QUARTA-FEIRA 13 MARÇO 2013 www.imobiliario.publico.pt
SUPLEMENTO COMERCIAL
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Governo lança conjunto
de medidas para salvar
construção e imobiliário
Renegociação
de rendas vai
manter-se em
2013 e 2014
A renegociação das
rendas e a mudança
das empresas para
novas instalações
vai marcar o ritmo
do mercado dos
escritórios p14
O compromisso para a competitividade sustentável foi assinado na última
semana com a CPCI e os ministros da Economia e Emprego e da Agricultura
e Ordenamento do Território p04
DR
Prémio Nacional
de Reabilitação
entregue na
Alfândega do
Porto
Os vencedores são
conhecidos a 3 de
abril, num evento
integrado na Semana
da Reabilitação
Urbana, que decorre
na cidade do Porto
p08/09
Casas para
arrendar com
grande procura
na Marinha
Grande
A procura de casas
para arrendar é
significativa e os
investidores podem
ter aqui um nicho de
mercado a explorar.
O valor médio das
rendas é de quatro
euros/m2 p06
Este suplemento é parte integrante do jornal PÚBLICO e não pode ser vendido separadamente
02 Opinião IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013
Arrendamento deve evitar A Reforma
os erros do passado
do Estado
N
uma economia como
é aquela em que vivemos, os mercados como o do arrendamento urbano, devem ser
livres, aceitando-se alguma tutela
Luís Lima
em certos mercados específicos
bem identificados, nos quais não
me parece que possa ser incluído o
do arrendamento.
É bom recordar, quando alguns parecem empenhados em repetir erros
antigos, que foram as continuadas
políticas habitacionais erradas, entre as quais as que impuseram o congelamento das rendas, as que mais
geraram a degradação de grande
parte do nosso
património consÉ fácil, mas não é sério, truído.
É fácil, mas
apelar à sensibilidade
não é sério,
social e lançar gasolina apelar à sensibilidade social e
na fogueira da
lançar gasolina
suposta guerra entre
na fogueira da
senhorios e inquilinos
suposta guerra
entre senhorios
para reeditar aqueles
e inquilinos para
erros, rotulando a
reeditar aqueles
legislação que dá
erros, rotulando
a legislação que
passos no sentido
dá passos no senda transparência do
tido da transpamercado de lei dos
rência do mercado de lei dos
despejos.
despejos.
Como se competisse aos proprietários de imóveis,
e não ao Estado, prestar cuidados sociais aos elos mais fracos, no caso,
e numa regra que também tem exceções, os inquilinos que possuem
menos rendimentos e que são, muitas vezes, cidadãos em situações
precárias.
Perpetuar a distorção que vários
e longos períodos de congelamento
das rendas nas principais cidades
provocou no mercado do arrendamento urbano, em nome de supostas
simpatias políticas para com aqueles
que possam não suportar os aumentos resultantes da liberalização é um
erro grande.
Acresce que esta situação só atinge
uma percentagem diminuta de uma
fatia do mercado de arrendamento
que, no seu todo, não chega a 15%
do universo dos contratos de arrendamento urbano, ou seja uma parte
desses 15% de inquilinos que devem
ser - ninguém o nega – protegidos,
mas pelo Estado e não à custa dos
proprietários de imóveis.
Como já disse neste mesmo jornal, a linguagem que normalmente
utilizamos ao abordarmos este tema
facilita, emocionalmente, a que façamos um retrato do inquilino como
vítima da insensibilidade social do
senhorio. Isto não é necessariamente
assim, nem a presente lei, que não
será perfeita e por isso suscetível de
ser melhorada, deixa de acautelar os
casos em que a respetiva aplicação
possa resultar numa violência para
quem tenha de a suportar.
Pessoalmente, com também já disse, volto a insistir na tese, segundo
a qual os proprietários demonstrarão inteligência se, voluntariamente, continuarem a ter a sensibilidade
social que o momento exige, com a
consciência de que estas preocupações não podem deixar de ser assumidas pelo Estado.
Poder-se-á admitir que o momento
não seja fácil para o Estado no que a
gastos sociais diz respeito, mas este
argumento da inoportunidade do
momento, foi sempre, recordo, a
grande justificação para retardar a
correção das distorções de dezenas
de anos neste campo.
As questões que se colocam ao
funcionamento de um mercado de
arrendamento digno desse nome e
útil ao país são outras e dizem respeito à necessidade de fazer baixar as
rendas, dos chamados arrendamentos novos, para valores competitivos
face aos de uma prestação bancária
de um crédito habitacional.
Presidente da APEMIP
e Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção
e do Imobiliário de Língua
Oficial Portuguesa
[email protected]
António
Luís Pereira
Figueiredo
O
combate à burocracia, o eficiente e eficaz funcionamento
da justiça e uma correta e estável política
dos impostos sobre a propriedade
formal (imobiliária, mobiliária e
societária) constituem matérias
que em nosso entender, devem integrar o debate sobre a Reforma de
Estado.
Os países em desenvolvimento
(da Ásia, África e América Latina) e, recentemente, os países da
Europa do Sul têm vindo a tomar
medidas com o objetivo de englobar as suas economias no capitalismo global e dele beneficiar. São
exemplos dessas medidas, políticas económicas como o equilíbrio
do orçamento, redução do deficit,
corte dos subsídios e vencimentos,
redução do estado social e a venda
(privatização) da propriedade do
Estado.
Para Hernando De Soto, economista peruano, o investimento
estrangeiro, as moedas estáveis e
outras políticas de matriz idêntica, não são suficientes para gerar
capital economicamente vivo e
conduzir as nações ao desenvolvimento. O obstáculo a ser vencido
é a incapacidade desses países de
atingir este objetivo.
Esse obstáculo não se deve à míngua de ativos naqueles países, nem
tão pouco é culpa dos seus povos
por falta de espírito empreendedor, de vocação para o mercado ou
mesmo do seu grau cultural.
O problema, para De Soto, não
está tanto nas soluções tecnocratas, antes reside no fracasso das
leis e das instituições jurídicas, que
associa ao fracasso económico.
Quando a burocracia é muita
para se empreender na indústria,
no comércio ou na prestação de
serviços, os impostos são elevados,
desproporcionados e instáveis e os
tribunais não decidem em tempo
útil, não estão criadas as condições
para que os cidadãos e as empresas ingressem na formalidade ou
tenham incentivos à produtividade. O resultado é condenar toda
essa população a viver na ilegalidade ou a manter-se improdutiva
e inativa. É a negação do sistema
em virtude da sua ineficiência. Se o
sistema legal não facilita as necessidades e as ambições dos indivíduos
então eles vão, inexoravelmente,
abandoná-lo.
A burocracia gerada por um ordenamento jurídico desvinculado
da realidade social e obsoleto é a
causa real da exclusão. As leis são
restritivas e excludentes.
Mais, quando o sistema jurídico
é moroso e caro e os impostos são
altos, as dificuldades não se restringem apenas àqueles que vivem na
informalidade, mas também se estendem aos outros que, já estando
na legalidade, dificilmente nela se
podem manter devido aos seus custos elevados e aos altos impostos
incidentes sobre a propriedade
formal.
Nestas circunstâncias os governos apesar de proporem reformas,
não conseguem capacitar os seus
cidadãos a produzir capital. Os
governos são então confrontados
por gerarem, como refere De Soto: “Uma economia capitalista e
de livre mercado para os poucos
privilegiados que podem concretizar os seus direitos de propriedade e pobreza relativa para um
amplo sector subcapitalizado incapaz de valorizar os seus próprios
ativos”.
No que concerne ao nosso país e
em matéria de registos e notariado
já muito se simplificou para adquirir títulos e registos representativos
da propriedade imobiliária e para
constituir sociedades, muito importa desburocratizar e agilizar, ainda,
para criar empresas comerciais ou
industriais, designadamente quando a lei exige a competente autorização ou licenciamento para o
exercício da respetiva atividade.
Presidente do Conselho
Diretivo do Instituto dos
Registos e do Notariado
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IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013 Atualidade 03
Cidade do Porto recebe Semana
da Reabilitação Urbana
Susana Ribeiro
É já em abril que a cidade do Porto
recebe a Semana da Reabilitação
Urbana, que entre os dias 3 e 10 celebra a regeneração das cidades portuguesas com um programa intenso
de eventos, incluindo conferências,
seminários, workshops, exposições
e a entrega do primeiro Prémio Nacional de Reabilitação Urbana. São
já várias as entidades que se associaram a esta celebração, uma ideia da
Vida Imobiliária e da Promevi, em
parceria com a Câmara Municipal
do Porto e a Porto Vivo – SRU. Entre
elas, a CCDR-Norte, a APEMIP, a AICCOPN, o INCI, a APRUPP, a Ordem
dos Engenheiros ou a Santa Casa da
Misericórdia do Porto, que estão
também a preparar a dinamização
de eventos próprios no âmbito da
Semana da Reabilitação Urbana.
“A escolha da cidade anfitriã desta
Semana da Reabilitação Urbana não
foi ao acaso”, conforme explica Arturo Malingre, da Vida Imobiliária e
do um dos dinamizadores da inicia-
tiva. “O Porto é líder na reabilitação
urbana a nível nacional, tem uma estratégia de longo-prazo nesta área e
com resultados já bastante visíveis”,
acrescenta. Isso mesmo estará patente nesta Semana da Reabilitação
Urbana, que se estenderá um pouco
por toda a cidade. As áreas e edifícios recuperados serão palcos privilegiados para esta celebração, que
pretende atrair quer profissionais da
área imobiliária e complementares,
quer o público em geral. Residentes
e turistas da cidade do Porto, com
interesses profissionais na Reabilitação Urbana ou de qualquer outra
área de atividade, são, assim, convidados a conhecer a Reabilitação
Urbana, com a possibilidade de assistir a conferências e seminários,
conhecer métodos e materiais para
reabilitação, tirar dúvidas sobre os
processos de reabilitação, visitar
edifícios reabilitados ou em reabilitação, ver exposições de fotografia
ou participar em workshops. Um
dos principais pontos de interesse
da Semana da Reabilitação Urbana
será o Espaço da Reabilitação Urbana, que entre os dias 3 e 6 de abril,
estará presente na Praça D. João I
e que pretende ser um ponto de
encontro obrigatório entre a
população e a comunidade de
profissionais que se dedica à reabilitação urbana. Em cerca de
600 m2, um auditório com 60
lugares apoiará a apresentação
de projetos, empreendimentos,
workshops e contactos entre estes
dois públicos; estando ainda patentes mostras de soluções e iniciativas
na área da reabilitação urbana. Este espaço acolherá ainda a mostra
dos projetos candidatos ao primeiro
Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, que será entregue a 3 de abril,
num evento integrado na Semana da
Reabilitação Urbana.
Uma agenda dinâmica
A agenda de Conferências e Seminários da Semana da Reabilitação
Urbana é outro dos pontos fortes da
iniciativa. Além do Seminário Nacional da APEMIP, a 5 de abril, a agenda
A semana da
reabilitação tem
prevista uma agenda
intensa de eventos para
celebrar a regeneração
das cidades
portuguesas
inclui a realização de um conjunto
diversificado de conferências durante a semana sobre a reabilitação nas
suas diversas vertentes. A Conferência “Reabilitação Urbana e
Espaço Público”, a 3 de abril,
marca o arranque do programa
de conferências, um evento da
responsabilidade da Porto Vivo
- SRU e que terá lugar no Teatro
Rivoli. Os encontros são realizados em parceria com entidades
que, desde forma, se associam à
iniciativa, incluindo a AICCOPN, o
Impulso Positivo, a Santa Casa da
Misericórdia do Porto, a APRUPP ou
a Ordem dos Engenheiros. O Teatro
Rivoli e o Auditório da Ordem dos
Engenheiros serão os palcos privilegiados para a realização do programa de conferências e seminários
A Caixa Geral de Depósitos apoia
a Semana da Reabilitação Urbana,
tendo-se associado à iniciativa. A
Schmitt+Sohn Elevadores, a Lucios,
a Weber e a Sika são também entidades que apoiam a Semana da Reabilitação Urbana – Porto 2013.
04 Atualidade IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013
Governo lança conjunto de medidas
para salvar construção e imobiliário
O compromisso para a competitividade sustentável foi assinado com a CPCI e os ministros da Economia
e Emprego e da Agricultura e Ordenamento do Território
DR
Elisabete Soares
Reis Campos, presidente da CPCI Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário e os Ministros
da Economia e Emprego, Álvaro
Santos Pereira e da Agricultura,
Mar, Ambiente e Ordenamento do
Território, Assunção Cristas, assinaram na última semana o Compromisso para a Competitividade
Sustentável da Construção e Imobiliário, um documento que era
aguardado com expetativa pelo
setor da construção e imobiliário
que enfrenta a pior crise da sua
história.
Estão em causa cinquenta e duas medidas concretas, as quais são
imprescindíveis para estancar o desemprego, mantendo em atividade
os 140 mil postos de trabalho que
estão em risco, evitando que a taxa
de desemprego nacional supere os
20%, e permitir a criação de 85 mil
novos postos de trabalho na economia portuguesa.
São contempladas medidas emblemáticas como a alocação de
3,7 mil milhões de euros para investimento em infraestruturas, a
participação do setor nas linhas
de crédito destinadas a financiar
as PME’s, os estímulos à internacionalização, reabilitação urbana
e arrendamento, entre outros e a
participação da confederação na
definição estratégica do próximo
pacote de apoios comunitários para
o período 2014-2020.
O documento assinado tem por
pressupostos o crescimento, a competitividade e o emprego e é um
compromisso com o futuro do setor e com o futuro do país, refere
a Confederação, afirmando que se
programa de emergência.
Que medidas poderão no curto
espaço de tempo ser mais eficazes
para salvar as empresas e o
emprego?
Estamos a falar de sete domínios de
intervenção e de cinquenta e duas
medidas concretas, entre as quais
a dinamização do investimento
público, mediante a alocação, até
ao final da execução do QREN, de
cerca de 3,7 mil milhões de euros,
para infraestruturas, equipamentos
e reabilitação urbana. De notar
que a concretização desta medida
representaria, já em 2013, um
aumento de 85% nas adjudicações.
Está em causa também o apoio
direto ao financiamento das
empresas, garantindo 200 milhões
de euros nas linhas de crédito
PME Investe que estão em curso,
bem como a disponibilidade das
próximas linhas para as empresas
do setor. Por outro lado, está
contemplada a dinamização do
arrendamento e da reabilitação
urbana, essenciais para estabilizar
a situação atual do mercado
imobiliário que está a penalizar
todos, famílias e investidores,
incluindo iniciativas como um
programa de financiamento de
particulares para a reabilitação
de edifícios destinados ao
arrendamento. Encontra-se ainda
prevista a criação de um Regime
Extraordinário de Incentivo ao
Investimento Privado, capaz de
atrair investimento empresarial
e imobiliário em domínios
estratégicos como o turismo
residencial e a reabilitação.
Estão criadas as condições para
alocar as verbas do QREN para
novas áreas, como a reabilitação?
Não se trata de criar novas áreas,
até porque este Governo concluiu,
há pouco tempo, o processo de
renegociação do QREN. Tratase, sim, de garantir que os 3,7
mil milhões de euros em fundos
comunitários que referi, afetos ao
investimento em infraestruturas,
e que estão já previstos, são
efetivamente executados
nos próximos 2 anos e meio,
garantindo-se a correta utilização
trata de um passo decisivo para a
inversão do pior ciclo recessivo de
há registo na história do setor.
Ações prioritárias
De acordo com o documento, no
atual contexto, marcado por pro-
A reabilitação dos centros das
cidades é uma prioridade, sendo
necessário tomar medidas
urgentes
fundos processos de reconversão
da estrutura produtiva, é necessário assumir como prioritária a adoção de novas políticas sociais e de
emprego, tendo por finalidade, o
combate efetivo ao desemprego e
propiciar mais e melhores oportunidades aos portugueses. Assume
especial importância a promoção
da requalificação dos trabalhadores, potenciando assim as suas qualificações, permitindo seus postos
de trabalho e dotando mercado de
trabalho de uma forma mais célere possível, caso se encontrem em
posição de desemprego, e ao mesmo tempo, assegurando a sustentabilidade do próprio tecido empresarial
Outro aspeto tem a ver com a
necessidade de evitar o estrangulamento financeiro das empresas,
o que passa por garantir a liquidez
necessária ao seu funcionamento,
por estabelecer condições equilibradas de acesso ao crédito e pela
criação de incentivos ao investi-
Entrevista
Qual o contributo que neste
momento poderá ter o
Compromisso para a Construção
e Imobiliário para tirar o sector
da situação de crise em que se
encontra?
Neste momento, não é só a
Confederação que o afirma,
como é reconhecido pelo
próprio Governo, que se trata
de um acordo fundamental para
inverter a situação em que o setor
se encontra e para que, após
11 anos consecutivos de crise,
se possa estabelecer um novo
ciclo, capaz de dar confiança aos
agentes económicos. Não tenho
qualquer dúvida ao afirmar que
este compromisso, e as suas 52
medidas concretas - cuja plena
execução foi assumida pelo
Governo - são a única esperança
para um tecido empresarial que
se encontra à beira da rutura. A
salvaguarda dos 140 mil postos
de trabalho que estão, neste
momento, em risco, e a criação de
85 mil novos empregos são o efeito
direto estimado deste verdadeiro
“É a única esperança
para um tecido
empresarial que
se encontra à beira
da rutura”.
Reis Campos é o presidente CPCI
- Confederação Portuguesa
da Construção e Imobiliário
destas verbas, que não podem ser
desperdiçadas.
O que é necessário para que
as empresas de construção e
imobiliário possam avançar para a
internacionalização?
Há duas dimensões distintas
que é necessário abordar ao
nível do apoio ao processo de
internacionalização das empresas.
A primeira, prende-se com a
necessidade de desenvolver
uma diplomacia económica
capaz de dar uma resposta
efetiva às especificidades do
setor. Refiro-me, em particular, a
aspetos de natureza burocrática,
destinados a atenuar eventuais
barreiras à entrada das empresas
nos mercados exteriores,
como vistos de trabalho,
processos de reconhecimento
de títulos académicos e
questões alfandegárias, bem
como assegurar um melhor
posicionamento perante a
concorrência de outros países e um
adequado acesso às oportunidades
de negócio.
06 Oportunidades IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013
Casas para arrendar com grande
procura na Marinha Grande
A procura de casas para arrendar é significativa e os investidores podem ter aqui um nicho de mercado
a explorar. O valor médio das rendas é de quatro euros m2
DAVID CLIFFORD/ARQUIVO
Cidade em análise
Elisabete Soares
A oferta de casas da banca para venda e a procura para arrendamento
são dois dos aspetos que mais se destacam na caraterização do mercado
da habitação da Marinha Grande. Em
comparação com outras regiões do
país, o peso da oferta das casas, que
resultaram do crédito malparado à
habitação, é bastante superior à oferta de casas de particulares, no caso
do imobiliário usado, e dos promotores, nas frações novas. A explicação
para esta situação é dada pelos mediadores que conhecem o mercado.
Na opinião de Bruno Rosa, diretor
da imobiliária Imodélio, durante
anos os trabalhadores da indústria
tinham dois ordenados, o ordenado
normal e um segundo conseguido
com as horas extraordinárias. Na
sua opinião, esta situação permitiu
que os trabalhadores tivessem condições financeiras para comprar casa. Contudo, por um lado, o agravar
da situação económica do país, que
afetou de forma drástica o setor industrial levando ao fecho de muitas
empresas e, por outro, as alterações
no regime das horas extraordinário,
levou a que muitas famílias vissem a
sua situação financeira agravar-se de
forma abrupta.
Simultaneamente, o encerramento
das fábricas levou a um ajustamento
a nível do comércio local que proliferava junto a estas zonas.
João Cordeiro, gerente da Imosonho, tem a mesma explicação para
este fenómeno, alertando para o
desemprego que grassa na região,
onde predominam indústrias de se-
618
Número de fogos em oferta
destinados a venda
tores como os moldes, plásticos e a
metalúrgica, muito penalizadas pela
situação económica do país. Na sua
opinião, este fenómeno é acompanhado pela maior procura de casas
para arrendamento, embora a oferta
seja escassa.
O concelho da Marinha Grande foi muito penalizado pela crise que afeta o setor industrial
Autarquia reabilita centro
tradicional do concelho
A requalificação do património
Stephens e das instalações da
Escola Profissional e Artística
da Marinha Grande (EPAMG),
a reabilitação da Fábrica da
Resinagem, a implementação
de circuitos turísticos e a
programação cultural do
município e da associação
CISCO, são algumas das
ações incluídas no programa
“Parcerias para a Regeneração
Urbana”, um projeto
promovido pela autarquia e
financiado, em parte, pelo
do Quadro de Referência
Estratégico Nacional (QREN),
e destinado à reabilitação
urbana do centro tradicional da
Marinha Grande.
O projeto “destina-se a
qualificar e integrar os distintos
espaços de cada cidade;
fortalecer e diferenciar o
capital humano, institucional,
cultural e económico da
cidade; qualificar e intensificar
a integração da cidade na
região envolvente; inovar nas
soluções para a qualificação
urbana”.
O programa de ação
para a Marinha Grande
foi contemplado com um
investimento de cerca
de 8,8 milhões de euros,
comparticipado em 60%
pelo FEDER, o que representa
um valor de cerca de cinco
milhões de euros, para ser
executado entre 2009 e 2012.
Para a concretização dos 11
projetos foi estabelecida uma
parceria entre a autarquia
e as diversas associações e
organismo do concelho.
De acordo com os dados da Confidencial Imobiliário (CI) o número de
fogos em oferta para arrendamento,
no concelho da Marinha Grande, é
de 75, sendo que 68 localizam-se na
freguesia da Marinha Grande. O valor
médio das rendas é de quatro euros
o metro quadrado (m2).
Na opinião de João Cordeiro a procura de casas com preços mais baixos
por parte de investidores é um nicho
de mercado, sendo, na verdade, o negócio com mais expressão atualmente. Embora represente, apenas, cerca
de um terço dos negócios realizados
há dois a três anos atrás. Contudo, na
sua perceção, as casas não se destinam ao mercado do arrendamento,
porque apesar das alterações da lei
do arrendamento - questões como
os despejos ficaram muito aquém
do desejável – e, ainda, não estão a
estimular a confiança no mercado.
Casas novas escasseiam
Segundo João Cordeiro, neste momento, começa a haver falta de casas
novas e com boa qualidade de construção. Um dos empreendimentos re-
centes que apresentava estas características, a Urbanização das Olaias, já
não tem muitas frações para venda.
Segundo os dados da CI, a procura
de casas novas é superior à oferta, já
que, neste mercado, o peso das frações usadas para venda é maior. Ou
seja, no concelho a percentagem de
fogos usados em oferta para venda
é de 69%, em detrimento dos novos
que é de apenas 31%. Contudo, a procura de fogos novos é de 40%, superando em 10% a oferta. O número de
fogos em oferta destinados a venda é
de 618, sendo que a freguesia da Marinha Grande absorve a quase totalidade, ou seja, 500 frações. Predominam os apartamentos T3, com 23%
da oferta, as moradias até T3, com
27%, seguindo-se os T2, com 19%.
Em 2011 o número de fogos transacionados foi de 279, sendo que
240 foram vendidos na freguesia da
Marinha Grande. O tempo que, em
média, demora a vender uma fração
ronda os dez meses, o que permite
estimar que a atual oferta de casas
tenha um período de escoamento
previsto de quatro anos.
IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013 Oportunidades 07
Oportunidades
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Marinha Grande
Índice confidencial imobiliário
Moradia V3
(Ref. 57207)
105
Preço: 108.300 euros (valor de
campanha até 30 abril)
Freguesia da Marinha Grande
100
95
90
85
1.º T 2005
4.º T 2012
Perfil demográfico
Concelho da Marinha Grande
Perfil sociodemográfico
Valor
Ranking nacional
187
168º
38.681
72º
207
61º
Famílias (n.º)
15.470
69º
N.º de fogos
21.978
74º
Área (km2)
População (n.º)
Densidade populacional (n.º/km2)
Valor médio de oferta/m2
Total 4.º T de 2012
Moradia V3 de dois pisos para
habitação e com garagem no
logradouro, inserida em terreno
de 225 m2, composto por R/C
(sala, cozinha, casa de banho e
despensa), 1ºpiso com 3 quartos
(1 suite), 2 casas de banho,
varanda. Inclui garagem box
no logradouro. Morada: Rua da
Covinha, 15 - Lugar de Comeira.
Apartamento T3
(Ref. 60710)
Preço: 49.400 euros (valor de
campanha até 30 abril)
Freguesia da Marinha Grande
Apartamento T3 de 116 m2,
constituído por hall, corredor, 3
quartos, cozinha, despensa, copa,
sala, 2 casas de banho, varanda
e garagem. Morada: Av. Dr. José
Henrique Vareda 21 1º Direito.
A
Loja
(Ref. 56150)
B
Preço: 22.000 euros (valor de
campanha até 30 abril)
Freguesia de Vieira de Leiria
C
Espaço comercial com 103 m2,
composto por espaço destinado
a comércio com espaço amplo,
um pequeno escritório, 2 casas
de banho e um arrumo na cave.
Morada: Rua da Fonte Santa 21
R/C Esquerdo.
A Vieira de Leiria
B Marinha Grande
650€ - 750€
C Moita
750€ - 850€
850€ - 900€
Loja
(Ref. 37070)
Preço: 46.500 euros (valor de
campanha até 30 abril)
Freguesia da Marinha Grande
Licenciamento de novas habitações
Dinâmica de promoção nova
Valor
Ranking nacional
N.º novos fogos licenciados (acum. 2007-09)
383
75º
N.º fogos com DCR emitido (acum. 2009-10 )
133
140º
% De 1 quarto ou inferior
5%
% De 2 quartos
8%
% De 3 quartos
33%
% De 4 quartos ou superior
54%
% Com certificação A ou A+
34%
Fonte: INE; Estatísticas Ci/ADENE; LardoceLar.com
Espaço comercial de 87 m2
composto por sala ampla com
casa de banho. Garagem na cave.
Morada: Rua Pintores do Vidro, nº
37, RC.
08 Reabilitação IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013
Prémio Nacional de Reabilitação
entregue na Alfândega do Porto
Os vencedores são conhecidos a 3 de abril,
num evento integrado na Semana
da Reabilitação Urbana, que decorre
na cidade do Porto
Susana Ribeiro
O primeiro Prémio Nacional da Reabilitação Urbana será entregue na
Alfândega do Porto, num jantar
de gala que terá lugar a 3 de abril,
revelaram, esta semana, as entidades responsáveis pela organização
da iniciativa, a Vida Imobiliária e a
Promevi.
A entrega do prémio é um dos
eventos integrados na Semana da
Reabilitação Urbana, que entre 3 e
10 de abril, vai celebrar, na cidade
do Porto, a requalificação das cidades portuguesas e todo o trabalho
que tem sido desenvolvido nesta
área, com uma atenção especial
para a cidade Invicta, que se destaca na reabilitação urbana, quer
pela estratégia que tem vindo a desenvolver quer pelos resultados que
já são visíveis. Esta última iniciativa
é também da responsabilidade da
Vida Imobiliária e da Promevi, sendo desenvolvida em parceria com a
autarquia portuense e com a Porto
Vivo SRU.
São esperadas cerca de 200 pessoas para conhecer os vencedores do
prémio, que vai distinguir os melhores projetos de reabilitação urbana
de habitação, de turismo, de retalho,
de serviços e equipamentos de impacto social. Está ainda reservado
um destaque para o melhor projeto desenvolvido na cidade do Porto,
que acolhe a primeira edição desta
iniciativa e que vai ser palco da Semana da Reabilitação Urbana.
O Prémio Nacional de Reabilitação Urbana recebeu 36 candidaturas, que estão neste momento a ser
avaliadas pelo júri, constituído por
cinco personalidades de referência
em Portugal, nomeadamente André
Jordan, presidente do grupo André
Jordan; António Tomás Correia, presidente do conselho de administração do grupo Montepio Geral; Augusto Mateus, presidente da Augusto Mateus & Associados; Luís Lima,
presidente da APEMIP e presidente
da CIMLOP e Gonçalo Byrne, fundador e presidente Gonçalo Byrne
Arquitectos.
Para a organização do prémio, o
número de candidaturas recebidas
foi bastante positivo, considerando
que se trata de “uma iniciativa que
dá agora os primeiros passos”, refere Arturo Malingre, Director do
prémio. A diversidade dos projetos,
quer em termos de usos quer em termos geográficos, foram também destacadas por este responsável.
Recorde-se que o Prémio Nacional
de Reabilitação Urbana – Reabilitar,
Renovar e Regenerar terá uma periodicidade anual, tendo como objetivo
discriminar positivamente os projetos de reabilitação urbana que estão
a contribuir para a regeneração das
cidades portuguesas, para o seu desenvolvimento económico e para a
melhoria de vida das suas populações, distinguindo, simultaneamente, os agentes que se empenham em
promover estas mudanças.
A iniciativa é apoiada pela Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa, bem
como pela Schmitt+Sohn Elevadores,
Aguirre Newman, Adene e Revigres,
contando com os apoios institucionais do INCI, APEMIP, AICCOPN, AECOPS e APRUPP. O Prémio Nacional
de Reabilitação Urbana tem como
jornal oficial o “Público”, o portal
oficial é a CASASAPO e conta ainda
com os apoios das revistas Impulso
Positivo, Confidencial Imobiliário e
Arqa.
Conheça de seguida alguns projetos que concorrem ao prémio.
Passeio
dos Clérigos
Edifício Campo
Pequeno
Lisboa | Habitação
Frente à Praça de Toiros do
Campo Pequeno, em Lisboa, este
edifício foi reconvertido para
uso habitacional, depois de ser
utilizado, durante vários anos,
como espaço de escritórios.
Promovido pela Campo Pequeno
81 – Investimento Imobiliário,
o projeto pretende ser uma
proposta inovadora e distinta
em Lisboa, apostando na
maximização dos espaços e
colocando a última tecnologia
ao serviço do conforto dos
residentes, simbolizando
uma reabilitação urbana
contemporânea que recorre a
técnicas e materiais inovadores.
Cada piso é exclusivamente
dedicado a um apartamento,
que varia entre as tipologias T5 e
T6 e áreas entre os 385 m2 e os
460 m2. A eficiência energética
é um dos destaques deste
edifício, que já foi galardoado
com o Prémio Nacional de
Eficiência Energética. O projeto
de arquitetura é assinado pela
Sarana & Associados e por Jorge
Ribeiro, sendo a construção da
responsabilidade da Engimov
Construções, Lda.
Porto | Retalho
Resultado de um concurso
público de concessão de
direito de superfície, este
projeto permitiu a um investidor
privado reconverter um espaço
público degradado do centro
do Porto num novo espaço
comercial aberto à cidade e que
atraiu retalhistas qualificados.
O projeto é promovido pela
parceria Urbaclérigos/John Neild
& Associados e foi assumido
como um novo arruamento
pedonal que passou a fazer parte
integrante do percurso que liga
a Torre dos Clérigos, ex-libris
da cidade, à livraria Lello, uma
referência obrigatória no roteiro
turístico. O Passeio dos Clérigos,
na Baixa do Porto, é um projeto
comercial integrado, mantendo
a caraterística essencial de
arruamento pedonal, o que
permitiu conciliar as necessidades
de exposição do comércio
e restauração existentes e a
necessidade de preservar e
valorizar o património construído
envolvente. O jardim do Olival, na
cobertura, alberga uma esplanada
do restaurante.
Santa Casa
da Misericórdia
de Lisboa apoia:
REABILITAR, RENOVAR, REGENERAR
ver candidatos em www.vidaimobiliaria.com/premio
APOIO À REABILITAÇÃO URBANA:
ORGANIZAÇÃO:
Cuidamos do nosso património
Praça das
Bandeiras
Porto | Habitação
Na Rua Mouzinho da Silveira,
uma das principais rua da
Baixa do Porto, o edifico Praça
das Bandeiras resulta da
reabilitação de um imóvel que se
encontrava em elevado estado
de degradação. O edifício foi
reabilitado com dois propósitos,
nomeadamente, apartamentos
para fins turísticos, do lado da
Rua Mouzinho da Silveira, e de
apartamentos para realojar as
pessoas que já lá viviam, estes
últimos na parte que tem acesso
pela Travessa da Bainharia.
A intervenção, em ambas as
vertentes, pretendeu salvaguardar
ao máximo a estrutura e
elementos existentes, tendo sido
possível manter praticamente
toda a organização e distribuição
dos espaços interiores. Foram
preservados os desenhos das
portas, janelas, portadas, escadas
e claraboias e mantido o sistema
construtivo em madeira e tabique,
no sentido de preservar tanto
uma época tão marcante da
história da cidade do Porto, como
um princípio construtivo já em
desuso. O projeto é promovido
por Nuno Ramiro Bernardo Unip.,
com arquitetura de Fernando
Correia e construção da José Leal,
Sociedade de Construções.
IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013 Reabilitação 09
O prémio destina-se a
projetos de reabilitação
nas categorias de
uso residencial,
comercial, escritórios
e turismo, bem como
intervenções de
reconhecido
impacto social
Centro Gran Cruz
Gaia | Turismo
O Centro Gran Cruz, em Vila
Nova de Gaia, resulta de uma
remodelação profunda do
edifício existente, com o objetivo
de instalar na frente ribeirinha
desta cidade, uma estrutura
capaz de promover a marca de
vinhos Porto Cruz, através de um
espaço informativo, expositivo e
de lazer. Os alçados mantiveram
as suas características préenvolventes, mas os interiores
abarcam uma remodelação
integral, com reforço e reposição
das estruturas. O edifício integra
um piso térreo e três pisos
elevados, que vão contemplar
zonas de exposição, sala de
receção e conferências, sala
de degustações e provas de
vinho, zona de convívio e
projeção multimédia, bem como
cozinha. Está ainda incluído um
apartamento de acesso privado.
O projeto integra ainda um
terraço acessível, que permite
uma vista panorâmica sobre toda
a envolvente. É uma promoção do
Gran Cruz Porto, com arquitetura
de Luc Arsene-Henry/Alain Triaud
e Juliette Faugere /Arq 2525, com
construção da Lucios.
Tattva Design
Hostel
In Pátio
Porto | Turismo
No Pátio de São Salvador, no
Porto, nasce o In pátio, um projeto
que pretende criar um alojamento
local em pleno Centro Histórico
do Porto. O edifício, totalmente
devoluto, encontrava-se em
avançado estado de degradação,
sendo composto por cave, piso
térreo e dois pisos elevados,
numa área de implantação de
aproximadamente 70 m2. O
projeto proposto divide-se em
cinco quartos, suite, equipados
com uma instalação sanitária e
um hall de entrada. Cada piso
possui dois quartos, sendo que
no piso do rés-do-chão possui só
um quarto devido a existência da
recepção neste mesmo piso. O
piso da cave alberga as funções
de zona de estar e pequenos
almoços.
O edifício é denominado
parcela 35 do Documento
Estratégico Feitoria Inglesa
–Quarteirão 13010 –Aprovado
pela Porto Vivo –Sociedade de
Reabilitação Urbana da Baixa
Portuense. O projeto é assinado
pela Floret Arquitetura, sendo
promovido pela In Pátio e estando
a construção a cargo da Sinicel.
Espaço Amoreiras
Porto | Turismo
Localizado em plena área
histórica do Porto, na Rua do
Cativo, junto à Sé Catedral da
cidade, este projeto resulta da
junção de dois edifícios para
acolher um estabelecimento de
alojamento local, preservando
a fachada de cariz “Almadina”.
As alterações mais profundas
foram realizadas apenas a nível
interior, pretendendo-se, assim,
preservar e repor os elementos
que caracterizam a imagem
arquitectónica e construtiva dos
edifícios classificados como
“Património Mundial”. Composto
por 16 quartos, dos quais 4 com
capacidade para instalar pessoas
com mobilidade condicionada,
o Tattva Design Hostel oferece
um total de 116 camas o que o
configura como o hostel com
maior numero de camas da
cidade do Porto. As duas suites
privativas, o restaurante acessível
ao público em geral e um terraço
com vista deslumbrantes sobre a
cidade são outros dos destaques
neste projeto. Tem uma área total
de construção de 1.406,50 m2. O
projeto é assinado pelo Arquiteto
Miguel de Brito Nogueira.
Centro Dehoniano
Porto | Impacto Social
O projeto do Centro Dehoniano,
na Avenida da Boavista, no
Porto, surgiu como resposta
à necessidade de reabilitar o
edifício com maior adequação ao
seu propósito atual. Ao longo do
tempo, a construção sofreu várias
intervenções que adulteraram
principalmente o seu interior,
embora também os exteriores
apresentassem sinais de
degradação e descaracterização.
Os arquitetos Nuno Valentim
e Frederico Eça assinam este
projeto de remodelação da
casa existente, devolvendo-lhe
atributos entretanto perdidos,
incluindo a presença de luz
natural a atravessar o edifício. O
“Centro Dehoniano” para além
de residência pretendia servir
de apoio a movimentos juvenis,
coordenando, na zona Norte do
país, as atividades da “Juventude
Dehoniana” e da “Associação de
Leigos Voluntários Dehonianos”. A
partir de 2001, a residência passou
também a acolher estudantes
de Teologia. Para responder a
todas estas atividades, tornava-se
necessário proceder a obras de
adaptação da casa.
Lisboa | Serviços
Este projeto resultou da
transformação de uma antiga
galeria comercial, que se
encontrava devoluta, num centro
empresarial, na R. D. João V,
em Lisboa. Promovida pelo The
Edge Group e com arquitetura
do Atelier Daciano da Costa, a
intervenção pretendeu contrariar
a imagem criada pela justaposição
de diferentes frentes de loja, que
caraterizava o espaço comercial,
criando agora uma imagem
unificada de fachadas interiores,
independente do utilizador de
cada espaço, fazendo valer,
sobre a diversidade de empresas,
uma imagem de conjunto.
Conseguiu-se transformar um
centro comercial, altamente
retalhado por pequenos espaços,
num centro empresarial e de
serviços onde as áreas privadas
passaram de 50% para 80% da
área total do imóvel. O motivo
desta candidatura foi evidenciar
a vantagem de requalificar o
edificado existente e adequá-lo
à procura e às necessidade que
existem ou que se possam criar.
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PRATROCÍNIO PRATA:
PRATROCÍNIOS PLATINA:
JORNAL OFICIAL:
APOIO INSTITUCIONAL:
10 Arrendamento IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013
Santo Tirso investe em parceria
de regeneração urbana
A parceria, apoiada pela autarquia e que contou com o apoio de vários parceiros locais, permitiu dinamizar
projetos numa área total de 251 hectares a dar novo alento à economia local e ao turismo
Elisabete Soares
A apresentação do projeto de reabilitação dos edifícios da Quinta de Fora do Mosteiro de S. Bento – Escola
Profissional Agrícola Conde S. Bento, realizada recentemente, encerra
um ciclo de investimento, de 10 milhões de euros, que a Câmara Municipal de Santo Tirso realizou nos
últimos três anos, numa área total
de 251 hectares ao longo do Rio Ave
e 3,5 km de frente ribeirinha. Com
a conclusão desta obra vai terminar
o investimento material da Parceria
de Regeneração Urbana (PRU) que
liderada pela autarquia, foi apoiada por vários parceiros locais com
o lema “o rio no coração da cidade”.
No caso deste projeto em particular, cujas obras estão já no terreno,
podemos realçar a sua importância
para o desenvolvimento económico desta região. A recuperação dos
edifícios da Quinta de Fora, que in-
clui a Casa da Eira e a Casa do Caseiro, está avaliada em 1,6 milhões
de euros. Ao reabilitar este importante conjunto edificado, de reconhecido valor patrimonial vai ser
possível criar um centro de educação ambiental, um pequeno auditório, uma sala de exposições e uma
escola profissional de hotelaria.
Fruto da vontade de três entidades – a Misericórdia de Santo Tirso
enquanto proprietária dos imóveis,
a DREN/Escola Agrícola responsáveis pelo projecto pedagógico e a
Câmara Municipal de Santo Tirso,
entidade que lidera a parceria de
Regeneração Urbana das Margens
do Ave – este projecto âncora foi
alvo de um concurso público internacional de arquitetura e apresenta
uma solução contida e sustentável,
económica e funcional.
Importa ainda dizer que as outras
ações âncora da PRU são a segunda
fase de construção do Parque Urba-
DR
onde já decorreram eventos importantes, como, por exemplo, o primeiro festival de animação japonesa
da Península Ibérica e o seminário
internacional Quarteirões Culturais.
No caso da reabilitação dos edifícios da Quinta de Fora do Mosteiro
de S. Bento, de destacar ainda a dimensão ambiental, através de um
reforço e qualificação das atividades
pedagógicas a desenvolver no contexto do futuro centro de interpretação ambiental.
Este projeto insere-se assim na estratégia de regeneração da cidade.
Assume como área de incidência a
Escola Profissional Agrícola Conde
São Bento e alguns da Quinta em que
esta se encontra sedeada. Trata-se de
um espaço emblemático, relacionado com a própria génese da cidade
de Santo Tirso mas que, contudo,
tem assumido ao longo das últimas
décadas em papel de “tampão”, impedindo de certa forma uma relação
mais próxima da comunidade com
o rio Ave. A degradação do espaço
foi outra das preocupações que ditou a urgência desta intervenção. E é
neste sentido que as obras agora em
curso assumem grande pertinência e
coerência no contexto da estratégia
de regeneração urbana que foi traçada para as Margens do Ave.
disponível em https://bna.mj.pt/,
que pode ser submetido online
ou entregue nas secretarias
competentes.
O BNA notifica o arrendatário
para, em 15 dias, desocupar o
locado e pagar a quantia em
dívida, ou deduzir oposição
– apenas por via eletrónica
– à pretensão do requerente
(senhorio) e/ou requerer o
diferimento da desocupação do
imóvel.
Com a desocupação do
locado e pagamento das rendas
devidas, o procedimento
extingue-se. Se, pelo contrário,
o arrendatário deduzir oposição,
o procedimento é distribuído ao
tribunal competente, seguindo
uma tramitação simplificada.
Quando o arrendatário opte pelo
silêncio ou apresente oposição
fora do prazo, o BNA converte
o requerimento em título
para desocupação do locado,
permitindo a posse imediata do
imóvel mediante intervenção
de oficial de justiça, ou findo o
prazo acordado pelas partes. Este
título também pode ser utilizado
para, havendo rendas em dívida,
intentar a competente ação
executiva para pagamento de
quantia certa.
Joana Alves de Abreu
joana.abreu@arbeuadvogados.
com
A recuperação dos edifícios da Quinta de Fora
inclui a Casa da Eira e a Casa do Caseiro
no da Rabada, localizado no extremo poente do Plano de Urbanização
das Margens do Ave, que se liga ao
Mosteiro de São Bento e à cidade
através do Passeio das Margens do
Ave – outra importante ação – e a reabilitação da Fábrica de Santo Thyrso cuja nave cultural e industrial foi
inaugurada em outubro passado e
Consultório Jurídico Procedimento Especial de Despejo
Com as recentes alterações
ao regime do arrendamento
urbano, o senhorio que pretenda
despejar o seu inquilino ainda
tem de recorrer ao tribunal?
A Lei n.º 31/2012, de 14
de Agosto, veio introduzir
importantes alterações ao Novo
Regime do Arrendamento Urbano
(“NRAU”) e ao Código Civil
(“CC”), criando um procedimento
especial de despejo. Trata-se de
um procedimento extrajudicial
que se destina a tornar efetiva
a cessação do contrato de
arrendamento através da
desocupação do imóvel.
O senhorio pode recorrer
ao procedimento especial de
despejo quando o arrendatário
não desocupe o locado na
data prevista na lei ou na data
fixada por convenção entre as
partes. Para além disso pode
ainda o senhorio lançar mão
deste procedimento quando o
arrendatário esteja em mora no
pagamento da renda há dois
meses ou mais, ou há mais de
oito dias e por mais de quatro
vezes num período de 12 meses,
tendo sido feita a resolução do
arrendamento via extrajudicial
mediante comunicação dirigida
à contraparte, na qual se invoca
o incumprimento do contrato de
arrendamento.
Nos demais casos, a lei reserva-
lhes o recurso à via judicial para
que seja decretada a resolução do
contrato. É o caso da resolução
de contrato por iniciativa do
senhorio quando se verifique a
violação de regras de higiene,
de sossego ou boa vizinhança,
da utilização do imóvel para
fim diverso ao contratado, e as
restantes situações do artigo
1083.º, n.º 2 do CC.
Se, após a efetiva notificação
do arrendatário, o imóvel
permanecer ocupado, então
o senhorio poderá iniciar o
procedimento especial junto do
Balcão Nacional de Arrendamento
(“BNA”), devendo para tal
preencher um formulário próprio,
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IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013 Certificação Energética 11
Academia ADENE forma especialistas
em energia e sustentabilidade
A Academia pretende instituir a ADENE como a entidade de referência em Portugal de formação
de especialistas e técnicos nas áreas das energias renováveis
DR
A formação é uma componente
fundamental da atividade da ADENE- Agência para a Energia e um
vetor prioritário da sua missão de
promover e realizar atividades de
interesse público na área da energia
e das respetivas interfaces com as
demais políticas sectoriais. É neste
enquadramento que foi lançada em
2012 a “Academia ADENE”, a qual
pretende instituir a ADENE como a
entidade de referência em Portugal
de formação de especialistas e técnicos nas áreas das energias renováveis, da eficiência energética em
edifícios, na indústria e nos transportes. Para além disso, a Academia
ADENE projeta também a valorização internacional dos técnicos nacionais através do estabelecimento de parcerias com instituições de
prestígio.
São disso exemplo as ações de
formação a seguir indicadas, uma
amostra do Portefólio de Formação
da Academia ADENE, as quais cobrem áreas e públicos-alvo muito
diversos, mas sempre numa ótica
da eficiência energética, energias
renováveis e sustentabilidade.
Gestão de energia em
edifícios de serviços
Claramente direcionada a gestores
de energia de edifícios de serviços,
responsáveis pela construção e manutenção de edifícios, projetistas e
técnicos que pretendam adquirir
conhecimentos na área do Regulamento dos Sistemas Energéticos e
de Climatização de Edifícios, visa a
aquisição e atualização de conhecimentos específicos na área da
gestão de energia, exclusivamente
dedicada a edifícios de serviços e na
ótica da aplicação do RSECE.
esta formação tem como objetivo
principal dotar os formandos de conhecimentos sobre as principais utilizações de energia nas suas empresas e capacitá-los para realizarem a
análise sistemática dos consumos
de energia. Com efeito, a gestão
eficiente de energia e a utilização
racional de energia representam
um significativo potencial na redução do consumo, nomeadamente
na Indústria.
Gestão de energia
na indústria
Qualificação dos
Profissionais da
Administração Pública
Central
Tendo como público-alvo os técnicos responsáveis pela área da
energia de instalações industriais,
Em linha com os objetivos do Programa de Eficiência Energética na
Administração Pública (ECO.AP),
o qual visa promover a eficiência
energética na Administração Pública, e tem por objetivo permitir ao Estado a redução da fatura
energética em 30%, destaque para
a formação dos Gestores Locais de
Energia (GLE), a qual, seguramente,
contribuirá para a alavancagem e o
sucesso deste Programa.
Preparação para LEED
Green Associate
Em resultado de uma parceria com
o México Green Building Council,
foi lançado esta formação de carácter internacional, a qual pretende
dotar os profissionais portugueses
com mais competências que lhes
permitam trabalhar em certificação
em construção sustentável, tendo
como destinatários os peritos qualificados em certificação energética
de edifícios, engenheiros, arquitetos, empreiteiros, profissionais do
setor imobiliário, gestores de projetos, entre outros.
Qualificação de Auditores
ISO 50001
A ADENE, com o apoio da CERTIF e
no âmbito das suas competências na
área da gestão de energia e eficiência energética, reforçou a sua oferta
formativa através do lançamento
de um curso para a qualificação de
auditores de Sistemas de Gestão de
Energia no âmbito da ISO 50001, a
qual visa a promoção de novas oportunidades de trabalho no âmbito da
gestão de energia. Esta formação
A formação visa
a aquisição e
atualização de
conhecimentos
específicos na
área da gestão
de energia,
exclusivamente
dedicada a
edifícios de
serviços e
na ótica da
aplicação do
RSECE
destina-se a gestores e responsáveis
por sistemas de gestão de energia
ou outros sistemas de gestão, assim
como a engenheiros e consultores,
sendo o seu reconhecimento como
auditores da responsabilidade da
CERTIF. De salientar que a norma
NP EN ISO 50001 é uma ferramenta
fundamental para a gestão eficiente
de energia, e consequente minimização das emissões poluentes e redução dos custos de energia.
Para mais informações sobre todos
os cursos acima mencionados deverá contactar a Direcção Técnica da
ADENE através do e-mail formar@
adene.pt, consultar o portal da Formação da ADENE ou o Portefólio de
Formação da ADENE.
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12 Inovação & Tecnologia IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013
Inovação & Tecnologia é uma parceria da
Som
de Exterior:
a “RevoluSom”
fica lá fora
Os sistemas de áudio residenciais
foram-se desenvolvendo de acordo
com as diferentes necessidades do
consumidor de desfrutar de entretenimento pela habitação ao longo
de décadas. Primeiro restritos a uma
divisão onde estava o rádio da família, depois a disseminarem-se gradualmente pelas outras divisões, primeiro através de sistemas portáteis e
gradualmente mais fixos, até chegarmos à condição atual onde muitas residências mais equipadas usufruem
do chamado som multi-room, os fabricantes abriram asas à imaginação
e foram inovando conforme essas
necessidades. Desde colunas invisíveis, a colunas dedicadas a ambientes adversos – como saunas, banhos
turcos, exterior, barcos – há colunas
para todas as nossas necessidades.
Uma das vertentes mais requisitadas e em voga é o chamado som para
exterior (outdoor sound system). Há a
necessidade de ter em espaços exteriores som com uma qualidade para
além do razoável. Habitualmente, o
cliente deseja que isso aconteça no
seu jardim, pátio particular ou zona
de piscina, mas mesmo o cliente da
grande hotelaria já não dispensa a sonorização completa dos espaços exteriores das suas unidades hoteleiras.
Ora, isto cria diversas dificuldades
aos fabricantes. Desde já porque o
ambiente exterior é… isso mesmo,
exterior, e adverso. Portanto há que
contar que os equipamentos consigam suportar intempéries, elevadas
variações de temperatura e respetiva
contração e expansão de materiais.
Também importante é que o som de
Os produtos
Sonance
A marca referência em colunas
de encastrar já tinha as colunas
náuticas da série Mariner, à prova
de intempérie. Dispõe agora do
sistema Sonance Landscape, que
tem a particularidade de ter a
maior parte do volume das colunas
de graves enterrado no próprio
solo do jardim. O restante conjunto
de colunas direcionais garante
uma cobertura homogénea no
espaço. (www.sonance.com)
Hantarex
Os italianos especializados em
ecrãs para utilização profissional
há muito que dispõem de sistemas
de imagem para exterior, para
utilização em gares, paragens de
autocarros. A leitura mesmo com
exposição solar é característica
chave. (www.hantarex.eu)
Há a necessidade de ter em espaços exteriores som com uma qualidade para além do razoável
SMS
Não, não se trata de mensagens
de texto. A SMS já existia antes
delas: a empresa sueca tem
suportes para televisores e
projetores para todas as situações.
Também comercializa caixas
de exterior para televisores, à
prova de (…) quase tudo. (www.
smartmediasolution.se)
exterior requer mais potência do que
é necessário dentro de quatro paredes, isto porque viajando o som em
linha reta a partir das colunas, num
ambiente de exterior a dispersão
por ausência de obstáculos, como
paredes, é muito maior. Logo aí, o
ajuste, colocação e direccionalidade
das colunas tem que ser feito com
esta sensibilidade.
Além destas dificuldades técnicas,
há a questão estética. Ninguém quer
grandes objetos no meio do jardim, e
se dentro de casa as colunas se reduziram e em última instância passarem
a ser encastradas em tetos e paredes
para incomodarem menos, ou até se
tornaram completamente invisíveis,
no exterior a questão passa mais por
camuflagem do que propriamente
pela redução de tamanho.
um nível superior. Os graves poderosos usam justamente o terreno
para esconder o subwoofer e dissimula-lo nesse meio ambiente e até
protege-lo de ações diretas do clima.
Quanto ao televisor? Fica fechado
lá dentro? Nada disso. As inovações
em digital signage de exterior – falamos aqui de comunicação em ecrã
– permitem que também o televisor
seja instalado definitivamente lá fora
sem problemas de funcionamento.
Instalado em caixa estanques com
vidro antirreflexo e com refrigeração própria, que até podem ter desembaciador para tirar o gelo, nada
o impede de estar no seu jardim, seja
no Inverno das Penhas Douradas ou
no Verão da Albufeira, a ouvir e a ver
o que bem entender. Lá fora, como
lá dentro.
Neste primeiro aspeto, os fabricantes contornaram a questão com
colunas apropriadas para estes ambientes desprotegidos. Desde cones
em fibras resistentes ao ambiente
exterior, a colunas à prova de água,
várias alterações foram feitas às vulgares colunas que lhes permitem
uma sobrevivência prolongada á
chuva e ao sol.
No que concerne à questão estética, aqui a imaginação é muita, e
ainda bem que assim é para o consumidor poder escolher. Se não, vejamos: se tem uma simples varanda ou
deck, pode simplesmente optar por
ter colunas de exterior, na cor das
paredes, que já assim vão passar despercebidas. Se nessa varanda existe teto falso nem é necessário uma
instalação de colunas salientes, há
modelos de exterior para teto falso.
Mas e no jardim? Existem pedras,
sim, falamos de colunas a imitar rochas. O chassis desta coluna é literalmente uma pedra, e quando a mesma está pousada no jardim ao lado
de um arbusto, ou melhor, perto de
outras pedras mais verdadeiras, só
um olhar mais atento as deteta. Com
várias cores e feitios, até “subwoofers-pedra” existem.
Quando falamos de áreas mais
extensas, ou quando a hipóteses de
colunas pedra é preterida a favor
de algo mais discreto ainda, aparece a tal “revoluSom”: com colunas
que ficam enterradas nos canteiros
há a possibilidade de dissimular
as colunas entre o meio ambiente
sem prescindir de ter um som de
grande qualidade e de projeção a
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14 Escritórios IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013
Renegociação de rendas vai
manter-se em 2013 e 2014
A renegociação de rendas e a mudança das empresas para novas instalações é a convicção
partilhada pelas principais consultoras que atuam no mercado de Lisboa
Elisabete Soares
Em 2013 e 2014 o mercado de escritórios de Lisboa e Porto vai continuar
a apresentar uma redução de rendas
em todas as zonas e será um período
em que um número significativo de
empresas aproveitará para fazer a
mudança de instalações. A convicção
é partilhada pelas principais consultoras que atuam neste mercado.
De salientar, também, que no decorrer deste ano manter-se-á a tendência de uma grande parte das em-
presas renegociarem as suas rendas,
mantendo-se nas atuais instalações.
Assim, perante o cenário atual, nos
tempos mais próximos, a tendência
será para a manutenção de níveis
de procura moderados, redução da
oferta disponível e descida pouco
acentuada do nível de rendas, em
contraste com um possível aumento do nível de incentivos que os proprietários poderão estar dispostos a
dar para celebrar contratos de longa
duração com entidades que lhes ofereçam boas garantias.
A opinião é que gradualmente irá
assistir a uma redução da área disponível de espaços novos de qualidade, o que pode, num curto espaço
de tempo, levar a que empresas de
grande dimensão que pretendam
mudar para instalações novas, não
encontrem soluções, exceto através
da via do pré-arrendamento.
Para 2013 não se preveem, assim,
alterações significativas em termos
de dinâmica. O mercado irá manter
o ciclo de renegociações de contratos
de arrendamento. Após a revisão dos
mesmos em 2010 e 2011, as empresas procuram agora renegociar novamente as suas condições contratuais
e valores e rendas. Assim, a convicção
é que vamos continuar a assistir aos
longos períodos de carência concedidos nos casos de mudança de instalações a par da comparticipação no fit
out (obras de renovação) dos novos
escritórios. A entrada de empresas
de serviços de consultadoria internacionais, não só pelos valores competitivos mas pela facilidade de atração
de mão-de-obra (nacional e interna-
cional) qualificada, continuará a ser
uma tendência deste ano e próximo.
No caso da cidade do Porto, com
o prolongamento do cenário económico e financeiro atual o mercado
pode ficar próximo da estagnação.
O período de exposição no mercado
da oferta existente vai continuar a ser
elevado e a margem negocial é e será
cada vez mais elevada.
Apresentamos, de seguida, um
conjunto de edifícios onde a qualidade é evidente e os valores de arrendamento são competitivos.
Edifício Duque
de Ávila
Comercializado
Aguirre
Situado no centro de
negócios da cidade de
Lisboa, este edifício
tem cerca de
7.459 m2 distribuídos
por 8 andares
para escritórios
e 140 lugares de
estacionamento,
integrando ainda um
palacete com cerca
de 900 m2 de área de
escritórios. A grande
superfície da fachada
em espelho permite
grande luminosidade
ao seu interior. Valor
de renda médio 16
euros m2.
Natura Towers
Comercializado
pela Bprime
As Natura Towers
são escritórios com
grande versatilidade
de áreas que permitem
flexibilidade de
instalação. Para
além de rendas
competitivas, este
edifício de escritórios
localiza-se junto ao
Eixo Norte-Sul com
acesso aos principais
acessos rodoviários.
Por ser um edifício
com elevada eficiência
energética (A+)
permite aos seus
ocupantes poupanças
significativas nos
consumos.
Edifício Central Station
Jones Lang LaSalle
Arrábida Lake Towers
Abacus Porto
O edifício Central Station,
no qual funcionou até há
alguns anos a estação
central dos CTT em
Lisboa, quer afirmar-se
como o novo hub de
empreendedorismo e
criatividade da capital.
Resultado do seu
reposicionamento,
o imóvel está agora
vocacionado para acolher
empresas e profissionais
das áreas de publicidade,
marketing, indústrias
criativas, start up’s,ateliers.
Apresenta rendas de 10
euros a 14 euros /m2.
O Arrábida Lake Towers
situa-se à entrada da
cidade do Porto, junto
á ponte da Arrábida,
goza de uma localização
privilegiada, quer em
termos de acessos e
visibilidade, além de uma
magnífica panorâmica
sobre o Douro e o mar, o
que resultou na opção de
uma imagem arquitetónica
muito forte e de grande
qualidade estética. Valor
médio de renda 13 euros
m2.
Restelo Business Center
Co-comercialização
Abacus/Worx
Localizado na Encosta do
restelo, com facilidades
de acesso à A5, trata-se
de um empreendimento
contemporâneo com cerca
de 11 mil m2 de área bruta,
dos quais nove mil são
destinados a escritórios. É
constituído por diferentes
blocos com possibilidade
de ligação entre si. Oferece
grande flexibilidade de
áreas por piso. Valores de
comercialização a partir de
12 euros/m2
Edifício Atlantis
Jones Lang la Salle
Avenida D.João II, Parque
das Nações, ao lado do
centro comercial Vasco
da Gama e junto à Gare
do Oriente. O Edifício
Atlantis, inaugurado em
2010, oferece um total de
8.110 m2 de escritórios
em sete pisos, dos quais
5.916 m2 estão disponíveis.
O edifício conta ainda
com 385 m2 de áreas
comerciais no piso térreo,
além de 284 lugares de
estacionamento. Rendas
de 17,65 euros /m2 até
20,65 euros.
IMOBILIÁRIO 13 MARÇO 2013 Escritórios 15
Reabilitação de edifícios
é tendência a curto prazo
Parque das
Nações atrai
mais empresas
DR
Elisabete Soares
O ano de 2013 poderá trazer poucas
novidades em relação ao mercado
de escritórios de Lisboa. A convicção é que a taxa de disponibilidade reduzir-se-á havendo, possivelmente, alguma pressão para um
aumento de rendas nos imóveis
novos. Neste momento é claro para
todos os intervenientes do mercado de escritórios que existe stock
suficiente para acomodar as necessidades a curto e médio prazo das
empresas. Contudo, a necessidade
pontual de escritórios no centro da
cidade pode “acentuar a tendência de recuperação e reabilitação
de edifícios localizados em zonas
consolidadas, de excelentes acessos
e transportes em detrimento dos
parques de escritórios. Na opinião
de Amílcar Silva, da Cushman &
Wakefield, “a construção nova diminui drasticamente e nalgumas
zonas, como o Parque das Nações
e o Corredor Oeste (Oeiras/A5), é
inexistente. Em contrapartida temos vindo a constatar e a participar ativamente na reabilitação do
centro da cidade com projetos que
vêm trazer a qualidade que antes se
concentrava nos parques de escritório fora da cidade”.
A opinião é partilhada por alguns
dos responsáveis dos departamentos de escritórios de Lisboa. Para
João Vargas, da Abacus/Savills, “a
conjuntura económica e de mercado não incentiva ao desenvolvimento de novos projetos de edifícios
de escritórios. Atualmente, salvo
algumas reabilitações de edifícios
na zona prime da cidade, onde a
oferta de imóveis de qualidade é
reduzida, não existe construção
especulativa”.
Também Pedro Salema Garção,
da consultora Worx, considera que
vai continuar a destacar-se a zona
prime do CBD (Central Business
District - Avenida da Liberdade),
onde se “concentra a maior área
de novos escritórios, dos últimos
anos, em resultado da renovação
de novos edifícios, trazendo assim
uma nova dinâmica a esta zona e
dando resposta aos novos requisitos da procura”.
Por seu lado Mariana Seabra, da
Jones Lang La Salle, adianta que
“pela primeira vez em vários anos,
a zona prime do CBD terá um aumento significativo de oferta nova
de qualidade, estima-se que cerca
de 18.000 m2 de escritórios possam
ser lançados nesta zona, pelo que
o valor da renda prime poderá vir
a ajustar-se em baixa”.
Jorge Bota, da BPrime, é de opinião que “em Lisboa, 2013 prevê-se
Depois de um ano que encerrou
num nível de atividade que superou
os 100 mil m2 de absorção, o ano
de 2013 revela um início prudente
pelo número de operações reportadas nestes dois primeiros meses.
Um total de 21 empresas escolheu
novas instalações neste novo ano,
completando um total de 4600 m2
de absorção. Um registo um pouco
abaixo do mesmo período de 2012,
quando 22 empresas tinham assegurado 5700 m2.
O Parque das Nações esteve em
destaque neste início de ano ao
atrair oito novas empresas, para
um total de absorção de 1.600m2,
o que para um mercado que inicia
de forma letárgica é um bom registo.
As Torres Colombo são um dos
novos edifícios de Lisboa que con-
tinuam a registar uma performance interessante face ao mercado,
protagonizando a maior operação
deste início de ano a ocupação de
uma empresa farmacêutica a ocupar mais de 800 m2.
Destaque ainda para a Heron
Castilho, edifício em zona nobre da
cidade que apostando numa remodelação profunda está a atrair novas empresas, registando inclusive
a mudança da Jones Lang LaSalle
que acaba de apresentar o seu novo escritório. Além desta empresa,
o Heron Castilho atraiu mais uma
empresa já inicio deste ano.
A expectativa dos operadores de
mercado é de prudência face à atual conjuntura económica não dar sinais claros de retoma, reinando ainda assim um otimismo que poderá
ser melhor do que o transato.
idêntico a 2012, apenas com algumas alterações em duas das zonas
que constituem o mercado: a zona
1 (onde haverá uma oferta significativa de novos escritórios durante
este ano e na zona 5 (Parque das
Nações), onde tendo-se colocado
uma área significativa durante 2012
e não tendo havido nova construção, a taxa de disponibilidade reduzir-se-á havendo possivelmente
alguma pressão para um aumento
de rendas, nos imóveis novos, visto
que o segmento de usados se mantém com níveis de disponibilidade
idênticos.
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