Jornal Valor --- Página 12 da edição "05/05/2015 1a CAD B" ---- Impressa por cgbarbosa às 04/05/2015@20:14:28 Jornal Valor Econômico - CAD B - EMPRESAS - 5/5/2015 (20:14) - Página 12- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW Enxerto B12 | Terça-feira, 5 de maio de 2015 Agronegócios Logística Com aportes de R$ 450 milhões, empresa amplia uso do corredor Madeira-Amazonas Amaggi inicia nova fase de expansão do escoamento de grãos pelo Norte do país DIVULGAÇÃO Bettina Barros De São Paulo O novo terminal flutuante da empresa: de um lado atracam as barcaças carregadas com soja e do outro os navios exportadores, sem possibilidade de armazenagem Navegando pelo Norte Investimentos da Amaggi no corredor Madeira-Amazonas a Amazonas Investimento total: Rio Am R$ 450 milhões Itacoatiara azo nas Manaus Distribuídos em: TUP Porto Velho PA Mad eira AM AC RO Porto Velho Terminal flutuante Itacoatiara 60 barcaças 3 empurradores T MT Fonte: Amaggi entrevista ao Valor, o presidente da ADM no Brasil e América do Sul (exceto Argentina), Valmor Schaffer, afirmou que se “der certo” o que a Amaggi fez no rio Madeira, também pretende replicar a ideia em outros corredores fluviais. A estratégia de crescimento já vinha sendo desenhada pelo grupo há alguns anos e ganhou ímpeto com a reestruturação organizacional do grupo, agora dividido em quatro unidades de negócios. Na área de navegação, a percepção era de que as possibilidades de expansão estavam limitadas. Cravado em Porto Velho e com acesso limitado de caminhões, o porto público não oferecia condições de expansão para que a Amaggi acompanhasse a oferta crescente de grãos de Rondônia e do Noroeste de Mato Grosso. Em 2014, a necessidade de ampliação ficou mais evidente depois que as chuvas torrenciais do inverno amazônico inundaram Porto Velho e paralisaram parte do porto público. A Amaggi não sofreu diretamente, mas terminais como o da Cargill tiveram de interromper as operações por ter submergido em água. A partir deste ano, além do porto público de Porto Velho, a Amaggi contará também com um terminal privado20quilômetrosrioabaixo— e em um terreno alto, para não correr riscos. Juntos, eles elevarão a capacidade de escoamento de grãos do grupo pelo Madeira de 2,8 milhões de toneladas ao ano para 5 milhões em 2016. Em Itacoatiara, o terminal de transbordo receberá a complementação do flutuante, de forma a absorver o volume novo. Segundo Zanatta, a TUP de Porto Velho está em fase de testes préoperacionais. O flutuante já está pronto, aguardando apenas o alfandegamento da Receita Federal. A companhia também vai incorporar 60 novas barcaças graneleiras e três novos empurradores, elevando a frota própria da empresa no corredor Madeira-Amazonas a 175 barcaças e 20 empurradores. Com US$ 4,4 bilhões faturados em 2014 no Brasil e no exterior e na 26 a posição no ranking das maiores empresas exportadoras . Governo adia por mais um ano prazo de adesão ao CAR Ambiente Cristiano Zaia De Brasília Após divulgar que apenas 25% dos imóveis rurais do país foram registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR) até 2 de maio deste ano, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou ontem que a data para adesão será prorrogada para 5 de maio 2016, ampliando o prazo para os produtores rurais que não conseguiram se inscrever. Segundo o novo Código Florestal, de 2012, os agricultores teriam até hoje para cadastrar seus imóveis rurais no sistema do CAR (Siscar), mas a possibilidade de prorrogação por mais um ano também estava prevista na lei. A decisão da ministra do Meio Ambiente foi formalizada em portaria assinada ontem e que será publicada na edição do Diário Oficial da União de hoje. O governo vinha sendo pressionado nos últimos dias por várias Balança Mariana Caetano e Fernando Lopes De São Paulo Rio A Amaggi Navegação, braço do grupo controlado pela família do senador Blairo Maggi (PR-MT), concluiu os principais pontos de seu projeto para expandir o volume de escoamento de grãos pelo corredor Madeira-Amazonas. Após investimentos de R$ 450 milhões nos últimos dois anos nessa frente, a empresa colocará em operação neste mês um novo Terminal de Uso Privado (TUP) em Porto Velho (RO) e uma estação de transbordo de cargas em Itacoatiara (AM), além de mais barcaças e empurradores. Com isso, elevará em 80%, para 5 milhões de toneladas por ano, sua capacidade de transporte fluvial na região. A novidade, em meio a tantos anúncios logísticos do agronegócio no chamado “Arco Norte”, está no modelo de terminal escolhido pela Amaggi: ele é flutuante. Ou seja, está fundeado em pleno rio. De um lado atracam as barcaças e do outro os navios exportadores. Um guindaste acoplado ao terminal fará a transferência direta dos grãos, sem a necessidade de armazenamento. “É um modelo inovador no Brasil e que tem a desvantagem de não poder armazenar. É necessária coordenação perfeita entre navio e barcaça, uma logística ‘just in time’”, afirma Jorge Zanatta, diretor da Amaggi Navegação. “Se um deles faltar, toda a operação para”. De acordo com o executivo, foi uma opção ousada e pioneira, mas com ganhos significativos. “O terminal flutuante tem custo inferior ao convencional e os processos de licenciamento são mais simples e mais rápidos”. As contas mostram a disparidade de gastos e tempo: um terminal convencional, construído à margem do rio, custa entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões — e leva no mínimo quatro anos para entrar em operação devido à demora na liberação de licenças estaduais e federais necessárias ao empreendimento. O flutuante custa R$ 50 milhões e fica pronto em 18 meses. “Ele não envolve questões como desmatamento, titularidade da terra, barranco de rio e outros processos”, diz Zanatta. Em recente Exportações brasileiras de soja têm recuperação entidades do agronegócio que pediam mais tempo para os agricultores que ainda não concluíram o processo. O Ministério do Meio Ambiente recebeu 48 pedidos de secretários de meio ambiente, produtores, Ministério Público e bancadas parlamentares para que a data final fosse estendida. Na última quinta-feira, 30 de abril, um decreto da presidente Dilma Rousseff já havia autorizado à ministra Izabella Teixeira a prorrogar os prazos do CAR. Antes, essa competência era da Presidência da República. O Serviço Florestal Brasileiro também informou ontem que apenas 52,8% das áreas de imóveis rurais passíveis de cadastro foram inseridas no Siscar, o equivalente a 196,7 milhões de hectares. Ao todo, foram cadastrados 1,4 milhão de imóveis rurais até o último dia 2 de maio A ministra ainda informou que somente entre a quinta-feira, 30 de abril, e o sábado, 2 de maio, o sistema do CAR recebeu a adesão de 30.753 hectares de propriedades rurais. O total de área passível de cadastro no país, porém, é de 373 milhões de hectares. Segundo Izabella Teixeira, apesar de o governo ter comemorado o fato de 65% dos assentamentos de reforma agrária do país terem aderido ao CAR, a maior dificuldade de cadastro é em pequenas propriedades rurais, onde o governo pretende fazer um trabalho especial para incentivar a adesão. Isso porque dentro do universo de imóveis passivos de cadastro o maior número é de pequenas propriedades. Dentre todos os imóveis cadastrados no Siscar, o maior porcentual de adesão está entre os de até 100 hectares, que correspondem a 82,8% das propriedades cadastradas. O Estado com a maior adesão proporcional à sua área passível de cadastro é o Mato Grosso, com um índice de 99%. O Estado tem propriedades de grande porte e é o maior produtor nacional de soja. A menor adesão veio do Esta- do país no primeiro trimestre, a Amaggi investiu nos últimos três anos R$ 1 bilhão em logística, aquisição de terras, estrutura para originação e beneficiamento de grãos. Quase metade voltou-se ao corredor Madeira, onde há duas décadas a Amaggi deu início ao transporte fluvial e que ainda segue como a menina dos olhos do grupo. “É, sem dúvida, nosso principal rio”, diz Zanatta. Quando atingir as cinco milhões de toneladas, o MadeiraAmazonas representará pouco menos da metade de tudo o que a Amaggi movimentou em 2014 — 11 milhões de toneladas de grãos. No Tapajós, a Amaggi criou uma joint venture com a Bunge para navegar com soja e milho de Mato Grosso e no Pará. Em 2014 transportou 836 mil toneladas. A previsão é alcançar dois milhões de toneladas este ano e, em 2016, 3,5 milhões de toneladas de grãos. Por ora, a Amaggi não tem planos concretos para outro corredor amazônico, o do Tocantins-Araguaia. Há ainda problemas de navegabilidade, diz o executivo. “Não estamos enxergando expectativas positivas ainda para a realização das obras necessárias no rio”. DIVULGAÇÃO As exportações brasileiras de soja em grão confirmaram as expectativas e continuaram a se recuperar em abrilapósumprimeirobimestrefraco, em consequência do atraso da colheita, da greve dos caminhoneiros em fevereiro e das oscilações do dólar, que colaboraram para atrasar um pouco as negociações de preços. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), os embarques somaram 6,551 milhões de toneladas e renderam US$ 2,534 bilhões no mês passado, com aumentos de 17,1% e 14,6% em relação a março, respectivamente. Levando-se em conta que o número de dias úteis em abril foi menor que em março (20 a 22), a retomada foi ainda mais significativa. Mesmo assim, na comparação com abril de 2014 o volume apurado pela Secex caiu 20,6% e a receita, por conta dos preços atuais mais baixos, diminuiu 38,7%. Mas,segundoaAssociaçãoNacional dos Exportadores de Cereais (Anec), boa parte das cargas que só serão computadas pela Secex neste mês de maio já saiu do país, mostrando que a recuperação foi até maior do que indicam os números da secretaria, baseados apenas em carregamentos sobre os quais todos os documentos oficiais foram entregues. Levantamento da entidade baseado nos line-ups (programações de embarques nos portos do país) indica que o volume das exportações brasileiras de soja em grão alcançou 9,2 milhões de toneladas em abril, um novo recorde mensal De qualquer forma, destaca Sérgio Mendes, o aumento dos volumes exportados de fato sinalizam uma “normalização” no escoamento do grão. “Esse ano começou devagar. O preço não estava bom, veio a greve dos caminhoneiros, depois as chuvas nos portos do Sul e então o dólar passou a compensar [as vendas]”, disse. “Mas esse nível [superior a 9 milhões de toneladas] mostra que somos capazes de, em uma necessidade,escoarumvolumedessetamanho”. De acordo com a Anec, a China absorveu 75% das exportações brasileiras de soja em grão em abril. Mais sobre a balança à página A5 valor.com.br Balanço Lucro da Tyson Foods aumenta 45,5% A Tyson Foods, maior produtora de carnes dos Estados Unidos, teve um lucro líquido de US$ 310 milhões no segundo trimestre fiscal deste ano, 45,5% superior ao registrado no mesmo período de 2014. No trimestre, as vendas cresceram 10,5%, para US$ 9,98 bilhões, enquanto no semestre chegaram a US$ 20,8 bilhões, com avanço de 16,9%. valor.com.br/u/4032208 Café Pesquisa mostra alta de custos na colheita Patrus Ananias (esq) e Izabella Teixeira: trabalho para incentivar adesão ao CAR do do Rio Grande do Sul, que mostrou desempenho inferior a 1% em hectares cadastrados. Contudo, a região com o melhor indicador de adesão ao CAR foi a Norte, onde foram inscritas 70% das áreas passíveis de cadastro. “Considerando 2014 como um ano muito complexo do ponto de vista político, um ano de eleições, tivemos um bom desempenho no CAR”, afirmou a ministra juntamente com o ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário. “A expectativa é que ainda em 2015 possamos ter a adesão de 100% das propriedades”, acrescentou. Os custos com a colheita e a póscolheita na cafeicultura brasileira subiram 6,37% entre abril de 2014 e março deste ano, conforme pesquisa feita pela Universidade Federal de Lavras, a pedido da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). Em março, esses custos ficaram, em média, em R$ 119,42 a saca para o arábica, e em R$ 84 para o conilon. valor.com.br/u/4033062