Usinagem I 2015.1 Parte 3 – Aula 19 Materiais de Ferramentas de Corte Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Propriedades dos Materiais para Ferramentas de Corte • Dureza a quente -‐ Habilidade do material reter sua dureza em altas temperaturas. • Resistência ao desgaste por abrasão e estabilidade química • Tenacidade -‐ capacidade de um material em absorver energia sem falhar (resistência + ducTlidade) Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ História dos Materiais para Ferramentas 1868 – Aço Carbono Ferramenta: Fe + c (W, Mo, V, Cr) 1900 – Fe + C + W (ou Mo) 1910 – Co + W + Cr solução solida (LIGAS FUNDIDAS) 1928 – WC + Co 1938 – CERAMICAS (Al2O3 e Si3O4) 1950 – CBN 1973 – (CERMETS) TiC + Ni 1990 -‐ PCD v Aço Carbono (desuso) v AÇOS RÁPIDOS v LIGAS FUNDIDAS v METAIS DUROS v CERMETS v METAIS DUROS COM RECOBRIMENTO v CERÂMICAS v DIAMANTE SINTÉTICO E NITRETO CÚBICO DE BORO Aproximadas Prof. Anna Carla -‐ MDatas ECÂNICA -‐ UFRJ (Machado, A. et al). “Manufacturing Processes 1 – Cukng” Fritz Klocke, Univ.Aachen Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Histórico e Velocidades Abaixo de 10 Abaixo de 30 Abaixo de 5 Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Abaixo de 15 Propriedades de Mat. Ferramentas Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Dureza a Quente Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Vida da Ferramenta Vc . Tn = C Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ AÇO RÁPIDO E FERRAMENTAS METÁLICAS Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Aço Rápido (HSS) HSS (High Speed Steel): Aço ferramenta de alta liga de W, Mo, Cr, V, Co e/ou Nb Estrutura martensíTca com carbonetos encrustrados – martensita confere dureza a quente e carbonetos resistência à abrasão • Tipo T – aço-rápido ao Tungstênio (W) ou ao W-Co Os aços rápidos ao tungstênio contêm como principal elemento de liga o tungstênio (W). Elementos de liga adicionais são o cromo (Cr) e o vanádio (V). Mais conhecido: T1 ou aço rápido 18-‐4-‐1, que contém 18% W, 4% Cr e 1% V. • Tipo M - aço-rápido ao Molibdênio (Mo) e ao Mo-Co Os aços rápidos ao molibdênio contêm uma combinação de tungstênio e molibdênio (Mo), além dos mesmos elementos de liga adicionais dos aços rápidos do grupo T. O Cobalto é adicionado algumas vezes ao aço rápido para melhorar a dureza a quente. Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Aços Rápidos Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ A ytulo de Curiosidade (Soldabilidade e Carbono Equivalente) Observando o que representa o conceito de carbono equivalente, uma ferramenta de aço rapido deveria ter este valor alto ou baixo? hvp://www.infosolda.com.br/biblioteca-‐digital/livros-‐senai/metalurgia/130-‐carbono-‐ Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ equivalente.html HSS • • • • • • • • Um dos mais importantes materiais de ferramenta de corte comercialmente Indicado para aplicações que envolvam ferramentas com geometrias complexas, como brocas, machos, fresas e brochas A ferramenta pode ser tratada termicamente para que a dureza da aresta de corte seja alcançada mantendo o interior da ferramenta apresenta boa tenacidade. As ferramentas de aço rápido possuem maior tenacidade os materiais não ferrosos (metal duro e materiais cerâmicos). Mesmo para ferramentas monocortantes, o aço rápido é popular entre os operadores por causa da facilidade com que uma geometria de ferramenta desejada pode ser afiada. Novidades no processamento metalúrgico do aço rápido o mantém compeTTvo em muitas aplicações. Algumas ferramentas de aço rápido, brocas em parTcular, são muitas vezes recobertas com uma camada fina de nitreto de Ttânio (TiN) para proporcionar aumento significaTvo no desempenho de corte. A deposição •sica de vapor PDV é comumente usada para revesTr essas ferramentas. Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Aço Rápido com cobertura • Cobertura PVD de TiN, TiCN ou TiAlN • Características desta camada - alta dureza; - boa estabilidade química; - baixo coeficiente de atrito; - dificuldade de formação de APC; - espessura de 1 a 4 µm. Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP Aço Rápido com cobertura Ferramenta Comprimento usinado (min) vc = 44 m/min vc = 57 m/min Não revestida 8680 5760 (TiN)1 19110 15030 Ti(C;N) 15470 17470 (TiN)2 16800 16470 Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP Aço Rápido com cobertura Teste Brocha Aço Rápido M2 - Média 16000 14573 13432 14000 12506 Quantidade Peças 12000 10000 7645 8000 6000 10291 9844 9804 5850 6019 S/Cob S/Cob Sint 4000 2000 0 TiN TiN - reaf. AlCrN AlCrN reaf. Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP TiCN TiCN reaf. TiCN Sint Recobrimentos de Ferramentas Tipos de Aplicação de Recobrimentos de Ferramentas de Corte: • CVD (Deposição Química de Vapor) • PVD (Deposição Fisica de Vapor) Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ PVD (Deposição Fisica de Vapor) Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ PVD (Deposição bF isica de Vapor) A deposição •sica de vapor (PVD de Physical Vapor Deposi1on) é um processo no qual um material é converTdo à sua fase vapor numa câmara de vácuo, e condensado na super•cie do substrato como uma camada muito fina. (1) síntese do vapor de revesTmento, (2) transporte do vapor até o substrato e (3) condensação do vapor sobre a super•cie do substrato. Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ CVD (Deposição Química de Vapor ) O CVD (Chemical Vapor Deposi1on) envolve a interação entre a mistura de gases e a super•cie do substrato aquecido, causando a decomposição química de alguns consTtuintes dos gases e a formação de um filme sólido no substrato em uma câmara fechada. • O produto da reação nucleia e cresce sobre a super•cie do substrato formando o revesTmento. Muitas reações CVD requerem calor ou outras fontes de energia (luz ultravioleta ou o plasma). • O processo CVD inclui uma ampla faixa de pressão e temperatura, e pode ser aplicado a uma grande variedade de revesTmentos e materiais do substrato. Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Ligas Fundidas • Ferramentas de corte de ligas fundidas são consTtuídas de cobalto, cerca de 40% a 50%; cromo, de 25% a 35%, e tungstênio, geralmente de 15% a 20%, com quanTdades residuais de outros elementos. • Fabricadas por fundição na geometria desejada em moldes de grafite e, em seguida, reTficadas no formato final com a afiação da aresta de corte. • A dureza elevada é obTda no fundido, uma vantagem sobre o aço rápido, que exige tratamento térmico para aTngir sua dureza. • A resistência ao desgaste das ligas fundidas de cobalto é melhor que a do aço rápido, mas não é tão boa quanto a do metal duro. • A tenacidade das ferramentas fundidas de cobalto é melhor que a dos carbonetos, mas não é tão boa como a do aço rápido. • A dureza a quente também se encontra entre esses dois materiais. Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ METAL DURO E FERRAMENTAS CERÂMICAS Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ CERMET • Cermets são definidos como compostos de materiais cerâmicos e metálicos. • Tecnicamente falando, os carbonetos estariam incluídos nessa definição, porém, os “cermets” baseados em WC-‐Co, incluindo WC-‐TiC-‐TaC-‐Co, são chamados usualmente metal duro. Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Metal Duro • Produto da metalurgia do pó feito de partículas duras sinterizadas com um aglomerante; • Partículas duras – carbonetos – WC, TiC e TaC; • Aglomerante – Co. Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP Metalurgia do Pó (Fab. Metal Duro) Metalurgia do pó Principais etapas: I. especificação da formulação II. produção dos pós III. pesagem e mistura dos pós (homogeneização) IV. compactação da mistura em matrizes (prensagem) V. Sinterização (tratamento térmico) VI. operações de acabamento. Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Metal Duro Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Metal Duro com cobertura Principais características das camadas: TiC ou TiCN Promove adesão das outras camadas com o núcleo. Al2O3 Baixa condutividade térmica, alta dureza a quente e alta estabilidade química. TiN Reduz coeficiente de atrito e boa estabilidade química. Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP Novidades na área de MD e coberturas • MD micro grão e submicrométrico; • Cobertura de TiAlN; • C o b e r t u r a s m u l T c a m a d a s nanométricas • S u b s t r a t o c o m p e r i f e r i a enriquecida com Co; • Material graduado; • Camadas moles sobre camadas duras (MoS2 e WC/C). Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP TiN TiN/Al2O3 (mulT-‐ camada) TiCN Material Cerâmico • Propriedades vantajosas: Dureza a quente e excelente estabilidade química; • Propriedades desvantajosas: Baixa conduTvidade térmica e baixa tenacidade. Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Anselmo Diniz -‐ UNICAMP Material cerâmico - Classificação • A base de Al2O3 Cerâmicas puras - Al2O3 c/ ou s/ ZrO2 Cerâmicas mistas - Al2O3 + TiC ou TiN Al2O3 com whiskers – cristais de SiC • A base de Si3N4 - Si3N4 + SiO2 + Al2O3 (Sialon) Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Whiskers (Composito com Ceramica) hvp://cdn.intechopen.com/pdfs-‐wm/15091.pdf Prof. Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ Propriedades do Material Cerâmico Cerâmica Tenacidade Dureza a quente Resistência ao choque térmico Estabilidade química (Fe) Pura 2 2 1 5 Mista 1 3 2 4 com whiskers 4 3 3 2 Sialon 3 5 4 1 Metal duro 5 1 5 3 Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP Material cerâmico - aplicações • Cerâmica mista – torneamento de aços endurecidos de super•cies lisas; • Cerâmica com whiskers – torneamento de a ç o s e n d u r e c i d o s c o m s u p e r • c i e s interrompidas • Sialon – fresamento de ferros fundidos. Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP Diamante Policristalino (PCD) • Diamantes Naturais: Ótimas características, mas alto custo; • PCD: Partículas de diamante sinterizadas com Co a alta pressão e temperatura. Camada de 0,5 mm de espessura sobre pastilha de MD. Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP PCD - Propriedades • Vantajosas: Alta condutividade térmica, altíssima dureza, altíssima resistência ao desgaste por abrasão, tenacidade alta para sua dureza. • Desvantajosas: Anisotropia, reage com o Fe em temperaturas moderadas. Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP PCD - Aplicações: • Não pode ser usado na usinagem de ferrosos; • Usinagem de não ferrosos e não metálicos; • Principal aplicação: Usinagem de ligas de Al-Si. Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP Nitreto de Boro Cúbico (CBN, PCBN ou Borazon) • E m a l t a s p r e s s õ e s e temperaturas o BN se torna cúbico (era hexagonal) - CBN; • CBN com ligante – 0,5 mm de espessura sobre pastilha de MD; • Mais estável quimicamente que o PCD, tenacidade similar ao Si3N4, dureza só superada pelo diamante. Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP Cerâmica X CBN ( em corte liso e em corte interrompido ) Tempo médio de usinagem (min) 280 240 200 160 120 80 40 0 Liso Interrompido 4x Interrompido 8x Liso Cerâmica (CC 670) Interrompido 4x PCBN (CB 7020) Material da Ferramenta Prof. AAnselmo nna Carla -‐ M-‐ ECÂNICA -‐ UFRJ Prof. Diniz UNICAMP Interrompido 8x Cerâmica X CBN (corte liso) CC650 – vc = 150 m/min - abrasão CBN-‐L – vc = 150 m/min – abrasão e difusão CBN-L– vc = 270 m/min – difusão e remoção de CC650 – vc = 270 m/min - Prof. abrasão Anna Carla -‐ MECÂNICA -‐ UFRJ partículas macroscópicas