UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO MESTRADO NACIONAL PROFISSIONAL EM ENSINO DE FÍSICA DISCIPLINA: FÍSICA COMTEMPORÂNEA: ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA PROFESSOR: MILITÃO VIEIRA FIGUEREDO FRANCISCO PETRÔNIO DE OLIVEIRA E SILVA EXOBIOLOGIA JUAZEIRO, BAHIA 2014 FRANCISCO PETRÔNIO DE OLIVEIRA E SILVA EXOBIOLOGIA Monografia apresentada pelo acadêmico Francisco Petrônio de Oliveira e Silva do Curso de mestrado pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, utilizada como requisito básico para a conclusão da disciplina física contemporânea, Orientador orientado pelo Professor doutor Militão Vieira Figueredo JUAZEIRO, BAHIA 2014 EXOBIOLOGIA Um dos grandes questionamentos que perturbam a imaginação do homem ao longo dos tempos é: Será se somos as únicas criaturas pensantes em todo o universo capas de questionar sobre sua própria origem e evolução? será que existem outras formas vidas extra terrestres menos complexas como: bactérias, vírus ou aminoácidos? Ou será que somos, mesmo, únicos no universo? Partindo dessas perguntas o homem vem ao longo dos tempos procurando respostas sem muito sucesso; a pesar de ser muitas as especulações a respeito, relatos de pessoas que afirmam ter visto extra terrestre, outros dizem ter visto discos voadores; más em suma nada científico. Más com os avanços da ciências, da tecnologia, astronomia... o homem tem lançado voos cada vez mais distantes na busca de responder essas perguntas e descobrir seres vivos inteligentes ou qualquer outra forma de vida. Muitos são os instrumentos (telescópios, sondas) que vasculham o céu nessa intenção; más até o momento nada de grande relevância. A Exobiologia, também conhecida como Astrobiologia ou Xenobiologia, é uma ciência relativamente nova que surgiu em meados do Século XX. Estuda a origem, a evolução e o futuro da vida no universo como um todo, sem se restringir a Terra. O termo surgiu através da união das palavras “Exo” (Fora), “Bio” (Vida) e Logia (Estudo), ou seja, “O estudo da vida de fora”, no caso, fora da Terra. Esta denominação surge apenas para diferenciar seu conceito do outras ciências tradicionais, pois a exobiologia também estuda formas de vida da própria Terra. O desenvolvimento dessa ciência se baseia no uso de um método de estudo próprio (baseado em hipóteses teóricas e pouco práticas, devido à falta de tecnologias eficazes), de satélites orbitais (como o Hubble e o Kepler) e de sondas exploradoras (como as sondas Viking e Beagle), embora que o uso destas últimas seja mais restrito. Estas máquinas utilizam modernos métodos de análise de dados coletados na atmosfera ou até mesmo na superfície de outros mundos, buscando vestígios de qualquer forma de vida naquele ambiente. A importância do estudo da exobiologia é imensa, pois à medida que a humanidade possa analisar os mais variados tipos de vida espalhados pelo universo, também será capaz de entender melhor a origem e a evolução da vida neste planeta, o que trará uma dimensão mais completa para os fundamentos biológicos, físicos e químicos relacionados a este fato. Talvez, a partir daí, seja possível resolver questões até então insolúveis. VIDA NA TERRA Quem somos? De onde viemos e para onde vamos? O que é a vida? Essas perguntas sempre foram fontes de inquietação para o homem e continuam sem respostas, apesar dos espetaculares avanços obtidos pela ciências nos últimos anos. É verdade que muita coisa já foi esclarecida. O conhecimento que possuímos atualmente, a vida tem sido entendida como um fenômeno único. Isso porque todos os seres vivos que habitam a terra possuem um mesmo tipo de substância química: o DNA (ácido desoxirribonucleico). Essa substância, que se encontra dentro do núcleo de todas as células e que constitui o patrimônio genético dos seres vivos. Mesmo os vírus, a mais simples forma de vida que conhecemos, embora não possua uma estrutura celular, apresentam DNA ou uma estrutura parecida. A vida é uma só, independentemente, do tipo de ser em que se manifeste. Segundo o dicionário Aurélio: Conjunto de propriedades e qualidades graças às quais animais e plantas, ao contrário dos organismos mortos ou da matéria bruta, se mantêm em contínua atividade, manifestada em funções orgânicas tais como o metabolismo (1), o crescimento (1), a reação a estímulos, a adaptação ao meio, a reprodução. Um homem, uma galinha, um umbuzeiro e uma bactéria são criaturas diferentes, más possuem a mesma química orgânica e são formados pelos mesmos tipos de moléculas, que estabelecem entre si as mesmas reações químicas. A explicação mais plausível para a origem da vida na terra é a de que os primeiros seres vivos se formaram na água a partir de compostos orgânicos então existentes: proteínas, carboidratos, lipídios e ácidos nucléicos. Eram bastantes simples e foi a partir deles que surgiram os demais seres, num processo evolutivo bastante lento. Para que se tenha uma ideia do tempo que isso levou, basta dizer que os fósseis (vestígios ou restos petrificados de seres vivos que habitam a terra e que se conservaram sem perder suas características) mais velhos conhecidos em nosso planeta são de bactérias, encontrados em uma rocha australiana que data de 3,5 bilhões de ano. Se observarmos as informações acima, perceberemos que o elo que separa a vida no estágio atual com seu suposto início, encontram-se muito distante; tornando-se uma tarefa muito difícil, decifra com precisão a real forma como avida se desenvolveu aqui na terra. Mas diante dessas dificuldades o homem continua nessa busca tanto com uma forma de se alto entender como também abrir um olhar, para possíveis evoluções semelhantes em outros planetas. Ao longo do tempo foram levantadas basicamente três hipóteses para explicar a origem da vida: o criacionismo (hipótese na qual um ser divino cria tudo de forma sobrenatural) fato que não iremos comentar, abiogênese e a quimiossíntese. A hipótese da abiogênese, ou geração espontânea, admite, em essência, o surgimento dos seres vivos a partir da matéria bruta, de maneira contínua. Tal teoria surgiu amais de 2000 anos, com Aristóteles. Para ele e seus seguidores, a matéria bruta era dotada de um princípio ativo responsável pela formação dos seres vivos, quando as condições do meio fossem favoráveis. A esse princípio ativo atribuía-se a responsabilidade pelo desenvolvimento de novo organismo, a partir de um ovo fecundado. A hipótese da abiogênese perdurou no espírito científico por centenas de anos. A teoria da geração espontânea entrou em declínio devido a uma série de experimentos, sendo conclusivo os realizados pelo o bacteriologista francês Louis Pasteur, por volta de 1860, com os chamados “frascos de pescoço de cisne “. Com o descrédito da abiogênese após os trabalhos de Pasteur, levou á confirmação de uma teoria que já havia sido discutida formulada principalmente por Prayer: Todo ser vivo é proeminente de outro ser vivo. Em 1936 Opárin publicou o livro A origem da vida, no qual propõe a possível sucessão dos eventos que dão à origem da vida. Oparín insistiu que, a partir dos gases encontrados na atmosfera primitiva (metano CH4, anônia NH3, hidrogênio e vapor de água), teriam se formado os primeiros composto orgânicos. E estes, posteriormente, sofreriam um processo de evolução natural até, finalmente, originarem os primeiros organismos vivos: os aminoácidos. Mais tarde de em 1953, Stanley Miler, pesquisador graduando da Universidade de Chicago, idealizou um aparelho que reproduzia as condições existente na terra primitiva, e observou que após várias semanas reproduzindo essas condições, conseguio obter aminoácidos (unidade formadora das proteínas) e outros compostos orgânicos com: carboidratos. VIDA NO SITEMA SOLAR Uma das especulações que mais tem inquietado o espirito humano é a que se refere à possibilidade de existir vida fora do nosso planeta. De fato, considerando a imensidão do universo, é difícil acreditar que só existe vida em nosso planeta. E que imensidão: a via láctea (galáxia que se encontra a terra) é apenas uma dentre as presumíveis 400 bilhões no universo! Em agosto de 1996, pesquisadores da NASA e da Universidade de Stanford, na Califórnia, descobriram vestígios de vida em um meteorito marciano com menos de dois quilos, que caio na terra a mais de 13 mil anos. Acredita-se que ele tenha se originado após um choque entre um asteroide e o planeta marte, ocorrido há 16 milhões de anos, fazendo com que fragmentos de marte se desprendesse e saíssem da orbita. Embora tenha sido encontrado em 1984, na Antártica, o meteorito só pode ser convenientemente estudado com achegada de tecnologias mais avançadas: como o microscópio eletrônico. Assim, apenas em 1993 soube-se que ele provinha de marte. De que maneira? Comparando sua composição mineral com os dados obtidos com os dados da sonda espacial Viking, que cavou o solo marciano. E sobre a existência de vida em marte? A análise de amostra do meteorito, coma utilização de supermicroscópios, revelou a existência e bactérias fossilizadas, muito semelhantes às encontradas nas rochas terrestres de bilhões de ano. Essa descoberta leva a crê que podem ter ocorrido processos de origem de vida em Marte semelhante aos verificados na terra. Isso nos permite especular também sobre o fato de que, se esse planeta não tivesse se resfriado e perdido a atmosfera, poderia ter tido um processo evolutivo parecido com o observado na terra. Europa é um corpo rochoso, coberto de gelo com raio de 1560 Km, quase o mesmo que o da Lua. Uma importante característica do mesmo é a quantidade considerável de calor que é dissipada no interior de seu núcleo, manto e superfície. Europa é considerada um dos mundos mais biologicamente interessantes no sistema solar. Existem várias razões para isso, entre eles: A provável presença de um oceano líquido abaixo da superfície, que poderia fornecer um meio e um solvente para a vida; A intensa radiação da magnetosfera de Júpiter atingindo o gelo da superfície de Europa, liberando oxigênio, combustível para a vida; E a possível presença de fumarolas (saídas de vulcões submarinos), que poderiam fornecer energia e nutrientes para os organismos. Acredita-se que a vida em Europa, se existir, pode ter surgido, ou estar se mantendo, de maneira análoga a alguns seres que vivem nas profundezas do oceano terrestre, como por exemplo, vermes que possuem em seu organismo bactérias que convertem hidrogênio e sulfito, liberado nas fontes termais, em energia. Estes vermes serviriam de alimento para um vasto ecossistema totalmente independente de luz e calor solar. Há muito tempo os cientistas vêm procurando formas para localizar vida inteligente fora do sistema solar. Para isso, fizeram-se uso dos Radiotelescópios, estruturas que buscam captar possíveis transmissões de ondas de rádio vindas de algum lugar do universo. Ainda assim, as possibilidades de sucesso eram bastante remotas e poucos sinais importantes foram captados. Pra não dizer que não encontramos nada, podemos citar o chamado Sinal WOW, que foi recebido pelo radiotelescópio Big Ear, da Universidade de Ohio. Até hoje ele intriga os cientistas, pois mais tarde comprovou-se que o sinal realmente era do espaço e vinha de algum lugar da constelação de Sagitário. Pela frequência do sinal, não poderia ser enviado de alguma estrela ou planeta, mas sim de uma máquina localizada nessa constelação, provavelmente a centenas de anos-luz de distância. Diante desse tema não podemos deixar de citar a famosa equação de Frank Drake, criada em 1961 sendo uma formula que exprime um número probabilístico do possível número de vidas inteligentes na nossa galáxia. N = R* x fs x ne x fl x fi x fc x L Onde R* representa a velocidade média de formação de estrelas na galáxia que possam ter emissões detectáveis (cerca de 20 por ano), fs é a fração de estrelas com condições de serem sóis para sistemas planetários (cerca de 0.1), ne é o número médio de planetas por sistema solar que estão localizados na Zona de Habitabilidade, supondo que a água é indispensável à vida, fl é a fração de planetas aonde se terá, de fato, originado a vida, fi é a fração de planetas nos quais, após se ter originado a vida, surgiu uma forma de inteligência de qualquer espécie, fc é a fração de civilizações que desenvolveram aptidão (tecnologia) e desejo de comunicação através de sinais detectáveis com outras civilizações e, finalmente L é o tempo médio de vida de uma civilização comunicativa ou o tempo médio durante o qual tais civilizações lançaram sinais detectáveis para o espaço. Essa equação não é rígida, mas sim um modelo de pensamento que pode adquirir diversas soluções, dependendo do parâmetro utilizado. Diante de tudo isso não resta duvidas, que um dos temas que mais fascina o homem é, sem dúvida, a possibilidade da existência de outras formas de vida, seja ela inteligente ou não. Mas até o momento, mesmo com as grandes avanços da ciência e tecnologia, nada de muita notoriedade pra ser realçada; sendo assim fica a certeza que muito ainda precisa ser feito, estudado e avançado, pra que um dia possamos, se que existe, descobrir outras formas de vida nesse universo grandioso, ou chegar à conclusão de que realmente somos únicos no universo. BIBLIOGRAFIA MARCONDES, Ayrton César. Biologia. São Paulo: atual, 1998. OLIVEIRA FILHO, Kepler de Sousa, SARAIVA, Fatima Oliveira. Astronomia e astrofísica. 2. Ed. São Paulo: livraria da física, 2004. SOARES, José Luís. Fundamentos da biologia: genética, evolução, ecologia. Vol. 3. São Paulo: Scipione, 1998.