B18 Economia
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O ESTADO DE S. PAULO
QUINTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO DE 2013
Ministro questiona manutenção da ALL
Acidente em ferrovia administrada pela empresa causou 8 mortes no interior paulista; César Borges afirma que ALL não tem feito investimentos
BRUNO CECIM/FUTURA PRESS
Eduardo Rodrigues
Sandra Manfrini / BRASÍLIA
PARA LEMBRAR
O ministro dos Transportes,
César Borges, afirmou ontem
que a empresa América Latina Logística (ALL) não fez a
manutenção preventiva adequada na ferrovia onde houve um descarrilamento de vagões de trem no mês passado
deixando oito pessoas mortas em São José do Rio Preto
(interior de SP).
“A ALL não tem feito investimentos. Já pedi para a ANTT
(AgênciaNacionaldeTransportesTerrestres)intensificarafiscalização”,disseBorges.Segundo ele, a agência reguladora deve assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) imediatocomaconcessionária.“Essalinhaprecisafuncionarcorretamente para o escoamento da
safra de 2014”, completou.
Segundo Borges, a ANTT
tem informaçõesiniciais de que
a composição acidentada estava a uma velocidade superior
aos25quilômetrosporhorapermitidos nesse trecho.
Após a declaração do ministro Borges, a ALL divulgou
uma nota ontem negando problemas com a manutenção da
ferrovia. A companhia informou que os trabalhos estavam
em dia.
“AALL esclarecequeacondição de manutenção e conservação da linha férrea em São José
do Rio Preto é adequada às normas de segurança estabelecidas e compatível com a velocidade em que o trem estava circulando.Acompanhiasegue investigandoas causasdo acidente”, aponta o comunicado oficial da empresa.
Empresa briga
na Argentina
Duas versões. Acidente em São José do Rio Preto: ministro vê manutenção deficiente, empresa diz que apura causas
tos agrícolas do País.
O processo corre em segredo
de Justiça. A concessionária
acusa a Rumo de obrigá-la a
cumprir um contrato escorchante. A Rumo entrou com pedido de arbitragem. “Os árbitros já foram nomeados, mas
ainda não foi definida uma data
o julgamento do caso”, afirmou
uma fonte.
A Cosan chegou a negociar
sua entrada no bloco de controle da ALL, mas as conversas,
que duraram um ano e meio,
não vingaram. Ontem, as ações
da ferrovia fecharam com queda de 2,6%, enquanto o Ibovespa teve desvalorização de 1,8%./
Em junho, a presidente da
Argentina, Cristina Kirchner, determinou a rescisão
de todos os contratos de
concessão da ALL no país. A
líder argentina acusou a empresa de não cumprir os termos dos contratos. A companhia disse que estudaria medidas legais sobre o caso.
Na época, a ALL negou as
acusações da administração
Kirchner e creditou o prejuízo de R$ 74 milhões que
amargou no segundo trimestre do ano à operação no
país vizinho. De acordo com
a companhia, não fossem as
perdas com a operação argentina, teria registrado um
lucro de R$ 218,7 milhões no
primeiro semestre, o que
representaria um avanço de
28% em relação ao mesmo
período de 2012.
Além do imbróglio argentino, a companhia também
enfrentou recentemente a
saída de executivos. Eduardo Pelleissone, que pediu
demissão da companhia em
junho de 2013, foi em direção à Heinz, acompanhado
logo depois por Melissa Werneck, que estava na ALL havia 15 anos, onde era diretora de recursos humanos.
Eles seguiram outros ex-executivos da companhia que já
atuavam na gigante dos alimentos.
ria da linha férrea permitiram
que a companhia reduzisse em
até 80% o índice de acidentes
desde 2006. Apenas no Estado
de São Paulo, a ALL já investiu
cerca de R$ 700 milhões na
substituição de 1,75 milhão dormentese65mil toneladasde trilhos”, informou o comunicado
da empresa.
A ALL é uma concessionária
criada em 1997, durante a privatização da Rede Ferroviária Federal. A companhia tem cerca
de 21,3 mil quilômetros de malha ferroviária, com acesso aos
portos de Santos (SP) e Paranaguá(PR),consideradoestratégicoparao escoamentodeprodu-
Briga com clientes. A afirmação do ministro dos Transportes não é o único problema que
a ALL enfrenta no momento.
No fim do ano passado, Rumo
Logística, Copersucar e AgroviarecorreramàANTTparaexigir que a ALL transportasse os
volumes mínimos de açúcar definidos em contrato. Em setembro, a Rumo, braço de logística
do grupo Cosan, conseguiu
uma medida cautelar contra a
ALLparareceberoprevisto,alegando ter feito a sua parte eacusa a ex-parceira de fugir de obrigações contratuais.
BANCOS
REESTRUTURAÇÃO
EUROPA
AÉREAS
MADEIRA CERTIFICADA
Executivo confirma interesse do Itaú
na aquisição do CorpBanca, do Chile
BRF pode substituir
líder da área de finanças
Corte aprova aquisição
do Skype pela Microsoft
Aérea de Abu Dabi
pode comprar a Alitalia
ONG FSC Brasil fecha
acordo para Olimpíadas
O vice-presidente de Finanças,
Administração e de Relações
com Investidores da BRF, Leopoldo Viriato Saboya, está prestes a deixar o cargo na empresa
de alimentos, segundo fontes
do mercado. Se confirmado,
será mais um executivo da era
de Nildemar Secches (ex-presidente do conselho de administração) a sair da companhia e
mais uma mudança na nova
gestão do presidente do colegiado Abilio Diniz e o diretor
presidente global, Claudio Galeazzi. A BRF não quis comentar o assunto.
A empresa aérea de Abu Dabi,
A segunda principal corte da
Etihad Airways, está analisanEuropa, o Tribunal Geral da
do dados da Alitalia e espeUnião Europeia, aprovou
ra tomar uma decisão
ontem a aquisição do
até o Natal, disse
Skype pela Microuma fonte familiar
soft, no valor de
ao assunto. “A EtiUS$ 8,5 bilhões,
É O VALOR
had tem os dados
com o argumento
ESTIMADO DAS
há cerca de dez
de que a operação
DÍVIDAS DA
dias e irá concluir o
não prejudica a
ALITALIA
processo até o fim
competição. A fabridesta semana”, disse
cante americano de
uma fonte. A Alitalia está
equipamentos de rede Cisem dificuldades financeiras,
co e a italiana Messagenet,
com dívida estimada em US$ 2
com sede em Milão, haviam
apresentando queixas ao regu- bilhões. As duas empresas não
quiseram comentar.
lador de concorrência.
O presidente do Itaú BBA, Cândido Bracher, confirmou ontem que o Itaú Unibanco está
na disputa para comprar o
CorpBanca, o quinto maior
banco do Chile, conforme noticiou na terça-feira a agência de
notícias Dow Jones.
A aquisição se encaixaria na
estratégia do banco de ampliar
a sua participação em outros
países da América Latina. “Temos vontade grande de ganhar
essa competição”, disse, frisando sobre a presença de outros
interessados no negócio. Entre
A ALL também informou que
já foram investidos mais de R$
1,8bilhãonarecuperaçãodamalha, além da compra de vagões e
locomotivas e implementação
de tecnologias para o transporte ferroviário.
“Os constantes investimentos em tecnologia e em melho●
Velocidade
De acordo com o ministro dos
Transportes, César Borges, há
indícios de que a companhia trafegava além da velocidade permitida (25 km por hora) no trecho
onde ocorreu o acidente.
os concorrentes estariam o
Scotiabank, do Canadá, e o espanhol BBVA.
O executivo disse ainda que
não há interesse do Itaú Unibanco na compra de participação minoritária.
COM INFORMAÇÕES DA REUTERS
US$ 2 bi
EVELSON DE FREITAS / ESTADÃO -23/11/2011
Cesp está no plano de
desestatização, diz executivo
Diretor de relações com
investidores da empresa
de energia disse, porém,
que decisão deve ficar
para o próximo governo
O diretor financeiro e de relações com investidores da Cia.
Energética de São Paulo
(Cesp), Almir Martins, informou ontem que a empresa está
incluída no plano de desestatização do governo do Estado de
São Paulo.
Questionado por analistas
em reunião em São Paulo sobre
a possibilidade de privatização,
ele afirmou que a Cesp “é uma
empresa à venda”, mas destacou que o governo do Estado
nãoprecisadecaixa nomomento e que não depende de uma
venda da companhia. “O governo do Estado hoje tem recursos
e não dependeria da venda da
Cesp”, disse.
Martins ainda ponderou que
qualquer decisão a respeito deve ficar para depois das eleições
e,portanto,seriaderesponsabilidade do candidato que vencer
o próximo pleito. “Em outubro
do ano que vem vamos ter eleições e essa decisão vai acabar
ficando para o próximo governo”, disse.
O diretor de relações com investidores da Cesp informou
tambémquea companhiadeverá somar ao resultado líquido
consolidado de 2013 um montante de R$ 505 milhões, a ser
considerado para a distribuição de dividendos.
O executivo afirmou que
há três efeitos contábeis que
vão gerar as somas na última
linha do balanço. Ele disse
que há um valor de R$ 185 milhões referente à depreciação excedente gerados após
uma reavaliação do imobilizado em 2010 para atender
asnormasdocontábeisinternacionais (IFRS).
Além disso, a Cesp adicionará ao resultado R$ 170 milhões referentes a uma reserva de variação cambial. Outros R$ 150 milhões são decorrentes de ajuste pela alteraçãodeprocedimentoscontábeis de seu fundo de pensão. / DAYANNE SOUSA
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Acomodação. Para Medeiros, ápice dos shoppings passou
Para BR Malls, setor
de shoppings vai
se desacelerar
Após recorde de quase
40 shoppings neste
ano, expectativa é de
forte desaceleração
para 2014 e 2015
A empresa de shopping centers
BR Malls acredita que o pico de
aberturas de novos empreendimentos se encerrará em 2013,
quando o setor fechará o ano
com até 38 novos shoppings no
Brasil,afirmouopresidenteexecutivo da companhia, Carlos
Medeiros,emapresentaçãoainvestidores, ontem.
Para o próximo ano, a estimativa é de inauguração pelo setor
de 20 a 25 shoppings no País.
Em2015,o númerodeve cairpara 10 a 15 empreendimentos.
Segundo o vice-presidente financeiro da companhia, Leandro Lopes, só 58% dos shop-
O FSC Brasil, ONG que promove o manejo florestal responsável no mundo, e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016
selaram ontem acordo para
que toda a madeira e produtos
de origem florestal adquiridos
pela organização do evento sejam certificados. A iniciativa
visa inibir o desmatamento e
venda de madeira ilegal. A estimativa é que sejam usados 450
mil móveis, além de toda a infraestrutura temporária e papelaria. A meta é que 80% das
compras sejam feitas em 2014.
pings anunciados pelo setor no
ano passado de fato abriram as
portas. “O pico do setor chegou
aofim”,observou.Aempresaestima que as oportunidades de
consolidação no setor devem
ganhar força em 2015.
Perfil. Lopes pontuou que a
empresa deverá buscar shoppings em cidades com mais de
300 mil habitantes e com mais
de 25 mil metros quadrados de
área bruta locável. Atualmente,
a BR Malls tem 24 projetos contratados até 2017, conta que já
inclui expansões.
Ressaltando que a empresa
pretende vender ativos em que
tem participação minoritária, o
presidente da BR Malls afirmou
queofocoemexpansãoerevitalizaçãodosshoppings serámantido no próximo ano.
Após a reforma de seu shopping em Natal (RN), a empresa
viu um aumento no tráfego de
pessoas e nas vendas de cerca
de 15%, disse o vice-presidente
de operações da companhia,
Ruy Kameyama.
Segundo Medeiros, a BR
Malls espera avanço de vendas
no conceito “mesmas lojas” –
abertas há pelo menos um ano –
nos shoppings da companhia
de 6% a 8% em 2014. / REUTERS
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