OS LIMITES DO MINISTÉRIO PASTORAL
Por
Elthom Wagner Leão de Sá
SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO SUL DO BRASIL
2006
OS LIMITES DO MINISTÉRIO PASTORAL:
ENTRE O RITUAL RELIGIOSO E A DEVOÇÃO ESPIRITUAL,
ENTRE O AMOR INSTITUCIONAL E O FAMILIAR
Por
Elthom Wagner Leão de Sá
Monografia apresentada ao curso de
Bacharel em Teologia da Faculdade
Batista do Rio de Janeiro do Seminário
Teológico Batista do Sul do Brasil.
SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO SUL DO BRASIL
2006
SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO SUL DO BRASIL
OS LIMITES DO MINISTÉRIO PASTORAL:
ENTRE O RITUAL RELIGIOSO E A DEVOÇÃO ESPIRITUAL,
ENTRE O AMOR INSTITUCIONAL E O FAMILIAR
_______________________________________________
Autor: Elthom Wagner Leão de Sá
_______________________________________________
Orientador de Conteúdo: Prof. Ms. Ronald Rutter
_______________________________________________
Orientadora de Forma: Profª. Maria Celeste de Castro Machado
Aprovada em ____/____/____
Rio de Janeiro – 2006
iii
A Deus, por não desistir de mim – nunca!
A Susanne, a noiva mais linda e
companheira nos momentos difíceis.
A Minha Família, por fazer dos meus
sonhos a continuação
dos
seus.
Aos Mestres Maria
Celeste pela
empolgação e estimulo quando pensava
em desistir e Ronald Rutter por ensinar
a respirar e transpirar Deus.
iv
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 1
2
DEFINIÇÃO DE MINISTÉRIO PASTORAL............................................. 8
2.1
MINISTÉRIO PASTORAL SOB A PERSPECTIVA FAMILIAR................. 8
2.2
MINISTÉRIO PASTORAL SOB A PERSPECTIVA ECLESIÁSTICA......... 9
2.3
MINISTÉRIO PASTORAL SOB A PERSPECTIVA BÍBLICA..................... 11
3
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO MINÍSTRO............................... 18
3.1
NO ÂMBITO FAMILIAR............................................................................. 18
3.2
NO ÂMBITO ECLESIÁSTICO................................................................... 21
4
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS FAMILIARES....................... 25
5
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.................................................. 32
5.1
AO PASTOR............................................................................................. 32
5.2
À FAMÍLIA................................................................................................ 37
5.2.1 À Esposa.................................................................................................. 37
5.2.2 Aos Filhos................................................................................................. 38
6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 43
ANEXOS.................................................................................................. 45
RESUMO.................................................................................................
v
46
1
INTRODUÇÃO
Quais são os efeitos de um ministério pastoral não conciliado com a própria
família? No ministério eclesiástico, o que a igreja espera de seu pastor é que ele
cumpra com aquilo que fora chamado a fazer. O salário é pago para a realização de
diversas atividades da qual a congregação e outros necessitam, influenciando
radicalmente e, espera-se, positivamente, a vida de muitos. Dentre tantas, podemos
incluir visitas a enfermos, estar diariamente à disposição da congregação e dos
problemas que cercam sua comunidade.
Não menos importante, destaca-se a expectativa criada de que o pastor traga
uma palavra vinda de Deus para as pessoas que estão sedentas espiritualmente,
aguardando serem nutridas à semelhança de um filhote que recebe sua comida na
boca por seus pais.
Além da igreja local, é função do ministro cuidar com muito zelo de sua
família, que em muitos casos é parte do seu rebanho também. Alguns detalhes em
sua casa e igreja exigem maior cuidado para que um problema no ministério não
seja a destruição do seu lar. É preciso separar o que é da igreja, o que é de casa e o
que é de ambos.
Em uma análise da tarefa integral do ministro, embora superficial, tudo que foi
citado ainda pode ser considerado apenas parte dela. Uma demonstração disto
pode-se colocar como o dever do pastor de treinar a igreja a sentir e saber o que é
adorar. A princípio parece algo natural e simples, que com um discurso bem
elaborado consegue-se fazer o rebanho entender o que seja adoração fazendo um
momento maior de cânticos nos cultos. Mas, isso somente não é adoração.
Adoração passa além de um momento de louvor nas igrejas, é um estilo de
vida. Ensinar isso para igreja exige que o pastor tenha uma postura de vida igual ao
do seu discurso, pois não se ensina estilo de vida sem tê-lo. O pastor tem uma
posição de destaque em relação à congregação. Se o discurso estiver distante da
prática, todo ele não passa de teoria e não terá credibilidade alguma.
Isso significa que para ensinar um estilo de vida de adoração profunda com
Deus, o pastor precisa ter uma vida devocional e estruturada. Essa intimidade será
de maneira tal que ele enxergue o que Deus tem para ele e para sua comunidade
mesmo tendo que enfrentar dificuldades e barreiras que parecem intransponíveis.
Essas barreiras não querem dizer necessariamente uma derrota no ministério, mas
crescimento e influência.
As pessoas querem enxergar no cotidiano dele aquilo que tem sido pregado,
pois o consideram representante legítimo de Deus na terra, diante da igreja, da
comunidade. Sua imagem deve ser cuidada com muito zelo, preservando a si
mesmo para que não digam aquilo que não é, e se disserem algo para difamá-lo
seria fácil provar a verdade. O cuidado precisa ser constante. Seus procedimentos,
seus discursos formais e informais, os lugares aonde vai, suas companhias podem
decidir seu trabalho e influência naquela igreja, na cidade, no estado ou no país.
Por isso, cabe ao ministro vigiar e orar para que sua vida seja irrepreensível,
de forma que não se tenha suspeita alguma sobre ele. Com tanta responsabilidade e
com as exigências vindas por parte da comunidade e da família, o pastor tem de se
esforçar para que seu rendimento, seu desempenho, e sua relação com Deus e com
seus próximos não caiam numa rotina e virem algo sem foco, sem objetivo ou
mesmo mecânico e falso.
Aos líderes e ministros que se sentem ameaçados, desesperados diante da
pressão de produzir algo nos prazos esperados, ou que não estiverem em
progressiva devoção em seu coração, não se deixem cair em desespero, mas
deixem a tranqüilidade e orientação de Deus influenciar e reinar em suas vidas. O
relacionamento com Deus e com seus familiares, seus próximos, pode ser de
grande eficácia na solução desses problemas.
Além de todas estas responsabilidades do pastor e de algumas familiares á
citadas, temos de destacar outras ainda muito importantes que cabe a administração
de sua vida pessoal.
A primeira grande tarefa - e talvez a principal antes de qualquer outra função
no ministério - é a de escolher dentre as mais diferentes e perfeitas criações de
Deus, a sua companheira. Uma escolha errada pode “afundar” um trabalho que
venha se desenvolvendo por longos anos, ou simplesmente destruir sua vida
pessoal (o que também é uma tragédia).
O ministério de muitos sinceros e jovens homens tem sido arruinado por
causa de uma escolha errada de sua companhia. É preciso que ela tenha algum tipo
de chamado, mesmo que não seja pastoral, mas ela precisa ser comprometida com
o Senhor. Se ela não é comprometida com a obra de Deus e não vive uma vida de
palavra, experiências e verdades, ela pode destruir a saúde mental e espiritual do
pastor, assim como sua influencia de vida cristã. O risco que se corre chega a
proporções de se ter que abandonar o ministério por causa de problemas familiares,
ou abandonar a própria família por causa do ministério. Certamente essas
dificuldades poderiam ser evitadas na vida de um pastor tendo a ajuda e certeza de
Deus na escolha de sua esposa.
As famílias ainda têm problemas conseqüentes do tempo histórico em que
vivem. O pano de fundo da atualidade sofre com influências erradas como egoísmo
e sociedade individualista, tendendo com que o imediato pregado invada os lares e
os relacionamentos, fazendo com que as bases das igrejas sejam destruídas.
Isto aflige o ministro da igreja com “peso duplo”. Tendo que dar o suporte
necessário para sua família, de maneira que esta não se desestruture e não sofra
influências corrosivas a vida familiar, ainda tem que dar assistência à sua
comunidade que além de diversos problemas, tem ainda esses e outros que são
idênticos aos de sua família. Como uma máquina que suga e nunca pára, o pastor,
precisa de tempo suficiente para resolver os problemas que estão presentes em sua
casa, em sua igreja, e se não tiver a sabedoria necessária, um dos dois lados
precisará de mais assistência, e o perigo de não encontrá-la na medida correta é
que esses problemas desestruturem todo um cuidado e estrutura já organizada.
Uma importante observação é que os filhos de pastor, assim como a já citada
esposa têm que ser sempre exemplos onde quer que estejam, atentos às suas
responsabilidades familiares diante de outros. Precisam estar atentos àquilo que seu
pai ou marido necessitam, ajudando-os nas dificuldades e mostrando aquilo que
porventura não estejam enxergando.
Já citando a importância da esposa, destaca-se agora a importância e papel
do filho de pastor. Esses não têm uma vida normal, como qualquer outra criança,
pelo simples fato de ter o pai ministro da igreja. Se difícil é entender isso quando
criança, importante é compreender essa verdade quando jovem. Transfere-se a
responsabilidade do pai para o filho.
A tarefa de educar filhos é uma complicada tarefa em qualquer ambiente e
para qualquer casal. Quando se trata do pastor e sua esposa, torna-se muito mais,
uma vez que sua família vive numa vitrine, é espelho, está sempre sendo
observada.
Outra dificuldade encontrada pelo pastor e sua família é a da tendência do
casal trabalhar para sustentar o lar, diante da modernidade e da necessidade
financeira. Dessa maneira, a transferência da responsabilidade da criação dos filhos
para uma organização, instituição ou membros da família é cada vez mais normal.
Essa realidade, porém, não tem base na Palavra de Deus e precisa de uma especial
atenção dos pais e responsáveis pelos filhos, uma vez que devem ensiná-los
verdades conforme as Escrituras Sagradas e que é de grande importância à
participação dos pais nessa e em outras tão importantes fases da criança. Muitas
outras conseqüências são reais e possíveis a qualquer família que está diante dessa
realidade, de maneira que a educação dos filhos está parcialmente comprometida.
É muito importante ter em mente que filho de pastor não é um cristão, até ele
confessar Jesus Cristo com sua própria boca. Muitas vezes observam-se pais que
agem com o filho como se ele já fosse salvo, tivesse feito uma escolha e definido em
questões religiosas e não se lembram de ensiná-los o caminho em que devem
andar. O problema é que os pais ensinam para os filhos um evangelho pesado,
formal, como se fosse um fardo a ser carregado. Não transmitem o prazer que é
servir ao Deus Todo-Poderoso, e não oferecem outra opção de vida, “obrigando” os
filhos a seguirem os mesmos passos, como que por uma ditadura.
Muito mais que forçar o filho a ir a igreja é mostrar a ele o prazer que é estar
lá, que não há melhor lugar para se estar do que aquele. Naturalmente e
“infelizmente”, ao se mostrar o caminho para um filho, as famílias pastorais o
apresentam como “pastorzinho”, tendendo o afastamento a criança e certa rejeição
pelo evangelho. A responsabilidade nessa palavra colocada sobre a criança, e
diante do exemplo que ela observa em casa, a faz temer esse título, cooperando
não para um crescimento saudável e feliz dentro da igreja, mas já com a sobrecarga
de uma tarefa e “destino traçado” por outros.
O ensino analisado e equilibrado das Escrituras Sagradas como verdade
absoluta que norteará sua vida, e nada mais será relevante, torna-se indispensável
para que os filhos cresçam com a consciência daquilo que devem escolher.
É de vital importância que o pastor consiga diferenciar seus vários e
importantes momentos. Um tempo para o casal pastoral viver momentos a sós, sem
que nada os interrompa seja em viagem num final de semana, ou nos dias de folga,
é de crucial importância. A convivência intima do casal é responsável pela boa ou
má administração do lar. É dessa convivência que aqueles mesmos filhos vão
aprender como agir em toda a vida.
Uma importante tarefa do ministro é aprender a pensar nos outros mais do
que em si, porém, é aí que pode começar uma falha no casamento, de maneira que
há uma doação excessiva a outros e se esquece de sua casa, esposa e filhos. Lidar
com o tempo e com pessoas exige do pastor um cuidado muito especial e
orientação vinda do alto para saber o momento certo de agir.
Torna-se necessária à observância de fatos e detalhes que muitas vezes não
são possíveis de se enxergar sem os olhos da fé. Deus capacita àqueles que são
chamados, mas é preciso confiar nisso e colocar o coração sensível a tal.
Por causa destas questões apresentadas e muitas outras não citadas, se faz
necessário um estudo sobre o assunto que muito tem ocorrido em no meio
evangélico, uma vez que se tornou uma realidade tão comum diante de nossa
cultura evangélica, tão “nova”. Saber que esses e outros motivos são um fator de
divisão de famílias e ministérios, fazendo com que essas e em alguns casos ou até
mesmo ministros se afastem da igreja, nos chama para observações mais profundas
sobre esse tema e aspecto.
Este estudo procura apresentar em termos práticos o que acontece no meio
evangélico, apresentando algumas recomendações para ministros e respectivas
famílias para que enfrentem as dificuldades e saibam ver e experimentar as bênçãos
de pertencer a uma família de pastor.
O material utilizado será baseado em situações reais, existentes nas famílias
e no ministério pastoral. Para a melhor amostra do que ronda as famílias e para as
melhores definições de ministério, esse estudo apresenta um questionário feito com
pessoas que experimentam esse assunto de diferentes pontos de vista, sendo parte
de alguma família pastoral, membro de igreja sem alguma ligação com a família
pastoral ou com membros de igreja que têm em seu núcleo familiar algum pastor
(podendo ser este o da própria igreja ou não).
A pesquisa tem algumas limitações. A primeira é a falta de material que trata
diretamente do assunto. Encontram-se materiais relacionados à família, e também
materiais relacionados ao ministério. Mas não há nenhum tipo que faça a ligação
entre os dois. Por isso a necessidade de se fazer pesquisa de campo,
complementando o assunto a discutir.
Neste estudo, ao se usar a palavra “pastor”, há um pressuposto de que ele é
um vocacionado por Deus. Sabe-se que existem exceções. Há os “profissionais do
púlpito” os quais não são vocacionados e estes prestarão contas a Deus. Não se faz
alusão ou sequer cogita a possibilidade de reconhecê-los como “Ungidos do
Senhor”.
2
DEFINIÇÃO DE MINISTÉRIO PASTORAL
Muitos teólogos têm definido o ministério de várias formas. Neste estudo o
que se pretende fazer é uma análise do que acontece na prática no ministério
pastoral. Define-se o ministério em três perspectivas: familiar, bíblica e eclesiástica.
2.1
MINISTÉRIO PASTORAL SOB A PERSPECTIVA FAMILIAR
Segundo pesquisa realizada com familiares de pastores, o ministério pastoral
se define em algo que precisa de chamado e vocação, concedido a poucas pessoas.
No questionário houve respostas diferentes em menos de 1%. Entres as pessoas
pesquisadas estão filhos, filhas, esposas e pastores.
Começa-se a observar, mesmo que em apenas dois casos, a definição de
que ministério pastoral é algo que suga todo o tempo daquele que se dedica
inteiramente à função, provocando um desconforto naqueles que convivem com o
pastor. Estes enxergam a falta de tempo e de energias para ele lidar com os
problemas e as alegrias do lar. Em muitos casos os familiares começam a desconfiar
e a transformar o ministério em um concorrente das suas atividades, colocando o
pastor em uma situação complicada. Administrar a casa, o tempo e as atividades do
ministério pastoral se torna um fardo ao invés da satisfação de realizar algo para a
qual fora chamado a realizar.
Para o ministro que se encontra nessa situação, pode estar apoiado naquilo
que Hedley comenta,
Um feriado em casa parece frequentemente ser uma
tentação… que o empregado dos empregados de Deus não
pode estar fora do alcance a menos que deixe as
necessidades repentinas do seu rebanho fornecidas. Se isto for
feito adequadamente, o lugar o mais saudável para o que vai
tirar um descanso é estar ausente.1
Tirar férias e descansar não é e não pode ser proibido para alguém,
principalmente para aquele que dedica sua vida inteiramente no trabalho. O pastor
precisa se organizar para que ele consiga deixar o ministério caminhar alguns dias
sem ele. Sem isso o pastor pode se sentir desconfortável para sair de férias.
Sobre esse assunto Wayne Clark adverte, mesmo que não se sinta favorável
para tal, “é bom para o ministro tirar férias regulares todo ano.”2 Além desta
recomendação que é apresentada nesta breve definição, um capitulo será
totalmente dedicado às recomendações, tanto para os pastores, bem como para as
esposas e para os filhos e filhas.
Momentos com família é mito importante para qualquer que seja ela, ainda
mais para a família que serve de exemplo para a comunidade na qual se está
inserida.
O ministério deve ser algo que não prejudique a família, ao invés, seja algo
que dê suporte para vencer as dificuldades que serão relatadas no capitulo próprio.
2.2
MINISTÉRIO PASTORAL SOB A PERSPECTIVA ECLESIÁSTICA
Em uma unanimidade para os membros de igreja que responderam à
pesquisa, ministério pastoral se define como algo que precisa de chamado e
1
2
HEDLEY, George. The minister behind the scenes. New York: Macmillan, 1956. p.87.
CLARK, Wayne C. The minister looks at himself. Philadelphia: The Judson Press, 1957. p.74.
vocação e que é concedida a poucas pessoas. Desta afirmação podem-se tirar
algumas conclusões.
Em primeiro lugar a igreja reconhece que o chamado vem de Deus e vê o
pastor como Seu representante na igreja e da igreja perante a comunidade. Essa
autoridade é importante para que o pastor consiga ser o líder da igreja conduzindo-a
de acordo com a visão que Deus coloca em seu coração.
Por outro lado e numa visão menos romântica, o que se pode ler desse
resultado da pesquisa é que a igreja quer é descansar em cima do chamado que
não tem, colocando a responsabilidade naquele que o Senhor chamou. Por isso não
tem parte naquilo, pois a tarefa é dele e não sua como membro de igreja.
Muitos se esquecem do dever de todo crente em Jesus de anunciar as boas
novas e de dar suporte aquele que foi chamado que o Senhor conta com a igreja
para que façam aquilo que Ele manda através de seus discípulos. Na carta de Paulo
aos Efésios lê-se:
Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxilio de todas as
juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida
que cada parte realiza a sua função.3
A cada um foi dado um dom. Ao pastor o de pregar e visitar entre outros, aos
membros o de cooperar, auxiliar para que o corpo cresça. Por isso cabe aos
membros perceber que o ministério pastoral, não envolve cobranças a sua família
pois aquele quem é chamado é o pastor.
Alem disso é preciso entender que a família pastoral é como outra qualquer,
ou seja, tem problemas, gosta de sair e precisa de momentos para si.
3
Efésios. 4,16.
A igreja, em sua maioria, espera que o pastor seja ousado, mas não a ponto
de cometer loucuras, por isso ele precisa estar em uma “sintonia” direta com Deus
para que ele receba as visões corretas para aquela comunidade onde Deus o
colocou.
2.3
MINISTÉRIO PASTORAL SOB A PERSPECTIVA BÍBLICA
Na leitura de suas cartas, o que se pode notar é que o apóstolo Paulo teve a
mais perfeita concepção do ministério pastoral. Ele compreendeu que a realização
do plano do Cristo Vitorioso, para o mundo, dependia do ministério da palavra.
Especificamente em Efésios e em Colossenses, Paulo faz um estudo da
pessoa de Jesus em Sua relação com a igreja e diz que todas as coisas são
reunidas nele. Ele explica os dons que a pessoa chamada para exercer o ministério
deve ter, dados pela graça infinita do “Cabeça” da igreja em virtude da ascensão ao
Seu lugar de autoridade absoluta. Através da prática desses dons há o
aperfeiçoamento dos santos para o trabalho do ministério, para edificação do corpo
de Cristo. Importante observar que a idéia radical de ministério é serviço. Não se
deve ter o dom para a própria edificação, mas para o crescimento do corpo.
O dom é dado por Cristo e o ministro também é escolhido por Ele. Não se
pode escolher seguir a profissão de ministro da palavra simplesmente por causa de
um dom de falar bem. A palavra dom, vem de charisma. Crabtree afirma que “se o
ministro não recebe de Cristo o charisma, ou seja, o dom, a graça, ele não é
qualificado para o ministério da palavra, seja qual for a sua capacidade intelectual.”4
4
CRABTREE, Asa Routh. A doutrina do ministério. Rio de Janeiro: Juerp, 1981. p.41.
Isto demonstra que nem todos podem ser escolhidos como pastores, e os que não
são terão “vida em abundância” se cumprirem a tarefa para a qual Deus os
designou.
Ele designou uns para apóstolos, outros para profetas, outros
para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim
de preparar os santos para a Obra do ministério, para que o
corpo de Cristo seja edificado, até que alcancemos a unidade
da fé e do conhecimento do filho de Deus, e cheguemos a
maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.5
Todos os ministros da palavra são apóstolos no sentido de que todos são
enviados. São missionários, pois têm a grande responsabilidade de preservar e
transmitir a doutrina apostólica na sua pureza. Todos são pastores e mestres na
orientação dos salvos no caminho do serviço.
Cristo limita a sua chamada aos homens responsáveis, íntegros, designando
cada um para o serviço de acordo com os seus dons naturais, com o
reconhecimento da operação do Espírito Santo no seu coração e com a submissão à
vontade divina.
Em uma alusão ao Dr. Morgan percebe-se que o “charisma apostólico é
permanente e necessário para o aperfeiçoamento da Igreja.”
6
Como ordenado pelo
próprio Jesus na “Grande Comissão” 7, esse charisma apostólico é parte daquilo que
os apóstolos tinham com missão e que perdura até os dias atuais, fazendo com que
seja uma tarefa dos cristãos: anunciarem as boas novas até que Ele, Cristo, volte.
O serviço mais importante do pastor é a pregação do evangelho. Ele é o
embaixador de Cristo, transformado pela experiência de reconciliação com Deus,
5
BIBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Vida, 2000.
Efésios 4,11-13.
A partir desta citação todas as referências bíblicas serão desta Bíblia.
6
Citado em CRABTREE, Asa Routh. A doutrina do ministério. Rio de Janeiro: Juerp, 1981. p.44.
7
Mateus 28.
preparado pelo conhecimento pessoal do amor divino para rogar aos pecadores que
se reconciliem com Deus.
Em outra análise, Eugene Peterson comenta algumas tarefas pastorais
segundo a Palavra de Deus. Em sua introdução afirma dois aspectos importantes no
ministério que não podem ser desprezados sob pena de se arruinar o bom
pastorado: Apresentar a palavra eterna e a vontade de Deus; e cumprir essa
apresentação no meio do verdadeiro lugar onde o pastor vive e onde as pessoas
que com ele convivem.
Adquirir conhecimento não é a principal tarefa do pastor, mas a assimilação
da antiga sabedoria, pautada na palavra de Deus que é transmitida e é acessível
através da Bíblia e de tantos comentários que facilitam o trabalho pastoral. O pastor
deve ser apto a dar “conselhos para vidas íntegras e de valor dentro do contexto da
criação de Deus e em resposta a redenção de Cristo. Esta é a tarefa dos pastores.” 8
Apesar dos tempos serem diferentes e de cada geração de pastores terem
suas características de acordo com a época e o que rege o momento, não se pode
esquecer dos fundamentos. Aqueles que buscam nas Escrituras as pedras para
construírem suas bases atendem as necessidades mais facilmente, além de
aproveitar o que já foi ensinado segundo anos de tradição e estudo da Palavra de
Deus.
O ministério deve ser moldado de acordo com a Bíblia e não em achar
justificativa bíblica para o que se faz no púlpito. Um dos cenários bíblicos que se
pode citar é a da adoração comunitária. O trabalho pastoral precisa acontecer nesse
pano de fundo e não carrega uma identidade nele mesmo, mas é uma construção
8
PETERSON, Eugene H. O pastor que Deus usa: o trabalho pastoral segundo a palavra de Deus.
Rio de Janeiro: Textus, 2003. p.22.
durante o culto. Aliás, ele acontece entre um domingo e outro, entre os limites da
criação e da ressurreição, entre Gênesis e Apocalipse.
Analisando o exemplo de Jesus 9, a tarefa do pastor não é somente enviar
aqueles que o “seguem”, mas acompanhá-los. O pastorado começa no púlpito e não
termina ali, continua no quarto do hospital, no gabinete e nas salas de reuniões.
Em Cântico dos Cânticos pode se encontrar a primeira tarefa pastoral como
nos ensina Peterson.
10
A sexualidade está diretamente ligada à oração, segundo
ele, pois ambos lidam com a intimidade. Por isso a tarefa do pastor é ajudar as
pessoas a terem relacionamentos de forma que venham a descobrir a vontade e o
amor de Deus no centro de cada encontro.
É preciso que se apresente a Salvação às pessoas, pois a partir dela são
capazes de receber mandamentos que as levam a relacionamentos vivos, completos
e saudáveis com Deus e com outras pessoas. Isto pode ser verificado nas palavras
de Jesus. 11
A importância que se dá ao Cântico dos Cânticos é devido ao resgate do
amor que salva e a existência da intimidade que há através desse amor. Assim é a
oração, algo que denota a intimidade através das palavras utilizadas ou a falta dela.
Aí está a responsabilidade do pastor, permitir que o trabalho na igreja continue e
cresça sem permitir que a intimidade diminua. O alvo do trabalho pastoral deve ser a
intimidade e ela deve acontecer sob a forma de conversas pessoais. A vida para ter
significado tem de ser compartilhada - a intimidade é pré-requisito disto.
9
Mateus 28,20.
PETERSON, Eugene H. O pastor que Deus usa: o trabalho pastoral segundo a palavra de Deus.
Rio de Janeiro: Textus, 2003. p.37-92. Trata-se do primeiro capitulo do livro que tem como
titulo A tarefa pastoral de dirigir a oração: Cântico dos Cânticos.
11
Mateus 22,37.
10
Através da conversa o pastor começa a conhecer as dificuldades e os
problemas das pessoas da sua comunidade podendo assim orar com elas e orientálas a terem uma vida de oração. Gregory Frizzell nos ensina que
A oração é o cerne de um relacionamento de sucesso com
Deus. De fato, a oração é crucial em todas as áreas da vida de
um crente. Para ilustrar este ponto, considere as seguintes
perguntas: como você recebeu a Cristo como seu Salvador?
Como você tem-se submetido a Cristo e permitido que Ele viva
através de você? Como você está crescendo como cristão?
Como você vence a tentação e a fraqueza? Como você resiste
a Satanás e com se engaja de forma eficaz na batalha
espiritual? Como você confessa seus pecados? Como você se
enche do espírito santo? Como você obtém a direção e
sabedoria de Deus? Como você experimenta o poder para
servir a Deus eficazmente? A resposta para cada uma dessas
12
perguntas é oração!
Ensinar sua comunidade a orar precisa ser algo que o pastor tem leve em
consideração. Só com uma vida de oração, com um relacionamento saudável e
íntimo com Deus, o membro pode experimentar mudanças em sua vida. Segundo
Caemmerer, “o pastor tem que treinar a igreja a saber e a sentir o que é adoração. 13
Envolver-se no sofrimento é uma outra tarefa do pastor. A tentativa de ter
palavras em momentos difíceis é algo tentador, mas isso não é o que se espera.
Lamentações é o livro adequado para servir de base para esta tarefa, pois é a
“cerimônia fúnebre no enterro da cidade morta.” 14
A terceira tarefa pastoral é a de criar histórias. O livro de Rute ajuda muito
nesse contexto, por ser uma história. O pastor encontra nos contos uma ferramenta
para se aproximar as pessoas que vivem na periferia e se sentem excluídas da
12
FRIZZELL,Gregory R. Como desenvolver uma vida poderosa de oração. Associação Religiosa
Imprensa da Fé: São Paulo, 2005. p.8.
13
CAEMMERER, Richard. Feeding and leading. Misouri: Concordia publishing house, 1962. p.22.
14
PETERSON, Eugene H. O pastor que Deus usa: o trabalho pastoral segundo a palavra de Deus.
Rio de Janeiro: Textus. 2003. p.141.
história da Salvação. O conto é a forma que o pastor utiliza para narrar a história da
Salvação.
O pastor precisa aprender a ser um contador de historias do Evangelho, a
partir dos detalhes de um problema em particular da vida das pessoas na sua
comunidade. 15
Quando o pastor encontra alguém em dificuldades, sua primeira obrigação é
penetrar na dor e compartilhar o sofrimento. Mais tarde é afastar as ruínas e deixar
os fundamentos históricos, pois todo sofrimento é causado por alguma coisa. Como
no livro de Lamentações é encontrado um evento histórico e não uma situação
cósmica, pode-se “observar que a poesia de Lamentações revolve constantemente a
história e é útil ao pastorado”. 16
Uma outra tarefa pastoral é a de dizer não. Em um contexto onde se
“vendem” promessas, respostas e milagres, o desafio do pastor é recusar-se a dar
aquilo que a maioria das pessoas acredita ser sua obrigação dar, receber o que
querem. O verdadeiro chamado proíbe o pastor de se lançar no mercado de
promessas e milagres.
Eclesiastes não foi diferente, a sabedoria fria deste livro é uma voz pastoral
indispensável, embora não seja popular. Sua função é afastar aquilo que fora
tomado como religião para que possamos ser livres para ouvir a palavra de Deus.17
Edificar a comunidade. Baseado no livro de Ester encontra-se a terceira tarefa
pastoral citada por Peterson. O pastor não pode ser capelão de apenas alguns
15
PETERSON, Eugene H. O pastor que Deus usa: o trabalho pastoral segundo a palavra de Deus.
Rio de Janeiro: Textus, 2003. p.93-138. Trata-se do terceiro capitulo que tem como titulo A
tarefa pastoral de criar histórias: Rute.
16
Idem. p.155.
17
Ibid. p.181-228. Trata-se do quarto capítulo que tem como título A tarefa pastoral de dizer não:
Eclesiastes.
indivíduos, nem preletor que só dirige as multidões, ele é colocado na comunidade
para edificá-la. 18
18
PETERSON, Eugene H. O pastor que Deus usa: o trabalho pastoral segundo a palavra de Deus.
Rio de Janeiro: Textus, 2003. p.229-285. Trata-se do quinto capítulo que tem como título A
tarefa pastoral de edificar a comunidade: Ester.
3
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO MINÍSTRO
Mesmo com o chamado e o vocacionamento de Deus, os pastores têm
problemas. O ministério de pessoas íntegras tem suas dificuldades pois apesar do
pastor ser separado por Deus ele é homem, é humano, tem suas limitações e
dificuldades pessoais. Além disso, o ministério pastoral se realiza na terra e não no
céu.
Numa conceituação positiva da palavra “problema” observa-se que é a prova
da capacidade de realização das atividades.
Quando se tem um caráter irrepreensível, enfrentar um problema torna-se
fácil. Mas, muitas vezes o próprio pastor é o seu maior problema por ter dificuldades
ligadas ao próprio caráter, à sua personalidade.
3.1
NO ÂMBITO FAMILIAR
Devido aos muitos compromissos que o ministério exige do pastor, ele fica
sem tempo para a família. A qualquer hora do dia ou da noite sua presença é
solicitada em algum lugar. Isso pode gerar conflitos em sua casa. A falta do pai em
casa é algo que pode trazer muitas dificuldades ao ministro. A criação dos filhos
pode ficar comprometida, o exemplo de fé e amor, prejudicados.
No capítulo intitulado “ovelhas sem pastor”, Nancy relata uma de suas
conversas com as esposas de pastor:
Meu marido tem tempo para todas as ovelhas, mas quando
preciso dele, ele alega inúmeras razões que lhe impedem de
me atender, e acabo ficando sem ajuda. Mas se naquele exato
momento chega alguém pedindo auxílio, ou apenas solicitando
seu tempo para uma conversa, ele atende sem contraargumentar nada, e aí é que eu fico sem entender. 19
Ele deve sempre estar à disposição da igreja. A intensificação do seu trabalho
é nos finais de semana, isto pode sobrecarregar a família, num ministério para o
qual eles “não foram chamados”. Ir para igreja pode ser um fardo para os filhos, pois
pensam que ela é o motivo para não ter a presença do pai em casa ou em
momentos que seria importante ele estar. Muitos pastores não acompanham o
desenvolvimento de seus filhos na escola e nas atividades extracurriculares por falta
de tempo para tal. Isso gera uma frustração nos filhos e na família por
conseqüência.
Por outro lado, as pessoas que trabalham em empresas e seus próprios
negócios podem ter o final de semana para passar com a família fortalecendo os
seus laços. É necessário se organizar para não se deixar cometer erros como esse
pois a falta de tempo para um relacionamento saudável pode ser fatal as famílias em
geral, e em se tratando do pastor, para seu ministério ou para a família.
Em sua obra, Grudem exorta:
Deus cuida do laço que une pais e filhos, e seus servos
precisam compartilhar esse compromisso com o Senhor. A
recuperação da paternidade na igreja, no lar e na sociedade
não deve ser outorgada apenas aos cientistas sociais ou ao Dr.
James Dobson, antes tem de ser central no planejamento
estratégico da igreja uma vez que esta dá testemunho do Pai,
do Filho e do Espírito Santo. 20
19
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de pastor.
São Paulo: Vida, 1995. p.29.
20
GRUDEM, Wayne. Famílias fortes, igrejas fortes: os desafios do aconselhamento familiar. São
Paulo: Vida, 2005. p.137.
Se a igreja precisa observar e colocar isso no seu planejamento estratégico,
muito mais a família pastoral que é sempre alvo de observação e se o ministro não
tem autoridade sobre seu lar, não terá sobre a igreja.
Nota-se que muitas atribuições ficam sobre o pastor, mas quando Deus o
chama, ele deve entender que Ele o capacita e coloca pessoas para lhe auxiliar. O
que acontece em alguns casos é do pastor se achar auto-suficiente e não pede
ajuda em momentos decisivos. Em alguns casos, o pastor não atenta para esses
detalhes corre-se o risco da esposa e os filhos não compreenderem, então algo
pode ser prejudicado.
O conflito na família pode levá-los a se afastarem do ministério, da igreja e de
Deus, ou o ministro abrir mão do seu ministério para salvar seu casamento e sua
família.
Outro ponto que pode ser abordado é a distância do discurso do pastor com a
sua prática. No púlpito e no gabinete, exortações e palavras sobre comportamentos
e santidade, mas ninguém melhor que sua família para conhecer os “dois lados da
moeda”. Se em casa o pastor tem um comportamento e fora dela tem outro, isto fica
notório e a ministro pode ter problemas em sua casa e em seu ministério por em
decorrência disto. Com sua autoridade abalada perante os filhos, a possibilidade de
isto atingir seu ministério é enorme.
Para esta distância ser quebrada, é preciso ter caráter, o caráter de Deus. Por
isso, a vida devocional deve ser mantida com rigor.
Por se falar em devoção, Hedley afirma:
Comprometermos-nos totalmente com nosso Deus, não
pedindo recompensa e não pensando nisto, serví-lo porque
somos seus servos: isto é tarefa de cada cristão, e isso é a
marca do caráter de todo ministro cristão. Como nos manter no
caráter? Somente pela devoção das nossas vidas inteiras ao
nosso Deus eternal, somente nos entregando totalmente ao
preenchimento de Sua vontade em nós. 21
O problema é que, para alguns pastores, as pressões são tantas e sua
agenda tem tantos compromissos que o progresso espiritual não acontece como
deveria acontecer. É preciso que o pastor diga à igreja que ele precisa de um tempo.
É necessário reorganizar sua agenda para colocar momentos com sua família como
compromissos e um tempo diário de devoção.
Quanto a essa devoção, George Hedley afirma traz um consolo:
Se nós não estamos progredindo ou avançando com nossos
corações em devoção, como nós desejaríamos não nos
deixemos atribular, vivamos em paz e deixemos a tranqüilidade
22
sempre reinar em nossos corações.
Seguindo este conselho de Hedley, é possível reestruturar a paz de Cristo
preencher os corações dedicando-lhe tempo para se obter dele a direção a tomar.
3.2
NO ÂMBITO ECLESIÁSTICO
Um dos motivos desses problemas é devido ao fato da igreja ser constituída
de pessoas. Ainda que salvas, têm seus temperamentos, suas personalidades, suas
culturas e seus hábitos que podem trazer dificuldades ao trabalho pastoral.
A igreja atua e o ministério se realiza num mundo hostil que jaz no maligno,
que procura criar todo embaraço ao pastor e à comunidade em sua missão na
sociedade humana.
21
22
HEDLEY, George. The minister behind the scenes. New York: Macmillan, 1956. p.141.
HEDLEY, George. The minister behind the scenes. New York: Macmillan, 1956. p.134.
Pastorear envolve lidar com as mais adversas situações que exigem atenção
e cuidado. Jesus preveniu quanto aos problemas no pastorado de sua pequena
igreja de 12 membros: “no mundo tereis aflições, mas tendes bom ânimo” 23.
O pastor não é um super nem sub homem. É homem de verdade e da
verdade. É uma pessoa com um chamado incomum e habilitada para servir ao
Senhor servindo ao Seu povo. É a pessoa por cuja instrumentalidade Deus habilita a
igreja a crescer e a cumprir sua missão no mundo. Pessoa diferente que faz a
diferença na especificidade de sua chamada, na excelência de seu trabalho e
compromisso diuturno com o povo de Deus.
Isto posto, relata-se algumas das maiores dificuldades no ministério pastoral.
Em muitos casos o esfriamento espiritual e o cansaço levam à preguiça e à
indiferença para realizar a obra do Senhor. O cansaço físico e emocional das
reuniões e pregações em série, sem um tempo para descanso, para a família, pode
esgotar o pastor.
Existe a tendência de “bajular” homens. Para alguns pastores melhor é vê-los
ir para o inferno a importuná-los com sua mensagem, e melhor é enfrentar o
desprazer de Deus a má vontade dos homens. A preocupação com a imagem é algo
muito importante, mas deve-se ter o cuidado de não colocar isso a frente da
mensagem do evangelho.
Em meio à crise financeira que se vive o medo de perder as rendas e criar
problemas para a família pastoral faz com que o pastor não se posicione em
determinados assuntos que precisariam de uma postura mais rígida ou
determinante. Colocar pessoas contra si nestas situações não seria uma boa idéia,
preferindo fazer a “política” de estar bem com todos ao invés de resolver o problema.
23
João 16,33.
Pelo mesmo motivo já citado ou por falta de coragem, o pastor não fala
francamente com as pessoas sobre o que precisariam ouvir, e então ele diz aquilo
que elas querem ouvir. Mas em muitos casos falta-lhes a vergonha ao cometer atos
vergonhosos.
Por preguiça de se preparar ou por falta de recursos, muitos pastores
desmoronam um ministério ou uma igreja. A incompetência e a inaptidão na
administração dos elementos para a obra têm contribuído para alguns casos de
endividamento e fechamento de portas de igrejas ou instituições. Isto, além do
prejuízo financeiro, provoca também o prejuízo moral que fica sobre a igreja e o
ministério pastoral.
Caso o pastor não tenha aptidão para negociar, cuidar das finanças ou em
realizar projetos, ele precisa de assessores para que tudo seja bem feito. Estes
fatores são apresentados por Baxter como sendo as dificuldades do ministro. 24
Uma outra dificuldade que pode ser considerada pelo pastor é perder tempo
investindo naqueles que não querem crescer. Escolher as pessoas erradas pode
gastar tempo, dinheiro e não ajudará no ministério.
Em sua obra, Drescher se lamenta disso:
Boa parte do meu ministério tem sido consagrado a pessoas
que não querem crescer, ministrar, ou ser assistidas. Penso
que eu teria avançado muito mais, se tivesse incentivado
aqueles que tinham interesse em crescer e servir, dando-lhes
então oportunidades de compartilhar o que Deus estava
fazendo em suas vidas... Tais pessoas precisam de umas
palavras de encorajamento para fazer provavelmente mais pela
renovação da vida espiritual do que muitos e muitos sermões.25
24
BAXTER, Richard. O pastor aprovado. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996.
p.146.
25
DRESCHER, John M. Se eu começasse meu ministério de novo. Campinas: Cristã Unida, 1997.
p.56.
Algo que deve ser lembrado pelos pastores é que as dificuldades sempre
existirão, pois como já citado, o ministério atua na igreja que é composta por
pessoas e que estão na terra. Não são perfeitas assim como o pastor também não o
é. Entretanto, foi o Senhor que os chamou e Ele os têm capacitado. Por isso com a
sabedoria divina e ajuda humana, o ministério pode ser realizado com aquilo que
Deus realizará em seus corações.
4
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS FAMILIARES
As dificuldades enfrentadas pelos familiares são, em muitos casos, relativas
aos comportamentos dos membros da igreja. Muitas vezes o que acontece na
família em relação à igreja é a falta de limites da por parte dela.
Segundo pesquisa feita concluiu-se que as dificuldades enfrentadas pela
família em relação à igreja são a falta de privacidade e o exemplo que a ela exige
que os familiares sejam em todos os momentos.
A primeira dificuldade citada exige da família uma tolerância por perder sua
privacidade, seu espaço para ter um momento em família que tanto precisa.
Muitas igrejas não têm a consciência de que o pastor além de “funcionário” a
disposição da contratante, também necessita ter seus momentos em família a sós.
Algumas casas pastorais oferecidas são no próprio terreno da igreja - para
economizar - permitindo, assim, o acesso dos membros que se sentem no direito de
freqüentá-la como se fosse sua própria casa. Essas economias trazem prejuízos
enormes à família pastoral.
Como relata Nancy Dusilek:
Muitas esposas de pastores ficam desconsoladas por não
poderem ter um momento sequer de privacidade em seus
lares. A família é exposta à presença de outras pessoas 24
horas por dia. É um entra e sai diário, o que impede até a
família de tratar de seus problemas particulares e íntimos, pois
há sempre gente estranha por perto. Quando a casa pastoral
fica ao lado do templo, a situação é pior ainda. 26
Ao mesmo tempo em que elas estão entrando e saindo, pode ser que
também queiram opinar ou sugerir como devem ser a casa pastoral. Os móveis, a
26
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de pastor.
São Paulo: Vida, 1995. p.78.
cor da parede, os azulejos, o piso, etc. Pessoas que não morarão na casa, opinam
em como construí-la, o que colocar dentro e do jeito mais econômico possível.
Há casos que a há uma preocupação com isso e nas “comissões de
administração ou patrimônio” há membros que são profissionais qualificados.
Pensam em como fazer de maneira correta e bela. Afinal “a casa pastoral é o cartão
de visitas da igreja, e a maneira silenciosa de a igreja dizer o quanto o pastor e sua
família são considerados ou não pelos seus membros.” 27
Bela ou não, a casa pastoral deve ser um centro de visitas, mas não uma
extensão da igreja. Os limites, de fora para dentro e de dentro para fora, de sua casa
devem ser colocados pelo casal. A família pastoral precisa ter um ambiente
favorável e agradável - não isolado do mundo e da igreja – mas com sua
privacidade.
É importante que não somente a família tenha seu ambiente, mas também o
casal sua privacidade e os filhos seu espaço para ter seus momentos sozinhos, ou
seja, cada indivíduo.
Há igrejas que os membros vão à casa pastoral aguardar uma consulta
medica; o inicio das programações da igreja; os filhos saírem da escola; etc. Quando
a família pastoral precisa de uma ajudante para as tarefas domésticas, recomendase não contratar alguém da igreja, pois ela, em muitos casos, não saberá manter
uma relação saudável com a família caso haja algum problema. Ressalta-se a
importância do sigilo de pequenos problemas que a família tem e que são naturais,
mas que podem - se mal contadas - denegrir a imagem do pastor e de sua família.
27
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de pastor. São
Paulo: Vida, 1995. p.79.
A segunda dificuldade relatada na pesquisa é em relação ao exemplo que a
família pastoral tem de ser.
No capitulo “Os filhos da mulher sem nome - I” lê-se: Educar filhos é uma
tarefa complicada para qualquer casal, e muito mais para o pastor e sua esposa, já
que sua família vive numa vitrine sendo constantemente observada. 28
Para os filhos de pastor é difícil entender qual é o privilegio que é ser da
família pastoral. A principio só se enxerga o lado negativo disso como, por exemplo,
ser observado o tempo todo. Isto é algo que incomoda aos que não podem viver
“livremente”.
Correr, soltar pipa, andar de bicicleta, patins, brincar, em tudo são criticados,
pois têm de dar o melhor exemplo.
Os filhos do pastor são tema ideal para comentários, criticas e
invasão de privacidade por parte de alguns membros da igreja.
Olham-nos como se eles fossem do outro mundo, cobrando de
uma criança ou de um adolescente um comportamento de
adulto. A idéia, em geral, é que todas as crianças da igreja têm
direito de correr, brigar, competir, ter amigos especiais, não
querer ia à Escola Dominical, dormir no culto, mascar chicletes
ou chupar balas enquanto o pastor prega o seu sermão, mas
os filhos do pastor... esses não podem nada disso, porque são
29
“filhos do pastor”.
É preciso entender que a família pastoral é como outra qualquer, ou seja, tem
problemas, gosta de sair e precisa de momentos para si. Seus filhos são tão
crianças, adolescentes e jovens como os filhos dos outros. Não há motivos para
haver uma diferenciação dos filhos do pastor das outras crianças da igreja. São
todas do mesmo jeito, recebem as mesmas influencias, têm suas alegrias e suas
28
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de pastor. São
Paulo: Vida, 1995. p.48.
29
.Idem. p.48.
dificuldades, umas são mais obedientes por sua própria natureza, outras menos,
mas com outras qualidades, e como escreve Dusilek:
Criança é criança em qualquer lugar do mundo, não importa
que sejam os pais, e adolescente é sempre adolescente com
suas crises e fases de altos e baixos. Não há privilégios ou
obrigações estabelecidas apenas por se nascer na casa do
pastor. Se alguns comportamentos citados acima não é
conveniente, nem aprovado para os filhos do pastor, também
não o é para as demais crianças especialmente para as de
lares cristãos. 30
É de responsabilidade dos pais imporem os limites dos membros da igreja em
relação a sua casa e aos seus filhos, defendendo-os quando alguém cobrar deles
uma atitude diferente por ser filho de pastor.
Os membros das igrejas precisam perceber que sua função no ministério
pastoral é a de auxílio. Deus coloca o pastor na igreja para ser quem os guia e os
membros fazem parte disto. A cada um é dado um dom e, como já citado, sua tarefa
é desenvolvê-lo para a edificação do corpo de Cristo.
Por outro lado existem pais que ao perceberem o quão pesado é o fardo do
nome “filho de pastor”, não educam seus filhos, permitindo que façam todas as
coisas. Limites, essa é uma das chaves de se criar bons cidadãos.
London cita em sua obra: “É no lar que nosso verdadeiro sucesso ou fracasso
será medido. O lar é a principal arena na qual temos que ser bem-sucedidos se
quisermos ser bem-sucedidos em qualquer outra.” 31
A educação de seus filhos e o estabelecimento de limites também é tarefa
dos pais. Não se deve ensinar para a criança que seus comportamentos devem ser
diferentes pelo fato de serem cristãos ou por serem filhos de pastores.
30
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de pastor. São
Paulo: Vida, 1995. p.51.
31
LONDON, Jr. H. B. Despertando para um grande ministério: um livro de pastor para pastor.
São Paulo: Mundo Cristão, 1996. p.241.
Interessante observar que, se bem aproveitada, a primeira dificuldade pode
se transformar em ajuda para os pais. Segundo Allan Petersen é necessário que os
filhos tenham amizade com adultos e em casa isso pode ser de grande valia. Em
suas palavras:
Você não precisa transformar a sua casa em uma pensão, mas
faça dela um ponto em que frequentemente haja hospedes
para uma refeição. E, embora pareça mais fácil, nem sempre
separe seus filhos dos adultos, para comer. O risco do tapete
da sala de jantar é menor comparado com o beneficio que e os
seus filhos receberão por ter amigos adultos. 32
Sua primeira preocupação deve ser a de apresentar-lhes Cristo, afim de que
tomem a decisão de segui-lo para o resto de suas vidas. Mas não só apresentá-lo,
mas vivê-lo. Muitos pais têm a dificuldade de apresentar a Cristo para seus filhos,
por não saber como viver com Ele.
Mas ensina Nancy novamente:
Os pais são os missionários que falam aos filhos sobre Jesus e
sua salvação. Mesmo que mais tarde eles se recusem a
permanecer nos caminhos do Senhor, sua tarefa terá sido
cumprida. Eles é que terão de prestar contas a Deus,
33
individualmente.
O problema é que em muitos casos, ao invés de ajudar os filhos a
compreenderem Deus e os problemas que a família pastoral enfrenta, a cobrança
por atitudes, citada como sendo por parte dos membros, começa dentro da casa
pastoral. Os pais exigem posturas que eles ainda não podem oferecer ou
simplesmente se recusam como uma forma de defesa, rebeldia.
32
PETERSEN, J. Allan. Como eliminar o stress na família; como agir em tempos de crise. Rio
de Janeiro: Juerp, 1981. p.50.
33
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de pastor. São
Paulo: Vida, 1995. p.51.
Falando em rebeldia, Nancy comenta:
Temos que considerar o fato de haver pastores, e em muitos
casos, apoiados pelas esposas, que fazem cobranças pesadas
sobre os filhos, cobranças essas que muitas vezes resultam
em sérios desentendimentos entre estes e aqueles. Os pais
querem que os filhos sejam os melhores conhecedores de
Bíblia entre os jovens da igreja; querem que eles sejam
músicos exímios, e um modelo impecável de comportamento.
Os rapazes devem ser uns mini-pastores, e as moças umas
mini-esposas de pastor. 34
Em primeiro lugar, antes da cobrança por atitude, é preciso falar para eles o
porquê de ser cristão e da alegria que sentem em sê-lo. Alguns filhos de pastor
estão fora da igreja por não entenderem e experimentarem o Deus de seus pais ou,
em alguns casos, de seu pai, pois nem mesmo a esposa consegue compreendê-lo.
Outro serio problema que muitos casais enfrentam é quando
um ou mais filhos, na fase de adolescência ou juventude, saem
da igreja. Desviam-se dos caminhos do Senhor, e assumem
comportamentos que entristecem os pais. Sobre este assunto
há muito o que dizer, mas vou tentar simplificar. Muito antes
que esse problema aconteça, a atitude correta dos pais é
aproveitar a fase em que os filhos são pequenos para dar-lhes
ensinamentos sólidos, enraizados na Palavra de Deus, mas
sem cobranças do tipo “faça isto, ou não faça isto... pois você é
filho de pastor...” etc. Ter a consciência do dever cumprido nos
traz muita paz com relação ao nosso papel de educadores. 35
Tão importante para o pastor é ganhar almas para Cristo e cumprir o Ide de
Cristo. O problema é que às vezes ele perde sua família pela falta de atenção
devida. Não dar exemplo, apoiar cobranças injustas e não ensiná-los no caminho,
pode ser prejudicial e trazer frutos bem amargos para o pastor e sua esposa.
H. B. London Jr. relata uma história de um casal que faz de sua casa um
santuário e conclui a história dizendo que “eles têm aprendido por experiência
34
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de pastor. São
Paulo: Vida, 1995. p.53.
35
Idem. p.57.
própria que nem o casamento nem o ministério florescem muito quando ambos são
rivais.” 36
O mesmo acontece na família. Se ambos são rivais, não florescem. Corre-se
o risco de ter que escolher um para manter. A melhor solução será fazer com que os
dois sejam cooperadores, um dependente do outro e servindo de apoio. Se isto não
acontece, pode-se chegar ao final do ministério com o triste relato um evangelista
norte americano:
Por anos a fio, viajei através do pais, trabalhando para ganhar
as almas dos filhos dos outros homens. E os meus, deixei-os
entregues a própria sorte, e talvez tenham ido para o inferno.
Que sirva, porém, tal afirmação como advertência aos pastores
37
que tem filhos.
O que se espera com este estudo, é ouvir dos pastores no final dos
ministérios as palavras de Wayne Grudem:
O ministério foi uma jornada turbulenta e fabulosa. Sou um
homem feliz no casamento. Meus quatro filhos, já adultos,
amam o Senhor, e meus 18 netos estão nesse processo.
Tenho uma esposa adorável a quem amo de todo o coração.
Meus filhos me amam, e eu também os amo. A conclusão é
que nosso casamento e nossa família cresceram em meio ao
ministério. 38
36
LONDON, Jr. H. B. Despertando para um grande ministério: um livro de pastor para pastor.
São Paulo: Mundo Cristão, 1996. p.145.
37
WILDER, John B. O jovem pastor. Rio de Janeiro: Juerp, 1981. p.79.
38
GRUDEM, Wayne. Famílias fortes, igrejas fortes: os desafios do aconselhamento familiar. São
Paulo: Vida, 2005. p.31.
5
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Existem alguns manuais no mercado sobre técnicas de liderança. O que se
procura neste estudo é dar algumas ferramentas e recomendações no âmbito
eclesiástico e de compromisso com o Senhor, ao invés de dar soluções
administrativas e empresariais.
5.1
AO PASTOR
Em primeiro lugar, é importante observar que qualidades pessoais são ajuda
para o ministério pastoral. Falar bem, administrar, mas isso se aprende. O que
determina a vida e consequentemente o ministério pastoral é o caráter do pastor.
Este é um dos segredos do êxito pastoral.
Todos os crentes são chamados a uma vida comprometida, mas o pastor há
de ser o modelo deles. Timóteo adverte: “ninguém despreze o fato de ser jovem mas
seja o exemplo dos fiéis.” 39
Segue uma lista de algumas características que se acredita ser necessário
que o pastor tenha: pureza, ser irrepreensível, fidelidade, ter credibilidade,
honestidade, veracidade, humildade, reconhecer suas limitações, reconhecer o valor
dos outros, admitir o erro, ter senso de humor - algo importante para pessoas da
comunicação, otimismo, ver o melhor nas pessoas e nas coisas, paciência, resistir e
manter-se firme diante das adversidades, longanimidade, manter-se firme diante das
pessoas adversas, ser consagrado ao Senhor, ter compromisso com a igreja de
39
Timóteo 4,12
Cristo, disposição de vencer os seus temores, cuidado para não mudar a
mensagem, dizer a mensagem correta, não ter medo de fracassar e ser
empreendedor para o reino de Deus. Em resumo, diante de tantas características o
pastor pode ser comparado a um soldado sempre pronto para a batalha.
Com auxilio de autores importantes, alguns pontos são desenvolvidos para
ajudar o pastor em momentos de crise. Citando Richard Baxter, que começa a sua
obra alertando-os no aspecto de sua vida pessoal, diz que ela deve ser
“...constantemente submetida ao escrutínio das Escrituras. À luz das Escrituras
Sagradas, aquele que foi chamado a tão elevada vocação deve aspirar à santidade
e pureza de vida.” 40
O cuidado com a vida espiritual tem de ser uma prioridade na vida do pastor.
O ministério é um reflexo daquilo que o pastor é. Além dele ser correto, honesto,
santo, ele deve aparentar ser. Sua imagem é algo tão importante no ministério que
só o fato da desconfiança de uma acusação contra sua moral ou integridade pode
levá-lo a ruína.
Quanto a isto, Viertel nos diz que o pastor é, “nos olhos do povo, o
representante número um da igreja e de Cristo na comunidade. Ele precisa se cuidar
em relação às coisas que ele faz, as palavras que diz e aos lugares que ele vai.” 41
Convém ao pastor olhar por si mesmo porque há muitos olhos fixos nele.
Muitos assistirão a sua queda. Muitos caem sem alguém saber que caíram, mas
aqueles que estão numa posição de destaque são vulneráveis aos que desejam
sempre usar o pior lado da situação. E péssimo deve ser para um ministro,
40
BAXTER, Richard. O pastor aprovado. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996.
p.18.
41
VIERTEL, Weldon E. Pastoral ministry; the pastor’s personal life and duties. El Paso, Texas:
Carib Baptist Publications, 1971. p.64.
vocacionado por Deus, ouvir e ver homens apontando-o e relatando seus pecados
cometidos para quem quer seja.
A tarefa pastoral é, entre outras, livrar os outros e a si mesmo da tentação,
dominar o diabo e destruir seu reino, edificar o reino de Deus e ajudar as pessoas a
alcançar a glória eterna. Cabe ao pastor ter um conhecimento profundo das
Escrituras para poder ensinar a sua comunidade não somente o teórico, mas a
colocá-los em prática. Pregar o que vive ou viver o que prega é algo fundamental na
vida do pastor, pois ele é vigiado em todos os seus passos por alguém.
O pastor deve ter um cuidado enorme com sua vida, pois assim como diz
Baxter,
Portanto, cuidemos de nós mesmos, para não perecermos,
enquanto clamamos a outros que cuidem de si, para não
perecerem! Podemos morrer de fome enquanto preparamos
42
comida para outros.
Prestadores de serviços podem não usufruir do que produzem. Alfaiates
podem vestir trapos e cozinheiros podem ser desnutridos enquanto preparam roupas
e alimentos para outros. Assim também pode ser o pastor que oferece Cristo para os
outros sem ter a noção de quem Ele realmente seja.
Tenha certeza que Cristo já habita em seu coração e que o Espírito Santo
está em sua alma antes de você oferecê-lo a outros.
Outro erro que um pastor pode cometer é o de conviver com aquilo que ele
condena. Viver na prática do pecado é desonrar Àquele a quem serve. Isto é
exortado pelos próprios ministros para que os seus ouvintes não o façam; “você, que
42
BAXTER, Richard. O pastor aprovado. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996.
p.51.
ensina os outros, não ensina a si mesmo?” 43 Aquele que de fato põe sentido naquilo
que fala, certamente age de acordo com o que fala.
Existe a possibilidade de se ganhar almas para Cristo, ter êxito na pregação
do evangelho sem trazer santidade para o próprio coração ou vida. Um fato a ser
observado é que há algo maior a se ganhar ou perder: a salvação! Assim como os
ouvintes, os pastores também têm alma e a sua eternidade será definida não pela
quantidade de vezes que pregou, mas pela decisão por Cristo.
Nunca devem se esquecer daquilo que o livro de Samuel ensina “Honrarei
aqueles que me honram, mas aqueles que me desprezam serão tratados com
desprezo.”
44
Quando os interesses são próprios não há porque aguardar a
aprovação do Senhor. Não se deve deixar que os pecados do “púlpito” dominem o
ministério de pregação da palavra.
O pecado mais odioso, segundo Baxter, é o orgulho. Chega a dizer que o
orgulho é tão patente na vida de alguns pastores que eles quando pregam não
anunciam o reino dos céus e a glória de Deus, mas o progresso de satanás.
45
A
necessidade de humilhar-se deve ser constante na vida do ministro e constitui o
âmago do evangelho.
Dificilmente o pastor consegue ter um ministério abençoado sem ter uma vida
de oração. Deus quer um relacionamento pessoal com seus filhos, por isso a oração
é a forma básica e fundamental para tal relacionamento. Além de orar por si e por
seus familiares o pastor deve gastar tempo intercedendo por aqueles que fazem
43
Romanos 2,21.
I Samuel 2,30.
45
BAXTER, Richard. O pastor aprovado. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996.
p.75.
44
parte do seu rebanho. A exemplo do apóstolo Paulo que, dando seu próprio
exemplo, orava “dia e noite” por seus ouvintes. 46
Em outra citação o apostolo Paulo adverte:
Será inapto para ser pastor se não tiver prazer na santidade,
se não odiar a iniqüidade, se não amar a unidade e pureza da
Igreja, e se não detestar a discórdia e o divisionismo. 47
É necessário ter uma vida de oração por si e pelo rebanho. A intimidade do
pastor com Deus é fundamental, mas deve-se levar em conta também o seu
relacionamento com o próximo.
Em primeiro lugar, dentro de sua própria casa. Isso começa na escolha de
quem dividirá o mesmo teto com ele. Uma escolha errada e seu ministério pode ser
destruído.
Voltando a Viertel em seu comentário:
O ministério de muitos sinceros jovens homens tem sido
arruinado por causa de uma escolha errada de sua
companheira. Se ela não é comprometida com o trabalho do
Senhor e vive uma vida mundana, ela pode destruir sua saúde
mental, espiritual e sua influencia cristã. 48
A esposa do pastor é parte decisiva e importante no ministério. “Este é um
ponto que satanás usa para destruir a família pastoral.”
49
Afinal, com problemas
familiares pouca autoridade o líder terá sobre a igreja.
46
II Timóteo 1,3.
BAXTER, Richard. O pastor aprovado. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996.
p.97.
48
VIERTEL, Weldon E. Pastoral ministry; the pastor’s personal life and duties. El Paso, Texas:
Carib Baptist Publications, 1971. p.61.
49
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de pastor. São
Paulo: Vida, 1995. p.30.
47
5.2 À FAMILIA
Como já demonstrado neste estudo, a família pastoral sofre algumas
cobranças e torna-se, em alguns casos, difícil manter todos firmes no caminho em
que devem seguir. Por isso seguem algumas recomendações e conselhos sobre a
bênção que é ser da família escolhida por Deus.
5.2.1 À Esposa
Um primeiro ponto a ser levantado aqui é a diferença entre ser e estar
esposa de pastor. Ser esposa de pastor é o aceitar, envolver-se, empenhar-se
realizar aquilo com dedicação e esforço. Enquanto que estar esposa de pastor é
totalmente diferente disso não aceitando o ministério, as cobranças e não se
envolvendo nos assuntos da igreja.
Nas palavras de Nancy Dusilek
Entendo que ser esposa de pastor é vestir a camisa da
desafiadora posição que passará a ser ocupada pela mulher
que Deus colocou ao lado de um homem vocacionado. É vestila mental, emocional e espiritualmente. 50
Uma vez esposa de pastor, cabe a mulher administrar sua vida de forma que
não a desperdice em reclamações e frustrações. Dificuldades sempre existirão, mas
o importante é não se entregar ao desânimo. Algumas recomendações são dadas
para que o crescimento seja uma oportunidade e não um fardo. Cursos e terapias
50
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de pastor. São
Paulo: Vida, 1995. p.17.
podem ajudar no processo de crescimento, mas o espiritual é fundamental. Não
importa o quão espiritual o marido seja. O crescimento espiritual é pessoal e
intransferível.
Só com o crescimento espiritual é que muitas dificuldades serão vencidas.
Uma delas é a cobrança. A esposa do pastor é sempre observada e precisa lidar
muito bem com isso. É importante perceber que seu compromisso não é diretamente
com a igreja e sim com Deus e, reconhecendo seus limites, trabalhe usando seus
dons. Ter compromisso com Deus não significa ter a agenda cheia de compromissos
com a igreja. Isso é ativismo e não compromisso. 51
Sabedoria, este deve ser o centro das petições a Deus. Em Provérbios
encontra-se um conselho para isso: “A mulher sábia edifica a sua casa, mas com
suas próprias mãos a insensata derruba a sua.” 52
Permitir que o marido tenha seus momentos a sós; saber a hora de livrá-lo de
uma cilada de satanás; ter a consciência de que não é a número um, mas alguém
que auxilia o ministério do marido; estimulá-lo após eventos bem sucedidos e criticálo em momentos que não o for; cuidar de si, da casa e dos filhos, isto tudo exige que
essa “mulher sem nome” seja aquela enviada por Deus com a sabedoria vinda dele
para que a família e o ministério sejam de acordo com aquilo que Deus espera
dessa família.
5.2.2 Aos Filhos
51
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de pastor. São
Paulo: Vida, 1995. p.40.
52
Provérbios 14,1.
Ouve-se, ou até mesmo fala-se de pessoas reclamando, que não pediram
para nascer nessa ou naquela família. Queixam-se, ou se defendem, afirmando que
não têm culpa de ser filho ou filha de pastor. Frase a princípio verdadeira. Para os
que a usam é, em muitos casos, uma justificativa de atos (geralmente indevidos)
conseqüentes da culpa que não têm e da cobrança que sofrem por serem filhos de
pastor.
Porém, as verdades que podem ser tiradas dessa simples frase são muito
mais profundas. São princípios que, por muitos motivos, foram esquecidos ou
deixados pela sociedade e pelas próprias famílias cristãs, pastorais, fazendo com
que os seus filhos perdessem o real significado do que é estarem inseridos numa
família como a sua.
Esses itens podem ser relembrados, e com a ajuda de Deus fazê-los
novamente reais em suas vidas. Deus os escolheu para serem filhos de quem são –
Ele sabe o que é melhor. Realmente os filhos não têm culpa de nascerem numa
família com tantas responsabilidades e importância. Porém, foi Deus quem os criou
e os capacita no necessário para que cumpram com a responsabilidade a que foram
chamados. Não questionem tudo o que acontece em suas famílias, mas recebam a
orientação de Deus e ajudem no ministério de seus pais, sabendo que essa é a
vontade de Deus para suas vidas. Pode ser observado no livro do profeta Jeremias:
“Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o
designei profeta às nações”. 53
Todas as famílias têm suas características positivas e negativas. Algumas
incomodam mais, são mais transparentes, e nem sempre os filhos sabem lidar com
elas. Outras são motivo de muito orgulho. Certamente sua família tem boas
53
Jeremias 1,5.
características. Descubram quais são elas, analisem-nas. Façam-nas muito maiores
e recompensadoras do que as que são ruins. Orem ao Senhor para que suas futuras
famílias tenham tais aspectos - e outros melhores ainda - próprios de famílias - que
influenciarão positivamente seus filhos. Na primeira carta de Paulo à Timóteo se tem
que “... e seja conhecida por suas boas obras, tais como criar filhos, ser hospitaleira,
lavar os pés dos santos, socorrer os atribulados e dedicar-se a todo tipo de obra.”54
Em Salmos pode-se encontrar outra recomendação para essa situação:
“Aleluia! Como é feliz o homem que teme o Senhor e tem
grande prazer em seus mandamentos! Seus descendentes
serão poderosos na terra, serão uma geração abençoada, de
homens íntegros. Grande riqueza há em sua casa, e a sua
55
justiça dura para sempre”.
Aceitem as correções, orientações e conselhos de seus pais, pois eles os
amam e querem o seu melhor. Muitas são as pessoas que à sua volta estão, e
sentem-se no direito de fazer o mesmo, mas são os seus pais que têm toda
autoridade, responsabilidade e cuidado - confiados diretamente de Deus - sobre
suas vidas. Em meio a tantas pressões e dúvidas, eles querem os ensinar o melhor.
Dêem atenção ao que dizem, ouçam-nos.
Segundo o autor de Hebreus “É para disciplina que perseverais. Deus vos
trata como filhos; pois que filho há que o pai não corrige?”
56
Se o próprio Deus
corrige aos que ama e chama de filhos, quanto mais os pais, àqueles a quem Deus
deu a guarda dos filhos aqui na terra. A mesma instrução, mas esta para os filhos,
encontra-se em Provérbios: “Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o
ensino de tua mãe.” 57
54
I Timóteo 5,10.
Salmo 112,1-3.
56
Hebreus 12,7
57
Provérbios 1,8
55
Tenham sempre em mente que o melhor que seus pais puderem fazer, eles
farão.
Adversidades
sempre
existirão,
tais
como:
dificuldades
financeiras,
responsabilidades sociais, o tempo que é curto, a incapacidade de fazer o
impossível, as dificuldades de lidar com pessoas. Parece que eles, por alguns
momentos, se esqueceram de vocês ou se importam mais com outros, não
correspondendo às suas expectativas. Mas, saibam que eles sempre procuram fazer
o melhor, mesmo que não percebam, pois são muito importantes para eles. São
limitados, humanos, erram, mas tenham certeza que eles os amam e procuram
satisfazer suas necessidades físicas, psicológicas e espirituais.
No evangelho de Lucas é possível ler “E qual o pai dentre vós que, se o filho
lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma
serpente?” 58
Obedeçam e honrem aos seus pais, esse é um dos mandamentos. Cumpramno, obedecendo primeiro ao Pai Celestial. Não os questionem sempre ou
desobedeçam-nos. Se existe a dificuldade em obedecer aos seus pais terrenos,
procurem ajuda de Deus Pai para que os ajude a fazê-lo sinceramente. Se o erro
está verdadeiramente nas ordenanças de seus pais, orem e peçam a Deus que
transforme os corações deles, continuando submissos aos seus responsáveis.
Um mandamento muito importante é encontrado em na carta de Paulo aos
Efésios:
“Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo.
Honra teu pai e tua mãe- este é o primeiro mandamento com
promessa - para que tudo te corra bem e tenhas longa vida
59
sobre a terra.”
58
59
Lucas 11,11.
Efésios 6,1-3.
Se seu pai se encontra em dificuldade ministerial ou pessoal, não dêem mais
motivos para que a luta que ele tem travado piore. Ao contrário, ajudem-no. Vocês
podem e devem. Vocês são os filhos que ele precisa, tanto quanto precisam dele.
Orem constantemente por sua vida, por seu chamado e por suas responsabilidades.
Conversem com suas mães, com seus amigos, com pessoas de confiança e até
mesmo com seus pais, orando a Deus e pedindo sabedoria, discernimento, ajuda,
para que façam o melhor para ajudá-lo.
No livro de Provérbios encontra-se uma sabedoria que diz “Discipline seu
filho, e este lhe dará paz; trará grande prazer à sua alma.” 60
Tenham certeza em seus corações e vidas que o melhor estão fazendo. O
melhor diante de Deus, família e mundo. Que todos, principalmente Deus, possam
dizer o mesmo de vocês. E que Ele exclame “...Este é o meu filho amado, em quem
me agrado”.61
Como já citado, vocês são primeiramente filhos de Deus. Busquem-no,
honrem-no, adorem-no. Ouçam e obedeçam aos seus ensinamentos, sabendo que o
mais Ele fará, cuidará, e os ajudará a fazer naturalmente. Nele tudo é possível, pois
é poderoso e grande - perfeito Pai. Façam a diferença como filhos de Deus e,
consequentemente, diferença como filhos em suas famílias e diante do mundo.
Para marcarem uma geração e serem reconhecidos, é necessário que sigam
as orientações do apostolo Paulo escrevendo aos Filipenses “... para que vos torneis
irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração
pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo.” 62
60
Provérbios 29.17.
Mateus 3.17.
62
Filipenses 2.15.
61
6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAXTER, Richard. O pastor aprovado. São Paulo: Publicações Evangélicas
Selecionadas, 1996. 200p.
BIBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional.
Vida, 2000
São Paulo:
CAEMMERER, Richard. Feeding and leading. Misouri: Concordia Publishing House,
1962. 260p.
CHRISTENSON, Evelyn. O que acontece quando oramos por nossas famílias. São
Paulo: Mundo Cristão, 1999. 245p.
CLARK, Wayne C. The minister looks at himself. Philadelphia, The Judson Press,
1957. 135p.
CRABTREE, Asa Routh. A doutrina do ministério. Rio de Janeiro: Juerp, 1981. 148p.
DRESCHER, John M. Se eu começasse meu ministério de novo. Campinas: Cristã
Unida, 1997.106p.
DUSILEK, Nancy Gonçalves. Mulher sem nome: dilemas e alternativas da esposa de
pastor. São Paulo: Vida, 1995. 96p.
FRIZZELL, Gregory R. Como desenvolver uma vida poderosa de oração.
Associação Religiosa Imprensa da Fé: São Paulo, 2005. 143p.
GRUDEM, Wayne. Famílias fortes, igrejas fortes: os desafios do aconselhamento
familiar. São Paulo: Vida, 2005. 334p.
HEDLEY, George. The minister behind the scenes. New York: Macmillan, 1956.
147p.
LONDON, Jr. H. B. Despertando para um grande ministério: um livro de pastor
para pastor. São Paulo: Mundo Cristão, 1996. 260p.
PETERSEN, J. Allan. Como eliminar o stress na família; como agir em tempos de
crise. Rio de Janeiro: Juerp, 1981. 151p.
PETERSON, Eugene H. O pastor que Deus usa: o trabalho pastoral segundo a
palavra de Deus. Rio de Janeiro: Textus, 2003. 285p.
VIERTEL, Weldon E. Pastoral ministry; the pastor’s personal life and duties. El Paso,
Texas: Carib Baptist Publications, 1971. 120p.
WILDER, John B. O jovem pastor.
Rio
de
Janeiro:
Juerp,
1981. 112p.
ANEXOS
Seguem em anexo as pesquisas de campo realizadas.
RESUMO
Ao analisar a vida de um pastor, têm-se dois lados de uma moeda. Um deles
é aquele que observamos na vida social, no domingo, nos cultos, quase sempre
formal atrás do púlpito, exortando o povo a endireitar seus caminhos e seguir os
mandamentos de Deus e etc. O que me chama a atenção é o outro lado dessa
moeda, o pastor por trás das “câmeras”, sem a sua formalidade, na sua intimidade.
Como seria interessante ver o pastor em um desses “reality shows”.
Essa visão
que poderia ser de sua comunidade, que muitas vezes não sabe dos desafios e
dificuldades enfrentadas por um pastor ao longo da sua caminhada. A visão da
família do pastor, que quase nunca tem identidade própria, é completamente
diferente.
O ensaio se propõe a tentar mostrar esse outro lado da moeda, apresentando
uma visão da família do pastor, que não escolheu ser, mas tem que enfrentar as
cobranças por parte dos membros da comunidade, como o de ser exemplo em
comportamento, ser diferente dos demais, e que em alguns casos leva até ao
afastamento da igreja, de Deus e à desestruturação da família.
Conselhos,
cuidados e exemplos são demonstrados nesse ensaio para que você que está nesse
“barco” tendo ou não a opção de sair enfrente as tempestades das crises sem
perder a fé em Deus e aproveitar a benção que é ser pastor ou “família de pastor”.
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OS LIMITES DO MINISTÉRIO PASTORAL Por Elthom