Biotecnologias e Impactos
Sócio-Ambientais
Lázara Regina de Rezende
SSB – Regional Paraná
Biotecnologia:
Conjunto de conhecimentos técnicos e
métodos, de base científica ou prática, que
permite a utilização de seres vivos como
parte integrante e ativa do processo de
produção de bens e serviços
A biotecnologia tem alcançado uma crescente
importância na sociedade, interagido nas mais
deferentes áreas como :
no campo intelectual,
eticamente, em seus efeitos formativos
sobre identidades humanas;
socialmente, com relação à definição,
normalização e patologização da diferença
humana e no meio ambiente.
“O Século da Biotecnologia traz consigo uma nova
base de recursos, um novo conjunto de
tecnologias transformadoras, novas formas de
proteção comercial para estimular o comércio, um
mercado de trocas global para resemear a Terra
com um segundo Gênese artificial, uma ciência
eugênica emergente, uma nova sociologia de
suporte, uma nova ferramenta de comunicação
para organizar e administrar a atividade
econômica no nível genético e uma nova narrativa
cosmológica para acompanhar a jornada”
(Rifkin, 1999, Século da Biotecnologia).
“....no século XXI, as instituições comercializam
cada vez mais idéias, e as pessoas, por sua vez,
compram cada vez mais acesso a essas idéias
[...]. É a superioridade da mente sobre a matéria
na nova era. [...] Isso não deve sugerir, no
entanto, que a exploração egoísta gananciosa e
comercial esteja diminuindo também. Na verdade,
a Era do Acesso provavelmente será muito mais
exploradora. Controlar idéias, no mundo de hoje, é
mais poderoso que controlar espaço e capital
físico” (Rifkin, 2001, A era do acesso ).
Em outras palavras, não mais
aplicamos os esquemas e a lógica contidos na
tecnociência apenas ao trabalho manual
ou mesmo à máquina artificial, mas também às
nossas próprias concepções de
sociedade, vida e homem.
É esse o sentido da preocupação que assola os
pesquisadores nessa nova área que
abrange, independentemente de vontade, a
sociedade como um todo. Será que todo o
avanço biotecnológico alcançado é válido para dar
dignidade ao ser humano? Até que
ponto essa evolução não afronta a ética, a moral e
os costumes de uma dada sociedade?
Utilizar
e alterar organismos vivos ou suas partes
funcionantes, células, organelas e
moléculas, para gerar produtos, processos e
serviços especializados com aplicações
diversas nas áreas da saúde, Agropecuária
e Meio ambiente.
Apesar de seus inúmeros benefícios, a
biotecnologia tem provocado
inúmeros debates e controvérsias,
(biodiversidade, patentes, ética).
É com Projeto Manhattan e o seu trágico
desfecho, que o otimismo da era moderna
começa a ser questionado, inicia-se o
processo de criticas à ciência e à técnica e
sua associação ao risco.
O processo de modernização, associou a
produção de bens à produção de riscos,
sendo concebidos e distribuídos como uma
parte necessária do progresso e passíveis
de previsão e controle .
Como avanço das conquistas da
ciência (biotecnologia), o risco
ganha dimensão e reveste-se de
uma maior complexidade, o que
impede que seja conhecido e
contido antecipadamente.
A Sociedade Industrial cede
gradativamente à Sociedade de
Risco.
Diante de ameaças diferenciadas,
a sociedade industrial perdeu a
capacidade de controlar
adequadamente os efeitos
residuais do progresso, o que
revelou a insuficiência dos seus
padrões de segurança.
(Ferreira, 2008)
SOCIEDADE DO RISCO
Anthony Giddens e Ulrich Beck.
Fase do desenvolvimento da
sociedade moderna onde os riscos
sociais, políticos, ecológicos e
individuais, criados pelo momento
da inovação, iludem cada vez mais
as instituições de controle e
proteção da sociedade industrial
(BECK, 1995).
Distinção entre Perigo e Risco
Perigo: têm causas essencialmente
naturais, ou seja, originam-se a
partir das variações do próprio
ambiente, fatores externos.
Risco: origina-se de atividades
humanas, pois para eliminar o
perigo, o homem passou a agir
sobre o meio e, empregando a
técnica como instrumento, fez
surgir os riscos
Desta forma, risco pode ser
compreendido como a
representação de um
acontecimento provável e incerto
que se projeta no futuro através de
determinações presentes.
Distingue-se do perigo pela sua
dimensão racional, ou seja, pelo
fato de resultar de ações e
decisões humanas.
A manipulação genética de um animal
envolve diversas decisões: decide-se sobre
o gene a ser introduzido, sobre o vetor a ser
utilizado e sobre a técnica a ser empregada.
O próprio ato de manipular já foi ele mesmo
precedido por uma decisão fundamentada
em expectativas. Esse conjunto de decisões
envolve probabilidades que são incertas não
apenas quanto à sua ocorrência, mas
também quanto à sua dimensão.
É nesse espaço de conflitos que nasce o
conceito de irresponsabilidade
“um encadeamento de mecanismos
culturais e institucionais pelos quais as
elites políticas e econômicas encobrem
efetivamente as origens e conseqüências
dos riscos [...] catastróficos da recente
industrialização (Goldblatt, 1998).
Nesse sentido, os riscos constituem uma forma de
reflexividade institucionalizada e revelam-se
fundamentalmente ambivalentes. De um lado,
conferem expressão ao princípio da aventura; de
outro, os riscos fazem surgir o questionamento
sobre quem se responsabilizará pelas
conseqüências, e se as medidas e métodos de
precaução e de controle da incerteza fabricada
nas dimensões do espaço, tempo, dinheiro,
conhecimento/desconhecimento, dentre outras,
são adequadas e apropriadas ou não.
(BECK, 2000)
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