01-03 capa e editorial:Hipersuper DISTRIBUIÇÃO Marketing de nostalgia 31-07-2014 16:41 Página 01 ESTRATÉGIA MARCAS Qual é a sua história?, por Edson Athayde Unilever reforça presença industrial em Portugal A Jerónimo Martins Distribuição está a tirar partido do marketing de nostalgia para reconectar a ligação entre os portugueses e a marca de caramelos Werther’s Captar a atenção de quem nos ouve é, talvez, um dos maiores desafios de hoje para as marcas. O publicitário Edson Athayde revela alguns truques A Unilever Jerónimo Martins investiu €30 milhões de euros para modernizar a fábrica de Santa Iria da Azóia. Um dos objectivos é exportar mais PÁG. 08 PÁG. 12 PÁG. 24 O Jornal de negócios para profissionais da distribuição e produção #314 AGO 2014 www.hipersuper.pt Directora: Rita Gonçalves• Ano XXIII • Preço: 5.00 euros • Mensal para assinantes• Uma publicação WORKMEDIA ESPECIAL Água engarrafada e Pet Food&Care Conheça as marcas líderes no retalho, os segmentos mais dinâmicos, as principais tendências de consumo e impacto das promoções nas categorias em análise “O desafio hoje é optimizar a dimensão das lojas”. PÁG. 04 pág. 14 DISTRIBUIÇÃO Folhetos: GPS da poupança O folheto promocional é actualmente o guia indispensável das compras de supermercado para a maioria dos portugueses pág. 10 Mais eficiência na gestão do espaço das lojas e conferir a cada categoria o espaço estritamente necessário para oferecer um bom serviço, estão entre os principais desafios da distribuição grossista, segundo Jose Maria Cervera, director-geral da Makro Ibérica EDITORIAL 01-03 capa e editorial:Hipersuper Rita Gonçalves [email protected] 31-07-2014 16:41 Página 02 Agosto 2014 DIXIT "Os objectivos da indústria não são manter a nossa saúde ou o nosso peso – são vender-nos mais comida. Se uma empresa que faz comida processada incluir um cereal integral, isso ajuda? Junk food continua a ser junk food, mesmo que seja 10% melhor" O futuro do cash&carry 1. Não há muitos meses, muitos davam como certo o fim dos cash&carry. Afinal, o formato que se está a reinventar um pouco por todo o Mundo ainda não esgotou e, algumas previsões, dão conta de crescimentos importantes nos próximos anos. Segundo o Planet Retail, por exemplo, a distribuição grossista deverá crescer globalmente a uma média anual de 6,2% nos próximos anos, tendo como motor de crescimento o formato 'Wholsale Club'. Curiosamente, o formato em que aposta o Cosco, operador norte-americano que acaba de aterrar em Espanha. Assim, não podíamos deixar passar a oportunidade de entrevistar o director-geral da Makro Ibérica, que esteve de visita a Portugal muito recentemente. O responsável pelo destino da cadeia grossista em Portugal e em Espanha explicou os motivos que levaram ao fecho de muitas lojas em Portugal e o que é que a insígnia está fazer para se adaptar aos novos tempos e aos clientes de hoje. Não perca a entrevista que abre esta edição. 2. Há rumores que já nesta época natalícia os utilizadores do Twitter vão poder comprar produtos através de um simples tweet, conta-nos Pedro Fernandes, director de marketing da Edigma. É uma nova fase para o comércio electrónico, já que deixa de ser necessário visitar uma loja online, basta que o utilizador esteja numa rede social para fazer compras. Uma boa notícia para os retalhistas? Leia o artigo do nosso colaborador residente, na página 03. Michael Pollan, jornalista e escritor, in Ípsilon (Público), 25 Julho 2014 “A Sonae e a Condis estão a estudar o mercado e a analisar as oportunidades que têm para desenvolver um projecto de retalho alimentar [em Angola]. Os parceiros estão a envidar esforços para abrir a primeira unidade o mais breve possível” Fonte oficial da Sonae, in Público, 20 Julho 2014 “A curto prazo, se as fases iniciais da aplicação [do acordo de comércio e investimento entre a UE e os EUA] assumirem o cenário moderado, o impacto estimado para Portugal será de 0,66% do PIB” Estudo do Centro de Investigação de Política Económica, citado in Jornal de Negócios, 31 Julho 2014 "“Fixámos objectivos muito ambiciosos para a Wiko este ano, mas também realistas. Prevemos vender 230 mil unidades em Portugal e atingir uma facturação aproximada de 25 milhões de euros"” Manuel Ferreira, director-geral da Wiko em Portugal, in Diário Económico, 31 de Julho 2014 O Hipersuper errou: Na última edição, escrevemos incorrectamente o nome de Mariano Tudela, Vice-Presidente de Vendas da Checkpoint. As nossas desculpas ao visado e aos leitores ficha técnica Propriedade Workmedia, Comunicação, SA Propriedade & Editor Workmedia, Comunicação, SA • [email protected] • www.workmedia.pt Conselho de Administração Pedro Corrêa Mendes Director Administrativo e Financeiro Eduardo Portugal Ribeiro Sede Av. Guerra Junqueiro 10 – 6º Esquerdo, 1000-167 Lisboa Directora Rita Gonçalves - [email protected] Fotografia Frame It, Fotolia.com Paginação Paula Dias - [email protected] Publicidade Margarida Magalhães (directora) - 210994189 - [email protected], Teresa Albuquerque (comercial) - 210987574 - [email protected] Venda de informação (assinaturas) Graça Dias - 210992242 - [email protected] Estudo Gráfico Rui Camacho - 210987892 - [email protected] Impressão Fernandes & Terceiro, S.A. - Artes Gráficas, Rua Nossa Sra. da Conceição, 72794014 Carnaxide Periodicidade Mensal Registo no ICS nº 114987 - Depósito Legal nº 44 403/91 Tiragem - 2.500 exemplares Assinatura €60 euros (anual) Reservados os direitos de reprodução, distribuição ou disponibilização a terceiros dos conteúdos publicados. 02 w w w . h i p e r s u p e r . p t 31-07-2014 16:41 Página 03 OPINIÃO 01-03 capa e editorial:Hipersuper Agosto 2014 Como vender em 140 caracteres? A 15 de Janeiro de 2009, um Airbus levanta voo do Aeroporto de LaGuardia, Nova Iorque, com destino a Seattle. Eram quase 15h30, e o voo foi bem mais curto do que o esperado. Minutos depois de ter levantado, o piloto é obrigado a fazer uma manobra de emergência e pousa no rio Hudson. A notícia propagou-se imediatamente no Twitter, com vários utilizadores a relatar a experiência ao vivo. Apenas 15 minutos depois, a notícia surgiu nos principais órgãos de comunicação social. Foi também no Twitter que, em primeira mão, foi anunciada a morte de Osama Bin Laden, através de um excolaborador de Donald Rumsfeld. Outros eventos de relevo mundial, como a existência de água em Marte, a morte de Whitney Houston ou os atentados na Maratona de Boston, foram também tornados públicos através do Twitter. Esta rede social está actualmente avaliada em quase 22 mil milhões de dólares. Os dados existentes mostram que os seus 255 milhões de utilizadores mensais utilizam a plataforma como um meio de comunicação, tornando-a numa ferramenta de partilha de informação por excelência e que frequentemente se antecipa às mais prestigiadas cadeias noticiosas. Dentro em breve, esta plataforma poderá ser muito mais do que isso. COMPRAR NO TWITTER Em Janeiro deste ano, foram publicadas algumas imagens de uma 'app' chamada 'Fancy' mostrando um botão que permite comprar produtos directamente através do Twitter. Apesar de nada ter sido confirmado oficialmente, foi um indício daquilo que pode estar em desenvolvimento. Em Maio, foi anunciada uma parceria com a Amazon que permite aos utilizadores adicionar um produto ao carrinho de compras escrevendo um tweet. Embora esta integração não permita o pagamento através do Twitter - essa componente é efectuada pela plataforma da Amazon - é mais um passo desta plataforma na direcção do e-commerce. Mais recentemente, a 16 de Julho, o Twitter anunciou a aquisição da 'CardSprings'. Esta empresa permite que retalhistas criem cupões online que são associados a um cartão de crédito. Quando o utilizador faz compras numa loja física, recebe o desconto associado ao cupão. Numa fase inicial, esta integração requer que o utilizador escreva uma frase específica para associar o cupão ao seu cartão de crédito. É expectável que no futuro seja apenas preciso clicar num botão. Com esta ferramenta, o comércio local pode criar promoções geolocalizadas e captar clientes através da Internet, fazendo a transição do online para o offline. A mensurabilidade e rastreabilidade destas campanhas são outra vantagem. Existem rumores que o Twitter irá permitir comprar produtos com um simples tweet a tempo da próxima época natalícia. Se tal vier mesmo a acontecer, podemos estar perante uma nova fase do comércio electrónico, na qual a ausência quase total de fricção neste processo de compra associada ao contexto da mesma não é preciso visitar uma loja online, basta que o utilizador esteja numa rede social - poderá ter um impacto significativo no comportamento do consumidor. Existem três factores a contribuir para este impacto: 1) a confiança na marca que “tweeta”, 2) o carácter impulsivo deste tipo de compras e 3) um processo de compra rápido, intuitivo e sem fricção. O sucesso desta (e de outras) iniciativas depende de inúmeros factores, alguns dos quais o Twitter não controla, e muitos dos quais este autor desconhece. Praticar futurologia em tecnologia devia ser considerado um desporto radical. Ainda assim, se fosse retalhista sentir-me-ia bastante optimista com estas notícias.H Pedro Fernandes director de marketing da Edigma 03 w w w . h i p e r s u p e r . p t 04-11 distribuicao:Hipersuper 31-07-2014 16:41 Página 04 distribuição photo: Frame It Agosto 2014 “O desafio hoje é optimizar a dimensão das lojas” Mais eficiência na gestão A ao cliente para que este nos encare não apenas como um mero fornecedor mas um sócio em quem podem confiar para fazer negócios. Este é o valor diferencial da Makro. Os produtos podem ser copiados, os preços também, assim como a apresentação. Mas, esta relação do cliente com os nossos colaboradores não. É quase uma relação de amizade. pós a reestruturação do negócio em Portugal, que levou à saída de 305 trabalhadores e à união dos negócios na Península Ibérica, a Makro revolucionou a estratégia. Em 2013, a filial portuguesa do grupo alemão Metro implementou um novo modelo de negócio e conseguiu recuperar, desde a implementação da nova estratégia, 41.400 clientes. O passado e o futuro da Makro, em discurso directo. Não há muito tempo, muitos consideraram que o formato cash&carry tinha os dias contados. O que têm vindo a mudar para se adaptarem aos novos tempos e ao consumidor de hoje? O que se passou foi que o sector não evoluiu. O principal motivo que levou ao encerramento de muitos operadores, tristemente, aqui em Portugal, foi a falta de evolução para dar resposta às novas necessidades dos clientes. O tradicional formato de cash&carry, tal como foi pensado ao início, não podia viver para sempre. Por outro lado, o sector da distribuição evoluiu com muitissíma rapidez. 04 w w w . h i p e r s u p e r . p t Os cash&carry não foram capazes de ver a tempo a necessidade de mudança e muitos ficaram pelo caminho. Se podemos falar de algo positivo neste processo, é que todos nos demos conta que temos de evoluir, e muito rápido, ou teremos a mesma sorte. Não é só a Makro. Outros operadores estão a incrementar mudanças. Penso que estamos todos a evoluir na apresentação, nos produtos e no serviço. No serviço, estamos a acrescentar algo, para mim fundamental, que é o coração. Os nossos colaboradores de Portugal têm essa capacidade de dar o coração do espaço nas lojas e conferir a cada categoria a dimensão estritamente necessária para oferecer um bom serviço, estão entre os principais desafios do sector grossista, revela Jose Maria Cervera, Director-Geral da Makro Ibérica A estratégia está a dar frutos? Sim. Há pouco menos dois anos, a situação da Makro em Portugal era muito complicada. Durante os últimos oito a dez anos, praticamente 04-11 distribuicao:Hipersuper 31-07-2014 16:42 Página 05 distribuição Quais os resultados do último exercício? Em 2012, facturámos 346 milhões de euros e, no ano passado, 258 milhões de euros. Mas, o nosso ano fiscal mudou no ano passado. Passou a ser de Outubro a Setembro. Ou seja, conseguimos parar a quebra das vendas e temos agora de acelerar o crescimento dos lucros, que crescem embora não tanto como gostaríamos. E a evolução da quota de mercado? Este ano, aumentámos a quota em 5%. No último exercício fiscal, crescemos quase 2%. Qual a contribuição do canal online no desenvolvimento deste formato? Estamos a prestar um serviço de entrega da mercadoria no estabelecimento do cliente. É o embrião, o primeiro passo, do que poderá vir a ser o comércio electrónico dentro da Makro. Mas, ainda não temos vendas online. As vendas com entrega no espaço do cliente representam cerca de 10% do nosso negócio. No futuro, temos que desenvolver o comércio electrónico, mas hoje ainda não temos sequer um plano para fazê-lo, porque acreditamos que ainda temos muito para desenvolver na loja. Como imagina a loja cash&carry no futuro? Imagino lojas mais pequenas, com um foco muito maior no cliente do dia-a-dia, com um sortido não alimentar mais especializado do que vemos hoje nas lojas, com parceiros muito profissionais e funcionários que sorriem todos os dias. Grandes lojas, como a de Alfragide, com cerca de 15 mil metros, hoje deixam de fazer sentido. Teremos de ser muito mais eficientes na gestão do espaço e, agora, ainda não o somos. photo: Frame It todos os anos, perdemos vendas, lucros e quota de mercado. Há pouco mais de um ano, de forma sustentável, quase todos os meses, com uma ou outra excepção, estamos a ganhar quota de mercado e mudámos a tendência negativa das vendas. Em 2013, em alguns meses, crescemos entre oito a dez por cento, e este ano estamos à espera de uma situação muito similar à do ano anterior. Parámos a quebra das vendas e agora temos de ser capazes de recuperar os lucros que os nossos accionistas estão à espera da Makro Portugal. VISITA GUIADA À LOJA DE ALFRAGIDE José Maria Cervera, Director-Geral da Makro em Portugal e Espanha, recebeu o Hipersuper para uma entrevista na loja de Alfragide, com paragem nas áreas recentemente remodeladas do ponto de venda Atendimento exclusivo Nasceu na loja de Alfragide um espaço próprio para o aconselhamento profissional dos clientes. Seja para fazer projectos de cozinhas e salas de restaurante ou projectos de disposição dos produtos em linear, aqui, a atenção ao cliente é exclusiva. “Esta é uma das principais inovações do nosso negócio. Os nossos clientes estavam à procura de mais atenção e de um melhor atendimento. Este balcão está disponível em quase todas as lojas, excepto em algumas de pequena dimensão”. Bebidas destiladas “À semelhança do que fizémos na garrafeira de vinhos, melhorámos o linear das bebidas destiladas, agora muito mais apelativo e moderno, com a intenção de dar mais visibilidade às bebidas que podem realmente oferecer um valor acrescentado aos nossos clientes de hotelaria”. O objectivo é ajudar os clientes a subir o 'ticket' médio dos restaurantes, com o lançamento de um cocktail novo, por exemplo. “Se o cliente beber um cocktail, que custa entre €6 a 10, em lugar de uma cerveja, está a incrementar o ticket em cerca de €5. Esta formação que damos aos clientes valoriza toda a cadeia e confere mais possibilidade de êxito ao negócio. Temos de ser sócios dos nossos clientes para isto também, para ajudar a vender mas sobretudo para dar formação que os ajude a gerar valor no seu negócio”. Frescos A zona dos frescos é o pulmão da loja. “É onde depositamos cada vez mais esforços. Os nossos clientes precisam de frescos todos os dias. Estes produtos fazem com que os clientes confiem mais em nós, nos visitem com mais frequência e, naturalmente, comprem outros artigos”. Em secções como o peixe, a Makro está a crescer cerca de 15%. Na carne, as vendas aumentaram 12%. Nas frutas, no mês passado, vendemos 30 mil unidades a mais do que em igual período do ao anterior, refere José Maria Cervera. Marcas próprias Estão espalhadas pela loja, presentes em quase todas as categorias, e representam 21% das vendas em Portugal. “Em Espanha, representam mais, cerca de 25%”. Um total de 80% das marcas próprias que a Makro comercializa são compradas a fornecedores portugueses. Os produtos comercializados disponibilizam informação nos dois idiomas - português e espanhol - para facilitar as trocas comerciais entre os dois países, explica o director-geral da Makro em Portugal e Espanha. 05 w w w . h i p e r s u p e r . p t >>> 04-11 distribuicao:Hipersuper 31-07-2014 16:42 Página 06 distribuição Agosto 2014 >>> Para prestar um bom serviço aos nossos clientes, não precisamos de tanto espaço. Podemos dar um serviço igualmente bom com menos espaço do que temos actualmente nas lojas. No futuro, todos teremos lojas mais pequenas. Quando poderemos voltar a falar em expansão? Temos de dar aos accionistas aquilo que estão à espera. Afinal, este é um exercício de tu dás-me e eu dou-te. O formato cash&carry está expandir mais nos mercados emergentes do que nos maduros. É verdade. A parte mais importante do investimento em novas aberturas do grupo está nos mercados emergentes. Não podemos, no entanto, esquecer que uma parte importante do negócio está nos mercados maduros, e os mercados maduros podem vender mais, a mais clientes, e rentabilizar os seus negócios. Se somos capazes de dar fomação aos clientes para que façam as coisas de forma diferente e ofereçam serviços e produtos diferenciados aos clientes, então, vamos gerar mais negócios. Os mercados maduros têm ainda muitas oportunidades de crescimento. De que forma o sector tira partido das novas tecnologias? Marcamos presença nas redes photo: Frame It Qual a implicação das mudanças na localização das lojas? Quanto mais perto estamos dos clientes, melhor. Em França, Itália e Espanha já se começaram a fazer lojas nos centros das cidades. Isto permite que o cliente, em praticamente dez minutos, sai e regressa ao estabelecimento com as compras. No dia em que possamos voltar a falar em expansão, esta será também uma tendência. “A parte mais importante do investimento do grupo em novas aberturas está nos mercados emergentes. Não podemos, no entanto, esquecer que uma parte importante do negócio está nos mercados maduros. E os mercados maduros podem vender mais, a mais clientes e rentabilizar os seus negócios” sociais. Estamos a fazer pequenas incursões para testar a nossa preparação para estar no canal digital. O que é claro é que cada vez mais os nossos clientes têm como ferramenta de trabalho estas plataformas. Temos MAKRO PORTUGAL EM NÚMEROS Metros quadrados....................................................79.164 m2 Área de venda alimentar ........................................50.960 m2 Área de venda não alimentar ................................28.204 m2 Plataformas logísticas............................................Torres Novas (8.180 m2) Caixas de Saída .......................................................5.453 Nº de referências ....................................................35.000 Vendas .......................................................................€258 milhões (Janeiro a Setembro) Clientes registados em 2013................................275.316 Peso das marcas próprias ....................................21% Colaboradores...........................................................1.190 06 w w w . h i p e r s u p e r . p t de nos desenvolver para acompanhar os nossos clientes e para que a comunicão entre nós seja cada vez mais rápida e fluída. Actualmente, temos um sistema, que designamos de sistema de reconhecimento do cliente, à entrada da loja. O cliente passa o cartão no leitor e um funcionário é alertado para acompanhá-lo ao longo da compra. Segundo algumas estimativas, o sector cash&carry deverá crescer globalmente a uma média anual de 6,2% nos próximos anos, tendo como motor de crescimento o formato “Wholsale Club”. O que pensa deste formato? O “Wholsale Club” é o modelo utilizado pela Cosco. Que entrou agora em Espanha. Sim, está em Sevilha, desde 15 de Maio deste ano. Eu tenho algumas dúvidas que o sector possa derivar num “Wholsale Club”, porque, afinal, este formato significa que cada um dos clientes dessa insígnia tem de pagar uma quota anual para poder fazer compras. Por outro lado, o conceito aposta num sortido muito reduzido. Nós temos um sortido com 30 mil referências e o formato “Wholsale Club” tem cerca de 3 mil. Mas, o que é claro é que são mais concorrentes e não podemos descurar o seu acompanhamento, mas o desenvolvimento será mais lento do que o plano que a Cosco havia desenvolvido inicialmente. Em Espanha, havia planos para abrir uma segunda loja ainda em 2014 e o projecto foi adiado para 2015. Que impacto teve no sector a chegada da Cosco a Espanha? Em primeiro lugar, é mais uma pessoa a comer da mesma tarte. Ou seja, alguém tem de sofrer com a sua chegada. Em segundo lugar, vai-nos obrigar a estar muito mais atentos à evolução. E a Cosco tem secções muito fortes. Primeiras marcas a preços agressivos, sobretudo na alimentação. E têm formatos grandes, muito grandes mesmo, em muitos artigos importados dos 04-11 distribuicao:Hipersuper 31-07-2014 16:42 Página 07 distribuição EUA e Canadá. Há alguns produtos que aqui não temos. O factor novidade e de exclusividade de sortido é algo que vai favorecer a Cosco. Mas, creio que para ter êxito vai levar tempo pelos condicionalismos que enumerei. Em Portugal, uma parte importante das vendas em grande consumo é feita com promoções. Qual a vossa estratégia em preço? Uma das primeiras medidas que tomámos quando o negócio ibérico se uniu foi adoptar os preços médios praticados pelo mercado. Nos últimos anos, havíamos perdido competitividade em preço e, por isso, no primeiro ano, investimos 5 milhões de euros só para repocisionar os preços. Hoje, estamos num nível competitivo razoável, não podemos nem queremos ser os mais baratos em tudo, mas precisamos de ter um preço competitivo, qualidade, serviço e um sortido que mais ninguém tenha. Estamos convencidos que com um preço razoável e todo o valor acrescentado que o nosso pessoal e os nossos produtos oferecem, conseguimos diferenciar-nos da concorrência. A guerra de preços, afinal, não traz valor a ninguém. É verdade que na situação de crise que tivémos ajudou a que muitas famílias possam ter mantido o consumo, mas não é uma solução. Em Portugal, em Maio, as compras nas nossas lojas cresceram 5%. Isto quer dizer que as coisas estão a melhorar e o preço não pode ser a única razão que leve um cliente a comprar em determinado estabelecimento. Por que se é só o preço, isso é fácil de copiar. Se opto por cobrar mais um cêntimo mas ofereço um serviço diferenciador e personalizado, não vou deixar de ter clientes. A reorganização do sortido e das lojas em Portugal já está concluída? A primeira fase de conversão das lojas para o novo modelo de negócio do grupo já está concluída. Em algumas das lojas mais pequenas, como a de Leiria e Cascais, não o fizémos porque representam um conceito diferente. Qual principais desafios para a marca agora? Entender se o espaço que temos hoje actualmente nas lojas é rentável. O que podemos fazer para melhorar a gestão daquele espaço. E dar a cada MARCAS PRÓPRIAS DA MAKRO Aro Um total de 570 artigos alimentares e não alimentares básicos, como produtos de mercearia e detergentes, cujo grupo-alvo são hotéis, restaurantes, comércio e empresas e escritórios Fine Food Artigos alimentares e de higiene pessoal, como charcutaria, congelados ou gel de banho, destinados às lojas de conveniência , quiosques, gasolineiras e lojas independentes do comércio alimentar. Segundo a Makro, os preços são em média 20% mais baixos quando comparados com a marca do fornecedor Horeca Select É uma linha profissional para hotéis, bares, cafés, serviços de catering e restaurantes, com mais de 1.000 artigos do sector alimentar e não alimentar, como ferramentas para a cozinha e especiarias, por exemplo H-Line Criada a pensar nas necessidades de hotéis de pequena e média dimensão, esta gama reúne mais de 350 artigos não alimentares , como toalhas, mobiliário e porcelanas Rioba Cerca de 100 artigos não alimentares e alimentares para bares, cafés e escritórios. Café, chá, chocolate e copos, são alguns exemplos. Sigma Para comerciantes, prestadores de serviços e cantinas, esta gama é constituida por um sortido com 200 artigos essenciais do 'backoffice', como papel, material de impressão e mobiliário de escritório, entre outros “Não podemos nem querermos ser os mais baratos em tudo, mas precisamos de ter um preço competitivo, qualidade, serviço e um sortido que mais ninguém tem. Com um preço razoável e o valor acrescentado do nosso pessoal e dos nossos produtos, conseguimos a diferenciação da concorrência. A guerra de preços, afinal, não traz valor a ninguém” uma das categorias o espaço que realmente necessitam para prestar um bom serviço. Em alguma ocasiões, quando entramos numa loja, aqui ou noutras insígnias, damos-nos conta de espaços vazios. E não pode ser. A apresentação da mercadoria tem de ser adequada para que o cliente identifique rapidamente o que necessita. O próximo passo tem de ser a optimização dos metros quadrados do espaço comercial de acordo com as necessidades do cliente. Pela segunda vez consecutiva apoiaram as Festas de Lisboa. Como correu? Muito bem. Somos fornecedores de todos os que formam da parte das festas de Lisboa, dos arraiais e dos cafés e restaurantes. Nos arraiais, as vendas no período dos santos populares cresceu cerca de 105%. A Makro foi distinguida com a 6ª posição no ranking do 'Great Place to Work' Portugal 2014 para empresas com mais de 250 colaboradores. Os colaboradores estão no topo das vossas preocupações? Sim. Este prémio é concedido com base nas declarações dos próprios colaboradores da empresa. Damos o coração aos nossos colaboradores. Estamos todos a lutar pelo mesmo objectivo. Se há algo que podemos estar orgulhosos é que todos sentimos actualmente que temos as rédeas da Makro e todos sabemos onde queremos ir. Ser o melhor apoio dos negócios independentes, estando mais perto dos clientes. Como estima que evolua o negócio da Makro até ao final do ano? Tenho boas vibrações. Portugal está ainda na ressaca da saída da Troika mas há um optimismo geral. Em Portugal, mas também em Espanha, as pessoas que mantiveram o seu emprego e não viram reduzido o seu poder de compra, pouparam mais. Em Portugal, mais ainda. E agora que a situação melhora, essa poupança que não tinham intenção de gastar, começam a gastar. E essa poupança que durante anos esteve parada entra na economia. Se o Governo tomasse a iniciativa de reduzir o IVA na restauração, por exemplo, certamente dinamizaria o sector da hotelaria. Quais as categorias que mais beneficiam com a animação do consumo? Os frescos. É também a categoria que mais nos ajuda a crescer. As lojas, por volta das 8h da manhã, parecem verdadeiros mercados com imensa gente a circular entre os corredores dos percíveis. H 07 w w w . h i p e r s u p e r . p t 04-11 distribuicao:Hipersuper 31-07-2014 16:42 Página 08 distribuição Agosto 2014 Werther's aposta em marketing de nostalgia. Para reconectar a ligação entre a marca alemã de rebuçados e os consumidores portugueses, a Jerónimo Martins Distribuição está a apostar no marketing de nostalgia photo: D.R. A centenária marca alemã de rebuçados Werther's, comercializada em Portugal pela Jerónimo Martins Distribuição (JMD), está a apostar no marketing de nostalgia para "reconectar a ligação com consumidores portugueses", explica em entrevista ao HIPERSUPER, Rita Rosário, directora de marketing da JMD. "Nos últimos anos, investimos menos em comunicação e focámo-nos mais no pilar da actividade promocional e no investimento no ponto de venda. E, apesar de este ano termos reforçado as promoções, vamos também capitalizar a notoriedade da marca, investindo mais em comunicação, de forma a reconectar esta ligação emocional entre a marcas e os consumidores. Mas, também, porque em tempos de elevada agressividade promocional, sentimos necessidade de reafirmar o posicionamento e características deste caramelo premium". A ideia começou a desenvolver-se a partir da conclusão de um estudo, conduzido por um guru internacional da área do marketing, que dava conta que tudo o que tem mais de dois anos de memória aumenta em 35% a experiência com a marca. Neste sentido, a marca desenvolveu o slogan 'Preservamos doces memórias' para uma campanha de rua, onde convidou os portugueses a reviver o passado através do contacto com objectos que acompanharam a sua infância. "Colocámos em Lisboa e no Porto um caramelo gigante equi- A expansão internacional teve início nos anos 70. A marca chegou a Portugal em 1996, embora esteja nas mãos da JMD apenas desde 99. Actualmente, está presente em mais de 100 países e o mercado natal – Alemanha - é o segundo para a marca pado com objectos em vias de extinção, como o gramofone e os cavalos de baloiço e, claro, os caramelos. Convidámos ainda os consumidores a pousarem junto deste "cenário de 08 w w w . h i p e r s u p e r . p t antigamente e, no final, ofereciamos as fotografias devidamente emolduradas. O objectivo é que os consumidores associem a marca aos doces sabores da infância". NÚMERO 1 NOS REBUÇADOS Com mais de um século de história, a Werther's nasceu na Alemanha, em 1909, numa fábrica de confeitaria que pertencia e ainda hoje pertence à Storck, na cidade que lhe emprestou o nome. Com a receita tal como conhecemos hoje, os emblemáticos caramelos tradicionais da marca conheceram a luz do sol em 69. Receita que perdura até hoje. A expansão internacional teve início nos anos 70 e chegou a Portugal em 1996, embora esteja nas mãos da JMD apenas desde 99. Actualmente, está presente em mais de 100 países e o mercado natal – Alemanha - é o 04-11 distribuicao:Hipersuper 31-07-2014 16:43 Página 09 distribuição "A estratégia passa agora por consolidar a posição, apesar da ameaça de sermos líderes e, portanto, o mais fácil ser descer no raking. Há sempre novos 'players' a entrarem na categoria. Por isso, procuramos através da inovação, comunicação e dinâmica promocional defender a nossa posição" segundo para a marca (15%). Os EUA pesam mais de 40% no total das vendas. O mercado ibérico, por sua vez, representa cerca de 2% das vendas. "Quando pegámos na marca estava pouco implantada em Portugal. Começámos por desenvolver a distribuição e, actualmente, estamos a trabalhar o retalho organizado e o mercado fora de casa, através dos cash&carry. Tivemos a construir distribuição até atingir a que temos actualmente. Somos líderes de mercado na categoria de caramelos, que vale cerca de 3,4 milhões de euros em Portugal. Fechámos 2013 com uma quota de mercado de 18,75% e 640 mil euros em vendas, menos 9% face ao período homólogo". A queda em valor deve-se, sobretudo, à entrada da marca Milka na categoria, com uns caramelos parecidos com uma das nossas variedades, mas também devido a alguma inovação relevante de outros 'players'. A segunda marca no meracado é a Solano, com 13,6% de quota, refere a responsável de marketing da JMD. A ESTRATÉGIA EM PORTUGAL "A estratégia passa agora por consolidar esta posição, apesar da ameaça de sermos líderes e, portanto, o mais fácil ser descer no ranking. Há sempre novos 'players' a entrarem na categoria. Por isso, procuramos através da inovação, comunicação e dinâmica promocional defender a nossa posição", explica Rita Rosário. A estratégia de Werther's para alcançar o objectivo assenta, assim, nestes três pilares. A inovação, através do lançamento de novos produtos, sabores, texturas e recheios. "Este ano vamos ter uma novidade sazonal, especialmente concebida para o Natal". A comunicação. Que este ano vai ser reforçada para capitalizar a notoriedade da marca. E as promoções. Como explica Rita Rosário, mesmo sendo uma marca premium, Werther's tem de acompanhar a dinâmica promocional do mercado, superior à de anos anteriores. "Este ano estivémos um pouco mais agressivos, tendência que deverá manter-se até ao final do ano". A estratégia está a dar frutos. No primeiro semestre deste ano, as vendas da marca cresceram 11% no mercado português, face ao período homólogo. A categoria de caramelos, por outro lado, manteve-se praticamente estagnada no ano passado. Cresceu 0,3% em volume e 0,6% em valor. A JMD tem a representação exclusiva de 34 marcas em Portugal, que pertencem a 21 empresas. A empresa cresceu 1% no primeiro semestre do ano, no mercado doméstico. H REESES: NOVA MARCA DE CHOCOLATE A Jerónimo Martins Distribuição (JMD) lançou uma nova marca de chocolate em Portugal A empresa está continuamente à procura de novas marcas e produtos para desenvolver o negócio. "Por um lado, procuramos ser relevantes nas categorias onde trabalhamos, porque só assim podemos prestar um bom trabalho às marcas que representamos. Em Portugal, o retalho organizado é extremamente concentrado, tem um elevadissímo poder negocial, e que para conseguirmos fazer um bom trabalho no ponto de venda, para conseguirmos a nossa quonta de atenção merecida, temos de ser relevantes na categoria", explica ao Hipersuper Rita Rosário, directora de marketing da JMD. A mais recente aquisição do portefólio é Reeses, uma marca norte-americana de chocolate com manteiga de amendoim. "É o chocolate número 1 nos EUA, segundo fabricante de chocolate do mundo e praticamente não está presente na Europa". Desde 2004 que a JMD não está nesta categoria, quando deixou de trabalhar as marcas da Nestlé. "Somos um distribuidor e, às vezes, quando o negócio se torna muito interessante as marcas estão no seu direito de geri-las directamente. Agora, sentimos necessidade de voltar a ganhar relevância nesta categoria". A JMD fechou contrato com a nova marca no final do ano passado. "No primeiro semestre, tivémos a trabalhar a parte logística, o produto é importado dos EUA. As primeiras vendas tiveram lugar em Junho". Todos os produtos têm manteiga de amendoim. O formato mais icónico da marca são umas tacinhas, as 'penut butter cups', mas o portefólio conta ainda 'sticks com waffer' e cobertura de chocolate, snacks com amendoins, e smarties com manteiga de amendoim. Por ser um sabor tipicamente americano, a estratégia de comunicação da marca remete para os EUA. "É um produto claramente diferenciador do que temos cá. No inicio do ano, ficámos um pouco surpreendidos porque a Nestlé lançou um chocolate com sabor a manteiga de amendoim, mas vemos isso como uma oportunidade para fazer crescer a categoria e este semento em particular". A marca já está a comunicar nos meios digitais e vai fazer o lançamento oficial na época de regresso às aulas. O objectivo é ser líder de mercado. "Quando estamos à procura de uma marca, pensamos logo no nosso objectivo. Ser líderes de mercado na categoria. A marca tem de ter esse potencial de crescimento, tem de ser globalmente interessante e investir no seu desenvolvimento". 09 w w w . h i p e r s u p e r . p t 04-11 distribuicao:Hipersuper 31-07-2014 16:43 Página 010 distribuição Agosto 2014 Folhetos promocionais. O GPS da poupança. O folheto promocional é actualmente o guia indispensável das compras de supermercado para a maioria dos portugueses, segundo um estudo da Levelsource photo: D.R. O folheto promocional é actualmente um guia indispensável para as compras de supermercado para a maioria dos portugueses (79%), segundo as conclusões de uma pesquisa da empresa de estudos de mercado Levelsource, que inquiriu mais de 1.300 lares nacionais. Em frente à prateleira, o shopper escolhe o produto – indepentemente de ser uma marca da distribuição ou de fabricante - consoante a promoção em vigor, explica em entrevista ao HIPERSUPER o director-geral da empresa, António Mendes. Os portugueses estão focados “na contenção e racionalização de custos e, no momento da verdade, optam por priorizar no carrinho de compras os produtos que mais necessitam e estejam em promoção”. Ou seja, “se a sua marca favorita estiver em promoção é a primeira escolha do consumidor. Se não, opta pela marca mais semelhante em termos de qualidade em detrimento da marca mais barata”, explica António Mendes. O preço é o critério mais valorizado no acto da compra, seguida da qualidade e da marca. Mas, então, como reage o consumidor no ponto de venda quando não encontra promoções na categoria que pretende comprar? “O 'shopper' “opta, como segunda opção, por outra marca hierarquizada que seja mais próxima em termos de qualidade e mais barata que a eleita. No entanto, por exemplo, em algumas famílias de artigos, como águas, bolachas, guardanapos, massa, arroz, açúcar, ovos, frutas e legumes, o consumidor opta pelo produto mais barato, mesmo que seja da marca do distribuidor”. O que querem os consumidores dos folhetos? Se o folheto promocional é o GPS das compras, actualmente, importa, então, perceber o que procuram os 'shoppers' nos folhetos da Grande Distribuição. “Um total de 97% dos inquiridos neste estudo pede folhetos fidedignos e fiáveis”. Ou seja, que os produtos promocionados no folheto estejam sempre disponíveis nas prateleiras e que os preços reduzidos correspondam realmente aos praticados na rede de lojas. Além disso, os consumidores (79%) preferem folhetos organizados por categorias, com imagens dos artigos e válidos por um determinado período de tempo. “É péssimo chegar a uma loja e o expositor de folhetos estar em ruptura”, dizem a grande maioria dos inquiridos neste estudo. O 'shopper' quer o expositor logo à entrada da loja, em local visível e numa zona de fácil de acesso. A esmagadora maioria (98%) dos inquiridos “acredita piamente nos folhetos” e caso seja cobrado um valor diferente, 010 w w w . h i p e r s u p e r . p t serve-se do próprio folheto “como garantia ou prova do preço certo”. Quais as categorias mais promocionadas? Segundo a mesma fonte, bebidas, particularmente cerveja, fruta e legumes, iogurtes, champô, entre outras, são as categorias mais promocionadas no sector do grande consumo. “São produtos cujas marcas são mais agressivas na inovação, aquisição e manutenção de quota de mercado, excepto nas frutas e legumes. Mas, associado às promoções surge o conceito da sazonalidade. “Nesta estação do ano é muito frequente promocionar as gamas solares” ou produtos direccionados para a época estival, por exemplo. O final do mês é o período priveligiado para as compras, para 72% dos inquiridos, seguido do fim-de-semana (57%). Quais as promoções preferidas do 'shopper'? A maioria dos portugueses (86,4%) prefere promoções com desconto imediato no preço unitário do artigo, em lugar de promoções que envolvem quantidade, do tipo leve três pague dois, porque, esta última, pode, eventualmente, comprometer o seu “orçamento e/ou exceder as suas necessidades reais”. Para tirarem o máximo partido das promoções, os consumidores estão também a aumentar o número de actos de compra e frequentam mais lojas de diferentes insígnias. “As redes de lojas dos diversos 'players' são cada vez mais capilares e mais próximas dos consumidores, permitindo aproveitar o maior número de promoções e racionalizar o orçamento”, explica o director-geral da Level Source, acrescentando que os dados revelam que as promoções ajudam a fidelizar o cliente a determinadas categorias ou artigos que são percepcioandos como mais rentáveis pelo consumidor numa determinada loja, mas, não são, na sua maioria, exclusivos de uma determinada loja”. H 04-11 distribuicao:Hipersuper 31-07-2014 16:43 Página 011 12-13 estrategia:Hipersuper 31-07-2014 16:44 Página 012 estratégia Agosto 2014 photo: © Krasimira Nevenova_Fotolia.com Qual é a sua história? Captar a atenção de quem nos ouve é, talvez, um dos maiores desafios da actualidade. O experiente publicitário e escritor Edson Athayde explica como fazê-lo, na primeira pessoa Edson Athayde publicitário e escritor A pesar de ser um conceito actualmente na moda, o 'storytelling' remonta a 335 A.C., quando Aristóteles lança os pilares da poética, que vêm separar o imaginário do real, a ficção da realidade. 'As Mil e Uma Noites', colecção de histórias e contos populares originários do Médio Oriente, são, talvez, o primeiro grande publicitário do 'storytelling'. 'Storytelling' não é mais do que uma narrativa. Na sua definição técnica é a arte interactiva de, através de palavras e imagens, contar histórias estimulando a imaginação do receptor. Hoje, já temos programas que moldam as narrativas. Ainda não temos progra- mas que as criem, mas não deve estar muito longe o tempo em que vão inventar esses programas. Os latinos têm um pouco a mania de que uma história tem de ser contada com palavras. Esquecem as imagens. E a verdade é que não basta contar uma boa história, é preciso cativar o receptor. Quando mais você for capaz de embelezar a história, mais audiência garantirá. O mundo mudou. Somos incapazes de desligar da realidade. A cada 35 segundos perguntamo-nos qual o sentido da vida. E vamos criando realidades paralelas. Por exemplo, os norte-americanos passam, em média, por dia, cinco horas em frente à TV e outras tantas a ouvir música, muitas vezes em movimento. E, por outro 012 w w w . h i p e r s u p e r . p t lado, passamos cerca de oito horas diárias sonhando com histórias. Ou seja, um terço da nossa vida sonhamos acordados. É por isso que é tão difícil cativar a atenção das pessoas. Costumo partilhar a metáfora dos átomos. Apesar de o universo ser constituído por átomos há mais histórias no mundo do que átomos. Todos temos uma história para contar: pessoas, famílias empresas e marcas. NÃO BASTA A HISTÓRIA, É PRECISO SABER COMO CONTAR! A 'selfie' que a apresentadora Ellen Degeneres publicou no Twitter durante a apresentação da edição deste ano dos óscares foi partilhada por 219 mil pessoas logo no primeiro minuto e registou mais de 3,3 milhões de partilhas. É uma história muito forte. Quase equivalente à chegada do homem à lua. Esta história, que colocou as 'selfies' na ordem do dia, traz também a ideia de que os actores de Hollywood são pessoas comuns, iguais a todos nós, até tiram 'selfies' como nós! Há algo que nunca pode ser esquecido. As pessoas acham o que querem achar e não o que lhe dizemos. Por exemplo, dê uma notícia sobre uma descoberta de um cientista e as pessoas vão achar que é uma verdade absoluta. As histórias a contar podem ser grandes (lendas, contos, épicos) ou curtas (anedota, pequeno conto), depende da ambição, das necessidades e dos recursos disponíveis. Regra geral, as 12-13 estrategia:Hipersuper 31-07-2014 16:44 Página 013 estratégia grandes narrativas integram campanhas longas e integradas que cruzam vários suportes e as pequenas passam em 'spots' publicitários de poucos segundos. Assim, não basta saber o que dizer, é preciso saber contar a história. O resto é experimental, como a dimensão, os suportes escolhidos, entre outros. A DITADURA DAS NARRATIVAS E A ERA DA DESINFORMAÇÃO Abandonámos a sociedade da informação para entrar na ditadura das narrativas. É por isso que somos desatentos, somos bombardeados com narrativas a toda a hora. Estamos na era da desatenção. Por exemplo, repare quando está no comboio. O estranho é quando alguém não está a interagir com alguma coisa, um smartphone, um tablet, um livro. Não tenho os números de Portugal. Mas, no Brasil, por exemplo, mais de 30% das pessoas utilizam o Twitter enquanto assistem à telenovela. Há quatro anos nem sequer existia esta rede social no Brasil. Os brasileiros já passam mais tempo online do que a assistir TV. É por isso que as pessoas misturam as narrativas, a realidade com a fantasia. Neste ambiente, quem tiver a melhor narrativa é quem ganha! Ganha atenção, interesse, vontade e quem sabe a compra. As pessoas metem o nariz em tudo. A sociedade quer interferir na história. As pessoas acreditam que se não tiverem uma história para contar não têm vida. Mudou a forma como a sociedade vê a comunicação empresarial. A sociedade contesta tudo e nada é tendencialmente simples. As pessoas sentem necessidade de contribuir para a história, porque é divertido e as faz rir. A sociedade tricota as narrativas. O tricot é, no entanto, mais comum entre os jovens. Quem tem menos de 25 anos acredita que é dono da história e que a história acontece com a sua interferência. Por exemplo, uma campanha da Unicef no Brasil que dizia “fazer likes não salva vidas” levou muita gente a abandonar as redes sociais. As pessoas sairam para ajudar a fazer a história. TODO O DISCURSO É FEITO PARA SER UTILIZADO Todo o discurso é feito para ser utilizado. E o que não é o esforço publicitário inicial ganha um novo sentido. Dois exemplos. Um anúncio de uma marca, a propósito do Mundial do Brasil, apostava no 'soundbite': “Vem A 'selfie' que a apresentadora Ellen Degeneres publicou no Twitter durante a apresentação da edição deste ano dos óscares foi partilhada por 219 mil pessoas logo no primeiro minuto e registou mais de 3,3 milhões de partilhas para a rua, a maior bancada do Brasil”. A frase “Vem para a rua” foi a uma das mais utilizadas nos cartazes das recentes manifestações que provocaram confrontos entre a polícia e os manifestantes. O discurso ganhou tor disse um dia que só há 32 histórias possíveis de contar no mundo ocidental. Está tudo inventado. Os contos populares têm núcleos simples. A história começa com um héroi, que pode ser uma tartaruga ou uma formiga, no começo há que configurar a história e introduzir um catalizador. No meio dá-se a escalada até à viragem. No último acto, dá-se o climax e a resolução. É muito comum em publicidade o produto ser a solução para o problema, devido à aposta em anúncios curtos. As boas histórias são como o oxigénio. Andam sempre no ar. Toda a gente gosta de uma boa história de amor. Rapaz encontra, desencontra e volta a encontrar a sua amada. Sem conflito, não há história. E não é preciso muito dinheiro para contar uma boa história mas precisa certamente de uma boa história se tem pouco dinheiro. Com uma boa história, é possível convencer qualquer pessoa. HISTÓRIAS COM RAÍZES NA NOSSA IMAGINAÇÃO Por Paulo Silva, partner e fundador da Stepvalue 'Storytelling' pode ser definido como um método estruturado, para explicar uma série de eventos através da narrativa. Relatando factos reais ou ficcionais, não há dúvida que os marketeers usam hoje o storytelling como uma eficaz ferramenta para ilustrar conceitos de difícil compreensão e estimular a imaginação dos consumidores relativamente a um produto ou serviço. Os vinhos e azeites são um território fértil para o uso desta técnica de marketing, uma vez que as suas raízes históricas se perdem no tempo e estão particularmente ligadas à nossa cultura de matriz judaico-cristã, ou seja, são já parte da nossa história emocional e social. O paladar é um sentido especialmente abstracto, sendo o mesmo sabor interpretado por pessoas diferentes de formas completamente distintas. Assim, faz ainda mais sentido construir referências adicionais, associando a percepção de qualidade a factos conhecidos, como a história de uma região, herdade ou família e mitos sobre as características de um determinado vinho, usualmente a referência de topo de cada produtor. Não há nada de errado em usar esta técnica, que permite criar laços emocionais e mais facilmente conseguir um patamar elevado de preço, este próprio um componente importante da história que se pretende transmitir. Uma compilação de factos inquestionáveis, onde se incluem provas cegas, prémios internacionais conquistados e referências nos media, têm como função comprovar a autenticidade do relato e são naturalmente parte importante do processo. Cada vez mais sofisticados, os 'marketeers' adoptaram versões com diferentes perspectivas da história a contar, adaptando-a aos vários públicos alvo. Mais centrada em mitos para o consumidor final, mais focada em tecnologia, técnicas de produção e até logística, para os especialistas. A visita aos locais de produção, por via do enoturismo e dos eventos, ofereceu o cenário ideal para a narrativa e tornou mais credíveis os factos narrados. No mundo digital o consumidor consegue ser uma parte activa e importante do processo de disseminação das histórias que lhe agradam (escrita de opiniões, partilha de informação por via de jornalistas especializados, bloggers, vídeos com testemunhos, entre outros) pelo que o 'storytelling' feito com seriedade tem muito espaço para prosperar, alimentado por inúmeras plataformas e ‘tribos’ de entusiastas, que devem ser acolhidos, acompanhados e ‘alimentados’ no âmbito da estratégia de comunicação digital das marcas. um novo sentido na boca dos manifestantes. Outro exemplo. Uma campanha de uma marca de bebidas no Brasil democraticou a expressão “O gigante acordou”, também umas das frases mais utilizadas nos cartazes das manifestações. Sem 'plot' não há história. Todas as histórias têm de um ponto de arranque para instigar as pessoas a pensar no assunto, se não, não rola. Um escri- que sofre um dano ou tem uma carência que quebra a sua rotina. E é no percurso do ponto A para o ponto B que a história se vai desenvolver. Drama é acção. Acção é movimento. Quando regresa, o héroi está modificado, já não é mais a mesma pessoa. SEM CONFLITO, NÃO HÁ HISTÓRIA! Segundo os três actos de Aristóteles, As marcas tem de perceber a diferença entre informar, comunicar e narrar. Mais do que entretenimento, a sociedade está à procura de narrativas. Estamos afogados em informação e sedentos histórias. Quem não conta boas histórias ou fica esquecido ou desprotegido. H Depoimento recolhido por Rita Gonçalves 013 w w w . h i p e r s u p e r . p t 14-19 especial:Hipersuper 31-07-2014 16:45 Página 014 especial Agosto 2014 photo: © quipu_Fotolia.com PET FOOD Promoções dinamizam segmentos premium. “O consumidor, talvez mais do que nunca, está disposto a experimentar e, tendo uma boa experiência, disposto a mudar”, revela Jorge Moura, director comercial da Pet's Best 014 w w w . h i p e r s u p e r . p t I mune à crise, o mercado de pet food está a crescer no retalho nacional. Para fazer face à diminuição do poder de compra, os portugueses compram a comida para os seus animais de companhia com base no binómio qualidade/preço. “Assistimos, no ano passado, a um reforço das promoções, em particular no segmento médio, premium e super premium”, explica em entrevista ao HIPERSUPER, Jorge Moura, director comercial da Pet's Best, acrescentando que as marcas da distribuição, em particular no segmento standard, continuam a apresentar um bom ritmo de crescimento, apesar de menos exuberante face aos anos anteriores. “Ainda assim, uma confirmação da passagem de muitos consumidores para as MdD (Marcas da Distribuição), que valorizam o preço ajustado à qualidade. Muitos dos novos clientes da MdD estão a transitar do segmento premium”. Assim, estes são tempos de oportunidade para as marcas brancas, revela Jorge Moura. O critério preço, apesar de ser tido em conta numa primeira compra, não é determinante. “Caso o produto não corresponda às expectativas, a repetição da compra não se verifica e o cliente não é fidelizado. O consumidor, talvez mais do que nunca, está disposto a experimentar e, tendo uma boa experiência, disposto a mudar. Os actuais hábitos de consumo, muito controlados, cada vez mais racionais e sempre à espera da promoção certa, estão para durar. É um verdadeiro desafio à fidelização de marcas”. MARCAS LÍDERES NO RETALHO As MdD lideram as vendas de comida para cão no retalho nacional, com uma quota de 55%, segundo dados 14-19 especial:Hipersuper 31-07-2014 16:45 Página 015 especial da Nielsen (acumulado a Maio 2014), participação que cresceu 8% no período analisado pela consultora. Este sector cresceu 7% para 110 milhões de euros. As marcas de fabricante também se revelaram dinâmicas, a quota destas marcas subiu 8% para um total de 45%. Friskies, Pedigree, Bribon, One e Brekkies, constituem, respectivamente, as marcas líderes no retalho, nesta categoria comprada por 38% dos lares nacionais. Por outro lado, as vendas de comida para gato são lideradas pelas marcas de fabricante com 63% de quota de mercado (+10%). Friskies, Whiskas, Gourmet, One e Felix, constituem o TOP 5 das marcas mais fortes no retalho. O sector alcançou vendas de 91,2 milhões de euros no retalho, segundo os dados da Nielsen, mais 9% face ao período homólogo. A categoria é comprada por 36% dos lares nacionais que despendem €4,57 por cada visita à loja. Pedro Lourenço, marketing manager do canal retalho de Purina Pet Care (One e Friskies), explica também o dinamismo deste sector com o aumento das promoções. Mas, não só. “O mercado de pet food&care continua dinâmico, indicando um aumento das promoções mas também alguma transferência de consumo em algumas gamas de produto do canal especializado para o retalho”. RAÇAS MAIS PEQUENAS Quais as principais tendências do sector? “Nos últimos anos, temos assistido a uma maior preocupação com a saúde e bem-estar dos animais de estimação”, explica João Ribeiro, director de marketing da Mars (Pedigree, Whiskas e Sheba), ressalvando a dinâmica do segmento 'snack&treats' para cães e gatos, que aposta de uma forma clara na recompensa e mimo. “Também os produtos para o cuidado e higiene oral dos cães têm apresentado um crescimento sustentado ao longo dos últimos anos”. Por outro lado, lembra o marketing manager da Purina, tem vindo a aumentar a presença de gatos e cães de raça pequena nos lares, há uma maior integração do pet na família e uma tendência premium no consumo, resultado de uma maior sensibilização para a importância de uma boa nutrição na qualidade de vida dos animais e de activações de marca de valor acrescentado para o consumidor. Os segmentos que mais se destacam pelo seu dinamismo são o gato húmido 'single serve', cão raça pequena e snacks, com destaque para snaks de gato”. Quanto aos restos de comida, são cada vez menos uma opção para os consumidores. “A taxa de cobertura calórica tem vindo a crescer em Portugal, resultado do aumento da percentagem de pets que se alimentam de comida manufacturada”, sublinha Pedro Lourenço. Jorge Moura lembra ainda que o preço médio por quilo do alimento preparado tem vindo a diminuir, tornando-se a melhor alternativa em preço, benefício e conveniência, para uma alimentação completa e equilibrada. O alimento seco ainda domina, em valor e em quan- tidade, este sector, com quotas a rondar os 60-70%. “Os húmidos, não obstante, têm maior protagonismo no gato, onde a sua quota aumenta de forma expressiva, pois conseguem oferecer maior variedade (sabores, fonte de matérias-primas) numa gramagem muito conveniente (single serve)”, revela o responsável da Pet's Best. MARCAS POSTAS À PROVA E que desafios enfrenta o sector? “É fundamental colocarmos-nos na pele do consumidor, ajudando-o a enfrentar a nova realidade, desenvolvendo actividades que ofereçam valor acrescentado e reforcem a relação emocional”, diz Pedro Lourenço. Para Jorge Moura, actualmente, as marcas estão verdadeiramente a ser postas à prova, independentemente do segmento. “Continua a acentuar-se o fosso entre o standard/económico e premium/super premium. Em cada segmento, o consumidor decide muito pela promoção ou, tendo presente o seu 'share of wallet', pelas gramagens mais convenientes. No segmento médio, as promoções muitas vezes atiram esses produtos para o segmento standard em termos de preço. Neste segmento em particular, onde o foco no preço, delapidando valor, emerge como a principal (única?) estratégia, leva-nos a pensar que tal não será sustentável no médio e longo prazo, e que o mercado não sairá sem mácula, depois dos ajustamentos que se irão impor”. H 015 w w w . h i p e r s u p e r . p t 14-19 especial:Hipersuper 31-07-2014 16:45 Página 016 especial Agosto 2014 ÁGUA ENGARRAFADA Marcas de fabricante ganham quota. A s marcas de fabricante de água sem gás engarrafada aumentaram, no acumulado a Maio deste ano, a quota de mercado em 14%, face ao período homólogo, para uma participação de 57%, segundo os dados mais recentes da consultora Nielsen. Ao contrário das marcas de distribuição, cuja quota manteve-se inalterada no último ano (43%). Luso, Fastio e Vitalis, lideram, respectivamente, o ranking das marcas de fabricante líderes no retalho. No segmento de água com gás, também dominado pelas marcas de fabricante (91%), as marcas brancas revelaram-se mais dinâmicas. A quota das marcas da distribuição aumentou 9% no período analisado pela consultora. Pedras Salgadas, Frize e Vimeiro, constituem, respectivamente o TOP 3 das marcas mais fortes na distribuição. As vendas de água engarrafada no retalho nacional estão a crescer. No segmento sem gás, cifraram-se em 115,4 milhões de euros, entre Maio de 2013 e o mesmo mês deste ano, mais 8% face ao período homólogo. Em volume, a categoria cresceu 2% para 703 milhões de litros. Um total de 86% dos lares nacionais compraram água engarrafada no último ano e gastaram €1,30 por cada visita à loja. O segmento com gás, por sua vez, cresceu 3% para 36,7 milhões de euros. Metade dos lares nacionais comprou a categoria no último ano e despendeu €2,65 por cada visita à loja. Segundo Luisa Motta, Gestora de Marketing de Águas da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC), a categoria de água com gás também está a crescer no canal Horeca, recuperando a tendência 016 w w w . h i p e r s u p e r . p t photo: © Art Allianz_Fotolia.com As vendas de água engarrafada estão a crescer nos dois principais canais de distribuição: alimentar e horeca. Marcas de fabricante ganham quota de mercado negativa do ano anterior. “No acumulado a Maio, o mercado de água sem gás cresce, segundo a Nielsen, em volume, 4,3%. Com o canal Horeca a recuperar 7,1% e o da distribuição moderna 3,9%”. concentração do maior período de férias nesta altura, o que leva a mais convívio fora de casa; de um maior fluxo turístico do País e da realização da maioria dos grandes eventos, como os festivais de Verão”. À ESPERA DE UM VERÃO QUENTE Por todos estes motivos, as marcas reforçam a Os primeiros números de 2014 podem indiciar um comunicação nos meses mais quentes do ano. “A bom ano, diz Bruno Albuquerque, director de comunicação no ponto de venda é fundamental. A desenvolvimento e gestão de marcas de águas e maior parte das decisões de compra acontecem no novas categorias da Unicer. “Nos próximos meses, ponto de venda. Por um lado, existe uma infinidade esperamos que se consigam conciliar vários factores de escolhas e, por outro, os consumidores estão que certamente ajudarão a impulsionar o consumo. cada vez mais informados, exigentes e com menor Falamos do bom tempo e das altas temperaturas – disponibilidade em relação ao tempo despendido que nos obrigam a uma hidratação constante; da na compra. Dando maior destaque às inovações, temos apostado em acções de visibilidade na loja, expositores com espaço extra, degustação Com o lançamento da Água de Coco, a SCC com promotoras, visibiliacredita estar a criar uma nova tendência em dade no espaço primário, packs promocionais, Portugal. “Esta variedade tropical está agora entre outros”, sublinha Luisa Motta. ao alcançe de um linear de supermercado” O Verão, comenta Bruno Albuquerque, é, por sua 14-19 especial:Hipersuper 31-07-2014 16:45 Página 017 especial vez, um período por excelência para “valorizarmos as credenciais das nossas marcas e mostrar que os produtos proporcionam a melhor experiência de consumo. É durante estes meses que cresce a procura por bebidas refrescante e que a Unicer faz a maior parte das vendas”. photo: © matka_Wariatka_Fotolia.com.jpg ÁGUA DE COCO: NOVA TENDÊNCIA? Há uma tendência em Portugal no sector das águas engarrafadas para formatos maiores, refere a Gestora de Marketing de Águas da SCC, por permitirem um preço mais baixo por litro. “Os formatos acima dos 5l atingem um peso de 50% na Distribuição Moderna”. Por outro lado, o consumo de bebidas mais “naturais, frescas e leves” é uma tendência transversal a todas as categorias de bebidas, refere, por sua vez, Bruno Albuquerque. A crise tem vindo a afectar o ritmo de lançamento de novos produtos e sabores? Não, considera Luisa Motta. “Não podemos dizer que estejamos a diminuir o ritmo de novos lançamentos, pelo contrário. No ano passado, lançámos o garrafão de 7l e a uma nova variedade de Luso Fruta (Laranja), assim como o formato de 2l. Já esta ano, lançámos Luso Fruta Água de Coco e mais A comunicação no ponto de venda é recentemente a gama Luso Tea. A marca Luso, fundamental. A maior parte das decisões de com 160 anos, está a viver um momento de grande compra acontecem no ponto de venda. Por actividade”. Com o lançaum lado, existe uma infinidade de escolhas e, mento da água de coco, a SCC acredita estar a criar por outro, os consumidores estão cada vez uma tendência em Portugal. “É uma grande mais informados, exigentes e com menor tendência em países disponibilidade em relação ao tempo como EUA, Inglaterra e Brasil. As pessoas podem despendido na compra” ter agora ter esta variedade tropical ao alcance de um linear de supermerestão cada vez mais próximas dos consumidores. cado. É uma tendência que tem tudo para funcionar “Estamos a posicionar Pedras como bebida refresno nosso País”. cante, sempre associada ao consumo por prazer, FORMATOS DE GRANDE CAPACIDADE independentemente da ocasião. O conceito de As marcas estrela da Unicer – Pedras e Vitalis – comunicação que lançamos recentemente - “A Tua Sede Pede Pedras” - reforça isso mesmo, destaca o poder refrescante e o prazer de beber Pedras em todas as ocasiões, especialmente em momentos de sede e calor. Queremos tornar a marca mais próxima e mais relevante, captando novos consumidores através da associação a mais experiências de consumo”, revela o director de desenvolvimento e gestão de marcas de águas da Unicer. A estratégia de Vitalis, por sua vez, “tem-se mantido consistente com a ligação ao desporto, com particular destaque para as Maratonas, modalidade que tem conquistado cada vez mais adeptos e da qual a marca é água oficial”. Quanto aos desafios deste sector, são também oportunidades de crescimento. “A instabilidade económica dos últimos anos afectou bastante o poder de compra dos portugueses e verificamos que o preço é um dos fatores que o consumidor considera quando chega ao linear e escolhe os produtos. Uma conjuntura que o leva a procurar também formatos com maior capacidade para consumo em ambiente familiar”, remata Bruno Albuquerque. H 017 w w w . h i p e r s u p e r . p t 14-19 especial:Hipersuper 31-07-2014 16:45 Página 018 especial Agosto 2014 CONSUMOS, MEIOS E LIFESTYLE 8 em cada 10 portugueses bebem água engarrafada. Fonte: Marktest TGI 2014 (1st release) Base de análise (000) Indivíduos 15+ Portugal Continental (8564) photo: © definto_Fotolia.com A análise de tendências TGI revela que o consumo de água engarrafada mantem-se estável e acima dos 80%, quando analisados os dois últimos anos (TGI 2013 1st release – 81.5% | TGI 2014 1st release – 80.5%). Por outro lado, o consumo efectuado nos últimos 30 dias também não regista oscilações, revelando que ¾ dos portugueses continuam a beber água engarrafada com regularidade (TGI 2013 1st release – 75.6% | TGI 2014 1st release – 75.1%). Mas, o mercado das águas engarrafadas oferece ao consumidor uma enorme diversidade de produtos e marcas. O consumidor tem hoje disponível um vasto leque de marcas, capacidades e formatos, mas tem também ao seu dispor uma oferta pensada e desenvolvida para diferentes ocasiões e momentos de consumo. Além das águas minerais com e sem gás, o consumidor português pode hoje escolher entre águas com sabor gaseificadas, água com sabor não gaseificadas ou com adição de fruta. Segundo os dados da primeira release TGI 2014, 6 milhões e 898 mil portugueses beberam água engarrafada no último ano (80.5%). Destes 90.5% beberam água sem gás, 45.5% com gás e apenas 26.9% refere o consumo de uma água com sabor, observando-se assim a preferência dos portugueses pelas águas sem sabor não gaseificadas. A análise de perfil revela que o consumidor de água sem gás e sem sabor tende a ser mais feminino (53,7%), das faixas etárias 25/54 anos (54%) e das classes ABC1 (43,6%). O consumidor de água com gás e sem sabor tende, por outro lado, a ser ligeira- ANÁLISE PERFIL Fonte: Marktest TGI |Base de análise (000): Indivíduos que consumiram água engarrafada no último ano (6898) ANÁLISE DE TENDÊNCIAS TGI: CONSUMO ÁGUA ENGARRAFADA Fonte: Marktest TGI |Base de análise (000): Totalidade dos Indivíduos (8564) Nota técnica: Dados apresentados reflectem o consumo de água engarrafada, com ou sem sabor. 018 w w w . h i p e r s u p e r . p t mente mais velho, 54.3% têm entre 35 e 64 anos, mas igualmente pertencente as classes ABC1 (47.8%). O consumidor de água com sabor é aquele que revela maiores diferenças quando comparado com os consumidores de água sem sabor, com ou sem gás. Este consumidor é tendencialmente mais feminino (54.3%), jovem, 21% destes consumidores têm entre 25 e 34 anos, e com maior penetração junto das classes C2D (64.2%). A análise TGI centrada nas marcas de água engarrafada consumidas revela que a marca Luso continua a ser a preferida dos portugueses (45.5%). As marcas Continente (30.4%), Pedras Salgadas (26.5%), Pingo 14-19 especial:Hipersuper 31-07-2014 16:45 Página 019 especial Doce (25.1%) e Vitalis (24.9%) são as marcas que, a par com a Luso, ocupam o Top 5 das mais consumidas . Mas, num momento em que a Internet e as novas tecnologias ocupam cada vez mais um papel de destaque na vida dos portugueses, torna-se importante compreender como os consumidores se relacionam com este meio. Hoje, quase metade dos portugueses consideram que a Internet os ajuda a conhecer melhor as vantagens de um produto ou marca (49.1%) e para 42.6% a qualidade do contacto entre as pessoas melhorou com as novas tecnologias. Os smartphones e os tablets têm registado nos últimos anos uma tendência de crescimento existindo hoje cada vez mais portugueses com estes devices. Os smartphone e tablet são, além de plataformas de comunicação entre pessoas, plataformas de comunicação entre pessoas e marcas e, nesse sentido, assumem-se cada vez mais como veículos eficazes de Brand Communication e Marketing. Assim, e junto dos consumidores de água engarrafada, observa-se que 4 em cada 10 possui hoje um Smartphone (40.6%) e mais de metade destes instalou uma aplicação (54.8%). Estes consumidores recorrem essencialmente às aplicações gratuitas (53.8%), encontrando-se no Top 3 das suas preferências os Jogos (61.7%), as Redes Socias (43.2%) e as Comunicações – WhatsApp, Viber, ANÁLISE DE TENDÊNCIAS TGI: TOP 5 MARCAS CONSUMIDAS Fonte: Marktest TGI |Base de análise (000): Indivíduos consumiram água engarrafada Nota técnica: Dados apresentados reflectem o consumo de água engarrafada, com ou sem sabor. Skype (37.5%), entre outros. De salientar ainda que mais de ⅓ dos consumidores de água engarrafada afirma que não pode passar sem comunicações móveis (35.2%) e quase ¼ sentem necessidade de consultar as redes sociais todos os dias (23.6%). H Nota técnica: O Estudo Target Group Index avalia num mesmo momento 17 grandes sectores de mercado, 280 categorias de produtos & serviços e mais de 3000 marcas. Cada entrevistado TGI responde à totalidade das questões presentes no estudo, o que permite identificar e caracterizar o que cada alvo consome, utiliza ou possui, ao nível de FMCG e de non FMCG, assim como as partilhas que estes estabelecem entre produtos e marcas. Com um sector dedicado aos meios o TGI permite analisar, além do consumo individual de cada meio, partilhas que os consumidores estabelecem entre os diferentes meios disponíveis. Com base num conjunto de mais de 350 statements, o TGI permite ainda uma caracterização psicográfica e atitudinal dos consumidores, dando a conhecer os seus interesses, atitudes, comportamentos e motivações. Em Portugal, o estudo TGI tem uma base anual de 5000 entrevistas e é disponibilizado em dois momentos do ano (Janeiro e Julho). O universo de análise coberto pelo estudo são os indivíduos com 15+ anos residentes em Portugal Continental (8.564.000 indivíduos). 019 w w w . h i p e r s u p e r . p t 20-27 marcas:Hipersuper 31-07-2014 16:46 Página 020 marcas Agosto 2014 Primeiro 'food processor' de marca na Distribuição. A Moulinex lançou um robot de cozinha multifunções no mercado de grande consumo, depois de duas marcas de fabricante terem tentado desbravar este mercado, sem sucesso photo: D.R. D epois de seis anos a investigar o mercado de produtos de preparação alimentar e as necessidades dos consumidores, a Moulinex lançou, no ínicio do ano, um robot de cozinha multifunções no mercado português. Chama-se 'Cuisine Company' e é praticamente o primeiro 'food processor' de marca na grande distribuição, explica Patrícia Parracho, directora de marketing do grupo SEB. “O único concorrente que consideramos é a Bimby, mas esta marca não está no mercado de grande consumo. Há uns anos a Taurus lançou um 'robot' de cozinha mas, por falta de distribuição e apoio, o produto acabou por sair do mercado. No final do ano passado, a Flama lançou também um 'robot', como resposta ao lançamento das marcas da distribuição. Mas, por ter características inferiores, não teve grande impacto no mercado”. Depois de alguns testes no mercado mãe, França, no final de 2013, o grupo SEB deu início ao 'roll out' para alguns países estratégicos europeus, entre os quais Portugal. “Portugal é um país estratégico para este segmento de produtos. Além do nosso país, apenas os países do Sul da “Portugal e os países do Sul da Europa são estratégicos para este segmento de produtos” 020 w w w . h i p e r s u p e r . p t Europa estão a comercializar o novo 'robot'”. Mas, por quê agora? “Lançámos o robot no mercado nacional, praticamente ao mesmo tempo que as marcas da distribuição. Também as marcas brancas tiveram a visão que este era o 'timing' mais indicado. Analisámos o mercado e considerámos que era a melhor altura pelo potencial de expansão desta categoria. Embora as marcas da distribuição se tenham limitado a importar um produto e comercializá- lo no mercado português”. A estratégia da Moulinex passou por lançar um produto de massa nas grandes cadeias multi-especialistas de retalho, ao contrário da Bimby que está disponível a um número mais limitado de consumidores. “Até à data, não tinhamos nada semelhante à 'Cuisine Company'. Durante seis anos, fizémos investigação e desenvolvimento para lançar um produto diferenciador face à oferta existente”. O que distingue, 20-27 marcas:Hipersuper 31-07-2014 16:46 Página 021 marcas Os processadores 3 PERGUNTAS A... de alimentos PATRÍCIA PARRACHO, DIRECTORA DE MARKETING DO GRUPO SEB pesavam, no De que forma a nova legislação das promoções – PIRC – afectou a vossa forma de trabalhar? No início do ano foi complicado. Tivemos de ajustar agulhas, renegociar contratos com a distribuição e reduzimos um pouco a actividade promocional no ínicio do ano, derivado às dúvidas sobre as diferentes interpretações da lei. Este período de ajuste diminuiu a actividade promocional no primeiro semestre. Acredito que vá recuperar no segundo semestre. acumulado a Maio, 18% do total do mercado de preparação alimentar, segundo dados fornecidos pela marca então, a 'Cuisine Company' dos retantes robots disponíveis no mercado? “O facto de termos seis programas automáticos de cozedura, o que permite preparar a receita com um simples clique e facilitar a vida ao utilizador, que já não precisa de introduzir uma série de programas para fazer as refeições. E a capacidade familiar. O próprio formato do 'robot' é original e a taça, de grandes dimensões, permite fazer de uma só vez uma refeição para as famílias numerosas. Além disso, alargámos as velocidades e temperaturas e os próprios acessórios permitem apresentar receitas mais aprimoradas”. photo: D.R. 10 MIL UNIDADES VENDIDAS EM 2014 Depois do trabalho de lançamento do robot, da conquista de Distribuição e de dar a conhecer o produto ao consumidor através de demostrações no ponto de venda, a marca aguarda com grandes expectativas os meses finais do ano, que representam 40% da facturação do grupo. “Acreditamos que as vendas vão explodir no final do ano. Este tipo de produto, ao contrário de outras 'commodities', como as varinhas mágicas, que o consumidor vai comprando ao longo do ano, à medida que precisa, funciona muito bem como oferta. Muitas pessoas aproveitam o subsídio”. A meta é comercializar 10 mil unidades até ao final de 2014. Se o target da Moulinex são as donas de casa, o mesmo não se pode dizer 19% das compras de grande consumo já são feitas em promoção. Qual é a vossa posição? As promoções são importantes para o consumidor e também nós aumentámos a nossa actividade promocional. Identificamos famílias-chave, onde é mais importante fazer promoção, em parceria com distribuição ou unilaterais. É muito importante e representa uma grande parte das vendas. Sendo o preço o principal driver de consumo actualmente, qual a vossa estratégia para conquistar o consumidor? Não é só o preço. O consumidor está sensível ao preço, sim, mas sobretudo a uma boa oportunidade de preço. Neste momento, de crise, e apesar de sensível ao preço, o consumidor está a procurar bons negócios nos produtos que valoriza. O consumidor opta muitas vezes por um produto de qualidade por ser mais duradouro. do mais recente produto estrela da marca. “Num 'learning' sobre o tipo de consumidores destes produtos, percebemos que estes robots são procurados por novos perfis de consumidores. Pessoas que valorizam 'gadgets', que gostam de receber novidades, que valorizam os benefícios e atributos práticos dos produtos, são altamente informadas e com grande aptência para a área tecnológica. É um público mais jovem, oriundo de classes sociais mais elevadas, muito presentes no mundo digital. Exemplo disso, é a comunidade de fãs que se gerou de forma expontânea no Facebook”, explica ao HIPERSUPER, por sua vez, Sara Fernandes, gestora de produto da marca. Segundo dados fornecidos pela marca, os processadores de alimentos pesavam, no acumulado a Maio, 18% do total do mercado de preparação alimentar. 2013: ANO DE CRESCIMENTO O Grupo Seb comercializa em Portugal quatro marcas de electrodomésticos: Moulinex, Krups, Rowenta e Tefal. “Com as quatro marcas, lideramos o mercado nacional com uma quota de mercado em valor 21%”, revela Patrícia Parracho. Tal como o conhecemos actualmente, o grupo está presente no mercado português desde 2012, quando comprou a Moulinex Krups. Quando entrou em Portugal, em 1992, trabalhava duas marcas: Tefal e Rowenta. No que diz respeito à facturação, Rowenta e Krups lide- ram, mas no que concerne à dinâmica de lançamento de novos produtos e presença no ponto de venda saltam à vista Moulinex e a Krups. A marca Moulinex, concretamente, entrou em Portugal na década de 60. Está a assinalar 60 anos em Portugal. “A marca entrou com uma gama de produtos utilitários de cozinha, como o passe vite, varinhas mágicas e picadoras. Foi desde sempre inovadora e líder de mercado. Tanto é assim, que ainda hoje o consumidor português confunde a categoria com a marca. Pedem uma ‘123’ em lugar de uma picadora, o produto mais vendido de sempre da marca”. As grandes cadeias de retalho multiespecialistas pesam cerca de 65% nas vendas da marca. Talvez por isso, o ponto de venda seja o palco priveligiado para dar a conhecer o novo robot que “combina várias funcionalidades num aparelho só”. Por outro lado, a marca tem em curso projectos para melhorar a presença nos sites das cadeias de distribuição, “a compra destes produtos passa quase sempre por aqui. Apostamos em vídeos explicativos, por exemplo”. Depois de dois anos “complicados”, 2013 correu bem à marca. “O ano passado correu muito bem. Crescemos acima dos 20% face ao ano anterior. No primeiro semestre, as vendas estão em linha com as expectativas. Esperamos crescer este ano cerca de 3%”. H 021 w w w . h i p e r s u p e r . p t 20-27 marcas:Hipersuper 31-07-2014 16:46 Página 022 marcas Agosto 2014 Saco para cozinhar no forno e na grelha. É um produto único no mercado nacional. A Silvex lançou um saco em alumínio, desenvolvido no Reino Unido, que promte facilitar a vida na cozinha photo: D.R. photo: D.R. A Silvex lançou um saco em alumínio para cozinhar no forno e na grelha, na Península Ibérica, que permite poupar tempo e trabalho. “A culinária passou a ter uma exposição mediática em 'prime time' no último ano, com programas de conceituados chefs, nacionais e internacionais, programas de entretenimento ligados à cozinha, abrindo as portas da cozinha a toda a família. Tradicionalmente, a cozinha estava reservada, por força, às mulheres, mães e avós, mas agora homens, e até crianças, mostram interesse em participar na preparação e confecção das refeições familiares. Além disso, tem vindo a aumentar a procura e interesse por soluções inovadoras por quem cozinha e há maior prédisposição para a experimentação de soluções diferentes”, sublinha Hernani Magalhães, administrador da Silvex, para justificar o mais recente lançamento da empresa de Benavente. O saco é e único no mercado português. “Duas características – a janela no centro do saco que permite a auto-ventilação dos alimentos e a compatibilidade com a grelha, além do forno, fazem deste produto uma inovação no mercado português”. O produto destina-se a todos os con- sumidores que gostam de cozinhar, mas não gostam de limpar o forno e a grelha e querem poupar tempo, refere o responsável da Silvex. “As características únicas deste saco potenciam os sabores e aromas dos alimentos, evitando que estes sequem. Para obter um efeito grelhado, é necessário remover a película transparente depois de o saco ter insuflado, permitindo, assim, que o ar circule com maior facilidade”. photo: D.R. AMÉRICA DO SUL NA MIRA DA SILVEX Atenta às tendências e às necessidades dos lares, a empresa portuguesa está sempre à procura de produtos que facilitem a vida aos consumidores. “É uma pratica comum utilizar a folha de alumínio para fazer envelopes para cozinhar, por exemplo, peixe 022 w w w . h i p e r s u p e r . p t no forno e andávamos a desenvolver um saco em alumínio para cozinhar. Mas, numa análise à oferta nos mercados internacionais, optámos por esta solução existente no mercado britânico, com as características que procurávamos e ainda a vantagem de ter uma janela que permite visualizar a refeição enquanto está a ser cozinhada”. A empresa escusa-se a divulgar o valor do investimento no lançamento, mas explica que foi aplicado no 'procurement', desenvolvimento e adaptação do conceito e 'packaging' ao mercado ibérico, para o consumo doméstico, indústria alimentar e restauração. Por ser uma marca portuguesa, o saco vai ser lançado primeiro no mercado ibérico, “o que a empresa melhor conhece”, mas a Silvex está a estudar, em conjunto com o fabricante do saco, a comercialização do novo produto no mercado sul-americano. “2014 está a ser um ano difícil, mas a correr dentro das expectativas”, revela Hernani Magalhães, acrescentando que o principal desafio para a marca é, tal como para todas as outras nos dias de hoje, continuar a inovar, a supreender e desafiar os consumidores com novas ideias, produtos e utilizações e não ceder à tentação de baixar os braços e tornar-se apenas numa marca seguidora”. H 20-27 marcas:Hipersuper 31-07-2014 16:46 Página 023 marcas "A falta de poder de compra é o principal desafio" photo: D.R. bem-estar e a qualidade de vida. Nem sempre é tido em conta o número de produtos usados e os custos colaterais associados à incontinência - lavagem de roupa de cama, gasto em cremes devido a irritações na pele, entre outros. Este conceito de 'custo total de incontinência' é mais difícil de transmitir aos consumidores finais ou compradores que adqui- rem os nossos produtos em hipermercados ou supermercados", explica Silvia Figueiredo. Talvez por isso, mas também devido à crise, no último ano, a marca alterou a sua estratégia e "passou a investir mais em acções promocionais nos pontos de venda. Esta estratégia levou a que a marca esteja mais ajustada à realidade do mercado português". Por outro lado, investe também em inovações, "com o lançamento de novos produtos ou melhorando os que já existiam, tornando-os mais seguros, confortáveis e discretos para os consumidores. A área de inovação é essencial para o desempenho da TENA, marca de fabricante líder de vendas de produtos para incontinência em Portugal", sublinha a Brand Manager. CATEGORIA GANHA ESPAÇO NO LINEAR A categoria de incontinência é bastante desenvolvida em Portugal e é uma área que tem crescido e evoluído muito ao longo dos anos, refere a responsável. "Os retalhistas têm acompanhado essa evolução e nos pontos de venda existe um espaço considerável nos lineares dos hiper e supermercados para as protecções de incontinência. Os espaços estão bem definidos entre tipos de produtos e com a preocupação de os organizar por grau de absorção. Existe também comunicação 'above-the-line' desenvolvida pelos principais fabricantes destes produtos, pelo que tudo junto acaba por contribuir para um desenvolvimento muito positivo da categoria". Silvia Figueiredo estima que a categoria evolua de "forma positiva" até ao final do ano, "sobretudo na área de pensos de incontinência ligeira e cuecas absorventes". Há espaço para crescer. Apesar de a incontinência urinária não ser espe- cificamente um problema de idade, o envelhecimento é uma das suas causas e, como tal, "o potencial de evolução da categoria é grande. No futuro, a tendência de crescimento recairá, também, nas camadas mais jovens, devido ao esclarecimento e ao conhecimento que estas possuem sobre o assunto e do tipo de protecções que podem utilizar. Ou seja, é natural que no futuro o tabu seja menor e mais cedo as pessoas comecem a utilizar produtos específicos para as perdas de urina, em vez de protecções para higiene feminina, por exemplo. O mercado de incontinência ligeira é o que regista menos vendas, face ao tabu associado à incontinência urinária". 'PACKAGING' E DISPOSIÇÃO DOS PRODUTOS Por isso, fora do ponto de venda, a marca procura obter notoriedade e dar a conhecer os novos produtos e as inovações. "A estratégia é também que a marca seja considerada uma 'expert' a nível de incontinência, quebrando o tabu que está associado a este problema, através da passagem de informação via web e de outras acções de esclarecimento implementadas junto de consumidores". No ponto de venda, "procuramos facilitar a informação da escolha do produto adequado, através do 'pac- para quebrar o tabu ligado à incontinência e fazer crescer a categoria no retalho nacional photo: D.R. A ctualmente, o grande desafio para as marcas é a "falta de poder de compra" dos lares portugueses, revela Silvia Figueiredo, Brand Manager TENA Retail Incontinence Care. Para as marcas em geral, e, em particular, para a categoria de protectores para a incontinência. "Esta situação leva a que as pessoas com incontinência tenham de optar por soluções mais baratas e com menos qualidade, colocando de parte o seu A estratégia da marca Tena kaging' e da disposição dos produtos no linear. Estamos, actualmente, a desenvolver projectos de gestão de categorias com alguns dos nossos clientes. Além disso, e face à crise económica instalada, procuramos também investir em mais acções promocionais que permitam fazer com que os 'shoppers' não deixem de optar pelos nossos produtos". O grupo-alvo da marca são, na maior parte das vezes, mulheres com mais de 45 anos. A marca TENA surgiu na Grécia é detida pela SCA Hygiene Products, que faz parte do Grupo sueco SCA. H RETRATO DA DOENÇA Estima-se que em Portugal entre 650 e 800 mil pessoas sofram de incontinência urinária. "Este número abrange tanto pessoas activas com incontinência ligeira, como pessoas acamadas com incontinência total. As mulheres são as mais afectadas por este problema: cerca de 75% dos incontinentes são mulheres. A gravidez, o parto e a menopausa, são os principais responsáveis pela incontinência urinária feminina. Estima-se que uma em cada quatro mulheres com mais de 35 anos tenham ou já tenham tido episódios de incontinência urinária", segundo Silvia Figueiredo, Brand Manager TENA Retail Incontinence Care. 023 w w w . h i p e r s u p e r . p t 20-27 marcas:Hipersuper 31-07-2014 16:46 Página 024 marcas Agosto 2014 “É importante termos presença industrial em Portugal” A Unilever Jerónimo Martins investiu €30 milhões para modernizar a fábrica de Santa Iria da Azóia. Em discurso directo, José Bravo, VP Supply Chain Portugal, explica o projecto A Unilever Jerónimo Martins (ULJM) é detida em 45% pelo grupo Jerónimo Martins e em 55% pela Investiram €30 milhões para modernizar a fábrica de Santa Iria da Azóia. Em que consistiu o projecto? Investimos na fábrica de Santa de Iria de Azóia porque é importante termos uma presença industrial em Portugal. Foram 8 milhões de euros na automatização, 13 milhões de euros em infra-estrutura e mais 9 milhões de euros nas novas linhas de produção. Desactivámos a fábrica de Sacavém no ano passado, dado que a produção de detergentes em pó não era, a prazo, sustentável em termos de escala, pois não estava de acordo com a crescente preferência dos consumidores por outros formatos, como o caso dos detergentes líquidos e cápsulas. Por outro lado, reconhecemos que existia também um grande potencial de desenvolvimento na área de produção alimentar e, por isso, foi decidido investir nas unidades produtivas em Santa Iria de Azóia, transformando-as em centros produtivos de vanguarda para maior exportação. As linhas de produção foram completamente remodeladas com nova maquinaria e tecnologia, as linhas de cones e de copos foram automatizadas e modernizadas, de forma a produzirem vários formatos de gelados. Paralelamente, construímos uma nova fábrica de cones (que antes eram importados) para Cornettos, para garantir a redução do tempo de aprovisionamento e um produto ainda mais fresco junto dos consumidores. photo: © endostock_Fotolia.com Unilever. Assim, este investimento não só veio reforçar a capacidade de produção de produtos que já tínhamos, como Cornetto, Planta, Vaqueiro e Knorr, como veio reforçar também a de produtos novos, como as margarinas liquidas. Um dos objectivos do investimento é aumentar as exportações. De 30% para 50% da produção. Quando? A fábrica só estará em funcionar em pleno em 2015, pelo que se espera alcançar 50% de exportação nesse mesmo ano. Qual a capacidade actual de laboração da fábrica para cada um dos produtos? O reforço da capacidade produtiva impactará directamente a produção de gelados - em especial Cornetto, assim como de margarinas e cremes para barrar. Em termos de volume, este investimento irá permitir um aumento de cerca de 30% do volume total produzido na fábrica. Qual o objectivo para estas marcas no mercado português? O objectivo é continuar a merecer a crescente confiança dos portugueses pelas nossas marcas e atingir um crescimento do volume interno de 3 a 5% ao ano. A fábrica está a laborar em pleno? O arranque das produções começou agora e espera-se que a fábrica esteja a funcionar em pleno no final do primeiro trimestre de 2015. 024 w w w . h i p e r s u p e r . p t No final de 2013, as fábricas de Santa Iria produziram 70 mil toneladas de produtos alimentares, das quais cerca de um terço para exportação. Quais as categorias com mais potencial de exportação? Dada a actual quota de exportação, as categorias com maior potencial de aumentar o seu volume de exportação é a das margarinas e cremes para barrar. Qual estima que seja a quota de exportação no final deste ano? Este ano, devemos fechar com um volume total de exportação na ordem dos 35-37%, sendo as margarinas e os cremes para barrar a categoria onde ainda estaremos em crescimento nas exportações. Espanha e Itália (gelados), Espanha, Alemanha e Holanda (margarinas) e Espanha, França e Reino Unido (caldos Knorr) são os principais mercados de exportação dos produtos da Fábrica de Santa Iria. A estratégia de exportação passa por reforçar para os países para onde já exportam ou conquistar novas geografias? Passa pelas duas. Neste momento, em gelados, estamos a trabalhar para conseguir a certificação halal e exportar também para países onde a certificação religiosa muçulmana é relevante para os consumidores. H 20-27 marcas:Hipersuper 31-07-2014 16:46 Página 025 marcas Fruut investe €1 milhão em nova linha de produção. Nova linha aumenta capacidade de produção para oito milhões de embalagens por ano. Exportação deverá representar 50% das vendas em 2015 photo: D.R. A Fruut vai investir um milhão de euros para erguer uma nova linha de produção na fábrica que transforma finas fatias de fruta fresca em snacks crocantes. Actualmente, a marca da Frueat tem capacidade para produzir 1.500 embalagens por ano. Em Novembro deste ano, quando este investimento estiver concluído, a Fruut terá capacidade para fabricar oito milhões de embalagens, revela em entrevista ao HIPERSUPER Filipe Simões, director-geral da Frueat. O investimento na capacidade de produção tem dois objectivos principais: dar resposta ao aumento da procura no mercado interno e diversificar os destinos das exportações. Tudo começou mais ou menos há um ano. Em Julho do ano passado, nasce uma nova categoria em Portugal: fruta desidratada embalada. Como explica Filipe Simões, “não existiam hábitos de consumo de fruta desidratada e não foi fácil explicar o conceito de 'snack saudável', que parecia quase um contrasenso. Hoje, passa- Filipe Simões director-geral da Frueat dos 12 meses, sentimos que as pessoas reconhecem o contributo da marca para o surgimento de uma nova categoria, que proporciona prazer beneficiando a saúde”. No espaço de um ano, a marca vendeu 850 mil embalagens e conquistou o prémio 'Nutrition Awards – Produto inovação'. “Os snacks são 100% naturais, feitos a partir de fruta portuguesa, sem qualquer tipo de adição, corantes ou conservantes. Além de contribuirem para melhorar os hábitos alimentares, estimulam a economia comprando localmente e reduzem o desperdício alimentar, pois aproveitamos as maças de calibre mais reduzido ou com defeitos na casca, regra geral, rejeitadas pelo mercado. Trata-se de um projecto que se baseia na sustentabilidade e impulsiona o sector agro-alimentar português”. NOVOS DESTINOS DE EXPORTAÇÃO Espanha, Angola e Inglaterra, foram os primeiros destinos de exportação da marca portuguesa. Com o reforço da produção, a meta é chegar a oito novos mercados no último trimestre do ano e alcançar uma quota de exportação equivalente a 50% do volume de negócios em 2015. “Queremos que a exportação represente metade das vendas no próximo ano e definimos os países do Norte da Europa como prioritários. Estamos também em negociações com distribuidores do Médio Oriente e Austrália”, revela o director-geral da Frueat. A estratégia de actuação nos mercados internacionais passa pela constituição de parcerias com “distribuidores locais que tenham o 'know-how' para impulsionar a marca. Somos exigentes na selecção dos parceiros”, diz Filipe Simões, acrescentando que apenas “interessam distribuidores que percebam e estejam enquadrados com a proposta de valor da marca. Não pretendemos distribuidores que encarem o negócio apenas do ponto de vista transaccional”. A marca prepara o lançamento de cinco novos produtos até ao final do ano. “Vamos lançar brevemente dois novos sabores tipicamente portugueses Pera Rocha e Maça Bravo. Os restantes lançamentos são, para já, segredo”. A investigação e desenvolvimento de novos produtos é feita em parceria com universidades portuguesas. Actualmente, os snacks são comercializados em hiper e supermercados, mercearias, gasolineiras, máquinas de venda automática e no canal Horeca. Apesar de ser um produto versátil no que diz respeito ao consumo, “as mulheres que têm mais preocupações com o bem-estar são, regra geral, mais sensíveis à proposta da marca”. No segundo ano de actividade em Portugal, em Julho de 2015, a marca estima alcançar um volume de negócios de 2,6 milhões de euros e um total de 2,5 milhões de embalagens vendidas. H 025 w w w . h i p e r s u p e r . p t 20-27 marcas:Hipersuper 31-07-2014 16:46 Página 026 marcas Agosto 2014 Monliz cria mais 45 postos de trabalho. A empresa de Alpiarça que, em 2002, integrou os grupos belgas Ardo e Crop’s, duplicou a capacidade de produção e passou a embalar os seus vegetais photo: D.R. A existe também um departamento de vendas fora da Europa, sediado na Bélgica. Em Portugal, passa-se o mesmo, vendemos todos os produtos do grupo, dos vegetais, às ervas aromáticas, frutas e refeições prontas”, explica Mauro Cardoso. No nosso país, a Monliz trabalha com os operadores da distribuição e com as principais marcas desta indústria. Desde 2005, a empresa já investiu um total de 45 milhões de euros, contabilizando já o investimento deste ano, na fábrica de Alpiarça Inverno, como sejam a ervilha, a fava e o brócolo”. CRESCER NA EUROPA Em 2013, um total de 78% da produção seguiu para os mercados internacionais, como as grandes cadeias de distribuição belgas e holandesas. “A actividade comercial directa é realizada no território nacional. As vendas de exportação são feitas para o grupo através das empresas “irmãs” que desenvolvem a actividade comercial nos respectivos países. Centralmente, 026 w w w . h i p e r s u p e r . p t photo: D.R. Monliz, fabricante de vegetais congelados, investiu 18 milhões de euros na segunda fase de expansão da unidade industrial que detém em Alpiarça, Santarém. O investimento vai permitir à empresa, que em 2002 integrou dois grupos belgas - Ardo e Crop’s, a criação de novos 45 postos de trabalho em Portugal. A empresa inaugurou uma nova linha de produção - onde lava, corta e congela os vegetais - mais uma câmara frigorífica para armazenar a produção com capacidade para 32 mil paletes e ainda uma nova unidade de embalamento. “Vendemos os congelados a granel ou em caixas para as cadeias de retalho. O embalamento para a distribuição tem crescido muito e é uma grande aposta, porque antes o embalamento era feito noutras fábricas. Com este investimento, queremos converter parte das vendas a granel em produto embalado”, explica em entrevista ao HIPERSUPER Mauro Cardoso, director-geral da Monliz. Por isso, já este ano a empresa vai investir mais 2,5 milhões de euros na fábrica, cerca de metade do valor vai ser aplicado numa nova linha de embalamento, a terceira, que deverá estar operacional em Setembro, e o restante em outros projectos, como a autonomização do tratamento de efluentes. “Este investimento vai permitir aumentar o valor integrado dos produtos, aumentar o volume de vendas e ganhar margem de manobra para dar resposta a picos de procura”. Desde 2005, a empresa já investiu um total de 45 milhões de euros, contabilizando já o investimento deste ano, na fábrica de Alpiarça. “Duplicámos a capacidade de produção e armazenamento da unidade que, em 2013, se situou nas 31.515 toneladas. Estamos ainda longe da utilização plena da capacidade instalada (45.000 toneladas). Podemos crescer muito, sobretudo nas culturas de Primavera e Nos mercados internacionais, os pimentos e os brócolos são os produtos estrela. A estratégia passa por entrar em novas geografias? Não, diz o director-geral da Monliz. “Não será previsível que no curto prazo cresçamos fora da Europa. A estratégia passa pela consolidação nos mercados onde já operamos, contudo não deixaremos de estar atentos às oportunidades que vão surgindo noutras latitudes”. As metas definidas para este ano são ambiciosas. “Este ano vai ser de forte crescimento. Os negócios firmados no ano passado assim o perspectivam e notamos ainda alguma recuperação dos nossos clientes face às perdas registadas no ano passado. Todos os canais onde estamos presentes revelam uma evolução positiva face a 2013. Talvez o canal de vendas para a indústria seja o que apresenta menor evolução. Tanto na Grande Distribuição como no Horeca, a evolução é bastante positiva”. A Monliz facturou quase 39 milhões de euros no ano passado e estima este ano alcançar um volume de negócios de 43 milhões de euros. Um dos principais desafios para a empresa de Alpiarça é criar uma base de produtores, em 2013 eram 239, para suprir as necessidades de matéria-prima, remata o director-geral da empresa que empregou no ano passado 204 pessoas. H 20-27 marcas:Hipersuper 31-07-2014 16:46 Página 027 marcas Fricon investe €1,5 milhões até 2015. A empresa portuguesa especialista em equipamentos de frio vai investir 1,5 milhões de euros até 2015 para aumentar a capacidade de produção da fábrica de Vila do Conde. Através de capitais próprios, a Fricon tem vindo, desde 2010, a apostar na reorganização interna, na modernização das instalações e no crescimento produtivo. Até 2015, está previsto um investimento de 1,5 milhões de euros, “alocado a máquinas, equipamentos e desenvolvimentos próprios. Enquadrado numa política de verticalização da produção, este investimento tem como objectivo reduzir a depedência e os riscos associados a fornecimentos externos, assegurando o fabrico da maioria dos componentes e contribuindo para a criação de postos de trabalho locais”, explica em entrevista ao HIPERSUPER Fernando Costa, director comercial. A empresa com 38 anos de vida, que nasceu numa pequena aldeia do norte do País, pela mão de Artur Martins de Azevedo, opera, desde 1995, uma fábrica no Brasil, concretamente no Recife, que emprega 800 colaboradores. “No Brasil, o consumo interno assume o relevo, muito devido a políticas proteccionistas que não favorecem a exportação. Mas, o país de língua lusófona é grande e a cultura de reinvestimento de activos no crescimento é idêntica à casa de origem portuguesa, somando uma parceria transatlântica em investigação e desenvolvimento bem-sucedida”, sublinha, Hércules Zurita, Business Developement Director da Fricon. A empresa abriu há cerca de 18 meses uma delegação comercial em Madrid, que permitiu incrementar a oferta e reforçar o serviço pós-venda no país vizinho. MAIS EFICIÊNCIA, MENOS CONSUMO A empresa familiar exibe o seu logótipo em centenas de milhares de arcas para gelados da Olá, mas também outras da Unilever, um pouco por todo o Mundo. Jerónimo Martins, Sonae, Carrefour, Wal-Mart, Intermarché, Danone, Coca-Cola, Unicer e Heineken, entre outras, são alguns dos gigantes do sector alimentar que utilizam equipamentos das unidades portuguesa e brasileira para conservar, refrigerar e congelar os seus produtos. “A confiança das grandes marcas de distribuição, adeptas da modernização, tem permitido avanços, como a utilização de gases ecológicos, tornando os equipamentos mais amigos do ambiente. Portugal é, aliás, um mercado consciente na procura de mais eficiência, com menos consumo”, revela, por sua vez, Helena Azevedo, administradora. O novo sistema VCC - Variable Capacity Compressor - que resulta de parcerias internacionais no âmbito da inovação tecnológica, permite “maximizar o rendimento dos equipamentos e reduzir o consumo energético e proteger o ambiente”. H 027 w w w . h i p e r s u p e r . p t 28-30 bebidas:Hipersuper 31-07-2014 16:47 Página 028 bebidas Agosto 2014 Sumol+Compal abre loja com acesso exclusivo. A Qual o investimento neste projecto? Não podemos dar esta informação. Por quê uma loja online e não uma loja física? O objectivo principal do Mercado do Bairro é criar um canal de relação directa com o consumidor final para poder dialogar com este e melhor dar resposta às suas necessidades. Ao estreitar a relação com os consumidores pretendemos criar valor para as marcas em todos os canais onde são disponibilizados, nomeadamente os de consumidor final, como o Horeca e consumidores e criar valor para as marcas em todos os canais de distribuição, é o objectivo da nova loja online da Sumol+Compal em que é apresentado um conceito dentro do posicionamento de cada marca e que não seria fácil ou possível de concretizar noutros canais. loja oferece acesso, em primeira mão, às inovações e edições exclusivas das marcas da Sumol+Compal, revela em entrevista ao HIPERSUPER João Castro, director de inovação Qual o posicionamento em preço? Dado que somos um canal directo, onde o consumidor chega directamente ao produtor, é natural conseguirmos oferecer um preço especial. Montámos ainda a operação de forma a conseguir fazer a entrega em casa de forma gratuita. photo: D.R. A Sumol+Compal lançou uma loja online com acesso directo ao produtor. Quais as vantagens para o e-shopper? O Mercado do Bairro é uma plataforma de acesso a ofertas especiais e exclusivas da Sumol+Compal não disponíveis nos outros canais, além do acesso em conta, cómodo e flexível à gama de produtos. Por não haver intermediários, o consumidor pode encomendar os produtos da empresa e dos parceiros a um preço mais económico, e recebê-los directamente em sua casa, sem custos adicionais, em vários horários de entrega para que não tenha de mudar nada no seu dia. Comunicamos de forma mais direccionada e directa promovendo uma maior proximidade e um relacionamento mais estreito entre as marcas e os seus consumidores. Além dos produtos já conhecidos, o Mercado do Bairro proporciona o acesso em primeira mão às inovações e às edições exclusivas das marcas da empresa. Estreitar a relação com os João Castro director de inovação da Sumol+Compal hiper e supermercados. A escolha de uma plataforma online foi feita tendo em conta o crescimento indiscutível das compras online e o facto de querermos estar onde o consumidor está. Este tipo de plataforma permite ainda uma maior facilidade na gestão, comunicação e manutenção tanto da loja em si, como da relação com o consumidor, menos exigente, e “less time consuming”. É nosso objectivo conseguir através desta plataforma de vendas dar acesso a uma experiência total do que é o nosso conhecimento do mundo das bebidas e da fruta, com edições limitadas, novos conceitos e diferentes abordagens das nossas marcas que de outra forma/em outros canais não conseguiriam ser construídas. O acesso à loja é exclusivo. Qual a vossa estratégia para trazer compradores para o site? O acesso é exclusivo, o que significa que só é possível realizar compras 028 w w w . h i p e r s u p e r . p t nesta loja online depois de receber um convite de um amigo. Para os fãs das marcas há ainda a possibilidade de se candidatarem aos convites disponíveis no Mercado do Bairro, no próprio site ou no Facebook das várias marcas. Para todos os novos clientes, a loja oferece um presente de boas-vindas: um crédito para efectuar compras online. Como fizeram a selecção do sortido? Em relação à oferta, tentamos ir de encontro aos hábitos dos consumidores em casa. Focamos a nossa oferta em produtos e embalagens de consumo familiar, contudo existem algumas excepções, como o Compal Vital Tomate, único sumo que vendemos em embalagem de vidro. As nossas marcas estrela são Sumol, Compal, Um Bongo e Estrela Damm. Destaca-se ainda no Mercado do Bairro as edições exclusivas, que designámos de “Sabores do Mercado”, que são propostas mensais das marcas e A taxa é um dos principais obstáculos ao desenvolvimento do e-commerce em Portugal? Sim, é um dos principais entraves ao ecommerce é a taxa de entrega em casa. Não só em Portugal, mas, de forma geral, nos vários países onde o e-commerce é um dos principais canais de distribuição das marcas, este é um factor revelante na escolha do consumidor. Outro factor comumente apresentado é a segurança de pagamentos. As entregas são feitas no próprio dia, por enquanto, na área da Grande Lisboa. Quanto estimam que represente as vendas nesta região no final do ano? Encontramo-nos numa fase inicial do projecto e, por isso, considerando que o principal objectivo é estreitar a relação das marcas com os consumidores, um bom ano de lançamento seria constatarmos que conseguimos estabelecer uma boa relação bidireccional com vários dos consumidores. Para que regiões pretendem expandir a loja? Para já, a nossa preocupação fundamental é conseguir proporcionar a melhor experiência e serviço na zona que inicialmente projectada. Quando a oferta e a operação estiverem a uma “velocidade cruzeiro”, pretendemos chegar a outros pólos e regiões onde a nossa distribuição se encontra presente. H 28-30 bebidas:Hipersuper 31-07-2014 16:47 Página 029 bebidas Boas notícias para Portugal. Os consumidores chineses e norte-americanos, dois gigantes mercados de consumo de vinho, preferem as rolhas de cortiça aos vedantes alternativos como um dos principais destinos da actualidade”. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Os consumidores preferem as rolhas de cortiça quer no restaurante quer no ponto de venda, segundo dois estudos levados a cabo, respectivamente, pela Wine&Spirits e Nielsen. Em 2013, as marcas de vinho com rolha de cortiça foram responsáveis por 90% das vendas do Top 50 Restaurant Brands, um crescimento de 21%, em comparação com as cifras de há 10 anos. Na Distribuição, por sua vez, o preço médio das marcas de vinho premium Top 100 com rolha de cortiça é superior, isto é, $12,87 comparativamente com $8,81 nos vinhos com rolhas artificiais. Desde 2010, as vendas das 100 principais marcas de vinho premium vedados com rolha cortiça aumentaram 36%, em comparação com a subida de 8% nos vinhos com rolhas artificiais, conclui a Nielsen. H á boas notícias para Portugal. Os consumidores chineses e norte-americanos, dois gigantes mercados de consumo de vinho, preferem as rolhas de cortiça aos vedantes de alumínio, plástico e vidro, segundo estudos levados a cabo naqueles países. A pesquisa realizada no gigante asiático concluiu que 84% dos consumidores prefere rolhas de cortiça enquanto, nos EUA, a opção por este tipo de vedante acolhe as preferências de 90% dos restaurantes que constituem o TOP 50. “A clara preferência dos consumidores, quer dos EUA quer da China, países determinantes para o futuro das exportações portuguesas de cortiça e de vinho, são boas notícias para Portugal. E estão completamente em linha com as preferências dos consumidores nos mercados europeus, como Espanha, França e Itália”, explica ao HIPERSUPER Carlos Jesus, director de comunicação da Cortiçeira Amorim. Além de serem dois mercados gigantes, têm ainda uma enorme margem de progressão, lembra Nuno Guedes Vaz Pires, director da Essência do Vinho. “O mercado norte-americano está a beneficiar de uma nova faixa de consumidores e 'wine lovers', que estão a despertar para o vinho, possuem capacidade aquisitiva e começam a encarar o vinho como parte integrante do seu 'lifestyle'. É um mercado que privilegia muito a relação qualidade/preço dos vinhos, que já demonstra conhecimento pelos vinhos 'made in USA' e que, por isso, está cada vez mais receptivo a receber vinhos de outros mercados”. No que diz respeito ao mercado chi- Além de serem dois mercados gigantes, têm ainda uma enorme margem de progressão, lembra Nuno Guedes Vaz Pires, director da Essência do Vinho nês, Nuno Vaz Pires lembra que é já o quinto maior consumidor mundial de vinho. “Segundo dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho, em 2012, os chineses aumentaram em 65% o consumo de vinho em comparação com o ano 2000. Ainda que o consumo per capita esteja limitado a duas garrafas, estamos a falar de um mercado que já representa um consumo de 1,4 mil milhões de garrafas. Não é por acaso, que todos os países produtores de vinho querem estar na China e mesmo alguns dos mais emblemáticos 'chateaux' franceses têm aquele CHINA Convidados a opinar sobre quatro tipos de vedante – rolha de cortiça, cápsula de alumínio e vedantes de plástico e de vidro, um total de 84% dos consumidores chineses diz preferir as rolhas de cortiça no momento da compra, segundo um estudo da CTR Market Research. 36% opta pelas cápsulas de alumínio, 11% escolhe o plástico e 8% selecciona o vidro. Mais: 85% dos chineses associa a cortiça a vinho de qualidade e 89% refere que é o vedante mais reconhecido. Os resultados deste estudo reforçam conclusões já retiradas noutros mercados, como em Espanha, onde 92% dos consumidores prefere a cortiça e 86% diz que conserva melhor as propriedades do vinho. Já em Itália, 85% dos inquiridos aponta a cortiça como o vedante que melhor assegura a qualidade e 84% dos franceses associa a cortiça a vinho de qualidade. H 029 w w w . h i p e r s u p e r . p t 28-30 bebidas:Hipersuper 31-07-2014 16:47 Página 030 exportação photo: © EvrenKalinbacak_Fotolia.com Agosto 2014 Médio Oriente na mira das empresas portuguesas. À boleia das empresas portuguesas exportadoras, o mercado da certificação cresceu no último ano em Portugal, revela ao HIPERSUPER Luis Ferreira, Business Stream Manager Product da TUV. “Ao longo do último ano, para vencer a crise, verificou-se um crescimento significativo no mercado da certificação. Este desempenho positivo deve-se, sobretudo, às certificações de produtos relacionados com as empresas exportadoras. Começamos também a ter os primeiros sinais de procura de certificações de acordo as mais recentes normas ISO, nas áreas da Eficiência Energética e da Segurança das Tecnologias de Informação”. Entre as mais-valias da certificação, o responsável da TUV destaca a redução de custos, o aumento da competitivi- dade (muitas empresas de grande dimensão só compram a fornecedores certificados), o aumento da confiança na gestão e relacionamento entre clientes e fornecedores e a redução de riscos, “uma vez que os processos estão sistematizaos e documentados”. A certificação é um requisito para aceder a novos mercados, garante Luís Ferreira, dando como exemplo o caso dos produtos alimentares, em que são exigidos certificados de controlo de qualidade da mercadoria. “A falta destas certificações resulta, por parte das autoridades alfandegárias, em sansões e na realização de testes adicionais nos laboratórios locais. As mercadorias avaliadas negativamente são imediatamente confiscadas”. Até ao final do ano, a empresa perspectiva um “crescimento significativo” da certificação relacionada com a exportação de produtos alimentares e 030 w w w . h i p e r s u p e r . p t têxteis, entre outros, para o Médio Oriente (Kuwait, Arábia Saudita) e para a Europa. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA É NOVA TENDÊNCIA As grandes tendências do mercado português passam pela certificação ao nível da eficiência energética, segurança alimentar e segurança das tecnologias de informação, refere o responsável. “Isto porque, além de em alguns sectores de actividade a certificação ser já há muito tempo obrigatória - como é o caso da indústria automóvel, esta é uma imposição crescente do mercado de exportação que tem vindo a estabelecer requisitos mínimos para a avaliação de empresas que pretendem exportar os seus produtos ou serviços”. A indústria alimentar está sujeita a A certificação é um requisito para aceder a novos mercados, sublinha Luis Ferreira, Business Stream Manager Product da TUV vários requisitos de conformidade e qualidade, sobretudo para a comercialização de produtos no exterior. “Acompanhando a evolução das exportações, a ISO 22000 tem-se afirmado como um standard para todas empresas do sector. Esta é a primeira norma internacional de qualidade para as empresas ao longo de toda a cadeia de produção da indústria alimentar, sendo produtores primários, empresas de transporte ou retalhistas. Em estrutura e conteúdo, a norma é baseada nos requisitos de um sistema de gestão da qualidade descritos na ISO 9001 sendo alargado, de modo a incluir os princípios HACCP. Além da ISO 22000 existem, também, vários tipos de certificação aplicáveis à industria alimentar, como a norma BRC, desenvolvida pelo Consórcio de Retalho Britânico, e a IFS, da Associação Alemã do Comércio e Retalho”. H 31-07-2014 16:48 Página 031 OPINIÃO 31-32 opiniao:Hipersuper Agosto 2014 'Omni-channel': o futuro do retalho Estudos recentes da Accenture e da Hybrid revelam que cerca de 70% dos utilizadores das lojas online pretendem ser capazes de encontrar um inventário completo e detalhado dos produtos que procuram na internet de forma a que lhes seja possível efectuar escolhas adequadas na hora de comprar os produtos. Estas lojas online são, para os utilizadores, parte integrante e fundamental do processo de compra, pois, para 50% dos mesmos saber qual o produto que pretendem comprar, adquiri-lo online e ir levantá-lo à loja física é uma prática bastante comum e cómoda. Contudo, e apesar das escolhas óbvias que os clientes têm vindo a revelar neste sentido, apenas um terço dos retalhistas está preparado para oferecer estes serviços, estando muitos a operar, desde já, mudanças que se revelam significativas perante esta realidade para fugir às consequências da perda de clientes e, como tal, de lucros. É neste sentido, e na perspectiva de um futuro tecnologicamente avançado, que se impõe uma necessidade clara de mudanças basilares nas estruturas do sector de retalho de forma a dar resposta às necessidades dos clientes – 'Omni Channel' é o caminho a seguir. Assim sendo, e para que seja possível implementar as evoluções necessárias, é importante que os retalhistas consigam ter uma clara, objectiva, eficaz e real visibilidade de inventário – saber em que ponto da cadeia de distribuição e em que local da loja está determinado artigo permite dar resposta mais rápida às necessidades dos clientes, contribuindo para um claro aumento do lucro. Para este fim, são fundamentais as evoluções que se têm vindo a observar ao nível do RFID que permitiu nos últimos anos alcançar níveis de visibilidade entre os 95% e os 99%, segundo um estudo da Universidade de Auburn. PADRÕES DE VENDA ONLINE Por outro lado, é essencial, tal como numa loja física, que exista uma disponibilidade de artigos real – este fundamento é apenas possível com um standard de venda online. Da mesma maneira que existem informações chave que todas as etiquetas dos diferentes artigos possuem, também online é fundamental determinar formas de apresentação dos artigos transversais a todos os mercados, permitindo assim existir uma maior universalidade nos padrões de venda online. Esta é também uma das características que determina o terceiro factor de evolução 'Omni Channel', a capacidade de prever as necessidades de consumo dos clientes. Os dados que podem ser facultados através da análise de previsão permitem aos retalhistas compreender melhor como dar resposta às necessidades dos seus clientes. Contudo, esta análise tem que fazer parte de um programa de comunicação de duas vias: do cliente para o retalhista e do retalhista para o cliente, permitindo compreender melhor as necessidades de cada um. Essencial a esta perspectiva é também a existência de empresas de análise de dados e de mercado. Por fim, o compreender melhor as necessidades do cliente é também factor fundamental para melhor dar resposta às suas necessidades e assim contribuir para uma satisfação de consumo ainda maior. De um modo geral, 52% dos retalhistas apresentam este como sendo um factor essencial para o incremento das vendas, ao qual se vem juntar a capacidade de melhorar a sua própria rede de distribuição. Assim, e como tem vindo a ser apanágio de cada evolução tecnológica, o 'Omni Channel' é um dos caminhos a percorrer, mas com os percalços existentes de necessidade de cada um dos actores ser capaz de juntar sinergias entre si e evoluir na prossecução de um mercado mais equilibrado. Neste sentido, é essencial que o retalho compreenda a necessidade de trabalhar em conjunto entre si e com os provedores de soluções de forma a arranjar respostas adequadas às suas necessidades, de se adaptar mais e mais tecnologias e soluções complementares como é o RFID – estando sempre na vanguarda do que de melhor se pode fazer no sector a que pertencem, mantendo sempre os seus produtos em segurança e incrementando o lucro e as vendas. H Mariano Tudela Vice-Presidente de Vendas da Checkpoint para o Sul da Europa e França 031 w w w . h i p e r s u p e r . p t 31-32 opiniao:Hipersuper 31-07-2014 16:48 Página 032