DISCURSO PROFERIDO PELO DEPUTADO MAURO BENEVIDES NA SESSÃO DE 17 DE JANEIRO DE 2006 SENHOR PRESIDENTE SENHORAS E SENHORES DEPUTADOS: Em meio a uma nova periodicidade de reuniões, aprazadas para cada 45 dias, o Copom voltará a reunir-se na próxima quarta feira, com o objetivo de fixar a taxa Selic, sendo provável que perdure a linha descendente que predominou nas recentes decisões, com certo alívio para o mercado financeiro, à espera de novas reduções, em percentuais mais significativos e atraentes . Alvitra-se que, agora, o índice poderia ser decrescido de 0,75% ou até mesmo 1%, o que estimularia mais os investimentos, abrindo melhores perspectivas para um crescimento sustentado, capaz de contribuir para impulsionar o desenvolvimento econômico e propiciar, em conseqüência, o aumento dos postos de trabalho, com absorção da mão de obra trabalhadora do País. Sabe-se que o próprio presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mostra-se propenso a adotar, mesmo com as cautelas habituais, esta nova postura, atendendo à realidade nacional, num ano em que o governo terá que projetar uma imagem mais favorável junto a todos segmentos da nossa opinião pública, atenta a evoluções dessa natureza. Domingo, a mídia voltou a enfocar essa temática, em seus editoriais e comentários específicos, apontando para a imperiosa necessidade de o Comitê de Política Monetária prosseguir na trilha adotada nos últimos três meses, ensejando fase de mais alento ao 1 longo do exercício ora iniciado. Há quem diga que o Chefe da Nação, Luiz Inácio Lula da Silva, como forma de reverter o acentuado desgaste de seu governo, teria recomendado a adoção desse novo posicionamento, com a chancela do titular do Ministério da Fazenda, Antônio Palocci, francamente receptivo, agora, a essas novas diretrizes, mais compatíveis com a conjuntura que passamos a vivenciar, na qual se inclui o resgate de compromisso com o Fundo Monetário Internacional, num gesto que repercutiu satisfatoriamente junto às entidades empresariais, especialmente a Confederação Nacional da Indústria, dirigida pelo nosso companheiro, Deputado Armando Monteiro Neto, da bancada pernambucana. Se houver prosseguimento nessa trilha, inquestionavelmente auspiciosa, é provável que cheguemos, ainda neste semestre, a 15%, o que refletirá uma nova fase, bem mais compatível com os anseios da população, conforme há sido veiculado no âmbito das duas Casas do nosso Parlamento. Com a inflação contida em números razoáveis, chegou o instante para que o COPOM reformule o patamar elevado no qual esteve situado, contando, para tanto, com o estímulo daqueles que pretendam alçar o Brasil a condições mais otimizantes, com vistas a atrair capitais destinados a contribuir para a expansão de nossas atividades produtivas. É esta, pois, a expectativa sobre os rumos de nossa vida econômico-financeira, nesta antevéspera da reunião do Comitê, com o acompanhamento de quantos se acham envolvidos nesse delicado processo, objeto de constantes debates neste plenário e fora dele. 2 O COPOM não pode deixar de patentear uma nova posição, bem mais ajustável a um quadro que se delineia tranqüilo, sob as vistas atentas de todos os especialistas dessa delicada temática. Ao invés do comentado percentual de 0,75%, confia-se em que poderemos chegar a 1%, o que apontará, neste exercício, para uma fase menos tormentosa e mais alvissareira para os rumos de nossa economia. MAURO BENEVIDES Deputado Federal 3