Proposta Pedagógica
Visão:
Ser um centro de excelência em Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio que busca
alcançar a utopia que tem de pessoa e sociedade, segundo os critérios do evangelho,
vivenciando as grandes dimensões da educação lassalista.
Missão:
Ser criativamente fiéis à missão educativa de São João Batista de La Salle proporcionando
educação de qualidade, por meio de metodologia adequada ao desenvolvimento do educando
nas quatro relações fundamentais que lhe facilitam construir a felicidade para si e para os
outros:
a) Relação construtiva consigo mesmo;
b) Relação com os outros;
c) Relação com a natureza;
d) Relação com Deus.
Justificativa:
Buscando atender às necessidades da comunidade local, o Colégio La Salle Brasília oferece
educação infantil, fundamental e médio.
Ciente da importância da formação humana e cristã além de outras competências, procura
estimular o uso de todos recursos e atividades que permitam tratar os conteúdos de ensino de
modo interdisciplinar e contextualizado.
Há um esforço conjunto para facilitar a interação entre os educandos, família e escola,
estimulando o fortalecimento de valores e de cidadania.
O Colégio La Salle Brasília tem a certeza de que está contribuindo cada dia mais, para a
formação de cidadãos, que irão assumir, de forma significativa, seu papel de reconstrutor de
um mundo mais humano e solidário.
Quanto mais sólido o ensino básico, maiores são as possibilidades de ampliar o campo do
conhecimento, das competências e da adaptação aos desafios do cotidiano.
Objetivos dos Níveis de Ensino:
A Educação Infantil tem como objetivo o desenvolvimento integral da criança de três a seis
anos de idade, em seus aspectos biológico, psicológico, social e espiritual, complementando a
ação da família e da comunidade.
O Ensino Fundamental, com duração de oito anos, organizado em séries anuais, tem por
objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
• o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno
domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
• a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes
e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
• o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
• o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de
tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
O Ensino Médio, com duração de três anos, organizado em séries anuais, tem como
objetivos:
• a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino
Fundamental, possibilitando o prosseguimento dos estudos;
• a preparação básica para o trabalho e a cidadania do aluno, para continuar aprendendo,
de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamento posteriores;
• o aprimoramento do aluno como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
• a compreensão dos fundamentos ético-científicos dos processos produtivos, relacionando
a teoria com a prática, no ensino de cada componente curricular;
• a preparação básica para o trabalho.
Objetivos Institucionais:
• Educar o aluno à luz dos ensinamentos do Evangelho, da Igreja, em consonância com os
princípios da Educação Nacional e com a filosofia lassalista;
• Colaborar com a família no sentido de desenvolver na criança e no jovem, aspectos
fundamentais que os definem como seres humanos;
• Integrar o aluno na comunidade educativa local, com capacidade de relacionar-se
positivamente criando laços de comunhão;
• Capacitar educadores para assumirem junto à instituição a filosofia lassalista. (“juntos e
por associação”)
Fundamentos:
Ético políticos
Pedagogia centrada na formação da pessoa solidária, sensível à época em que vive e
preparada para ocupar seu lugar de cidadão na realidade social e política. Formação que é de
qualidade, aberta à transcendência, capaz de responder aos desafios da vida, com preparação
sólida, com fé comprometida; com capacidade crítica e aberta à realidade. Partindo deste
princípio a escola considera como valores fundamentais à formação do educando: Justiça,
Ética, Solidariedade, Respeito Mútuo e Responsabilidade.
Justiça
O conceito extrapola a dimensão legal. É a capacidade reflexiva de elaborar e analisar
normas e regras e a necessidade de sua modificação ou manutenção em função do
atendimento do princípio de justiça. Implica o posicionamento contrário às situações de
injustiça tanto na vida cotidiana como nos acontecimentos próximos e distantes no tempo e
no espaço.
Ética:
É a reflexão crítica sobre o conjunto de princípios, crenças e regras que orientam o
comportamento dos indivíduos de uma sociedade. A ética não tem um caráter normativo, e
sim, preocupação com a consistência e a coerência entre os valores e as ações. Essas ações são
pautadas por uma série de prescrições que as sociedades valorizam (criação cultural) para
orientar a conduta dos indivíduos.
Solidariedade
É partilhar de um sentimento de interdependência de pertinência a uma comunidade de
interesses e afetos – tomar para si questões comuns, responsabilizar-se pessoal e
coletivamente por elas.
Respeito Mútuo
É um estado de consciência que nasce da percepção do valor das coisas, e desenvolve
atitudes positivas pelo eu, pelo próximo e pelo meio ambiente. É o reconhecimento dos limites
e das possibilidades pessoais e alheias.
Responsabilidade
É a habilidade de tomar conta de si mesmo e responder pelos seus atos em relação à
sociedade e ao meio ambiente.
Epistemológicos:
A proposta educativa lassalista que há mais de 300 anos tem como finalidade proporcionar
educação humana e cristã às crianças e jovens, esforça-se por oferecer aos seus alunos o
conhecimento progressivo de si mesmo, das próprias potencialidades e limites, nas dimensões
biológica, psicológica, social, espiritual e afetiva.
Nesse processo ajuda cada um a ser sujeito de sua própria educação e eficiente colaborador
na educação dos outros.
Didático-pedagógicos:
É importante que o professor estabeleça uma “linguagem comum”, um universo de
significação comum entre educando e educador. O professor tem que entrar em continuidade
com as representações que o aluno tem da realidade e a partir daí estabelecer novas relações
e não basta como se dão estas relações e sim, entendê-las em sua dinâmica. Adota
metodologias de ensino diversificadas que estimulam a autonomia intelectual e o pensamento
crítico e o ser capaz de adaptar-se a novas situações. A um ensino abstrato,
descontextualizado e acrítico, propõe um ensino contextualizado, criativo, crítico e adaptado à
nova realidade social do aluno. Opõe-se portanto, ao puro e simples apresentar o resultado, o
produto final, o “pacote” de informações, a repetição descontextualizada.
Nesta perspectiva, procura-se, portanto, superar a fragmentação do conhecimento, o
reducionismo, o maniqueísmo. A inserção da experiência e do saber proporciona abordagem
interdisciplinar que estimula a reconstrução do conhecimento e outras competências
cognitivas superiores.
Temas transversais
A integração dos saberes científicos (teoria) e cotidiano (prática) é contemplada pela
contextualização dos conteúdos curriculares nos quais os temas transversais são “os fios
condutores”. A transversalidade abre espaço para que os conteúdos tenham real significado.
Abrange além de questões científicas, a inter-relação entre os objetos do conhecimento e
questões da vida, superando a dicotomia entre ambas e promovendo a formação de valores.
Os temas transversais: ética, meio ambiente, saúde, orientação sexual, trabalho e consumo,
pluralidade cultural, trânsito, têm tratamento integrado nas diferentes áreas do
conhecimento. Implica a necessidade de trabalho interdisciplinar, contínuo e sistematizado no
decorrer do ensino infantil, fundamental e médio.
Competências e Habilidades:
Neste projeto associaremos o termo habilidade ao “saber fazer” algo específico. Estará
sempre associado a uma ação física ou mental, indicadora da capacidade adquirida por
alguém. Assim, identificar, relacionar, correlacionar, aplicar, analisar, avaliar, manipular com
destreza são exemplos de habilidades.
O termo competência está associado à estrutura resultante do desenvolvimento harmônico
de um conjunto de habilidades e que caracteriza uma função específica.
Assim, a nossa função como escola é a de “oportunizar o desenvolvimento harmônico de
conjunto de habilidades que levem à aquisição de competências necessárias para viver como
cidadão e como profissional numa sociedade em rápidas e profundas transformações em
todos os níveis” (Professor Vasco Moretto).
É importante destacar que o nível das competências está diretamente relacionado com a
ação ou operação a ser desenvolvida pelo aluno.
Assim, ao fim da educação infantil espera-se que os alunos tenham desenvolvido as seguintes
competências básicas:
• desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente,
com confiança em suas capacidades e percepção;
• descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus
limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
• estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
• estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular
seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo
atitudes de ajuda e colaboração;
• observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais
como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando
atitudes que contribuam para sua conservação;
• brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
• utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às
diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender a ser
compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu
processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade
expressiva;
• conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito
e participação frente a elas e valorizando a diversidade.
Ao fim do ensino fundamental:
• compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de
direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade,
cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
• posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais
utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
• perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando
seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio
ambiente;
• desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas
capacidades efetiva, física, espiritual, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de
inserção social, para agir com perseverança na busca do conhecimento e no exercício da
cidadania;
• conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como
um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à
saúde e à saúde coletiva;
• utilizar diferentes linguagens – verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal –
como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das
produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e
situações de comunicação;
• saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e
construir conhecimentos;
• questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para
isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica,
selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
Ao fim do ensino médio:
• vincular a educação ao mundo do trabalho à prática social;
• compreender os significados socialmente construídos e reconhecidos como verdadeiros
sobre o mundo físico e natural, sobre a realidade social e política;
• ser capaz de continuar aprendendo;
• preparar-se para o trabalho e o exercício da cidadania;
• ter autonomia intelectual e pensamento crítico;
• ter flexibilidade para adaptar-se as novas condições de ocupação;
• compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos;
• relacionar a teoria com a prática;
• usar adequadamente a língua portuguesa, língua(s) estrangeira(s) e outros linguagens
contemporâneas como instrumento em diferentes situações ou contextos.
Avaliação
A avaliação é um elemento do processo de ensino e aprendizagem que deve ser
considerado numa visão global. Longe de ser apenas um momento final na aprendizagem é o
resultado de acompanhamento contínuo e sistemático.
A avaliação deve considerar o desenvolvimento das capacidades dos alunos não somente
em relação a conceitos, mas procedimentos e atitudes. Para que isso aconteça há necessidade
de mudança de mentalidade sobre o processo do ensinar e aprender: o papel ativo do sujeito
na aprendizagem escolar, a aprendizagem interdisciplinar, o desenvolvimento de
competências e habilidades, a interligação das várias culturas que perpassam a escola.
O conceito de avaliação contido nesta proposta está vinculado a um processo de trabalho
que visa a ajudar o aluno a ir se construindo como pessoa humana, se instrumentalizando.
A avaliação que buscamos tem caráter de acompanhamento do processo contínuo. Deve
abranger os três enfoques.
1. Diagnóstico: Verifica as condições da realidade a fim de se introduzir nela as alterações
necessárias para que essa realidade se modifique em uma determinada direção.
2. Controle: Verifica se um produto ou ação corresponde ou não a um padrão estabelecido
anteriormente. (acompanhamento)
3. Classificação: Caracteriza-se por separar em categorias os elementos de um conjunto. Se
ocorrer isoladamente não tem significado no planejamento. Deve-se valorizar mais o que se
faz, o que se quer e o que se pensa.
Quantos aos objetivos podemos dizer que a avaliação visa:
- informar alunos, professores e pais em que direção o desenvolvimento do aluno e do
processo de ensino-aprendizagem está se realizando;
- captar as necessidades e se comprometer com sua superação;
- favorecer a reflexão conjunta da realidade e selecionar as formas apropriadas de dar
continuidade ao trabalho.
Considerações importantes:
• a avaliação faz parte do processo educacional;
• a avaliação deve estar em harmonia com o trabalho realizado no dia a dia em sala de aula;
• a avaliação deve abranger todos os aspectos da educação e não apenas o cognitivo;
• a avaliação deve ser contínua. Avaliar o processo e não somente o produto.
• a avaliação deverá produzir mudanças no aluno e no professor em relação à matéria e os
procedimentos.
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