Fundação Getulio Vargas
Tópico: EPGE
Veículo: O Globo Online - RJ Data: 12/10/2015
Página: 08:36:00
Editoria: Economia
Britânico Angus Deaton vence Nobel de Economia
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ESTOCOLMO - O economista britânico Angus Deaton, de 69 anos, levou o Prêmio Nobel de Economia,
informou a Academia Real de Ciências da Suécia nesta segunda-feira. Professor da renomada
Universidade de Princeton, ele foi laureado por seu trabalho de análise do consumo relacionado à
pobreza. Segundo a academia, Deaton se destacou por suas descobertas em três questões
fundamentais: como consumidores distribuem seus gastos; quanto da renda de uma sociedade é gasta e
quanto é poupada; e como medir e analisar melhor o bem-estar e a pobreza. “Para formular políticas que
promovam o bem-estar e reduzam a pobreza, precisamos primeiro entender as escolhas de consumo
individuais”, disse o corpo de jurados no anúncio do prêmio. “Mais do que ninguém, Angus Deaton
melhorou esse entendimento”. Em entrevista por telefone logo após o anúncio, o economista disse que
seu trabalho tem uma tendência otimista. Em 2013, Deaton lançou o livro "The Great Escape" ("A Grande
Fuga"), que, entre outras análises, avalia o processo de saída da pobreza de milhões de pessoas no
mundo em desenvolvimento. — Minha mensagem geral, minhas mensurações tendem a mostrar que as
coisas estão ficando melhores, mas ainda há muito trabalho a ser feito. Fiquei surpreso e encantado. Foi
incrível ouvir as vozes de meus amigos no comitê — disse Deaton. ANÁLISE DA DEMANDA DO
CONSUMO O britânico é um dos responsáveis pelo chamado sistema de demanda quase ideal, que ajuda
a analisar melhor o comportamento dos consumidores. Segundo o economista Aloísio Araújo, professor
da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), esse
tipo de trabalho ajuda a calcular melhor políticas públicas, como os sistemas de transferências de renda.
— É um excelente economista. O trabalho dele teve um imenso impacto. Através do consumo das famílias
mais pobres, por exemplo, cria-se políticas para redução de itens da cesta básica — afirmou. Luiz Carlos
Prado, professor do Instituto de Economia da UFRJ, acredita que a escolha do nome de Danton mostra
que a Academia Sueca está mais preocupada com questões que afetam diretamente a economia real. —
Nos últimos anos, autores que apresentam contribuição em vários campos – portanto, influenciam o
debate acadêmico, mas também a formulação de políticas, têm sido preferidos na escolha Nobel em
economia. É interessante que Deaton não é apenas um economista acadêmico, mas também dá insights
interessantes sober determinados aspectos que podem contribuir para políticas públicas e para o debate
econômico — destacou Prado. LISTA: Veja vencedores influentes do Nobel de Economia O anúncio do
Nobel de Economia encerra a semana de premiações em homenagem a Alfred Nobel. Ao ser premiado,
Deaton leva para casa 8 milhões de coroas suecas, equivalente a US$ 978 mil. Diferente das outras
láureas, o Nobel de Economia não foi criado pelo próprio Alfred Nobel. A premiação foi lançada em 1969,
para festejar os 300 anos do Banco Central da Suécia. Desde então, se uniu às demais condecorações.
Foram 46 premiações ao longo de quase 50 anos, para 75 condecorados. A decisão é tomada por um
comitê de cinco membros escolhido pela Academia Real de Ciências. Entre indicações, consultas com
especialistas e a escolha final o processo leva um ano. Os nomes indicados - e não escolhidos - não
podem se tornar públicos por um prazo de 50 anos. No ano passado, o vencedor foi o economista francês
Jean Tirole, escolhido por seus estudos em economia da regulação, que serviram de referência para
modelos de regulação em vários países, inclusive o Brasil. Entre as apostas para o Nobel de Economia
de 2015 estavam Avinash Dixit, da Universidade de Princeton, Robert Barro, da Universidade de Harvard,
e Bengt Holström, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Para quem acompanha o noticiário
econômico, dois nomes mais conhecidos estavam na lista: o ex-economista-chefe do Fundo Monetário
Internacional (FMI) e o ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
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