Boletim Mensal dos Amigos de São Francisco - no 103
Setembro/ 2013
Constituição Dogmática Dei Verbum:
sobre a Revelação Divina
APROVADA EM 18 DE NOVEMBRO DE 1965, A DEI VERBUM ABRIU NOVOS HORIZONTES PARA A LEITURA DA SAGRADA ESCRITURA NA IGREJA. NESTE MÊS, DEDICADO DE MANEIRA ESPECIAL À SAGRADA ESCRITURA, QUEREMOS FAZER MEMÓRIA TAMBÉM
DAS INSPIRAÇÕES DO CONCÍLIO VATICANO II, A PRIMAVERA DA IGREJA.
11. As coisas reveladas por Deus,
contidas e manifestadas na Sagrada
Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo. Com efeito,
a santa mãe Igreja, segundo a fé
apostólica, considera como santos e
canônicos os livros inteiros do Antigo
e do Novo Testamento, com todas as
suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo, têm Deus
por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja. Todavia, para
escrever os livros sagrados, Deus
escolheu e serviu-se de homens na
posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e
por eles, pusessem por escrito, como
verdadeiros autores, tudo aquilo e só
aquilo que Ele queria.
E assim, como tudo quanto afirmam
os autores inspirados ou hagiógrafos
deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve
acreditar que os livros da Escritura
ensinam com certeza, fielmente e sem
erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas Sagradas Letras. Por isso, «toda a Escritura
é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça:
para que o homem de Deus seja perfeito,
experimentado em todas as obras boas»
(Tm 3, 7-17 gr.).
INTERPRETAÇÃO DA SAGRADA
ESCRITURA
12. Como, porém, Deus, na Sagrada
Escritura, falou por meio dos homens e
à maneira humana, o intérprete da Sagrada Escritura, para saber o que Ele
quis comunicar-nos, deve investigar com
atenção o que os hagiógrafos realmente
quiseram significar e que aprouve a Deus
manifestar por meio das suas palavras.
Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem ser tidos também em conta,
entre outras coisas, os «gêneros literários». Com efeito, a verdade é proposta
e expressa de modos diversos, segundo
se trata de gêneros históricos, proféticos,
poéticos ou outros. Importa, além disso,
que o intérprete busque o sentido que o
hagiógrafo, em determinadas circunstâncias, segundo as condições do seu tempo
e da sua cultura, pretendeu exprimir e
de fato exprimiu servindo-se os gêneros
literários então usados. Com efeito, para
entender retamente o que autor sagrado
quis afirmar, deve-se atender convenientemente, quer aos modos nativos
de sentir, dizer ou narrar em uso nos
tempos do hagiógrafo, quer àqueles
que costumavam empregar-se frequentemente nas relações entre os
homens de então.
Mas, como a Sagrada Escritura deve
ser lida e interpretada com o mesmo
espírito com que foi escrita, não menos atenção se deve dar, na investigação do reto sentido dos textos
sagrados, ao contexto e à unidade
de toda a Escritura, tendo em conta
a tradição viva de toda a Igreja e a
analogia da fé. Cabe aos exegetas
trabalhar em harmonia com essas
regras, por entender e expor mais
profundamente o sentido da Escritura, para que, mercê deste estudo, de
algum modo preparatório, amadureça
o juízo da Igreja. Com efeito, tudo
quanto diz respeito à interpretação da
Escritura está sujeito ao juízo último
da Igreja, que tem o divino mandato e
o ministério de guardar e interpretar a
palavra de Deus.
CONDESCENDÊNCIA DE DEUS
13. Portanto, na Sagrada Escritura, salvas sempre a verdade e a santidade de
Deus, manifesta-se a admirável «condescendência» da eterna sabedoria, «para
conhecermos a inefável benignidade de
Deus e com quanta acomodação Ele falou, tomando providência e cuidado da
nossa natureza». As palavras de Deus,
com efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se intimamente semelhantes à linguagem humana, como outrora o
Verbo do eterno Pai se assemelhou aos
homens, tomando a carne da fraqueza
humana.
Boletim Amigos
NATUREZA DA INSPIRAÇÃO E VERDADE DA SAGRADA ESCRITURA
1
Editorial
Boletim Amigos
Ô de casa. Chegamos pedindo licença para entrar. Se você nos perguntar
“quem é?” diremos: “Somos seus Amigos, ligados pela amizade por meio do
carisma surgido na Assis de 800 anos
atrás”.
Em Assis, um jovem, após uma série
de encontros e desencontros, lê um dia
alguns trechos da Sagrada Escritura e,
ao ver como o Senhor enviara seus discípulos pelo mundo exclamou: “É isso
que eu quero, é isso que eu procuro, é
isso que eu desejo fazer de todo o meu
coração”.
O contato com o Evangelho foi decisivo para São Francisco. Era o próprio
Jesus que lhe falava naquele momento,
através daquele texto. Para o Santo,
isso era algo tão forte que, quando quer
citar algum trecho do Evangelho, põe
o verbo no presente: “Diz o Senhor no
Evangelho”. Para ele, o Evangelho é
algo do presente, não do passado.
Estamos no mês da bíblia. A Igreja,
este ano, nos aponta o Evangelho de
Lucas como o livro a ser aprofundado,
refletido e rezado. Lucas é um Evangelho escrito fora do círculo judaico. O
autor não era judeu, não era do grupo
dos Doze e valorizava muito a misericórdia de Deus, a presença das mulheres
discípulas de Jesus, as refeições de
Jesus em contato com as pessoas. Neste mês, valeria a pena criar momentos
para aprofundar mais nesse Evangelho
tão bonito.
Nossa equipe continua pondo o pé na
estrada. Têm sido muito ricas as visitas
aos grupos dos Amigos de São Francisco. Dessa vez, a Cida e o Edivaldo
foram para a Serra da Mantiqueira, para
se encontrarem com o grupo de Santos
Dumont, que se reúne duas vezes por
mês: uma vez no seminário e outra em
suas casas.
Em nossa sessão sobre as casas de
formação, temos a partilha sobre o postulantado, feita pelo Samuel, de Simão
Pereira, próximo a Juiz de Fora.
E, assim, desejamos a vocês uma boa
leitura, um fraterno abraço. Até a próxima, se o Senhor assim nos permitir.
2
Notícias
Assembleia da Formação
Inicial 2013
Assembleia da Formação Inicial da PSC foi realizada entre os dias 15 e 18 de agosto,
no Seminário Seráfico Santo Antônio, em Santos Dumont.
Durante quatro dias, os formandos e formadores das diversas etapas da formação
inicial puderam conviver, rezar juntos, refletir sobre os rumos da formação, além de
participar dos momentos de estudos, esporte e apresentações culturais.
O tema deste ano visou a uma reflexão sobre a própria Assembleia, que chega à sua
segunda década. Nesta oportunidade, foram revistos o Estatuto da Assembleia e o
Regimento da Equipe de Formandos, responsável pela preparação e condução das
diversas atividades.
A equipe de formandos é composta por um representante de cada etapa de formação.
Prestação de Contas (Setembro):
SÃO JOÃO DEL-REI: R$ 250,00 (ELZI MARIA TRINDADE)
BETIM: R$30,00 (GLORIA / RENATA DUARTE)
BELO HORIZONTE: R$5,00 (MARIA RIBEIRO)
BELO HORIZONTE:R$10,00 (MARIA DAS DORES ALVARENGA)
BELO HORIZONTE: R$10,00 (TERESINHA V. F. SANTOS)
BELO HORIZONTE: R$15,00 (MARIA DE FÁTIMA LELLIS)
RIO DE JANEIRO: R$100,00 (LUIZ EDUARDO)
TRÊS CORAÇÕES: R$30,00 (ASSOCIAÇÃO DE SÃO JOSÉ)
BELO HORIZONTE: R$185,00 (MARIA PEREIRA)
BELO HORIZONTE: R$ 150,00 (ZÉLIA MARTINS LANNA, / JULHO)
BELO HORIZONTE: R$125,00 (DJANIRA MARTINS LANNA / AGOSTO)
FORMIGA: R$124,00 (ILDA MARIA OLIVEIRA / AGOSTO)
BETIM: R$ 180,00 (COMUNIDADE SANTA RITA / JÚNIO E JÚLIO)
DOAÇÕES AMIGOS DE SÃO FRANCISCO
EXPEDIENTE
Equipe responsável: Frei Eron Cerrato, ofm;
Frei Oton Júnior, ofm; Frei Junio Luciano de
Carvalho, ofm; Maria Aparecida Braga. Assessoria: Edivaldo Alves Nunes. Diagramação:
Míriam Carla Alves. Revisão: Cibele Silva.
Impressão: Gráfica do Colégio Santo Antônio.
SE VOCÊ, AMIGO, QUISER CONTRIBUIR COM AS
VOCAÇÕES, DEPOSITE NA CONTA DO BANCO DO BRASIL:
CASA DE SANTO ANTÔNIO
AGÊNCIA: 0750-1 / CONTA: 104611-X
Os depósitos feitos no banco não têm identificação. Sendo assim, torna-se impossível colocar nas Prestações de Contas os valores recebidos. Obrigado pela atenção.
Encontro Mensal
Tua Palavra é Luz para o meu Caminho.
Queridos amigos e amigas, chegou setembro, mês dedicado à Palavra do Senhor!
Somos convidados a mergulhar nas páginas da Sagrada Escritura e extrair dela toda
a riqueza e bem que ela pode nos oferecer.
CANTO DE ENTRADA DA BÍBLIA (a Bíblia
passa de mão em mão, e cada um pode
manifestar seu respeito da forma que achar
melhor.)
Toda bíblia é comunicação
De um Deus amor, de um Deus irmão.
É feliz quem crê na revelação,
Quem tem Deus no coração.
Jesus Cristo é a palavra, pura imagem de
Deus Pai. / Ele é vida e verdade, a suprema
caridade.
Os profetas sempre mostram a verdade do
Senhor. / Precisamos ser profetas para o
mundo ser melhor.
Nossa fé se fundamenta na palavra dos
apóstolos. / João, Mateus, Marcos e Lucas
transmitiam essa fé.
Vinde a nós, ó Santo Espírito, venha nos
iluminar. / A palavra que nos salva, nós
queremos conservar.
TEXTO PARA REFLEXÃO (VERBUM DOMINI 11B)
A condescendência de Deus realiza-se, de
modo insuperável, na encarnação do Verbo. A Palavra eterna que se exprime na cri-ação e comunica na história da salvação,
tornou-se em Cristo um homem, «nascido
de mulher» (Gl 4, 4). Aqui a Palavra não se
exprime primariamente num discurso, em
conceitos ou regras; mas vemo-nos colocados diante da própria pessoa de Jesus.
A sua história, única e singular, é a palavra definitiva que Deus diz à humanidade.
Daqui se compreende por que motivo, «no
início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com
um acontecimento, com uma Pessoa que dá
à vida um novo horizonte e, desta forma, o
rumo decisivo». A renovação deste encontro e desta consciência gera no coração dos
fiéis a maravilha pela iniciativa divina, que o
homem, com as suas próprias capacidades
racionais e imaginação, jamais teria podido
conceber. Trata-se de uma novidade humanamente inconcebível: «O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós» (Jo 1, 14a). Essas
expressões não indicam uma figura retórica,
mas uma experiência vivida. Quem a profere é São João, testemunha ocular: «Nós
vimos a Sua glória, glória que Lhe vem do
Pai, como Filho único cheio de graça e de
verdade» (Jo 1, 14b). A fé dos apóstolos testemunha que a Palavra eterna Se fez Um de
nós. A Palavra divina exprime-se verdadeiramente em palavras humanas.
O que nos chama a atenção
neste parágrafo?
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
A Bíblia é a palavra de Deus
Semeada no meio do povo,
Que cresceu, cresceu e nos transformou,
Ensinando-nos a viver num mundo novo.
1. Tua palavra é para sempre, eu cantarei
Tão duradoura quanto os céus, proclamarei...
Fidelidade que os tempos atravessa,
Como esta terra que criaste e que não cessa!
Aleluia, aleluia
2. De Tuas leis são todos hoje devedores,
todos os seres são assim teus servidores...
- Se Tua lei não fosse meu maior prazer,
em minha miséria eu haveria de morrer.
3. Jamais irei me esquecer dos Teus preceitos,
pois é por eles que viver Tu me tens feito...
- Eu Te pertenço, meu Senhor, vem me salvar,
pois Teus preceitos estou sempre a procurar!
4. Os malfeitores tramam mi’a destruição
mas eu procuro aprender Tuas lições...
- Vi o limite, o fim de toda perfeição,
Teus mandamentos, infinita imensidão!
5. Sol de justiça, Jesus Cristo, meu Senhor,
Tu és do Pai a glória, o brilho, o esplendor...
- Os corações com Teu Espírito iluminas,
o Teu caminho de verdade e vida ensinas!
PRECES ESPONTÂNEAS
*Ler na Bíblia: Mt 13,1-13; 18-23
PAI-NOSSO
Vamos usar o método da leitura orante, que
compreende três passos: ler, meditar e rezar.
1. O que o Evangelho diz em si (personagens, imagens etc)?
2. Qual a mensagem de Deus para nós?
3. Ler novamente o texto.
4. O que o texto me faz dizer a Deus?
REZEMOS
CANTEMOS
O Senhor nos abençoe e nos guarde
Senhor, que a Tua Palavra transforme a
nossa vida e que possamos, como Maria,
guardá-la no coração e testemunhá-la com a
vida. Te pedimos em nome de Jesus Cristo,
Teu filho e nosso irmão. Amém.
BÊNÇÃO
SALMO 119 (118) (Mel: chegou a hora da Que Ele volte o Seu olhar para nós e nos
dê a Paz.
alegria...)
Lei soberana do Senhor
Livre eu serei se praticá-la com amor! (bis)
Que Ele volte Seu rosto e tenha misericórdia
de nós. Amém.
Boletim Amigos
(Preparar um ambiente agradável, com
uma mesinha onde se possa depositar a Bíblia, com vela e flores. Sempre lembramos
que cada grupo pode usar de criatividade
para os nossos encontros.)
3
Carta Encíclica por ocasião dos 750 anos
da estigmatização de São Francisco
A Lição do Alverne
“Levava a cruz enraizada em seu coração.
Por isso fulgiam exteriormente em sua carne os estigmas, cuja raiz tinha penetrado
profundamente em seu coração”. Essas pa-lavras de Tomás de Celano são das coisas
mais profundas e mais verdadeiras que se
possam dizer a respeito do fato singular das
Chagas de Cristo impressas na carne de
nosso Pai São Francisco. Estamos terminando a comemoração dos 750 anos desde
que a estigmatização se produziu no alto do
Alverne. Para nós, que por vocação e profissão estamos apostados na imitação de
nosso Pai, esse fato é um desafio constante,
de fazer a Cruz lançar raízes cada vez mais
profundas em nossa alma.
O ano jubilar das Chagas de São Francisco
viu muitos franciscanos em peregrinação
meditativa no alto do nosso monte santo.
Muito mais numerosos os que, espalhados
pelo mundo e sem poderem chegar até ali,
se esforçaram mais que de costume nesta
meditação e fizeram os seus projetos de
nova e maior fidelidade à nossa “forma vitae”.
Penso, no entanto, que, embora tenham sido
tantas as reflexões e os propósitos, não é demais que vos diga ainda uma palavra agora,
ao findar a comemoração especial. (...)
Boletim Amigos
I. O DESAFIO DAS CHAGAS DE
SÃO FRANCISCO
4
UM SINAL. As Chagas de São Francisco
são uma realidade que possui a sua densidade própria, e são um sinal que significa
uma realidade ainda mais densa. Possui seu
sentido para São Francisco ele mesmo, e o
possui para outros, para nós particularmente, que somos seguidores do santo de Assis. Homens que somos, só podemos atingir
as realidades espirituais por intermédio de
sinais sensíveis: pelos sinais da linguagem
falada, ou pelos sinais-coisas que significam
pelo que são, ou significam por sentidos adicionais, resultantes de convenção e treino de
interpretação. A força dum sinal depende do
sinal ele mesmo, mas muito mais depende
de quem o percebe e interpreta.
CRISE DOS SINAIS. A crise em que a Igreja
se encontra no momento, e particularmente
a crise da vida religiosa, também a francis-
cana, nasce em boa parte duma perda de
força dos sinais sensíveis nesta dimensão
interpretativa. Infelizmente, os sinais assim
debilitados em sua força de significação,
ou até inteiramente anulados tardam em
ser recuperados, nem são substituídos tempestivamente por outros. Para nós, homens,
porém, vale que ou recuperamos os sinais
que perderam a sua força, ou os substituímos por sinais novos, que possuam a força
necessária sobre a nossa subjetividade de
percepção e de realização, ou então a crise
crescerá na sua intensidade destruidora.
AS CHAGAS AINDA SÃO SINAL INTENSO.
As Chagas de Cristo e a sua realidade impressa nos membros de São Francisco, porém, continuam a possuir uma força imensa
de significação, continuam sendo um sinal.
Continuam sendo um sinal ao qual se contradiz para a ruína, ou que se integra na própria
vida para a ressurreição (Lc 2,34). As Chagas de Cristo, abertas na Cruz e mantidas
na ressurreição, possuem força significativa
imensa e incontornável: ninguém pode conservar-se em neutralidade, sem resposta. As
Chagas de São Francisco derivam das de
Cristo a sua força significativa. No entanto,
possuem também o seu elemento próprio:
como fato que todo o arsenal crítico dos que
não as querem aceitar não conseguiu eliminar da história dos homens, e como sinal de
que a realidade das Chagas de Cristo continua viva na história, a ponto de se exprimirem nessa forma forte e surpreendente.
A força do sinal continua viva; importa que
abramos nossa alma e abramos a alma dos
outros para que essa força de significação
transformante possa agir.
MUITA CRISE, MUITA DÚVIDA, POUCA
FORÇA. A crise em que nos encontramos
já vem de longe, mas cobrou força enorme
em nossos dias. Sua força nas almas provém dum questionamento generalizado. Um
questionamento pode ser para a vida, se o
seu desafio é assumido e levado até a resposta. Mas gera a morte, quando o desafio
não é assumido e as questões levantadas
ficam sem resposta: gera a morte através
da dúvida, que passa a ser ceticismo, e este
transforma a vida num cemitério. O questionamento diante do qual nos vimos colocados
foi e continua sendo ingente. Infelizmente, é
grande a medida que não é assumido com
responsabilidade e levado até gerar resposta. São muitos os que se comprazem em
questionamento estéril. Assim, em muitas almas nasceu a dúvida, cresceu um sentimento generalizado de reserva, instalou-se não
raro um ceticismo progressivo que produz a
morte da vida cristã e da vida religiosa. O
que importa é assumir responsavelmente o
questionamento e caminhar até encontrar a
resposta. O Alverne para isso pode ser uma
lição fecunda.
SÃO FRANCISCO CHAGADO PROVOCA
UMA REORIENTAÇÃO. Se com toda a seriedade nos confrontarmos com São Francisco chagado e não fugirmos do seu olhar
perscrutador, estaremos já no caminho de
assumir responsavelmente o questionamento da crise em que nos debatemos. Se assim
nos confrontarmos com ele em medida suficiente, com coragem e decisão, provocará
em nós uma reorientação para a vida, a inversão da marcha mortífera da dúvida e do
ceticismo.
IMPORTA TAMBÉM D INTEGRAÇÃO DO
“HOJE”. Para que esse confronto produza
em nós os seus efeitos salutares, porém, importa que nele assumamos e integremos a
nossa realidade concreta, a situação em que
nos encontramos. O passado com o que fez
neste sentido nos pode ajudar validamente,
no entanto não basta: importa integrar no
confronto também a realidade de hoje. Aceitemos o desafio com seriedade, integridade,
honestidade e coragem. Importa que façamos com decisão e coerência a nossa parte.
QUEM VIU AS CHAGAS? São Francisco
sentiu o dever de extrema reserva a respeito das Chagas, seguindo nisso uma de
suas normas mais firmes: “Beatus servus,
qui secreta Domini conservat in corde suo”.
Os primeiros biógrafos frisam com frequência essa forte reserva. (17) Assim, segundo
Tomás de Celano, em vida de São Francisco só Frei Elias e Frei Rufino viram a Chaga
do lado. (18) As Chagas das mãos e dos
pés não podiam ser escondidas tão eficazmente, e por certo ao menos os íntimos as
viram com certa frequência. No entanto,
durante os dois anos da estigmatização,
o segredo das Chagas de modo geral foi
bem mantido, não só por São Francisco,
mas também pelos poucos íntimos que sabiam do acontecido. Isso se reflete também
nas notícias transmitidas nos documentos
do século XIII: corriam rumores discretos
a respeito, não se sabia nada de certo em
vida do Santo, é essa a impressão que fica
em quem lê com atenção todas as notícias
transmitidas e considera o modo de falar a
respeito. Como o Santo conseguiu manter
esse segredo é difícil de entender; contudo,
é um fato. Não será demais supor que as
Chagas, durante os dois anos, passaram
por várias modificações, como cicatrização, reabertura, aumento, diminuição, de
modo que os períodos que se poderiam
dizer agudos podem ter sido breves, e isso
facilitaria o segredo e explicaria o fato. Da
Chaga do lado se diz que frequentemente
emitia sangue, não sempre, e é tudo o que
se sabe.
II. O CONFRONTO COM O ALVERNE
A PRIMAZIA DE DEUS. O que aconteceu no Alverne durante o mês de setembro de 1224
e as Chagas impressas na carne de nosso Pai São Francisco significam e manifestam mais
que tudo que Deus é Senhor. Deus Se apoderou do Homenzinho de Assis e nele agiu como
quis. Essa realidade eterna e irremovível de que “Deus é Senhor” é o fundamento de tudo
em nossa vida natural e na vida da graça: sem ela, tudo é obscuro; com ela, tudo é luz. São
Francisco assim entendeu o senhorio de Deus e o aceitou com júbilo e reconhecimento: fez
dessa realidade o ponto de referência constante de tudo em sua vida. Nunca mais do que
no Alverne. Possuímos a respeito uma informação excepcional, do próprio punho de São
Francisco, um documento escrito no Alverne depois da estigmatização, ainda no vértice da
experiência mística. Diz-nos o que Deus era para ele:
“VÓS SOIS O SANTO SENHOR E DEUS ÚNICO, QUE OPERAIS MARAVILHAS.
VÓS SOIS O FORTE.
VÓS SOIS A ALEGRIA E O JÚBILO.
VÓS SOIS O GRANDE.
VÓS
SOIS A JUSTIÇA E A TEMPERANÇA.
VÓS SOIS O ALTÍSSIMO.
VÓS
SOIS
A PLENITUDE E A RIQUEZA.
VÓS SOIS O REI ONIPOTENTE, SANTO PAI,
VÓS SOIS A BELEZA.
REI DO CÉU E DA TERRA.
VÓS SOIS A MANSIDÃO.
VÓS SOIS O TRINO E UNO, SENHOR E
VÓS
SOIS O PROTETOR.
DEUS,
VÓS
SOIS
O GUARDA E O DEFENSOR.
BEM UNIVERSAL.
VÓS SOIS A FORTALEZA.
VÓS SOIS O BEM, O BEM UNIVERSAL,
VÓS SOIS O ALÍVIO.
O SUMO BEM, SENHOR E DEUS, VIVO E
VÓS
SOIS NOSSA ESPERANÇA.
VERDADEIRO.
VÓS
SOIS
NOSSA FÉ.
VÓS SOIS A DELÍCIA DO AMOR.
VÓS SOIS NOSSA INEFÁVEL DOÇURA.
VÓS SOIS A SABEDORIA.
VÓS SOIS NOSSA ETERNA VIDA,
VÓS SOIS A HUMILDADE.
Ó
GRANDE E MARAVILHOSO DEUS,
VÓS SOIS A PACIÊNCIA.
SENHOR
ONIPOTENTE, MISERICORDIOSO
VÓS SOIS A SEGURANÇA.
REDENTOR”. (24)
VÓS SOIS O DESCANSO.
São Francisco partiu do Alverne em 1224, com um grande mistério escondido em sua alma. Se não pôde esconder inteiramente
as Chagas, escondeu bem recôndito o que tinha vivido em tantos
dias de intimidade com Deus, com Cristo, com Maria Santíssima,
mais que tudo o que tinha vivido e experimentado durante a aparição do Serafim crucificado e o que significa essa aparição. Algo
transparece na Chartula que escreveu para Frei Leão. O mais o
levou para o além, como o “segredo do Rei”. Contudo, sem poder
saber o conteúdo, sabemos que o Alverne é para São Francisco
uma experiência única de vida com Deus. As Chagas que portou
durante dois anos foram o sinal permanente dessa experiência e o
mantiveram unido a ela. Também para nós, embora desconheçamos o segredo dessa experiência mística, o Alverne é uma lição
altíssima e intensa, uma mensagem forte, um estímulo poderoso.
Há 750 anos este santo monte está presente na mente de todos
os filhos de São Francisco, chamando-os e estimulando-os à vida
com Deus, em Cristo, na Cruz, para a Páscoa da Ressurreição.
Terminadas as comemorações jubilares, que o santo Monte Alverne continue a influir poderosamente em nossa alma.
Que São Francisco nos consiga para todos esta graça.
Roma, em Santa Maria Medianeira, aos 24 de Agosto de 1975.
FREI CONSTANTINO KOSER, O.F.M.
Ministro-Geral
Boletim Amigos
CONCLUSÃO
5
Equipe dos Amigos de São Francisco
visita o grupo de Santos Dumont
Num clima fraterno e de cordialidade franciscana, fomos recebido no dia 3 de agosto
na cidade de Santos Dumont pelo frei João
Ricardo, reitor do Seminário Seráfico Santo
Antônio, para o encontro com os(as) amigos
(as) de São Francisco.
E falar de cordialidade é uma afeição sincera, uma maneira, uma atitude de tratar as
pessoas com a força do coração. Na palavra cordial temos o radical latino cor, cordis
(coração), o que designa um modo de ser
e agir que passa pela ausculta do coração,
ou seja, ações permeadas pelo amor, pela
sensibilidade. Bom, na noite
que antecedeu o encontro, tivemos um convite para estarmos
com o alguns amigos de São
Francisco. Estes ofereceram
um momento de descontração
e saída na cidade. Entre sorrisos, abraços e cumprimentos,
desfrutamos de um bom peixe,
oferecido por alguns amigos de
São Francisco.
O encontro do dia 4 de agosto
iniciou com a missa na capela
do Seminário Seráfico Santo
Antônio, celebrada pelo frei
João Ricardo, que nos apresentou a todos a assembleia,
Boletim Amigos
Laços
6
Laços são nós, cuja utilidade pode ter os
mais diferentes significados. Eles podem
ser entendidos como um entrelaçamento no
meio ou nas extremidades de uma corda,
linha ou fio, desatando facilmente ou não,
como os nós vulgarmente conhecidos como
nós cegos, e ainda os duros, como os nós
da madeira.
Esta é uma definição pura e simples. Entretanto, o importante é que os laços se
apresentam nas nossas vidas em formas
e mensagens as mais diversas, desde
aquelas coloridas, que envolvem presentes
para alegrar pessoas, como aqueles que
prendem, seguram, ligam, unem, amarram,
enforcam etc. Como é também diferente a
natureza de suas ligações, como de pessoas íntimas, laços matrimoniais; de pessoas
importantes, laços diplomáticos; de pessoas
de negócios, laços contratuais; de pessoas
perigosas, laços ardis; de pessoas com vín-
juntamente com os amigos de São Francisco
presentes na celebração. Nesse clima de
fraternidade, o nosso encontro aconteceu.
Após a missa, foi oferecido um café aos
amigos, e aproximadamente às 9h30min da
manhã iniciamos nosso encontro. Os amigos esses se mostra receptivos e abertos a
proposta franciscana, de estreitamento dos
laços fraternos, com à proposta da Pastoral
Vocacional e com os aspirantes franciscanos.
No espírito franciscano, refletimos sobre os
pilares da vida franciscana, de minoridade,
fraternidade, ser pobre no mundo, ser arauto
Edivaldo Alves
e Cida Braga
da paz e outros. Discutimos a presença dos
amigos de São Francisco no mundo e sua
importância para a promoção do carisma
franciscano na realidade local.
A fraternidade dos amigos(as) de São Francisco em Santos Dumont é movida por laços de encontros que ocorrem duas vezes
a cada mês, com vivência de fraternidade,
oração e partilha de vida, participação efetiva na caminhada da paróquia, presença
fraterna em meio aos aspirantes, celebração do aniversário dos aspirantes franciscanos. A maioria desses encontros conta
com a presença fraterna do
frei João Ricardo, que, com
sua jovialidade, dinamiza o
grupo.
O nosso encontro foi um momento de revigoramento com
o carisma franscicano. Finalizamos com um almoço fraterno com amigos de São Francisco, aspirantes franciscanos
e frei Gabriel. Num clima de
fraternidade e cordialidade
franciscana nos despedimos,
deixando a saudação de Paz
e Bem a todos(as) os(as)
amigos(as) de São Francisco.
Almir Ferreira de Morais
culo de sangue, laços familiares; de pessoas vocacionadas, laços religiosos; e tantos
outros.
Até mesmo as cores têm seus objetivos nos
laços, como o branco para a paz, o preto
para o luto, o vermelho para a Aids etc.
Como os laços são nós, nós também somos
laços, laços de fraternidade, em que se valoriza o entrosamento e a amizade, frutos
de um relacionamento tranquilo e afetuoso,
duradouro e estável, profundo e compromissado. São assim os laços que unem os Amigos de São Francisco de Santos Dumont,
agora enriquecidos com os laços de novas
amizades, quando tivemos a grata visita dos
três novos amigos, vindos de Betim, lá do
Convento Santa Maria dos Anjos, confraternizando conosco, num encontro realizado dia 4 de agosto, no Seminário Seráfico
Santo Antônio.
Foi uma rica oportunidade de vivenciarmos
mais o carisma franciscano, ouvindo o divertido Edivaldo em companhia das simpáticas agentes da pastoral vocacional, Aparecida e Joana D’Arc.
É isso, cativar é criar laços. Assim como,
nas inimizades, rompem-se os laços, no
amor criam-se laços, e aí surge o maior formador de laços, sem dúvida, São Francisco
de Assis, que, em sua oração, cria os laços
de amor onde há ódio, os laços do perdão
onde há ofensa, os laços da união onde há
discórdia, os laços da fé onde há dúvidas,
os laços da verdade onde há erros, os laços
da esperança onde há desespero, os laços
da felicidade onde há tristeza, os laços da
fraternidade onde haja irmãos solidários e
amorosos, dispostos a compartilhar tudo de
bom da vida.
Sejamos laços autênticos que nos prendem
uns aos outros e nos unem a Deus.
“E DEPOIS QUE O SENHOR ME DEU IRMÃOS, NINGUÉM ME MOSTROU O QUE
DEVERIA FAZER, MAS O ALTÍSSIMO
MESMO ME REVELOU QUE EU DEVERIA
VIVER SEGUNDO A FORMA DO SANTO
EVANGELHO.” (TEST. S. FRANCISCO)
“É hora de despertar!” Logo ao amanhecer
ressoam os sinos na Fraternidade da Cruz de
São Damião. As badaladas marcam o início
de um novo dia, repleto de orações, trabalhos, estudos, convivência fraterna, enfim,
tudo aquilo que envolve uma casa destinada
à formação!
Não seremos pretensiosos e nem temos a intenção de descrever tudo o que acontece aqui
detalhadamente, com certeza não iríamos
encontrar papéis suficientes para arquivar
tantos acontecimentos. Por isso, vamos apenas fazer um sobrevoo sobre aquilo que nos
caracterizam como fraternidade dentro de um
carisma franciscano, ou que, dentro do possível, procuramos vivenciar cotidianamente: o
desejo e o ideal de São Francisco de Assis.
Vamos começar pela vida de oração. Todo(a)
e qualquer cristão(a) é convidado(a) por
Deus a ter uma vida de oração, isto é, uma
vida marcada pela experiência, ou, ainda, de
intimidade com Deus. E essa intimidade vai
sendo alcançada à medida que o candidato
se abre para Deus na oração, tanto particular
quanto comunitária! E, estando aqui nessa
casa de formação, é exigida dos candidatos
essa postura, ou que ele, com o passar do
tempo, vá se adaptando a ela.
Nossas orações estão diligentemente de
acordo com a Igreja, pois, mesmo estando
aqui, somos Igreja juntamente com os demais
fiéis espalhados por todo o mundo. Por isso,
começamos o dia rezando salmos, cânticos,
ouvindo a Palavra de Deus, cantando hinos,
elevando nossas súplicas pelo dia que se inicia. E essa estrutura perpassa praticamente
todas as demais orações. Começamos com
a oração matutina, que é conhecida como
Laudes. À tarde, a oração vespertina, isto
é, temos as Vésperas ou o Ofício Divino das
Comunidades (ODC). E, já nos preparando
para o repouso tranquilo, temos as Completas. Em alguns dias da semana, incluindo o
Domingo, ocorre, pela manhã, a Celebração
Eucarística, com a participação de alguns vizinhos nossos e amigos. Em cada início de
semestre, somos convidados a vivenciar um
retiro espiritual, que geralmente é orientado
por um frade de nossa Província Santa Cruz.
E, no sábado, preferencialmente, na parte da
tarde, nos dedicamos ao Apostolado, ou seja,
realizamos uma presença junto a algumas comunidades locais.
O trabalho é outro ponto muito forte que
marca a nossa fraternidade. Como diz nosso
Mestre atual, Frei Geraldo Luciano: “Nós nos
solidarizamos com os demais trabalhadores
espalhados pelo Brasil inteiro, que vivem e
sustentam seus familiares com as mãos calejadas e o suor de seus rostos.” No trabalho,
encontramos a dignidade do ser humano, isto
é, aquele que é capaz de tirar da terra seu
próprio alimento, com dignidade e respeito à
natureza, colocando-o em comum para todos,
vendo nela uma presença e criação constante
de Deus Pai. Por outro lado, alguns que nunca
tiveram contato com esse tipo de serviço, podem até se deparar com algumas dificuldades,
que logo são amenizadas pela presença dos
demais irmãos, que com ele, compartilham as
mesmas tarefas e responsabilidades. Aqui,
trabalhamos no cultivo de frutas, verduras e
legumes. Cuidamos do jardim (das flores, do
gramado) e dos animais domésticos. Vamos
para o curral (fazenda), e lá aprendemos
um pouco a cuidar do gado leiteiro, tanto da
limpeza quanto da alimentação, que é nossa
principal fonte de renda.
Ainda temos alguns que cuidam de nossas
roupas, e ficam por conta da lavanderia. Contamos também com o cuidado e a limpeza
dos módulos, capela, refeitório, hospedaria.
Percebe-se que desta parte todos gostam de
compartilhar. Existem aqueles que, de tempos
em tempos, assim como nos demais serviços,
são substituídos, ficam na cozinha preparando a nossa alimentação, desde os cafezinhos
às deliciosas refeições, com cardápios dos
mais variados e irresistíveis. É bom ressaltar
que todos esses trabalhos são sempre acompanhados por um frade, que, na medida do
possível, dá orientações e, sempre em diálogo com os postulantes, procuram desenvolver
bem as funções pelas quais são responsáveis.
Dessa forma, aprendemos a trabalhar sempre
em equipe, um auxiliando o outro.
Também aqui há uma preocupação com a
iniciação sólida de uma formação intelectual.
Contamos com a contribuição e participação
de vários profissionais que, aos poucos, vão
nos capacitando dentro da área desejada e
disponibilizada pela equipe de formação. Os
horários são sempre pensados de acordo
com a rotina da casa e também a etapa dos
postulantes, que se dividem em dois grupos:
1º ano e 2º ano. Temos aulas de Introdução
à Filosofia, Português, Espanhol, Liturgia,
Mistério Cristão, Franciscanismo e Música.
E contamos no decorrer do ano, com a presença de outras personalidades (religiosas
ou não) que contribuem com outras áreas do
saber, sejam históricas, sociais, humanas,
técnicas, manuais etc. A todos eles, o nosso
muito obrigado!
E, por último, temos aquilo que nos marca
mais profundamente: a nossa convivência
fraterna. Lembrando que “Fraternidade” perpassa toda a vida de um religioso franciscano. Talvez aqui, nesse ponto englobemos
tudo aquilo que foi dito acima, como também
outros pontos importantes, a começar pela
vivência em comum. A partilha não só da
vida, mas, sobretudo, a de não possuir nada
de próprio. Já é um bom início de caminhada
para quem se coloca nessa atitude de desapego total de algumas coisas. Portanto, temos momentos variados para ressaltar nesse
ponto. Duas ou três vezes por semana, temos
esporte (não somos profissionais, mas estamos a caminho!)
Brincadeiras à parte, aprendemos, assim, a
sempre caminhar todos juntos. Tanto nos erros quanto nos acertos! Aos domingos, preferencialmente à noite, após um momento de
oração, temos o chamado Recreio, no qual,
todos juntos, temos um momento de convivência fraterna. Nele, partilhamos aquilo que
mais nos marcou durante a semana que findou, e já nos preparamos para o início de uma
nova e surpreendente semana. É, de fato, um
momento de descontração, música, lanches
bem preparados. Quando dá, um joguinho
de cartas, como Buraco, Truco, ou a critério
e criatividade de alguns. O importante é que
seja um momento em que vamos nos conhecendo mais uns aos outros, criando laços de
uma verdadeira família, que é composta principalmente de irmãos.
Enfim, viver um período de quase dois anos
no Postulantado é dar um passo significativo
na vida franciscana. Seria uma oportunidade
de nos aprofundar e inserir ainda mais no carisma de nosso Pai Seráfico, que nos deixou
um ótimo exemplo, isto é, seguir a Cristo pobre, crucificado, especialmente na vivência do
Santo Evangelho, na fraternidade. Que esse
tempo que aqui passamos seja muito produtivo para cada um. E, assim, no futuro, todos
juntos possamos colher os frutos de uma vida
sempre regada de graças e bênçãos de Deus.
Que Santa Clara, nossa mãe, e nosso pai
Francisco de Assis intercedam por nós todos
junto de Deus! Amém! Paz e Bem!
Boletim Amigos
uma experiência inicial na família franciscana
Samuel Carlos Moreira
(Postulante)
Sessão: um caminho de formação
Postulantado da Cruz de São Damião:
7
Boletim Amigos
Aniversariantes de
8
01/09 - Marcos Daniel Fernandes; Geraldo Alves
Machado (Belo Horizonte); Lourdes Lima Paiva
(São João del-Rei); Maria Inêz dos Santos (Capitólio).
02/09 - Jucélia Mendes de Andrade.
03/09 - Rodrigo Alves Castro; Gilmar Aparecido
de Souza (Ubá); Maria Auxiliadora de Araújo Resende (São João del-Rei); Sílvio Santos Campos
Dutra (São Pedro do Avaí).
04/09 - Geraldo Acácio Araújo (Brás Pires); José
Policarpo Tavares (Formiga); Maria do Rosário
Figueiredo Silva (São João del Rei).
05/09 - Geraldo Magalhães (Ubá); Jardel Lopes
dos Santos; Humberto Euclides Sant’Ana Sandanelli (Elói Mendes); Kátia Pereira Santos (Novorizonte) Maria Aparecida da Silva Fernandes (São
João del-Rei); Maria Aparecida Rocha (Passos);
Maria da Conceição Silva (São João del-Rei);
Márcio Francisco Custódio.
06/09 - Ana Antônia Santos Costa (Formiga); Joaquim Jarbas Tavares Pinheiro; Maria de Lourdes
de Paula (São João del-Rei); Sauviano Coimbra
(Betim); Wagner Alexandre Barbosa.
07/09 - Ananias Honório de Carvalho (São João
del-Rei); Ângelo Pereira dos Santos (Novorizonte); Cleuton Guimarães Braga (Montes Claros);
Cristilaine Justo Rodrigues (Palma); Edgar de
Araújo Mansur (Betim); Lídia Aparecida F. Miranda (Formiga); Maria Aparecida Alves da Silva (Jequitinhonha); Maria Lucia Rodrigues Simão (Ubá);
Maria Oliveira de Lana (Brás Pires); Rosa Maria
dos Santos (Santos Dumont); Silmara Rezende
Ferreira (Itapiruçu / Palma); Zilda Maria de Melo
(Capitólio).
08/09 - Conceição Moreira Quintão (Brás Pires);
Felipe Soares de Souza (Novorizonte); Maria Natividade da Silva (Visconde do Rio Branco); Maria
Natividade Padovani Mussolini (Visconde do Rio
Branco); Regina Aparecida da Silva (Divinópolis);
Sebastião Nestor da Rocha (Formiga); Terezinha
Ávila (São João del-Rei); Welington de Souza
Roberto.
09/09 - Dolentino Pereira Costa (Novorizonte);
Irene Langsdorff da Silva (Formiga); João Batista
Alves (Visconde do Rio Branco); Maria Aparecida
Fonseca da Silva (Formiga); Zélia Maria de Lanna
(Belo Horizonte).
10/09 - Adegamar Luiz de Oliveira (Brás Pires);
Dulcinéia Dias Albergaria (São João del-Rei); Ilda
Maria de Oliveira (Formiga); José Areno Zucololto (Nova Venécia); Maria Inês Alves da Silva
(Betim); Maria Tereza de Lima (Betim); Munyque
Chayne Souza (Formiga).
11/09 - Anderson Gabriel Brito Silva (Fruta de Leite); Emília Leodora Duarte (Visconde do Rio Branco); Eneida Emilia Dias (São João del-Rei); Gilda
Teodoro da Silva (Capitólio); José Antônio Assis
(Betim); Maria de Lourdes Lopes Almeida (Pará
Aniversário
dos
Freis
Setembro
de Minas); Maria Nazaré de Souza (São João del-Rei); Raul Henriques de Miranda (Betim).
12/09 - Arthur Roberto Ruback Lima (Itapiruçu /
Palmas); Maria Dalva da Cruz (Betim); Maria das
Graças Ferreira (São João del Rei); Roseli de
Fátima Mussolini (Visconde do Rio Branco); Rosimauro Cerqueira Marcelino (Santos Dumont);
Terezinha Maria de Almeida (Pará de Minas);
Teresinha Vicentina de Fátima Santos (Belo Horizonte); Vinícius Dias Alvarenga (São João del-Rei).
13/09 - Cristina Marchiote Rezende (Itapiruçu / Palma); Diolina Servita de Souza (Betim); Maria Dalva de Oliveira (São João del-Rei); Ramiro Lopes
Cabral (Jequitinhonha); Ramom Teodora da Silva
(Capitólio).
14/09 - Carmem do Socorro Reis (São João del-Rei);Jaqueline Aparecida da Silva (Divinópolis);
Rose Sperandio (Visconde do Rio Branco);
15/09 - Antônio José Poupe (Passos); Benedita
Ferreira Gomes (Belo Horizonte); Maria Helena
de Araújo Resende (São João del-Rei); Maria da
Conceição Ferreira (Ubá).
16/09 - Adalto Aparecido Caetano (Formiga);
Douglas Oliveira Santos (Novorizonte); Elaine
Cristina Espindola Cardoso; Ivanete Bergamim
Zucololto (Nova Venécia); Heloisa Helena B.
Martins; Jefferson Alves de Oliveira (Água Boa);
Jussara Lamounier Silva (Formiga); Marcos Flávio Braga Figueiredo (Betim); Paulo Rogério P. de
Carvalho (São João del-Rei); Santo Costa Machado (Fruta de Leite).
17/09 - Eliana de Figueiredo (São João del-Rei);
José Afonso da Silva (Brás Pires); Maria das
Dores Alvarenga (Divinópolis); Maria de Fátima
Simões de Rezende (Itapiruçu / Palmas); Maria
José do Nascimento (São João del-Rei); Maria
Lucinda; Sílvia Rocha Machado (Belo Horizonte);
Roberto Quintino da Rocha ( Cabo Verde);
18/09 - Daniel Américo de Rezende (São João
del-Rei).
19/09 - Anita Luiza Oliveira (Taiobeiras); Emerson Carlos Cardoso (Cabo Verde); Janíra Souza
Lima (Fruta de Leite); José Januário de Oliveira
(Belo Horizonte); Júnio dos Santos Paula (Salinas); Roza Helena Mendes Marchiote (Itapiruçu
/ Palma).
20/09 - Adelmo Francisco da Silva (Franca); Geralda Maria da Silva Luiz (Pará de Minas);
21/09 - Adriana Tavares de Oliveira (Formiga);
Claúdia Tavares de Oliveira Castro (Formiga);
Conceição A. da Silva Sales (São João del-Rei);
Conceição Aparecida Silva Sales (São João del-Rei); Euclides Rosa (Cabo Verde); Fernanda
Aparecida Peluso (Ubá); Larissa Patrícia Bernardes Castro; Maria da Piedade Silva (Betim); Maria
das Graças Vieira Moreira (Manhuaçu); Terezinha
de Souza Melo (Cabo Verde).
22/09 - Erly Ferraz Silva Assis (São Pedro do
Avaí); Flávio Rogério Amaral Cunha (Betim); Hélio Celestino Cruz (Novorizonte); Irmã Isabel da
Sagrada Face (São João del-Rei); Jandira José
Tavares (São João del-Rei); Maria da Conceição
Teixeira (Visconde do Rio Branco); Miliana Luciano Belcavello (Nova Venécia).
23/09 - Eliana Marques Souza (Belo Horizonte);
Elminto Oliveira de Souza (Fruta de Leite); Eunice Aparecida Martins Santos (Belo Horizonte);
Januário Alves Ferreira (Jequitinhonha); Jovina
Silva Marques (Belo Horizonte); Luiz Eustáquio
Moreira da Costa (Belo Horizonte); Maria Amélia
Ribeiro Muller (Visconde do Rio Branco); Miguel
Luciano (Nova Venécia).
24/09 - Catarina Maria Guimarães (São João del-Rei); Geralda Gabriela Duarte (Pará de Minas);
Jandira Inácio de Oliveira (Pará de Minas); Marina Alves de Souza Mol (São João del-Rei); Oscar
Fernandes Vieira (Formiga).
25/09 - Aline de Paula Lacerda (Itapiruçu / Palma); Jeanne Franco (Belo Horizonte); Marcos
Antonio da Silva (Pará de Minas); Marilene Silveira Silva (Itaúna).
26/09 - Elieda Souza Santos (Novorizonte);
Gilson Henrique de Oliveira (Formiga); Ivone
Pacheco Sperandio (Visconde do Rio Branco);
José Carlos de Almeida (Formiga); Luiz Carlos
Marcos (Novorizonte); Maria da Conceição Ervilha Teixeira (Visconde do Rio Branco); Maria das
Mercês Araújo (Brás Pires); Paulo Bernardino Silva (Novorizonte); Paulo José dos Santos (Fruta
de Leite); Romildo Antônio D. Bergamim (Nova
Venécia).
27/09 - Gustavo Migani Oliveira (Capitólio); João
Adair Pereira da Silva (Montes Claros); Luciana
Silvia dos Santos (Rio Espera); Maurílio Geraldo
Leão (Formiga); Nadia Aparecida Fonseca Ferreira (Formiga); Paulo Cosme S. Fortes (Santos Dumont); Vêronica do Carmo Chaves (Divinópolis).
28/09 - Antônio Carlos de Mendonça (Formiga);
Emerson Fonseca Júnior (Betim); José Flávio Januário (Betim); Natalia Gonçalves da Costa (Novorizonte); Selma Quaresma de Souza Mattos
(Jequitinhonha); Selma Regina Miguel (Betim).
29/09 - Amado Justino da Silva (Formiga); Eva
Auxiliadora Panpeo da Silva (Visconde do Rio
Branco); Eva Auxiliadora Pompeo da Silva (Visconde do Rio Branco); Georgia Sarmento Costa
(Salinas); José Ivo Mendonça (Passos); Leila
Matilde da Silva (Capitólio); Maria Rita da Cruz
(Formiga); Miguel Arcanjo do Nascimento (São
João del Rei).
30/09 - Jerusa de Assis Mendonça (Pará de Minas); Júnior Cardoso de Jesus (Água Boa); José
Reginaldo Pereira (Elói Mendes); Júnior Cardoso
de Jesus (Água Boa); Sebastião Caneschi Sobrinho (Ubá); Valdenor Silva (Fruta de Leite).
02/09: Luciano Lopes
14/09: Célio de Oliveira Goulart
04/09: Eliseu Tijdink
15/09: Oscar van der Neut
08/09: Juvenil Batista da Cruz
17/09: Basílio de Resende
12/09: Fábio L’Amour Ferreira
17/09: Márcio Carneiro Cabral
20/09: Júnio Fernando Marques
21/09: Lourenço Tollenaar
22/09: Adilson Correa da Silva
24/09: Marco Túlio de Oliveira
27/09: Reinaldo Pereira Gomes
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Boletim de setembro - Franciscanos Santa Cruz