TÍTULO
(Org. por Sérgio Biagi Gregório)
20/01/2013
Gnosticismo
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Gnosticismo
Introdução
O que significa gnosticismo?
No que se fundamenta?
Qual a relação entre gnosticismo e
neoplatonismo?
...?
Pretendemos, nesse pequeno estudo, rastrear
algumas informações sobre este termo, a fim
de clarear a sua concepção.
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Gnosticismo
Conceito
Gnosticismo
Deriva de grego gnosis, e significa
“conhecimento”, não um conhecimento
conceitual, mas intuitivo, reservado
somente a alguns iniciados.
É uma corrente de pensamento que
surgiu a partir do século II de nossa era,
na qual se combinam elementos
cristãos e pagãos. (1)
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Gnosticismo
Considerações Iniciais
O gnosticismo está centrado na busca da
perfeição através da gnose.
O propósito é fazer o
homem tomar consciência
de que ele é um deus
para que este
conhecimento o leve à
salvação.
A ênfase no
conhecimento de si
mesmo toma diferentes
formulações de acordo
com o conceito individual
de cada gnóstico.
Exemplo: “O começo da perfeição é a gnose do
homem, mas seu fim é a gnose de Deus”.
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Gnosticismo
Herança Cultural: Cristianismo e Concepção Grega do Mundo
Tradição Grega
Tradição Cristã
Baseada no deus da
razão, cuja intenção era a
de compreender a
realidade, de forma
natural, dentro dos limites
da razão.
Baseada na fé, que
pertencia ao âmbito
sobrenatural; os
conhecimentos
provinham da revelação
divina.
O problema: Conciliar Deus e a Alma do Mundo.
Deus é o invisível, o Bem; a Alma do Mundo, a matéria,
o Mal. Não foram somente os cristãos que quiseram dar
uma solução para a dualidade entre o bem e o mal.
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Gnosticismo
Herança Cultural: Neoplatonismo
Segundo o
neoplatonismo,
o real é
constituído de
três hipóstases:
o Uno;
a Inteligência (Nous);
a Alma.
Inteligência e alma procederiam
do Uno por emanação.
Emanação: Processo pelo qual uma coisa é causada
por outra. Exemplo: uma flor emana perfume, um corpo
luminoso emana luz. (1)
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Gnosticismo
Herança Cultural: Gnosticismo
Para defender a pureza
angélica, os gnósticos
de todos os tempos
inventaram teorias que
davam sustentação aos
seus anseios.
Muitos gnósticos
negaram a
corporeidade de
Jesus, imputandolhe um corpo
astral.
Valentim (c. 160 d.C.) dizia: “Jesus comia e bebia de
forma especial, sem excretar a comida. Tão grande era a
força de seu poder de evitar a excreção que os
alimentos não apodreciam nele, pois ele mesmo era
indefectível e incorruptível”.
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Demiurgo
Os gnósticos deram o nome de Demiurgo ao
criador do Mundo dos sentidos.
O Deus supremo
concedeu ao
homem a alma
racional.
O Demiurgo só podia
conceder-lhe o
princípio mais fraco
(psique).
Porém, o poder do mal no corpo material, e a influência hostil do
Demiurgo, meramente sensitivo, puseram obstáculo ao
desenvolvimento desse fator mais elevado, não podendo o
Demiurgo levar as criaturas ao conhecimento da verdadeira
divindade. (2)
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Autoconhecimento
O autoconhecimento, que é a premissa básica
do gnosticismo, não passa de um escapismo. (3)
Como a gnose passa
a ser um escapismo?
Quando ela se torna
uma religião da
razão.
Os gnósticos não se
contentam com a afirmação
de Platão de que somos
sombra do mundo
espiritual. Para eles, o
paraíso é aqui e agora.
Como se pressupõe que a carne é fraca, querse encontrar o vilão de todos os pecados. Daí, o
demoníaco, diabolon, antítese da divindade.
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Contribuição de Basílides e Valentino
Basílides, um gnóstico que
pregou em Alexandria entre
os anos 120-140, oferece
uma resposta a esse
extremo dualismo
estabelecendo os princípios
da luz, causa do Bem, e das
trevas, origem do Mal. As
trevas não foram absorvidas
pela luz, mas de seu contato
nasceu uma luz aparente
que é a do mundo, mistura
do bem e do mal.
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Para Valentino, outro
gnóstico do século II, o
mundo é a consequência
de um esforço incompleto,
porque não é obra de
Deus — o princípio
supremo ou Pleroma —,
mas de algumas das
emanações produzidas
pela divindade e que
presidiram as sucessivas
transformações do
Universo. (1)
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Gnosticismo
Tradição Oculta
No início da era cristã, o gnosticismo surge como uma
reunião da alma oriental e da alma ocidental.
Depois, a gnose seguirá o
seu próprio curso,
fundamentada na
revelação cristã e na
racionalidade grega.
No decorrer da história,
porém, nem todo o
pensamento assentou-se
na fé cristã e na
racionalidade grega.
Entram em cena as doutrinas enigmáticas
do Orfismo (transmigrações sucessivas das almas) e
o hermetismo (que está relacionada com a astrologia e
a alquimia). (1)
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Tradição Oculta e Ocidente
As tradições ocultas aparecem na Idade Média,
Idade Moderna e Idade Contemporânea:
• no Corpus hermeticus dos alquimistas;
• na medicina astrológica de Paracelso;
• nas obras literárias (Fausto, de Goethe);
• nos domínios da teosofia;
• na exploração por parte da psicologia de C. G.
Jung. (1)
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Mito Gnóstico
O pseudo-mito está em fixar o processo de
salvação que a gnose propõe.
Observe o mito
da queda, segundo o
qual a alma humana
teria decaído de um
estado original de
perfeição.
Orígenes, por exemplo,
explicou a formação do
mundo sensível a partir da
queda de substâncias
intelectuais que habitavam o
mundo inteligível.
Esta queda foi o resultado da preguiça e da aversão ao
esforço na prática do bem.
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Conclusão
O gnosticismo busca o encontro com Deus, o
Uno.
Esta busca está centrada no conhecimento de si,
base da gnose.
Para tanto, utiliza-se de tudo o que possa facilitar
a interiorização do ser humano: preceitos
cristãos, as retortas alquímicas e a astrologia.
O objetivo maior é diminuir a distância que há
entre o homem (limitado) e Deus (onipotente).
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Bibliografia Consultada
(1)TEMÁTICA Barsa - Filosofia.
(2) GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E
BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial
Enciclopédia, [s.d. p.].
(3) BURCKHARDT, Martin. Pequena História das
Grandes Ideias: Como a Filosofia Inventou nosso
Mundo. Tradução de Petê Rissatti. Rio de Janeiro:
Tinta Negra Bazar Editorial, 2011.
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