SISTEMA DE NUMERAÇÃO E OPERAÇÕES NUMÉRICAS Oficina de Matemática Fundamental I André Luís Corte Brochi Professor das Faculdades COC Conteúdo • Sistemas de numeração – história da Matemática. • Agrupamentos e trocas na base 10 – princípio de valor posicional. • Operações elementares. 2 Objetivos • Apresentar elementos teóricos sobre sistema decimal e as quatro operações elementares. • Sugerir atividades a serem desenvolvidas em sala de aula. • Discutir as dificuldades encontradas. 3 Construção × memorização • A criança procura atender às exigências do professor. Se o grau de exigência está “acima” da capacidade de raciocínio/abstração, ele vai procurar memorizar alguns procedimentos que lhe permitem chegar aos resultados esperados pelo professor. • “Treinar” não resolve o problema. • As crianças devem estar preparadas para enfrentar situações novas. 4 Oferecer oportunidades • O professor deve criar, oferecer oportunidades para que os alunos procurem suas soluções (resoluções, respostas). Aula proveitosa, prazerosa, motivadora. • Não deve expor suas certezas simplesmente. 5 Construção de conceitos • Os alunos podem desenvolver habilidades de comunicação, formulação de hipóteses, senso crítico, raciocínio lógico. • Regras de dedução são construídas aos poucos através da interação com o meio, respeitando os conhecimentos já construídos pelo aluno. • O aluno deve ser estimulado a: 9 realizar experiências; 9 estabelecer relações; 9 construir e testar hipóteses. 6 Construindo conceitos O uso dos blocos lógicos • Prof. Zoltan Paul Dienes (apud Toledo, 1997) realizou diversas pesquisas sobre a utilização de blocos lógicos no ensino da matemática; afirma que devemos sempre iniciar a construção de um novo conceito a partir da utilização de material de apoio. 7 Construindo conceitos O processo de abstração (que leva à construção de conceitos matemáticos) ocorre em 6 etapas diferentes: 1. Jogo livre 2. Jogos com regras 3. Jogos isomorfos entre si 4. Representação 5. Descoberta de propriedades 6. Generalização 8 Etapa 1: Jogos livres • Percepção de atributos de cada classe. • Montagem de figuras sem a interferência do professor. Exemplo: Montagem de “carrinhos” com o material. Não há mais “rodinhas” ↓ não é possível montar mais “carrinhos” (aceitação das regras impostas pelo jogo) 9 Etapa 2: Jogos com regras • Sugerir jogos diferentes, mas com a mesma estrutura. Exemplos: 1)Um aluno escolhe uma peça (bloco). Os demais devem escolher peças “bem parecidas” com aquela. Ganha quem escolher a peça com mais atributos coincidentes. 10 Etapa 2: Jogos com regras 2) Montar um “trenzinho” em que cada “vagão” (bloco) deve ter somente um atributo diferente do anterior. (variação: nenhum atributo coincidente) 11 Etapa 3: Jogos isomorfos entre si • Jogos que têm estruturas comuns, mas com aspectos externos diferentes. Exemplo: “Trenzinho” de blocos lógicos e “Sequência” de alunos considerando atributos como: - menino ou menina - usa tênis ou sandália - usa boné ou não • Verificar, pelos comentários, se os alunos notaram as semelhanças entre os jogos. 12 Etapa 4: Representação • Após relacionar os jogos, espera-se que o aluno esteja apto para começar a representar aquilo que percebeu. Exemplo: O professor escolhe uma peça dos blocos e pede para os alunos descreverem seus atributos. Comparando a peça escolhida com outra semelhante, levar o aluno a concluir se sua descrição é adequada ou não. “Se as duas peças são redondas, então elas são iguais?” 13 Etapa 5: Descoberta de propriedades • A partir da construção de um conceito, o aluno descobre propriedades e estabelece relações ⇒ aprofundamento do conhecimento. Fonte: Toledo & Toledo, 1997 • Ele consegue, por exemplo, classificar os blocos (peças do material). 14 Etapa 6: Generalização • Utilização do conceito desenvolvido em uma nova situação. 15 Classificação e conceito de número • Sendo capaz de identificar as semelhanças entre os elementos dos conjuntos, o aluno está pronto para descobrir semelhanças entre os próprios conjuntos, no que se refere à quantidade de elementos. 16 Classificação e conceito de número • Hierarquia de classes – seriação 1 2 3 • Crianças de 6 e 7 anos ainda estão em processo de construção do sistema numérico com operações “+1” 17 O sistema decimal Um pouco de história . . . • Vídeo: Os gênios do Oriente – Primeira parte TV Escola – Ministério da Educação Disponível em: http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option= com_zoo&view=item&item_id=256 18 O sistema decimal • Em latim: calculus significa pedrinha. • O sistema decimal permite a realização de cálculos sem o uso de material concreto (contadores). • Levou MUITO TEMPO para ser criado. • Alunos com dificuldade em “fazer contas” geralmente são aqueles que não compreenderam totalmente o sistema de numeração decimal. • Valor POSICIONAL e POUCOS SÍMBOLOS.19 Agrupamentos e trocas • O professor deve trabalhar atividades diversificadas (desde os anos iniciais) com agrupamentos e trocas e valor posicional. • A representação formal do sistema de numeração deve ocorrer no 3º ano. • O ser humano sempre teve o hábito do agrupamento: “Com o salário daquele jogador daria para comprar umas dez casas iguais a minha” 20 Agrupamentos e trocas Ideia chave: utilizar o valor posicional para representar a ação de agrupar e trocar. • Começar com trocas em bases diferentes: 2, 3, 4, . . . • Utilização de jogos de isomorfismo. 21 Fábrica de fósforos • Material: sacos de papel, caixas de fósforos. • Cada criança recebe uma quantidade de fósforos e combina-se a base (critério de agrupamento) com a qual irão trabalhar (realizar a contagem/agrupamento). Por exemplo, em cada saco são colocadas 4 caixas, e em cada caixa, 4 fósforos. 22 Sozinho, rodinha, corrente • Material: sacos de papel, caixas de fósforos. • Cada criança recebe uma quantidade de fósforos e combina-se a base (critério de agrupamento) com a qual irão trabalhar (realizar a contagem/agrupamento). Por exemplo, em cada saco são colocadas 4 caixas, e em cada caixa, 4 fósforos. 23 Interatividade Procure criar um jogo em que o aluno possa trabalhar agrupamentos e trocas em qualquer base. 24 Adição • Iniciar utilizando situações práticas em que o aluno efetue somas com números de 0 a 9 (fatos fundamentais da adição). • Propriedades comutativa (7 a 8 anos), associativa, existência do elemento neutro. • Uso intuitivo da propriedade associativa: Exemplo: 7 + 6 = 7 + (3 + 3) • Isso leva a uma maior facilidade na realização de cálculos. 25 Adição • O algoritmo da adição só deve ser apresentado quando o professor tiver a certeza de que os alunos dominam o processo de agrupamentos e trocas. • Iniciar com material de apoio (material dourado, por exemplo) e 26 Subtração • Para a criança, não é um processo tão simples quanto à adição. • O raciocínio das crianças se concentra, inicialmente, em aspectos positivos da ação, percepção e cognição. • Tem um aspecto afetivo de perda: “André tinha 8 moedas e perdeu 3. Com quantas ficou?” • Envolve idéias bastante diferentes: tirar, quanto falta, diferença. 27 Algoritmo da subtração • Processo de recurso à ordem superior Exemplo: 36_ 17 • Processo de compensação 28 O significado das operações • Vídeo: Conversa de professor (Operações) TV Escola – Ministério da Educação 29 Multiplicação • É uma “adição de parcelas iguais”, mas também deve ser vista como uma ferramenta para resolver problemas de contagem. Exemplos: 1)Monte 5 grupos cada um com 4 alunos. 2)Número de quadrados em uma malha quadriculada. 3)Quantidade de peças dos Blocos Lógicos, a partir dos atributos. 30 Multiplicação • O zero deve ser tratado como um número qualquer (como os demais). DM UM X 1 0 4 3 4 4 C 4 1 3 0 5 8 D 3 0 0 0 0 0 U 5 3 5 0 0 5 + 31 Atividade: Análise combinatória simples para fazer sanduíches • Extraída do site da Revista Nova Escola. •Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/matematica/prat ica-pedagogica/analise-combinatoria-simplesfazer-sanduiches-500662.shtml • Objetivo: - Resolver problemas de multiplicação. 32 Atividade: Análise combinatória simples para fazer sanduíches 33 Divisão • É uma subtração reiterada de parcelas iguais. • Está ligada a duas diferentes ideias: 1) repartir igualmente; 2) medir Vídeo: Técnicas de cálculo da divisão Programa: Conversa de professor TV Escola – Ministério da Educação 34 Interatividade Criar problemas aplicados que envolvam multiplicação e divisão, tendo como temas a escola ou um sítio. 35 Sugestões (links) “Jogos em ação” – Oficina de Matemática Disponível em: http://internas.netname.com.br/arquivos/oficinas _projetos/oficinas/Jogos_em_Acao.pdf 36 Referências Bibliográficas BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Próletramento: programa de formação continuada de professores dos anos/séries iniciais do Ensino Fundamental. Brasília, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/fasciculo_mat.pdf BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : matemática / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. BUSHAW, D.; BELL, M.; POLLAK, H.; THOMPSON, M.; USISKIN, Z. Aplicações da matemática escolar. São Paulo: Atual, 1997. Referências Bibliográficas DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas. 9ª ed. São Paulo: Ática, 1997. MACHADO, N. J. Matemática e realidade: análise dos pressupostos filosóficos que fundamentam o ensino da matemática. 4a ed. São Paulo: 1997. TOLEDO, M.; TOLEDO, M. Didática de Matemática: como dois e dois: a construção da Matemática. São Paulo: FTD, 1997.