COORDENAÇÃO GERAL IMAGEM DA VIDA COORDENAÇÃO DE PROJETO REFLEXO ASSISTENTE DE PROJETO NATÁLIA NÉRIS ARTE-EDUCADORA SANDRA COSTA MACHADO CONSULTORIA REBECA ÁVILA EQUIPE DE APOIO MARIANA ROCHA OLIVEIRA, MAYRA BRITO DOS SANTOS ILUSTRAÇÃO DA CAPA DENISE PAIVA EXPOSIÇÃO VISUAL FOTOGRAFIA CARTILHA UNIQUA DESIGN PARTICIPANTES DAS OFICINAS – EMEF CAPISTRANO DE ABREU ALESSANDRA M. C. DE ALMEIDA ALICE LORENA SILVA ARAÚJO ALICIA MACHADO MACIEL AMANDA DE JESUS TORRES ANDRESSA DOS ANJOS BEATRIZ OLIVEIRA CHAVES BRUNO DE MOURA GOMES CAMILLA RIBEIRO ÉRIKA REIS DA SILVA EVELYN OLIVEIRA SANTOS FLÁVIA SOUZA DE OLIVEIRA INGRID SILVA DE JESUS ISABELA DE SÁ JONATAS ROBERTO FERREIRA DE JESUS MARLI OLIVEIRA DE ARAÚJO MATHEUS DA SILVA RODRIGUES MURILO DOS SANTOS GOMES RAFAELA DA SILVA ARAÚJO RAQUEL F. AUGUSTO DOS SANTOS RAQUEL SILVA TRINDADE OLIVEIRA RAYSSA REBECA BEZERRA DOS SANTOS REBECA INÁCIO DOS SANTOS THAGATA ANDRADE DA SILVA THAINA E. PAULINO COSTA THAYNÁ SOUZA SANTOS VITÓRIA A. COSTA WALISON SANTOS DA SILVA EMEF CAUCÁSICA EMEF CAUCÁSICA EMEF CAUCÁSICA EMEF CAUCÁSICA Palestra e oficinas de fotografia, redação e desenho, realizadas entre fevereiro e abril de 2012. Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para representar sua comunidade. Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para representar sua comunidade. Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para representar sua comunidade. PAULO HENRIQUE GONÇALVES MARIA AUXILIADORA BATISTA DE JESUS CARLOS AUGUSTO DE SOUZA Tem várias profissões e gosta do que faz: professor, técnico em informática, faz softwares, é carpinteiro e nas horas vagas é pai. Quando era jovem pretendia entrar no ITA para cursar engenharia. Na infância brincava na rua, empinava pipa, jogava bolinha de gude,e tem ótimas lembranças. Foi a melhor fase da vida dele. Sobre preconceito no Brasil ele disse que existe sim, principalmente o “enrustido” de brancos com negros e também de negros com brancos e entre os próprios. Falou que por ser negro já sofreu ra- cismo, principalmente na universidade. Sobre o projeto “Viver Diversidade” ele disse que é maravilhoso, e nos falou para levar a sério e tentar absorver o máximo, pois é um grande aprendizado, e deixou a mensagem: “Se amem, sejam autênticos, estudem para ser pessoas melhores busquem seus sonhos”. PARTICIPANTES DAS OFICINAS – EMEF CAUCÁSICA MARIANI APARECIDA DE JESUS SANTOS BIANCA XAVIER DE FREITAS CAMILA ELENA OLIVEIRA DE JESUS MONTEIRO CARLOS EDUARDO OLIVEIRA DE JESUS MONTEIRO CAUÊ CARDOSO DE SÁ DANILO RODRIGUES DOS SANTOS ELLEN SILVA EVERTON HENRIQUE DOS SANTOS SILVA FERNANDA DOS SANTOS CARVALHO FLÁVIA SOBRAL PEREIRA FRANCISCO XAVIER DE SOUSA PEREIRA GUILHERME LIMA GUSTAVO TORRES BARBOSA HONITON FERREIRA BANDEIRA JAQUELINE PEREIRA OLIVEIRA JHONATAN GABRIEL S. RODRIGUES LETÍCIA SILVA MOREIRA LUAN MARTINS MENDONÇA DE SOUSA LUCAS OLIVEIRA MARTINS LUIZ HENRIQUE RENATO DIAS MASCARENHAS RENAN LAERCIO MEDINA DE SOUZA SAMANTHA CORDEIRO DE ALMEIDA STEFANY LOPES TALIA DO NASCIMENTO FERREIRA TALISON ALLAN S. SANTOS THAYLANE JATOBÁ OLIVEIRA THIAGO FARIAS OLIVEIRA VITÓRIA FERREIRA DA SILVA WILLIAM RODRIGUES NEVES É técnica de Enfermagem, e sempre quis trabalhar na área da saúde. Na infância a escola era a segunda casa, e os professores segundos pais. Acha que no Brasil existe um racismo mascarado, movido a base dos interesses, mas pessoalmente não chegou a sofrer muito preconceito. PATROCÍNIO VIABILIZAÇÃO Acha interessante e criativo o projeto “Viver Diversidade”. Seus sonhos para o futuro são ver a filha desfrutar de um mundo melhor. Um mundo igual antigamente, sem violência e sem preconceito. A sua mensagem foi: “O respeito é fundamental na vida. Respeitem os professores, os colegas, os pais, as mães, e principalmente a Direção da Escola”. É cozinheira da escola e faz com amor o seu trabalho; no futuro, pensa ser inspetora de aluno. Teve uma infância difícil, porque precisou trabalhar desde os 7 anos em uma casa de família cuidando de crianças, onde ficou até os 16 anos. Tem boas lembranças do tempo de escola, onde teve a oportunidade de ter boas amizades. Acha que existe racismo no Brasil, e o projeto “Viver Diversidade” é importante porque permite discutir o racismo. O filho dela de sete anos foi ofendido verbalmente por um vizinho adulto, e o seu marido teve que por fim a essa situação. Tem o sonho de ser inspetora de aluno, porque gosta de estar junto das crianças e adolescentes, e considera fundamental o respeito ao próximo, além de sempre ajudar as pessoas. ELIOENAI ALVES DA SILVA Gosta muito e sempre quis ser professora, nunca pensou em exercer outra profissão. Tem as melhores lembranças da infância, bastante amigos na escola que mantém até hoje. Disse que existe racismo no Brasil, e já sofreu preconceito, foi uma experiência muito ruim. Aconteceu no Banco Itaú, quando Trabalha como auxiliar de limpeza, mas pensa em ser segurança. Fez muitos amigos no seu tempo de escola e tem boas lembranças das travessuras: cabulava aula com os colegas para jogar fliperama ou ia jogar bola. Não acha que existe racismo no Brasil, mas disse que o projeto que estamos fazendo é legal, importante para os alunos vivenciarem a experiência de entrevistadores e um incentivo a pensar sobre a diversidade. Pensa no futuro fazer um curso de segurança, e deixou para os alunos a seguinte mensagem: “Com os ensinamentos desse projeto, que os alunos tenham a aceitação da diversidade e respeitem todos os amigos afrodescendentes”. ANA ALICE OLIVEIRA DA SILVA ficou presa na porta e não a deixaram entrar, e ela fez um Boletim de Ocorrência. Vivenciou racismo com a sua família, e já se sentiu discriminada quando buscou emprego no aeroporto e não foi aceita. Do “Viver Diversidade” ela falou que é muito legal, que levassemos bastante a sério. Seu sonho é poder viajar bastante, trabalhar, e cumprir seus objetivos. Deixou a mensagem: “Que o projeto não fique somente na escola e sim no dia a dia de vocês, carreguem essa mensagem a todo instante”. É professora e tem prazer em ensinar, chegou a pensar em ser cabeleireira, mas tem amor por dar aulas. Quase não teve infância porque teve oito irmãos, e sendo a mais velha precisou ajudar a mãe, mas tem boas lembranças dessa época porque gostava de cuidar dos irmãos mais novos, e brincava com eles de professora. Disse que no Brasil o racismo é grande, principalmente quando se procura um emprego, os afrodescendentes enfrentam preconceito no mundo do trabalho desde a contratação, até a ocupação de cargos. Teve uma péssima experiência quando procurou tratamento médico, não lhe deram o devido respeito e atenção. Sonha estar sempre se aperfeiçoando para continuar exercendo com dignidade a profissão de professora. Sua mensagem: “Que as pessoas respeitem as outras”. EMEF Capistrano de Abreu EMEF Caucásica 2012 folder_diversidade.indd 1-6 4/23/12 1:34 PM O projeto Viver Diversidade parte da rica experiência adquirida pela OSCIP Imagem da Vida durante nove anos de realização do projeto Olhares Cruzados, e consiste em realizar palestras, oficinas e exposições em escolas públicas de São Paulo, tendo como objetivo discutir a origem dos preconceitos e da discriminação contra diversos grupos: os negros, as mulheres, os indígenas, os idosos, os homossexuais e os deficientes físicos. No primeiro semestre de 2011, com recursos próprios, a Imagem da Vida desenvolveu esta iniciativa na EMEF Astrogildo Arruda e na Fundação CRESCER e, graças ao apoio de um edital da Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (CONE) – Secretaria de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo, conseguimos viabilizá-lo em 2012 na EMEF Capistrano de Abreu e na EMEF Caucásica. Essas quatro primeiras edições abordaram a temática do negro, e foi voltada para a valorização da contribuição dos povos africanos na formação da identidade brasileira, cujo ensino tornou-se obrigatório nos currículos escolares do Brasil, pelo dispositivo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, art.1º, alterado pela Lei 10.639/2003. O Viver Diversidade tem como objetivo contribuir para uma cultura de convivência dentro da diversidade na escola, de forma a promover os direitos humanos, a partir do exercício da tolerância e do reconhecimento da alteridade. Por meio de uma rede de comunicação, busca-se fomentar a igualdade e a compreensão dos direitos de grupos vítimas de preconceito, bem como a equidade étnica, cultural, de gênero e orientação sexual, formando agentes multiplicadores, e estimulando a troca de conhecimento e experiências, para que assim haja um empoderamento dos jovens no combate ao preconceito. Trabalhando tais questões de forma lúdica com adolescentes e crianças, afastando estigmatizações e preconceitos, visamos contribuir para a nota- folder_diversidade.indd 7-12 bilização da temática dos direitos humanos, a promoção da cidadania e a convivência saudável na escola dentro da perspectiva da diversidade. EMEF CAPISTRANO DE ABREU EMEF CAPISTRANO DE ABREU EMEF CAPISTRANO DE ABREU EMEF CAPISTRANO DE ABREU Tendo em vista que é justamente no período da infância e da adolescência que o indivíduo está formando seus valores por meio dos processos de socialização, vemos como fundamental trabalhar questões como essas, buscando atingir todos os estudantes envolvidos, e em especial alunas e alunos da rede pública de ensino de São Paulo. Palestra e oficinas de fotografia, redação e desenho, realizadas entre fevereiro e abril de 2012. Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para representar sua comunidade. Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para representar sua comunidade. Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para representar sua comunidade. ROSA RODRIGUES LIMA REGINA APARECIDA DA CRUZ DJALMA MEDRADO Em um estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, em parceria com o Ministério da Educação e com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais no ano de 2009, demonstra que o preconceito no âmbito escolar alcança números alarmantes. A pesquisa analisou o distanciamento social entre os atores escolares e os diversos grupos sociais pesquisados, a distância em relação a pessoas homossexuais foi a que apresentou o maior valor para o índice percentual de distância social, com 72%, seguido da distância em relação a pessoas portadoras de deficiência mental (70,9%), portadores de deficiência física (61,8%), índios (61,6%), e negros (55%). Quanto às analises referentes ao chamado bullying, tem como principais vítimas os alunos, especialmente negros, pobres e homossexuais, com médias de 19%, 18% e 17% respectivamente para o índice percentual de conhecimento de situações de bullying nas escolas entre os diversos públicos pesquisados. O projeto Viver Diversidade foi pensado tendo em vista esse cenário, e visa contribuir para a promoção de uma cultura de paz, por meio da ampliação de horizontes culturais e do despertar da visão crítica das crianças e adolescentes para o respeito às diversidades. Dirce Carrion Presidente da OSCIP Imagem da Vida Rosa tem 81 anos, nasceu em Minas Gerais e veio para São Paulo em 1952. Faz um ano que é evangélica. Estudou até a segunda série, mas gostaria de ter estudado muito mais. Como os pais dela eram comerciantes, precisou largar os estudos muito cedo para ajudá-los. O pai dela era branco e a mãe era negra, e ela era a mais negra da família. Ela tem 6 filhos, 3 adotados e 3 biológicos. O maior sonho dela era trabalhar em hospital. Apesar de não sofrer preconceito, acha o Brasil um país muito preconcei- tuoso e diz que isso é muito ruim porque o ser humano não deve ser julgado por causa de sua cor de pele. Palavras dela: “Sou uma pessoa boa e não tenho preconceito algum, sou determinada em tudo o que faço e meus netos e filhos me respeitam muito mesmo sem eu querer dominá-los”. ESTELA MAR Paulistana, tem 51 anos, e é chamada Digina Kaiaiojare na religião Umbanda; é professora, desenhista, contadora de histórias afro e ajudante de enfermagem. É formada em pedagogia e começou a trabalhar com 16 anos, dando aulas particulares. A mãe mora em São José do Rio Preto e o pai no Rio de Paulistana, tem um casal de filhos. A mãe nasceu em Minas Gerais e o pai na Bahia. Mora em São Paulo há 45 anos e tem o ensino médio completo. Estudou na EMEF Capistrano de Abreu, e gostou muito, tem boas lembranças. Já foi precnceituosa, e quando criança não queria casar com um homem negro, para que seus filhos não sofresssem o que ela sofreu pelo tipo de cabelo e cor. Há 2 anos trabalha no ferro-velho, mas ela sonhava em ser professora. Ela se arrepende de não ter sido professo- ra na época certa. Também dá aula de reforço em casa, e foi balconista e costureira. Quando criança, na escola inventavam apelidos bobos em relação ao tipo e ao tom de pele dela e ela não sabia como se defender, mas acha que as pessoas devem se valorizar e não ligar para isso. Nasceu em São Paulo, os pais são nordestinos e analfabetos. Mora no bairro há 30 anos e tem 3 filhos. Completou o colégio e tem boas lembranças da escola, principalmente dos amigos. Tem 51 anos e é músico desde os 18. Faz artesanato, reforma violões, já gravou dois CDs: um com a filha Dhébora Medrado, e um outro solo, para uma igreja evangélica. Faz shows com a banda Versátil. Chegou a abrir uma lojinha para dar aulas de música e vender instrumentos, mas a loja foi rouba- da e por isso ele a fechou. Já sofreu discriminação, e por causa disso até perdeu oportunidades de trabalho por ser negro. Não tem nenhum tipo de preconceito, e não tem vergonha de ser negro, ao contrário, tem muito orgulho, por que quer que as pessoas olhem para ele como ele é... EDUARDO GALVINO E SILVA Janeiro. Mora em SP desde 1989, antes morava em Ermelino Matarazzo. Tem 4 filhas biológicas e 23 filhos na religião. Da escola lembra que tinha que fazer várias provas antes de ir para a 5ª série. E que sempre repetia, mas que ensinou matemática pra uma menina e foi muito legal, muita gente lhe falou: “Você vai ser professora ainda!” E assim foi feito. “Já sofri muito preconceito. A primeira vez por ser mulher, e por ser uma das primeiras mulheres negras a ser diretora de escola particular”. É afrodescendente, sempre morou no bairro, o pai é de Alagoas e a mãe de São Paulo. Completou o ensino superior e é professor, mas já foi eletricista e office-boy. Não pensava em ser professor, até mesmo pela condição social, mas sonhava em ter uma profissão. Tem dois filhos. Acha que o preconceito no Brasil é uma coisa natural, mas já fez intervenções, pois na profissão de docente tem que tomar uma atitude visando a conscientização, que é oral e fica na conversa, mas já houve casos de precisar agir, porque tinha um menino que tinha uma sexualidade diferente e haviam meninos que queriam agredi-lo e ele foi obrigado a reagir fisicamente. 4/23/12 1:34 PM