UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIADE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIADE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O USO DO FUTEBOL PARA CRIANÇAS COMO
MEIO EDUCACIONAL EM COMUNIDADES
DESPROVIDAS FINANCEIRAMENTE
POR:
CLAUDIO BARBERAM DE MOURA
ORIENTADOR:
PROFESSOR MARCO ANTÔNIO CHAVES
CO-ORIENTAÇÃO:
PROFESSORA CRISTIE NOVAES CAMPELO
Rio de Janeiro, 19, junho de 2001
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O USO DO FUTEBOL PARA CRIANÇAS COMO
MEIO EDUCACIONAL EM COMUNIDADES
DESPROVIDAS FINANCEIRAMENTE
POR:
CLAUDIO BARBERAM DE MOURA
Trabalho Monográfico apresentado
como requisito para obtenção
do Grau de Especialista em Psicomotricidade.
Rio de Janeiro, 19, junho de 2001
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Capitulo
Página
I. O PROBLEMA.......................................................................................................06
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Definição do Problema
Justificativa
Os objetivos desta pesquisa
Definição de Termos
II. REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................13
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Realidade da criança pobre
Agressão no meio social
Desenvolvimento Moral
Desenvolvimento da Socialização
Origem da Socialização
"Eu" e as Relações Sociais
Estruturação do "Eu”
Características Sociais das Crianças por Faixa Etária
Implicação da Prática da Atividade Física-Esportiva
A Socialização Através do Jogo
"Escolinha" de Futebol Jogo "Lúdico"
III. METODOLOGIA...........................................................................................37
PLANO PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTOE INTEGRAÇÃOSOCIAL PARA
CRIANÇAS CARENTES ATRAVÉS DO JOGO DE FUTEBOL
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Introdução
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
Metodologia
Metodologia Funcional Integrativa
Metodologia e sua aplicação
Avaliação do Plano
IV. CONCLUSÕES.....................................................................................................43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................. ............................45
LISTA DETABELAS..................................................................................................47
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar, a Deus. Num
segundo momento a todos que participaram no
incentivo da construção deste trabalho, como a
minha namorada Julia, aos meus pais e, em
especial meus orientadores Marco Antônio Chaves
e a Prof. Cristie de Moraes Campelo como minha
co-orientadora, que manteve contato comigo, me
dando auxilio e mostrando-se sempre preparada e
bem disposta à colaborar.
Quero deixar a todos o meu muito obrigado.
RESUMO
O presente estudo objetiva elaborar uma Proposta de Atividade na Área
de Educação Física, utilizando o futebol de campo como meio de desenvolvimento e
integração social de crianças desfavorecidas economicamente. Assim sendo, busca-se,
na primeira parte do trabalho, embasamento teórico por meio de uma revisão de
literatura nas áreas de sociologia desportiva, psicologia e desenvolvimento social da
criança, abordando: A Educação Física sob a ótica do desenvolvimento, a realidade da
criança pobre e seu desenvolvimento social, a implicação da prática da atividade física
esportiva no desenvolvimento social da criança e a socialização através do futebol.
Optei pela aplicação da Metodologia Funcional Integrativa, cujo objetivo primordial
situa-se no prazer através da atividade lúdica. Com base nos estudos teóricos
desenvolvidos, elaborei um Plano Proposta de Atividades, tendo o futebol como fator
de socialização, acompanhado de algumas sugestões, cuja finalidade é sensibilizar e
resgatar o compromisso do poder público com objetivo da neutralizar problemas que
norteiam nossa sociedade.
CAPITULO I
O PROBLEMA
Introdução
• Definição do problema
No contexto social o esporte é considerado como um meio capaz de
congregar e reunir multidões, razão pela qual os meios de comunicação têm
divulgado constantemente como sendo o grande fenômeno social da década
(LYRA FILHO, 1983).
Muitas vezes, a Educação Física tem se utilizado do esporte de forma
imediatista, com um discurso voltado para o desenvolvimento global do ser
humano, quando, na verdade, o esporte vem sendo praticado objetivando a
performance física e técnica. Sua prática é um fim; não um meio para a
formação do homem.
Ao profissional de Educação Física, cabe superar esta visão e incorporar
novas posturas, com a finalidade de resgatar o esporte como meio educativo
comprometido com os princípios de transformação social.
Em vista deste fato, procurou-se elaborar um estudo, fundamentado em
alguns autores, acerca do esporte (futebol) como meio educativo para crianças
e a contribuição que esta atividade, quando bem canalizada, poderá trazer para
o indivíduo em sua vida adulta e em seu relacionamento harmonioso com o
meio ambiente.
A escolha pelo futebol aconteceu, por ser um esporte bastante difundido
no País, estar enraizado culturalmente e envolver simultaneamente um grande
grupo, podendo ser praticado em qualquer área livre.
Portanto, com base na importância sociocultural do esporte, que
ultrapassa os objetivos meramente motores, tentaremos contribuir para
melhorar a relação social de crianças do sexo masculino, pertencentes ao
morro da Santa, Niterói (RJ).
Nesta comunidade há um grande grupo de crianças que praticam o
futebol em escolinhas e ruas orientadas com base em métodos tradicionais.
Isso parece refletir em um comportamento "egoísta" na criança, pois esta não
demonstra interesse em trabalhos coletivos e práticas esportivas que não
estejam ligadas ao jogo e a competição. E ainda, quando trabalham em grupo,
não há um relacionamento participativo com críticas e sugestões, respeito
mútuo, colaboração, afetividade, etc.
A escolinha de futebol existente no Morro da Santa, está ligada a
associação de moradores do mesmo, tendo como orientadores pessoas
desprovidas de uma formação acadêmica, o que lhes daria melhor capacitação
para este trabalho.
Enfim, há com o quê se preocupar, romper com o tradicional e
proporcionar à estas crianças novas perspectivas, estimulando-as à uma
postura crítica e um melhor relacionamento social.
• Justificativa
Nos primeiros anos de vida a criança se desenvolve dentro da sua
própria comunidade. Observa-se, geralmente, que a criança carente de laços
afetivos dos pais, busca essa relação na rua e em áreas livres, dentro da
própria comunidade, normalmente num clima de violência, na maioria das
vezes subnutrida, o que poderá em vários casos específicos trazer sérias
conseqüências para o seu desenvolvimento.
Assim como a família, a escola pode ser um grande agente educativo e
social da criança dentro de sua realidade. No entanto, em nossa realidade nem
todas as crianças têm acesso à sala de aula, e quando tem, as escolas
possuem carência de espaço físico, de material e profissionais que não estão
comprometidos com a transformação desta realidade.
A Educação Física deve, através do envolvimento de seus profissionais,
primar pelo trabalho que busca o desenvolvimento integral do homem,
rompendo com os conteúdos que super valorizam os aspectos meramente
motores; o "fazer por fazer".
Conforme SEYBOLD ( 1980 ) e BEE ( 1984 ), através do desafio, em
busca de atingir um objetivo proposto pela própria criança, com a finalidade de
avaliar rendimento e "performance", o menos hábil vivência suas incapacidade
de forma improdutiva, obstruindo o fator motivação, gerando uma autorealização negativa.
A Educação Física formal, da maneira como se apresenta, pouco
contribui para a ação Educativa-Social da criança, estimulando-a a competir,
contrariando
com isso, o espírito lúdico e a espontaneidade de movimentos, assim como o
gosto pela prática da atividade física.
Prosseguindo neste sentido, supõe-se que a busca do gesto mecânico e
automático, o ensino diretivo, orientado unicamente para o rendimento físico,
tolhe as potencialidades educativas da Educação Física. ( SEYBOLD, 1980;
OLIVEIRA, 1985; DIECKERT et alii, 1986 ).
Verifica-se
no
discurso
que
não
há
uma
ênfase
maior
no
desenvolvimento do ser humano, enfatiza-se o aperfeiçoamento dos gestos
técnicos, nos exercícios estereotipados, caracterizando a alta diretividade dos
seus orientadores.
Isto evidencia a prática pedagógica de certos professores e dirigentes,
orientada por uma concepção predominantemente comportamentalista em
busca da vitória a qualquer custo. No esporte de rendimento é imprescindível o
aperfeiçoamento e o desenvolvimento das potencialidades em suas amplitudes
máximas.
Entretanto, é importante ressaltar que deve haver uma coerência na
preparação de base, tratando-a em sua totalidade (Esporte-Educação)
evitando-se
assim
uma
especialização
precoce
que
contraria
o
desenvolvimento gradativo e social do ser humano.
LE BOUCH (1983, p.37) afirma que "a socialização não consiste em
atribuir normas à realidade social que é, às vezes, exercida sob forma de
alienação, modismo"
A Socialização deve ser construída sobre bases racionais e de reflexão
num processo evolutivo, porque seus fundamentos são afetivos e ligados à
imagem do corpo do ser humano.
Para GO TANI et alii (1988, p.129), aos 13 anos os meninos são menos
sociáveis, cultivam uma ou duas amizades íntimas, dizem interessar-se pelas
meninas, mas não andam com elas. As meninas são bem críticas com relação
às amigas, considerando isto como um componente importante na amizade. É
nesta faixa etária que menosprezam os meninos da mesma idade, achando-os
imaturos, interessando-se pelos mais velhos.
Partindo do entendimento acerca do comportamento relacionado com
cada fase da criança, pretende-se com este estudo elaborar uma proposta
para, através do futebol, promover uma melhor relação social entre crianças do
sexo masculino pertencentes às escolas ligadas à comunidade do Morro da
Santa, na Martins Torres, Niterói (RJ), buscando uma melhor formação destas
como ser humano.
• Os Objetivos desta pesquisa são apontados como:
1- Romper com modelos tradicionais de ensino-aprendizagem nas
escolinhas de futebol que estejam ligadas ao Morro da Santa, no bairro Martins
Torres, Niterói (RJ).
2- Elaborar uma proposta de Educação, através do futebol, visando
incentivar a consciência crítica, a colaboração, o respeito mútuo e a
participação de todos.
3- Oportunizar à criança novas formas de se trabalhar o esporte,
sobretudo o futebol.
• Definição de termos:
APRENDIZAGEM SOCIAL: É o conhecer, o saber, o tornar-se
consciente e, se necessário o modificar das regras sociais. Em oposição ao "Se
comportar socialmente" não é postulada nenhuma norma social positiva, mas,
trata-se de experimentá-la num contexto social e, então, decidir-se consciente
e livremente, sobre sua adoção e/ ou modificação. A aprendizagem social
somente ocorrerá quando os alunos participarem conscientes no processo de
aprendizagem,
ajudando-o
com
diferentes
e
variadas
formas
de
comportamento e participação (Geist e Weicht, apud BRACHT, 1992, p.80).
COMUNIDADE: A comunidade, no sentido mais amplo da palavra, é a
convivência e a cooperação de pessoas em uma unidade, que as colocam em
relação (relação social) à comunidade em um sentido mais restrito.
PARTICIPAÇÃO: É fazer política e esta depende da percepção das
relações sociais de poder percebidas. Participar é uma prática social na qual os
interlocutores detêm conhecimentos que, apesar de diferentes, devem ser
integrados. O conhecimento não pertence apenas a quem passou pelo
processo de educação formal; ele é inerente a todo ser humano. Participar é
repensar o seu saber em confronto com outros saberes. (TENÓRIO et alii,
1995, p.77).
JOGO: É um fenômeno social que ultrapassa os limites fisiológicos, o
jogo não discrimina, antes, envolve a todos, visando sobretudo o "Ser"
(CANFIELD, 1985).
LAZER: Vem do latim "1aziere" Ser você mesmo / desenvolver - se
como é"
( COSTA, 1981)
EDUCAÇÃO: É a ação consciente do indivíduo na sociedade.
(TENÓRIO et alii, 1995, p. 81).
SOCIALIZAÇÃO: Para GAELZER (1986), é "um processo através do
qual o indivíduo obtém qualidades de um ser social. Consequentemente, o
indivíduo estará apto para desempenha um papel aceitável na sua vida social e
irá interagir com a sociedade de acordo com padrões culturais e códigos de
comportamento".
CAPÍTULO II
REVISÃO DE LITERATURA
Nesta última década, a Educação Física vem sofrendo um processo de
crise em busca de uma concepção transformadora, com a finalidade de se
afirmar no contexto acadêmico.
Conforme MEDINA (1990, p.35), a Educação Física precisa entrar em
crise. Precisa questionar criticamente seus valores. Precisa ser capaz de
justificar-se a si mesma e procurar a sua identidade. É preciso que seus
profissionais distinguam o educativo do alienante, o fundamental do supérfluo
de suas tarefas. É preciso sobretudo, discordar mais, dentro, é claro, das
regras construtivas do diálogo.
É preciso um melhor entendimento das possibilidades da Educação
Física, para estimular a "participação", em busca do desenvolvimento e do
crescimento desta disciplina.
LAPIERRE e AUCOUTURIER (1984) propõem por meio de concepção
não humanista nas atividades físicas, que se apresente programas centrados
nos interesses da criança oferecendo-lhe alternativas de auto-realização e
bem-estar social.
FERREIRA (1984) E OLIVEIRA (1985), concluíram que a Educação
Física, como fator educativo, deveria preparar não só atletas, mas a criança
para ser inserida na sociedade como cidadã segura e confiante no futuro, o que
leva a transformação de toda uma sociedade.
Os mesmos autores afirmam ainda, que se torna necessário no ensino
da Educação Física, manter o equilíbrio entre os aspectos cognitivo, afetivo,
social e psicomotor, pois eles são indissociáveis no desenvolvimento do
homem. A isso, acrescenta-se os hábitos adquiridos de maneira informal, o
trabalho em equipe, o espírito de cooperação, a disciplina, o cumprimento do
dever, o apelo à imaginação, à razão e ao bom gosto.
Segundo Harper et alii, apud BRACHT (1992, p.77), na escola não se
adquire apenas conhecimento, mas aprende-se também uma série de valores
de comportamento.
Muitos destes valores são impostos por certas práticas acadêmicas que
provocam o aprendizado "de cada um por si", da competição, promovendo
desta forma o individualismo sem que as pessoas se apercebam disso, que é
extremamente prejudicial ao desenvolvimento educativo da criança.
Na escola estes valores podem ser determinados pelo esporte, como
relata Parlebas, apud BRACHT (1992, p.78), quando afirma que através desta
prática impõe-se todo o dispositivo oficial da instituição esportiva: federações,
regulamentos, calendários de encontros, cerimônias, sanções, instâncias de
autoridades, dirigentes, árbitros e capitães de equipes. Participar do torneio
esportivo eqüivale a reconhecer, implicitamente, uma tal autoridade.
Isso pode ser percebido nas aulas de Educação Física, quando o
conteúdo trabalhado é o esporte. O professor privilegia alguns em detrimento
de outros, de maneira direta ou indireta através da sua prática pedagógica.
Exemplo claro desta divisão: quando um professor permite ou pede a dois
alunos que "tirem" os times.
Deve-se romper com esta prática e incentivar a participação de todos,
pois só assim poderemos buscar o desenvolvimento do homem integral.
• Realidade da Criança Desfavorecida Economicamente
Em uma comunidade pobre observa-se que dentro do ambiente familiar,
bem como em seu próprio grupo, a criança vive uma realidade, muitas vezes
sofrida e desajustada.
Normalmente é forçada a trabalhar desde cedo e, geralmente, em
excesso, para auxiliar na manutenção do lar. Procedendo assim, nota-se que
devido a permanência por longas horas ausentes dos pais e da família, a
criança demonstra carência de afeto e proteção. Normalmente essa
necessidade gera agressões físicas e verbais.
Embora o pensamento anterior seja genérico, as famílias que vivem em
ambientes carentes, conseguem manter uma vida familiar estável e
organizada, almejando algo melhor para si e seus filhos.
Segundo SAWREY e TELFORD (1979) "a falta de dinheiro torna-se
desvantagem real quando ligada a atitudes de apatia, resignação e falta de
esperança".
MUSSEN et alii (1977) afirmam que a pobreza e a desvantagem
sociocultural implicam, de maneira típica, em anomalias nos padrões de vida
familiar, subnutrição ou má alimentação, falta de educação, incompetência
vocacional, má assistência médica e altas taxas de uso de drogas, de
delinqüência e criminalidade urbana. As conseqüências pessoais dessas
condições são, freqüentemente, a apatia, a falta de esperança, a resignação ou
o ressentimento e a revolta.
Ainda para MUSSEN et alii (1977), a criança do nível sócio-econômico
baixo tende a estar pouco preparada para entrar no ambiente escolar
tradicional e progredir.
Observa-se na Escola, a necessidade de adaptação escolar à realidade
da criança, com programas inovativos e de enriquecimento verbal e cultural
que consignam recuperá-la em seu próprio ambiente, ou seja, deve-se
construir a partir da Escola a forma de se trabalhar os conteúdos, envolvendo
nesta construção todos os membros que compõem esta entidade: alunos,
professores, diretores, coordenadores e voluntários da comunidade.
A comunidade da criança pobre busca alternativas para aspirar e
desenvolver o conceito de vida estável e pessoa digna e formando sobre estes
conceitos uma idéia geral. Eles se encerram em certas aplicações sobre a
educação e a atuação dos professores, bem como sobre a prática e as
políticas educativas.
SAWREY e TELFORD (1979) preconizam a necessidade de despertar a
consciência de que as escolas, as salas de aula e as relações entre aluno e
professor devem estender-se em relação aos valores, aspirações e esperanças
da comunidade, sub-culturas e contextos sociais amplos em que funcionam.
Portanto, observa-se que a carência e a dependência econômicas, não
podem ser tratadas puramente em termos de renda baixa e falta de bens
materiais. Os educadores e o poder público precisam estar sensíveis à
preparação das crianças para a vida e desta forma coibir os problemas que
afligem nossa sociedade.
• Agressão no meio social
Segundo MUSSEN (1977), o registro das agressões humanas se
estende por toda a história do homem, desde os primórdios da civilização até
os vários conflitos e revoltas que marcaram o século vinte. Guerra,
assassinatos, combates e destruição da propriedade: Estes fenômenos se
estendem até os nossos dias com alto índice de delinqüentes, com agressões
físicas e verbais.
O mesmo autor atribui à agressão como sendo um componente da
autodestruição do ser humano e seu ambiente, e um fato social fortemente
influenciado pela ausência dos pais e fatores culturais, apresentando dois
componentes fundamentais de agressão: agressão instrumental e impulso
agressivo.
Para o autor, "a agressão instrumental é um padrão de comportamento
apreendido que pode ser modificado através de procedimentos adequados de
reforço e extinção".
De acordo com SOUZA (1975), "impulso agressivo é a conversão da
tensão no plano orgânico; converte a tensão psicológica em sintomas
fisiológicos, tais como: dores de cabeça, taquicardias, náuseas, etc."
BANDURA, apud BEE (1984, p.291), definem a agressão como "o
comportamento que resulta numa injúria pessoal ou na destruição da
propriedade". Ressalta-se as conseqüências da ação, e não a intenção do
autor.
FESHBACH et alii, apud BEE p.291, ao contrário, assinalam a intenção
de ferir uma pessoa. Deste ponto de vista, a agressão é geralmente definida
como qualquer ação que pretende danificar alguém ou alguma coisa.
• Desenvolvimento Moral
BEE (1984, p.327) define desenvolvimento moral como "o conjunto de
regras internalizadas e culturalmente definidas que governam o comportamento
humano".
O desenvolvimento moral envolve a criação de um conjunto de padrões
morais servindo de guia para avaliar suas próprias ações, assim como o
comportamento dos outros. Para melhor compreensão será assim subdividido:
a. Comportamento Moral:
É a "internalização dos padrões morais", levando a criança a agir de
uma determinada maneira (PIAGET, 1977).
Entretanto, Mowrer, apud BEE (1984), entende que o comportamento é
definido a partir da "internalização das regras", usando a punição como forma
de condicionamento. Cada vez que a criança tem um mau comportamento ela
é punida imediatamente.
Bandura e Walter, apud BEE (1984, p.329), entendem que a criança
tanto aprende as regras básicas do bom ou mau comportamento pelo
ensinamento dos pais, como pela observação do comportamento dos mesmos.
Portanto, os pais são os principais modelos seguidos pelos filhos.
Se os pais dizem uma coisa e fazem outra, apresentando um
comportamento
inconstante,
os
filhos
também
terão
comportamento
inconstante.
Parke, apud BEE (1984, p.331), através de pesquisa, constatou que
tanto a punição, quanto a observação do modelo e a correção dos pais no
momento
correto, exercem papel importante na definição do comportamento a adotar em
termos de valores morais.
Partindo destas afirmações, observa-se que a presença dos pais para o
desenvolvimento moral é muito importante, não somente na participação com a
comunicação verbal, mas também para espelhar na criança um ser humano
com o comportamento equilibrado e ajustado socialmente.
b. Sentimento Moral:
Para BEE (1984, p.333), é a sensação que a criança experimenta após
a execução de uma determinada ação de forma errônea, e sabendo que vai
receber punição, isto a deixa insegura, com sentimento de culpa.
c. Julgamento Moral:
Na concepção de PIAGET (1977), julgamento moral situa-se como ato
de: "definir o que é certo e o que é errado". Esta definição é dada com base no
conjunto de valores, atitudes e normas que a criança internalizou.
BEE (1984, p.337), citando Piaget e Kohebe, diz que existem teorias
afirmativas de que a criança inicialmente desenvolve uma moralidade baseada
nas experiências vividas no seu ambiente. Posteriormente, ela "desenvolve
uma moralidade mais individual baseada nas normas e regras sociais", que
podem mudar de acordo com o meio e a situação.
Em comunidades carentes, as experiências vivificadas pelas crianças na
primeira infância (até 3 anos), muitas vezes é bastante conturbada, trazendo
como conseqüência, modelos que podem resultar em comportamento
desajustado e desequilibrado no meio social.
O desenvolvimento moral harmonioso da criança certamente contribuirá
para uma boa formação do homem e um bom entendimento do jogo, pois suas
características exigem lealdade, obediência e determinação, elevando ainda
mais estas valências morais à aceitação nas atividades em equipe.
•
Desenvolvimento da Socialização
Origem da Socialização:
De acordo com MUSSEN et alii (1977), a criança ao nascer precisa ser
alimentada, abrigada, protegida e cuidada. Esse cuidado alimentar, uma
dependência dos outros, é que constitui o fenômeno da integração social.
A criança não nasce socializada, ela, a princípio, nada sabe sobre
direitos dos outros e seus deveres. Cabe, portanto, à sociedade organizar
formas de preparar a criança socialmente contribuindo em sua formação como
ser humano.
• "Eu e as Relações Sociais"
Desde o nascimento, embora a criança seja aparentemente passiva,
laços afetivos são estabelecidos entre elas e as outras pessoas. GO TANI et
alii (1988, p.124).
Observa-se que esses laços afetivos vão evoluindo, na medida que a
criança se desenvolve, através dos canais de comunicação. Com o decorrer do
tempo nota-se que a criança se torna cada vez mais independente, tomando
consciência de si mesma como ser humano distinto e em busca da auto
afirmação.
Para GO TANI et alii p.124, este é um processo em que a criança vai se
"individualizando"
e
"socializando",
constituindo
uma
esfera
única
de
desenvolvimento. Com base nesta afirmativa propuseram a seguinte
subdivisão:
- Grupos Primários: correspondem ao "Ciclo Familiar Universal" ou às
crianças da mesma idade. Observa-se neste grupo que a criança aprende um
grande número de atitudes sobre o padrão cultural. É, portanto, no ambiente
familiar que a criança tem oportunidade de formar sua personalidade, a ter
respeito pelos mais velhos e a demonstrar lealdade com os menos capazes.
- Grupos Secundários: caracterizam-se por relações mais casuais, clube
social e grupo organizado de atividades recreativas e brincadeiras. Observa-se
a relação pessoa a pessoa fora do contexto familiar.
- Grupos Terciários: são os de caráter eventual, quando se encontram
casualmente na rua, praças e parques.
GO TANI et alii (1988, p.125), propõem ainda os seguintes aspectos
relacionados com a interação:
a. Interação Interna: os elementos do grupo interagem entre si, segundo
a estrutura do próprio grupo.
b. Interação Externa: os grupos podem responder como unidade e assim
interagir com os outros. Esta interação poderá sofrer variações quanto à forma
de se expressar, pode colaborar ou competir, bem como participar.
c. Interação Grupal: os grupos interagem dentro de si com a divisão dos
subgrupos, com outros grupos; caracteriza-se pelos mutirões, manifestações
comunitárias e com, etc...
•
Estruturação do "Eu"
Para GO TANI et alii (1988, p.123), o "Eu" é o meio de uma pessoa na
sua totalidade, incluindo certos componentes de análise de vida interna, o que
só a própria pessoa tem acesso e pode conhecer diretamente.
O "Eu" é uma composição de pensamento e sentimentos, constituintes
da a consciência que uma pessoa tem da sua existência individual, sua
percepção do que possui, sua idéia de quem é com respeito às suas
características, qualidades e propriedades.
Observa-se o conjunto de relações de pensamentos e sentimentos,
medo e fantasias, e a maneira de agir a respeito de seu próprio valor.
Gesell, apud GO TANI et alii (1988, p.123/124), apresenta alguns
aspectos dirigidos a crianças de diferentes idades, apresentando o seguinte
depoimento:
- Percebe-se que os limites do "Eu" de uma criança desenvolve-se com
uma rigidez espantosa, o bebê chora, visualiza partes do seu corpo, têm
percepções térmicas, agarra objetos, sorri para as pessoas, em particular para
a sua mãe, ouve ruídos, e, em determinado momento, começará a chamar a si
mesmo pelo seu nome, a usar pronomes eu, mim, vocês, nosso. Com todas
essas e muitas outras experiências, vai constituindo um quebra cabeça interior
de atitudes com características próprias.
- O "Eu" se desenvolve, e a força desse desenvolver vai moldando
organicamente o "Eu" de uma criança logo a partir da primeira infância.
-
Aos 5 anos a criança tem uma clara percepção de sua própria
identidade. O seu "Eu" psicológico é a totalidade e essência dessa
individualidade, que só a própria criança é capaz de experimentar, mas não é
uma entidade fixa; é um produto de desenvolvimento, um misto de
permanência e mudanças.
Obs.: A criança conserva-se fiel à sua natureza intrínseca na qual a estrutura é
o "Eu".
Conforme GO TANI et alii (1988, p.124), do nascimento aos 5 anos,
constitui-se uma etapa reveladora das características fundamentais do
desenvolvimento do "Eu".
- Aos 5 anos, a criança mostra-se independente, porém uma grande
imitadora do comportamento adulto.
- Aos 6 anos, faz de si o centro do universo, caracterizando uma busca
de auto-afirmação.
- Aos 7 anos, começa a perceber corporalmente o seu potencial,
condição que faz com que se volte fortemente para o seu "Eu" psicológico.
- Aos 8 anos, comunica-se com toda espontaneidade, buscando
contatos com crianças da mesma idade e até com pessoas mais velhas. É a
busca da interação grupal.
- Aos 9 anos, volta-se novamente para uma atitude de interiorização
significativa, pois a vontade que demonstra em aprender ou aperfeiçoar
determinadas habilidades é sinal de que caminha para uma auto-dependência,
autocrítica e auto-motivação.
- Aos 12 anos, inicia uma reação de atitude madura e aceitável dentro
do contexto social, mostrando, em determinados momentos, regressão e
atitudes anteriores.
Ainda conforme GO TANI et alii p.124, aos 13 anos, como aos 7,
interioriza-se, porém, agora em função dos pensamentos, para voltar, aos 14
anos, comunicativa, numa atitude de "Eu" definido, esforçando-se para se
ajustar.
- Aos 15 anos, explora seu "Eu" em relação às suas idéias e às opiniões
alheias, para, aos 16 anos, dar claros sinais de independência e autoconfiança
(Gessell, 1978; Knobel e Aberastury, 1983; apud GO TANI p.123-124).
Portanto, percebe-se a importância que deve ser dada a cada estágio da
criança, para que se possa colaborar de forma positiva na formação da sua
personalidade.
Para PIAGET (1994, p.61), a personalidade começa no fim da primeira
infância (8 a 12 anos) com a organização autônoma das regras, dos valores e a
afirmação da vontade, com a regularização e a hierarquização moral das
tendências.
Ainda para o mesmo autor, a personalidade existe a partir do momento
em que se forma um "programa de vida". Esta construção só deve ocorrer no
nível do adolescente, pois supõe o pensamento formal e as construções
reflexivas de cada indivíduo.
• Características Sociais das Crianças por Faixa Etária
No entender de BOHME (1985), as principais características de cada faixa
etária assim se relacionam:
0 a 2 anos - durante este período a criança está diretamente ligada à família.
Os estímulo que ela recebe vem dos pais e outras pessoas que encontram-se
no lar. Observa-se que esta é a base para o comportamento social posterior.
2 a 5 anos - percebe-se que na interação social são egocêntricas,
embora gostem de estar no meio de outras crianças. Evidenciam a
comunicação verbal, passando de palavras a frases completas. Começam a
interiorizar a ação, contar o que pensam e o que fazem, tendo o adulto como
modelo.
6 a 8 anos - começam a se associar formando grupos de comunicação
de amiguinhos entre meninos da mesma faixa etária, respeitando o direito do
outro. Os jogos têm regras, começam a dissociar seu ponto de vista dos outros.
Normalmente gostam de vestir-se como os companheiros. Começam a situar-
se nos grupos dos quais participam. Preocupam-se com a realidade, gostam de
jogos e brincadeiras.
9 a 11 anos - aumenta o gosto pela participação no grupo, colaborando
realmente nas suas atividades, onde encontram a sua afirmação e segurança
pessoal. Geralmente gostam de participar de jogos e competições livres ou
organizadas. Discutem orientadamente, são capazes de andar sozinhos e
começam a enfrentar os adultos.
12 a 14 anos - maior interesse por atividades sociais, maior participação
no grupo, acatando as determinações do grupo (vestimenta, vocabulário e
posturas). Identificam-se fortemente com as pessoas do mesmo sexo.
Valorizando entre os meninos o líder do grupo, os chefes, os descuidados, o
mais arrojado.
Para PIAGET (1994, p.58), até os 12 anos, as operações da inteligência
infantil são, unicamente concretas, isto é, só se referem à própria realidade e,
em particular, aos objetos, suscetíveis de serem manipulados e submetidos a
experiências efetivas.
Após os 11 ou 12 anos, torna-se possível o pensamento formal, ou seja,
as operações lógicas começam a ser transpostas do plano manipulação
concreta para o das idéias, expressas em linguagem: a linguagem das palavras
ou dos símbolos matemáticos etc. (PIAGET, 1994, p.59). Percebe-se que
desde o início do desenvolvimento psicomotor inicia-se o processo de
interação. É nesta relação e comunicação com outrem que o ser humano se
realiza.
Na visão de LE BOUCH (1983, p.39), a criança pode identificar uma
imagem equilibrada e que lhe dá satisfação. Ela será um membro cooperador,
ativo dentro do grupo.
Nota-se que a maneira mais eficaz de buscar a participação da criança
dentro do processo social é integrá-la no grupo e desenvolver suas aptidões
individuais, estimulando a participação em uma atividade de cooperação dentro
do jogo coletivo, desde que sejam respeitados sua faixa etária e o nível de
desenvolvimento e, portanto, as características destas duas variáveis.
•
Implicação da prática da Atividade Físico Esportiva
A socialização e o interesse pela atividade física pode iniciar-se no
contexto familiar, entretanto, se o ambiente familiar gera conflitos, insegurança
e
punições,
as
crianças
normalmente
tornam-se
desajustadas
e,
possivelmente, encontrarão dificuldades de interação a outros grupos.
Logo,
a
família
deve
exercer
uma
participação
efetiva
de
acompanhamento no desenvolvimento global da criança. Esta receberá
influências de uma liderança positiva quando os pais são ajustados,
equilibrados e demonstram interesse pelo esporte. Normalmente, os filhos são
incentivados a participar de uma determinada atividade esportiva.
Para MUSSEN (1977), num sentido muito geral, a criança vive em dois
mundos sociais: o de seus pais e outros adultos e o de seus companheiros.
No que se refere aos pais, a primeira competição se desenvolve pela
busca da afeição paterna. Se houver duas ou mais crianças no lar será, quase
sempre, inevitável a ocorrência de certa rivalidade a partir de um ou dois anos
de idade.
No entanto, observa-se a importância dos pais e dependência das
crianças e a necessidade e aspirações no que esta busca do poder e da
tentativa de superioridade representa: a falta de estrutura, mesmo porque a
criança não tem ainda a capacidade de abstração e poderá ser canalizada para
a auto-dependência, buscando a auto-realização.
Quanto à ação da criança nas atividades físico-esportivas em grupo,
desenvolve geralmente seu lado competitivo. São sempre atividades intensas e
alegres, dando margem à participação ativa ou passiva. Logicamente, as
atividades mais ativas sobressaem pela sua própria dinâmica de movimento.
Sabe-se porém, que estas atividades são um fator motivante a mais, tornandose alvo das atenções. Isso pode ter uma influência negativa sobre àquelas
crianças mais tímidas, retraídas ou introvertidas, por não estarem preparadas
para o fracasso. Não sabendo superá-lo poderão até se desinteressar por
completo das atividades esportivas.
Entretanto, torna-se necessário, oportunizar a criança à participação,
mas, respeitando o seu desenvolvimento fisiológico e sua capacidade de
abstrair. Estimular a participação em atividades variadas, mas sempre com
caráter lúdico, pois só assim a criança poderá encontrar maior satisfação
individual e/ou coletiva.
De acordo com Dietrich, apud BRACHT (1992, p.75), se for seguida a
"literatura especializada até o fim dos anos 60, descobre-se uma relativa
concordância nas declarações sobre as funções sócio-educativas do esporte
em geral e dos jogos esportivos em especial", com a auto-afirmação e o
reconhecimento das regras de competição.
O respeito pelas regras constitui um sentimento de responsabilidade,
sendo educativo no que se refere ao cavalheirismo e à sinceridade para
trabalhar com o próximo. Entretanto, nos últimos anos, têm surgido críticas
sobre o valor da função sócio-educativa do esporte.
Cavalcanti, apud BRACHT (1983), argumenta que o esporte é um
mundo inteiramente artificial, controlável, destinado a proteger a criança,
desfavorável aos seus interesses, às vezes bloqueando os seus impulsos
naturais e poderá desviá-la da realidade esportiva definida de motivações
artificiais e de movimentos formais, no qual é extremamente valorizada a
aceitação e o aprendizado das regras.
Para
Weigelt,
apud
BRACHT
(1992,
p.76),
as
condições
ou
necessidades do esporte de alto nível, ou seja, aquele que visa a competição,
a performance e o melhor rendimento são semelhantes às condições de uma
sociedade de estruturação autoritária.
Na sociedade moderna, a valorização do "status quo" e a estratificação
social são conseqüências da elitização da educação, saúde e infra-estrutura
básicas de sobrevivência. No esporte, não poderia ser diferente e a elitização
continua atuando nos vários setores esportivos.
O maior número de programas de iniciação desportiva, é desenvolvido
em clubes, atuando diretamente com classes mais favorecidas socialmente, na
maioria dos casos reforçando cada vez mais a elitização.
No entanto, os conteúdos esportivos devem evidenciar outros objetivos
alcançáveis com esse processo de desenvolvimento.
•
A Socialização Através do Jogo
Como se referiu anteriormente, socialização significa o processo de
transmissão
de
comportamentos
socialmente
esperados.
Mais
especificamente, a socialização para o desempenho de determinado papel
social envolve a aquisição de capacidades (habilidades) físicas e sociais,
valores, conhecimentos, atitudes, normas e disposições que podem ser
apreendidos dentro de um ou mais grupos sociais.
Na visão de SEYBOLD (1980, p.14), a comunidade de jogo é uma
comunidade "natural", isto é, nascida da atividade em si e não forçada, o jogo é
o modelo e a meta de agrupamento. Dá a cada integrante, seu "espaço" para
mover-se, a sua função e as regras do jogo determinam certos limites.
Para OLIVEIRA (1985), o jogo é mais do que um fenômeno fisiológico
ou um reflexo psicológico. Alcança e ultrapassa esses limites, caracteriza uma
função social, isto é, encerra um determinado sentido para quem o pratica.
Como se pode observar, existem pontos comuns entre os autores
anteriormente citados representados pela caracterização da função socializante
através do jogo. A socialização, portanto, simboliza a cooperação dentro de um
grupo, que constitui a fase da participação, atingindo a solidariedade e respeito
em uma atividade coletiva.
Huizinga, apud OLIVEIRA (1985), interpreta o jogo "como um dos
elementos fundamentais da cultura humana, definindo-o como toda ação livre
que se desenvolve dentro de certos limites de tempo e espaço, não fazendo
parte da vida ordinária e que, contendo
algo de incerto, cria a ordem e
estimula a socialização". Observa-se, como parte de uma cultura, que o meio
natural e espontâneo pode contribuir na preparação da educação da criança e
de maneira informal estimular a busca pela ascensão social.
Portanto, o jogo é uma forma de se exercitar, talvez a única que abrange
o ser humano na sua totalidade.
Para LYRA FILHO (1973), as palavras gregas que exprimem os jogos
não envolvem as competições e os concursos. Os gregos "tiveram razão ao
estabelecerem entre a competição e o jogo uma diferença não apenas
lingüística". O fato lúdico não prepondera na competição, mas no jogo,
considerado simplesmente como uma distração, um brinquedo ou um
divertimento.
Dietrich, apud BRACHT (1992, p.81), caracteriza o aprendizado social
como objetivo principal a ser buscado no jogo esportivo. O autor faz uma
análise
das
interações
nos
jogos
desportivos,
utilizando
a
seguinte
diferenciação de conceitos:
"a) ação social que aparece com efeito racional e de ação respectiva ao
trabalho;
b) ação social como compromisso comunicativo e de ação à interação".
A seguir será abordado dois itens, que classificam duas correntes
distintas quanto ao desenvolvimento e às metodologias utilizadas no
aprendizado do futebol, principalmente em equipes de iniciação:
1. Metodologia Funcional Integrativa (MFI);
2. Metodologia Tradicional (MT).
Na Metodologia Funcional Integrativa (MFI), as aulas serão estruturadas
com a participação ativa dos alunos não só na execução mas também nos
aspectos de planejamento e decisões prévias sobre a aula. Durante a
realização das atividades, será feito uma paralisação para discussões,
reflexões e propostas para continuidade da aula Estas paralisações deverão
ocorrer tantas vezes quantas forem necessárias no decorrer da aula. Toda
atividade dada em aula será concluída com uma avaliação e o planejamento da
aula seguinte.
•
Procedimentos do Professores:
(...) a ação do professor deve buscar um clima de aceitação mútua entre
ele e os alunos, um clima de liberdade responsável, e congruência, criando
uma
situação de confiança e otimismo. O professor deve, também, imprimir ampla
flexibilidade ao desenvolvimento do conteúdo. (BRACHT 1992, p.88).
Segundo o mesmo autor, a Metodologia Tradicional (MT) foi considerada
como sendo a metodologia
comumente utilizada nas aulas de futebol em
escolinhas e Educação Física na Escola. A ação do professor se caracteriza
pela diretividade e o objetivo principal é a busca da aprendizagem de destreza,
ou seja, dos gestos técnicos. (BRACHT 1992, p. 92).
Nota-se que o esporte que visa apenas o rendimento técnico, com o
objetivo de participação em competições esportivas, normalmente adota a
metodologia tradicional, visando resultado imediato, bem como a elitização
através da técnica.
• Escolinha de Futebol Esporte-Competição
As "Escolinhas" de iniciação esportiva no Brasil tem se apresentado
geralmente como cumprimento de etapas e de acordo com os interesses e
aspirações dos políticos diretores, dos professores e dirigentes de clubes.
Observa-se que. muitas vezes, isso faz com que o futebol, dentro da
Escola, não encontre o seu espaço, pois não é valorizado como elemento
educativo, talvez por estar sendo trabalhado em várias Escolas e clubes,
visando os aspectos meramente motores, fazendo do indivíduo um simples
objeto de estudo, o que aqui é entendido como metodologia tradicional.
Geralmente, o objetivo das Escolinhas de futebol é a formação de atletas,
objetivando resultados através de rendimento físico e técnico em busca de
vitórias a qualquer custo.
A criança para ingressar em uma escolinha de iniciação ao futebol,
necessariamente tem que apresentar uma boa capacidade física, grandes
qualidades motoras e enfrentar algumas barreiras, tais como:
• Elitização: o esporte competição é elitizado em sua essência, valorizando
assim o mais hábil, tornando-se uma especialização precoce. A criança,
neste caso, somente é valorizada quando é capaz de produzir.
• Competição: para ingressar em uma escolinha é uma verdadeira competição
e normalmente, dentro do grupo, a tendência de uma rivalidade entre as
crianças é muito grande, visto que as exigências de ser destaque dentro de
contexto são motivações intrínsecas para busca da efetivação na equipe.
• Rigidez: o esporte competição é dotado de autoritarismo e muitas vezes
alienante
dentro
de
uma
ordem
rígida,
através
de
orientadores
desqualificados, descomprometidos com o desenvolvimento integral da
criança.
• Violência: existe muita incoerência neste segmento, com a realização de
competições visando apenas vitórias e troféus mediante regras superadas e
não adaptadas ao nível das crianças. Desta forma, recorre-se à violência
para neutralizar os desníveis técnicos a táticos, muitas vezes obedecendo as
ordens dos próprios dirigentes e técnicos.
Considerando, então, a afirmativa oriunda do congresso "A Crise no
Futebol Brasileiro", (Brasília, 1988), que diz: "Há falta de consciência política,
como uma manifestação de cidadania de todos os integrantes do Sistema
Desportivo Nacional", tem-se como conseqüência:
a) a manifestação dos grupos dominantes sobre os grupos dominados;
b) alienação sociocultural: Dirigente, atletas, técnicos, árbitros;
c) educação como referencial às ciências políticas.
Baseados nas considerações anteriores no Plano-Proposta contido
nesse estudo, pretendemos:
Coibir a violência e estimular a participação maior das crianças e
moradores da comunidade dentro do contexto educacional.
Quanto à Mudanças de Ordem Técnica sugeres-se:
• Construção das regras de acordo com a realidade da criança.
• Aumentar significamente o número de substituições. Isso irá refletir
positivamente em uma maior participação de crianças nos jogos, já que um
time de futebol é composto por (11) onze jogadores apenas e várias
escolinhas possuem um número bem superior de integrantes.
• Melhor qualificação das arbitragens e cursos periódicos de orientação nas
federações, para possíveis discussões acerca de adaptações feitas nas
regras.
• Número limitada de faltas por equipe e jogadores, resultando daí em
substituições.
• Atualização dos técnicos, bem como, técnicos qualificados trabalhando nas
equipes de base (iniciação).
• Tentativas de inovação: cobrança de laterais com o pé; para tentar com isso
dar mais dinâmica ao jogo, tornando-o mais agradável.
• Mudança com relação à organização das equipes e metodologia de trabalho
aplicativa.
Enfim, as mudanças devem romper com o tradicional, ou seja, não exigir da
criança preferencialmente o rendimento e os resultados positivos, devemos
lembrar que o erro faz parte do processo ensino-aprendizagem.
O esporte deveria ser o mediador entre as lutas sociais, mas a
metodologia tradicional aplicada ao futebol opõem-se a esse pressuposto. Fica
restrita ao repassamento do aprendizado através dos gestos técnicos e das
regras configuradas.
Entretanto, não se pode apenas educar a criança para o futebol, porém,
há uma necessidade de educar a criança através do futebol, utilizando-se de
uma metodologia funcional integrativa, caracterizada pelo espírito lúdico do
esporte, oportunizando a criança a se transformar em um ser crítico e ativo
dentro da comunidade e torná-la um elemento condutor e participativo no
crescimento e desenvolvimento social em seu meio. (BRACHT 1983).
•
"Escolinha" de Futebol como Jogo "Lúdico"
A Escolinha de Futebol como jogo "Lúdico" tem por objetivos:
• Oportunizar a criança construir (adaptar) as regras do jogo de futebol.
• Desenvolver a auto-realização.
• Incentivar e motivar as crianças visando a sua participação em atividades
recreativas.
• Massificar o futebol, oportunizando a participação de todos.
Discutir as regras, para uma possível adaptação à realidade da criança e
à sua capacidade de aprendizagem, estimulando o respeito à essas normas e
a responsabilidade de segui-las esperando tornar o jogo de futebol, lúdico, e,
um meio de educação e preparação para a vida, buscando coibir a violência no
contexto social.
É possível, através de um trabalho de conscientização, junto às crianças
participantes do projeto, estimular a participação em decisões e lutas
populares, noções da cidadania e uma melhor integração social.
Portanto, com base no exposto procurou-se relatar a realidade de uma
criança carente, definindo agressão e o comportamento dessa criança,
enfatizando os aspectos do desenvolvimento moral e social e caracterizá-lo em
suas diferentes faixas etárias. Foram discutidos seu desenvolvimento social,
suas relações sociais e as aplicações da atividade físico-esportiva sob dois
aspectos distintos, apontando a Metodologia Funcional Integrativa, como meio
de promover uma melhor relação social das crianças.
Esta revisão permitiu uma melhor compreensão e dimensão do
problema através de um referencial teórico para que fosse possível elaborar
uma
proposta
de
educação
através
do
jogo.
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
PLANO PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO E INTEGRAÇÃO SOCIAL
PARA CRIANÇAS ATRAVÉS DO JOGO DE FUTEBOL DE CAMPO.
• Introdução
O despertar para este trabalho sobre o relacionamento social da criança,
originou-se nas aulas de Educação Física na Escola de 1º e 2º Graus
"Leopoldo Fróes", localizada no Bairro Largo da Batalha, Niterói, RJ, onde se
encontra um grande número de crianças pobres, refletindo sensivelmente em
agressões múltiplas, evidenciando um índice considerável de violência nesta
comunidade.
Freire e Medina, apud OLIVEIRA (1985), enfatizam o papel do educador
com a função socializante em preparar as crianças como agentes
transformadores, de um sistema superado e não passivos reprodutores e
seguidores de um sistema alienante.
Com base no exposto, pretende-se através da participação da
comunidade, alunos (crianças) e profissionais da área de educação,
desenvolver atividades lúdicas e educativas, utilizando o futebol de modo
integrativo e assim estimular o interesse pelo coletivo, pelas decisões em
conjunto, pelo respeito as opiniões e sugestões diversas. Pretendemos
colaborar para uma transformação da atual realidade, que contraria tudo isso,
alienando e tornando as crianças, cada vez mais, meros reprodutores e
seguidores do atual sistema.
• Objetivo Geral
Apresentar aos líderes comunitários, associações de bairro, secretarias
municipais e estaduais uma proposta de atividade na área de futebol, utilizando
a metodologia funcional integrativa, como uma forma de melhorar
o
relacionamento entre crianças no meio social.
• Objetivos Específicos
• Proporcionar à criança meios para a sua auto-realização;
• desenvolver o espírito cooperativista na criança;
• incentivar e motivar as crianças pelas realizações e participação em
atividades recreativas grupais;
• buscar alternativas para o desenvolvimento social harmonioso;
• proporcionar atividades comunitárias, por meio de palestras e filmes
educativos;
• integrar os diversos segmentos do bairro ao processo de convivência social
de seus moradores.
• Metodologia
Primeiro momento: reunião com os líderes comunitários, Escola e
Câmara Municipal, para expor o Plano-Proposta.
Segundo momento: reunião com as crianças, a serem envolvidas nesta
prática de ensino, para planejamento das aulas a serem dadas.
Terceiro momento: aulas práticas com momentos de paralisação e
discussão acerca das tarefas propostas.
Quarto momento: aulas teóricas, vídeos e palestras, com reflexões,
problematizações e sugestões.
Quinto momento: avaliação, que será feita a cada aula com
planejamento da aula seguinte, levando sempre em consideração as críticas e
as sugestões dos alunos.
Deixa-se claro que, periodicamente, serão feitas reuniões com a
comunidade para avaliação do Plano Proposta sob o aspecto de sua execução
prática/teórica.
• Metodologia Funcional - Integrativa
Esta metodologia está fundamentada basicamente:
1º) No conceito recreativo de educação do gesto desportivo, que propõe
o ensino dos esportes, através de séries metodológicas de jogos (Alberti e
Rothemberg, 1976: Dietrich et alii, 1978, apud BRACHT, 1983)
2º) Na análise de integração nos jogos realizada por Knut Dietrich, apud
BRACHT (1983). Nesta análise, o autor ressalta que para ocorrer a
aprendizagem social não pode simplesmente, ser imposto aos alunos um jogo
ou um esporte previamente normatizado e regulamentado, mas que essa
regulamentação deva ser o produto de interação, discussões, reflexões, com a
criação de papéis representativos pelos próprios alunos;
3º) Na ação pouco manipulativa do professor, ou seja, em um nível
mínimo de diretividade, portanto, dentro de uma concepção mais humanística
de educação.
•
Metodologia e sua Aplicação
a) Será feito um trabalho de conscientização da comunidade em geral,
principalmente da clientela envolvida, buscando uma reflexão dos
problemas que afligem a comunidade, estabelecendo, assim, uma
escala de prioridades e uma possível relação destas, com o trabalho
e o esporte.
b) Promover festivais de futebol, com caráter recreativo e educativo nas
Escolas e áreas livres da comunidade
c) Valorizar a participação e a responsabilidade mútua bem como
aqueles que contribuírem para o trabalho comunitário
d) Oportunizar à criança o conhecimento das regras, da história do
futebol, dos fundamentos técnicos e noções do jogo, estimulando
sempre a consciência crítica.
A seguir são apresentados alguns quadros relacionados com o Plano
Proposta e estimativas de modo geral. ( ver, lista de tabelas)
• Avaliação do Plano
Será feita por meio de questionários aplicados junto aos moradores da
comunidade, bem como nas Escolas, antes, durante e depois da realização do
projeto, em relação aos fatores socialmente observáveis, listados a seguir:
FATORES OBSERVÁVEIS:
− Agressão física e verbal, no lar, no ambiente escolar e no jogo, bem como
na comunidade;
− Lealdade no jogo e na comunidade;
− Interação no lar, na Escola, no jogo e na comunidade;
− Amizade, respeito, cooperação e honestidade;
− Liderança e companheirismo;
− Participação em outras atividades extra-jogo;
− Participação na elaboração das regras e sua aceitação com críticas e
sugestões.
Este indicadores servirão para nortear as perguntas e questões que comporão
o questionário.
CAPÍTULO IV
CONCLUSÕES
Com base na revisão de literatura pode-se concluir ser possível
desenvolver um trabalho junto à comunidade, lar e escola, onde, por meio do
jogo recreativo, certamente, poder-se-à contribuir de maneira significativa para
uma melhor relação social entre as crianças e a comunidade.
Conclui-se, ainda, que o futebol trabalhado junto à criança, com caráter
recreativo, participativo e educativo, poderá proporcionar benefícios para um
maior número de participantes e com isso possibilitar maior integração social.
O esporte trabalhado apenas com o objetivo de formar atletas, exerce
uma função segregadora, ou seja, seleciona alguns em detrimento dos demais.
Isso, na maioria das vezes, causa um clima de competição entre os integrantes
de uma Escola ou "Escolinha" de futebol, sustentando e aumentando cada vez
mais um clima de desrespeito mútuo, falta de colaboração e trabalho em
equipe.
Será possível, com este estudo, vivificar estes problemas ligados à
prática esportiva tradicional, em especial o futebol, e, intervir com sugestões e
atividades, proporcionando a abertura de possibilidades de participação igual à
todos.
Enfim, não se pretende aqui tornar as crianças meras reprodutoras de
conteúdos e formas de ensino, mas respeitar o seu desenvolvimento normal,
segundo os autores citados neste estudo, proporcionando a elas vivificar,
através do futebol experiências coletivas e individuais variadas, a fim de
ampliar não só o conhecimento ligado ao esporte (jogo) mas à formação do
homem e sua relação com o meio social em que vivem.
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VAGO, T. M. & Souza, E. S. (1997). Trilhas & Partilhas. Belo Horizonte: GEC
LISTA DE TABELAS
ESTIMATIVAS
QUADRO 1 - Recursos Humanos
N.º de ordem
01
02
03
04
Discriminação
Profissional de Educação Física
Assistente Social
Estagiários (acadêmicos de Ed. Física)
Auxiliares de serviços gerais
Quantidade
02
01
02
04
QUADRO 2 - Recursos Materiais Permanentes
N.º de ordem
Discriminação
Quantidade
01
02
03
04
05
Balança Antropométrica
Mesa
Cadeira
Máquina de Datilografia
Bebedouro
01
01
02
01
01
QUADRO 3 - Recursos Materiais de Consumo
N.º de ordem
01
02
03
04
05
06
07
08
09
Discriminação
Bolas de borracha
Bolas de Futebol "Mirim"
Jogos de camisa
Bombas de encher bola
Apito
Cordas
Pranchetas
Canetas
Papéis
Quantidade
20
10
02
02
04
10
04
04
2 resmas
QUADRO 4 - Instalações Necessárias
N.º de ordem
01
02
03
Discriminação
Campo de Futebol ou "Área Livre"
Quadra
Sala ou área coberta
Quantidade
01
01
01
Download

O USO DO FUTEBOL PARA CRIANÇAS COMO MEIO