UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E
BIOMONITORAMENTO
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA FAUNA DE ANELÍDEOS
POLIQUETAS DE PRAIAS ARENOSAS AO LONGO DE UM
GRADIENTE DE POLUIÇÃO ORGÂNICA NA BAÍA DE
GUANABARA, RJ.
SALVADOR-BA
MARÇO-2010
FERNANDA SILVEIRA COSTA DE OLIVEIRA
ORIENTADORA:
PROF Dra ELIANNE PESSOA OMENA
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA FAUNA DE ANELÍDEOS
POLIQUETAS DE PRAIAS ARENOSAS AO LONGO DE UM
GRADIENTE DE POLUIÇÃO ORGÂNICA NA BAÍA DE
GUANABARA, RJ.
SALVADOR-BA
MARÇO-2010
Ficha Catalográfica
Oliveira, Fernanda Silveira Costa de
Distribuição espacial da fauna de
anelídeos
poliquetas
de
praias
arenosas ao longo de um gradiente de
poluição
orgânica
na
Baía
de
Guanabara, RJ.
92p.
Dissertação (Mestrado) - Instituto de Biologia da
Universidade Federal da Bahia.
1. Estrutura da comunidade 2. Eutrofização 3.
Praia Estuarina I. Universidade Federal da Bahia.
Instituto de Biologia.
Comissão Julgadora:
_________________________________________
Prof Dr Francisco Barros
Universidade Federal da Bahia - UFBA
_________________________________________
Prof Dr Ricardo Silva Cardoso
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
_________________________________________
Profª Dra. Elianne Pessoa Omena
Orientadora
Agradecimentos
À minha orientadora, Profª Dra. Elianne Omena, pela total dedicação na orientação de
todo este trabalho e pelo apoio inestimável, mesmo a distância.
A CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – pelo apoio
financeiro durante o mestrado.
Aos bentônicos do Laboratório de Benthos (UFRJ) que contribuíram na elaboração
deste trabalho: Orlemir, Daniele, Monique, Iana, André, Luciana, Andrea, Helena,
Barbara, Cintia Bianco e outros que não lembro o nome.
A Manu Guirra, minha colega de turma, pelo incentivo e conversas durante o mestrado,
inclusive na temporada no Rio de Janeiro.
Ao Instituto de Biologia - UFBA - que de alguma forma contribuíu neste trabalho.
ÍNDICE
Lista de Figuras ............................................................................................................... I
Lista de Tabelas .............................................................................................................. II
Lista de Anexos ............................................................................................................. III
Resumo ........................................................................................................................ IV
Abstract ......................................................................................................................... V
1. Introdução .................................................................................................................. 1
2. Metodologia ................................................................................................................ 9
2.1. Delineamento Experimental .................................................................................. 9
2.2. Praias Amostradas ............................................................................................... 11
2.3. Análises Laboratoriais .......................................................................................... 13
2.3.1. Parâmetros Ambientais ......................................................................................... 13
2.3.1.1. Declividade .............................................................................................. 13
2.3.1.2. Granulometria .......................................................................................... 13
2.3.1.3. Matéria Orgânica ..................................................................................... 13
2.3.2. Estrutura da Comunidade de Poliqueta ............................................................... 14
2.3.2.1. Densidade ................................................................................................ 14
2.3.2.2. Biomassa ................................................................................................... 14
2.3.2.3. Índices de Diversidade ............................................................................. 15
2.4. Tratamento de Dados ........................................................................................... 15
3. Resultados ................................................................................................................ 16
3.1. Variáveis Abióticas.............................................................................................. 16
3.1.1. Declividade .................................................................................................... 16
3.1.2. Matéria Orgânica ........................................................................................... 17
3.1.3. Granulometria ................................................................................................ 18
3.2. Estrutura da Comunidade ................................................................................... 18
3.2.1. Frequência de Ocorrência .............................................................................. 20
3.2.2. Composição específica .................................................................................. 20
3.2.3. Densidade Total ............................................................................................. 23
3.2.4. Dominância..................................................................................................... 26
3.2.6. Índices de Diversidade – Riqueza e Diversidade de espécies ....................... 29
3.2.7. Biomassa Total .............................................................................................. 30
3.3. Relação Abundância - Biomassa ....................................................................... 31
3.4. Relação biomassa, densidade e variáveis granulométricas ............................... 33
4. Discussão ................................................................................................................... 38
5. Conclusão ................................................................................................................. 45
6. Referências Bibliográficas ....................................................................................... 46
I
Lista de Figuras
Figura 1: Localização geográfica das praias e setores na Baía de Guanabara: Catalão, Ramos,
Bica, Bananal, Limão e São Gabriel ....................................................................................... 10
Figura 2: Praia do Catalão ..................................................................................................... 11
Figura 3: Praia de Ramos ....................................................................................................... 11
Figura 4: Praia da Bica .......................................................................................................... 12
Figura 5: Praia do Limão ........................................................................................................ 12
Figura 6: Praia de São Gabriel .............................................................................................. 13
Figura 7: Perfil topográfico das seis praias da Baía de Guanabara nas três campanhas ......... 16
Figura 8: Média (± desvio padrão) do percentual de matéria orgânica total das seis praias da
Baía de Guanabara nas três campanhas .................................................................................. 17
Figura 9: Média (± desvio padrão) da riqueza, equitabilidade e diversidade das seis praias da
Baía de Guanabara na 1ª campanha ........................................................................................ 23
Figura 10: Média (± desvio padrão) da riqueza, equitabilidade e diversidade das seis praias
na Baía de Guanabara na 2ª campanha ................................................................................... 23
Figura 11: Média (± desvio padrão) da riqueza, equitabilidade e diversidade das seis praias
na Baía de Guanabara na 3ª campanha ................................................................................... 23
Figura 12: Densidade Média (± erro padrão) de poliquetas das praias da Baía de Guanabara
na 1ª campanha. n=9 (por praia) ............................................................................................. 27
Figura 13: Densidade Média (± erro padrão) de poliquetas das praias da Baía de Guanabara
na 2ª campanha ........................................................................................................................ 28
Figura 14: Densidade Média (± erro padrão) de poliquetas das praias da Baía de Guanabara
na 3ª campanha ....................................................................................................................... 28
Figura 15: Espécies de poliquetas dominantes nas seis praias da Baía de Guanabara na 1ª
campanha ................................................................................................................................ 29
Figura 16: Espécies de poliquetas dominantes nas seis praias da Baía de Guanabara na 2ª
campanha ................................................................................................................................ 30
Figura 17: Espécies de poliquetas dominantes nas seis praias da Baía de Guanabara na 3ª
campanha ................................................................................................................................ 30
Figura 18: Biomassa total (g/m2) (n = 9) das seis praias da Baía de Guanabara nas três
campanhas ............................................................................................................................... 31
Figura 19: Curva de k-dominância para abundância e biomassa nos setores 3, 4 e 5 nas três
campanhas .............................................................................................................................. 32
Figura 20: Valor de W das seis praias nas três campanhas na Baía de Guanabara ............... 32
Figura 21: Dispersão entre biomassa total, densidade total e variáveis granulométricas na 1ª
campanha ................................................................................................................................ 33
Figura 22: Dispersão entre biomassa total, densidade total e variáveis granulométricas na 2ª
campanha ................................................................................................................................ 34
Figura 23: Dispersão entre biomassa total, densidade total e variáveis granulométricas na 3ª
campanha ................................................................................................................................ 34
II
Lista de Tabelas
Tabela 1: Granulometria e grau de seleção das seis praias nas três campanhas. AMG = Areia
Muito Grossa; AG = Areia Grossa; AM = Areia Média; AF = Areia Fina; MBS =
Moderadamente Bem Selecionada; MS = Moderadamente Selecionada; PS = Pobremente
Selecionada; MPS = Muito Pobremente Selecionada ............................................................ 18
Tabela 2: Frequência (%) de amostras sem poliquetas nas seis praias nas três campanhas na
Baía de Guanabara. n = 27 ..................................................................................................... 20
Tabela 3: Número de espécies por classe de freqüência de ocorrência (FO) nas seis praias na
campanha 1. Tabela construída a partir da FO de cada espécie, n = 27 por praia (tabela 2 em
anexo) ..................................................................................................................................... 20
Tabela 4: Número de espécies por classe de freqüência de ocorrência (FO) nas seis praias na
campanha 2. Tabela construída a partir da FO de cada espécie, n = 27 por praia (tabela 2 em
anexo) ...................................................................................................................................... 20
Tabela 5: Número de espécies por classe de freqüência de ocorrência (FO) nas seis praias na
campanha 3. Tabela construída a partir da FO de cada espécie, n = 27 por praia (tabela 2 em
anexo) ...................................................................................................................................... 20
Tabela 6: Abundância total por espécie na praia do Catalão nas três campanhas .................. 21
Tabela 7: Abundância total por espécie na praia de Ramos nas três campanhas .................. 21
Tabela 8: Abundância total por espécie na praia da Bica nas três campanhas ...................... 21
Tabela 9: Abundância total por espécie na praia do Bananal nas três campanhas ................ 22
Tabela 10: Abundância total por espécie na praia do Limão nas três campanhas ................. 22
Tabela 11: Abundância total por espécie na praia de São Gabriel nas três campanhas .......... 22
Tabela 12: Riqueza média, equitabilidade média e diversidade média nos setores 5, 3 e 4 na
1ª campanha ............................................................................................................................ 24
Tabela 13: Riqueza média, equitabilidade média e diversidade média nos setores 5, 3 e 4 na
2ª campanha ............................................................................................................................ 25
Tabela 14: Riqueza média, equitabilidade média e diversidade média nos setores 5, 3 e 4 na
3ª campanha ............................................................................................................................ 26
Tabela 15: Densidade total (ind/m2) das seis praias nas três campanhas .............................. 27
Tabela 16: Densidade total nos setores 5, 3 e 4 nas três campanhas ..................................... 29
Tabela 17: Biomassa total nos setores 5, 3 e 4 nas três campanhas ...................................... 31
III
Lista de Anexos
Anexo 1: Resultado do teste a posteriori Dunn para Matéria Orgânica Total entre as seis
praias da Baía de Guanabara na 1ª campanha ........................................................................ 18
Anexo 2: Resultado do teste a posteriori Dunn para Matéria Orgânica Total entre as seis
praias da Baía de Guanabara na 3ª campanha ........................................................................ 20
Anexo 3: Variáveis granulométricas nos estratos inferior, intermediário e superior das seis
praias da Baía de Guanabara na 1ª Campanha. CAS: Cascalho; AMG: Areia Muito Grossa;
AG: Areia Grossa; AM: Areia Média; AF: Areia Fina; AMF: Areia Muito Fina ................. 20
Anexo 4: Variáveis granulométricas nos estratos inferior, intermediário e superior das seis
praias da Baía de Guanabara na 2ª Campanha. CAS: Cascalho; AMG: Areia Muito Grossa;
AG: Areia Grossa; AM: Areia Média; AF: Areia Fina; AMF: Areia Muito Fina ................. 20
Anexo 5: Variáveis granulométricas nos estratos inferior, intermediário e superior das seis
praias da Baía de Guanabara na 3ª Campanha. CAS: Cascalho; AMG: Areia Muito Grossa;
AG: Areia Grossa; AM: Areia Média; AF: Areia Fina; AMF: Areia Muito Fina ................. 20
Anexo 6: Composição específica das seis praias analisadas na Baía de Guanabara nas três
campanhas .............................................................................................................................. 20
Anexo 7: Frequência de ocorrência (FO) de cada espécie das seis praias na 1ª, 2ª e 3ª
campanha. n = 27 (por praia) .................................................................................................. 21
Anexo 8: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
do Catalão na 1ª campanha ..................................................................................................... 21
Anexo 9: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
de Ramos na 1ª campanha ...................................................................................................... 21
Anexo 10: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
da Bica na 1ª campanha .......................................................................................................... 21
Anexo 11: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
do Bananal na 1ª campanha .................................................................................................... 21
Anexo 12: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
do Limão na 1ª campanha ....................................................................................................... 21
Anexo 13: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
de São Gabriel na 1ª campanha .............................................................................................. 21
Anexo 14: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
do Catalão na 2ª campanha ..................................................................................................... 21
Anexo 15: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
de Ramos na 2ª campanha ...................................................................................................... 21
IV
Anexo 16: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
da Bica na 2ª campanha .......................................................................................................... 21
Anexo 17: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
do Bananal na 2ª campanha .................................................................................................... 21
Anexo 18: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
do Limão na 2ª campanha ....................................................................................................... 21
Anexo 19: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
de São Gabriel na 2ª campanha .............................................................................................. 21
Anexo 20: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
do Catalão na 3ª campanha ..................................................................................................... 21
Anexo 21: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
de Ramos na 3ª campanha ...................................................................................................... 21
Anexo 22: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
da Bica na 3ª campanha .......................................................................................................... 21
Anexo 23: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
do Bananal na 3ª campanha .................................................................................................... 21
Anexo 24: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
do Limão na 3ª campanha ....................................................................................................... 21
Anexo 25: Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia
de São Gabriel na 3ª campanha .............................................................................................. 21
Anexo 26: Teste a posteriori Dunn para Riqueza de Margalef na 1ª Campanha ................... 21
Anexo 27: Teste a posteriori Dunn para Equitabilidade de Pielou na 1ª Campanha ............. 21
Anexo 28: Teste a posteriori Dunn para Diversidade de Shannon na 1ª Campanha ............. 21
Anexo 29: Teste a posteriori Dunn para Equitabilidade de Pielou na 2ª Campanha ............. 21
Anexo 30: Teste a posteriori Dunn para Diversidade de Shannon na 2ª Campanha ............. 21
Anexo 31: Teste a posteriori Dunn para Riqueza de Margalef na 3ª Campanha ................... 21
Anexo 32: Teste a posteriori Dunn para Equitabilidade de Pielou na 3ª Campanha ............. 21
Anexo 33: Teste a posteriori Dunn para Diversidade de Shannon na 3ª Campanha ............. 21
Anexo 34: Correlação de Spearman (R) e nível de significância entre biomassa, densidade e
variáveis granulométricas na 1ª campanha ............................................................................. 22
Anexo 35: Correlação de Spearman (R) e nível de significância entre biomassa, densidade e
variáveis granulométricas na 2ª campanha ............................................................................. 22
Anexo 36: Correlação de Spearman (R) e nível de significância entre biomassa, densidade e
variáveis granulométricas na 3ª campanha ............................................................................. 22
V
Resumo
A estrutura da comunidade de poliquetas foi comparada entre seis praias arenosas da Baía
de Guanabara ao longo de um presumido gradiente de qualidade ambiental baseado na divisão
da baía em cinco setores proposto por Mayr et al. (1989). As praias estão situadas nos setores
5 (Catalão e Ramos), 3 (Bica e Bananal) e 4 (Limão e São Gabriel) na região interna da Baía,
a qual é caracterizada pela menor influência de águas oceânicas e por um gradiente de
poluição que se desloca no eixo oeste-leste. Os descritores da comunidade foram composição,
densidade, biomassa, riqueza de Margalef, diversidade de Shannon e equitabilidade de Pielou.
As praias foram amostradas em três campanhas – setembro/2005, março/2006 e outubro/2006.
As praias foram seccionadas em três estratos (superior, intermediário e inferior) ao longo da
zona entre-marés em três transectos (10 m de largura), sendo coletados três corers (0,01m2)
por estrato. Os descritores abióticos foram granulometria, matéria orgânica e declividade. As
espécies dominantes foram Capitella capitata complexo, Streblospio benedicti, Polydora sp.,
Syllis cornuta e Prionospio sp. A estrutura da comunidade de poliquetas apresentou
variabilidade espacial entre praias e setores. Os setores 4, 5 e 3 podem ser classificados como
não poluído, moderadamente poluído e poluído, respectivamente. A contribuição de várias
espécies de grande porte e em baixa densidade, como L. acuta, A. succinea e C. capitata
complexo, podem explicar porque o setor 4 é classificado como não poluído. O setor 5
apresentou biomassa e densidade intermediários aos demais setores, não sendo o mais afetado
pela poluição orgânica. O setor 3 foi mais afetado pela poluição orgânica, possivelmente pelos
baixos valores de riqueza e diversidade e pela presença de espécies bioindicadoras, de baixa
biomassa e elevada densidade sugerindo um maior efeito da poluição sobre a fauna de
poliquetas neste local.
VI
Abstract
The structure of polychaete communities among six protected sandy beaches of Guanabara
Bay throughout an organic pollution gradient was studied. The beaches were placed at the
inner sites of the bay where a decreasing pollution gradient was observed from site 5
following site 3 and 4 (Mayr et al., 1989). The species composition, density, biomass,
Margalef‟s richness, Shannon‟s diversity and Pielou‟s evenness were used to describe
polychaete community. The intertidal zone of the beaches was analyzed using three sectors
divided into 3 tide levels (high, low and middle). At each level three macrofaunal core
samples were obtained (0,01m2), and sieved throw a 0,5 mm mesh. Grain size analysis and
slope profile from each beach sectors were also done. Capitella capitata complexo,
Streblospio benedicti, Polydora sp., Syllis cornuta and Prionospio sp. were the dominant
species. A high spatial variability of polychaete community among sectors and beaches were
observed. Density, biomass and diversity values showed significant differences among
beaches.
The sectors 4, 5 and 3 were classified as unpolluted, moderately polluted and
polluted, respectively. Lower species richness and diversity, and the presence of bioindicators
in high density suggest the influence of pollution on site 3. The contribution of some largesize species presented in lower density, such as L. acuta and A. succinea , in sector 4, and a
higher number of small sized polychaete species in sector 3 could de used to explain the effect
of pollution on site 3 more than on site 5, where it was expected.
1
1. Introdução
As praias arenosas são ambientes costeiros formados por depósitos de sedimentos de
composição variada acumulados pela ação de ondas e marés (Tessler & Mahiques, 2000;
McLachlan & Dorvlo, 2005). As praias propiciam um habitat para assembléias bióticas como
pequenos organismos intersticiais (ex. bactérias e protozoários) e invertebrados constituintes
da meiofauna, macrofauna e megafauna (Brown & McLachlan, 1990; Schlacher et al., 2008).
São ecossistemas costeiros dinâmicos e produtivos situados na interface entre o continente e o
mar (Brown & McLachlan, 1990; Bayed, 2003; Defeo & McLachlan, 2005), o que possibilita
o acoplamento trófico ao sistema marinho bem como interações físicas e biológicas com
dunas costeiras (Schlacher et al., 2008) através da troca de material orgânico e movimentação
de animais (Defeo et al., 2009).
As praias estão situadas no entorno de cidades, balneários e centros comerciais e
industriais, representando importantes locais de recreação e exploração turística (Brown &
McLachlan, 2002; Davenport & Davenport, 2006). No entanto, essas atividades podem
resultar no aumento do lixo e dejetos sólidos lançados diretamente sobre as águas ou areias da
praia. A poluição orgânica, proveniente de esgotos domésticos não tratados lançados na praia,
causa a contaminação das águas e dos sedimentos por organismos patogênicos que
representam um fator de risco para saúde humana. Além disso, qualquer acidente e
derramamentos de petróleo atingem de forma significativa as praias arenosas, já que todo óleo
lançado no mar é levado para a costa onde tende a se depositar (Adler & Inbar, 2007).
As pesquisas sobre praias arenosas no mundo focam principalmente em praias oceânicas,
expostas e com morfodinâmica reflectiva, intermediária ou dissipativa (Jaramillo &
McLachlan, 1993; Defeo et al., 1997; Brazeiro, 2001; Jaramillo et al., 2001; Barros et al.,
2002; Bayed, 2003; Contreras & Jaramillo, 2003; Deidun et al., 2003; Defeo & Martinez,
2003; Defeo & McLachlan, 2005; Celentano & Defeo, 2006; Harriague & Albertelli, 2007).
Estudos em praias estuarinas abordam a comunidade da macrofauna (Harkantra & Parulekar,
2
1985; Fujii, 2007; Rodil et al., 2008; Celentano et al., 2010), morfodinâmica da praia
(Jackson et al., 2002; Eliot et al., 2006), efeito de fitodetritos sobre os processos de
mineralização (Rauch et al., 2008; Rauch & Denis, 2008), efeito de macroalgas sobre a
macrofauna (Lavery et al., 1999) e determinação de nutrientes na praia (Hays & Hullman,
2007).
No Brasil, os estudos concentram-se em praias arenosas oceânicas protegidas (Amaral,
1979; Morgado et al., 1994; Amaral et al., 1995; Shimizu, 1995; Esteves et al., 1997; Denadai
& Amaral, 1999; Rizzo & Amaral, 2000, 2001; Nucci et al., 2001; Omena & Amaral, 2003;
Denadai et al., 2001, 2005) e expostas (Barros et al., 2001; Veloso & Cardoso, 2001;
Fernandes & Soares-Gomes, 2006; Souza & Borzone, 2007; Veloso et al., 2006, 2008).
Alguns trabalhos sobre praias arenosas estuarinas foram realizados na Baía de Guanabara
(Oliveira, 1999; Oliveira & Carvalheira, 2000; Silva et al., 2001), Sepetiba (Ruta, 2001) e
Paranaguá (Rosa et al., 2008; Rosa & Borzone, 2008; Borzone & Rosa, 2009).
As praias oceânicas são controladas fisicamente por ondas, marés e correntes costeiras
(Brown & McLachlan, 2002; McLachlan & Dorvlo, 2005). Apesar das condições físicas
hostis à biota, como o impacto causado pela alta energia das ondas, turbulência e movimento
das águas em direção a face da praia (Defeo & McLachlan, 2005), as praias arenosas abrigam
organismos intersticiais de diversos níveis tróficos compostos por produtores primários
(microfauna), decompositores e consumidores (meiofauna e macrofauna) (Knox, 2001). A
meiofauna (ex. nematódeos) possui tamanho inferior a 0,5 mm e é encontrada no ambiente
intersticial enquanto a macrofauna, de tamanho superior a este limite, é constituída
principalmente por espécies de moluscos, crustáceos e poliquetas (Knox, 2001; Dugan et al.,
2003).
As praias estuarinas são ambientes dinâmicos estruturados por interações de elementos
físicos como ventos, ondas, marés, correntes e transporte de sedimento (Fujii, 2007), contudo,
são influenciadas principalmente por marés, sendo praticamente ausente a ação de ondas
3
(Eliot et al., 2006). Apresentam alta produtividade primária e secundária, e elevada
abundância (Fujii, 2007). Entre os grupos taxonômicos, bivalves e poliquetas dominam
respectivamente em densidade populacional e número de espécies (Harkantra & Parulekar,
1985; Fujii, 2007).
Os poliquetas (Classe Polychaeta) pertencentes ao Filo Annelida são os metazoários mais
abundantes e frequentes do ambiente bentônico, principalmente da macrofauna (Fauchald &
Jumars, 1979). Apresentam cerca de 83 famílias e aproximadamente 25000 a 30000 espécies
(Snelgrove et al., 1997), distribuídas em diversos grupos tróficos como depositívoros de
superfície e subsuperfície, suspensívoros, carnívoros, onívoros e herbívoros (Fauchald &
Jumars, 1979; Snelgrove et al., 1997; Hutching, 1998; Pagliosa, 2005). São encontrados em
substratos consolidados como costões rochosos (Giangrande et al., 2003), recifes de corais e
algas, e inconsolidados como praias arenosas oceânicas (Rizzo & Amaral, 2000; Barros et al.,
2001; Nucci et al., 2001; Papageorgiou et al., 2006) e estuarinas (Harkantra & Parulekar,
1985; Fujii, 2007) assim como na região sublitoral (Arasaki et al., 2004; Labrune et al., 2007;
Cheung et al., 2008; Santi & Tavares, 2009).
Os poliquetas podem atuar como bioturbadores ao executar atividades relacionadas a
alimentação e captura de alimento assim como processos associados a formação de galerias.
Tais mecanismos acarretam na irrigação e ventilação das camadas profundas do sedimento
alterando a distribuição do oxigênio dissolvido, da temperatura e salinidade da água
intertiscial (Snelgrove et al., 1997; Pischedda et al., 2008). Além disso podem acarretar na
liberação de contaminantes solúveis (Granberg et al., 2008), denitrificação e fluxo de
nutrientes para a coluna d‟agua propiciando, desta forma, habitat adequado para os
organismos que ali vivem (Hietanen et al., 2007; Nizzoli et al., 2007; Volkenborn et al.,
2007). Os poliquetas tem papel fundamental no funcionamento do ecossistema (Pischedda et
al., 2008) por participar de processos relacionados com a produtividade, ciclagem de
nutrientes e decomposição (Pischedda et al., 2008). A bioturbação pode ser desencadeada
4
pelo enriquecimento orgânico, levando ao aumento da abundância, redução da diversidade
(Rodríguez-Villanueva et al., 2003) e aumento da produção secundária (Kutti et al., 2008)
visto que a matéria orgânica disponibilizada pelos bioturbadores (Pischedda et al., 2008) é
consumida pela macrofauna (Chareonpanich et al., 1994).
Os descritores da comunidade (ex. composição de espécies, abundância, densidade,
biomassa e índices de diversidade) podem ser alterados por distúrbios físicos no sedimento,
como a dragagem e erosão ( Ong & Krishnan, 1995, Dernie et al., 2003; Palmer et al., 2008,
Desprez, 2000, 2010) e, na água, como a eutrofização (Pearson & Rosenberg, 1978; Cardoso
et al., 2007, 2008) e contaminação (Samuelson, 2001; Cheung et al., 2008). Esses distúrbios
podem levar à processos distintos como a defaunação e/ou emigração da biota (Dernie et al.,
2003), aumento de riqueza e densidade (Ong & Krishnan, 1995), redução da biomassa e
diversidade (Desprez, 2000, 2010; Palmer et al., 2008) e alteração na estrutura trófica da
comunidade (Cardoso et al., 2008).
A estrutura da comunidade muda continuamente ao longo de gradientes ambientais
(Pearson & Rosenberg, 1978; Weston, 1990). O aumento do enriquecimento orgânico
provoca mudanças na composição faunal (Weston, 1990), visto que o excesso de matéria
orgânica (ou enriquecimento orgânico) ocasiona a depleção de oxigênio e produção de
compostos tóxicos (Levin, 2000; Tomassetti & Porrello, 2005), o que impossibilita a
colonização de espécies com nichos diversos e acarreta a redução da diversidade de espécies
(Tomassetti & Porrello, 2005). Em locais enriquecidos organicamente a macrofauna pode ser
ausente, enquanto que em locais com baixo teor de matéria orgânica a comunidade é “normal”
ou não poluída, caracterizada por alta diversidade e biomassa (Hyland et al., 2005). Entre
esses locais extremos, existem três estágios sucessionais como o pico de oportunistas, ponto
de ecótono e fase transitória (Pearson & Rosenberg, 1978). No estágio de pico de
oportunistas, a diversidade é baixa e poucas espécies apresentam elevadas abundâncias,
5
enquanto que nos estágios finais da sucessão a diversidade é máxima (Pearson & Rosenberg,
1978).
O nível de distúrbio da comunidade macrobentônica, induzido pela poluição ou outro
distúrbio, pode ser avaliado pela Comparação Abundância Biomassa ou curvas ABC
(Warwick & Clarke, 1994; Clarke & Warwick, 2001). As comunidades podem ser
classificadas como não poluída, moderadamente poluída e altamente poluída. As
comunidades altamente estressadas ou perturbadas apresentam baixa diversidade de espécies,
alta abundância e baixa biomassa (Beukema, 1991; Clarke & Warwick, 2001). Além disso,
caracterizam-se pela dominância de espécies oportunistas, r-selecionadas e de curto ciclo de
vida, e, por outro lado, pela ausência de espécies k-selecionadas com ciclo de vida longo
(Weston, 1990; Beukema, 1991; Dauer & Alden, 1995). Na comunidade moderadamente
poluída, os grandes dominantes competitivos são eliminados e a desigualdade entre os
dominantes em abundância e biomassa é reduzida (Clarke & Warwick, 2001). Em condições
não poluídas, as comunidades apresentam biomassa dominada por organismos de grande
porte, sendo representados por poucos indivíduos (Warwick, 1986; Clarke & Warwick, 2001).
O hábito séssil ou sedentário dos organismos bentônicos dificulta a fuga em condições
ambientais adversas (Calabreta & Oviatt, 2008) como as de altas concentrações de poluentes,
de contaminantes químicos e de nutrientes (Hyland et al., 2005). As comunidades bentônicas
exibem uma ampla faixa de tolerância fisiológica para anoxia e estresse a perturbações
ambientais. Essa característica pode estar relacionada à sua diversidade de estratégias
alimentares e as suas interações tróficas (Dauer et al., 1993; Rosenberg et al., 2001). Assim
como diversos organismos bentônicos, os poliquetas são considerados bons bioindicadores
nos ecossistemas costeiros e estuarinos devido à capacidade de responder de forma rápida e
previsível a distúrbios naturais ou antrópicos (Hyland et al., 2005; Somerfield et al., 2006;
Calabreta & Oviatt, 2008; Carvalho et al., 2009; Tomassetti et al., 2009), podendo ser
6
utilizados como bioindicadores para avaliação da qualidade ambiental (Olsgard et al., 2003;
Papageorgiou et al., 2006; Labrune et al., 2008).
A Baía de Guanabara é a segunda maior baía do litoral brasileiro, englobando a região
metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, num perímetro de 131 km e aproximadamente
382 km² de superfície (Kjerfve, 1997; Quaresma et al., 2000). É uma das regiões mais
industrializadas do país, apresentando no seu entorno diversas indústrias, duas refinarias,
portos, marinas, atracadouros, terminais marítimos, estaleiros e a ponte Rio de Janeiro Niterói (Kjerfve, 1997).
A Baía de Guanabara apresenta um padrão de circulação caracterizado pela influência de
águas continentais (deságüe de rios) na sua porção norte, e águas oceânicas próximas à
entrada do canal central (Kjerfve, 1997). A porção norte e noroeste da baía é a mais
impactada e apresenta salinidades mais baixas e menores concentrações de oxigênio
dissolvido (Kjerfve, 1997), apresentando uma baixa e lenta renovação das águas, a qual é
acentuada pelo carreamento de nutrientes e material particulado de rios retilinizados (Amador,
1992). Por outro lado, próximo à entrada da baía há maior renovação das águas em função da
influência oceânica, propiciando maiores salinidades e oxigênio dissolvido (Kjerfve, 1997).
O processo de degradação foi intensificado pela industrialização e crescimento urbano a
partir da década de 50 devido à fusão de ilhas no passado, ao despejo de efluentes industriais
e domésticos, aos sucessivos aterros sanitários, desmatamentos, retilinização e dragagem de
rios (Godoy et al., 1998; Jablonski et al., 2006). Essas ações antrópicas refletiram no aumento
das taxas de sedimentação (Amador, 1980), resultando numa crescente taxa de assoreamento
ao longo das décadas e redução do espelho d`agua da baía (Amador, 1992).
As primeiras observações sobre a poluição da Baía de Guanabara foram colocadas por
Oliveira (1958). A partir da década de 80, estudos mais generalistas englobaram temas como
taxas de sedimentação (Amador, 1980, 1992; Godoy et al., 1998), características
oceanográficas (Kjerfve et al., 1997), tipo de sedimento (Quaresma et al., 2000), geoquímica
7
e mineralogia dos sedimentos (Faria & Sanchez, 2001; Borges et al., 2009), distribuição da
matéria orgânica nos sedimentos (Mahiques et al., 1999), e contaminação dos sedimentos por
metais pesados (Perin et al., 1997; Baptista-Neto et al., 2000, 2006; Machado et al., 2002a,
2002b, 2004; Kehrig et al., 2003; Francioni et al., 2004; Borges et al., 2007) e compostos
orgânicos (Carreira et al., 2001, 2002, 2004; Fernandez et al., 2005; Silva et al., 2007).
Outros estudos mais específicos abordaram as populações de organismos zooplanctônicos
(Valentin et al., 1999; Marazzo & Valentin, 2000, 2001, 2003a, 2003b, 2004; Fernandes, et
al., 2002; Valentin & Marazzo, 2003), fitoplâncton (Villac, 1988), contaminação em peixes
(Kehrig et al., 1998; Silva et al., 2003; Neves et al., 2007), estudos populacionais em cetáceos
(Azevedo et al., 2005, 2007), produção da pesca artesanal (Bessa et al., 2004; Jablonski et
al., 2006) e a relação entre bactéria e matéria orgânica no sedimento (Silva et al., 2008).
Os principais estudos sobre bentos abordaram a sucessão de organismos bentônicos em
costões rochosos (Breves-Ramos et al., 2005), crescimento de mexilhões (Monteiro & Silva,
1995), hidrozoários em substratos consolidados (Grohmann, 2009), comunidades incrustantes
em substratos consolidados (Silva et al., 1980, 1989; Brum & Absalão, 1989; Xavier et al.,
2008), distribuição e estrutura da comunidade de moluscos (Mendes et al., 2007), densidade e
riqueza de espécies de poliquetas (Santi et al., 2004), diversidade e biomassa de poliquetas
sublitorais (Santi & Tavares, 2009), distribuição de foraminíferos bentônicos (Vilela et al.,
2004), distribuição e estrutura trófica de nematódeos (Maria, 2006). Outros trabalhos
avaliaram a contaminação por compostos orgânicos ou metais pesados em organismos
bentônicos (Costa et al., 2000; Brito et al., 2002; Azevedo et al., 2004; Poster et al., 2004;
Francioni et al., 2007a, 2007b; Limaverde et al., 2007; Seixas et al., 2007).
Publicações sobre a estrutura da comunidade de poliquetas das praias arenosas da Baía de
Guanabara ainda são escassas (Oliveira, 1999; Silva et al., 2001). Santi & Tavares (2009)
observaram que em locais próximos a Ilha do Governador e ao setor 4, descrito por Mayr et
al. (1989), a coluna d‟água apresenta hipoxia e os sedimentos apresentam uma baixa
8
densidade de poliquetas ou até mesmo áreas azóicas, caracterizando uma área extremamente
poluída. Os distúrbios naturais ou antrópicos podem afetar a distribuição espacial de
organismos, e, por conseguinte, a estrutura das comunidades e dinâmica das assembléias
(Schratzberger & Warwick, 1999; Seitz et al., 2009; Tomassetti et al., 2009; Kedra et al.,
2010). Desta forma, este estudo serve de subsídio para o conhecimento sobre a comunidade
de poliquetas das praias bem como para o monitoramento ambiental das praias da Baía de
Guanabara.
Estudos comprovam que existe um gradiente na qualidade ambiental e redução na
concentração de contaminantes orgânicos no sentido oeste-leste da Baía de Guanabara (Mayr
et al., 1989; Paranhos et al., 1998; Carreira et al., 2001, 2004; Baptista-Neto et al., 2006).
Estes autores observaram que existe uma maior concentração de contaminantes na região
noroeste e norte, seguida por um decréscimo próximo à região do canal central até a região
nordeste, onde são registrados valores mais baixos de contaminantes.
Este trabalho tem como objetivo principal a comparação da estrutura da comunidade de
poliquetas em seis praias arenosas da Baía de Guanabara ao longo de um presumido gradiente
de qualidade ambiental. Entre os objetivos específicos estão: comparar a estrutura espacial de
anelídeos poliquetas dessas seis praias para os seguintes descritores da comunidade:
densidade, biomassa, riqueza de Margalef, diversidade de Shannon e equitabilidade de Pielou;
avaliar o nível de distúrbio no ecossistema através do método de Comparação AbundânciaBiomassa; e verificar uma possível relação entre a biomassa de poliquetas e os parâmetros
ambientais mensurados como granulometria e percentual de matéria orgânica total das seis
praias arenosas da Baía de Guanabara. A hipótese deste trabalho é que a estrutura da
comunidade de poliquetas responde ao gradiente de poluição existente no sentido oeste-leste
na região interna da Baía de Guanabara.
9
2.
Metodologia
2.1. Delineamento Experimental
Para verificar a influência da qualidade ambiental sobre a estrutura da comunidade de
poliquetas em praias utilizou-se a classificação em setores proposta por Mayr et al. (1989).
Utilizando com parâmetros hidrobiológicos como temperatura, salinidade, oxigênio
dissolvido, clorofila a e nutrientes, a baía foi dividida em cinco setores. O setor 1 é definido
pelo canal central de circulação, o qual apresenta as melhores condições ambientais em
relação à qualidade da água. O setor 2 está localizado próximo à entrada da baía e está
submetido a forte poluição orgânica das cidades do Rio de Janeiro e Niterói. O setor 3 é
caracterizado por um alto nível de deterioração ambiental, sendo influenciado por esgotos
domésticos e industriais, poluição por óleo, portos e navios. O setor 4 está localizado na
porção nordeste da baía, o qual é diretamente influenciado por rios menos deteriorados,
destacando a presença da área de preservação ambiental de Guapimirim, que permanece como
um dos principais remanescentes de manguezais da baía. O setor 5 está localizado na porção
noroeste e é a região mais deteriorada em função das fontes de poluição como aterros
sanitários, poluição por óleo, esgotos domésticos e industriais.
As seis praias amostradas neste estudo foram selecionadas de acordo com a posição
geográfica na região interna da Baía, caracterizada por menor influência de águas oceânicas
(Fig. 1). As praias estão situadas nos setores 3, 5 e 4 que representam um gradiente
descresente de poluição que se desloca no sentido oeste-leste. O setor 5, de mais alto nível de
deterioração ambiental, estão localizadas as praias de Ramos e Catalão. No setor 3 estão as
parias de Bica e Bananal. As praias do Limão e São Gabriel estão localizadas no setor 4, o
qual apresenta influência de rios menos comprometidos pela poluição orgânica e industrial
(Mayr et al., 1989) (Fig. 1).
10
Figura 1. Localização geográfica das praias e setores na Baía de Guanabara: Catalão, Ramos, Bica, Bananal,
Limão e São Gabriel. Os números 1 a 5 indicam os setores propostos por Mayr et al. (1989) e as linhas
pontilhadas representam os limites dos setores.
As praias foram amostradas em três campanhas - setembro de 2005, março de 2006 e
outubro de 2006 - com o fim de aumentar o esforço de amostragem nos diversos locais a fim
de se coletar espécies ocasionais ou raras, não havendo a intenção de avaliar flutuações
temporais das populações.
Em cada praia foram posicionados três transectos (10 m de largura), perpendiculares à
linha de costa, seccionado em três estratos dispostos ao longo da zona entre-marés: estrato
superior (próximo a preamar), intermediário e inferior (próximo a baixa-mar). Para cada
estrato, foram coletadas três amostras aleatórias com o auxílio de corer (cilindro de PVC) (15
cm de diâmetro x 10 cm de altura), sendo 9 amostras por transecto, 27 por praia, 108 por
campanha e 324 no total. As amostras, após elutriação em malha de 0,5 mm, foram fixadas no
laboratório em formol 10% in situ, com posterior retirada do formol no interior da capela do
laboratório e preservação em álcool 70 % a fim de garantir a integridade dos organismos. As
11
amostras para análise granulométrica foram coletadas com o auxílio de um cilindro menor (2
cm de diâmetro x 5 cm de altura), sendo 1 amostra por estrato em cada transecto, totalizando
3 amostras por transecto e 9 por praia.
2.2. Praias amostradas
A praia do Catalão (Fig. 2) situa-se na Ilha do Fundão na região oeste da Baía de
Guanabara, e a praia de Ramos (Fig. 3) nas proximidades desta (Fig. 1). Essa região é
seriamente impactada por esgotos domésticos e industriais (Kjerfve, 1997), e a degradação é
acentuada pela ocupação urbana e baixa circulação de água ocasionada pela fusão de ilhas no
passado. Esses fatores fazem dessas praias locais impactados e impróprias à saúde pública.
Figura 2. Praia do Catalão
Figura 3. Praia de Ramos
A praia da Bica está situada na porção sul da Ilha do Governador (Fig. 4), localizada
próxima ao centro da Baía de Guanabara (Maria, 2006). Apresenta aproximadamente 1 km de
12
comprimento e cerca de 36 m de faixa de areia (Oliveira, 1999). É uma praia protegida,
submetida à maior influência de águas continentais (Oliveira, 1999) e ação antrópica como
esgotos domésticos (Maria, 2006).
Figura 4. Praia da Bica
A praia do Bananal está localizada na porção nordeste da Ilha do Governador. Essa praia
foi atingida pelo derramamento de óleo ocorrido em janeiro de 2000 (Silva et al., 2001). A
praia do Limão (Fig. 5) está situada no norte da Baía de Guanabara. Esta praia apresenta
aspecto visual impactado por dejetos orgânicos, óleos e resíduos sólidos. Esta região é
influenciada por esgotos domésticos e industriais, tendo sido bastante afetada por
derramamentos de óleo ao longo dos anos.
Figura 5. Praia do Limão
A praia de São Gabriel (Fig. 6) está situada no nordeste da Baía de Guanabara, próximo à
APA de Guapimirim e a Ilha de Paquetá. Essa região apresenta as melhores condições de
13
qualidade de água, sendo menos impactadas e eutrofizadas em razão da existência dos
meandros dos rios, presença de manguezais e unidade de conservação.
Figura 6. Praia de São Gabriel
2.3. Análises Laboratoriais
2.3.1. Parâmetros Ambientais
2.3.1.1.
Declividade
A declividade foi baseada no método das balizas de Emery (1961). O desnível foi
mensurado a cada 6m através da diferença de altura entre as balizas. O perfil topográfico das
praias foi determinado em três transectos perpendiculares à linha de costa.
2.3.1.2.
Granulometria
O tamanho do grão do sedimento foi determinado por peneiramento a seco, durante 10
minutos, com auxílio de um jogo de peneiras acopladas com malhas de 2 mm a < 0,062 mm,
em intervalos de 1 phi. A análise granulométrica foi baseada no método sugerido por Suguio
(1973). Os sedimentos de cada amostra foram classificados de acordo com a escala de
Wentworth, sendo calculados os parâmetros estatísticos: tamanho médio do grão, curtose,
assimetria, grau de seleção do grão e proporção de areia grossa, média e fina, silte e argila
(Folk & Ward, 1957).
2.3.1.3.
Matéria Orgânica
14
O teor de matéria orgânica foi determinado por calcinação a 600 oC de acordo com o
método proposto por Amoureux (1966).
2.3.2. Estrutura da comunidade de poliqueta
2.3.2.1.
Densidade
Os organismos de cada amostra foram identificados e contados, ao nível de espécie
quando possível. A densidade (ind/m2) em cada estrato por transecto foi estimada a partir da
abundância, considerando a densidade numa área de 0,017 m2, o que corresponde ao
somatório da área das três amostras do estrato.
A abundância relativa (%) das espécies foi classificada como dominante (>70%),
abundante (70⊣40%), pouco abundante (40⊣20%) e raro (≤20%). A frequência de ocorrência
(%) das espécies foi classificada como muito frequente (>70%), frequente (70⊣40%), pouco
frequente (40⊣20%) e esporádico (≤20%).
2.3.2.2.
Biomassa
A biomassa (g/m2) de poliquetas foi determinada através do peso seco após secagem em
estufa a 70˚C. A biomassa foi determinada para as espécies C. capitata complexo, Notomastus
sp., A. succinea e L. acuta. Contudo, os indivíduos de L. acuta apresentaram tamanhos
distintos, sendo classificado em pequeno (< 10 partes da régua da lupa), médio (10 – 20
partes) e grande (> 20 partes), em objetiva ocular de 10X e aumento de 4X, a fim de estimar a
biomassa de cada amostra.
O baixo peso úmido das espécies mais abundantes (Polydora sp., Streblospio benedicti,
Prionospio sp. e Syllis cornuta) impossibilitou a secagem em estufa, mesmo em um número
elevado de organismos (ex. 100 ind.). A biomassa destas espécies foi calculada através do
peso úmido e da estimativa do peso seco a partir do % de perda (por indivíduo) de outras
espécies. As espécies apresentaram em média 20,54 % de perda de biomassa por indivíduo,
desvio padrão de 5,45% e erro padrão de 1,25%. Assim, sabendo-se o % de perda médio (por
15
ind.) e o peso úmido, é possível estimar o peso seco (1) a fim de determinar a biomassa por
indivíduo (2). A partir da biomassa de cada indivíduo de cada espécie, estima-se a biomassa
(g/m2) por amostra, multiplicando a biomassa por indivíduo pela densidade da amostra (3).
% perda (por ind.) = ((PU – PS)*100)/PU) (1)
Biomassa (por ind.) = (PU – PS)/n˚ de indivíduos (2), onde PU é o Peso Úmido e PS é
o Peso Seco.
Biomassa (por amostra) = biomassa (por ind.)*densidade da amostra (3)
2.3.2.3.
Índices de diversidade
A estrutura da comunidade foi avaliada através da diversidade de Shannon, riqueza de
Margalef e equitabilidade de Pielou. Para cálculo da diversidade (H‟) e da equitabilidade (J)
foi utilizado o índice de Shannon-Wiener (logarítmo na base e) e de Pielou (1975),
respectivamente. Cada índice foi calculado a partir do somatório da abundância de cada
amostra por estrato.
2.4. Tratamento de dados
Os testes de Kolmogorov-Smirnov (normalidade) e Bartlett (homogeneidade das
variâncias) verificaram que os dados de matéria orgânica, densidade média e índices de
diversidade não atenderam as premissas do teste paramétrico. Sendo aplicado o teste nãoparamétrico de Kruskal-Wallis (KW) (fator independente – praia) com um nível de
significância de 0,05 (Zar, 1998) para verificação de diferenças significativas entre praias por
campanha, seguido de pós-teste não-paramétrico de Dunn. O teste de correlação de Spearman
foi realizado para verificar relações entre a biomassa e as variáveis ambientais como
granulometria e matéria orgânica (Zar, 1998).
As curvas ABC (Comparação Abundância Biomassa) foram plotadas para cada praia em
cada mês de coleta, seguindo a metodologia de Warwick (1986). Na Comparação Abundância
Biomassa, as curvas k-dominância são plotadas para abundância e biomassa das espécies no
mesmo gráfico. Essas espécies são ordenadas de acordo com a importância em termos de
16
abundância ou biomassa no eixo x (escala logarítmica) com percentual de dominância no eixo
y (escala cumulativa). Os gráficos são classificados como (1) não poluído, se a curva da
biomassa permanece acima da curva da abundância; (2) moderadamente poluído, se as curvas
ficam sobrepostas; e (3) altamente poluído, se a curva de abundância permanece acima da
curva da biomassa (Clarke & Warwick, 2001). A curva ABC apresenta W estatístico, que
representa a diferença entre Biomassa (B) e Abundância (A) para cada ordenamento de
espécies, contudo, B e A não necessariamente referem-se a valores da mesma espécie, pois o
ordenamento é separado para abundância e biomassa. O valor de W apresenta intervalo [-1,
1], em que valores positivos indicam uma condição não poluída, e valores negativos poluída
(Clarke & Warwick, 2001).
S
W = ∑ (Bi – Ai)/[50(S – l)]
i=l
Onde: B = Biomassa
A = Abundância
S = número de espécies
i = número de ordenamentos
3.
Resultados
3.1. Variáveis Abióticas
3.1.1. Declividade
O perfil topográfico da cada praia foi similar nas três campanhas, principalmente em
Catalão, Ramos e São Gabriel. As praias foram caracterizadas por uma declividade suave,
apresentando desnível entre 0,5 a 2 m e extensão da região entremarés até 60 m. A praia do
Limão apresentou um platô seguido por um declive. A erosão foi observada em todas as
praias entre as campanhas. A deposição ou transporte de sedimento ocorreu nas praias de
Ramos, Bica e Limão (Fig. 7).
17
Fig. 7. Perfil topográfico das seis praias da Baía de Guanabara nas três campanhas.
3.1.2. Matéria Orgânica
Os maiores percentuais médios de matéria orgânica total foram observados nas praias do
Limão (1,41 a 2,26%) e São Gabriel (1,14 a 1,56%). Nestas praias notou-se também grande
variação no desvio padrão nas três campanhas. As praias do Catalão, Ramos, Bica e Bananal
apresentaram em média 0,38 a 0,93% de matéria orgânica na 1ª campanha, 0,23 a 0,44% na 2ª
campanha e 0,29 a 0,62% na 3ª campanha (Fig. 8).
Diferenças significativas na percentagem de matéria orgânica entre as praias analisadas
foram detectadas na primeira (KW = 12,175; p<0,05) e terceira campanha (KW = 22,452;
p<0,001). A 2ª campanha não apresentou diferenças significativas. Na 1ª campanha, Bica
diferiu significativamente de Limão (Anexo 1). Na 3ª campanha, Limão diferiu
significativamente de Ramos, Bica e Bananal (Anexo 2).
18
Fig. 8. Média (± desvio padrão) do percentual de matéria orgânica total das seis praias da Baía de Guanabara nas
três campanhas. n = 9 (por praia em cada campanha).
3.1.3. Granulometria
A granulometria das praias apresentou principalmente média (AM), areia grossa (AG) e
muito grossa (AMG) nas três campanhas. O grão foi moderamente selecionado (MS) nas
praias do Catalão, Ramos, Bica e Bananal, e pobremente selecionado (PS) no Limão e São
Gabriel nas três campanhas (Tabela 1). Os anexos 3 a 5 mostram o percentual de areia,
tamanho médio do grão, assimetria e curtose encontrados em cada praia nas três campanhas.
Tabela 1. Granulometria e grau de seleção das seis praias nas três campanhas. AMG = Areia Muito Grossa; AG = Areia
Grossa; AM = Areia Média; AF = Areia Fina; MBS = Moderadamente Bem Selecionada; MS = Moderadamente
Selecionada; PS = Pobremente Selecionada; MPS = Muito Pobremente Selecionada.
Catalão
Granulometria
Campanha
Grau de
Seleção
Campanha
1
2
3
1
2
3
Ramos
Bica
Bananal
Limão
AG
AG/AM
AMG
AG/AM AG/AM
AG/AM
AG
AMG
AM
AG/AM
AG
AG
AMG/AF
AM
AM
MS
MS
MS
MS
PS
MS
PS/MS
MBS
MS/MBS
PS
MS
PS
MBS
MBS
MPS/PS
São Gabriel
AG
AM
AG
PS
MPS
PS
3.2. Estrutura da Comunidade
Neste estudo foram identificados 22 taxons, sendo 9 ao nível de espécie, 11 ao nível de
gênero e 2 ao nível de família. Os táxons identificados estão distribuídos em 12 famílias, com
maior número de espécies nas famílias Spionidae (4), Syllidae (4) e Nereidae (3). Os táxons
estão listados abaixo:
19
FAMÍLIA CAPITELLIDAE Grube, 1862
Capitella capitata complexo (Fabricius, 1780)
Notomastus sp.
FAMÍLIA CIRRATULIDAE Carus, 1863
Timarete sp.
FAMÍLIA DORVILLEIDAE Chamberlin, 1919
Dorvilleidae
FAMÍLIA GONIADIDAE Kinberg, 1866
Goniada maculata (Oersted, 1843)
FAMÍLIA HESIONIDAE Sars, 1862
Ophiodromus sp.
FAMÍLIA MALDANIDAE Malmgren, 1867
Maldanidae
FAMÍLIA NEREIDAE Johnston, 1845
Allita succinea (Frey & Leuckart, 1847)
Laeonereis acuta (Treadwell, 1923)
Namanereis sp.
FAMÍLIA ORBINIIDAE Hartman, 1942
Naineris setosa (Verrill, 1900)
Scoloplos sp.
FAMÍLIA PARAONIDAE Cerruti, 1909
Paraonis sp.
FAMÍLIA PHYLLODOCIDAE Williams, 1851
Eteone sp.
FAMÍLIA SPIONIDAE Grube, 1850
Polydora sp.
Prionospio sp.
Scolelepis cf. chilensis (Hartman-Scröder, 1962)
Streblospio benedicti (Webster, 1879)
FAMÍLIA SYLLIDAE Grube, 1850
Syllis amica (Quatrefages, 1865)
Syllis cornuta (Rathke, 1843)
Syllis sp.
Exogone sp.
Foram identificados 13 taxons na 1ª e 3ª campanha, e 15 na 2ª campanha, sendo 9 taxons
encontrados nas três campanhas, tais como: S. cornuta, S. benedicti, A. succinea, C. capitata
20
complexo, L. acuta, Polydora sp., Prionospio sp., Ophiodromus sp. e Timarete sp. A lista de
táxons encontrados (Anexo 6) em cada amostra nas 6 praias nas três campanhas é apresentada
nos Anexos 8 a 25.
3.2.1. Frequência de Ocorrência (FO)
De uma forma geral as praias de São Gabriel, Limão e Bananal apresentaram grande
número de amostras em que nenhum poliqueta foi encontrado. A frequência de amostras sem
poliquetas foi menor nas praias do Catalão, Ramos e Bica (Tabela 2).
Tabela 2. Frequência (%) de amostras sem poliquetas nas seis praias nas três campanhas na Baía de
Guanabara. n = 27
Campanha
1ª
2ª
3ª
Catalão
25,9
25,9
48,1
Ramos
48,1
29,6
77,8
Bica
37,0
29,6
44,4
Bananal
48,1
59,3
66,7
Limão
70,4
66,7
77,8
São Gabriel
74,1
51,9
70,4
Catalão e Bica tiveram maior número de espécies frequentes na 1ª campanha (Tab. 3).
Este resultado não se repetiu nas demais campanhas, em que houve predomínio de espécies
pouco frequentes e esporádicas em todas as praias (Tab. 4 e 5; Anexo 7).
Tabela 3. Número de espécies por classe de frequência de ocorrência (FO) nas seis praias na 1ª campanha.
Tabela construída a partir da FO de cada espécie, n = 27 por praia (tabela 2 em anexo).
FO
> 70% (muito frequente)
70 - 40% (frequente)
40 - 20% (pouco frequente)
<20% (esporádica)
Catalão
0
3
3
3
Ramos
0
1
0
4
Bica
0
2
1
4
Bananal Limão
0
0
1
0
3
1
5
3
São Gabriel
0
0
1
3
Tabela 4. Número de espécies por classe de frequência de ocorrência (FO) nas seis praias na 2ª campanha.
Tabela construída a partir da FO de cada espécie, n = 27 por praia (tabela 2 em anexo).
FO
> 70% (muito frequente)
70 - 40% (frequente)
40 - 20% (pouco frequente)
<20% (esporádica)
Catalão
0
0
2
4
Ramos
0
0
2
6
Bica
0
0
3
4
Bananal Limão
0
0
0
0
2
0
6
5
São Gabriel
0
0
3
5
Tabela 5. Número de espécies por classe de frequência de ocorrência (FO) nas seis praias na 3ª campanha.
Tabela construída a partir da FO de cada espécie, n = 27 por praia (tabela 2 em anexo).
FO
> 70% (muito frequente)
70 - 40% (frequente)
40 - 20% (pouco frequente)
<20% (esporádica)
Catalão
0
0
3
4
Ramos
0
0
0
5
Bica
0
0
3
1
Bananal Limão
0
0
0
0
0
0
10
5
São Gabriel
0
0
1
4
21
3.2.2. Composição específica e Abundância
Dentre os 11 taxons encontrados na praia do Catalão, 6 espécies ocorreram nas três
campanhas: A. succinea, C. capitata complexo, L. acuta, Polydora sp., S. benedicti e S.
cornuta. As espécies restantes ocorreram esporadicamente em uma campanha e em baixa
abundância (Tab. 6).
Tabela 6. Abundância total por espécie na praia do Catalão nas três campanhas.
1ª Campanha 2ª Campanha 3ª Campanha
Allita succinea
Capitella capitata complexo
Eteone sp.
Laeonereis acuta
Notomastus sp.
Ophiodromus sp.
Polydora sp.
Prionospio sp.
Scolelepis cf. chilensis
Streblospio benedicti
Syllis cornuta
34
482
0
291
12
1
22
11
1
190
359
5
174
1
27
0
0
8
0
0
2
508
1
586
0
140
0
0
24
0
0
2
550
Na praia de Ramos, 4 taxons ocorreram nas três campanhas: A. succinea, C. capitata
complexo, Polydora sp. e S. cornuta. A 1ª e 2ª campanha apresentou cinco espécies em
comum (A. succinea, C. capitata complexo, Polydora sp., S. benedicti e S. cornuta) e de
forma esporádica, com exceção de S. benedicti e C. capitata complexo na 1ª e 2ª campanha
respectivamente (Tab. 7).
Tabela 7. Abundância total por espécie na praia de Ramos nas três campanhas.
Allita succinea
Capitella capitata complexo
Dorvilleidae
Laeonereis acuta
Polydora sp.
Scolelepis cf. chilensis
Streblospio benedicti
Syllis cornuta
Timarete sp.
1ª Campanha
2ª Campanha
3ª Campanha
3
17
0
4
27
1
864
5
1
16
772
1
0
136
0
59
36
0
1
5
1
0
136
0
0
11
0
A praia da Bica pode ser caracterizada principalmente por Streblospio benedicti nas três
campanhas (Tab. 8). Syllis cornuta foi a segunda espécie abundante na 2ª e 3ª campanha.
22
Tabela 8. Abundância total por espécie na praia da Bica nas três campanhas.
Allita succinea
Capitella capitata complexo
Eteone sp.
Ophiodromus sp.
Polydora sp.
Streblospio benedicti
Syllis cornuta
1ª Campanha
2ª Campanha
3ª Campanha
43
12
5
3
4
3230
28
1
35
0
4
5
35498
114
36
0
0
0
25
20322
258
Na praia do Bananal, 5 taxons foram comuns nas três campanhas: C. capitata complexo,
L. acuta, Polydora sp., S. cornuta e Timarete sp. Os táxons A. succinea, S. benedicti e S. cf.
chilensis ocorreram apenas em duas campanhas (Tab. 9).
Tabela 9. Abundância total por espécie na praia do Bananal nas três campanhas.
Allita succinea
Capitella capitata complexo
Exogone sp.
Goniada maculata
Laeonereis acuta
Maldanidae
Ophiodromus sp.
Paraonis sp.
Polydora sp.
Scolelepis cf. chilensis
Scoloplos sp.
Streblospio benedicti
Syllis cornuta
Timarete sp.
1ª Campanha
2ª Campanha
3ª Campanha
108
136
0
1
82
0
0
2
9
0
0
476
47
5
0
137
1
0
38
0
0
0
36
47
1
0
10
4
28
232
0
0
20
1
4
0
189
18
0
3
15
21
A composição específica na praia do Limão é caracterizada pela presença de três táxons
em comum às três campanhas: A. succinea, C. capitata complexo e S. benedicti (Tab. 10).
Tabela 10. Abundância total por espécie na praia do Limão nas três campanhas.
Allita succinea
Capitella capitata complexo
Laeonereis acuta
Namanereis sp.
Polydora sp.
Prionospio sp.
Streblospio benedicti
Syllis amica
1ª Campanha
2ª Campanha
3ª Campanha
6
222
1
1
0
0
6
54
4
39
0
0
0
0
237
0
2
2
0
0
9
83
172
0
Na praia de São Gabriel quatro taxons foram comuns às três campanhas: C. capitata
complexo, L. acuta, Polydora sp. e S. benedicti. A. succinea ocorreu apenas na 2ª e 3ª
campanha (Tab. 11).
23
Tabela 11. Abundância total por espécie na praia de São Gabriel nas três campanhas.
Allita succinea
Capitella capitata complexo
Laeonereis acuta
Naineris setosa
Polydora sp.
Prionospio sp.
Streblospio benedicti
Syllis sp.
1ª Campanha
2ª Campanha
3ª Campanha
0
113
10
0
1
0
1
0
43
91
22
1
8
590
50
1
53
58
37
0
63
0
24
0
3.2.3. Índices de Diversidade - Riqueza e Diversidade de Espécies
1ª Campanha
Os maiores valores de riqueza, diversidade e equitabilidade foram observados no
Catalão e Bananal (Fig. 9). Diferenças significativas na riqueza foram observadas entre
Catalão e as praias de Ramos e Limão; e entre Bananal e Ramos (Anexo 26). A equitabilidade
e diversidade das praias do Catalão e Bananal foram significativamente diferentes das praias
de Ramos e Bica (Anexos 27 e 28).
Figura 9. Média (± desvio padrão) da riqueza, equitabilidade e diversidade das seis praias na Baía de Guanabara
na 1ª campanha. n = 9 para cada índice de diversidade. Riqueza: KW = 24.202; Equitabilidade: KW = 20.289;
Diversidade: KW = 23.575
Tabela 12. Riqueza média, equitabilidade média e diversidade média nos setores 5,
3 e 4 na 1ª campanha.
Setor 5
Setor 3
Setor 4
(Catalão-Ramos) (Bica-Bananal) (Limão-São Gabriel)
Riqueza
0,35
0,15
0,36
Equitabilidade
0,41
0,41
0,53
Diversidade
0,57
0,32
0,75
24
A maior riqueza, equitabilidade e diversidade foi visualizada no setor 5, e a menor no
setor 4 (Tab. 12).
2ª Campanha
A riqueza não foi significativamente diferente entre as praias (Fig. 10). Catalão e Bananal
apresentaram diversidade e equitabilidade significativamente superiores à praia da Bica (Fig.
10). Diferenças significativas nos valores de diversidade e equitabilidade ocorreram entre
Bica e São Gabriel (Anexos 29 e 30).
Figura 10. Média (± desvio padrão) da riqueza, equitabilidade e diversidade das seis praias na Baía de Guanabara
na 2ª campanha. n = 9 para cada índice de diversidade. Equitabilidade: KW = 30.304; Diversidade: KW =
22.363
Tabela 13. Riqueza média, equitabilidade média e diversidade média nos setores 5,
3 e 4 na 2ª campanha.
Setor 5
Setor 3
Setor 4
(Catalão-Ramos) (Bica-Bananal) (Limão-São Gabriel)
Riqueza
0,27
0,28
0,32
Equitabilidade
0,44
0,42
0,45
Diversidade
0,51
0,47
0,56
O setor 4 apresentou a maior riqueza, equitabilidade e diversidade, seguido pelo setor 5 e
3, exceto em relação à riqueza, visto que o setor 3 apresentou maior riqueza que o setor 5
(Tab. 13).
3ª Campanha
As praias do Catalão, Bananal e São Gabriel apresentaram riqueza, diversidade e
equitabilidade superiores às outras praias (Fig. 11), contudo, apenas foram observadas
25
diferenças significativas entre Bananal e Bica quanto à riqueza e diversidade, e entre São
Gabriel e Bica em relação à equitabilidade e diversidade (Anexos 31 a 33).
Figura 11. Média (± desvio padrão) da riqueza, equitabilidade e diversidade das seis praias na Baía de Guanabara
na 3ª campanha. n = 9 para cada índice de diversidade. Riqueza: KW = 16.351; Equitabilidade: KW = 16.882;
Diversidade: KW = 21.343
Tabela 14. Riqueza média, equitabilidade média e diversidade média nos setores 5,
3 e 4 na 3ª campanha.
Setor 5
Setor 3
Setor 4
(Catalão-Ramos) (Bica-Bananal) (Limão-São Gabriel)
Riqueza
0,33
0,28
0,35
Equitabilidade
0,48
0,42
0,65
Diversidade
0,65
0,58
0,76
A maior equitabilidade e diversidade foi apresentada pelo setor 4, seguida pelo setor 5 e 3.
Contudo, a maior riqueza foi observada no setor 5, seguido pelo setor 3 e 4 (Tab. 14).
3.2.4. Densidade
A densidade total (ind/m2) das seis praias nas três campanhas foi de 3.893.899,5 ind/m2,
sendo 387.600,85 ind/m2 na 1ª campanha, 2.196.518,05 ind/m2 na 2ª campanha e
1.309.780,61 ind/m2 na 3ª campanha (Tab. 15).
Tabela 15. Densidade total (ind/m2) das seis praias nas três campanhas.
1ª Campanha
2ª Campanha
3ª Campanha
Praia
79.377,21
45.406,94
73.885,35
Catalão
50.559,09
52.144,37
8.719,04
Ramos
188.251,95
2.018.853,50
1.168.634,11
Bica
49.030,43
15.513,09
30.063,69
Bananal
13.305,02
18.966,74
15.173,39
Limão
7.077,14
45.633,40
13.305,02
São Gabriel
Total
387.600,85
2.196.518,05
1.309.780,61
26
A praia da Bica apresentou as maiores densidades totais nas três campanhas. Na 1ª
campanha a densidade na praia da Bica foi aproximadamente 26 vezes à observada em São
Gabriel. Na 2ª campanha Bica apresentou cerca de 130 vezes a densidade da praia do
Bananal. Na 3ª campanha a densidade na praia da Bica foi 134 vezes superior à praia de
Ramos. A praia do Limão apresentou a menor variação na densidade total entre campanhas
(Tab. 12).
As praias apresentaram uma grande variação na densidade média de poliquetas nas três
campanhas. Na 1ª campanha, Catalão, Ramos e Bananal apresentaram densidades médias
semelhantes e não significativas assim como Limão e São Gabriel. As densidades médias das
praias foram significativamente diferentes, sendo Bica diferente das praias do Limão (p<0,01)
e São Gabriel (p<0,001) (Fig. 12).
Figura 12. Densidade Média (± erro padrão) de poliquetas das praias da Baía de Guanabara na 1 ª campanha. n=9
(por praia). KW = 24,948; p < 0,0001.
Na 2ª campanha, as praias de Ramos, São Gabriel e Catalão apresentaram densidades
médias semelhantes e não significativas, assim como Bananal e Limão. As densidades médias
das praias diferiram significativamente, existindo diferenças entre Bica e Limão (p<0,01)
(Fig. 13).
27
Figura 13. Densidade Média (± erro padrão) de poliquetas das praias da Baía de Guanabara na 2 ª campanha. n=9
(por praia). KW = 16,7; p<0,01.
Na 3ª campanha, as praias de Ramos, Bananal, Limão e São Gabriel apresentaram
densidades médias semelhantes e não significativas. As densidades médias das praias
diferiram significativamente, sendo Bica diferente das praias de Ramos (p<0,01), Limão
(p<0,01) e São Gabriel (p<0,05) (Fig. 14). Nas três campanhas são observadas diferenças não
significativas entre Catalão e Ramos; Bica e Bananal, e entre Limão e São Gabriel, com isso,
pode-se inferir que não há diferenças dentro dos setores 5, 3 e 4, respectivamente.
Figura 14. Densidade Média (± erro padrão) de poliquetas das praias da Baía de Guanabara na 3 ª campanha. n=9
(por praia). KW = 24,196; p<0,001.
O setor 3 apresentou a maior densidade nas três campanhas, seguido pelo setor 5 e 4
(Tab. 16).
28
Tabela 16. Densidade (ind.m-2) total nos setores 5, 3 e 4 nas três campanhas.
Setor 5
Setor 3
Setor 4
(Catalão-Ramos) (Bica-Bananal) (Limão-São Gabriel)
1ª campanha
129.936,31
20.382,17
237.282,38
2ª campanha
97.551,31
64.600,14
2.034.366,60
3ª campanha
82.604,39
28.478,41
1.198.697,81
3.2.5. Dominância
Na 1ª campanha, C. capitata complexo e S. cornuta foram abundante (± 40%) e pouco
abundante (± 30%), respectivamente, na praia do Catalão. S. benedicti foi dominante (±
100%) nas praias de Ramos e Bica, e abundante (± 55%) no Bananal. Nas praias do Limão e
São Gabriel, C. capitata complexo foi dominante, alcançando cerca de 95% da densidade total
(Fig. 15).
Figura 15. Espécies de poliquetas dominantes nas seis praias da Baía de Guanabara na 1 ª campanha.
Na 2ª campanha, S. cornuta foi a espécie dominante (± 70%) na praia do Catalão. Na
praia de Ramos C. capitata complexo foi dominante (± 80%). Na praia da Bica S. benedicti
dominou aproximadamente 100%. Na praia do Bananal C. capitata complexo foi abundante,
apresentando cerca de 50% da densidade total. Na praia do Limão S. benedicti dominou quase
70%. Na praia de São Gabriel, Prionospio sp. dominou em mais de 70% (Fig. 16).
29
Figura 16. Espécies de poliquetas dominantes nas seis praias da Baía de Guanabara na 2 ª campanha.
Na 3ª campanha, as espécies abundantes da praia do Catalão foram C. capitata
complexo (± 45%) e S. cornuta (± 42%). Polydora sp. foi dominante (± 90%) na praia de
Ramos. Na praia da Bica, S. benedicti dominou cerca de 100%. Na praia do Bananal, C.
capitata complexo foi abundante (± 42%), Polydora sp. foi pouco abundante (± 35%) e as
outras espécies foram raras. Na praia do Limão, S. benedicti foi abundante, representando
65% da densidade total. Na praia de São Gabriel, C. capitata complexo, A. succinea e
Polydora sp. foram pouco abundantes, e L. acuta e S. benedicti foram raras (Fig. 17).
Figura 17. Espécies de poliquetas dominantes nas seis praias da Baía de Guanabara na 3ª campanha.
30
3.2.6. Biomassa Total
A biomassa total dos indivíduos nas três campanhas totalizou 911,32 g/m2, sendo 336,90
g/m2, 271,11 g/m2 e 303,32 g/m2 na 1ª, 2ª e 3ª campanha, respectivamente. A biomassa total
por praia oscilou entre as campanhas, predominando nas praias do Catalão, Bica e Bananal.
Na 1ª campanha, as praias do Catalão e Bananal apresentaram maior biomassa total. Na 2ª
campanha a praia da Bica foi a de maior biomassa total. Na 3ª campanha a biomassa
predominou nas praias do Catalão e Bica (Fig. 18).
Figura 18. Biomassa total (g/m2) (n = 9) das seis praias da Baía de Guanabara nas três campanhas.
A maior biomassa foi observada no setor 3, seguido pelo setor 5 e 4 nas três campanhas
(Tab. 17).
Tabela 17. Biomassa total nos setores 5, 3 e 4 nas três campanhas.
Setor 5
Setor 3
Setor 4
(Catalão-Ramos) (Bica-Bananal) (Limão-São Gabriel)
1ª campanha
145,27
14,56
177,07
2ª campanha
87,56
47,50
136,04
3ª campanha
88,39
62,94
151,99
3.3. Relação Abundância-Biomassa
A relação entre abundância e biomassa (curva ABC) mostrou que o setor 5 tem um
padrão que pode ser classificado como moderadamente poluído na 1ª campanha, em função
da proximidade entre as curvas de abundância e biomassa e do valor de W negativo ser
próximo de zero. Contudo, na 2ª e 3ª campanha, o setor 5 apresentou curva de biomassa acima
da curva de abundância, indicando ser um local não poluído. O setor 3 mostrou-se poluído nas
três campanhas, apresentando poucas espécies com elevada abundância e baixa biomassa,
31
resultando em valor de W negativo. O setor 4 mostrou-se poluído na 1ª campanha e não
poluído na 2ª e 3ª campanha (Fig. 19).
1ª Campanha
2ª campanha
3ª campanha
Setor
5
3
4
Figura 19. Curva de k-dominância para abundância e biomassa nos setores 3, 4 e 5 nas três campanhas.
O setor 5 mostrou uma tendência de local moderadamente poluído a não poluído entre
as campanhas. O setor 4 mostrou-se poluído na 1ª campanha e não poluído nas 2ª e 3ª
campanha (Fig. 20). O aumento no valor de W nos setores 4 e 5 entre as campanhas sugere
uma melhoria das condições de qualidade ambiental.
Figura 20. Valor de W dos três setores nas três campanhas na Baía de Guanabara.
32
3.4. Relação biomassa, densidade e variáveis granulométricas
A correlação de Spearman entre biomassa, densidade e variáveis granulométricas foi
fraca e não significativa para a maioria das variáveis analisadas (Anexos 34 a 36). Areia fina e
areia muito fina apresentaram correlação fraca e significativa com biomassa na 1ª campanha
(Fig. 21). A biomassa foi significativa com silte e matéria orgânica na 2ª campanha (Fig. 22).
A correlação entre densidade e areia muito grossa, areia média e areia fina foi fraca e
significativa na 3ª campanha (Fig. 23).
33
Figura 21. Dispersão entre biomassa total, densidade total e variáveis granulométricas na 1 ª campanha.
34
Figura 22. Dispersão entre biomassa total, densidade total e variáveis granulométricas na 2 ª campanha.
35
Figura 23. Dispersão entre biomassa total, densidade total e variáveis granulométricas na 3 ª campanha.
36
4.
Discussão
As características físicas das seis praias estudadas sugerem a existência de um suave
gradiente topográfico com curta zona entre-marés, e granulometria composta por sedimentos
grosseiros. A zona entre-marés destas praias alcançam até 60 m, sendo classificadas como
micromarés de acordo com Schlacher et al. (2008). As praias analisadas neste estudo são
semelhantes às praias protegidas de baixa energia estudadas por Omena & Amaral (1997),
Rizzo & Amaral (2000; 2001) e Denadai et al. (2005) no litoral norte de São Paulo. Estes
autores observaram uma maior porcentagem de areia grossa e menor teor de matéria orgânica
nessas praias, apesar de ser esperada uma granulometria mais fina em praias estuarinas devido
ao baixo hidrodinamismo (Souza & Furtado, 1987). Ainda assim, Rosa & Borzone (2008)
associaram o tamanho do grão a posição da praia no estuário, pois o tamanho do grão
aumentava à medida que penetrava na região interna do estuário.
A comunidade de poliquetas das seis praias arenosas da Baía de Guanabara refletiu um
ambiente de alta variabilidade espacial, tendo sido detectadas diferenças significativas na
densidade total e nos índices de diversidade entre as praias e entre os setores de distintos
níveis de qualidade ambiental. Alguns autores verificaram que a estrutura da comunidade é
influenciada por matéria orgânica (Mucha & Costa, 1999; Omena & Amaral, 1997; 2003) e
condições granulométricas (Omena & Amaral, 1997; 2003). Rizzo & Amaral (2001),
estudando praias de diferentes características granulométricas, verificaram que a
heterogeneidade do sedimento e disponibilidade de matéria orgânica, possivelmente
proveniente da eutrofização, foi determinante para o aumento na diversidade e abundância de
poliquetas na região entremarés. Entretanto, no presente estudo não foram detectadas
variações expressivas nas variáveis granulométricas e na concentração de matéria orgânica,
Além da influência potencial da granulometria sobre os organismos (Jones, 1970; Dexter,
1979; Jaramillo, 1987; Jaramillo & McLachlan, 1993), outros fatores podem influenciar a
distribuição espacial da macrofauna nas praias arenosas como umidade (Wendt & McLachlan,
37
1985; Jaramillo, 1987), temperatura (Jones, 1970; Jaramillo, 1987), salinidade e
disponibilidade de alimento (Cardell & Gilli, 1988). A composição específica de poliquetas
foi diferente entre as praias deste estudo nas três campanhas, sendo as principais espécies
constituídas por C. capitata complexo, L. acuta, S. benedicti, S. cornuta, Polydora sp.
Algumas dessas espécies (L. acuta, C. capitata complexo, Polydora sp., Prionospio sp.)
foram encontradas em praias protegidas localizadas no litoral norte de São Paulo (Morgado et
al., 1994; Amaral et al., 1995; Rizzo & Amaral, 2000, 2001; Omena & Amaral, 2003),
sugerindo a ocorrência de espécies semelhantes em praias submetidas à eutrofização. Rizzo &
Amaral (2000, 2001) observaram uma dominância de espécies oportunistas como C. capitata
complexo e L. acuta, a qual foi relacionada ao enriquecimento orgânico, o que sugere que a
ocorrência dessas espécies nas praias deste estudo esteja relacionada também à eutrofização
existente na região interna da Baía de Guanabara.
A estrutura da comunidade de poliquetas deste estudo apresentou variações semelhantes às
descritas por Pearson & Rosenberg (1978), apresentando alta densidade e baixa biomassa nos
locais mais eutrofizados. Os maiores valores de densidade e biomassa foram observados no
setor 3. A elevada biomassa neste setor resultou da alta densidade de S. benedicti na praia da
Bica, o que pode ter sido uma resposta ao stress ambiental nesta região, no qual lançamentos
de esgoto “in natura” foram detectados próximo ao ponto de coleta. Este setor é exposto a
consideráveis níveis de deterioração ambiental (Mayr et al., 1989) resultantes da alta
concentração de contaminantes orgânicos (Carreira et al., 2001, 2004) e de metais pesados
(Baptista-Neto et al., 2006).Retirar o espaçoS. benedicti é um poliqueta tubícola, depositívoro
de superfície, de pequeno porte e pertencente à família Spionidae. Larsen & Doggett (1991)
verificaram que S. benedicti foi uma das espécies mais comuns de planícies lamosas do Golfo
de Maine, assim como verificado em algumas praias deste estudo (ex. Ramos, Bica e
Bananal). Sears & Mueller (1989) destacaram que S. benedicti alcançou um pico na densidade
com valores acima 5.000 ind/m2. Contudo, neste estudo S. benedicti apresentou densidade
38
total de aproximadamente 2 milhões de ind/m2 na 2ª campanha, sendo cerca de 400 vezes
superior a encontrada por Sears & Mueller (1989). S. benedicti é uma espécie que apresenta
poecilogonia, ou seja, seu ciclo de vida apresenta duas estratégias reprodutivas distintas:
larvas lecitotróficas e planctotróficas (Schulze et al., 2000; Pernet & McArthur, 2006). De
acordo com Gray (1979), espécies com estratégias de vida flexíveis, que podem adotar o
desenvolvimento direto até a produção de larvas planctônicas, tornam-se dominantes em
condições de alto stress ambiental, sugerindo que a presença de determinadas espécies em
áreas poluídas está mais associada a sua estratégia de vida do que a tolerância ao stress
ambiental. Apesar disto, Streblospio é reconhecido por sua tolerância à hipoxia e sulfetos
tóxicos, o que provavelmente explica o padrão de dominância em diversos locais eutrofizados
(Levin, 2000).
Os menores valores de densidade e biomassa foram observados no setor 4, o qual
apresenta a melhor condição hidrológica devido à proximidade ao canal central (Mayr et al.,
1989). A baixa biomassa desse setor pode ser explicada pela presença de espécies de pequeno
porte e em baixa densidade como C. capitata complexo, S. benedicti, Prionospio sp. e
Polydora sp. O setor 5 foi caracterizado por valores de biomassa e densidade intermediários
aos observados nos demais setores, apresentando principalmente C. capitata complexo e
outras espécies oportunistas.
Os índices de diversidade, em média, foram menores que 1 nas praias e setores das três
campanhas. Ingole et al. (2009) analisando a comunidade de poliquetas em zonas portuárias
na costa oeste da Índia identificaram o grau de poluição orgânica através de uma classificação
baseada nos valores de diversidade proposta por Wilhm & Dorris (1966). Este estudo
considerou as áreas como impactadas (diversidade menor que 1), níveis intermediários de
impacto (diversidade entre 1 e 3) e baixos níveis de impacto (diversidade maior que 3). De
acordo com a classificação de Wilhm & Dorris (1966), todas as praias estudadas neste estudo
são classificadas como locais altamente poluídos. Belan (2003), utilizando a fauna de
39
poliqueta para avaliar o grau de poluição, observou na área impactada uma elevada
abundância de espécies dominantes e baixos valores de riqueza, diversidade e biomassa,
enquanto que as outras estações menos impactadas foram caracterizadas por uma grande
riqueza e diversidade de espécies e pela presença de espécies sensíveis à poluição. Neste
estudo, a área menos impactada (setor 4) apresentou índices de diversidade maiores que no
setor 5 (área mais impactada), corroborando com os resultados encontrados por Belan (2003).
Os resultados encontrados neste estudo estão de acordo com Estacio et al. (1997) e Carvalho
et al. (2009), os quais observaram uma baixa diversidade e equitabilidade em ambientes
impactados por enriquecimento orgânico. Embora o índice de diversidade seja utilizado como
ferramenta de avaliação de impacto em comunidades bentônicas marinhas (Elias et al., 2001),
outros autores acreditam que este índice não é sensível às variações no ambiente (Vallarino,
2002). A maior diversidade no setor 4 pode ser devido à menor eutrofização orgânica, como
observado por Magni et al. (2009), pois estes autores observaram uma diversidade maior em
baixas concentrações de carbono orgânico (menos eutrofizadas).
Diversos trabalhos sobre curvas ABC utilizaram toda a macrofauna, incluindo táxons
distintos como Polychaeta, Crustacea, Molusca e Echinodermata (Beukema, 1988; Dauer et
al., 1993; Koutsoubas et al., 2000; Harkantra & Rodrigues, 2004), contudo, outros estudos
mostram diferenças na classificação do distúrbio para toda macrofauna e para táxons isolados
(Warwick & Clarke, 1994; Lardicci & Rossi, 1998). Warwick & Clarke (1994) observaram
que os valores de W para o classe Polychaeta refletem os valores de W para todos os
taxons(poliquetas, moluscos, crustáceos e equinodermos), o que significa que o padrão de
abundância e biomassa altera com o aumento dos níveis de perturbação (de não poluído a
poluído). Por outro lado, o padrão de abundância e biomassa nos taxons Mollusca, Crustacea
e Echinodermata não é alterado com o aumento dos níveis de perturbação. Assim, a evidência
de poluição indicada pela curva ABC deve ser vista com cautela quando a comunidade é
dominada por espécies não pertencentes ao classe Polychaeta (Warwick & Clarke, 1994), pois
40
uma comunidade dominada em densidade por amphipodos pode não ser indicativa de
condições poluídas (Beukema, 1988) mesmo que a curva ABC tenha classificado-a como
poluída. Neste estudo, as curvas ABC plotadas apenas para a classe Polychaeta revelaram
classificações distintas nos setores submetidos a diferentes níveis de perturbação, o que
corrobora com Warwick & Clarke (1994).
O setor 3 mostrou-se poluído, o que pode ser explicado pela presença de espécies de
baixa biomassa corporal, mas presentes em uma elevada densidade como S. benedicti, S.
cornuta, Prionospio sp., Polydora sp. e C. capitata complexo. As espécies Polydora e C.
capitata complexo são colonizadoras de áreas defaunadas (Pearson & Rosenberg, 1978),
sendo encontradas em sedimentos anóxicos ou com baixa concentração de oxigênio
dissolvido (Levin, 2000; Rosenberg et al., 2001). Calabreta & Oviatt (2008) observaram que a
fauna em locais enriquecidos organicamente foi dominada por espécies em elevada
abundância, tais como Mediomastus ambiseta, C. capitata complexo, S. benedicti e Polydora
ligni. Este setor mostrou que a dominância de S. benedicti na praia da Bica, e C. capitata
complexo e S. benedicti na praia do Bananal foram semelhantes aos resultados de Calabreta &
Oviatt (2008). C. capitata complexo e L. acuta foram as principais espécies em praias
arenosas protegidas, localizadas na zona urbana, e semelhantes ao do presente estudo
(Morgado et al., 1994; Amaral et al., 1995).
Diversos autores observaram um elevado percentual de espécies oportunistas,
principalmente capitelídeos como Capitella spp., em estações organicamente enriquecidas
com elevados níveis de nutrientes (nitrogênio e fósforo) (Zajac & Whitlatch, 1982; Weston,
1990; Estacio et al., 1997; Karakassis et al., 1999; Rosenberg et al., 2001; Tomassetti &
Porrello, 2005; Cardoso et al., 2007, 2008; Carvalho et al., 2009). Alguns autores sugerem
que a forte dominância de Capitella spp. constitui indícios de uma estação impactada
(Tomassetti & Porrello, 2005; Carvalho et al., 2009). C. capitata complexo são poliquetas
depositívoros de superfície que utilizam a probóscide, em forma de saco, para capturar
41
detritos orgânicos e que vivem dentro de galerias revestidas por muco dentro do sedimento.
As populações desta espécie podem alcançar elevadas densidades durante períodos de grande
oferta de alimentos, geralmente associados a sedimentos eutrofizados com alto conteúdo de
matéria orgânica (Tenore, 1977; Bridges et al., 1994).
Analisando as curvas ABC, observa-se que o setor 4 foi considerado como não poluído,
possivelmente em função da dominância em biomassa de espécies de pequeno porte como L.
acuta e A. succinea. Além disso, estas espécies apresentam maior biomassa que as espécies
dominantes em abundância, Prionospio sp. e S. benedicti. O setor 5 foi classificado como
moderadamente poluído na 1ª campanha e não poluído nas outras campanhas. As espécies
dominantes possuem tamanho corporal menor e são encontradas em maiores densidades do
que no setor 4.
Comparando ao modelo P-R (Pearson-Rosenberg), a elevada densidade de uma espécie
oportunista sugere que o setor 3 se encontre na fase de pico de oportunistas, a qual é
caracterizada por um elevado enriquecimento orgânico e poucas espécies dominantes. A alta
eutrofização no setor 5 e a abundância de espécies oportunistas como C. capitata complexo
sugerem que o setor 5 refletiu o modelo P-R assim como verificado por Chapman et al.
(1996). Estes autores encontraram elevada abundância de C. capitata complexo próximo às
fontes de enriquecimento orgânico, caracterizando uma zona moderadamente poluída com
abundância máxima na fonte de eutrofização e redução na riqueza, e refletindo o modelo P-R.
Contudo, Gray et al. (2002) sugerem que os efeitos na macrofauna bentônica resultam mais
da hipoxia do que do enriquecimento orgânico e que o modelo P-R é mais descritivo do que
previsivel. Assim, o modelo P-R, proposto a partir de um gradiente de enriquecimento
orgânico, pode não refletir as causas das mudanças observadas na fauna (Gray et al., 2002),
visto que as alterações na fauna pode ser resultado de outros fatores como metais pesados,
contaminantes orgânicos ou ainda hipoxia. O setor 4 estaria posicionado entre as fases
transitória e normal, pois esse setor apresentou a menor abundância em relação aos demais
42
setores, e essas fases são caracterizadas por uma baixa concentração de matéria orgânica e
abundância.
A fauna de poliquetas dos setores 3 e 4 respondeu ao gradiente de poluição orgânica no
sentido oeste-leste da região interna da Baía de Guanabara. O setor 4, classificado como o de
melhor condição ambiental, confirmou o pressuposto, apresentando maiores índices de
diversidade e menores densidades. O setor 3 foi considerado o mais afetado pela poluição
orgânica, o qual é refletido pelas altas densidades. O setor 5, localizado a oeste da baía, não
refletiu o enriquecimento orgânico devido à sobreposição da curva de biomassa sobre
abundância. De acordo com o modelo P-R, com o aumento do enriquecimento orgânico há
um pico na abundância e logo em seguida um declínio. Seria esperado no setor 5, por ser o
mais eutrofizado, que a curva de abundância permanecesse acima da curva de biomassa como
ocorre no modelo P-R, entretanto, não ocorreu. A elevada densidade de espécies
bioindicadoras, baixos valores de riqueza e diversidade neste setor assim como a baixa
biomassa sugerem um maior efeito da poluição orgânica sobre a fauna de poliquetas neste
local.
5.
Conclusões
43

As variáveis granulométricas e porcentagem de matéria orgânica no sedimento não foram
determinantes no padrão de distribuição espacial da comunidade de poliquetas das seis
praias arenosas da Baía de Guanabara.

A composição específica da fauna de poliquetas observada neste estudo foi tipicamente
formada por C. capitata complexo, L. acuta, S. benedicti e S. cornuta,
espécies
geralmente detectadas em praias submetidas à poluição orgânica.

A estrutura da comunidade de poliquetas deste estudo apresentou variações semelhantes
às descritas por Pearson & Rosenberg (1978), apresentando alta densidade e baixa
biomassa nos locais mais eutrofizados.

A fauna de poliquetas não respondeu ao gradiente de poluição orgânica observado na área
interna da Baía de Gaunabara no sentido oeste-leste. O setor 5, região mais eutrofizada da
baía, apresentou um fauna de poliquetas mais diversa que o setor 3, tendo sido também
classificado como região não poluída. O setor 3, por outro lado, refletiu uma região
sujeita à uma intensa eutrofização, onde foram registradas espécies de pequeno porte e
baixa biomassa que ocorrem em alta densidade. O setor 4, localizado a leste da baía,
apresentou uma fauna de poliquetas mais rica e diversa com a contribuição de espécies de
maior biomassa. Este resultado confirma a melhor condição ambiental do setor 4,
conforme foi previsto no gradiente de eutrofização.

44
6.
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ANEXOS
70
Anexo 1. Resultado do teste a posteriori Dunn para Matéria Orgânica Total entre as seis praias
da Baía de Guanabara na 1ª campanha.
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
Limão
São Gabriel
Catalão
Ramos
ns P>0.05
Bica
ns P>0.05
ns P>0.05
Bananal
ns P>0.05
ns P>0.05 ns P>0.05
Limão
ns P>0.05
ns P>0.05 * P<0.05 ns P>0.05
São Gabriel ns P>0.05
ns P>0.05 ns P>0.05 ns P>0.05 ns P>0.05
Anexo 2. Resultado do teste a posteriori Dunn para Matéria Orgânica Total entre as seis praias da
Baía de Guanabara na 3ª campanha.
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
Limão
São Gabriel
Catalão
Ramos
ns P>0.05
Bica
ns P>0.05
ns P>0.05
Bananal
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
Limão
ns P>0.05
* P<0.05
** P<0.01 ** P<0.01
São Gabriel ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05 ns P>0.05 ns P>0.05
Anexo 3. Variáveis granulométricas nos estratos inferior, intermediário e superior das seis praias da Baía de Guanabara na 1ª Campanha. CAS:
Cascalho; AMG: Areia Muito Grossa; AG: Areia Grossa; AM: Areia Média; AF: Areia Fina; AMF: Areia Muito Fina.
CAS AMG AG AM AF AMF Silte Argila
Diâmetro
Mediana Grau de
Estrato
71
Assimetria Curtose
(mm)
(mm)
Seleção
%
0,00 1,05 4,36 35,06 56,31 3,22 0,00 0,00
0,24
0,22
0,68
-0,20
0,80
Inferior
0,29 3,02 37,71 54,01 4,04 0,94 0,00 0,00
0,47
0,45
0,66
-0,14
0,76
2,84 5,21 18,31 53,13 14,06 1,90 3,91 0,65
0,38
0,37
1,13
0,00
1,80
5,52 42,88 40,44 9,80 1,23 0,13 0,00 0,00
0,96
0,97
0,81
0,12
0,90
Catalão Intermediário 9,53 45,36 33,07 10,41 1,62 0,01 0,00 0,00
1,02
1,08
0,86
0,21
0,90
10,68 39,24 31,41 13,75 3,08 0,35 1,12 0,37
0,93
1,00
0,99
0,21
0,90
5,76 42,24 39,57 10,96 1,39 0,07 0,00 0,00
0,95
0,97
0,83
0,12
0,90
Superior
4,24 32,85 48,42 11,88 2,40 0,22 0,00 0,00
0,87
0,83
0,82
-0,01
0,99
12,85 42,85 32,21 8,44 2,20 0,37 0,88 0,22
1,04
1,10
0,91
0,21
0,94
1,98 4,16 36,23 48,13 8,33 1,16 0,00 0,00
0,50
0,50
0,83
-0,07
1,00
Inferior
13,51 60,62 15,51 5,16 3,72 0,88 0,40 0,20
1,18
1,32
0,88
0,42
1,51
13,97 72,24 11,35 1,41 0,88 0,16 0,00 0,00
1,42
1,42
0,52
0,17
1,00
5,38 26,52 21,98 27,91 17,61 0,60 0,00 0,00
0,58
0,57
1,00
-0,01
0,77
Ramos Intermediário 1,00 9,30 14,57 46,31 28,20 0,62 0,00 0,00
0,50
0,25
1,00
-0,18
1,00
0,40 6,74 17,55 51,96 22,54 0,81 0,00 0,00
0,50
0,50
0,93
-0,12
1,00
1,23 19,03 37,74 33,02 8,33 0,65 0,00 0,00
0,58
0,58
1,00
0,01
0,97
Superior
3,21 40,14 31,22 16,49 8,27 0,66 0,00 0,00
0,77
0,86
1,00
0,26
0,95
3,83 50,95 30,63 8,29 5,62 0,69 0,00 0,00
0,98
1,07
0,92
0,34
1,00
21,43 61,71 10,57 4,23 1,84 0,22 0,00 0,00
1,43
1,45
0,68
0,25
1,00
Inferior
34,81 64,71 0,42 0,04 0,02 0,01 0,00 0,00
1,70
1,70
0,47
0,00
0,74
62,86 36,24 0,80 0,08 0,03 0,00 0,00 0,00
2,00
2,00
0,85
0,00
0,74
7,21 20,06 38,74 30,84 2,68 0,46 0,00 0,00
0,69
0,67
1,00
-0,09
0,89
Bica
Intermediário 7,64 10,31 20,63 46,35 14,06 1,02 0,00 0,00
0,50
0,50
1,00
-0,29
1,00
18,09 15,78 23,75 34,72 6,91 0,75 0,00 0,00
0,74
0,62
1,00
-0,22
0,84
13,60 55,59 15,13 15,14 0,53 0,01 0,00 0,00
1,08
1,27
0,92
0,40
0,99
Superior
13,51 68,25 17,58 0,63 0,03 0,00 0,00 0,00
1,35
1,38
0,56
0,19
1,00
19,52 66,32 13,52 0,56 0,07 0,01 0,00 0,00
1,45
1,45
0,54
0,14
1,00
34,00 64,80 1,11 0,06 0,02 0,00 0,00 0,00
1,69
1,69
0,47
0,00
0,74
Inferior
9,13 20,90 33,97 15,66 12,96 4,58 2,25 0,56
0,59
0,67
1,47
0,20
1,00
Anexo 4. Variáveis granulométricas
nos estratos
inferior,
intermediário
e superior
praias da Baía
Campanha.
CAS:
10,96 25,65
9,46 19,32
20,11
5,87 7,34
1,30 das seis
0,46
0,43de Guanabara
1,80 na 2ª0,04
0,80
Cascalho; AMG: Areia Muito
Grossa;
AG:
Areia
Grossa;
AM:
Areia
Média;
AF:
Areia
Fina;
AMF:
Areia
Muito
Fina.
0,00 5,35 47,51 36,38 10,06 0,70 0,00 0,00
0,50
0,52
0,80
0,19
0,89
CAS 10,44
AMG24,78
AG 44,22
AM 19,45
AF 0,87
AMF 0,00
Silte 0,00
Argila
Diâmetro
Mediana
Grau
de -0,12
Bananal Intermediário
0,23
0,50
0,50
1,00
1,00
Estrato
Assimetria Curtose
(mm)
(mm)
Seleção
%
0,72 18,53 32,10 42,86 5,80 0,00 0,00 0,00
0,56
0,51
0,93
-0,18
0,87
0,85 45,45
16,7226,96
19,4910,98
44,43 8,28
18,09 1,46
0,42 0,00
0,00 0,00
0,00
0,46
0,41
1,09
-0,20
0,97
6,87
0,87
1,04
1,00
0,39
1,00
Inferior
5,61
40,04
44,23
9,28
0,79
0,06
0,00
0,00
0,95
0,93
0,79
0,04
0,89
Superior
3,90 28,62 48,61 10,72 7,25 0,90 0,00 0,00
0,78
0,78
0,98
0,10
1,00
10,0226,89
42,5223,10
37,0429,41
7,10 19,51
1,09 0,87
0,07 0,00
2,02 0,00
0,13
1,02
1,04
0,86
0,17
0,94
0,21
0,52
0,50
1,21
-0,04
0,77
2,22
4,31
37,82
49,04
6,00
0,61
0,00
0,00
0,48
0,46
0,79
-0,12
0,95
4,20 17,77 14,56 33,84 24,88 4,75 0,00 0,00
0,43
0,38
1,32
-0,20
0,82
Catalão
Intermediário 2,37 3,16 31,57 50,74 8,35 0,97 2,83 0,00
0,44
0,42
0,86
-0,05
1,10
72
Anexo 5. Variáveis granulométricas nos estratos inferior, intermediário e superior das seis praias da Baía de Guanabara na 3ª Campanha. CAS:
Cascalho; AMG: Areia Muito Grossa; AG: Areia Grossa; AM: Areia Média; AF: Areia Fina; AMF: Areia Muito Fina.
CAS AMG AG AM AF AMF Silte Argila
Diâmetro
Mediana Grau de
73
Assimetria Curtose
(mm)
(mm)
Seleção
%
0,09 3,08 9,36 45,10 40,50 1,88 0,00 0,00
0,28
0,28
0,81
-0,08
0,97
Inferior
7,94 39,69 37,72 11,01 1,94 0,16 0,47 1,09
0,95
0,96
0,89
0,13
0,93
6,84 43,34 35,13 11,15 2,34 0,20 0,60 0,40
0,96
1,00
0,88
0,20
0,93
3,33 3,24 5,73 81,58 0,14 3,24 1,83 0,92
0,36
0,36
0,78
-0,01
2,53
Catalão
Intermediário 0,91 2,83 35,57 53,91 4,28 0,77 0,99 0,74
0,46
0,44
0,73
-0,06
0,92
2,14 8,00 44,57 38,87 4,27 0,83 1,03 0,29
0,53
0,54
0,86
0,01
1,03
3,17 31,14 46,65 15,49 1,91 0,17 1,10 0,37
0,80
0,79
0,88
0,03
1,00
Superior
4,74 43,43 43,37 6,21 0,98 0,09 0,59 0,59
0,97
0,97
0,78
0,09
0,91
5,71 44,80 37,91 7,55 2,65 0,19 0,85 0,34
0,98
1,01
0,85
0,19
0,97
11,30 36,20 33,62 13,31 0,95 0,32 1,29 3,02
0,91
0,95
1,10
0,22
1,08
Inferior
28,18 51,14 17,16 1,94 1,28 0,29 0,00 0,00
1,43
1,49
0,74
0,19
0,99
24,68 70,52 3,58 0,73 0,42 0,07 0,00 0,00
1,56
1,56
0,43
0,00
0,74
11,59 8,30 69,36 6,47 3,43 0,24 0,41 0,20
0,81
0,74
0,91
-0,25
2,09
Ramos
Intermediário 7,52 33,34 25,11 22,99 10,30 0,74 0,00 0,00
0,72
0,78
1,19
0,17
0,80
4,36 35,11 28,88 23,62 7,75 0,28 0,00 0,00
0,73
0,78
1,09
0,16
0,82
1,39 11,12 65,62 19,56 2,13 0,17 0,00 0,00
0,64
0,67
0,70
0,09
1,37
Superior
1,52 16,46 49,16 25,36 7,03 0,47 0,00 0,00
0,60
0,64
0,92
0,11
1,10
2,83 34,54 46,28 11,73 4,26 0,36 0,00 0,00
0,85
0,83
0,85
0,04
1,02
28,67 55,15 7,47 4,60 3,68 0,44 0,00 0,00
1,52
1,53
0,80
0,26
1,46
Inferior
45,79 53,31 0,71 0,09 0,08 0,02 0,00 0,00
1,89
1,89
0,58
0,00
0,74
30,88 66,60 2,30 0,12 0,09 0,01 0,00 0,00
1,64
1,64
0,46
0,00
0,74
0,50 0,55 0,75 36,97 57,60 3,62 0,00 0,00
0,23
0,22
0,64
-0,17
0,77
Bica
Intermediário 0,06 0,49 1,50 25,76 65,43 6,76 0,00 0,00
0,21
0,20
0,65
-0,18
1,06
0,33 0,58 1,49 30,20 62,08 5,33 0,00 0,00
0,22
0,21
0,64
-0,21
0,87
0,51 89,41 9,66 0,19 0,19 0,03 0,00 0,00
1,36
1,36
0,41
0,16
1,08
Superior
3,24 17,70 34,36 42,44 1,80 0,46 0,00 0,00
0,60
0,56
0,92
-0,19
0,86
9,63 23,58 22,38 41,09 2,56 0,77 0,00 0,00
0,67
0,59
1,08
-0,23
0,71
22,47 75,18 2,25 0,08 0,02 0,00 0,00 0,00
1,55
1,55
0,41
0,00
0,74
Inferior
7,76 31,56 17,30 21,80 17,78 3,80 0,00 0,00
0,60
0,65
1,37
0,13
0,72
8,62 29,24 13,05 19,58 24,18 5,34 0,00 0,00
0,53
0,52
1,46
0,00
0,65
0,12 0,73 3,01 50,68 44,42 1,05 0,00 0,00
0,26
0,27
0,64
0,06
0,74
Bananal Intermediário 0,00 0,27 0,79 37,04 60,62 1,28 0,00 0,00
0,23
0,22
0,62
-0,18
0,78
0,00 0,07 0,57 55,64 43,11 0,61 0,00 0,00
0,26
0,27
0,62
0,11
0,75
0,00 1,93 6,27 56,91 33,99 0,90 0,00 0,00
0,29
0,30
0,72
0,06
0,98
Superior
0,00 0,52 1,06 51,22 46,01 1,18 0,00 0,00
0,26
0,26
0,63
0,05
0,74
0,20 2,44 7,88 62,01 26,50 0,97 0,00 0,00
0,30
0,32
0,72
0,07
1,22
1,39 15,16 11,09 34,77 35,67 1,92 0,00 0,00
0,38
0,32
1,22
-0,29
0,95
74
75
Anexo 6. Composição específica das seis praias analisadas na Baía de Guanabara nas três campanhas.
1˚ Campanha
2˚ Campanha
3˚ Campanha
Catalão
C. capitata complexo
S. cornuta
L. acuta
S. benedicti
Polydora sp
A. succinea
Prionospio sp
Ophiodromus sp
Notomastus sp
C. capitata complexo
S. cornuta
L. acuta
S. benedicti
Polydora sp
A. succinea
C. capitata complexo
S. cornuta
L. acuta
S. benedicti
Polydora sp
A. succinea
Eteone sp
Ramos
S. benedicti
C. capitata complexo
S. cornuta
A. succinea
L. acuta
Bica
S. benedicti
Polydora sp
A. succinea
S. cornuta
Ophiodromus sp
C. capitata complexo
Eteone sp
S. benedicti
C. capitata complexo
S. cornuta
A. succinea
Polydora sp
S. cf. chilensis
Ophiodromus sp
Timarete sp
C. capitata complexo
S. cornuta
A. succinea
Polydora sp
Dorvilleidae
S. benedicti
Polydora sp
A. succinea
S. cornuta
Ophiodromus sp
C. capitata complexo
S. cf. chilensis
S. benedicti
Polydora sp
A. succinea
S. cornuta
Bananal
S. benedicti
Polydora sp
A. succinea
L. acuta
S. cornuta
C. capitata complexo
Paraonis sp
Timarete sp
Goniada maculata
Scolelepis cf. chilensis
Polydora sp
Exogone sp
L. acuta
S. cornuta
C. capitata complexo
Scoloplos sp
Timarete
S. benedicti
Polydora sp
S. cf chilensis
A. succinea
L. acuta
Ophiodromus sp
S. cornuta
C. capitata
Timarete
Maldanidae
Limão
C. capitata complexo
S. benedicti
L. acuta
São Gabriel
C. capitata complexo
L. acuta
S. benedicti
Polydora sp
C. capitata complexo
S. benedicti
S. amica
A. succinea
Namanereis sp
Prionospio sp
C. capitata complexo
L. acuta
S. benedicti
Polydora sp
A. succinea
Syllis sp
Naineris setosa
Polydora sp
A. succinea
L. acuta
C. capitata
S. benedicti
S. benedicti
Prionospio sp
Polydora sp
C. capitata
A. succinea
76
Anexo 7. Frequência de ocorrência (FO) de cada espécie das seis praias na 1ª, 2ª e 3ª campanha. n = 27 (por praia)
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
1
2
3
2
3
1
2
3,7
3
1
Allita succinea
37,04 14,81
7,41 25,93
3,7
40,74
Capitella capitata complexo
48,15 29,63 29,63 14,81 33,33
3,7
11,11 25,93
Streblospio benedicti
48,15 7,41
Laeonereis acuta
66,67 14,81 29,63 7,41
Polydora sp.
22,22 11,11
Syllis cornuta
37,04 25,93 22,22 11,11 11,11 11,11 25,93 29,63 33,33 29,63
Scolelepis cf. chilensis
Prionospio sp.
Ophiodromus sp.
3,7
1
3,7
40,74 7,41
2
22,22 29,63
3
Limão
1
2
3,7
25,93 29,63 18,52
3,7
11,11 7,41 14,81 11,11
3,7
3,7
Timarete sp.
3,7
Dorvilleidae
7,41
3,7
14,81
11,11 7,41 11,11
3,7
3,7
3,7
3,7
Naineris setosa
3,7
Namanereis sp.
Syllis sp.
22,22
7,41
Maldanidae
Syllis amica
14,81 18,52
3,7
Goniada maculata
Scoloplos sp.
3,7
3,7
Eteone sp.
Paraonis sp.
11,11 14,81
33,33 7,41
Exogone sp.
Notomastus sp.
3,7
7,41 22,22 7,41
7,41
7,41
3
25,93 25,93 18,52 22,22 7,41
14,81 14,81 11,11
7,41
2
11,11 22,22
11,11
3,7
1
3,7
55,56 25,93 29,63 40,74
3,7
3
11,11 7,41 14,81
11,11 11,11 11,11 11,11 11,11 11,11 11,11 18,52
3,7
São Gabriel
3,7
3,7
7,41
3,7
3,7
3,7
77
Anexo 8. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia do Catalão na 1ª campanha.
I
I
I I
I
I
I
I I M M M M M M M M M S
Streblospio benedicti
5
15
35 11
15
3
1
5
14
Prionospio sp.
1
8
Polydora sp.
11
3
1
3
Allita succinea
1
4
5
3
1
1
6
Laeonereis acuta
47 4
47
10 69
6
9
1
1
5
40
2
Syllis cornuta
10
1
58 73
2
25 139
Ophiodromus sp.
1
Capitella capitata
1 21 1
154
4 74
4
1 147 18
complexo
Notomastus sp.
12
S
18
S
S
S
S
1
S
4
2
1
6
S
79
S
9
S
10
1
6
7
4
1
1
1
Anexo 9. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia de Ramos na 1ª campanha.
I
I
I I I
I
I
I
I M M M M M M M M M S
S
Streblospio benedicti
24
22
212
2 80
61
186
102
Allita succinea
1
2
Laeonereis acuta
3
Syllis cornuta
1
3
Capitella capitata
3
10
complexo
Anexo 10. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia da Bica na 1ª campanha.
I I
I
I
I
I
I I
I
M M
M M M
M M M M S
Streblospio benedicti
648
164 476
4 224
258
500 212
176
Polydora sp.
1
1
Allita succinea
6
10
2
7
2
5
Syllis cornuta
5
2
7
5
1
Ophiodromus sp.
2
1
Capitella capitata
7
1
4
complexo
Eteone sp.
5
S
66
2
3
3
9
S
S
4
S
92
4
10
46
5
20
36
S
S
S
1
1
1
3
S S S
284
10
1
2
S
5
2
S
S
5
S
260
5
2
78
Anexo 11. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia do Bananal na 1ª campanha.
I I I
I
I
I
I
I
I M M M M M M M M M S S
Streblospio benedicti
7 1 172
30
2 95
11
Polydora sp.
4
Allita succinea
15
1
36
27
1
1
Laeonereis acuta
13
15
Syllis cornuta
3
2
10 1
14
Capitella capitata
4
33
12
1
2
complexo
Paraonis sp.
Timarete sp.
2
2
Anexo 12. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia do Limão na 1ª campanha.
I
I
I
I
I
I
I
I
I M M M M M M M M M S S
Streblospio benedicti
5
1
Allita succinea
4
2
Laeonereis acuta
Capitella capitata
1
35
5
34
34
61
52
complexo
S
78
4
17
35
7
S
S
47
S
8
S
25
1
19
8
2
1
1
1
1
Anexo 13. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia de São Gabriel na 1ª campanha.
I
I
I
I
I
I
I
I
I M M M M M M M M M S S S
Streblospio benedicti
1
Polydora sp.
Laeonereis acuta
5
5
Capitella capitata
21
1
25
19
2
complexo
S
10
83
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
1
S
1
43
2
79
Anexo 14. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia do Catalão na 2ª campanha.
I
I
I
I
I
I
I
I
I M M M M M M M M M S S S
Streblospio benedicti
1
Polydora sp.
3
2
2
Allita succinea
1
1
2
Laeonereis acuta
2
5
5
7 2
11
Syllis cornuta
1 9
52 14
3
7
3 127
Capitella capitata
1
2
19
48 21 1
2 2 19
24 28
complexo
S
1
S
S
S
S
1
1
1
4
Anexo 15. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia de Ramos na 2ª campanha.
I
I
I
I
I
I I I
I
M M M M M M M M M S S
S
Streblospio benedicti
Polydora sp.
23
2
2
Scolelepis cf. chilensis
1
Allita succinea
2
2
1
2
1
1
Syllis cornuta
5
30
Capitella capitata
109
2 70
1 136
79
1 89
1 113
112
complexo
Anexo 16. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia da Bica na 2ª campanha.
I
I
I I I I I I
I
M
M
M M
M
M M M M S
S
Streblospio benedicti
5617
3 215
5800
10029
10 3542 40
3293
Polydora sp.
3
1
Scolelepis cf. chilensis
1
Allita succinea
1
Syllis cornuta
21
1
1
1
21 4
6
7
1 5
25
Capitella capitata
8
2
1
15
2
complexo
S
S
264 80
S
1
S
2
17
4
S
S
S
58
1
6
1
1
3
45
3
7
S
S S S S S
S
5525
1424
1
17
3
2 5
1
80
Anexo 17. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia do Bananal na 2ª campanha.
I
I
I
I
I
I
I
I
I M M M M M M M M M S S
25
1
Polydora sp.
5
2
2
1 8
6
5
Scolelepis cf. chilensis
33
1
Laeonereis acuta
10
Syllis cornuta
Capitella capitata
14
4
31
1 65
1
complexo
Anexo 18. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia do Limão na 2ª campanha.
I
I
I
I
I
I
I
I
I M M M M M M M M M S S
Streblospio benedicti
Allita succinea
Capitella capitata
complexo
5
1
1
S
S
S
7
20
S
57
1
S
10
4
3
S
S
1
1
6
1
S
S
S
S
S
72
S
102
1
1
1
Anexo 19. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia de São Gabriel na 2ª campanha.
I I I I I
I
I I I M M M M M M M M M S S
S
Streblospio benedicti
1 3
17
Polydora sp.
3
1
Allita succinea
39
2
Laeonereis acuta
3
4
5
1
2
Capitella capitata
18
4
3 38
15
3
complexo
Prionospio sp.
200
114
5 1
12 119
S
38
S
S
S
S
1
2
3
2
139
S
29
3
4
2
6
S
81
Anexo 20. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia do Catalão na 3ª campanha.
I
I
I
I
I
I
I
I
I
M M M M M M M M M S
2
Streblospio benedicti
1
1
4
2
1
1
2
6
Polydora sp.
Scolelepis cf. chilensis
1
1
Allita succinea
16 7 5 13
26
2
40
12
7
Laeonereis acuta
8
500 10
1 6
15
5
Syllis cornuta
Capitella capitata
208 7 27 46 8
1 22
100
1 49
33
53
complexo
1
Eteone sp.
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
475
6
12
5
31
Anexo 21. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia de Ramos na 3ª campanha.
I
I
I
I
I
I
I
I
I M M M M M M M M M S S
2
85
49
Polydora sp.
1
Allita succinea
1
5
5
Syllis cornuta
Capitella capitata
5
complexo
1
Dorvilleidae
Anexo 22. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia da Bica na 3ª campanha.
I I
I
I I
I
I
I
I
M M M
M M
M M M
M
6 3619
10 2552
3138
3677
5044
1800
Streblospio benedicti
12
11
Polydora sp.
1
11
13
7
1
Allita succinea
7
24
7
17
10
5
11
17
16
12
52
Syllis cornuta
S
S
S
S
1
2
1
S
S
S
S
S
S
74
S
3
5
82
Anexo 23. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia do Bananal na 3ª campanha.
I
I
I
I
I
I
I
I
I M M M M M M M M M S S
1
1
Streblospio benedicti
159
24
3
Polydora sp.
Scolelepis cf. chilensis
5
13
1
19
Allita succinea
5
9
6
Laeonereis acuta
3
Ophiodromus sp.
4
5
2
Syllis cornuta
Capitella capitata
101
40
42
28
complexo
14
1
Timarete sp.
Maldanidae
S
S
2
S
1
1
S
S
S
S
8
1
4
21
6
1
Anexo 24. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia do Limão na 3ª campanha.
I
I
I
I
I
I
I
I
I M M M M M M M M M S
S
2
50
120
Streblospio benedicti
1
82
Prionospio sp.
1
8
Polydora sp.
1
1
Allita succinea
Capitella capitata
2
complexo
Anexo 25. Abundância por espécie nos estratos inferior (I), médio (M) e superior (S) na praia de São Gabriel na 3ª campanha.
I
I
I
I
I
I
I
I
I M M M M M M M M M S S S
3
4
17
Streblospio benedicti
5
26
1
29
2
Polydora sp.
Scolelepis cf. chilensis
1
4
8
17
17
6
Allita succinea
34
3
Laeonereis acuta
Capitella capitata
15
16
9
1 13
4
complexo
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
83
Anexo 26. Teste a posteriori Dunn para Riqueza de Margalef na 1ª Campanha.
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
Limão
Catalão
Ramos
** P<0.01
Bica
ns P>0.05
ns P>0.05
Bananal
ns P>0.05
* P<0.05
ns P>0.05
Limão
* P<0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
Anexo 27. Teste a posteriori para Equitabilidade de Pielou na 1ª Campanha.
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
Limão
Catalão
Ramos
* P<0.05
Bica
** P<0.01 ns P>0.05
Bananal
ns P>0.05
ns P>0.05
* P<0.05
Limão
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
São Gabriel
Anexo 28. Teste a posteriori para Diversidade de Shannon na 1ª Campanha.
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
Limão
Catalão
Ramos
* P<0.05
Bica
** P<0.01
ns P>0.05
Bananal
ns P>0.05
ns P>0.05
* P<0.05
Limão
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
Anexo 29. Teste a posteriori para Equitabilidade de Pielou na 2ª Campanha.
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
Catalão
Ramos
ns P>0.05
Bica
*** P<0.001
ns P>0.05
Bananal
ns P>0.05
* P<0.05
*** p<0.001
Limão
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
Limão
ns P>0.05
São Gabriel
84
Anexo 30. Teste a posteriori para Diversidade de Shannon na 2ª Campanha.
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
Limão
Catalão
Ramos
ns P>0.05
Bica
* P<0.05
ns P>0.05
Bananal
ns P>0.05
ns P>0.05
*** p<0.001
Limão
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
ns P>0.05
ns P>0.05
* P<0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
Anexo 31. Teste a posteriori para Riqueza de Margalef na 3ª Campanha.
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
Catalão
Ramos
ns P>0.05
Bica
ns P>0.05
ns P>0.05
Bananal
ns P>0.05
ns P>0.05
** p<0.01
Limão
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
Limão
São Gabriel
São Gabriel
ns P>0.05
Anexo 32. Teste a posteriori para Equitabilidade de Pielou na 3ª Campanha.
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
Limão
Catalão
Ramos
ns P>0.05
Bica
ns P>0.05
ns P>0.05
Bananal
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
Limão
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
ns P>0.05
ns P>0.05
** P<0.01
ns P>0.05
ns P>0.05
Anexo 33. Teste a posteriori para Diversidade de Shannon na 3ª Campanha.
Catalão
Ramos
Bica
Bananal
Limão
Catalão
Ramos
ns P>0.05
Bica
ns P>0.05
ns P>0.05
Bananal
ns P>0.05
ns P>0.05
** p<0.01
Limão
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
ns P>0.05
ns P>0.05
** P<0.01
ns P>0.05
ns P>0.05
São Gabriel
São Gabriel
85
Anexo 34. Correlação de Spearman (R) e nível de significância
Anexo 35. Correlação de Spearman (R) e nível de significância
entre biomassa, densidade e variáveis granulométricas na 1ª
campanha.
Nível de
R
p
significância
ns
0,725
Biomassa x Cascalho
0,051
ns
0,385
Biomassa x
AMG
0,124
ns
0,106
0,459
Biomassa x
AG
ns
-0,112
0,434
Biomassa x
AM
ns
-0,330
0,018
Biomassa x
AF
ns
-0,351
0,011
Biomassa x
AMF
ns
-0,019
0,893
Biomassa x Silte
ns
-0,029
0,840
Biomassa x Argila
ns
Biomassa x Matéria Orgânica
0,169
0,237
ns
0,033
0,821
Densidade x Cascalho
ns
0,143
0,315
Densidade x
AMG
ns
-0,087
0,542
Densidade x
AG
ns
-0,137
0,338
Densidade x
AM
ns
-0,272
0,054
Densidade x
AF
ns
-0,277
0,049
Densidade x
AMF
ns
-0,157
0,272
Densidade x Silte
ns
-0,174
0,222
Densidade x Argila
ns
Densidade x Matéria Orgânica -0,058
0,684
entre biomassa, densidade e variáveis granulométricas na 2ª
campanha.
Nível de
R
p
significância
ns
0,206
0,056
Biomassa x Cascalho
ns
0,079
0,466
Biomassa x
AMG
ns
-0,178
0,099
Biomassa x
AG
ns
-0,119
0,273
Biomassa x
AM
ns
-0,183
0,090
Biomassa x
AF
ns
-0,066
0,546
Biomassa x
AMF
*p<0,05
0,257
0,016
Biomassa x Silte
ns
0,123
0,255
Biomassa x Argila
*p<0,05
0,294
0,006
Biomassa x Matéria Orgânica
**p<0,01
0,441
0,000
Densidade x Cascalho
**p<0,01
0,444
0,000
Densidade x
AMG
ns
0,130
0,232
Densidade x
AG
**p<0,01
-0,362
0,001
Densidade x
AM
**p<0,01
-0,379
0,000
Densidade x
AF
ns
-0,107
0,326
Densidade x
AMF
ns
0,165
0,126
Densidade x Silte
ns
0,103
0,345
Densidade x Argila
*p<0,05
0,038
Densidade x Matéria Orgânica 0,223
86
Anexo 36. Correlação de Spearman (R) e nível de significância entre
biomassa, densidade e variáveis ambientais na 3ª campanha.
Nível de
R
p
significância
ns
0,036
0,759
Biomassa x Cascalho
ns
0,037
0,748
Biomassa x
AMG
ns
-0,155
0,180
Biomassa x
AG
ns
-0,047
0,687
Biomassa x
AM
ns
-0,032
0,783
Biomassa x
AF
ns
0,081
0,482
Biomassa x
AMF
ns
0,019
0,872
Biomassa x Silte
ns
-0,068
0,557
Biomassa x Argila
ns
0,076
0,511
Biomassa x Matéria Orgânica
ns
0,193
0,093
Densidade x Cascalho
*p<0,05
0,249
0,029
Densidade x
AMG
ns
0,072
0,533
Densidade x
AG
*p<0,05
-0,239
0,036
Densidade x
AM
*p<0,05
-0,259
0,023
Densidade x
AF
ns
-0,168
0,143
Densidade x
AMF
ns
-0,027
0,815
Densidade x Silte
ns
-0,121
0,293
Densidade x Argila
ns
0,021
0,854
Densidade x Matéria Orgânica
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Dissertacao Mestrado Fernanda Silveira Costa de