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A Santa Casa da Misericórdia de Vila Real
Fachada da actual Câmara Municipal de Vila Real, no edifício onde funcionou o Hospital da Divina Providência (1823-1915)
é, para isso necessário se torna que o brasão da Misericórdia seja substituído pelo de Vila Real”, colocando-se uma lápide e a estátua “da mesma,
que recordem as que havia nos arcos do antigo Fórum, e que à excepção da estátua, tudo foi sacrificado ao camartelo de Mac-Adam”.
Ainda no mesmo artigo, aconselhava que na parte oposta à cruz, que se erguia no vértice do frontão, “sem desrespeito por esse símbolo
sacrossanto”, a menos que seja conservada a “magnífica” capela, deveria ser substituída por uma “estátua simbólica adequada”, modificando as
armas portuguesas da época de João VI, “pois são como as actuais, à excepção da coroa”. Para a manutenção das armas no frontão virado a sul,
questiona o autor do artigo: “Não está lá a esfera armilar, em que no zodíaco estão tão bem esculpidos alguns signos?”. Talvez por se ter seguido
este conselho, elas ainda hoje se conservam no tímpano do referido frontão.
Ao longo de 1915, a compra do Colégio ficou concretizada. Na acta de 30 de Maio, refere-se que o levantamento do “fundo do numerário
preciso” para a sua aquisição tinha sido aprovado pelo Conselho Definitório e Junta Geral da Irmandade, assim como já tinham autorização
superior (portaria n.º 290 do Ministério do Interior, de 15 de Janeiro de 1915) para a venda de títulos, já que era urgente realizarem o capital de
21 000$00 escudos (19 000$00 para a compra do edifício, e 2 000$00 para a mudança e instalação). A compra do Colégio fez parte dos assuntos
das reuniões da Mesa de 5 de Agosto (urgência em se realizar o contrato de aquisição) e de 30 de Agosto, na qual o doutor Augusto Rua informou
a Mesa que a escritura se faria dentro de dois ou três dias.
Em 3 de Setembro de 1915, a Santa Casa da Misericórdia, representada pelo seu secretário, Albertino Augusto Rodrigues Costa, e o representante
da Câmara Municipal, Afonso Ferreira Vaz Pimentel, vice-presidente da Comissão Executiva da Câmara Municipal, assinaram o contrato da venda
do Hospital da Divina Providência por parte da Santa Casa da Misericórdia para a Câmara Municipal242, pela quantia de 19 000$00 escudos. Não
estavam incluídos na venda o mobiliário e o material de construção da casa do motor; o material próprio da casa de banhos, a instalação eléctrica
e tudo o que dizia respeito à instalação hospitalar. A Câmara Municipal obrigava-se ainda a tirar por sua conta o escudo da frontaria, distintivo da
Santa Casa da Misericórdia, e restituí-lo ao Hospital da Divina Providência. Fora do contrato sabemos também (acta de 15 de Outubro de 1915)
que retiraram “uma porção de azulejo em bom estado” da cozinha do antigo edifício do Hospital.
Ainda no mesmo mês dos contratos de compra e venda, na sessão do dia 15 de Setembro, Augusto Rua propôs, “estando concluídas as instalações
hospitalares”, que às diversas enfermarias fossem dados os nomes de alguns benfeitores, ficando logo escolhidos os dos irmãos Freitas, fundadores
do Hospital da Divina Providência, do visconde de Morais, e de Vital de Moura à enfermaria das mulheres, decisão tomada na reunião de 30 de
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