UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO
PROJETO A VEZ DO MESTRE
10 SEGREDOS DE SUCESSO DA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para Tutores, Professores, Coordenadores,
Web-designer’s, Estudantes e demais profissionais.
Autor: Alexandre Nascimento Santos
Orientadora: Carly
Rio de Janeiro - 2005
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO
PROJETO A VEZ DO MESTRE
10 SEGREDOS DE SUCESSO DA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para Tutores, Professores, Coordenadores,
Web-designer’s, Estudantes e demais profissionais.
Apresentação
da
monografia
à
Universidade Cândido Mendes, como
condição prévia para a conclusão do
curso de pós graduação “lato sensu”
em Tecnologia Educacional.
Por: Alexandre Nascimento Santos.
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AGRADECIMENTOS
A todos os companheiros de turma, inclui-se
os formados e os que se formarão no
próximo
semestre
de
2005;
aos
que
exerceram tão bem a penosa e maravilhosa
missão de orientar o processo ensinoaprendizagem, (professores: Marta, Dimmi,
Celso, Sandra e Carly; a esta última em
especial, por facilitar e cumprir a difícil tarefa
de orientar a minha monografia, permitindo
tornar os meus sonhos e utopias em
trabalho científico, incentivando-me a buscar
questionamentos dos entendimentos dos
processos
educacionais
ocorridos
na
Educação a Distância; à Marinha, pela
estrutura e sustento que viabiliza a minha
qualificação continuada; à minha princesa,
Gabrielle
(filha), e
à
minha
rainha,
Alessandra (esposa), pela força e amizade;
aos meus pais pela minha formação e ajuda;
e a todas(os) as(os) companheiras (os)
leitoras (es):
Muito obrigado!
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DEDICATÓRIA
Ao meu grande amigo Jesus, a quem
encontrei através da busca incessante do
conhecimento do eu, do outro e do nós, e,
também,
nos
momentos
de
aquebrantamento do coração e de procura
desesperada
por
alento
e
socorro
emocional. A Ele todos os elogios são
poucos, porque no momento mais difícil da
minha vida, quando perdi quase tudo,
socorreu-me e mudou para sempre o meu
futuro.
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RESUMO
Diante de tantos inventos e informação que afetam o modo de ensinar
e aprender, este trabalho dedica-se ao exame de dez assuntos de grande
relevância na área da educação, seja a distância ou através do ensino
presencial.
Verificaremos o fato da EAD poder ser ministrada através da utilização
de um grande número de tecnologias, tais como: material impresso (como,
por exemplo, módulos instrucionais), rádio, televisão, telefone, computador e
outros recursos tecnológicos o que é, sem dúvida, uma grande vantagem
para proporcionar conforto, entretenimento e um novo modo de interação
entre as pessoas – não apenas pelo Chat, mas pela qualidade das
conversas e dos convívios que cercam esta atitude.
Esta modalidade possui uma sistemática educacional que permite aos
professores e estudantes, localizados em regiões diferentes do país ou do
mundo, participarem da construção de conhecimento . Podemos, de forma
simplista, confirmar que os pensadores acreditam que, hoje, os programas
devem observar o princípio da interatividade entre o tutor e os estudantes,
os estudantes entre si, os estudantes e o conteúdo, os estudantes e a
tecnologia, enfim, tudo e todos que interessam aos cursos.
Certas propostas são mencionadas, de acordo com algumas das
diversas experiências dos autores da nossa bibliografia, porém torna-se inútil
acreditar que representarão a guia com receita de início e fim, mas simboliza
a necessidade de entrelaçar e criar estratégias que nos oriente a pensar
numa construção cognitiva de rede e não de linear. Portanto ao tratar dos
assuntos descritos no projeto, gostaríamos que o leitor percebesse que o
primeiro segredo poderá ser utilizado junto com o segundo ou o último, de
acordo com as circunstâncias. Esse material foi construído para não
transformarmos uma riqueza de propostas de autores variadas em fórmula
matemática de passos totalmente encadeados
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SUMÁRIO
CAPÍTULO I
INVESTIMENTO EM ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL
1.1
EAD & TECNOLOGIAS
1.2
EAD & DIVERSÃO
1.3
EAD
&
APRIMORAMENTO
PROFISSIONAL
CONTINUADO
CAPÍTULO II
DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO PESSOAL
2.1
EAD & MOTIVAÇÃO
2.2
EAD & RELACIONAMENTO HUMANO
2.3
EAD & TRABALHO EM EQUIPE
CAPÍTULO III
AQUISIÇÃO DE PRESSUPOSTOS ANDRAGÓGICOS
3.1
EAD & CONTEXTUALIZAÇÃO
3.2
EAD & HETEROGENEIDADE
3.3
EAD & AVALIAÇÃO MULT-FOCAL
3.4
EAD & PROJETOS
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INTRODUÇÃO
Ousadia e criatividade é a marca do profissional de hoje. Vivemos em
meio a muitas invenções, o que nos faz conviver sem nenhum espanto com
a notícia da chegada do homem ao espaço aéreo; e com a descoberta e
redescoberta de diversos meios de comunicação, em tempo real ou não, em
espaços diferentes ou não, com som ou não, utilizando-se de imagem ou
não; e outras realizações inacreditáveis para o início do século passado.
O tema escolhido - 10 segredos de sucesso da Educação a Distância:
para professores, tutores, estudantes, web-designer’s, coordenadores e
demais profissionais interessados – visa pesquisar fatores que influenciam
positivamente no crescimento qualitativo e quantitativo na execução dos
cursos a distância, proporcionando assim, o alcance do objetivo maior:
facilitar o processo aprendizagem-ensino dos envolvidos nessa nova
modalidade que nesse início de século tem crescido assustadoramente no
Brasil, representando o progresso tecnológico e, conseqüentemente,
educacional de nosso país.
Sendo assim, várias necessidades estão inseridas nesse processo –
incentivar o aprimoramento profissional e a auto-aprendizagem; motivar os
sujeitos a amarem a pesquisa e a estudarem por prazer; aproveitar as
diferenças individuais e históricas das pessoas e instituições para aprender;
elaborar sonhos, trocar experiências com os colegas e avaliar progressos;
compensar a falta de contato humano por relacionamento mais significativo,
através da interação e do entrosamento; utilizar a tecnologia como aliada – a
fim de que a massificação da EAD não deixe ao longo do caminho as falhas
existentes na sala de aula tradicional. Vários autores apontam à importância
de não cometermos os erros apresentados no ensino presencial e, ainda,
apresentam um novo paradigma que emerge, o recente triângulo amoroso:
eu, o outro e a máquina.
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Contudo, percebe-se nitidamente que as contribuições pedagógicas na
área da educação auxiliada pela tecnologia têm se limitado a sistematizar a
transmissão de conteúdos, prática tão comum na escola tradicional.
Assim surge a Educação a Distância, despertando desejo de destruir
paradigmas e reconstruir uma nova e desafiante maneira de trocar
conhecimentos.
Porém, o ensino a distância pode caminhar pelo mesmo percurso
trilhado pelo presencial. A muito tempo que este luta para aproximar alunos,
professores e demais agentes, sem encontrar muitos êxitos. Isso, porque o
ensino de massa, iniciado no século XIX, distanciou as relações existentes
entre as pessoas.
A ausência de investimento, financeiro ou interesse intelectual em
pesquisas relacionadas aos assuntos desse tema, revela um terrível
prenúncio de que, em breve, poderá perpetuar-se um enorme desastre
educacional, dessa vez, da EAD: a crise do distanciamento. Corremos o
risco de nos tornarmos estudantes e professores cada dia mais distantes.
Isso porque, em EAD, a separação física contribui para uma certa ausência
de relacionamento mais próximo; o tempo de bate-papo é mais reduzido,
devido a adaptação de disponibilidade de tempo dos agentes; as discussões
através da tela são menos calorosas e conflitantes. A ausência de
quantidade suficiente de pesquisa sobre o assunto, a dificuldade em produzir
livros e artigos que comentem com profundidade, juntam-se a outros tantos
motivos que nos parece ser um alerta, uma profecia para o nosso século: Se
não mudarmos as práticas pedagógicas da Educação a Distância
aumentaremos os entraves educacionais também dessa nova modalidade.
A partir desta consideração, surgem as perguntas: onde estão as
pesquisas que buscam maiores informações sobre a necessidade de se criar
um ambiente propício à Teia de aprendizagem e ensino? Por que tanta
importância em denunciar os problemas que estão se camuflando na
popularização dos cursos on-line? Quais seriam as táticas para combater a
baixa qualidade de um ensino a distância? Por que as pessoas não estão
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motivadas a aprender? Se o problema é tecnologia, por que as novas não
dão conta de motivar? A didática é a melhor, o estudante é valorizado,
educadores e educandos entendem os seus contextos na sociedade e na
história, estão bem para produzir pesquisa? Como é a avaliação do
progresso? Com faz-se o processo de construção de conhecimento? Quais
são as estratégias utilizadas para atrair os alunos e evitar a evasão escolar
virtual?
É notório que a qualidade dos cursos a distância poderá ser
prejudicada se não estivermos comprometidos com o processo de
atualização que caracteriza os nossos dias. A inquietação dos educadores
que buscam participar da melhoria do processo educacional, do sucesso
pessoal e do sucesso profissional é o ponto de partida para evitarmos que
as antigas práticas educacionais ultrapassem fronteiras e alcancem a EAD.
Sem essa ideologia não haverá trabalho didático que funcionará.
Poderemos, então, viajar pelas interrogações cerebrais que nos
possibilita acreditar que o ensino presencial deve ter grande contribuição
para a EAD e vice-versa. Esse trabalho visa então, navegar pelas duas
águas que se encontram e se misturam, onde a posição desse pesquisador
não é ser omisso, mas mergulhar num material teórico de autores que
trabalham com a educação a distância e outros que tratam do ensino
presencial para destruir verdade absolutas e reconstruir um momento para
novos diálogos sobre o que realmente temos de bom e de ruim.
Sendo assim, percebemos que a melhoria da educação em nossos
tempos, está totalmente atrelada a necessidade de pesquisar e desvendar
segredos. Entende-se segredo por assuntos, manobras e negócios
conhecidos só por uns poucos, definição do renomado Aurélio. Por isso, o
tempo de ignorância começa a desaparecer e os enigmas de tempos
remotos começam a ser revelados pelas pesquisas e práticas sérias que
vêm sendo feitas, com a finalidade de compreender melhor as estratégias
utilizadas na EAD atual. A partir de então, preparamos as nossa mentes
para entender os 10 segredos de sucesso para quem envolve-se nesse
apaixonante assunto: Educação a Distância.
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Percebe-se então, que a resposta para a omissão de pesquisas sobre o
assunto levará ao detrimento o sentido educacional autêntico, da reflexão e
descobrimento
de
novas
práticas
na
construção-reconstrução
de
conhecimento. Então... há muito o que investigar e questionar sobre os
segredos que conduzem os sujeitos envolvidos na Educação a Distância à
vitória.
Diante de diversas necessidades de pesquisa no campo da Educação
a Distância, esse trabalho tem o objetivo de suscitar o pensamento reflexivo
sobre os 10 Segredos de Sucesso que influenciam a qualidade da rede
aprendizagem e ensino nessa modalidade; analisar vantagens e limitações
da EAD; discutir sobre novas estratégias alternativas para quem já utiliza ou
pretende utilizar esse ambiente de ensino; e possibilitar que o leitor medite
sobre práticas mais dinâmicas dos sujeitos envolvidos no Ambiente Virtual
de
Aprendizagem
(AVA) -
educadores,
tutores,
web-designer’s,
coordenadores, estudantes e outros.
A metodologia que utilizaremos nesta pesquisa baseia-se em enfoque
teórico, fundamentado em leitura bibliográfica de diversos autores de grande
relevância, na atualidade e no glorioso passado, refletiremos sobre as
mazelas que tentam dominar a nova modalidade de ensino e as estratégias
e segredos utilizados por essa nova geração de educadores do ambiente
virtual que começam a despontar.
A revisão da literatura será conduzida através da consideração de dez
assuntos propostos no tema, diante do significado entendido por diversos
teóricos e múltiplos especialistas que nos farão compreender um pouco mais
sobre os segredos de uma atuação eficiente no processo educativo,
principalmente no ensino a distância.
Portanto, esse trabalho é de grande relevância para que possamos
conjeturar com mais profundidade, a respeito dos “por quês” de utilizar-se de
Estratégias que estimulem o trabalho prazeroso e oportunize sucesso
profissional na área da educação, principalmente na Educação a Distância.
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CAPÍTULO I
INVESTIMENTO EM ATUALIZAÇÃO
PROFISSIONAL
O profissional que está inserindo-se nessa área deve, acima de tudo,
conhecer as ferramentas técnicas que utilizará. Portanto, este capítulo trata
da necessidade de estarmos adaptados as recentes mudanças ocorridas
nestas últimas décadas e preparados para o momento de colocar em prática
as novas propostas na área educacional.
Utilizar e saber utilizar as novas tecnologias, mesclando as antigas e as
novas; tornar a prática pedagógica mais prazerosa e descontraída, por meio
de jogos e brincadeiras bem elaboradas, de acordo com os cursos em
questão; e cuidar da capacitação continuada, através de uma busca
incessante do conhecimento e de referenciais teóricos que nos remetam às
novas práticas pedagógicas são assuntos que trataremos nestas primeiras
páginas.
Sendo assim, discutir sobre atualização e antecipação do futuro denota
a certeza de conquistas e vitórias nos empreendimentos educacionais.
1.1
EAD & Tecnologias
Quando em 1965, o Ministério da Marinha do Brasil interessou-se em
desenvolver um computador com Know-how próprio, tudo parecia muito
utópico que o Brasil abandonaria o atraso tecnológico de centenas de anos
para inserir-se no mundo moderno, principalmente através de uma
instituição militar (MB), em meio a era da ditadura recém estabelecida no
país.
Porém, quando em 1971 “O Ministério da Marinha, por intermédio do
Grupo de Trabalho Especial - GTE - e o Ministério do Planejamento tomaram
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a decisão de construir um computador para as necessidades navais do
Brasil” (Tajra, 2001, p. 28) percebeu-se nitidamente que a partir de então,
estava consumada a entrada da informatização em nosso país.
Os anos passaram-se, e a nossa realidade demonstra que é necessário
termos grande capacidade criativa, para desenvolver estratégias de trabalho
em meio às ausências de recursos ou a existência de antigas tecnologias
educacionais. Para isso, é necessário que haja uma profunda alteração do
modelo mental dos envolvidos nesse processo educativo, que os torne
personagens do AVA que possuem capacidade para aproveitar todas as
tecnologias possíveis como meio de facilitação da aprendizagem. È bom
ratificar que os recursos não devem jamais ser considerados fim, mas um
grande e importante meio.
Os recursos eletrônicos chegaram para ficar e o
desenvolvimento de competências para o seu
uso racional e criativo é cada vez mais
desafiador. O importante nessas competências
não está em buscar o uso como se veste a
camisa nova, ganha no natal; ao invés de
simplesmente usar, é importante ousar, criar,
inventar, sugerir e desafiar.
(Antunes, 2002, p.70).
As tecnologias digitais que facilitam a aprendizagem multimídia de
maneira interativa desfazem o protótipo que estabeleceu-se: o professor é o
centro do processo de transmissão e distribuição do saber. A educação a
distância via web passa por profundas inquisições, a fim de provocar
melhorias nos sites educacionais que são, atualmente, extremamente
estáticos e possuem interfaces rígidas e intransponíveis – retrato do
educador medieval.
O diálogo estabelecido entre homem x homem e homem x máquina
deve ser entendido sob uma nova perspectiva de interatividade hipertextual,
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oposta à antiga cibercultura que privilegia o ensino linear e contínuo.
Vivemos a era da rede.
À medida em que modificam-se as tecnologias a obsolescência dos
antigos equipamentos são estabelecidas e o ensino torna-se cada vez mais
enérgico e novas propostas são levantadas para substituir as últimas.
Quanto a entrada da EAD no Brasil, percebemos que a segunda
metade do século passado trouxe consigo uma expectativa de que a
Educação a Distância seria o grande remédio para as enfermidades
existentes na educação, o que, ainda bem, não é uma verdade. A chegada
do século XXI nos faz ratificar a suspeita de que essa foi uma ilusória e
sonhadora perspectiva, pois ela deve ser vista e executada como excelente
e eficiente meio de divulgação do conhecimento em um processo
permanente e integrado com as contribuições do ensino presencial – seja
para aperfeiçoamento ou formação, totalmente a distância; ou através de
curso, parte presencial e parte a distância. A Internet
provocou uma
excelente desordem aos paradigmas educacionais:
Como marco do novo milênio, temos a Internet
que, a partir de 1995, penetrou no mercado
iniciando uma nova revolução a revolução
digital, a era da inteligência na qual seres
humanos
combinam
sua
inteligência,
conhecimento e criatividade para revoluções na
produção
social.
de
Essa
riquezas
e
revolução
empreendimentos
da
desenvolvimento
atinge
todos
os
humanidade
aprendizagem, saúde, trabalho, entretenimento
(Tajra, 2001, p. 22)
A
rápida
proliferação
do
ciberespaço possibilitou aos
nossos
estudantes grande capacidade de construir os seus próprios projetos e
veiculá-los a Internet, sem custo algum, para troca de informações entre os
amigos. Isso nada mais é do que utilização de determinadas tecnologias, a
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fim de interligar as pessoas e as idéias. Então, a filmagem, a fotografia,
seriam meios de apoio para apresentação de entrevista e apresentações de
grupos e os conteúdos necessários.
Diante desses fatos, experimentar o uso das tecnologias (rádio,
fotografias, filmagem, jornais e revista) na produção e aquisição de
conhecimentos é a forma mais inteligente de proporcionar à turma a autoaprendizagem. Na realidade, todos que estão envolvidos no AVA devem
tornar-se sujeitos da construção de conhecimento: a criação de uma nova
comunidade: a sociedade do conhecimento na cibercultura.
Podemos citar a Vídeo–conferência que é Ferramenta que pode ser
usada na educação à distância com o auxílio das redes de computadores
(internet e intranet) ou satélite. Compõe-se de: computador, câmera, tela,
painel de controle e projetor. Aparecer no canto da tela, através das teleaulas que misturam exposição verbal, entrevista, mesa redonda, concertos,
eventos esportivos, shows e até dramatizações teatrais, para um grupo ou
para uma pessoa apenas. Ou quem sabe fazer uso de uma Página
eletrônica instrucional (home page), criando documentos eletrônicos, com
links (vínculos) para outras páginas e sites selecionados e avaliados por
outras pessoas.
Sabe-se que a televisão comercial pode ser utilizada como meio de
oferecer ensino a distância, entretanto os seus alto custos têm
impossibilitado a proliferação dessa realidade. Ela, nos permite utilizar a sua
programação - entrevistas de especialistas das mais variadas áreas do
conhecimento; mostrar detalhes imperceptíveis ao olho humano; possibilitar
a repetição de um acontecimento; complementar informações relativas a
qualquer
assunto, integrando
conteúdos
curriculares;
mostrar
acontecimentos, manifestações distantes no tempo e espaço, dentre outras
coisas.
Temos também o rádio, que é um dos veículos de comunicação de
maior penetração na população brasileira. Seus programas atingem uma
larga faixa etária, além de serem aceitos por todas as classes sociais. Essa
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é uma característica que torna o rádio capaz de exercer função educativa,
além de entretenimento. Outras características que lhe conferem essa
capacidade são o baixo custo do aparelho e o seu caráter local. Podemos
inseri-lo, como agente de educação formal e de aperfeiçoamento de
professores, aliado a uma programação de qualidade.
Todavia, a grande consideração que faremos refere-se à mídia
impressa. Esta, tem alto grau de utilização e de benesses.
Os materiais ou meios impressos de ensino
(livro-texto, enciclopédias, cadernos de leitura,
fichas de atividades, histórias em quadrinhos,
dicionários, contos...) são, de longe, os recursos
mais usados no sistema escolar. Em muitos
casos são meios exclusivos, em muitas salas de
aula são predominantes e em outras são
complementares
de
meios
audiovisuais
(Sancho, 2001, p.97)
Pensar em EAD é considerar a realidade do nosso país e os milhões de
cidadãos que ainda não fazem uso do www. Instituições de ensino famosas,
tais como a Marinha e a Universidade Cândido Mendes, usufruem das
vantagens que ela proporciona para alcançar regiões mais desamparadas e
esquecidas. Todas as tecnologias a serviço da educação.
1.2
EAD & Diversão
(...) o neologismo inglês edutainment (education
+ entertainment) refere-se a uma forma de fazer
educação que conbina o entretenimento ao
aprendizado. Pela fascinação que desperta nas
gerações mais novas, parece-nos ser uma área
merecedora de estudos mais aprofundados.
(Filatro, 2004, p.48)
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Participar de determinadas brincadeiras e jogos é algo muito prazeroso,
pois quando o assunto é diversão não há como negar o efeito positivo que
isso pode causar. Existem aqueles que gostam de futebol, outros, de vôlei,
peteca, bandeirinha, corrida etc. Parece que o sentimento infantil ainda está
dentro de cada indivíduo, em um desejo de sorrir e brincar. Ao vir uma
criança participando dessas atividades, muitas vezes surge uma certa
nostalgia dos tempos em que podíamos ser o sujeito da história e não
apenas o espectador. Brincar de peteca ou queimado na rua é coisa de
criança, o mais adequado para os marmanjos é a prática do voleibol,
segundo o conceito formado como norma. Desde cedo somos direcionados
a abandonar as brincadeiras em favor da seriedade dos fatos sociais. Diante
do
status
social existente, “não é conveniente” verificar o professor
brincando com o aluno, esse “não é o seu papel na sociedade”; pensar no
mestre jogando vídeo-game com o “aluno” é inconcebível. Essa realidade
empírica, baseada na experimentação e na postulação de um modelo antigo,
que divergem das comprovações científicas, sempre impregnou na
sociedade padrão de seleção e coibição para os jogos na vida adulta.
Os
fatos
sociais têm
duas
características
principais: são exteriores ao indivíduo, isto é, e
continuariam existindo mesmo que este não
existisse; em segundo lugar os fatos sociais
exercem coação sobre o indivíduo, ele não pode
deixar de praticá-los, sob pena de sofrer
sansões sociais, punições, etc. (Piletti, 2002,
p.9)
É diante desse cenário antigo, mas grandemente utilizado, que
educadores mais observadores e criativos começaram a perceber a
importância de tornar o ensino mais descontraído e eficiente. Se a escola
tradicional possui esses paradigmas arraigados na sua estrutura, por que
não permitir à escola virtual um ambiente de lazer e desejo? Por que não
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17
apresentar novos materiais paradidáticos que tornem as aulas mais
interativas, fomentem a discussão, despertem a criatividade e, efetivamente,
auxilie na construção da aprendizagem. Talvez isso poderá representar a
descentralização do poder que está nas mãos do professor-instrutor que
insiste em “ensinar” o que ele sabe, da maneira que ele sabe, na forma que
ele quer. A partir de então, resolve-se um sério problema: a mudança do
paradoxo atividade
passiva à atividade interativa, gerando o desejo de
buscar e brincar mais com os processos de informação.
Uma atraente
diversão.
Os próprios jogos ludopedagógicos realizados nas dinâmicas de grupo
podem ser um aliado importante e muito eficaz, se conduzidos
adequadamente.
Podemos começar citando a Troca de Papéis, onde é colocado um
tema; dividido o grande grupo em dois; aberta um sessão para julgar o
pensamento de um determinado autor, analisada através de duas posições
antagônicas – condenação e absolvição; cada estudante do Grupo A deverá
emitir opiniões que concorde com a idéia e os do Grupo B explicações que
vá de encontro com as idéias anteriores. Após o tempo estabelecido, os
grupos terão funções contrárias. Ao final, deve-se levantar nova discussão
para que sejam trocados pontos de vistas.
Temos a Discussão, onde Grupos simples discutem durante um
determinado período de tempo definido pelo tutor, 5 a 8 membros, com
tarefa única, terminado o tempo da discussão, os grupos se reúnem em
“grupão” para um Chat geral e os relatores apresentarão as conclusões do
grupo e depois começa o debate.
Já a Discussão Circular, consiste na divisão da turma em frações de
10 a 15 alunos que trocam informações, opiniões, idéias sobre um assunto.
E cada aluno dispõe de um minuto para expor suas idéias; é estabelecido
um cronometrista para acenar o término do tempo e depois retoma-se a
discussão generalizada para ampliar a idéia exposta, abordar novas
dimensões ou discordar do enfoque dado.
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Outra dinâmica é a Tempestade Cerebral, em que, após dado um
tema, os alunos dizem o que lhes vem á cabeça, sem a preocupação de
censurar as idéias, esta técnica é muito útil para aquecimento ou
desbloqueio do grupo e através dela os alunos produzem grande número de
idéias em curto espaço de tempo, desenvolvendo, desse modo, a
criatividade e minimizando o processo inibidor natural no início de qualquer
atividade.
Numa esfera mais sofisticada, o SENAI, por exemplo, coloca diversas
“brincadeirinhas” para os seus estudantes, inclusive com simuladores nos
seus cursos a distância on-line. Jogos muito interessantes que tem a
finalidade de provocar um momento de descontração concomitantemente
com a revisão dos conteúdos expostos. Pensar em jogo num curso de pós
graduação a distância poderia ser uma afronta para alguns tutores, mas não
seria para os estudantes? Aqueles seriam capazes de preparar e criar algo
interessante para os estes, como revisão, além de bate-papo
–
extremamente relevante e indispensável na formação de estudantes.
O uso deste software de simulação, no contexto
educacional, permite a criação de situações
onde alunos e professores podem discutir e
propor soluções viáveis para problemas como
poluição,
trânsito,
preservação
do
meio
ambiente. (Valente, 2002, p.62 e 63).
Hoje, vivermos na era dos jogos eletrônicos, que despertam
sentimentos distintos entre os que são apaixonados (não vêem outra coisa
na frente, não fazem análise crítica e não buscam feedback dos pontos
positivos e negativos da utilização dos jogos na EAD) e os que são
aterrorizados (não querem ao menos ouvir falar do assunto jogos na
educação, também não fazem análise crítica e não buscam feedback dos
pontos positivos e negativos da utilização dos jogos na EAD).
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Surgem, então, os equilibrados “Jogos: aproveitam das funcionalidades
hipertextuais e de multimídia para oferecer atividades lúdicas, competitivas e
desafiadoras....” (Filatro, 2004, p.194). Educadores vitoriosos, que contam
com o respeito e admiração profissional por serem sensatos, competentes,
críticos das próprias práticas e das novidades que aparecem. Aproveita-se
dos pontos positivos existentes no jogo, criando novos caminhos e
adaptando ao seu contexto escolar, e não utiliza aquilo que é nocivo ou
ineficaz à sua realidade.
Eles sabem que o jogo tem a denotação de conquista, por isso mesmo,
trabalha questões éticas que tratam da competitividade entre os estudantes,
porque quando o assunto é competição brigas, aborrecimentos e outros
sentimentos podem invadir o cenário - alguns participam para mostrar-se o
maioral, não para satisfazer-se, mas para obter o status de melhor estudante
que os demais, características que apresentará no trabalho e na sua vida
diária, se não corrigidos; trabalha
a superação das
dificuldades; de
criatividade, na elaboração de caminhos e na resolução de problemas
baseados em fatos reais, ligados à vida diária. Por esses motivos os jogos
despertam tanto a atenção de todos, sejam para condenar ou apoiar. Sendo
assim, não aproveitar os benefícios que a diversão causa é um enorme
retrocesso no tempo já que “O espírito de competição deve ter como tônica o
desejo do jogador de superar a si próprio” (Leite, p.38. 2003).
Uma proposta seria, por exemplo, utilizar-se de jogos, como SimCity,
ou criar alguns menos sofisticados em parceria com o 8 Grupo de Trabalho
(GT), usufruindo de programas como Dreamweaver, Flash e Fireworks, em
CD Rom, paralelamente a troca de idéias em 9chat.
SimCity 2 é um jogo de simulação em que o
usuário pode construir e administrar um cidade.
O usuário controla o desenvolvimento de um
cidade,
construindo
estradas,
,
áreas
residenciais, usinas elétricas, hospitais, escolas
e
outros
serviços
públicos,
levando
em
consideração a verba disponível, os impostos,
19
20
as necessidades da população e eventuais
desastres que podem afetar o desenvolvimento
da cidade...
tais como, acidente nuclear,
terremotos, enchentes, incêndios, etc. (Valente,
2002, p.61).
Outro sonho de consumo no processo de melhoria da qualidade do
processo ensino-aprendizagem seria a utilização dos jogos em 3D. Eles têm
levado adultos e crianças ao delírio e, certamente, serão muito utilizados, em
breve, pela educação. Com alto padrão de qualidade e interatividade dos
jogos RPG’s provocam um desejo incontrolável, um vício. Mas o que torna
esses jogos cada vez mais procurados e as aulas via web menos
interessantes? Talvez o fato do estudante ser tratado como aluno – aquele
que não tem nada, não tem conhecimento, não tem experiência, não tem
nada. Talvez eles quisessem ser tratados como cientistas, administradores
dos caminhos que levam ao saber, e não como marionetes nas mãos do GT.
É verdade que, tanto os tutores, quanto os professores, web-designer,
coordenadores têm muito interesse em presenciar uma atitude participativa e
feliz por parte dos estudantes, mas estes também possuem interesse em
interagir com os conteúdos e as pessoas do grupo, através de uma forma
mais dinâmica e não apenas receptiva. Então, agora temos algumas
dinâmicas e jogos para pensar, pesquisar e nos possibilitar a criação de
novos, com base nos comentários dos autores citados.
.
1.3
EAD & Aprimoramento Profissional Continuado
Com rápida e fantástica aceitação por parte de uma grande parcela de
brasileiros, devido às suas inúmeras vantagens, a referida modalidade vem
fomentando ásperas e interessantes discussões sobre a importância da sua
utilização. De um lado temos os “apaixonados” acreditando que esta é a
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21
forma mais eficiente, econômica e interessante de possibilitar ensino à
grande camada da população que busca formação e aperfeiçoamento
profissional. Por outro, temos os “amargurados” que insistem em afirmar que
essa é uma forma de repassar conhecimento de maneira fria e sistemática,
com a omissão dos chamados tutores. Diante desse eterno dilema dos que
são a favor e dos que são contra, surge o nosso interesse de verificar o que
realmente está surtindo efeito positivo no mundo da EAD.
A partir de então, surge um problema. Devemos utilizar um referencial
teórico que nos permita confrontar a existência de dois tipos de profissionais:
os que são totalmente apaixonados e não vêem outra coisa melhor que a
tecnologia na educação, e outros que são apavorados quando o assunto é
novidades educacionais, porque da resposta a essa problemática dependerá
a trajetória de crescimento ou estagnação profissional.
Um percurso pela história e prática da educação
possibilita a localização dos envolvidos no ensino
escolar em um contínuo cujos extremos representam
duas posturas claras diante da possibilidade
de
considerar o conhecimento tecnológico nos processos
de ensino em um extremo seriam situados os que
denominarem tecnofobos ou seja aqueles para quem
o uso de qualquer tecnologia (instrumento, sistema
simbólico ou organizador) que eles não tenham usado
desde pequenos e tenha passado a fazer parte da sua
vida pessoal e profissional representa um perigo para
aqueles valores que eles têm. No extremo oposto
seriam situados os tecnofilos, ou seja, aqueles que
encontram em cada nova contribuição tecnológica,
principalmente, naquelas
situadas no âmbito da
informação, a resposta final para os problemas do
ensino e da aprendizagem escolar. (Tajra, p.42 e 43.
2001)
Entretanto, inicia-se um novo tempo. O equilíbrio começa a ser
estabelecido e as demandas provocadas pela massificação da EAD
21
22
começam a aparecer. Os 1 nômades espaciais começam a buscar
informações mais sólidas e profundas, mas não abrem mão da magia das
cores, da interatividade e de uma relação diferente com as máquinas e com
as pessoas. Com o propósito de criar uma ponte entre os anseios e as
buscas dos estudantes, e a orientação e facilitação de informações
relevantes por parte do educador, para despontar 2 pesquisadores virtuais.
Aquele que não estiver atualizado tornar-se-á uma “celebridade”.
Comentários serão inevitáveis sobre os que não têm segurança para facilitar
a construção do conhecimento por parte dos educandos; sobre aqueles que
não têm muita familiarização com os assuntos, dizem logo que o professor
não sabe nada; aqueles que passam a aula inteira viajando por assuntos
diversos, sem ponte alguma com a matéria que deve ser ministrada, são
considerados “enroladores”; e outras considerações não muito agradáveis.
É importante conhecer os papéis de cada envolvido durante o
processo de Educação a Distância. Como comportam-se os estudantes que
realizam os cursos a distância? E os tutores, quais são as suas atitudes? O
web designer possui atividade relevante no processo aprendizagem e
ensino? Os coordenadores devem apenas visar resultados quantitativos?
Essas e outras perguntas aparecem no cerne da questão, porém existem
profissionais que teimam em preocupar-se mais com o crescimento
profissional dos outros do que o seu próprio.
Os web-designer’s que preparam o visual das páginas do curso,
selecionando e ligando sons, links, cores, letras, palavras, assuntos, numa
salada muito agradável utilizando-se de software gráfico “Largamente
utilizado na realização de desenhos, logotipos e toda e qualquer criação
gráfica” (Nogueira, 2000, p.23). Caso este profissional tenha sensibilidade
para entender os aspectos educacionais que permeiam e envolvem toda o
processo educacional que segue além de uma página com layout colorido
teremos grande possibilidade de realizar um trabalho eficiente, integrado e
atualizado.
22
23
Muitos profissionais que estão trabalhando na educação vivem sobre o
manto dos seus prestígios. E o que adianta entrar numa sala on-line com
vastos conhecimentos se eles não têm competências para levar à frente
todo o processo de ensinar e aprender.
A atualização e aperfeiçoamento do pessoal responsável em construir
um local agradável para os aluno do AVA envolve não apenas o aprender a
trabalhar com as novas tecnologias, mas também a pesquisar na Internet,
rever suas práticas e pensar em possibilidades pedagógicas, para melhorar
o próprio processo de formação, por esse motivo acreditamos que os
segredos se relacionam, embora sejam independentes.
Concluímos que o educador do século XXI busca transformar os alunos
(a-negação e luno–luz, portanto, alguém sem iluminação, sem inspiração,
sem capacidade criativa) em estudantes e pesquisadores na construção do
seu conhecimento, a fim de resolver as suas necessidades. O que seria
necessário, então, para sair da lista negra de maus profissionais e entrar
numa relação de excelência. Acreditar que os estudantes de hoje receberão
os nossos antigos métodos como passivamente é querer enganar-se. Então,
como um professor que se considera incapacitado poderia executar tal feito?
O caminho para a resolução desse problema passa pela busca de um eterno
aprimoramento profissional continuado.
23
24
CAPÍTULO II
DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO PESSOAL
Trataremos da importância de estabelecermos novo modelo mental,
baseado na força da automotivação e do incentivo aos companheiros do
AVA; na necessidade de pensarmos em um ambiente de trabalho voltado à
responsabilidade e o prazer que estão envolvidos neste mundo mágico e
emocionante da educação.
Portanto este novo capítulo traz a nós uma levantamento das
incertezas e a relação do investimento em atualização profissional aliado às
demandas de aquisição de maturidade emocional suficiente para lidar com
as diversas maneiras de trabalhar com a comunicação social e refletir sobre
os novos paradigmas que começam a ser estabelecidos no aproveitamento
máximo do potencial de cada um, no que se refere às coisas que estão
relacionadas à individualidade e a coletividade das pessoas imersas nesse
tema interessante.
2.1
EAD & Motivação
Quando não há motivação três atitudes afloram. A primeira é
representada pela falta de participação, o que torna a aula inteiramente
apática; a segunda pode ser o excesso de conversas paralelas, que
sinalizam para a insignificância da aula; e a terceira, a mais difícil de
diagnosticar, vem em um apanhado de representações, que denota o
interesse das pessoas em bajular. Um lugar onde o professor fingi que
ensina e o estudante fingi que aprende.
Por isso, uma das grandes necessidades do ensino é apresentar
motivos que levem os agentes a apaixonar-se pelo estudo. Em um dos
24
25
depoimentos registrados por um participante do curso on-line citado no livro
da Palloff e Pratt, podemos verificar o que é estar motivado independente da
distância que impede o contato físico. “Parece que nós, como alunos,
estamos com mais vontade de falar e de discutir as questões do que
estaríamos em uma sala de aula comum” (Palloff e Pratt, 2002, p.56)
Estar motivado é desejar produzir e mostrar o resultado da descoberta;
é esquecer-se das dificuldades e buscar o objetivo; é ter um motivo
apaixonante para realizar um objetivo. Claudino Piletti, na segunda metade
do século passado, foi um dos autores que escreveu sobre a única
possibilidade do estudante aprender “Para que alguém aprenda é necessário
que ele queira aprender” (Piletti, p.33. 1995).
Nenhuma didática ou modalidade dará conta de motivar os sujeitos da
teia de aprendizagem-ensino se não houver uma conscientização da
necessidade de se estabelecer uma nova metodologia de ensino, baseado
no dinamismo do nosso século, já que o estudante de agora não aprende
com os métodos passivos do século passado. “Através de uma variedade de
recursos, métodos e procedimentos, o professor pode criar uma situação
favorável à aprendizagem” (Piletti, p.33. 1995).
Um dos pontos mais importantes da motivação é quando percebemos
que um aluno está necessitando de uma injeção de ânimo, para não evadir
aos estudos. Como é importante incentivar e elogiar os participantes dos
cursos, mesmo nos pequenos detalhes, e, ainda nos momentos de fracasso
receber o auxílio de um educador que saiba ressaltar os pontos de vitória do
processo e reflita, com o aprendiz, sobre as limitações encontradas.
Circunstância adequada para trabalharmos uma avaliação mult-focal.
O autor citado acima, também afirma que só há aprendizagem quando
há motivação e que os motivos geram novos motivos. Isso ratifica as nossas
suspeitas de que o processo ensino-aprendizagem baseia-se no desejo de
alcançar uma meta, conhecer e adquirir novas informações que satisfaçam
às necessidades do interessado. Essa talvez seja uma das grandes
vantagens daqueles que descobrem o saber por meio da Educação a
25
26
Distância. Esta nos permite ter o mundo pela frente e, aliando as
informações possíveis por meio de mídias diferentes e a motivação criada
em cada sujeito que está participando desse processo de ensino, o
educador terá a capacidade de colaborar para a formação de grandes
profissionais.
Claudino registrou que o fato do estudante aprender com sucesso faz
com que os seus motivos sejam reforçados. Isto, torna cada salto
quantitativo ser um grande elemento estimulador.
Para corroborar com essa teoria, surgem as propostas de profissionais
especialistas ligados à área de motivação. O conferencista Novak é um
deles. Possui uma enorme lista de assinantes - onde distribui valiosos
textos, sem cobrar nada pela assinatura – que são convidados, estimulados
e orientados a olharem a vida por outro prisma.
Você precisa buscar uma solução e obter
pequenas vitórias, uma seguida da outra, até
que seja natural acreditar que será possível
atingir seu sonho maior, e mais complicado.
Você tem que ter uma ação positiva, isto é, tem
que pegar seu grande objetivo (aquele que
você acha que nunca vai conseguir) e dividi-lo
em pequenas partes. Então, pegue uma dessas
pequenas partes (que você possa vencer) e vá
em frente, positivamente. Em seguida, pegue
outra parte... até que sua crença determine
ações mais fortes, mais audaciosas, mais
poderosas. (Academia Novak, 2004)
Quando o profissional da educação a distância acreditar na capacidade
do outro e proporcionar os meios físicos e emocionais para promoção do
conhecimento, teremos cursos extraordinários e participaremos dos cursos a
distância mais presentes e reais do planeta: uma motivação impactante.
26
27
2.2
EAD & Relacionamento Pessoal
A Internet foi um grande invento que alargou as fronteiras da
comunicação e interação entre as pessoas, e o monitor do computador
passou a ser, então, as quatro paredes da sala de aula tradicional.
Surgiu em 1969 com o objetivo de tornar
possível a comunicação entre pesquisadores de
algumas universidades norte-americanas que
utilizavam diferentes tipos de computadores e
sistemas. Popularizou-se a partir da década de
80 permitindo o acesso individual e comercial”
(Leite, 2003, p.82).
Vivemos
numa época
em
que
a
comunicação
tornou-se
demasiadamente diversificada.
o
emprego
de
palavras
articuladas
com
imagem, cores e sons, além de textos que não
se limitam a informações objetivas, mas que
procuram atingir os sentidos e a imaginação,
levam em conta as múltiplas inteligências do
usuário... (Ramal, 2002, p.158)
As novidades da comunicação social invadiram as nossas vidas. Vânia
Lúcia - doutora em educação pela USP e professora da UnB, dentre outras
honrarias - afirma que “O desenvolvimento comunicacional acelerado e sua
integração cotidiana impõe reorientar-se a educação” (Fiorentini e Moraes,
2003, p. 93).
As interações feitas com as comunicações
midiatizadas
pensamento,
abrem
criam
os
horizontes
fantasias,
envolvem
do
e
27
28
seduzem emocionalmente. A mixagem entre
imagens,
movimentos,
provocativos
cores
mobilizam
e
textos
sentimentos
e
pensamentos criativos. (Kenski, 2004, p.53).
Esse recente tipo de maneira de se entender facilitou a vida daqueles
que apresentavam grande poder de interação através da escrita, porque
alguns, poucos, têm mais facilidade em digitar o que se passa em suas
mentes, mostrando alto grau de competência em trocar informações sem a
necessidade de mostrar-se ou falar. Para a grande maioria entretanto, falar é
muito mais fácil do que escrever. Pegar a folha de papel, lápis, borracha,
caneta, livros; ou ter que ligar o computador, teclar, conectar-se à Internet,
enfim dá muito mais trabalho, diferentemente da utilização da voz que
representa apenas emitir sons.
Porém, Diante de uma dessa realidade, o diálogo ocorrido entre as
pessoas suscita a existência de outro dilema: a comunicação (oral e escrita)
entre
os
participantes
pressupõe
a
visualização
de
fatores
de
relacionamento humano como pano de fundo. Mas porque ocorre tantos
conflitos, mesmo em uma simples conversa on-line?
A relação pessoal não significa apenas estarmos pertos um dos outros
e sim quando os sujeitos assumem papéis no processo. o tutor torna-se o
facilitador, solidário às necessidades dos outros sujeitos. Pensar em
interação na educação a distância é entender que devemos tomar
precauções que nos possibilite estar distante, mas permitir aos componentes
da comunidade de aprendizagem sentirem-se muito próximos.
Contudo, quando a única conexão que temos
com nossos alunos é aquela que se dá por meio
das palavras em uma tela, devemos prestar
atenção a muitas questões que ignoramos na
sala de aula presencial. Por exemplo, como
28
29
sabemos se o aluno está envolvido com a
matéria que estuda? Como avaliamos sua
freqüência e sua participação? Como sabemos
se o aluno tem dificuldade ou está aborrecido
por alguma razão qualquer? È possível ler a
emoção
dos
alunos
em
suas
mensagens
eletrônicas? Como lidamos com os alunos que
não participam? Como podemos identificar a
discordância e o conflito e lidar com eles?
(Palloff e Pratt, 2002, p. 16 e 17)
O entrave que dificulta a progressão da comunidade de aprendizagem
é o conflito mal resolvido. As pessoas se interessam pouco em cuidar da
mente emocional, seja a sua própria ou a dos outros. Se para aprender é
preciso estar motivado, como lemos as afirmativas de Piletti, para estarmos
motivado a construir algo, que tenha significância positiva para a nossa vida
e para o nosso coração, é essencial que cuidemos da nossa mente
emocional.
Um,
a mente
compreensão
de
racional,
que,
é
o
modo
tipicamente,
de
temos
consciência: mais destacado na consciência,
mais atencioso, capaz de ponderar e refletir.
Mas junto com esse existe outro sistema de
conhecimento impulsivo e poderoso, embora às
vezes ilógico - a mente emocional. (Goleman,
1995, p.22)
Para Goleman, o cérebro emocional deve ser desenvolvido para criar
produzir maior qualidade de vida para as pessoas. Quando estamos mal
resolvidos passamos a agredir os outros, vetar as suas participações na
sala e, se houver confronto entre a outra parte, iniciará o conflito.
29
30
Outra ênfase é no controle das emoções:
compreender o que está por detrás de um
sentimento (por exemplo, a mágoa que dispara
a
ira),
e
aprender
meios
de
lidar
com
ansiedades, ira e tristeza (Goleman, 1995,
p.284)
Essa atitude pode ocorrer através de ardentes discussões pirracentas
ou mesmo pela manifestação do... silêncio, pois as pessoas se
comunicam, não apenas através de expressões verbais mas ,também,
por meio de expressões corporais e a ausência de expressões.
Em uma situação de grupo, o silêncio poderá
comunicar tensão, desprezo, por um lado, ou
aquiescência e simpatia por outro. Geralmente é
utilizado e interpretado como uma indicação d e
indiferença, ressentimento, falta de confiança,
alienação ao grupo, etc. (Lück, 1998, p. 55)
Conhecer a si mesmo, o que já pregava o filósofo Sócrates deve ser
uma séria preocupação de cada pessoa. Detectar as nossas limitações e
saber trabalhar com a existência dela ou a necessidade de aniquilá-la é um
ponto importante no processo de retomada e crescimento profissional e
estabelecimento de um relacionamento mais saudável. Até devemos refletir
no que temos de bom ou o que os outros vêem de positivo em nós para que
possamos ter uma visão mais completa do que somos, do que consideramos
que somos, do que gostaríamos que fossemos e do que as pessoas
acreditam que somos. È a luta da baixa-estima, que provoca depressão,
solidão e desencontro, com a alto-estima exacerbada que nos faz acreditar
que somos muito maiores e superiores do que realmente somos.
Autoconsciência também toma a forma de
reconhecer nossas forças e fraquezas, e vernos a uma luz positiva , mas realista (com isso
30
31
evitando uma armadilha comum no movimento
de auto-estima). (Goleman, 1995, p.284)
Alguns autores vêm oferecendo contribuições relevantes sobre esse
assunto, seja no cotidiano escolar da sala presencial ou on-line. Dentre
tantos, podemos citar José Manuel Moran, Daniel Goleman, Rena Palloff e
Keith Pratt que nos aponta para a necessidade de uma prática voltada a
melhoria da qualidade nos relacionamentos. Estar bem consigo e com o
outro. Muitas vezes, estes dois fatores impossibilitam-nos de recuperar e
transformar um aluno em estudante.
As mudanças na educação dependem, em
primeiro lugar, de termos educadores maduros
intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas,
entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e
dialogar. Pessoas com as quais valha a pena
entrar em contato, porque desse contato saímos
enriquecidos (Moran, 2002. p.16).
2.2
EAD & Trabalho em Equipe
A EAD fria pode ressaltar a característica de separar os atores,
provocar divisão rígida de papéis e provocar outras particularidades que
segregam e dificultam o trabalho em conjunto. Vivemos a época de
tendências isolacionistas, onde a individualidade é e a pressa de estar à
frente marcam o novo tempo. Porém, essa estratégia visa desenvolver
espírito de corpo, onde um membro perceba que precisa do outro para
funcionar bem. Ao falar e expressar sentimentos, os lindos olhos azuis
não o faz com tanta propriedade quanto a língua, contudo se essa se
recusa a fazer, as mãos ou até mesmo os olhos terão (em uma função
criativa do cérebro) buscar novas maneiras de executar tal função. È
31
32
notório que a utilização desses recursos, em casos de impossibilidades
biológicas, deve ser aplaudido por representar a grande potencialidade do
grupo, mas em casos normais isso não deve acontecer.
Diante dessa perspectiva, surge o interesse em estudar os passos
importantes de quem precisa trabalhar no mundo virtual com uma nova
postura, como é o caso dos atores desse teatro de representações de
papéis que têm a função de modificar os seus próprios atos educativos,
em função do dinamismo que exige os nossos dias (administradores
atuam com “professores”, tutores como “psicólogos”, coordenadores como
“professores”, professores como “estudantes” e estudantes como
“professores”, web-designer como “coordenadores”, professores como
web-designer, e segue-se diversas gamas de conjecturas profissionais).
Esses papéis não são os reais, os que estão no papel, mas representam
os reais que estão no cotidiano.
Tudo que foi comentado no parágrafo anterior tem resultados
positivos quando são estabelecidas com base no respeito e na
organização. Na execução e atuação nos momentos certos, onde cada
ator espera o seu momento de apresentação e respeita o momento do
outro e todas as sujeições que são colocadas na
construção
cognitiva-treino-ensaio-erro (percurso do processo ensino-aprendizagem).
Então, percebemos que o proceder dos nossos dias não mais pode
ser comparado às datas antigas em que havia uma profunda segregação
e separação de funções. Uma das grandes especialista na área de
trabalho integrado é a consultora Heloísa Lück que repudia o
fracionamento do processo educativo, com os seus conteúdos,
disciplinas, atividades, áreas de estudo e experiências que, embora tão
dependentes uma das outras para a realização de um trabalho de
qualidade, encontram-se tão distantes e fragmentadas.
... cada área, cada disciplina, cada professor,
cada especialista em educação assume uma
parte do todo (a que considera tipicamente sua)
32
33
e
passa
a
essencialmente
atuar
preocupando-se
com
a
despreocupando-se das demais.
mesma,
(Lück, 1998,
p. 29)
Parece que assim tem sido o sistema. O coordenador não planeja e
organiza adequadamente; o tutor não permite que o aluno torne-se um
investigador, porque isso poderá significar sair dos conhecimentos de
domínio do “instrutor”; o educando não encontra o material de leitura
agradável; o web-designer não cria o ambiente visual esperado; o pedagogo
modifica o conteúdo, a metodologia e a avaliação. Nessa história, os
descontentamentos e ciúmes vão aparecendo e minando todo o processo.
Philippe Perrenoud, é enfático ao afirmar a importância de aprendermos a
desenvolver contratos didáticos, a relação de respeito entre o falar e o
escutar dos agentes. Também aborda a necessidade de ultrapassar a
barreira dos pequenos conflitos que ocorrem no grupo.
Então, o processo de ensino e aprendizagem não pode ser o mesmo
ocorrido entre os que repassam informações e os que recebem informações
dos canais de televisões. As salas de aulas de hoje, a distância e/ou
presencial, têm que provocar papéis interativos de cooperação entre
professores e estudantes que possibilite dirimir ou diminuir os conflitos
maiores.
Seria injusto, entretanto, concluir em um tom tão
sombrio. A vida de equipe é feita de pequenos
conflitos que a fazem avançar, se resolvidos
com humor e respeito mútuo. Os conflitos
maiores
aparecem
e
são, às
vezes,
intransponíveis. A capacidade de evitá-los,
mesmo não sendo infalível, pelo menos ajuda
as divergências ordinárias. (Perrenoud, 2000,
p.93).
33
34
Portanto, hoje, verifica-se a necessidade de aprendermos a trabalhar
em equipe sabendo que as diferenças de opiniões e desejos individuais não
podem sobrepor a meta de participar de um time campeão.
34
35
CAPÍTULO III
AQUISIÇÃO DE PRESSUPOSTOS ANDRAGÓGICOS
Agora, temos o propósito de investigar as práticas filosóficas e
didáticas que contribuem para a inserção de uma visão mais holística da
realidade do AVA.
Quem está inserido neste ambiente colaborativo deve está ciente que
deve procurar conhecer a cultura dos outros companheiros; conviver,
ajudar e tirar proveito da riqueza que significa as diversidades entre as
pessoas; receber e produzir feedback que auxilie a si e aos outros do
grupo, a fim de melhorar o rendimento de todos os componentes dessa
comunidade de aprendizagem; e trabalhar os conteúdos por projetos,
para que o resultado prático dessa participação seja satisfatório para
todos.
3.1
EAD & Contextualização
Diante disso, torna-se necessário que cada um perceba a sua
realidade e da outro. Ao pensar em estar ciente da situação real, baseada
em fatos e não em utopias de uma sociedade mascarada, lembraremos
do eterno mestre Paulo Freire que propunha pesquisar o cotidiano do
estudante, se apropriando de palavras geradoras – produzidas pela
comunidade trabalhada – que são totalmente significativa para ela. No
ciberespaço não deve ser diferente, porém a grande dificuldade ocorre
devido a variedade de cultura, padrões éticos e morais dessa nova
sociedade. Mas isso é totalmente viável, já que a comunicação pode ser
entendida pelos profissionais, e somente esses, que conhecem e
praticam a linguagem base: Ler emoções.
35
36
A mudança para a aprendizagem a distância
suscita enormes desafios aos professores e às
instituições
a
que
pertencem.
Muitos
professores, de diferentes departamentos das
faculdades, acreditam que a sala de aula on-line
não é diferente da sala de aula presencial – que
a abordagem utilizada no ensino presencial
também funciona quando os alunos encontramse isolados, isto é, separados, pela distância e
pelo tempo, do professor e também de seus
colegas. (Palloff e Pratt, 2002, p. 16 )
Conhecer as condições históricas, filosóficas e sociais que estão
inseridas na realidade desses agentes da educação. Passando pelas
idéias mais tradicionais; nos apropriando dos questionamentos do
“imortal” educador brasileiro Paulo Freire; e nos empolgando com as
idéias do jovem doutor em educação Nilbo Nogueira poderemos perceber
que explorar e considerar a realidade dos alunos sempre esteve no auge
das pregações educacionais. Refletir sobre a necessidade de inserir às
condições citadas deve ser uma obrigação de todos no processo de
ensino a distância
Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo.
Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós
ignoramos alguma coisa. Pedro, por exemplo,
sabe colher cacau muito bem. Aprendeu, na
prática, desde menino, como colher a cápsula
do cacau sem estragar a árvore. ..Mas Pedro
não sabe imprimir jornal. Antônio aprendeu, na
prática, desde muito cedo, como se deve
trabalhar para imprimir jornal.” (Freire, 1995, p.
69 e 70)
A EAD tem características maravilhosas, proporcionando-nos romper
as limitações de tempo e lugar. Porém, há profissionais e estudantes que
36
37
teimam em rejeitar essa benesse, talvez por masoquismo – por gostar de
ter o seu nome mal falado e sua reputação profissional questionada
Outros, porém, querem controlar os bate-papos com profundo rigor,
corrigindo erros gramaticais de maneira inconveniente, ou insistem em
falar (escrever) mais do que os estudantes, ou, ainda, tolhem a
construção e a exposição do pensamento dos estudantes com censuras e
apresentações rigorosas das suas idéias.
As escolas virtuais que têm conquista o público alvo apresentam uma
proposta de valorização dos diferentes contextos sociais; dos diferentes
fuso horário; dos diferentes níveis de pré-requisito que cada estudante
traz e não somente estes, mas também professores, coordenadores, webdesigner e todas as qualidades e limitações que possuem, com o objetivo
de tirar proveito do melhor que cada um pode proporcionar a
6
comunidade de aprendizagem. Essa escola deve ser um lugar especial,
onde todos, efetivamente, sinta-se em casa.
O desafio da modalidade estudada é conciliar tantos atores diferentes,
suas aptidões e conhecimentos para a aquisição e transformação de
conhecimentos diante de culturas e realidades tão opostas.
É função dos envolvidos nos cursos conhecer o contexto histórico em
que cada participante está inserido. O Ambiente Virtual de Aprendizagem
poderá representar a realidade que eles trazem de suas casas, de seus
bairros, de suas cidades, de seus estados, de suas funções, de seus
trabalhos, de suas famílias, de seus países etc. Por isso, quem deseja
colher os melhores frutos dessa imensa floresta de conhecimento deve
conhecer e progredir em conhecer as novas estratégicas que lhes
proporcionem o aumento da qualidade do curso. Lembremos que o
aumento da qualidade começa no planejamento, antes do início do curso,
em meio aos preparativos e indecisões.
Conhecer as condições históricas, filosóficas e sociais que estão
inseridas na realidade desses agentes da educação. Passando pelas
idéias mais tradicionais; nos apropriando dos questionamentos do
37
38
“imortal” educador brasileiro Paulo Freire; e nos empolgando com as
propostas de novos educadores como Nilbo Nogueira, poderemos
perceber que explorar a possibilidade de considerar a realidade dos
alunos sempre esteve no auge das pregações educacionais. Refletir
sobre a necessidade de inserir às condições citadas deve ser uma
obrigação de todos no processo de ensino a distância
3.2
EAD & Heterogeneidade
Sabemos que em nossos dias o educador não é aquele que guia os
estudantes como se estivesse dominando cavalos. Hoje, esse papel foi
substituído pela figura do facilitador. Parece-nos que a própria definição do
educador como pedagogo já não é tão conveniente como em outrora.
Conduzir crianças é apenas um dos vieses existentes no campo educacional
e queremos trazer à discussão um outro caminho, pouco comentado em
nossos dias: o aproveitamento das qualidades de cada pessoa levando-se
em consideração as diferenças da natureza humana delas – uma reflexão
sobre as diferenças comportamentais e atitudinais dos adultos.
Caberia ao professor um papel radicalmente
diferente do que anteriormente exercia: de
agente
transmissor
selecionador
decodificador,
de
dessas
mostrando
informações
informações,
como
em
seu
descobri-las
selecioná-las e de que maneira transformá-las
em saberes. (Antunes, 2002, p.12).
Diante dessa nova perspectiva, torna-se importante entender o que a
andragogia deve estar preocupada em orientar e provocar métodos que
cuide de transformar as práticas educacionais também dos adultos. O
38
39
hipertexto, considerado um elemento subversivo por Andréa Ramal, reuni
vozes e olhares diferentes na construção de um projeto e explora a
potencialidade de cada um. Ele diz “NÂO” para a linealidade.
O desafio da modalidade EAD é conciliar tantos atores diferentes, suas
aptidões e atividades sócio-culturais tão diversas, como dissemos antes,
para a aquisição e transformação de conhecimentos diante de realidades tão
desiguais e, muitas vezes, opostas. Os bons Tutores, web-designer’s e
coordenadores buscarão conhecer essas maneiras diferentes dos
estudantes a fim de entender e recrutar as melhores estratégias de valorizar
cada participante do processo. O professor-tutor-conteudista tem que ser
aquele que seleciona as informações e a bibliografia após ler e descobrir as
inquietudes e necessidades de cada alunado, para que, somente depois de
desvendar um pouco da realidade da equipe de trabalho e da clientela é que
se pode partir para explorar a heterogeneidade da turma e transformar os
subsídios em meios de aquisição de saberes.
O conhecimento e as metodologias são de grande importância,
entretanto a ênfase na assimilação receptiva que o estudante deve ter sobre
aquilo que a equipe produz deve ser revista porque esta atitude vai
transformá-lo em mero expectador, participante colocado e exigido numa só
potencialidade, cativo às diversas prisões que a instituição ou o Grupo de
trabalho empurram (conteúdos, metodologias, tecnologias etc) impedindo
que cada um tenha possibilidade de demonstrar o que possuem de
conhecimento e de criatividade. As diferentes características sócio-afetivas,
culturais e profissionais devem ser consideradas para troca de idéias e
transformação da realidade de cada um. Embora não faça parte da
bibliografia desse trabalho, vale lembrar das contribuições de Carl Rogers
que utilizou os grupos de encontro para permitir que o grupo tirasse proveito
da experiência de cada participante. Essas contribuições eram pertinentes a
partir do momento que havia troca de ensinamento e, por que não dizer,
troca de papéis, de sugestões etc.
Estamos diante de uma incógnita muito popular que nos remete a um
questionamento sobre a origem de um paradigma: quem nasceu primeiro, o
39
40
ovo ou a galinha? Surge, a partir de então, a nossa pergunta: a
heterogeneidade existe devido aos diferentes contextos, ou o contexto é
criado a partir da heterogeneidade das pessoas? A resposta a essa pergunta
será sempre questionável, por não conhecermos a origem dessa verdade.
Mas temos como certo que a EAD tem a característica de juntar
diversos atores que buscam informações através dos caminhos do
hiperlinks, misturando contextos e naturezas biológicas diversificadas, onde
selecionam notícias de acordo com as próprias preferências que cada um
possui. Não há como requerer homogeneidade entre dois gêmeos, quanto
mais entre pessoas oriunda de espaço e tempo tão distintos que entram na
cibercultura tendo como pré-requisito seus interesses particulares. Isso
forma
a
heterogeneidade
dos
componentes
da
comunidade
de
aprendizagem.
Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo.
Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós
ignoramos alguma coisa. Pedro, por exemplo,
sabe colher cacau muito bem. Aprendeu, na
prática, desde menino, como colher a cápsula
do cacau sem estragar a árvore. Mas Pedro não
sabe imprimir jornal. Antônio aprendeu, na
prática, desde muito cedo, como se deve
trabalhar para imprimir jornal.” (Freire, 1995, p.
69 e 70)
3.3
EAD & avaliação mult-focal
A avaliação passa a ter um peso muito grande nessa procura que
acopla contexto e diversidade pessoal. Percebe-se que muitos professores a
utilizam como alternativa de repressão e domínio. Perrenoud é um dos que
condenam a avaliação como processo de seleção e segregação. Entende
que a origem da avaliação escolar ocorreu se efetivou na massificação do
40
41
ensino, há cerca de quatro séculos. Por isso, entendemos o por quê da
dificuldade de livrar-se das amarras do julgamento seletivo e discriminatório
que permeiam o surgimento da avaliação.
“A avaliação não é uma tortura medieval. É uma
invenção mais tardia, nascida com os colégios
por volta do século XVII e tornada indissociável
do ensino de massa que conhecemos desde o
século XIX, com a escolaridade obrigatória”
(Perrenoud, 1999, p.9).
A partir de então, a evolução dos pensamentos e práticas nos sugere
buscar e apresentar as diversas maneiras de se avaliar no ensino a
distância. Embora surjam novas propostas, as antigas “formas” são
utilizadas por conta da expansão de novos cursos sem a devida qualificação
pedagógica. A Avaliação Mult-focal seria, então, a cobertura de todo o
desenvolvimento dos alunos e começaria pela necessidade que temos de
efetuar uma auto-avaliação, que é tremendamente relevante no processo de
crescimento e melhoria de cada um dos atuam no AVA.
Assim sendo, pensar em avaliação significa não apenas analisar
resultados mensurados em um determinado momento, mas reexaminar todo
o caminho percorrido por cada envolvido da comunidade de aprendizagem.
Não há mais tempo para acreditar que o aluno não consegue aprender o
conteúdo devido às suas limitações intelectuais. Mas a necessidade desse
momento educacional que vivemos nos impulsiona a questionar o porquê da
ruptura do processo e o insucesso dos agentes. A avaliação nos coloca de
frente com os questionamentos e problema de comunicação, quando
imaginamos que vários tutores colocam a culpa na má formulação do
material didático por parte do conteudista ou da péssima visualização do
layout por parte do web designer; este atribui a responsabilidade ao
coordenador que não estava presente para esclarecer dúvidas e propor
41
42
modificações; este último é enfático ao afirmar que o tutor não soube
transmitir conhecimento e atrair a atenção dos alunos
(...) A avaliação consistirá em estabelecer uma
comparação do que foi alcançado com o que se
pretende atingir. Estaremos avaliando quando
estivermos examinando o que queremos, o que
estamos construindo e o que conseguimos”
(Santa’anna, 2002, p.23 e 24).
A avaliação que fazemos do nosso próprio progresso e da atuação do
outro não deve ter o propósito de tornar-se um instrumento punitivo, pois
ela não é uma arma para agredir e violentar o avaliado e não é um fim,
mas um meio. Ela permite verificar o alcance dos objetivos e traçar novos
propósitos, devido aos
imprevistos. Deve ser um processo gradual,
freqüente, periódico e constante, cuja finalidade é verificar até que ponto
as experiências de aprendizagem, tal como foram desenvolvidas e
organizadas, estão realmente produzindo os resultados desejados.
Sabemos que há três funções de avaliação (diagnóstica, formativa e
somativa).
A diagnóstica verifica o grau de domínio dos objetivos,
identifica alunos com padrão aceitável de conhecimentos, constata
deficiências
em termos de pré-requisitos, constata particularidades,
encaminha os que não têm padrão aceitável para novas aprendizagens,
propõe atividades com vistas a superar as deficiências e individualiza o
ensino. A formativa ou controladora verifica o rendimento dos alunos e
localiza possíveis deficiências, informa sobre o rendimento e replaneja
(Percebemos que citar esta é extremamente importante e comentada,
todavia a ação que ela exige está impregnada por um novo significado:
“neo-tradicional”). A terceira é a classificadora que classifica os
componentes do grupo com base no rendimento individual, classifica
segundo níveis de aproveitamento e produz a classificação geral dos
avaliados (devem-se estabelecer os critérios e as condições para a
42
43
avaliação, selecionar as técnicas e instrumentos de avaliação e realizar a
aferição dos resultados). Assim sendo, avaliar significa ter trabalho de
acompanhar o aprendiz em sua formulação de idéia de mundo e dos
conhecimentos que devem ser apreendidos.
3.4
EAD & Projetos
O dinamismo do nosso século aponta para a transformação das
relações de construir e reconstruir o saber, por isso o desenvolvimento de
projetos nos faz acreditar que os próprios estudantes devem tornar-se os
sujeitos da construção do seu futuro.
Os projetos constituem-se em uma dinâmica de trabalho que leva em
consideração a aprendizagem significativa e a aprendizagem individual - não
coletiva. Ele parecem “estar na moda” no ambiente escolar e sua prática
está gerando atividades e trabalhos escolares que empolgam e dá vida ao
desejo de aprender, algo ausento em nossos sistema de ensino.
Por considerar a teoria das inteligências múltiplas, Nilbo Nogueira tem
levado o público a aplaudi-lo de pé (como ocorreu no seminário realizado na
UERJ, em outubro de 2003).
Ele comenta que os conteúdos podem ser tratados de maneira
procedimental, atitudinal e conceitual.
Os conteúdos que são tratados de modo conceituais, e representam a
grande maioria, têm em sua estrutura a concepção de que o professor
precisa transmitir o conhecimento que possui, seja através de aulas
expositivas com cd-rom, da escrita na tela ou requerendo a leitura de farto
referencial teórico de mano tópico que tratamos das questões entre a EAD e
contextualização.
43
44
Já os procedimentais sinalizam para inspiração da criatividade e prática
na tomada de decisões. Estes estão presentes na realização de pesquisa,
no resumo que se deve entregar, na criação de um experimento etc.
Os atidudinais estão ligados as questões éticas que possibilitam o uso
de normas e valores. A importância dos direitos e deveres; da estima à
nossa cultura, sejam artistas, escritores, produtos e outros serviços deve
fazer parte do cotidiano de nossos estudantes, pra a partir de então
compararmos e valorizarmos as diversas culturas do planeta. O autor
destaca que o ambiente escolar, que é um centro socializador, deve
possibilitar ao estudante realizar diferentes leituras e interpretações do
mundo em que vive.
Para que haja uma profunda e perfeita utilização dos três tipos de
conteúdos é necessário perguntar-se sobre a importância dos tópicos? A
relação entre as unidades, anteriores e posteriores? A contextualização
desse conteúdo no cotidiano de estudante? As tecnologias que serão
utilizadas – livros, Internet, revista, televisão etc? Qual é a motivação deles
naquele momento? Como está a integração da turma para realizar um
projeto? Quais serão os instrumentos de avaliação que utilizarei? Como
posso trabalhar essa unidade de forma procedimental e atitudinal? Haveria
algum prejuízo se determinados assuntos não pudessem ser ensinados? O
autor acredita que, para realizar esse tipo de atividade prática e teórica,
precisa-se de observar determinadas etapas.
Nilbo Nogueira relata que o trabalho por projeto oferece condições de
valorizarmos as inteligências múltiplas de Gardner. Sendo assim, poderemos
estimular o desenvolvimento de uma inteligência por meio de outras. Existe
uma rede de interligações entre elas de tal sorte que fazê-las trabalhar
juntas representará desenvolvimento das potencialidades de cada um.
Para fechar esse trabalho, retrataremos a proposta do autor citado
neste tópico, a respeito das etapas do projeto. Começaremos explicando
sobre o planejamento, que é a primeira etapa da seqüência e possui grande
relevância no preparo e a estruturação do que será realizado no projeto,
44
45
paralelo à busca de informações sobre os desejos dos estudantes. È nesse
momento que aparecem os questionamentos sobre o que pesquisar, por que
escolher tal tema, como realizar, quando realizar, quem realizará as funções,
os recursos materiais e humanos que serão utilizados, enfim, o momento de
sonhar ao lado dos estudantes.
Após
um
trabalho
inicial
de
escolha
de
tema/conteúdo, o projeto exigirá a estruturação,
quando surgirá então o planejamento, que
normalmente é encarado como algo supérfluo
em que se despende um grande tempo. porém,
a prática tem comprovado que o tempo “gasto”
no
planejamento
é
facilmente
recuperado
posteriormente na fase de execução, já que
esta
não
será
mais
realizada
de
forma
desestruturada (Nogueira, 2001. p. 97)
Na segunda etapa teremos a execução
e
realização onde
precisaremos perceber no Grupo de Trabalho profissionais facilitadores de
meios. Esse é o momento de “mão na massa”, criação,
produção e
concretização do s assuntos escolhidos em realidade. Segundo Nilbo, essa
é a fase de maior trabalho.
Esta etapa do projeto refere-se à fase do
realizar, ou seja, colocar tudo o que foi
planejado em prática. neste momento o aluno
rompe
com
sua
passividade. Múltiplas
interações acontecem nesta fase, pois suas
ações planejadas começam a tomar corpo e
forma. aquilo que antes era irreal, um esboço
de desejo, começa se concretizar e o projeto
passa a criar vida. (Nogueira, 2001. p. 100).
45
46
A terceira etapa é a depuração que tem o objetivo de refazer os pontos
que estão inadequados, realizar as primeiras auto-críticas sobre a fase
anterior. Deve-se ter em mente que este é um bom momento para mudar as
trajetórias tomadas até então e criar novas possibilidades. È importante
salientar que essa etapa não tem tempo definido par ocorrer, ou no mesmo
momento entre todas as equipes, mas acontecendo durante os períodos
mais propícios da etapa anterior.
Esta é, portanto, uma etapa de depuração.
nesta, questionamos os alunos sobre tudo que
já
foi
realizado
até
então;
sobre
suas
produções, se estão satisfeitos, se poderia ser
feita mais alguma coisa que não estava
planejada,
se
existe
alguma
coisa
desnecessária, etc. pretendemos com isso que
sejam realizadas as primeiras (auto)críticas
sobre
suas
produções,
objetivando
a
depuração e melhoria dos processos até então
empregados. (Nogueira, 2001. p. 102 e 103)
A quarta etapa é a apresentação e exposição que serve para
demonstrar o que fora pesquisado, por meio de comunicação verbal, escrita,
visual, ou quem sabe corporal, através de câmeras web que poderá, por
exemplo, apresentar uma reportagem ou dramatização. Mas quando não
existe Internet e sim material impresso os projetos podem ser apresentados
por meio de fotos, gravações de vídeo, áudio e outros meios. Enfim, uma
infinidade de possibilidades.
A fase de apresentação servirá para coroar o
“término” do projeto, o qual dará oportunidade à
equipe de expor suas descobertas, hipóteses,
criações e conclusões (Nogueira, 2001. p. 104).
46
47
A quinta e última etapa é o momento de avaliação e críticas , onde o
próprio Gardner sugere que sejam colocados o processofólio para colher
todos os momentos e servir como material de avaliação das descobertas e
inventos.
Terminada a etapa final - apresentação - o
professor
poderá
mediar
uma
sessão
de
avaliação, em que todos, inclusive os próprios
alunos, que elaboraram o projeto, avaliem
todas as etapas. essa sessão pode gerar uma
excelente oportunidade de estimular os alunos
a trabalhar suas competências pessoais, já que
em alguns casos a crítica agirá como feedback,
oportunizando ainda a verificação, análise e
aceitação de possíveis “erros”, que pela forma
como se apresenta, terá realmente o devido
valor construtivo (Nogueira, 2001. p. 105)
Os projetos são fontes de dinamismo e construção prazerosa do saber,
por isso provocam a aprendizagem significativa, cuidando do processo de
construção do conhecimento de cada, por meio de investigação individual ou
em grupo. Por isso, seria maravilhoso imaginar um grupo de estudantes de
um curso a distância, mediado pela Internet ou por material impresso
,construindo projetos que pudessem ser relevantes e inovadores. Os
projetos fazem parte dos segredos de sucesso da Educação a Distância.
47
48
CONCLUSÃO
Entendo que o maior resultado desta monografia foi descobri que não
há possibilidade de segregação entre os temas dos capítulos, não existem
passos após passos. Isto significa dizer que o investimento em atualização
profissional pode apoiar a aquisição de pressupostos andragógicos; ou que
a necessidade de adquirir esta, poderá nos conduzir ao desenvolvimento da
comunicação pessoal; e todas as outras hipóteses de interação e maneiras
de começar o desenvolvimento do processo por necessidade do leitor
precisar melhorar um destes pontos: investimento em atualização
profissional, aquisição de pressupostos andragógicos; ou desenvolvimento
da comunicação pessoal
Para aprofundar, ainda mais na interação das possibilidades, o
referencial teórico nos fez perceber que também não existe linealidade nos
dez segredos, portanto uso das tecnologias pode ser utilizado para provocar
mudanças em um grupo heterogêneo e, assim, fazer-nos praticar uma
avaliação por diversos ângulos; ou a necessidade de conhecer a
contextualização dos sujeitos poderá nos orientar para a obrigação de
romper com as limitações que possuímos de obter um relacionamento
humano mais qualitativo; ou quem sabe aprender a trabalhar por projetos, a
fim de que se fortaleça o trabalho em equipe; cuidar do aprimoramento
profissional continuado para conciliar diversão, motivação e aquisição de
conhecimento. Enfim, diversas necessidades e possibilidades que se unem
para melhorar a qualidade educacional sem formatos prontos, mas com
visão geral de todo o processo.
O nosso trabalho trouxe novas reflexões sobre a EAD, com ênfase na
utilização da Internet, porém tornou-se notório que a implementação das
mídias digitais representa uma grande parceira, mas não a única
possibilidade de oferecer educação de qualidade. Defendemos que os meios
eletrônicos são de grande importância para o sucesso educacional desse
novo tempo, todavia os materiais impressos são fontes inesgotáveis de
48
49
contato com o saber, nesse contexto e, acredito, por muitos anos (quem
sabe eternamente?).
Não poderíamos deixar de lembrar que a EAD ultrapassa as barreiras
espaciais e temporais tornando as regiões mais distantes do país cada vez
mais
próxima,
seja
pelo
e-learning,
da
teleconferência
e
da
videoconferência, ou através da mídia impressa.
Então, a leitura nos orientou sobre os assuntos que tratam da
transformação das aulas em momentos de prazer e alegria; da utilização
antigas e novas tecnologias; do aprimoramento profissional continuado; da
importância de motivar a si e aos outros; de saber trabalhar em equipe; de
aprender a se relacionar consigo mesmo e com o outro; de tirar proveito das
diferentes histórias de vida dos sujeitos e de pessoas variadas; de
aproveitar-se da heterogeneidade humana para aumentar o grau de
conhecimento de cada indivíduo e do próprio grupo; de saber fazer, refazer e
direcionar as avaliações; e de criar e valorizar a construção de conhecimento
através de projetos.
Observou-se, também, que as estratégias utilizadas para obter-se
sucesso no ensino a distância não substitui o ensino presencial, e não deve
ser considerada paralela também, pois não tem a função de caminhar no
mesmo sentido ou em direção oposta ao ensino presencial, uma sobre a
outra. Porém, o propósito que entendemos ser o mais propício é quanto ao
trabalho em teia, já que isto significa dizer que uma complementa e forma
um sistema com a outra, de construção de conhecimento.
Então, as novas tecnologias - como o correio eletrônico, as conexões
de redes a bancos de dados, vídeo-texto, conexões via satélite - e as antigas
- livros e textos impressos, rádios e outros – aumentam a interatividade entre
os participantes do AVA, onde textos, sons, gráficos e imagens modificam o
paradigma que condenava a flexibilidade da utilização de mult-recursos,
cada vez mais ricos de possibilidades recursos tecnológicos. O paradigma
que daí se origina é o da interação baseada nos recursos multimídia.
49
50
Portanto, acreditar na fantasia, utopia, de proporcionar prazer em meio
a educação sinaliza o primeiro passo à transformação da realidade
subjetivada - fruto de experimentações que não foram, ainda, tornada
comprovada - em uma futura realidade objetivada – aceita por todos e
comprovada – foi a nossa maior vitória, pois conseguimos sair com muitas
intrigantes suspeitas e uma certeza: pesquisar os segredos da Educação a
Distância é apaixonante e o início de uma caminhada de sucesso.
50
51
GLOSSÁRIO
Aquiescência: Aceitação, concordância, consentimento
Atividade interativa: São as ações que possuem dinamismo e os agentes
são conduzidos a buscar conhecimentos aproveitando-se dos pressupostos
que fazem parte dos seus interesses e motivações.
Atividade passiva: São as ações que não possuem dinamismo e motivação
em si mesma e conduzem o aprendiz a ser reprodutor de ações
predeterminadas que nada tem a ver com os seus interesses, mas apenas
com o do instrutor.
Chat: Bate-papo (conversa amigável) on-line, utilizando-se da web.
Comunidade de aprendizagem: Grupo de pessoas formado por estudantes,
professores, tutores/conteudistas, coordenadores, web-designer e demais
pessoas envolvidos na EAD.
EAD fria: Educação a Distância sem dinamismo, limitada a transmitir
informações.
Nômades espaciais: Quem caminha pelo sistema virtual sem rumo e objetivo
ainda definidos concretamente; não sabe ainda quais informações deseja.
Estado momentâneo que antecede ao pesquisador virtual.
Paradidáticos: Qualquer material utilizado na complementação do ensino.
Pesquisadores virtuais: Aquele que está motivado a buscar informações
sobre o foco de uma pesquisa, mas consegue garimpar e transformar em
ponte as notícias holísticas que serão relevantes à sua coleta de dados.
51
52
Grupo
de
trabalho:
Formado
pelos
profissionais - coordenadores,
tutores/conteudistas, web-designer e outros - que têm a função de oferecer
suporte aos estudantes.
52
53
BIBLIOGRAFIA
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54
55
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
www.academianovak.com.br – enviados aos assinantes na segunda
quinzena do mês de junho, ano de 2004.
55
56
EVENTOS CULTURAIS
56
57
EVENTOS CULTURAIS
57
58
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
SUMÁRIO
6
INTRODUÇÃO
7
CAPÍTULO
I-
INVESTIMENTO EM ATUALIZAÇÃO
PROFISSIONAL
11
1,1 EAD & TECNOLOGIAS
11
1.2 EAD & DIVERSÃO
15
1.3 EAD
&
APRIMORAMENTO
PROFISSIONAL
CONTINUADO
20
CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO
PESSOAL
24
2.3
24
EAD & MOTIVAÇÃO
2.4 EAD & RELACIONAMENTO HUMANO
27
2.5
31
EAD & TRABALHO EM EQUIPE
58
59
CAPÍTULO
III
-
AQUISIÇÃO
DE
PRESSUPOSTOS
ANDRAGÓGICOS
35
3.1 EAD & CONTEXTUALIZAÇÃO
35
3.2 EAD & HETEROGENEIDADE
38
3.3 EAD & AVALIAÇÃO MULT-FOCAL
40
3.4 EAD & PROJETOS
43
CONCLUSÃO
48
GLOSSÁRIO
51
BIBLIOGRAFIA
53
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
55
59
60
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Lato Sensu”
Título da monografia: 10 SEGREDOS DE SUCESSO DA EDUCAÇÃO
A DISTÂNCIA: Para Tutores, Professores, Coordenadores, Web-designer’s,
Estudantes e demais profissionais.
Data da entrega: 29 de janeiro de 2005
Auto Avaliação:
Espera-se nove meses pela gestação de um filho(a). Às vezes, um
pouco mais, ás vezes um pouco menos. Ele vai crescendo dentro de nós e
vamos sonhando o dia do seu nascimento. O parto é sofrido. Mas quando
surge... muitas alegrias.
Assim, para mim, representou esta monografia. Um trabalho difícil, mas
prazeroso. A única crítica que tenho é que acredito que poderia ter feito
mais, nesse caso pela filha que nasceu – a Educação a Distância -, pois
ainda que as pessoas achem “minha filha” forte e saudável fica na memória
a acusação de que poderia ser ainda melhor a gestação (o eterno dilema de
perfeição). Porém a equipe que auxiliou o parto é muito boa e prestativa
(professores-facilitadores) e só tenho elogios à excelente médica (Carly).
Avaliado por:
Grau:
.
de
de
60
61
61
Download

Alexandre Nascimento Santos