AFINA O TEU OPTIMIST Deixamos aqui algumas dicas que te irão ajudar a compreender melhor o funcionamento do teu barco e como ajustar melhor a tua vela. Caimento do mastro: Chamamos caimento do mastro à inclinação que ele tem no sentido proa/ré. Ao mudar esta inclinação vamos alterar o “equilíbrio” do barco. Essa alteração vai influenciar não só a força que fazemos no leme, como nos vai permitir mudar o rendimento do barco nos diferentes rumos. Ao deslocar o mastro para a frente o centro de esforço da vela (centro vélico) vai ficar à frente do centro de resistência (ou deriva) e à bolina o barco vai ficar com o leme muito leve. A distância da retranca ao barco também aumenta, por isso ao caçar a vela para bolinar ela vai ficar mais esticada, logo com a valuma mais fechada. Se deslocarmos o mastro para a ré vai-se passar o contrário, o centro de esforço da vela (centro vélico) vai ficar atrás do centro de resistência (ou deriva). À bolina o barco vai ficar com o leme mais pesado e o barco mais ardente. Vai também diminuir a distância da retranca ao barco e não vai ser preciso tanta força para caçar a vela na bolina. A valuma fica mais aberta. As distâncias, entre o topo do mastro e o centro do painel de popa, que recomendamos para as nossas velas variam entre os 2,78 metros aos 2,86 metros. A única forma de entenderes os efeitos destas alterações é experimentando. Testa para saberes como sentes o barco, com ventos de diferentes intensidades. O que é bom para vento forte não é seguramente bom para ventos fracos, nem podes comparar a tua afinação com a de um teu adversário que pesa mais ou menos que tu. Experimenta! Boom Jack: O boom jack, ajuda a puxar a vela para baixo e não deixa que a vela suba, “abra” e deixe escapar o vento quando navegamos ao largo ou à popa deixando o barco muito instável. Podemos também usar o boom jack para esticar a vela, mesmo que não tenhamos a escota caçada. Fazemos isto quando está muito vento, para poder folgar a escota sem abrir muito a valuma. Esteira: A afinação da esteira serve para aumentar ou diminuir o saco da vela na zona mais baixa da vela. Ao caçar a esteira a vela fica mais plana e a valuma abre. Ao contrário, se folgarmos a esteira a vela fica mais embolsada e a valuma fecha. Devemos navegar com a esteira caçada em águas lisas ou com vento forte e com a esteira folgada com mar agitado e vento fraco a médio. Espicha: A espicha segura o pico da vela e também afina a Valuma da vela. Serve também para afinar a posição do saco da vela. Se esticares muito a espicha a valuma vai ficar muito esticada e a “barriga” da vela vai ficar mais próxima do mastro. Se ficar muito folgada, alem de provocar uma ruga entre o topo do mastro e a ponta da retranca, a valuma vai ficar muito solta. Quando está muito vento e já não aguentas o barco, deves folgar a espicha para abrir completamente a valuma. Não te preocupes com a ruga enorme com que a vela fica. Amarração da vela ao mastro e retranca: Tanto a testa como a esteira de uma vela são desenhadas em linha curva. Por isso ao amarrar a vela ao mastro e à retranca, podes fazer que a vela fique com mais ou menos saco, nessas zonas da vela. Se apertares muito os punhos junto do mastro e da retranca a vela fica com mais barriga. Se ao contrário deixares algum espaço entre os punhos e o mastro e retranca, esta fica com menos saco. Com vento forte ou águas lisas podes usar os punhos ligeiramente folgados (menos de 1 cm), em mar agitado deves usar os punhos completamente colados ao mastro e á retranca. Vejam agora umas dicas em para resolver alguns problemas que acontecem com frequência: O barco não orça! PORQUÊ? Causas Bordo de Ataque da vela Observamos Efeitos Testa muito esticada, ruga Vertical ao longo do mastro Escota Vela mal caçada Escoamento de ar Usar um pouco mais de contra imperfeito cuningham e/ou folgar um pouco a Saco muito chegado à espicha frente Navegamos muito Ter atenção à posição da arribados. extremidade da retranca. A escota pode ser mais caçada com águas lisas mas em mar agitado a retranca O barco descai. não deve andar mais do que 5 cm para dentro da esquina do painel de popa. Saco da vela muito à Ajustar a espicha á bolina caçando frente. O barco perde apenas o suficiente para que a velocidade e descai habitual ruga do topo do mastro até ao punho de escota desapareça. Saco da vela muito à Ajustar até que as rugas verticais frente. desapareçam. Se estiver muito vento Bordo de ataque com Ou as águas forem lisas podes caçar muito saco Um pouco mais Barco “Mole” que Avançar o pé do mastro para descair descai muito. o mastro. Não mudes mais de 5 voltas no afinador de cada vez. Barco “Ardente” que orça muito mas perde Recuar o pé do mastro para levantar velocidade o mastro. Barco “Mole” tem .Levar o barco horizontal ou mesmo tendência para ligeiramente inclinado para descair e perde sotavento sensibilidade no leme para ganhar sensibilidade no leme. Barco “Mole” Segura o patilhão com um elástico Tendência a descair. Forte que o mantenha bem em baixo. Vela muito caçada Espiche Esteira Pouco caçada/Valuma aberta Muito caçada/ Valuma Fechada Pouco caçada Caimento Mastro para a frente Mastro para trás Skipper Faz demasiada prancha Patilhão Não está em baixo Muito inclinado para trás Solução Não consegues aguentar o barco com vento forte à bolina! PORQUÊ? Causas Observamos Fazes pouca prancha Má afinação das cintas Má posição a fazer prancha Patilhão Todo em baixo Vela A vela tem muito saco. Efeitos O barco inclina e aproa ao vento Espiche Muito caçada com a valuma muito esticada e fechada Skipper Navega muito arribado. Caça a vela demais. Sentado muito à frente. Solução Ajusta as cintas ao teu tamanho, usa calções com talas. Faz exercícios para fortalecer os abdominais durante a semana. Sobe o patilhão uns 10 cms segurando-o com o elástico. Caça a esteira ao máximo solta o contra-cuningham todo. Usa uma vela adequada ao teu peso. Folga a espicha. Não te preocupes se a vela ficar com uma ruga enorme entre o topo do mastro e o punho de escota. Tenta encontrar o rumo em que o barco siga mais equilibrado com a vela ligeiramente folgada. Sentate na direcção do final da cana do leme Ao largo com vento forte o barco parte para a orça! PORQUÊ? Causas Observamos Efeitos Patilhão Pouco levantado Skipper Falta de antecipação: -Não arriba -Não folga Muito caçada Vela O barco dá orçadelas incontroláveis. Barco cheio de água Barco desequilibrado por uma vaga Solução Levanta o patilhão um pouco mais. Se exagerares o barco pode começar a descair em demasia. Logo que sintas a refrega arriba ligeiramente e folga a vela para começar a planar. Ajusta a escota para que os fios de barlavento e sotavento estejam sempre horizontais Treina a técnica de tirar água em todos os rumos. Se ainda não consegues á bolina tira a água toda mal entres ao largo Vai olhando para trás para ver a vaga chegar. Aproveita a vaga para planar um bocado mais. O barco é instável à popa com vento forte! PORQUÊ? Causas Observamos Efeitos Boom jack Pouco caçado, a retranca O barco fica instável sobe e vira. Escota Folgada demais Arribadelas e orçadelas incontroláveis Patilhão Demasiado levantado O barco fica instável e vira. O barco orça ou arriba repentinamente e vira. Barco afocinha e enche de água. Barco arriba sem controlo. Barco orça sem controlo. Demasiado em baixo Skipper Muito à frente Muito na borda Muito dentro Solução Ajusta o boom Jack durante a bolina com a vela toda caçada Caça a escota até que a retranca fique a menos de 90º com o eixo do barco. Levanta o patilhão até meio e depois faz pequenos ajustes. Chega-te bem atrás e procura o ponto de equilíbrio lateral. Nesse ponto o leme fica leve. Afinações importantes para vários rumos BOLINA Pouco Vento Vento Médio Muito Vento Estado do Navegação Mar (Objectivos prioritários) Afinações Comportamento do Skipper Calmo (Liso) Devemos dar prioridade ao ângulo de bolina Procurar um bordo de ataque fino. Não precisa de potência: -Patilhão todo em baixo -Valuma aberta em cima - Atitude calma - Grande concentração - Mexe-te o menos possível Agitado Devemos dar prioridade à velocidade - Chega-te ligeiramente a trás para não enterrar a proa. - Acompanha a oscilação do barco com o corpo Pouco Agitado Procurar um compromisso Ângulo-Velocidade Volume da vela avançado Necessária potência Pouca tenção na testa Valuma aberta em cima Patilhão em baixo Afinar a vela para que ela não tenha rugas, mas como mínimo de tensão. Valuma ligeiramente fechada, patilhão em baixo e barco direito Necessidade de potência Vela com mais saco Valuma ligeiramente fechada Patilhão em baixo Barco direito Reduzir progressivamente a Potência. Caçar a esteira para facilitar a abertura da valuma. Inclinar para trás o patilhão e Subi-lo um pouco quando tivermos Dificuldade em aguentar. Agitado Procurar um compromisso Ângulo-Velocidade Procurar manter o barco plano e fazer o máximo de prancha - Chega-te um pouco atrás. - Acompanha a oscilação do barco com o corpo. - O barco tem de ir sempre plano. -Joga a passagem das ondas com o corpo. - Antecipa a refrega folgando a escota. - Tenta escoar a água do barco para este não ficar desequilibrado LARGO Barco Pouco e Médio Vento Vento Forte Afinações (Pontos importantes) -Inclinar o barco ligeiramente para barlavento -Patilhão levantado -Levar o barco estável. - Vela o mais folgada possível. -Skipper avançado no barco, para diminuir área molhada -Boom-jack pouco caçado para ter no barco. a valuma solta. - Reduzir a tensão de espiche em caso de rugas. - Barco plano ou ligeiramente inclinado para barlavento, -Patilhão levantado. para evitar orçadelas nas refregas -Boom jack caçado para evitar que a valuma abra demasiado. -Vela não muito folgada para evitar que o barco fique instável.