Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais w w w.fetaemg.org.br - A n o X - Ediç ão nº 23 - Novembro de 2012 Fetaemg firma parceria com rede Martplus para comercialização de produtos da agricultura familiar Numa demonstração de que a Feira de Agricultura Familiar de Minas Gerais (AgriMinas) está cumprindo o seu papel, a Fetaemg firmou parceria com a rede de supermercados Martplus para a comercialização de produtos da agricultura familiar nos gôndolas dos 77 supermercados que hoje congregam a rede Martplus na capital mineira. De acordo com o gerente operacional do Martplus, Rogério Andrade, há um interesse muito grande dos consumidores por produtos produzidos artesanalmente e a agricultura familiar tem produtos de qualidade, com forte potencial para o mercado. “Nós temos hoje nas lojas áreas para receber esses produtos regionais valorizando a diversificação de Minas Gerais através de suas regiões e de encontro à necessidade do consumidor em resgatar os sabores do campo. Essa parceria é para desenvolvermos isso, buscan- do dentro da agricultura familiar todas as opções para abastecer as lojas e ter um produto diferenciado que remeta as origens da população, principalmente da capital”, explica Andrade. O interesse pelos produtos da agricultura familiar surgiu a partir de visitas de representantes da rede Martplus à AgriMinas, que puderam conhecer e comprovar o diferencial dos produtos, resultando, inclusive, no fechamento de negócios com agricultores. O integrante da Conspiração Gastronômica, Eduardo Maya, diz que a ideia é valorizar e dar nome aos produtos e o consumidor já tem consciência da importância para a saúde de um produto de qualidade e assim, valoriza o que é produzido no campo sem uso de agrotóxico ou conservante. Maya diz que a parceria do Martplus com a Fetaemg já comprova que há muito espaço para os produtos da agricultura fa- Vilson/pres. Fetaemg, firma parceria com rede Martplus miliar no mercado. “Eu acho que ao colocarmos esses produtos nessa rede de supermercados, que está entre as dez maiores do Brasil, nós vamos conseguir cada vez mais valorizar os pequenos produtores.” O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, diz que já não há mais dúvidas que a AgriMinas está abrindo portas e para ocupar esse espaço o agricultor precisa estar a cada dia mais organizado. Vilson diz ainda que a ideia é criar o selo AgriMinas para a identificação dos produtos, o que pode ampliar ainda mais a abertura de mercados. Ainda nesta edição... Programa de habitação rural avança em Minas Página 2 Minas realiza segundo módulo do curso da Enfoc Página 3 Trabalhadoras e jovens rurais participam de plenária estadual Páginas 4 e 5 2 Jornal da Fetaemg – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais editorial Estamos vivendo um importante momento democrático no Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais: as Plenárias Regionais preparatórias para o 11º Congresso da Contag. Mais do que eleger uma nova diretoria da Contag, temos que traçar diretrizes de trabalho. E esse é o momento para refletirmos sobre a nossa atuação, levando em conta os desafios que exigem uma mudança de postura com maior organização e com uma visão política mais crítica. E o congresso é o principal espaço para a aprovação ou não de propostas que irão traçar os rumos do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais nos próximos quatro anos. É fundamental que as lideranças sindicais estejam melhor articuladas para participar de todo o processo: Assembleias, Plenárias e Congresso da Contag. Seria bom se cada Sindicato filiado à Fetaemg pudesse levar para o Congresso pelo menos um delegado, dessa forma ganhamos mais força para apresentar e aprovar as nossas propostas. Além de debater e propor ações, que objetivem, por exemplo, o fortalecimento da agricultura com sustentabilidade, a valorização da mão de obra do assalariado rural, a reforma agrária, políticas públicas para a terceira idade, jovens e mulheres, a formação e a organização sindical, entre outros pontos importantes, as plenárias têm também o papel de traçar um diagnóstico da realidade de cada região, principalmente em relação às políticas públicas direcionadas ao meio rural, para saber se estão de fato chegando às famílias. O nosso objetivo é fazer um levantamento das deficiências de cada região, em todas as áreas de atuação do MSTTR, e a partir daí propormos ações estratégicas para avançarmos mais em nossos projetos. É importante reforçar que as lideranças sindicais têm um importante papel a cumprir nesse momento: debater sobre as propostas apresentadas no documento base e escolher delegados que tenham de fato interesse e motivação para participar das plenárias e do Congresso. Assim ganharemos em qualidade e o Movimento Sindical sairá mais fortalecido. Vilson Luiz da Silva Presidente da FETAEMG PNHR avança em minas gerais Beneficiários assinam contrato com a Caixa na região noroeste Em Minas Gerais, o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) vem mudando a realidade de famílias carentes do meio rural que estão tendo a oportunidade de terem uma nova moradia, com mais dignidade e melhor qualidade de vida. Esse avanço é resultado da organização dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, que com a intermediação da Fetaemg, têm conseguido cumprir todas as exigências do Programa junto à Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil para realizar o sonho de muitas famílias. Campestre, no Sul de Minas, é um dos municípios que avançou na construção de casas pelo PNHR. Dezessete unidades habitacionais foram entregues às famílias carentes da zona rural e mais 40 projetos estão sendo finalizados para assinatura dos contratos pela Caixa. Apesar das dificuldades relacionadas à logística para entrega dos materiais de construção e principalmente, no momento de fazer o cadastro de outorga de água, que é exigido pela Caixa, o Sindicato conseguiu se organizar e cumprir todas as etapas para a implementação do Programa no município. “Na primeira etapa, com R$ 12 mil por beneficiário, construímos nove casas e as famílias ajudaram. Depois que o recurso passou para R$ 25 mil ficou mais fácil para construir uma casa de 50 metros quadrados”, diz o diretor do STR, Ercílio Franco dos Reis. Só na região Noroeste do Estado, nos municípios de Buritis e Bonfinópolis de Minas 68 contratos já foram aprovados pela Caixa e mais 214 (33 em Buritis, 40 em Vazante, 21 em Formoso, 90 em Bonfinópolis de Minas e 30 em Unaí) estão na fila, aguardando a aprovação da Caixa. “Acho que os STRs conseguem desempenhar essa política pública de habitação rural. É difícil, depende muito de parcerias municipais, mas é possível. Com muita luta e articulação com as prefeituras ou outros parceiros dá pra fazer”, diz o diretor da Fetaemg, do Polo Noroeste, José dos Reis Pereira. Ele diz ainda que a perspectiva é construir cerca de 500 habitações rurais na região Noroeste nos próximos dois anos. O Programa Nacional de Habitação Rural é operacionalizado por uma entidade Organizadora, que pode ser o Sindicato de Trabalhadores Rurais, Associação ou Prefeitura. A Fetaemg oferece suporte técnico aos Sindicatos filiados, inclusive fornecendo Projeto de Engenharia e o Projeto Social já pré-aprovados pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil. O valor liberado por família é de R$25 mil, sendo que o beneficiário paga apenas mil reais divididos em quatro parcelas anuais. Mas até terem os seus contratos aprovados pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil, os beneficiários enfrentam uma série de dificuldades. A principal é a falta de documentação dos imóveis rurais. A maioria dos agricultores familiares não tem o título da terra e, de acordo com as regras do PNHR, posses em terras particulares não são permitidas no momento de apresentar a documentação para elaboração dos projetos. O diretor de Finanças da Fetaemg, Marcos Vinícius diz que a aceitação de documentos de posses de terras é uma das várias reivindicações do MSTTR nas negociações com o Ministério das Cidades. Já para driblar a escassez de recursos, muitos Sindicatos contam com parceria das Prefeituras, que disponibilizam engenheiro, assistente social e também ajudam no transporte de material. A Emater-MG tem dado suporte técnico aos Sindicatos ministrando cursos que são exigidos pelo Projeto social. Mas a maioria dos Sindicatos têm implementado o PNHR sem estas parcerias. “Podemos considerar este programa como uma das importantes conquistas do MSTTR, pois quando a família é beneficiada, não é apenas uma casa, mas é uma casa com energia, com acesso a água, entre outras políticas que são trabalhadas por meio do Projeto Social. Este projeto é um desafio para o MSTTR, pois estamos diante da oportunidade de corrigir um enorme déficit habitacional existente no campo atualmente. A Fetaemg tem realizado vários encontros regionais e micro regionais com objetivo de divulgar e orientar os Sindicatos sobre a importância de se trabalhar com o PNHR”, diz Marcos Vinícius. O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, ressalta que o Programa Nacional de Habitação Rural é uma conquista do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais que está mudando para melhor a realidade de muitas famílias no meio rural que não tinham perspectivas de qualidade de vida. Após intervenções e ajustes da Fetaemg junto à Caixa, o programa começa a avançar no Estado. “No final do ano passado demos um grande passo. o PNHR passou a ter novas regras, e a de maior impacto foi a ampliação dos recursos, de 12 mil para 25 mil reais por beneficiário.” moradia construída pelo PNHR em Campestre expediente Presidente: Vilson Luiz da Silva tesoureiro: Marcos Vinícius Dias Nunes Diretor de Política agrícola e Cooperativismo: Armindo Augusto dos Santos Diretora de Política agrária e meio ambiente: Maria Rita Fernandes Diretora de Política Salarial: Alícia Alves Cardoso Diretor de Política Social e Previdência: Joaquim Ferreira Alves Diretor de Formação Sindical, educação e Comunicação: Pedro Mário Ribeiro Coordenadora da CemtR/mg: Alaíde Lúcia Bageto Moraes Diretoria Regional: alto Jequitinhonha: José Antônio de Andrade Baixo/médio Jequitinhonha: Maria das Graças Pinheiro grande BH: Maria do Carmos Ramos Siqueira Leste do Rio Doce: Aurineide Rodrigues Pereira alto Rio Doce: José Osvaldo dos Santos Noroeste: José dos Reis Pereira Norte de minas: Sandra Rosa Medeiros Rio Doce: Geraldo Medina Gonçalves Sul de minas: Andréia de Fátima da Silva triângulo mineiro: José Divino de Melo Vale do mucuri: Joaquim Pereira da Silva Zona da mata: Vanderley Antônio Chilese Jornalista responsável: Maristela Moreira Félix (MG 07443 JP) Diagramação e Impressão: Fumarc Gráfica Editora tiragem: 2000 exemplares Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais 3 Minas realiza 2º módulo do curso da Enfoc Representantes de todas as regiões do Estado participam da Enfoc Com o objetivo de formar educadores em concepção, prática sindical e metodologia, tendo como eixo principal o desenvolvimento rural sustentável, a Fetaemg realizou em Belo Horizonte, de 05 a 09 de novembro, o segundo módulo estadual do curso da Escola Nacional de Formação da Contag (Enfoc). A turma é for- mada por 40 alunos, representantes dos Polos Regionais da Fetaemg e Sindicatos de todas as regiões do Estado. O diretor de Formação e Organização Sindical da Fetaemg, Pedro Mário Ribeiro, diz que a proposta do curso é formar multiplicadores para atuarem em seus municípios propondo uma nova prática sindical. “A Enfoc tem dois pontos principais: a transformação da prática sindical e a emancipação do sujeito, levando ao trabalhador conhecimento para que ele seja capaz de exercer a sua cidadania,” explica o diretor. Aproximadamente 150 educadores já passaram pela Enfoc em Minas Gerais e hoje estão atuando em suas regiões levando aos trabalhadores novos conhecimentos da prática sindical. O curso acontece em três módulos tendo como eixos pedagógicos e temáticos: memória e identidade e pedagogia para uma nova sociabilidade; Estado, sociedade e ideologia; história, concepção e prática sindical; desenvolvimento rural sustentável e solidário. No primeiro módulo o tema é: Estado, sociedade e ideologia, quando é apresentada a história do Brasil e como o Movimento Sindical se insere nessa história. “Neste segundo módulo o olhar é para a prática sindical, enquanto lideranças que representam uma categoria. E por último, o terceiro módulo, quando é apresentado o Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais”, explica o diretor. Ribeiro cita como resultados do curso de formação da Enfoc a mudança de postura dos dirigentes sindicais, compreendendo o projeto político do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e levando esse conhecimento aos trabalhadores. Presidente da Fetaemg ressalta em Congresso importância do associativismo para fortalecer a cadeia produtiva da cana Vilson, pres./Fetaemg, reforça importância do associativismo Durante três dias (de 03 a 06 de outubro) Belo Horizonte sediou o II Congresso Mineiro da Cachaça reunindo produtores, pesquisadores, empresários e representantes da sociedade civil para debater importantes temas para fortalecer a cadeia produtiva da cachaça em Minas Gerais. A Fetaemg foi uma das parceiras do evento. Durante palestra, o presidente Vilson falou sobre a cachaça na agricultura familiar destacando a significativa contribuição desse segmento na produção da aguardente em Minas Gerais. O presidente também lembrou que a agricultura tem o seu diferencial na diversificação da produção e a cachaça artesanal é uma oportunidade a mais de renda para as famílias, inclusive há agricultores que já exportam o produto para fora do país. “Temos agricultores já estão mais organizados, mas ainda é preciso investir mais na organização. Ainda é grande o número de produtores que trabalham isoladamente. E o associativismo é uma forma de agregar maior valor ao produto e chegar ao mercado com maior facilidade”. No Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro da Cachaça, existem quatro mil marcas do produto no mercado e apenas 1554 produtores registrados no Ministério da Agricultura. E cerca de 90% deste universo são alambiques pequenos. De acordo com os especialistas, a clandestinidade continua sendo o principal empecilho para o avanço do setor. Minas Gerais é o maior produtor do país, com cerca de 9mil alambiques e 600 marcas registradas. O Estado é responsável por 60% da produção nacional de cachaça artesanal, produzindo 240 milhões de litros anuais. E apenas 1% da produção é exportada. 4 Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais Trabalhadoras rurais participam de Plenária Estadual em BH Cerca de 250 trabalhadoras rurais participaram em Belo Horizonte, dias 17 e 18 de outubro, da Plenária Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Minas Gerais com o objetivo de debater políticas públicas para as trabalhadoras e propor estratégias para avançar no processo de construção dessas políticas, além de analisar o contexto atual do sindicalismo rural, com ênfase na participação e organização das mulheres. A coordenadora da Comissão Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais/Fetaemg (CEMTR), Alaíde Bagetto Moraes, enfatizou a importância da organização das trabalhadoras para que possam ocupar cada vez mais espaços dentro e fora do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, destacando que as políticas públicas precisam ser construídas “de baixo para cima”, ou seja, as demandas têm que surgir das trabalhadoras rurais. Entre os temas apresentados para debate na plenária, a coordenadora pontuou como entre os mais importantes, a construção da igualdade de cotas para as mulheres no MSTTR. “Nós temos que discutir e avaliar. Se nós lutamos e reivindicamos a igualdade, então a paridade é justa”, argumentou Bagetto, que citou também a violência doméstica como foco de discussão durante a plenária. Para o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, não há dúvida que as mulheres estão bem mais organizadas e participativas e por meio de suas lu- tas estão sendo mais reconhecidas, e têm tido participação significativa em importantes conquistas do Movimento Sindical. Vilson falou ainda que a CEMTR/Fetaemg vem desenvolvendo ações, junto com entidades parceiras, para trabalhar a organização das mulheres rurais e hoje, dá para perceber os resultados desse trabalho. No painel que apresentou o tema “Movimento Sindical e Políticas Públicas” a secretária Nacional de Mulheres da Central dos Trabalhadores do Brasil, Raimunda Gomes, reconheceu a organização das trabalhadoras rurais, mas afirmou que é preciso maior articulação para enfrentar as diversidades com os governos na construção das políticas públicas e citou a reforma agrária com um dos mecanismos para o Brasil se desenvolver mais. Sobre a paridade de cotas afirmou que é preciso avançar nessa discussão, criando as mesmas oportunidades para homens e mulheres. “A cota é um instrumento de democratização.” Já Eliana Piola, da Coordenadoria Especial de Políticas para as Mulheres, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social do Governo de Minas Gerais, fez um resgate da história para entender como se constituiu o sindicalismo no Brasil e ressaltou que foi por meio da organização que os trabalhadores conseguiram constituir os primeiros sindicatos para defender os seus interesses. Destacou a participação da mulher, afirmando que é necessário que os governos tenham um olhar diferenciado A igualdade de cotas no MSTTR foi o foco durante os debates para as políticas públicas direcionadas às mulheres rurais. Na opinião de Eliana Piola, ainda há uma invisibilidade em relação ao trabalho dessas mulheres e a violência doméstica continua sendo um dos grandes problemas, especialmente no meio rural, onde em muitos casos as mulheres são intimidadas a denunciar seus agressores. “Acredito que essa violência está associada ao uso abusivo de bebidas alcoólicas e drogas. Portando é necessário prestar assistência a essas mulheres para que possam enfrentar essa questão, que para nós é um desafio que está como prioridade na agenda da Coordenadoria e da Secretaria.” Para Eliana a qualificação das mulheres rurais é um dos mecanismos para coibir a violência doméstica, e informou que Minas Gerais está entre os seis Estados que tiveram seus projetos aprovados pelo Ministério do Desen- volvimento Agrário para a qualificação das trabalhadoras. A proposta é estimular o empreendedorismo rural. Para isso serão disponibilizados R$ 1,1 milhão para Minas Gerais. Com a contrapartida do governo estadual os recursos poderão chegar a R$ 1,4 milhão. O projeto tem a parceria da Fetaemg e será executado em dois anos. Além de debater propostas de políticas públicas para as trabalhadoras, a plenária elegeu representantes de Minas Gerais para participarem da Plenária Nacional que acontece em Brasília de 29 a 31 de outubro, com foco no Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Contag (CNTTR), que terá sua 11ª edição realizada em março de 2013. As propostas elaboradas e aprovadas na Plenária Estadual, não têm caráter deliberativo, apenas propositivo. Fetaemg representa agricultura familiar em seminário do CREA Belo Horizonte, no dia 03 de outubro. Em sua apresentação sobre o tema “Agricultura familiar e Desenvolvimento Rural Sustentável” Vilson Luiz enfatizou a importância da organização dos agricultores na produção sustentável como forma de ampliar a participação no mercado. Presidente Vilson faz um balanço da represen- De acordo com os datatividade da agricultura familiar em Minas dos apresentados pelo O presidente da Fetaemg Vilson presidente, 84% dos esLuiz da Silva foi um dos palestrantes tabelecimentos rurais existentes no no Seminário de Agricultura Familiar país são de agricultores familiares. Em promovido pelo Conselho Regional contraponto, ocupam apenas 24% da de Engenharia, Arquitetura e Agro- área total destinada à produção. São nomia de Minas Gerais (Crea-MG), em 12 milhões de pessoas trabalhando na agricultura familiar no Brasil. Vilson traçou também um breve histórico das políticas de fortalecimento da agricultura familiar, ressaltando que muitas das conquistas se deram por meio das mobilizações de massa do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Os dados apresentados também revelaram que 65% dos agricultores familiares estão excluídos das políticas públicas do governo federal direcionadas a esse público. Em Minas Gerais existem cerca de 437 mil famílias de agricultores familiares, sendo que apenas 237 mil possuem a Declaração de Aptidão ao Pronaf - o passaporte para o acesso às políticas públicas. Em suas considerações finais o presidente Vilson destacou que a agricultura familiar precisa ser pen- sada de forma conectada ao Brasil e não algo à parte. Inclusive, inserida nas oportunidades de crescimento e fortalecimento econômico, com renda e qualidade de vida. Para isso, é preciso trabalhar a organização das famílias e da produção local, tendo como foco o associativismo e cooperativismo, respeito ao meio ambiente, educação e capacitação dos principais atores envolvidos, que são os agricultores familiares. O seminário teve como principal objetivo difundir os instrumentos legais específicos da agricultura familiar, promover um debate técnico com a participação de convidados especialistas no assunto, além de prestar esclarecimentos e definições acerca da agricultura familiar à sociedade civil. Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais 5 Plenária Estadual tem como foco a organização e a formação política da juventude rural A estrutura e a organização política da juventude dentro do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais são, na avaliação da coordenadora Estadual da Comissão de Jovens Rurais/Fetaemg, Maria Alves, os principais pontos aprofundados na plenária estadual que reuniu em Belo Horizonte, dias 09 e 10 de outubro, aproximadamente 300 jovens de todas as regiões do Estado para debater e formular propostas que vão de encontro às necessidades da juventude. “A nossa plenária é congressual e pautamos as questões da juventude dentro do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, principalmente em relação às cotas. Tivemos também como foco a formação dos jovens no processo do sindicalismo brasileiro, além de bandeiras de luta do MSTTR que são a educação do campo e o direito à terra, por exemplo.” A plenária também elegeu 20 representantes de Minas Gerais para participarem da Plenária Nacional, em Brasília, de 15 a 17 de outubro. Na programação da Plenária os jovens participaram de trabalho em grupo para formular e apresentar propostas inseridas em seis comissões temáticas: soberania e segurança alimentar; reforma agrária; agricultura familiar e meio ambiente; direitos, políticas públicas e desenvolvimento com justiça social no campo; Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS) e o direito ao trabalho e emprego; e por último, formação político social e educação do campo. O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, ressaltou que a participação dos jovens dentro do Movimento Sindical vem fazendo a diferença na conquista de importantes resultados e os Sindicatos, Fetaemg e Contag têm o desafio de ampliar a participação desses jovens no MSTTR, criando atrativos que despertem o seu interesse pelas lutas da categoria. As propostas elaboradas e aprovadas na Plenária Estadual, apesar de não terem caráter deliberativo, foram apresentadas na Plenária Nacional, em Brasília. Solenidade de abertura: A solenidade de abertura da Plenária contou com as presenças de representantes do governo federal e estadual, além da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB) e entidades parceiras da Fetaemg. O subsecretário Estadual da Juventude, Gabriel Azevedo, pontuou como principais ações do Estado programas de capacitação voltados para os jovens rurais, incluindo o Pró-Jovem. “É importante a busca pela qualificação profissional respeitando a cultura local para que o jovem tenha qualidade de vida sem ter que precisar sair do meio rural.” Azevedo afirmou ainda que já está em votação da Assembleia Legislati- Participantes debatem sobre organização política da juventude va de Minas Gerais um “assento” para um representante da juventude rural no Conselho Estadual da Juventude. O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Alcides Guedes Filho, também destacou a capacitação dos jovens como principais ações do governo federal, citando o Pronacampo que inicialmente atenderá 1.100 jovens rurais de Minas Gerais, disponibilizando bolsas de formação técnica. O delegado ponderou que o acesso à terra continua sendo um dos principais desafios para manter a juventude no meio rural. “Fazer com que os nossos jovens permaneçam no campo produzindo. Esse é o primeiro ponto. Mas unicamente o acesso à terra não dá essa garantia. Então nós temos que fazer com que o meio rural tenha as mesmas estruturas e condições que as cidades.” Em seu discurso, o superintendente Antônio do Carmo Neves do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Minas Gerais (Senar-Minas), que é parceiro da Fetaemg na realização da Plenária, disse que das 572 mil capacitações realizadas pelo Senar, 30% são direcionadas aos jovens. Também participaram da solenidade de abertura o subsecretário de Estado da Agricultura Familiar, Edmar Gadelha, o presidente da Emater-MG, Marcelo Lana, a professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, Isabel Antunes, o secretário da Juventude Trabalhadora da Central dos Trabalhadores do Brasil, Paulo Vinícius Santos, entre outros participantes. Fique por dentro Hortaliças, café, frango, leite e outras atividades produtivas: no Brasil, 70% do que é consumido diariamente vem da agricultura familiar, que tem potencial para expandir ainda mais essa produção. Segundo pesquisa do IBGE existem cerca de 4 milhões de famílias agricultoras em todo país. Porém, muitas ainda não têm acesso às políticas públicas que potencializam as atividades no meio rural. A população rural no Brasil é de 29,37 milhões de pessoas segundo a pesquisa Nacional por Amostra de Do- micílios (Pnad), divulgado pelo IBGE. A base de dados é de 2011 e mostra que a população rural representa 15% da população total residente no país, que é de 195,24 milhões de pessoas. Os moradores do campo entre 15 e 54 anos correspondem a cerca de 16 mi- lhões de pessoas e abrangem, em termos percentuais, 54,8% da população rural. Os dados foram compilados pelo coordenador da Assessoria de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques. 6 Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais Assentados da reforma agrária recebem diploma de graduação pela Fafidia Turma do curso de pedagogia do campo Após cerca de quatro anos dedicados aos cursos de pedagogia do campo e história pela Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina (Fafidia), assentados da reforma agrária recebem seus diplomas. A formatura foi em 11 de outubro. O presidente da Fetaemg Vilson Luiz da Silva, que participou da solenidade de formatura dos alunos, diz que as ações da Fetaemg têm como um dos principais focos a educação do campo e as parcerias com Universidades vêm oferecendo aos jovens a oportunidade de se ingressarem numa faculdade, especialmente em cursos que valorizam as especificidades do campo e seus sujeitos. Vilson ressalta que a parceria com a Fafidia é uma conquista da Fetaemg que está mudando para melhor a realidade de vida de jovens e adultos, principalmente porque está estimulando a permanência da juventude no campo. Além dos cursos de pedagogia do campo e história, a Fafidia oferece aos assentados os cursos de matemática e letras, que desde 2006, são ministrados por meio de convênio entre a Fetaemg, Pronera/Incra, Fundep/Fevale e Fafidia. Os cursos fazem parte do Programa de Formação de Docentes e Especialistas para a Educação do Campo que por sua vez está inserido no Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). A seleção dos alunos se deu por meio de vestibular com a oferta de 45 vagas por curso. Pela metodologia de alternância, organizada em tempos e espaços denominados de Tempo Escola (período de atividades acadêmicas realizadas nos campus da Faculdade) e Tempo Comunidade (período de atividades acadêmicas realizadas no espaço de moradia e/ou trabalho do aluno) os cursos têm duração de quatro anos, com o diferencial de estarem voltados para os princípios da educação do campo. Representantes da Fetaemg debatem sobre estrutura sindical durante encontro na CTB Participantes debateram sobre estratégias para fortalecer o MSTTR O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva e diretores participaram em São Paulo, do encontro de rurais da Central dos Trabalhadores do Brasil que reuniu 80 lideranças sindicais da CTB ligadas ao campo com o objetivo de fazer um balanço da atuação da CTB em prol dos trabalhadores do campo e ainda debater sobre estratégias para fortalecer as ações do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, com foco na estrutura sindical. Balanço das eleições O Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Minas Gerais se mobilizou e conseguiu eleger representantes da categoria nas eleições municipais deste ano. Na região Noroeste todos os eleitos são assentados da reforma agrária e na região Sul, a funcionária Nirlei Cristiani do STR de Ilicíneia foi a candidata a vereadora mais bem votada da história do município, com 10% do total de votos. Confira no quadro abaixo: Região Noroeste Alto Jequitinhonha Baixo e Médio Jequitinhonha Zona da Mata Rio Doce Norte Vale do Mucuri Sul Grande BH Triângulo Leste do Rio Doce TOTAL NO ESTADO Turma do curso de história do campo O ponto de destaque da pauta foi a participação dos cetebistas no 11º Congresso da Contag, agendado para os dias 4 a 8 de março de 2013, em Brasília. Durante os próximos meses, as lideranças sindicais do campo da CTB irão se reunir novamente para tratar de temas mais específicos relacionados ao 11º Congresso da Contag. Até lá, os dirigentes irão debater com suas bases e reunir as principais demandas dos trabalhadores rurais para os próximos encontros. Prefeito 01 04 01 02 03 01 12 Vice-prefeito 01 01 02 02 04 03 01 01 15 Vereador 07 02 06 03 15 13 10 05 13 08 05 87 Jornal da Fetaemg – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais governo federal cria nova versão da DaP A Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário criou uma nova versão da Declaração de Aptidão (DAP) com a finalidade de atender as determinações das Resoluções 4.107 e 4.116 do Conselho Monetário Nacional. As alterações são as seguintes: 1ª) Limites de Enquadramento – Alterações na renda bruta com rebates: • Grupo B – passou de R$ 6.000,00 para R$ 10.000,00 • Grupo V – passou de R$ 110.000,00 para R$ 160.000,00 2ª) Origem da Renda – Alteração na relação entre a renda bruta originária do estabelecimento e a renda bruta total da unidade familiar: padronizada em 50,0% para todos os Grupos de Enquadramento. Na versão anterior, o limite do Grupo B para essa relação era de 30% e do Grupo V, 70%. 3ª) Para efeito de enquadramento, admite-se a exclusão de até 10 mil reais. Quando o beneficiário tiver renda bruta anual acima de 800 reais e menor que 160 mil reais. 4ª) Condição de Posse e Uso da Terra – Foi acrescentado o item “Permissionário de áreas públicas” com a finalidade de atender ao grupo de agricultores familiares que atuam em área de domínio público – da União, dos Estados ou dos Municípios. 5ª) Mobilidade – A partir da família de DAP da série 1.8 o agricultor pode mudar entre quaisquer dos grupos sem restrições. Capital do café Belo Horizonte foi escolhida para sediar o maior evento internacional da cafeicultura em 2013, a 50ª reunião da Organização Internacional do Café (OIC). A eleição da capital mineira, por unanimidade, ocorreu em Londres (Inglaterra). Esta será a primeira vez que o Brasil irá sediar uma reunião da OIC, o principal fórum intergovernamental que trata das questões do café. Seus membros representam 38 países exportadores e 32 importadores, que respondem por 97% da produção mundial de café e mais de 80% do consumo global do grão. A OIC, por meio da atuação de representantes governamentais e do setor privado, promove a melhoria da qualidade do café, fomenta a expansão do consumo mundial do grão e coordena projetos de desen- volvimento cafeeiro destinados a agregar valor e aprimorar a comercialização. Além disso, a Organização assegura a transparência do mercado, disponibilizando informações objetivas e abrangentes sobre o setor global por meio de dados estatísticos e estudos de mercado. Paralelamente à reunião dos 50 anos de criação da OIC, será realizada a 1ª Feira Internacional do Café. A proposta é mostrar o potencial da cafeicultura de Minas e do Brasil para delegações de 77 países. A Fetaemg é uma das entidades parceiras na realização dos eventos. O Brasil é o maior produtor mundial de café e Minas Gerais é o líder da produção nacional. Com mais de um milhão de hectares plantados, o Estado é responsável por aproximadamente 50% da safra brasileira. 7 tire suas dúvidas sobre a Declaração de aptdão ao Pronaf (DaP) Pergunta: Existe carência para a emissão de uma nova DAP para aquele agricultor que solicitou o cancelamento? Resposta: Desde que o cancelamento tenha sido feito por um motivo legítimo, não há carência para a emissão de uma nova DAP. Pode ser feita em qualquer tempo. Pergunta: Existe carência para emissão de uma nova DAP para aquele agricultor que teve o documento cancelado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário? Resposta: A emissão de DAP para o agricultor que teve o documento cancelado pelo MDA só será possível depois de esclarecido e resolvido o motivo do cancelamento. Pergunta: As normas de enquadramento (para DAP) para a safra 2012/2013 valerão só a partir de 1º de janeiro de 2013. Esta informação está correta? Resposta: As normas de enquadramento para a safra 2012/2013 estão valendo. Pergunta: Como emitir a DAP PJ para Associação de Produtores, já que pela legislação atual ela não pode comercializar de direito (emitir N. Fiscal), já que não tem registro na Junta Comercial. Resposta: A DAP Jurídica pode ser emitida para associações de produtores independente da questão do registro na Junta Comercial. As associações que preenchem os critérios definidos nas portarias podem ter a DAP. A questão da emissão da nota fiscal ou de outro comprovante das transações das associações é posterior a emissão da DAP. Pergunta: O agricultor Pronafiano, a partir da safra 2012/2013, NÃO poderá mais acessar outras linhas/programas do crédito rural fora do Pronaf? Resposta: sim, por enquanto os agricultores familiares estão impedidos de acessarem financiamentos de custeio e/ou investimento em outras linhas de crédito. A Fetaemg está negociando com a área econômica o retorno da norma anterior que permitia o acesso pelos agricultores familiares aos financiamentos de investimento de outros programas de crédito. Mas, por enquanto os agricultores familiares estão impedidos de acessarem financiamentos de custeio e/ou investimento em outras linhas de crédito. Para ter acesso aos programas do governo é preciso ter a DAP, que funciona como uma espécie de identidade do agricultor familiar. É com esse documento que o agricultor comprova que está na categoria familiar, ou seja, tem até dois empregados fixos, mora no local onde trabalha ou bem próximo a ele, e tem uma área de até quatro módulos fiscais, que pode variar de acordo com o município. O menor módulo fiscal é de cinco hectares e o maior é de 110 hectares. Para ter a DAP não tem nenhum mistério, basta procurar o Sindicato de Trabalhador Rural ou a Emater-MG. E não precisa pagar nada para ter a DAP. Compra Institucional: nova modalidade do Paa é regulamentada Agricultores familiares contam agora com a modalidade Compra Institucional dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), direcionada para o fornecimento de alimentos para órgãos públicos das esferas federal, estadual e municipal. Essa medida foi regulamentada pela resolução 50/2012, publicada no Diário Oficial da União, em 27 de setembro. Cada família terá um limite anual de vendas de R$ 8 mil, independente de outra modalidade do PAA que venha a participar. O valor dos produtos será por meio de pesquisa de preços, realizado em mercado local ou regional. Para os produtos orgânicos ou agroecológicos, a sugestão é acrescentar até 30% no va- lor em relação aos convencionais. Para acessar este mercado, os agricultores familiares, definidos pela Lei 11.326/2006, devem estar organizados em cooperativas ou outras organizações que possuam Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) especial de pessoa jurídica. Já a resolução 49, publicada em 25 de setembro, institui o Comitê Consultivo do PAA, composto por representantes do governo e da sociedade civil, inclusive a Contag. O objetivo desse grupo é manter o canal de diálogo com os movimentos sociais, debater temas para subsidiar as decisões do Grupo Gestor do PAA e sugerir aprimoramentos na execução do programa. 8 Jornal da Fetaemg – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais Beneficiários do PNCF conquistam melhores condições para renegociação de dívidas Foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em 27 de setembro, o adiamento do prazo de adesão da resolução 4.029 – que permite a renegociação das dívidas de financiamento do Programa de Crédito Fundiário e Banco da Terra. O prazo que venceria em 30 de setembro, passou para 28 de março de 2013, dando ao agricultor inadimplente mais tempo para se estruturar. Essa conquista é resultado das ações do Grupo de Trabalho criado para discutir o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), a partir de negociações da Contag com o go- agenda Começam no final de novembro as plenárias regionais de trabalhadores e trabalhadoras rurais de Minas Gerais preparatórias para o 11º Congresso da Contag, em março de 2013. O objetivo é discutir o documento base e escolher os delegados e delegadas que comporão a delegação de Minas Gerais no 11º Congresso da Contag. Veja o cronograma: Local Belo Horizonte (Sesc Venda Nova) Data 28 e 29/11 Regiões verno federal no Grito da Terra Brasil. Outros avanços são o aprofundamento do debate sobre o PNCF e a aprovação da resolução 4128, que atende aos agricultores de projetos de Crédito Fundiário de municípios que decretaram estado de emergência ou calamidade, decorrente de fenômenos climáticos (enchente ou estiagem). A resolução prevê o adiamento automático, em um ano, da parcela vencida desde 01/12/11 e vincendas até 31 de dezembro 2012, beneficiando milhares de agricultores do PNCF, de diferentes regiões do Brasil. Famílias de Desterro do melo são beneficiadas pelo PNCF Inscrição Grande BH/Leste do Rio Doce/ 08/11/12 Sul de Minas/Zona da Mata governador Valadares Alto Rio Doce / 03 e 04/12 (Polo da Fetaemg) Vale Rio Doce 13/11/12 almenara (Sesc Almenara) 06 e 07/12 Baixo Médio Jequitinhonha/ Vale do Mucuri 13/11/12 montes Claros (UFMG - M.Claros) 11 e 12/12 Norte de Minas/ Alto Jequitinhonha 21/11/12 Uberaba (Polo da Fetaemg) 08 e 09/01 Noroeste / Triângulo 07/12/12 Para participar das plenárias o Sindicato tem que cumprir critérios do regimento interno do congresso e do estatuto da Fetaemg e Contag. O Sindicato precisa também ter realizado a sua Assembleia para escolher no mínimo quatro delegados, contemplando: 30% de mulheres e 20% de jovens, entre 16 e 32 anos de idade, que são cotas obrigatórias. Além da participação de representantes da terceira idade. O Programa Nacional de Crédito Fundiário deu sinais de avanço ao fazer a entrega de escrituras a famílias de assentados da reforma agrária do município de Desterro do Melo, primeiros beneficiários do Programa na região do Campo das Vertentes. Uma longa espera que durou cerca de dois anos. Em Minas Gerais o programa enfrenta alguns entraves que têm difi- cultado o atendimento às demandas do Estado. Uma delas é a demora na análise dos processos, o que faz com que os proprietários desistam da venda de terras para o Programa. O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, diz que a entrega de escrituras a essas famílias, representa um avanço, mesmo que tímido, no andamento do Programa de Crédito Fundiário em Minas.