26 Economia. A GAZETA TERÇA-FEIRA, 31 DE DEZEMBRO DE 2013 Petróleo: negócio bilionário no Sul do Estado Pág. 29 EDITORA: ELAINE SILVA [email protected] Tel.: 3321.8327 agazeta.com.br/dinheiro gazetadinheiro FINANÇAS PESSOAIS ATÉ SE APOSENTAR O INVESTIMENTO CERTO PARA CADA FASE DA VIDA Jovens devem apostar no risco; os mais velhos, na cautela ABDO FILHO [email protected] Assim como o estilo de vida, a carteira de investimentos também deve mudar conforme os anos vão passando. Um jovem de 25 anos temapossibilidadedearriscar mais, afinal, caso as coisas não saiam como previsto, há tempo para recuperação.Nãoéocaso,porexemplo, de um senhor de 60 anos, que está as vésperas da aposentadoria. Enquanto um deve estar de olho na acumulação e na rentabilidade, o outro deve se preocupar em preservar o que juntou durante toda a vida. Como em praticamente tudo em termos de investimentos, neste caso também nãoháreceitadebolo.Tudo vaidependerdosobjetivose da aceitação ao risco. “Não há nada escrito em pedra, é claro que existem as adaptações. Alguns suportam mais riscos, outros menos, unstêmmenoscompromissos no curto prazo (quitar a casa própria, por exemplo), outros têm mais”, assinalou Ernesto Leme, responsável pela área de Gestão de Patrimônio da Claritas Investimentos. Seguindo este princípio, Leme orienta jovens em início de carreira a serem mais ousados, com 40% do patrimônio em renda variável, 25% no multimercado e 35% na renda fixa. Conforme os anos vão passando, o percentual do patrimônio em ações e no multimercado vaicaindo,aomesmotempo que a fatia da renda fixa vai crescendo. “Uma pessoa próxima da aposentadoria, com seus 55, 60 anos, não pode se dar ao luxo de ter a maior parte de seu patri- mônio no alto risco, é preciso pensar mais em preservar o que acumulou. Nesta etapa da vida, sugerimos apenas 15% em renda variável e 15% no multimercado, o resto é renda fixa”, orienta Leme. DIVERSIFIQUE Paulo Henrique Correa, sócio da Valor Investimentos, diz que o caminho é esse mesmo. “Os mais novos devem ousar mais, até porque, no longo prazo, que é o caso dos mais jovens, a tendência da renda variável é de alta. Só é pre- ciso ter atenção na hora de escolher os ativos, o mesmo ocorre na renda fixa, que, por sinal, também tem risco, e respeitar o perfil de cada investidor”. Ernesto Leme ainda destaca a importância de, em qualquer fase da vida, diversificar os investimentos. “Mesmo um investidor que tenha R$ 100 mil para investir, já pode distribuir seu dinheiro em seis classes de ativos”. Os especialistas só chamam atenção para a aposentadoria.“Odinheiropara de entrar, a pessoa passa a viver daquela renda acumulada durante toda a vida, ou seja, tem de ter uma boa rentabilidade, mas também não pode arriscar demais. Orientamos a colocar metade do patrimônio em Letras Financeiras doTesouroe5%emações”, pondera Ernesto Leme. Paulo Henrique Correa afirma que diversificar sempre saudável, mas alerta para outros ‘poréns’. “O objetivo do aposentado é preservar e usufruir, lembrando que eles têm gastos altos com saúde nesta época da vida”.