Município Aprovado 2009-2012. Notas para leitura 3 A formação dos professores está entre os fatores mais importantes para garantir o direito de aprender de cada criança e adolescente. Essa é uma das conclusões da pesquisa “Caminhos do direito de aprender: boas práticas de 26 municípios que melhoraram a qualidade da educação”, lançada em julho pelo UNICEF e Undime, em parceria com o MEC e o Inep. A publicação revela que nos municípios analisados com melhores resultados no Ideb – índice acima de 6 – a maioria dos mestres é graduada. De cada 100 professores, mais de 80 tinham curso superior na época da pesquisa. Está aí uma dica pra você, dirigente educacional, prefeito! Para alcançar o direito de aprender de cada criança, é preciso oferecer oportunidades de formação aos professores! Outra dica: em praticamente todos os municípios pesquisados, o relacionamento entre família e escola ajudou a melhorar a qualidade da educação. Então, pai, mãe ou responsável, participe das reuniões da escola, procure conversar com o professor para saber como está o estudante. Pergunte, participe! A cidade de Boa Vista do Tupim, na Bahia, registrou o maior avanço no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre as analisadas pela pesquisa “Caminhos do direito de aprender: boas práticas de 26 municípios que melhoraram a qualidade da educação”. A nota no Ideb de Boa Vista do Tupim nos anos iniciais do ensino fundamental aumentou de 2,2 em 2005 para 4,8 em 2007, bem superior à meta prevista para esse ano, que era de apenas 2,6. Em 2009, chegou a 5,8, acima da meta projetada para 2021. Curiosi dades 1 Diversos meios de comunicação divulgaram a notícia: a cidade paulista da Cajuru conquistou o valor mais alto do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2009, nos anos iniciais do ensino fundamental. A média do município foi 8,6. Parabéns, Cajuru! I d eb d e C a j u r u n o s a n o s i n iciais d o e n si n o f u n da m e n ta l 2005 2007 2009 5.2 7.0 8,6 Boa Vista do Tupim (BA) 6 4,5 3 1,5 0 2005 2007 2009 2011 Uma das razões apontadas para o avanço de Boa Vista do Tupim foi o investimento, pela prefeitura e parceiros, na formação continuada dos professores. Isso criou uma cultura de formação continuada. Funciona assim: os supervisores da educação infantil e do ensino fundamental levam seus conhecimentos aos coordenadores pedagógicos. Em reuniões semanais, esses mesmos coordenadores funcionam como multiplicadores de conhecimentos junto aos professores. Os coordenadores ainda fazem visitas aos professores durante as aulas e, depois, discutem com eles as práticas utilizadas em sala. Para completar, são realizados encontros mensais dos chamados “grupos de estudos”. Um estudante de Boa Vista do Tupim comentou que os professores estão ensinando e aprendendo. E o que eles aprendem, querem passar para os alunos. Compromisso e empenho da prefeitura e da secretaria, melhoria das condições em sala de aula e currículo escolar relacionado com a realidade dos estudantes também explicam o sucesso da cidade baiana no avanço da garantia do direito de aprender dos estudantes. 2 Valores baixos do Ideb devem ser um alerta para que prefeitos, dirigentes educacionais, estudantes, professores, famílias, enfim, para que toda a comunidade reaja para reverter esse quadro. idEB 4 Sugestão de pauta como está o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do município em que você vive? A partir do resultado da consulta do Ideb no portal.mec.gov.br, uma dica é reunir a comunidade escolar para um debate na sua rádio. Convide o dirigente municipal de educação, professores, alunos, pais, funcionários das escolas, coordenadores pedagógicos... Se o Ideb do município melhorou, você pode fazer uma pergunta semelhante à que os pesquisadores da publicação “Caminhos do direito de aprender” fizeram a todos os entrevistados: 1 A que fatores vocês atribuem o avanço do Ideb no nosso município? Em seguida, você pode continuar com questionamentos relacionados com a resposta anterior: 1 O que vocês acreditam que é preciso fazer para o Ideb melhorar ainda mais? 2 Vocês têm alguma dica de como os ouvintes podem contribuir para garantir do direito de aprender de cada criança? Se, infelizmente, em vez de subir, o Ideb do seu município baixou, além de fazer o debate com a comunidade escolar, você pode explicar aos ouvintes qual a importância do índice e como cada um pode contribuir para avançar na qualidade da educação. Palavra do radialista Envie opiniões, críticas, dúvidas e sugestões para a caixa postal 2440, Brasília-DF, para o e-mail [email protected] ou para o fax (61) 3202-1720 João Bittar/MEC Radialista, antes de mais nada, que tal pesquisar Adolescentes e jovens podem participar mais das decisões Ah, e lembre a todos que as notas do Ideb são públicas e que qualquer pessoa pode ter acesso a elas pelo portal.mec.gov.br. Basta clicar no link “Ideb” e, depois, em “consulte seu Ideb”. Quem não tem internet, pode ligar para o telefone 0800 61 61 61, que é de graça. Aos debatedores, pergunte: 1 Vocês tinham conhecimento sobre o que é o Ideb? 2 A que fatores vocês atribuem a redução do Ideb no nosso município? 3 Vocês têm feito alguma coisa para o Ideb do município melhorar? O quê? Se o Ideb do município melhora, é sinal de que o índice das escolas também está melhor, e vice-versa. Então, além do Ideb do município, faça debates e pesquise sobre o Ideb das escolas. Se em algumas o Ideb aumentou e em outras, diminuiu, que tal pedir aos dirigentes, professores e estudantes dos colégios com índices melhores para darem dicas. Vale também conhecer a publicação “Caminhos do direito de aprender”. A pesquisa está na página eletrônica do www.unicef.org.br. Para encontrar, basta clicar no link “biblioteca” e, depois, em “publicações”. Expediente: Edição: Heloisa d’Arcanchy (Escola Brasil) Reportagem: Radígia de Oliveira Projeto gráfico, ilustrações e diagramação: Márcio Duarte – M10 Design. OSCIP Escola Brasil. SRTVN 702, Ed. Brasília Rádio Center, 4033. CEP 70.719-900, Brasília-DF. Tel.: (61) 3202-1720. rpi@escolabrasil. org.br. Movimento Todos pela Educação; Av. Paulista, 1294, 19º Andar. CEP 01.310-915, São Paulo-SP. Tel.: (11) 3266-5477. radios@todospelaeducacao. org.br. Fundo das Nações Unidas para a Infância: SEPN 510, bloco A, 2º andar. CEP 70.750-521, Brasília-DF. Tel.: (61) 3035-1900. Fax: (61) 3349-0606. [email protected]