Filosofia – Primeira Etapa Módulo I – O que é?| E para que serve a Filosofia? | Consciência
Mítica | Conhecimento | Filosofia Medieval
O QUE É...
E PARA QUE SERVE A FILOSOFIA?
OBRA | CHAUI, Marilena. Convite a filosofia. Sâo Paulo: Atica, 2001.
OBRA | ARANHA, Maria. Filosofando: introducão a filosofia.Sao Paulo: Moderna, 2004.
1. ETIMOLOGIA
 Filosofia – vem do grego: Φιλοσοφία:
 De philos – amor (gosto, amizade...);
 De sophia – sabedoria (conhecimento);
 Por isso, o termo filosofia – significa: ‘amor à sabedoria’;
 O filósofo é aquele que ama e busca constantemente a sabedoria ou o
conhecimento.
2. DEFINIÇÃO DESCRITIVA:
 A Filosofia é a ciência do universal:
 Porque versa sobre todas as coisas;
 Ela se ocupa das causas primeiras ou mais iminentes;
 Ela é o estudo crítico e racional dos princípios fundamentais de todas as coisas.
 Investigação a cerca dos princípios que tornam possível a nossa capacidade de
pensar de maneira lógica e reflexiva.
3. QUESTÕES NORTEADORAS
 É reflexiva - a Filosofia aplica o método da justificação lógica, racional. Ela
estuda e depois dá uma explicação conclusiva acerca do objeto de seu estudo;
 Não é pragmática - não busca fins práticos e não tem interesses externos como a
ciência, a arte, a religião e a técnica, as quais sempre têm em vista alguma
satisfação ou vantagem.
3.1 FILOSOFIA X RELIGIÃO
O campo religioso:
 Extraído de Dogmas;
 Ligado ao caráter místico do homem - fé-, por isso em muitos aspectos não exige
uma explicação lógica - milagre;
 Enfrenta o problema do relativismo cultural (múltiplas religiões, qual a verdadeira?)
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3.2. FILOSOFIA X CIÊNCIA
O campo científico – Desconstrução de mitos
 Neutralidade científica;
 A superioridade do conhecimento científico;
 A infalibilidade da ciência.
3.3. FILOSOFIA x SENSO COMUM
O Campo do senso comum

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


4.
Opinião / reprodução sem explicá‐la ou justificá‐la;
Não reflexivo;
Meramente reproduzido;
Fundamenta preconceitos e discriminações;
É uma espécie de “gosto médio”.
CARACTERÍSTICAS ELEMENTARES DA FILOSOFIA
 Criticidade - negar o determinismo / problematizar os acontecimentos do
mundo;
 Abrangência – tem a pretensão de apresentar respostas universalmente
válidas;
 Lógica - seus argumentos podem ser testados e esclarecidos;
 Gera autonomia no indivíduo - é da essência da filosofia contribuir para a
formação de indivíduos capazes de pensar por si sós.
5.
ATITUDE FILOSÓFICA – ESTRANHAMENTO DO MUNDO
 Processo de desnaturalização do mundo, das coisas, dos sentimentos;
 Decisão / postura de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as
idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa
existência cotidiana;
5.1. A ATITUIDE CRÍTICA
 Olhar atento / sagaz em relação ao senso comum, aos preconceitos, aos
pré-juízos, aos fatos e às idéias da experiência cotidiana;
 Um olhar repleto de indagações / interrogações sobre os que são as coisas, as
idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós
mesmos;
 Uma relação de complementariedade da face negativa com a face positiva da
atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento
crítico;
 Segundo Sócrates, a primeira e fundamental verdade filosófica é dizer: “Sei
que nada sei”;
 Um exercício dialético de admiração e espanto, estranhar o nosso cotidiano, o
lugar comum.
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PARA QUE FILOSOFIA?
A Filosofia não é um “eu acho que” ou um “eu gosto de”.
a) Primeiro Ato - O que é? Como é? Por que é?, São perguntas sobre a essência, a
significação ou a estrutura e a origem de todas as coisas.
b) Segundo Ato - Indagação a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir
no mundo.
c) Terceiro Ato - Pensamento sistemático - significa que a Filosofia trabalha com
enunciados precisos e rigorosos, raciocínio lógico, opera com conceitos, idéias e
categorias analíticas, exige a fundamentação racional do que é enunciado e
pensado.
Não se trata de dizer “eu acho que”, mas de poder
afirmar “eu penso que”.
5. A CONDIÇÃO HUMANA – AGIR NO MUNDO
Agir no sentido mais geral do termo significa tomar iniciativa, iniciar, imprimir
movimento a alguma coisa. O fato de que o homem é capaz de agir significa que se
pode esperar dele o inesperado, que ele é capaz de realizar o infinitamente
improvável. Por constituírem um initium, por serem recém-chegados e iniciadores, em
virtude do fato de terem nascido, os homens tomam iniciativa, são impelidos a agir.
(...) E isto, por sua vez, só é possível porque cada homem é singular, de sorte
que, a cada nascimento, vem ao mundo algo singularmente novo. Desse alguém que
é singular pode-se dizer, com certeza, que antes dele não havia ninguém.
Se a ação, como início, corresponde ao fato do nascimento, se é a efetivação da
condição humana da natalidade, o discurso corresponde ao fato da distinção e é a
efetivação da condição humana da pluralidade, isto é, do viver como ser distinto
e singular entre iguais.
Hannah Arendt
A condição humana
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A CONSCIÊNCIA MÍTICA
OBRA | CHAUI, Marilena. Convite a filosofia. Sâo Paulo: Atica, 2001.
OBRA | ARANHA, Maria. Filosofando: introducão a filosofia.Sao Paulo: Moderna, 2004.
OBRA | CAMPBELL, Joseph . Mitos, sonhos e religião: Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
1° Ato - Ordem e desordem
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
Ordem e desordem fazem parte da formação do senso comum e dos processos
da razão e, a partir desses conceitos, tratemos de efetuar um exercício reflexivo
sobre as respostas do pensamento mítico e do pensamento filosófico;
Tanto o Mito quanto a Filosofia - trata do problema da ordem e da desordem no
mundo;
O homem, ao procurar a ordem do mundo, cria tanto o mito como a filosofia;
Muitos povos da antigüidade experimentaram o mito, que é um pensamento por
imagens. Os gregos também fizeram a experiência de ordenar o mundo por meio
do Mito;
Vivemos inseridos em certas ordens ou organizações (sociais, políticas,
religiosas, econômicas), as quais não dependem de nossa escolha;
O Mito era um jeito de ordenar o mundo. Os mitos cumpriam uma função social
moralizante de tal forma que essas narrativas ocupavam o imaginário dos
cidadãos da pólis grega direcionando suas condutas;
2° Ato – Um olhar etnocêntrico

É uma visão de mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de
tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores,
nossos modelos, nossas definições do que é a existência;

O etnocentrismo consiste em privilegiar um universo de representações
propondo-o como modelo e reduzindo à insignificância os demais universos e
culturas "diferentes";

Todos têm a tendência para rejeitar, criticar ou desvalorizar os que não são
como ele. No plano intelectual a dificuldade de pensarmos a diferença; no
afetivo como sentimento de estranheza, medo, hostilidade, etc;
2.1. Para pensar

A noção de cultura pode, politicamente e etnocentricamente, ser utilizada para
separar grupos humanos, mas desde um ponto de vista humanístico deveria
servir para melhorar a convivência e construir uma sociedade democrática justa.
2.2. Aqui vale um questionamento
Por que a diferença se caracteriza como algo tão ameaçadora para a sociedade?
Segundo Rocha, a resposta está no fato de que “a diferença é ameaçadora porque
fere a nossa identidade cultural” (1994:9).
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3. Definição do Mito
3.1. Etmilogia - A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: do
verbo mytheyo(contar, narrar, falar alguma coisa para outros) e do verbo mytheo
(conversar, contar, anunciar, nomear, designar).
3.2. O que é um mito?
 Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros,
da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos,
do bem e do mal, etc.);
 Devemos apreender o Mito, não com o significado de falsidade, mas num
sentido muito mais profundo do mundo, é um imaginário a partir do qual
extraímos sentido da vida;
3.3. Quem narra o mito?

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


O poeta-rapsodo - é um escolhido dos deuses
É alguém que tem autoridade;
O narrador precisar ter legitimidade – confiabilidade da pessoa do narrador;
Sua palavra - o mito – é sagrada porque vem de uma revelação divina.
O mito é, pois, incontestável e inquestionável
4. Caminhos para construção dos mitos:
1° Encontrando o pai e a mãe das coisas e dos seres, isto é, tudo o que existe decorre
de relações sexuais entre forças divinas pessoais. Essas relações geram os demais
deuses: os titãs (seres semi-humanos e semideus).
- Exemplo: O mito do amor (Eros)
2° Encontrando uma rivalidade ou uma aliança entre os deuses que faz surgir alguma
coisa no mundo. Nesse caso, o mito narra ou uma guerra entre as forças divinas,
ou uma aliança entre elas para provocar alguma coisa no mundo dos homens.
- Exemplo: O Mito Ilíada (Guerra deTróia)
 O poeta Homero, na Ilíada, que narra a guerra de Tróia, explica por que, em
certas batalhas, os troianos eram vitoriosos e, em outras, a vitória cabia aos
gregos. Os deuses estavam divididos, alguns a favor de um lado e outros a favor
do outro.
3° Encontrando as recompensas ou castigos que os deuses dão a quem os
desobedece ou a quem os obedece.
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3.1. Exemplo: Mito de Prometeu e Pandora
Como o mito narra, por exemplo, o uso do fogo pelos homens? Para os homens, o
fogo é essencial, pois com ele se diferenciam dos animais, porque tanto passam a
cozinhar os alimentos, a iluminar caminhos na noite, a se aquecer no inverno quanto
podem fabricar instrumentos de metal para o trabalho e para a guerra. Um titã,
Prometeu, mais amigo dos homens do que dos deuses, roubou uma centelha de fogo
e a trouxe de presente para os humanos. Prometeu foi castigado (amarrado num
rochedo para que as aves de rapina, eternamente, devorassem seu fígado) e os
homens também. Qual foi o castigo dos homens? Os deuses fizeram uma mulher
encantadora, Pandora, a quem foi entregue uma caixa que conteria coisas
maravilhosas, mas nunca deveria ser aberta. Pandora foi enviada aos humanos e,
cheia de curiosidade e querendo dar a eles as maravilhas, abriu a caixa. Dela saíram
todas as desgraças, doenças, pestes, guerras e, sobretudo, a morte. Explica-se,
assim, a origem dos males no mundo.
5. Tecendo redes
 Vemos, portanto, que o mito narra a origem das coisas por meio de lutas, alianças e
relações sexuais entre forças sobrenaturais que governam o mundo e o destino dos
homens. As cosmogonias e as teogonias.
a) A cosmogonia é a narrativa sobre o nascimento e a organização do mundo, a
partir de forças geradoras (pai e mãe) divinas.
b) A teogonia é, portanto, a narrativa da origem dos deuses, a partir de seus pais e
antepassados.
6. Diferenças entre: o Mito e a Filosofia
6.1. O Mito
 O Mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado
imemorial, longínquo e fabuloso;
 O Mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre
 forças divinas (Deuses) sobrenaturais e personalizadas;
 O Mito falava em Urano, Ponto e Gaia;
 O Mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível.
6.2. A Filosofia
 A Filosofia é uma narrativa explicativa da totalidade do tempo (do passado, no
presente e no futuro, isto é como as coisas são;
 A Filosofia, ao contrário,explica a produção natural das coisas por elementos e
causas naturais e impessoais;
 A Filosofia explica o surgimento desses seres por composição, combinação e
separação dos quatro elementos - úmido, seco, quente e frio, ou água, terra,
fogo e ar;
 A Filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e coisas
incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional.
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7. O mito hoje
 Na modernidade, um dos modos de entender o mito é pensá-lo como
fantasmagoria, isto é, aquilo que a sociedade imagina de si mesma a partir de
uma aparência que acredita ser a realidade.
- Exemplo: A ideia de progresso | O Cientificismo | Juventude transviada
 O progresso apresenta-se como um mito porque alimenta o nosso imaginário;
 O Iluminismo não deu conta nem mesmo de realizar a tarefa de que se propôs:
iluminar as trevas da ignorância; quanto mais dissolver os mitos e anular a
imaginação.
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CETICISMO E DOGMATISMO
OBRA | CHAUI, Marilena. Convite a filosofia. Sâo Paulo: Atica, 2001.
OBRA | ARANHA, Maria. Filosofando: introducão a filosofia.Sao Paulo: Moderna, 2004.
1. Questão norteadora - A possibilidade ou não de o espírito humano atingir a certeza
2. Dogmatismo
2.1. Etimologia – Dogmatikós – do grego significa – o que se funda em princípios.
2.2. O que é dogmatismo? Segundo Marilena Chauí
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No senso comum, o dogmático é a pessoa que acredita ter a posse da verdade e se
recusa ao diálogo, não admitindo o questionamento de suas certezas;
Dogmatismo é a doutrina segundo é possível atingir a certeza;
É uma opinião estabelecida por decreto e ensinada como uma doutrina, sem contestação;
Um dogma é tomado como uma verdade que não pode ser contestada nem criticada;
Exemplo: “É assim porque é assim e porque tem que ser assim”;
O dogmatismo é uma atitude autoritária e submissa. Autoritária porque não admite dúvida,
contestação e crítica. Submissa, porque se curva às opiniões estabelecidas;
É nossa crença de que o mundo existe e que é exatamente tal como percebemos;
Na atitude dogmática, tomamos o mundo como já dado, já feito, já pensado, já
transformado;
As crises, as dificuldades e os impasses da razão mostram, assim, o oposto do
dogmatismo. Indicam atitude reflexiva e crítica;
A atitude dogmática ou natural se rompe quando somos capazes de uma atitude de
estranhamento diante das coisas que nos pareciam familiares.
3. Ceticismo
3.1. Etimologia – vem do grego sképsis, que significa – investigação, procura: a sabedoria
não consiste em alcançar a verdade, mas somente em procurá-la;
3.2. O que é ceticismo?
 O cético, no sentido comum, é aquele que desconfia de tudo, que não acredita nas
possibilidades que estão à sua frente;
 “O ceticismo foi desenvolvido inicialmente por Pirro (367-275 a.C.) (...) Segundo Pirro,
o homem não é capaz de atingir qualquer verdade no âmbito da ciência ou da
filosofia”;
 As únicas “verdades” são de caráter subjetivo e não podem ser consideradas
propriamente verdades, pois não passam de simples impressões, que não nos
garantem a certeza;
 Não temos acesso à essência das coisas, conhecemos somente as suas aparências;
 “Assim, cético é o que observa, desconfia, e espera o desenrolar dos fatos para, só
então, se pronunciar (em grego, sképsis significa o olhar de quem analisa, considera)”.
(HRYNIEWICZ, 2001, p. 288);
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 Um filósofo cético é aquele que coloca suas crenças e as dos outros sob exame, a fim
de verificar se elas são realmente dignas de crédito ou não;
 Corrente de pensamento que duvida de toda e qualquer possibilidade de se chegar ao
conhecimento verdadeiro;
 A atitude cética é típica das épocas de crise de paradigmas, quando verdades
estabelecidas são destruídas, sem que se tenham, ainda, propostos novos princípios
sobre os quais fundamentar o conhecimento e as ações;
 Nesses momentos, coloca-se tudo em dúvida, examinam-se todas as certezas,
opiniões e crenças, numa busca de solo seguro sobre o qual construí um novo saber;
 Atualmente, alguns céticos defendem o probabilismo ou falibilismo, ou seja, na
impossibilidade de encontrarmos verdades absolutas, seja pelas limitações de nossos
sentidos e intelecto, seja pela complexidade da realidade, devemos tratar nossas
crenças sempre como provisórias;
 Como diria Kant, o cético é aquele que nos desperta do nosso sono dogmático para
lembrar-nos que pensar não é um fim, mas uma atividade;
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TEORIA DO CONHECIMENTO
(Gnosiologia)
OBRA | CHAUI, Marilena. Convite a filosofia. São Paulo: Ática, 2001.
OBRA | CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed, 2000.
1. O que é conhecer?
De modo simples, pode-se dizer que "conhecer é elaborar um modelo de realidade" e
"projetar ordem onde havia caos" (CHARLOT, B., 1992, p. 13).
2. Elementos necessários para que haja conhecimento:
a) O sujeito, que é o ser que conhece;
b) O objeto, aquilo que o sujeito investiga para conhecer;
c) A imagem mental em forma de opinião, ideia ou conceito que resultam da relação
sujeito-objeto.
3. O conhecimento pode ser:
a) Assistemático - Empírico (vulgar)

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
Sua construção não segue um procedimento de rigor técnico;
É acrítico
É superficial
É impreciso
É autocontraditório
b) Sistemático - Filosófico | Científico | Teológico
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
Permite ir além do fenômeno e compreender as causas e leis que o regem;
Busca explicar de forma sistematizada e racional, portanto lógica (objetividade);
É raciocinado, exato e reflexivo, baseado no estudo coordenado (pesquisa);
É um conhecimento apoiado na demonstração e na experimentação;
É metódico | sistemático: o pesquisador não ignora que os seres, as coisas e
os fatos estão ligados entre si por certas relações.
4. Os diversos tipos de conhecimento e saberes
a) O saber da vida - baseia-se na vivência espontânea da vida e começa a ser
construído tão logo o homem seja lançado no mundo. Ele vive esse processo
até o dia de sua morte.
b) O conhecimento mítico - modalidade de conhecimento baseado na intuição e
que deriva do entendimento de que existem modelos naturais e sobrenaturais
dos quais brota o sentido de tudo o que existe.
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c) Conhecimento filosófico - é racional | especulativo | busca da verdade | é
sistemático, mas não experimental.
d) Conhecimento científico - é racional e é produzido mediante a investigação
da realidade, por meio de experimentos.
e) Conhecimento técnico - é o saber fazer, a operacionalização. Tem como
objeto o domínio do mundo e da natureza.
f) O saber das artes - As artes e os saberes que elas possibilitam valorizam os
sentimentos, a emoção e a intuição humana.
Enfim..., um tipo de conhecimento não é melhor que o outro. Eles devem ser vistos
numa perspectiva de complementaridade | interdisciplinaridade e até de
transdisciplinaridade.
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Os primeiros Padres da Igreja | Intelectuais Cristãos
| Filósofos da Igreja
Primeiros Padres: Santo Irineu, Clemente de Alexandria, Gregório de Nazianzo.
Principal Teórico: Santo Agostinho.
1. Objetivo – Mostrar a superioridade da verdade cristã sobre a tradição filosófica.
2. Estratégia - Adaptaram as ideias filosóficas à religião cristã e fizeram surgir uma filosofia
cristã.
3. Tradições Metafísicas e Cristianismo - as duas grandes tradições metafísicas
incorporadas pelo cristianismo foram o platonismo e o aristotelismo
4. Metafísica Cristã | Uma reelaboração da metafísica grega
Para os Gregos
a) O mundo é eterno;
b) A divindade é uma força cósmica
racional impessoal;
c) Homem ser natural, dotado de corpo e
alma;
d) A liberdade é uma força de ação, é
racional;
e) O conhecimento é uma atividade do
intelecto
Para os Cristãos
a) O mundo foi criado por Deus
b) Deus é pessoal, é a unidade de
três pessoas e dotado de vontade;
c) O homem ser misto, natural e
imortal por sua alma;
d) O homem é livre porque sua
vontade é uma capacidade para
escolher tanto o bem quanto o mal;
e) A razão humana é limitada e
imperfeita;
5. A Patrística
A patrística é a filosofia dos chamados Padres da Igreja, que teve início no período de
decadência do Império Romano, quando o cristianismo se expandia.
5.1.
Objetivo - no esforço de converter os pagãos combater as heresias e justificar
a fé.
5.2.
Características distintivas | elementares |estruturantes | de legitimidade
a)
b)
c)
d)
Doutrina ortodoxa, no sentido de resguardarem a tradição apostólica;
Vidas santificadas, no sentido de terem uma conduta ética e moral;
Aprovação eclesiástica, no sentido de serem aceitos pelas igrejas e comunidades
de fé na época como autoridades para ensinar;
Antiguidade, no sentido de pertencerem ao primeiro período pós-apostólico.
5.3. O método / estratégia de trabalho dos apologistas
a) Elaborar o diálogo / ponto de conexão entre as ideias filosóficas da época e a fé cristã;
b) Assinalavam-se as fraquezas, incoerências e elementos contraditórios de certas ideias e
teorias para demonstrar que o pensamento filosófico também podia ser questionado
pela crítica racional;
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c) Por último, argumentava-se que a revelação em Cristo realizava o desejo interior do
ser humano de descobrir a verdade, destacando as singularidades da fé cristã em
comparação com outras correntes de pensamento e crenças.
5.4. A defesa | os argumentos dos apologistas
a) Os efeitos morais do cristianismo sobre a sociedade romana, em especial no que
concerne à caridade e à fraternidade;
b) Acesso as fontes, as profecias dos escritos testamentários (coleções dos livros
proféticos encontravam-se à disposição desses escritores do século II);
c) A antiguidade das Escrituras e da fé cristã (uma vez que o Antigo Testamento se
realiza na vida e nos escritos da Igreja), sendo que Moisés era anterior aos filósofos
e poetas gregos;
d) O cristianismo é apresentado como a verdadeira filosofia (a revelação divina,
expressa parcialmente na filosofia grega e no Velho Testamento, completa-se de
modo absoluto apenas em Cristo).
6.
Escolástica
6.1. Recorte Temporal: do século XIII ao século XIV
6.2. Objetivo – Devido às mudanças do Renascimento Urbano - a escolástica surgiu
como nova expressão da filosofia cristã.
6.3. Características de legitimidade da fé
 Nesse período, persistiu a aliança entre razão e fé, em que a razão continua como
"serva da teologia";
 As investigações científicas e filosóficas não poderiam contrariar as verdades
estabelecidas pela fé católica;
 A prova da existência de Deus e da imortalidade da alma, ou seja, a prova racional
da existência do criador e do espírito imortal;
Filósofos: Santo Anselmo, Pedro Abelardo, etc.
Principal Teórico – Santo Tomás de Aquino
6.2. A Questão dos Universais | ou Ideias
6.2.1.Origen: remonta à Grécia antiga, quando Sócrates teria afirmado a existência
real das ideias, ou conceitos, posteriormente denominados “universais”;
6.2.2. Definição : é o conceito, a ideia, a essência comum a todas as coisas. Ex.: a)
“homem”, “beleza”, “justiça”, “bondade” etc;
6.2.3. Problemática: A controvérsia em torno da natureza das ideias dominou, de
certo modo, a reflexão filosófica medieval. As especificidades existenciais entre
espécies (cão / gato / baleia) e os gêneros (animais).
6.3. Soluções / Olhares / argumentações
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Mítica | Conhecimento | Filosofia Medieval
a) Realistas | Santo Anselmo - o universal tem realidade objetiva (são res, ou seja,
“coisa”) – influencia Platão;
b) Realismo moderado | Tomas de Aquino - os universais só existem formalmente
no espírito – influencia Aristóteles;
c) Nominalistas | Roscelino - universal é apenas o que é expresso em um nome,
são palavras / símbolos. A única realidade são os indivíduos e os objetos
individualmente considerados;
d) Conceptualista | Pedro Aberlado – meio termo entre o realismo e o
nominalismo. Os universais são conceitos, entidades mentais, que existem
somente no espírito. As ideias teriam uma existência simbólica na mente, e
outra, concreta, nas coisas.
6.4.
Mentalidade Dualista
 Misticismo medieval
 Os Realistas |representação de mundo onde valorizavam: uma visão de mundo
espiritual. Categorias: o universal, a tradição, a autoridade, a verdade eterna da
fé – Pensamento aristocrático;
 Os nominalistas | representação de mundo onde valorizavam: uma visão de
mundo mais concreta e (anti) espiritual das coisas. Categorias: o individual, a
racionalidade – Pensamento burguês;
 Nominalismo Atual - os neokantianos, os neopositivistas, os idealistas e
pragmatistas;
7.
Exercício reflexivo: Identifique a tendência na qual poderíamos incluir frei
Guilherme a propósito da questão dos universais | Filme | Livro “Em Nome da
Rosa”
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