Institutos Missionários ad Gentes Direcções IMAG - p.1 Missionários Franciscanos OFM Largo da Luz, 11 1600-498 LISBOA Tel:217140515 [email protected] /[email protected] www.ofm.org.pt Franciscanas Missionárias de Maria Rua Chaby Pinheiro, 12-A 1000-097 LISBOA Tel:217 978 702 [email protected] www.fmmportugal.com Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário Rua Pérez Fernandez, 48 Impasse E - Benfica 1500-489 LISBOA Tel:217 786 504 [email protected] www.missionariasdominicanas.org Missionárias Seculares Combonianas Rua de Belém, 362 4350-067 PORTO Tel:225 026 153/Telem:961384633 [email protected] [email protected] Missionárias da Consolata Rua Domingos Capas Peneda, 33 CORIM 4425-064 ÁGUAS SANTAS MAIA Tel:229 718 956 [email protected] Missionárias Combonianas R. Cidade Nova Lisboa, 57 1800-107 Olivais Sul - Lisboa Tel:218517640 [email protected] www.comboniane.org Irmãs Missionárias do Espírito Santo Rua Sociedade Cruz Quebradense, 19 1495-708 Cruz Quebrada – Oeiras Tel:214 196 310 [email protected] www.spiritaines.cef.fr Missionários do Verbo Divino Rua S. Tomás de Aquino, 15 1600-872 LISBOA Tel:217 220 202 [email protected] www.verbodivino.pt Missionárias de S. Pedro Cláver Rua Eduardo Noronha, 51 1700-151 LISBOA Tel:218 493 211 [email protected] www.irmasclaverianas.org Missionários do Espírito Santo Rua Santo Amaro à Estrela, 51 1200-801 LISBOA Tel:213 933000 [email protected] espiritanos.pt Missionários da Consolata Rua Capitão Santiago de Carvalho, 9 1800-048 LISBOA Tel:218 512 356 [email protected] www.consolata.pt Missão: o que o amor não pode calar Outubro Missionśário 2015 Missionários Combonianos Calçada Miguel Pais, 9 1249-120 LISBOA Tel:213 955 286 [email protected] www.combonianos.pt Missionárias da Boa Nova Av. Dr. Antunes Guimarães, 772 4100-075 PORTO Tel:226 182 595 [email protected] Sociedade Missionária da Boa Nova Rua da Bempostinha, 30 1150-066 Lisboa Tel. 218851546 [email protected] www.boanova.pt Pedidos a: Obras Missionárias Pontifícias Pe. António Manuel Batista Lopes Rua Ilha do Príncipe, 19 1170-182 Lisboa Tel: 218 148 428 Fax: 218 139 611 [email protected] www.opf.pt 1 Apresentação Índice Apresentação 3 Finalidade deste Guião 4 Mensagem para o 89º Dia Mundial das Missões 2015 6 Igreja trasformada para um mundo em transformação 11 Uma Paixão por Cristo e por todos 14 Oração 17 Sacrifício 20 Partilha 23 Vocação Missionária 27 Oração Universal 30 Leituras dominicais 33 Tema do Ano 37 Paginas Centrais 40 Vigília Missionária 42 Rosário Missionário 47 Infância Missionária 59 Via Sacra 64 Preces Diárias 72 Oração Final 79 Colaboraram neste Guião: Papa Francisco, D. Manuel Linda, António Fernandes, António Leite, António Lopes, Tony Neves, Glória Lopes, Daniel Batalha, Catarina António, Ir. Célia Cabecinhas, João Cláudio Fernandes, Zacarias Pinho, Jovens sem Fronteiras, Grupo Missionário Ondjoyetu, Grupo de Jovens “Novos Horizontes”, Voluntariado Missionário Maria Ana Mogas, P. Nuno Tavares, P. Manuel Rito Dias, Felix Lungu, Fundação-Ajuda Igreja Sofre. 2 Misericórdia com rosto Estamos a viver intensamente o Ano da Vida Consagrada. O Papa Francisco pediu que houvesse memória agradecida do passado, paixão no presente e esperança no futuro. São, sem dúvida, grandes valores missionários a cultivar. Mas já estamos à porta do Jubileu da Misericórdia, com propostas claras de amor, ternura, perdão, compaixão…os valores de fundo que levaram o Papa Francisco a fazer à Igreja esta proposta. D. António Couto diz que a Misericórdia é a chama divina com que devemos acender e purificar o nosso coração. É tempo de deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança para que entre em cena a felicidade. Não é por acaso que a bem-aventurança: ‘felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia’ será o lema das Jornadas Mundiais da Juventude que se realiza em Cracóvia no verão de 2016. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor cheio de misericórdia e compaixão. Há que renovar a pastoral da Igreja, anunciando e vivendo o valor da misericórdia. Este Jubileu obriga-nos a peregrinar na direção das periferias, cuidando dos feridos que as sociedades c au s am e não c u ram . Nã o podemos ficar indiferentes. A Igreja tem de sentir a urgência de anunciar a misericórdia de Deus, vivendo-a com a convicção de que ela não tem fim. Este ‘Guião Missionário’ ajuda-nos a percorrer os caminhos propostos pelo Papa Francisco. A s celebrações que preparamos não ficam entrincheiradas no mês de Outubro. Podem e devem ser utilizadas ao longo do ano, sempre que se tornarem um valor acrescentado à pastoral. Desejamos que a Missão que passa pelas páginas deste Guião entre no coração de todos e ajude a construir um mundo mais humano e uma Igreja mais fraterna e missionária. 3 Finalidade deste Guião Foto: 1 Dinamizar o mês de Outubro através de reflexões, momentos de oração e celebrações de modo a torná-lo um mês especialmente dedicado à Missão. E a partir deste mês, esta dinamica, se possa estender ao longo de todo o ano. 2 Oferecer material de reflexão, oração e acção para o encontro semanal do grupo, movimento ou comunidade – escolher o dia e hora mais conveniente. É de toda a vantagem que a reflexão realizada e o compromisso assumido pelo grupo sejam partilhados com a comunidade paroquial no âmbito da Eucaristia dominical. 3 Orientar as comunidades para a participação activa na Vigília Missionária e na celebração do Dia Missionário Mundial. 4 Aprofundar o espírito e a prática da oração paroquial, comunitária, familiar e pessoal – com preocupações universais – nomeadamente através das «preces diárias». 5 Sensibilizar as comunidades eclesiais, no sentido de despertarem vocações consagradas e laicais para o serviço missionário universal. 4 6 Criar uma consciência viva de solidariedade, comunhão e cooperação entre as Igrejas, através de propostas de estilos de vida simples seguindo critérios de sobriedade alegre e fraterna partilha de bens. 7 Motivar o conhecimento da realidade missionária de modo a descobrir o entusiasmo e vitalidade das jovens Igrejas assim como os valores das outras culturas. 8 Propor atitudes e gestos que levem a um maior espírito de abertura, diálogo, colaboração e compreensão entre as pessoas, grupos e comunidades. 9 Favorecer um maior conhecimento, colaboração, entreajuda e partilha entre os cristãos, comunidades, associações missionárias laicais, instituições missionárias diocesanas e institutos missionários. 10 Promover, na Igreja e na sociedade em geral, a participação activa em acções e campanhas que visem a dignidade de todas as pessoas, a solidariedade para com os mais pobres, excluídos e injustiçados, e a proposta de causas a favor da justiça e da paz entre pessoas, grupos e nações. 5 Mensagem para o 89º Dia Mundial das Missões 2015 Queridos irmãos e irmãs, Neste ano de 2015, o Dia Mundial das Missões tem como pano de fundo o Ano da Vida Consagrada, que serve de estímulo para a sua oração e reflexão. Na verdade, entre a vida consagrada e a missão subsiste uma forte ligação, porque, se todo o batizado é chamado a dar testemunho do Senhor Jesus, anunciando a fé que recebeu em dom, isto vale de modo particular para a pessoa consagrada. O seguimento de Jesus, que motivou a aparição da vida consagrada na Igreja, é reposta à chamada para se tomar a cruz e segui-Lo, imitar a sua dedicação ao Pai e os seus gestos de serviço e amor, perder a vida a fim de a reencontrar. E, dado que toda a vida de Cristo tem carácter missionário, os homens e mulheres que O seguem mais de perto assumem plenamente este mesmo carácter. Promover, na Igreja e na sociedade em geral, a participação activa em acções e campanhas que visem a dignidade de todas as pessoas, a solidariedade para com os mais pobres, excluídos e injustiçados, e a proposta de causas a favor da justiça e da paz entre pessoas, grupos e nações. A dimensão missionária, que pertence à própria natureza da Igreja, é intrínseca também a cada forma de vida consagrada, e não pode ser transcurada sem deixar um vazio que desfigura o carisma. A missão não é proselitismo, nem mera estratégia; a missão faz parte da «gramática» da fé, é algo de imprescindível para quem se coloca à escuta da voz do Espírito, que sussurra «vem» e «vai». Quem segue Cristo não pode deixar de tornar-se missionário, e sabe que Jesus «caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 266).e nações. 1 6 A missão é uma paixão por Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, uma paixão pelas pessoas. Quando nos detemos em oração diante de Jesus crucificado, reconhecemos a grandeza do seu amor, que nos dignifica e sustenta e, simultaneamente, apercebemo-nos de que aquele amor, saído do seu coração trespassado, estende-se a todo o povo de Deus e à humanidade inteira; e, precisamente deste modo, sentimos também que Ele quer servir-Se de nós para chegar cada vez mais perto do seu povo amado (cf. Ibid., 268) e de todos aqueles que O procuram de coração sincero. Na ordem de Jesus – «Ide» –, estão contidos os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja. Nesta, todos são chamados a anunciar o Evangelho pelo testemunho da vida; e, de forma especial aos consagrados, é pedido para ouvirem a voz do Espírito que os chama a partir para as grandes periferias da missão, entre os povos onde ainda não chegou o Evangelho. 2 O cinquentenário do Decreto conciliar Ad gentes convida-nos a reler e meditar este documento que suscitou um forte impulso missionário nos Institutos de Vida Consagrada. Nas comunidades contemplativas, recobrou luz e eloquência a figura de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira das missões, como inspiradora da íntima ligação que há entre a vida contemplativa e a missão. Para muitas congregações religiosas de vida ativa, a ânsia missionária surgida do Concilio Vaticano II concretizou-se numa extraordinária abertura à missão ad gentes, muitas vezes acompanhada pelo acolhimento de irmãos e irmãs provenientes das terras e culturas encontradas na evangelização, de modo que hoje pode-se falar de uma generalizada interculturalidade na vida consagrada. Por isso mesmo, é urgente repropor o ideal da missão com o seu centro em Jesus Cristo e a sua exigência na doação total de si mesmo ao anúncio do Evangelho. Nisto não se pode transigir: quem acolhe, pela graça de Deus, a missão, é chamado a viver de missão. Para tais pessoas, o anúncio de Cristo, nas múltiplas periferias do mundo, torna-se o modo de viver o seguimento d’Ele e a recompensa de tantas canseiras e privações. Qualquer tendência a desviar desta vocação, mesmo se corroborada por nobres motivações relacionadas com tantas necessidades pastorais, eclesiais e humanitárias, não está de acordo com a chamada pessoal do Senhor ao serviço do Evangelho. Nos Institutos Missionários, os formadores são chamados tanto a apontar, clara e honestamente, esta perspetiva de vida e ação, como a discernir com autoridade 3 7 autênticas vocações missionárias. Dirijo-me sobretudo aos jovens, q u e a i n d a s ã o c a p a z e s d e t e s t e m u n h o s c o ra j o s o s e d e empreendimentos generosos e às vezes contracorrente: não deixeis que vos roubem o sonho duma verdadeira missão, dum seguimento de Jesus que implique o dom total de si mesmo. No segredo da vossa consciência, interrogai-vos sobre a razão pela qual escolhestes a vida religiosa missionária e calculai a disponibilidade que tendes para a aceitar por aquilo que é: um dom de amor ao serviço do anúncio do Evangelho, nunca vos esquecendo de que o anúncio do Evangelho, antes de ser uma necessidade para quantos que não o conhecem, é uma carência para quem ama o Mestre. Hoje, a missão enfrenta o desafio de respeitar a necessidade que todos os povos têm de recomeçar das próprias raízes e salvaguardar os valores das respetivas culturas. Trata-se de conhecer e respeitar outras tradições e sistemas filosóficos e reconhecer a cada povo e cultura o direito de fazer-se ajudar pela própria tradição na compreensão do mistério de Deus e no acolhimento do Evangelho de Jesus, que é luz para as culturas e força transformadora das mesmas. 4 Dentro desta dinâmica complexa, ponhamo-nos a questão: «Quem são os destinatários privilegiados do anúncio evangélico?» A resposta é clara; encontramo-la no próprio Evangelho: os pobres, os humildes e os doentes, aqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, aqueles que não te podem retribuir (cf. Lc 14, 13-14). Uma evangelização dirigida preferencialmente a eles é sinal do Reino que Jesus veio trazer: «existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres. Não os deixemos jamais sozinhos!» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 48). Isto deve ser claro especialmente para as pessoas que abraçam a vida consagrada missionária: com o voto de pobreza, escolhem seguir Cristo nesta sua preferência, não ideologicamente, mas identificando-se como Ele com os pobres, vivendo como eles na precariedade da vida diária e na renúncia ao exercício de qualquer poder para se tornar irmãos e irmãs dos últimos, levando-lhes o testemunho da alegria do Evangelho e a expressão da caridade de Deus. 5 8 Para viver o testemunho cristão e os sinais do amor do Pai entre os humildes e os pobres, os consagrados são chamados a promover, no serviço da missão, a presença dos fiéis leigos. Como já afirmava o Concílio Ecuménico Vaticano II, «os leigos colaboram na obra de evangelização da Igreja e participam da sua missão salvífica, ao mesmo tempo como testemunhas e como instrumentos vivos» (Ad gentes, 41). É necessário que os consagrados missionários se abram, cada vez mais corajosamente, àqueles que estão dispostos a cooperar com eles, mesmo durante um tempo limitado numa experiência ao vivo. São irmãos e irmãs que desejam partilhar a vocação missionária inscrita no Batismo. As casas e as estruturas das missões são lugares naturais para o seu acolhimento e apoio humano, espiritual e apostólico. 6 As Instituições e as Obras Missionárias da Igreja estão postas totalmente ao serviço daqueles que não conhecem o Evangelho de Jesus. Para realizar eficazmente este objetivo, aquelas precisam dos carismas e do compromisso missionário dos consagrados, mas também os consagrados precisam duma estrutura de serviço, expressão da solicitude do Bispo de Roma para garantir de tal modo a koinonia que a colaboração e a sinergia façam parte integrante do testemunho missionário. Jesus colocou a unidade dos discípulos como condição para que o mundo creia (cf. Jo 17, 21). A referida convergência não equivale a uma submissão jurídico-organizativa a organismos institucionais, nem a uma mortificação da fantasia do Espírito que suscita a diversidade, mas significa conferir maior eficácia à mensagem evangélica e promover aquela unidade de intentos que é fruto também do Espírito. 7 A Obra Missionária do Sucessor de Pedro tem um horizonte apostólico universal. Por isso, tem necessidade também dos inúmeros carismas da vida consagrada, para dirigir-se ao vasto horizonte da evangelização e ser capaz de assegurar uma presença adequada nas fronteiras e nos territórios alcançados. 8 9 + Manuel Linda Queridos irmãos e irmãs, a paixão do missionário é o Evangelho. São Paulo podia afirmar: «Ai de mim, se eu não evangelizar!» (1 Cor 9, 16). O Evangelho é fonte de alegria, liberdade e salvação para cada homem. Ciente deste dom, a Igreja não se cansa de anunciar, incessantemente, a todos «O que existia desde o princípio, O que ouvimos, O que vimos com os nossos olhos» (1 Jo 1, 1). A missão dos servidores da Palavra – bispos, sacerdotes, religiosos e leigos – é colocar a todos, sem excluir ninguém, em relação pessoal com Cristo. No campo imenso da atividade missionária da Igreja, cada batizado é chamado a viver o melhor possível o seu compromisso, segundo a sua situação pessoal. Uma resposta generosa a esta vocação universal pode ser oferecida pelos consagrados e consagradas através duma vida intensa de oração e união com o Senhor e com o seu sacrifício redentor. 9 Ao mesmo tempo que confio a Maria, Mãe da Igreja e modelo de missionariedade, todos aqueles que, ad gentes ou no próprio território, em todos os estados de vida, cooperam no anúncio do Evangelho, de coração concedo a cada um a Bênção Apostólica. 10 Vaticano, 24 de Maio – Solenidade de Pentecostes – de 2015. FRANCISCO 10 Missão: o que o amor não pode calar! 1. Que é o amor? Este conceito universal, tem sempre a ver com afinidades, sentimentos que se traduzem em afectos e cujos resultados são uma série de atitudes, experiências e acções. Nelas se exprime aquela essencial diferenciação com o egoísmo: enquanto este procura a posse da outra parte, sem nada ter para lhe oferecer, o amor assenta na compaixão e produz gestos altruístas e de serviço. 2. É o amor, compassivo e altruísta, quem gera e produz os actos mais intensos e mais nobres, até à heroicidade ou até ao martírio. A dedicação ao outro, individual ou colectivo, faz parte da natureza dialogal profunda da pessoa. E faz-se responsabilidade: desde a mais básica filantropia até à suprema abnegação ao serviço dos outros, actua-se sempre aquele traço constitutivo da natureza humana que leva a pessoa a responsabilizar-se pelas carências do «próximo» e a tentar resolvê-las como se fossem suas. 3. Ora, a grande carência do nosso tempo é a religiosa: sem fé e fé verdadeira, o homem despoja-se do seu real valor, a verdade confunde-se com o apetite e o mundo torna-se pobre e indigente, pois jamais se conseguirá apagar a fome de Deus. As pessoas e maneira do pensar do mundo podem não saber isso. Mas, depois, sentem-lhe os efeitos: s e a pe s s oa nã o é “imagem e semelhança de Deus”, qual a diferença entre ela e os animais? Porque nos preocuparmos com os que passam fome, não dispõem de estruturas de saúde, não sabem o que é uma escola, são refugiados ou tentam atravessar o Mediterrâneo para virem apanhar as migalhas que caem da nossa mesa abastada? 4. A grande «periferia» do nosso tempo, para usar a feliz expressão do Papa Francisco, é constituída pelos muitíssimos que não conhecem Deus ou põem a sua esperança num «simulacro de Deus». Uns estão longe, para além do mar. Mas outros estão 11 Foto: bem perto de nós: são nossos concidadãos. Para os primeiros, que nunca ouviram falar de Cristo, receber o que desconhecem. Mas os nossos vizinhos julgam «ter o rei na barriga»: imaginam que sabem tudo de tudo e que não precisam de mais nada. Recusam, por isso, ouvir a Palavra da Eterna Novidade e acolhem-se à sombra do pior inimigo da fé: a ignorância. Sim, a ignorância religiosa é o manto grosseiro com que a nossa Europa se está a cobrir. 5. Eis a razão pela qual se torna cada vez mais imperceptível a fronteira entre aquilo que antigamente designávamos por «missão ad gentes», ou para o exterior, e a «missão ad intra», a recuperação de tantos cristãos, somente de nome, nas Igrejas de velha cristandade. Temos de nos dar às duas. Mas que esta não ceda ao perigo de tentar absorver aquela. É um risco, de facto, imaginarmos que, devido à falta de rec ursos, tere mo s d e n os concentrar e acudir somente às nossas dificuldades internas. 12 6. Felizmente, há homens e m u l h e re s absolutamente extraordinários que fazem da sua vida um hino de amor e, como dizia acima, dão-se completamente, entregando a sua vida à causa de Deus e dos irmãos. Lá fora e aqui dentro. São eles quem, na liberdade, procura reorientar vidas na direcção do grande horizonte do sentido: Deus. São os missionários. Para eles, o testemunho da minha imensa admiração. E a certeza de que precisamos de todos eles e de muitos mais. Quem quer ser como eles? + Manuel Linda 13 11 P. António Fernandez Missão: o que o amor não pode calar! Aproximamo-nos uma vez mais da celebração do Dia Mundial das Missões. Um tempo propício e belo para reflectir, agradecer e comprometer a nossa vida na construção do Reino e na redescoberta sempre nova da presença de Deus na vida e na história de nossas comunidades. mesa para partilhar a sua presença viva e vivificante. É em comunidade e como comunidade que podemos discernir os sinais da sua presença no meio de tantos homens e mulheres que diariamente se cruzam connosco. Somos enviados em nome de uma comunidade. O amor não pode calar e deixar de testemunhar com alegria este maravilhoso dom que é a comunidade de discípulos reunidos em nome de Jesus Cristo ressuscitado. Chamados por Deus, temos que ter sempre presente que é o Seu amor que nos envolve, nos convoca e nos provoca. Reunidos em comunidade e animados pelo Espírito do Senhor, não deixemos de proclamar: O Reino de Deus está no meio de nós. Que beleza e que alegria poder confiar nesta certeza. O nosso Deus é o Deus dos vivos, ressuscitou, está no meio de nós. Caminhamos para a terra prometida com a certeza de que Deus é uma realidade viva e presente no quotidiano das nossas vidas. Envolvidos pelo amor de Deus, convocados para construir comunhão, somos solicitados a abraçar os nossos irmãos e irmãs, com a mesma intensidade e profundidade com que Deus nos abraça. Deus fez-se homem, servo da humanidade, doando-se totalmente. Não tenhamos medo de assumir as misérias humanas, de nos aproximarmos do pobre e desvalido, do fraco e desprotegido. O amor não pode calar a preferência de Deus pelos mais pobres e desprotegidos, pelo ser humano que quotidianamente é desprovido do essencial para viver a sua vida com dignidade de filho de Deus. O amor único e envolvente de Deus. Imensamente amados por Ele, n’Ele encontramos a fonte da nossa vida e do amor que brota em cada um de nós. O que é a missão senão o anúncio e proclamação deste amor único e profundo de Deus por cada ser humano? No amor de Deus que foi o primeiro a amar-nos, encontramos o fundamento e a nascente da missão, donde brota toda a actividade missionária. Que bom sentir que somos profundamente amados, apesar dos nossos limites, e que o tesouro que nos foi confiado é a Vida que brota e nasce do amor de Deus. Que bom sentir a sua presença fiel e consoladora hoje e sempre. O amor não pode calar e deixar de proclamar com alegria a todos este amor de Deus e a sua presença em cada ser humano. Somos um povo que caminha. Reunimo-nos em comunidade porque acreditamos no seu valor. Somos convocados para viver em comunidade a nossa fé e os valores do Reino e descobrir a presença de Deus nos irmãos que caminham connosco. Reunimo-nos para escutar a sua Palavra e agradecer a sua presença na vida de todos os homens e mulheres que vivem como discípulos na escuta atenta e na fidelidade amorosa. Como discípulos de Jesus ressuscitado, presente no seio da comunidade, sentamo-nos à 14 Celebremos então neste Dia Missionário Mundial o amor incondicional de Deus, que ama imensamente todo o ser humano. Agradeçamos pelos missionários e missionárias que em nome das comunidades partem com alegria de suas terras e, rompendo as barreiras da indiferença e do egoísmo, fazem da eucaristia o banquete universal do amor, manifestado em cada povo e cultura. 15 Oração Primeira semana 3 a 9 Outubro Deixemo-nos provocar pelo amor de Deus e sintamo-nos participantes da sua missão de tornar presente o seu Reino junto de quem sofre e continuamente é marginalizado. Que Nossa Senhora, padroeira de Portugal, fortaleça o nosso SIM na escuta da Palavra para sermos uma Igreja em saída ao encontro de quem espera ansiosamente pelo abraço de Deus. António Fernandes, Imc Presidente dos IMAG 1 Introdução O poder da oração não depende daquilo que dizemos ou com que disposição estamos durante o momento de oração. Como diz o Papa Francisco, “uma coisa é rezar, outra coisa é recitar orações”. Estar em oração é estar em contato direto com Deus, é estar disposto a estar com Ele na humildade e na verdade. “Quem não reza é orgulhoso, é seguro de si, busca a própria promoção. Ao invés, quando um cristão reza, não se afasta da fé, fala com Jesus. Todavia, não se trata de recitar orações, como faziam os legistas, mas falar com Deus de coração a coração.” (Papa Francisco) Cântico inicial Saudação do Presidente Escutar a Palavra - Tiago 1, 5-8 “Se algum de vós tem falta de sabedoria, que a peça a Deus, que a todos dá generosamente e sem recriminações, e ser-lhe-á dada. Mas peça-a com fé e sem hesitar, porque aquele que hesita assemelha-se às ondas do mar sacudidas e agitadas pelo vento. Não pense, pois, tal homem que receberá qualquer coisa do Senhor, sendo de espírito indeciso e inconstante em tudo.” A Palavra gera Oração Na confiança de que Deus nos ouve e que concederá o nosso pedido, rezemos: 16 17 11 Foto: Pela Santa Igreja, que receba a alegria do Senhor e que continue a encher os corações de todas as pessoas de fé, amor e misericórdia. Por todos os cristãos, que aceitam o convite que Deus lhes faz de partir em missão ao encontro dos irmãos mais pobres. Por todos aqueles que colocam a sua vida em nome da paz mundial e que lutam em países em guerra, que sejam sinal da gratuidade do amor de Deus e contribuam para aliviar o sofrimento e a solidão, promover a fraternidade e combater a pobreza. Por todos nós, que saibamos abrir o nosso coração em oração e que ouçamos a Palavra de Deus sabiamente para a pôr em prática A Palavra torna-se Ação “Sirvam-se, por isso, das armas que Deus vos oferece para poderem resistir naquele dia difícil e para poderem ficar de pé, depois de terem vencido todos os inimigos. Estejam preparados. Usem a verdade como um cinto bem apertado e a justiça como armadura. Que a prontidão em anunciar o evangelho da paz seja como o calçado para os vossos pés. Andem sempre armados com o escudo da fé, para poderem defender-se das setas incendiárias do inimigo. Que a salvação vos sirva de capacete e combatam com a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Façam tudo isto em espírito de oração e orem continuamente, em união com o Espírito Santo. Estejam vigilantes, prestem muita atenção a estas coisas e orem por todos os santos.” (Ef 6, 13-19) Bênção Cântico final 18 19 11 Sacrifício Segunda semana 10 a 16 Outubro 2 Introdução Nas definições dos livros “sacrifício” é: “oferta solene a uma divindade, em géneros ou vítimas” ou o “abandono forçado de algo agradável” ou que nos é precioso ou ainda “renúncia”. A Tradição da Igreja sempre associou “sacrifício” ao Sacrifício de Cristo oferecido na cruz por Amor. Em Fátima, em 1917, foi perguntado aos pastorinhos: “Quereis oferecer-vos a Deus?” Sabemos como aquelas três crianças se dedicaram a Deus e ao Mundo com a oferta do seu viver quotidiano. O tempo oferecido a Deus nas suas orações, o jejum, a aceitação das contrariedades da vida com resignação foi uma dádiva e um verdadeiro testemunho de sacrifício. Cântico inicial Saudação do Presidente Escutar a Palavra - 2Tim 4, 1-8 Prega, insiste oportuna e inoportunamente, repreende, censura, exorta com bondade e doutrina… Estas são atitudes que implicam sair de si, gastar o seu tempo, enfrentar os outros, expor-se para fazer chegar a Palavra e a verdade que o mundo precisa de ouvir. Porque virá o tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina… Hão-de afastar os ouvidos da verdade. O caminho da salvação nem sempre é fácil de discernir no meio dos ruídos e ilusões do mundo. Porém, a Palavra de Deus tem o poder de transformar, clarificar, mobilizar, consciencializar, harmonizar… 20 Tu, porém, sê prudente em tudo, suporta os trabalhos, evangeliza e consagra-te ao ministério. A capacidade de sacrifício faz-nos insistir quando parece que já não temos forças. E podemos não as ter mas, se enfrentarmos a vida com dimensão sacrificial estamos a abrir-nos a que a Força de Deus aumente a nossa pouca força. A Palavra gera Oração Num breve instante de silêncio pensemos em diversos exemplos de pessoas que se sacrificam diariamente pelos outros. Pensemos também em situações concretas da nossa vida que exigem de nós sacrifício e meditemos nas nossas disposições para essas situações. Presidente: Irmãos e irmãs, todos, cada um na sua vocação específica, participamos na construção do Mundo. O Senhor conta com a nossa ajuda e colaboração, por isso, clamemos a uma só voz: Senhor, ajuda-nos a seguir os teus passos. 1. Pelo Papa Francisco, pelos bispos, presbíteros e diáconos, para que saibam ser instrumentos do Amor de Deus, orientando os irmãos no caminho da santidade. Oremos irmãos. 2. Por todos os consagrados e consagradas, que tenham a força para vencer todos os desafios, levando, com paixão, Jesus ao mundo inteiro. Oremos irmãos. 3. Pelas famílias cristãs, para que mantenham acesa a luz da fé em Suas casas, transmitindo aos seus filhos os valores do Evangelho com gestos de doação e entrega mútua, construindo verdadeiras igrejas domésticas. Oremos irmãos. 21 11 Partilha Terceira semana 17 a 23 Outubro 4. Por todas as crianças e jovens, para que descubram a riqueza que trazem dentro de si, reconhecendo nela a presença do Pai e trabalhando com alegria e empenho na construção de um mundo de justiça e paz. Oremos irmãos. Presidente: Deus eterno e omnipotente, que nos ensinais pelo Sacrifício de Cristo a darmo-nos uns aos outros, assisti-nos para que tenhamos a coragem do testemunho cristão com alegria, generosidade e entrega. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. A Palavra torna-se Ação A reflexão e oração sobre o sacrifício deve levar-nos a estarmos mais atentos aos testemunhos e a vivermos diariamente em atitude de oferta de nós mesmos ao Pai. Como compromisso, cada um pense num aspeto concreto da sua vida em que seja necessário redescobrir a dimensão do sacrifício e comprometa-se a fazer a mudança necessária para viver esta realidade com a alegria da entrega. 3 Introdução Se descrevermos a nossa existência como uma grande caminhada, desde o nosso nascimento, passando pelo meio-dia e o entardecer, chegando até à velhice, isto é belo. Esta caminhada não é feita sozinhos, a graça desta caminhada é caminhar lado a lado com os nossos irmãos, de mãos dadas com outros corações. Juntos escutamos os outros, partilhamos os nossos fardos, as nossas alegrias. Nesta caminhada podemos procurar uma sombra amiga, onde podemos dar do nosso farnel e fazer a refeição do amor e da amizade. Há caminhantes que vão desanimando, outros que têm feridas nos pés e corações feridos. Há meninos e meninas que precisam de caminhar ao colo, há pessoas mais frágeis que precisam do nosso braço. Isto é vida, é viver, é partilhar. Quando partilhamos, quando sentimos união, quando sorrimos e choramos juntos estamos a caminhar, a seguir a estrela que Deus coloca na nossa frente, para alcançarmos a felicidade eterna. Cântico inicial Saudação do Presidente Pai Nosso Bênção Cântico final 22 Escutar a Palavra - Act 20, 32-36 Nós procuramos Jesus, porque Ele é quem nos pode salvar, Ele é Deus. É através desta procura que encontramos a felicidade, quem O procura tem uma felicidade sem limites, pode ainda ter vários problemas, aguentar e sofrer em variados momentos, mas a felicidade está sempre presente na sua vida. A felicidade cresce dia a dia com a presença de Deus na nossa vida. S. Paulo diz-nos: “Não cobicei prata, nem ouro, nem vestes de ninguém. 23 Vocês sabem que estas minhas mãos providenciaram o que era necessário para mim e para os que estavam comigo”. S. Paulo não deixava de trabalhar, mas a dada altura o que fazia já se tornava insuficiente para todas as missões. Ele sustentava-se, mas precisava de ajuda para conseguir levar o nome de Deus mais além. Foi partilhando que ele foi conseguindo anunciar dia a dia o nome de Jesus Salvador. Ele serviu o Senhor com toda a humildade. A humildade dele é reconhecer que a sua vida tem valor se for para servir, reconhecendo que o Senhor é tudo na sua vida “Em tudo mostrei a vocês que é trabalhando assim que devemos ajudar os fracos, recordando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há mais felicidade em dar do que em receber’”. felizes, não fiquemos parados à espera que alguém nos venha fazer felizes. Façamos nós também alguém feliz. Cuidemos das pessoas que Deus nos deu, façamo-las felizes levando-as ao encontro com Deus, partilhando esta caminhada. Vamos ao encontro de alguém que esteja a precisar de uma palavra de alento, de conforto. Apenas isso, partilhar do nosso tempo com os que mais necessitam. Alegremo-nos em Deus ao sairmos de nós para encontrarmos a alegria. Bênção Cântico final A Palavra gera Oração Senhor, não temos muitas coisas para dar, mas ao longo desta caminhada de vida, recebemos muitos dons, os quais queremos partilhar com os nossos irmãos mais frágeis. Ensina-nos a não sermos egoístas e egocêntricos, a pensarmos não só em nós, mas também nos outros. Ajuda-nos a partilhar aquilo que temos, aquilo que somos, a partilhar a nossa alegria, as nossas qualidades, a nossa amizade. Ensina-nos a dar, a dar sem receber, para que os outros sejam mais felizes. Ajuda-nos a sairmos de nós mesmo, a irmos ao encontro do irmão, partilharmos a nossa sombra com alguém que está caído e cansado. Queremos, Senhor, ter um coração aberto e disposto a acolher que colocas nos nossos caminhos. A Palavra torna-se Ação Queremos ser felizes? Estamos preocupados em ajudar os nossos irmãos mais fracos? Quando ouvimos alguém contar um problema que lhe vai tirando a paz, estamos mesmo preocupados em ajudar? Ou só pensamos no nosso “mundinho”? Partilhamos? S. Paulo diz-nos: “Há mais felicidade em dar do que em receber”. Vamos sair de nós mesmos para sermos 24 25 Vocação Missionária Foto: Quarta semana 24 a 30 Outubro 4 (Para preparar um ambiente calmo e acolhedor propício à oração, sugerimos que se monte um caminho em que no início esteja a Bíblia aberta saindo dela uma mochila, um cajado e umas sandálias em direção a um Globo) Introdução Hoje todas as culturas e religiões nos questionam, a nós cristãos, sobre qual é a nossa particularidade na relação com Deus, isto é, a nossa experiência específica de Deus. Eles pedem-nos, a nós discípulos de Cristo: “Queremos ver Jesus”. “Pedem-nos que não só falemos de Cristo, mas que de certo modo, o mostremos”. Realmente, a missão consiste em “transmitir aos outros a própria experiência de Jesus”. As vocações missionárias não germinam onde existe um ambiente de tristeza, onde falta o amor à Igreja mas sim na expectativa de uma alegre esperança. Cântico inicial Saudação do Presidente Escutar a Palavra - Mt 28, 18-20 “Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes: Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.” 26 27 A Palavra gera Oração O maior dom da tua missão. Leitor 1: O missionário deve ser livre para a missão. Leitor 2: O missionário deve caminhar depressa. Leitor 3: A única riqueza do missionário é Jesus. Todos: Missionário é aquele que parte… Não te preocupes com o que dizer. Ouve todos os corações e todas as culturas, Aí encontrarás o verbo encarnado. Leitor 1: O missionário deve ser alegre. Leitor 2: O missionário deve ter esperança. Leitor 3: O missionário deve confiar. Todos: Missionário é aquele que parte… Leitor 1: O missionário deve espalhar o amor. Leitor 2: O missionário deve louvar a Deus. Leitor 3: O missionário deve ser ousado. Todos: Missionário é aquele que parte… Leitor 1: O missionário deve respeitar o outro. Leitor 2: O missionário deve defender a justiça. Leitor 3: O missionário deve espalhar a Paz. Todos: Missionário é aquele que parte… Não te preocupes em semear palavras ao vento. Colhe silêncio, olhares, gestos, vozes; Presenças vivas das verdadeiras palavras. Não te preocupes em acender luzes. Descobre, no meio das trevas, O brilho da vida na face do teu irmão. Não te preocupes com a cor da pele ou da bandeira. Nem com o credo de quem cruza a tua porta. Acolhe o outro, o estrangeiro, o diferente. Não como estranho, mas como amigo e irmão! Leitor 1: Jesus, na certeza que caminhas connosco… Leitor 2: Em Ti está a nossa força para partir. A Palavra torna-se Ação Não te preocupes aonde te levam teus passos. Abraça todas as pessoas e todos os povos, Pois tua casa é o mundo sem fronteiras. Não te preocupes com o que oferecer. Oferece-te a ti mesmo no altar do serviço; 28 29 Oração Universal Introdução 6.Senhor, que chamais incessantemente para o serviço do reino, permiti que muitos respondam generosamente ao apelo para a vida missionária. Irmãos e irmãs: Jesus Cristo, no desejo de chegar ao coração de cada Homem, impele-nos a anunciar o amor que brota do encontro transformador com Ele. Peçamos-Lhe, humildemente, dizendo: R: Ouvi-nos Senhor Ou: Abençoai Senhor o vosso povo Conclusão Jesus Cristo, ungido do Pai, Que nos abristes os caminhos para o anúncio do reino,fazei que por meio de vós, descubramos o desejo de levar a Boa-Nova aos povos, vós que reinais por todos os séculos dos séculos. Ámen. 1.Senhor, que confirmastes Pedro na missão de conduzir o anún cio do Reino e estabelecestes os Apóstolos como testemunhas da Ressureição, confortai o Papa Francisco e os bispos de todo o mundo. 2.Senhor, que sois a fonte da renovação no amor, suscitai no coração de todos os homens o desejo de levar os sinais do vosso encontro àqueles que não vos conhecem. 3.Senhor, que sois o caminho da paz e da comunhão, assisti to dos os missionários que vivem em zonas de perseguição e guerra. 4.Senhor, que sois médico da alma e do corpo, auxiliai todos os missionários que vivem momentos de fragilidade e doença. 5.Senhor, que estais atento às necessidades materiais dos homens, ajudai toda a Igreja a sentir a importância de apoiar os missionários, e cumulai todos os que sustentam pela oração e pelos bens as missões. 30 31 11 Leituras Dominicais 27º Domingo do tempo comum 28º Domingo do tempo comum Ano B Ano B Não é bom que o Homem esteja só! Na Sagrada Escritura, é Deus quem auxilia o homem. Nesse sentido, o Livro do Génesis fala da mulher como a que coloca Deus presente ao homem, atuando, auxiliando-o. No Evangelho, deparamos com o drama do sofrimento conjugal, que tantas vezes conduz à separação. Todos nós conhecemos casais realizados e outros infelizes. Não é difícil entrever Moisés procurando uma solução para essas situações. A carta de Repúdio visava uma solução para um problema ainda hoje recorrente: o desentendimento conjugal. Para os contemporâneos de Jesus, uma vez que Moisés já o permitira, procurava-se distinguir as situações que o legitimassem. Jesus bem sabia o que Moisés prescrevera. Quando pergunta pelo pronunciamento de Moisés, não se fica por aí; vai à raiz do problema: onde nascem esses problemas, essas insatisfações? Será que é apenas porque as pessoas são incompatíveis? Será que é porque não escolheram bem, se enganaram ou foram enganadas? Com facilidade enumeramos um rol de possíveis causas, e somos cuidadosos para evitar por em causa as pessoas. Há coisas das quais poucas ou nenhumas responsabilidades temos… somos como somos. Mas há algo que só depende de nós… Jesus não está com rodeios. Diz que a atuação de Moisés se deve à dureza do nosso coração. Persistir numa obstinação do coração não traz nenhum benefício nem para o esposo, nem a esposa, nem a comunidade em seu redor. O repúdio parece “aliviar” todo o drama. Mas no princípio não foi assim. Haverá algum amor capaz de superar todas as dificuldades que surgem ao longo da vida? Haverá alguma receita para fortaleceram-se os casais nas horas de maior desgaste e cansaço? E se um deles simplesmente deixa de querer ou de lutar? E quando parece óbvio que a vida seria melhor numa conjugação diferente? São tantas as questões e delicados os casos que nos perdemos facilmente do essencial. Os que Deus une, já não são dois, mas uma só carne. Não separe o homem o que Deus uniu. O Amor de um pai e de uma mãe não se detém nas dificuldades. Queremos nós casais que vivam este amor que triunfa de todas estas dificuldades? Há qualquer coisa de prudente na hesitação do Jovem rico: a organização da sua vida. Há dimensões que todos queremos ver seguras: o equilíbrio e a estabilidade financeira são um bem que todos procuramos. Aquele jovem parecia ter essa dimensão tão bem tratada, que se poderia dedicar “voluntariamente” a procurar alcançar o reino dos céus. Mas Jesus mexe exatamente ai, onde deixará o jovem infeliz. Não é difícil a identificação com este personagem. Que bom seria termos famílias com garantias materiais para acolher e educar filhos. Não viverem apenas na incerteza do inseguro. Qual a segurança que Cristo oferece? Como escutar o seu desafio /convite? Vale a pena revisitar a primeira leitura: “Orei e foi-me dada a prudência; implorei e veio a mim o espírito de sabedoria. Preferi-a aos cetros e aos tronos e, em sua comparação, considerei a riqueza como nada. Não a equiparei à pedra mais preciosa, pois todo o ouro, à vista dela, não passa de um pouco de areia e, comparada com ela, a prata é considerada como lodo.” Deixar tudo para seguir Jesus não pode ser um ímpeto momentâneo que depois se desvaneça, ou que seja retificado depois do entusiasmo do encontro. É discernimento procurado, desejo alimentado, escolha refletida. Para seguirmos o Senhor, temos de abrir as mãos e os braços para abraçarmos quem Ele é. A sua Palavra é viva e eficaz. Penetra e faz o discernimento dos espíritos. Neste ano do Consagrado, fixemo-nos no que tem maior valor. A cada dia, basta a sua preocupação. 32 33 Foto: 29º Domingo do tempo comum Ano B Ficar ao pé de Jesus. Estar sempre presente e ver o que Ele faz, ouvir o que Ele diz, ter a experiência no imediato. Quem não quereria estar ao pé de Jesus? A resposta de Jesus é desconcertante… beber o cálice que Ele está para beber. Nem hesitam, mesmo sem saberem bem o que estão a pedir. Jesus diz que o beberão. Dirá isso a todos os que se aproximam d’Ele. Mas sentar-se à direita e à esquerda, é para quem o Pai determina. Os outros indignaram-se com eles. Certamente que sentiam o mesmo que eles. Também eles não percebiam muito bem. Sentiam o mesmo que Tiago e João. Mas talvez estivessem indignados com a antecipação dos seus companheiros. Todos ansiariam por aqueles lugares. Jesus aproveita para lhes mostrar como deve ser entre eles: ser grande, é ser reconhecido pelos outros. E haverá alguém a quem nós reconheçamos mais do que aquele que está atento a nós, que nos serve? Esse é o lugar ocupado pelos nossos pais e a quem fez as suas vezes, aos quais estamos reconhecidos para sempre. Esta é a glória do Amor. Sermos grandes com os outros, para os outros, servindo os outros. Jesus nunca exerceu domínio sobre nós, mas amou-nos, sofrendo por nós. Isaías entrevê isto mesmo. A glória do Justo, Sumo sacerdote que tudo pode, que tudo faz por quem ama – cada um de nós. Toda a Igreja, chamada a ser discípula missionária deve replicar este amor que se compadece, abraça, chama a si, todos e cada um dos que o buscam. Amor que serve. Que recria a vitória da cruz, sempre que vence a dor com o amor. 34 35 Tema do Ano 30º Domingo do tempo comum Ano B Não ver. Não ver o que se quer. Não querer o que se vê. Coisas tão diferentes, que compõem os nossos grandes dramas. Quantas vezes depois da nossa catequese, da nossa experiência de Igreja, nos assemelhamos aos discípulos de Emaús, que se lamentam pela passagem dos dias, e sobretudo porque não tinham ainda visto Jesus. Ele mesmo ali ao seu lado, e eles com os olhos impedidos. Este cego tinha os olhos sem luz. Alguém lhe diz que Jesus passava por ali. Ainda sem O ver, grita por Ele, ainda que alguns lhe digam que se cale. E grita mais. Parado, fora do caminho, está longe. Jesus pára. Detém-se sempre perante o nosso sofrimento. Desce até nós. Vem realizar o que Jeremias anuncia, quando pede que o chamem. Inclui outros, inclui-nos a nós. Não basta estarmos ali. Devemos implicar-nos com os outros, inclui-los, acolhê-los. Sobretudo aos que clamam pelo Senhor. Tudo muda na vida do cego quando deixa de contar apenas consigo. Que força lhe terá dado aquele apelo: “ânimo, que Ele chama-te”! Também nós, tantas vezes cambaleamos ao aproximarmo-nos de Jesus. Quantas coisas desconexas na nossa vida, quantas derrotas, fracassos… Quantas vezes tristes por não nos vermos onde gostaríamos de estar, por os outros serem diferentes do que queríamos, porque as coisas não encaixam como queríamos. Se nos aproximarmos de Jesus com este pedido, se quisermos ver realmente, se acreditamos que Ele é a Luz do mundo, a Verdade, o Caminho e a Vida, se nos confiamos a Ele e deixamos de confiar apenas em nós, então, na noite da nossa vida, desponta a Aurora. Deixemos que se mude o nosso olhar perante o Seu Evangelho. Acolhamos a sua mensagem, apaixonemo-nos com a missão. Neste último domingo de Outubro, perguntemo-nos se queremos levar Jesus, dar a conhecer Jesus, a sua alegria, viver seguindo-O. Se queremos que seja esta a nossa luz! Não seremos fiéis ao mandato missionário do Senhor se permanecermos à beira do caminho. Sejamos discípulos missionários, iluminados pelo Senhor, seguindo-O para onde que que Ele vá. 36 Taizé, 75 anos em missão A Comunidade Ecuménica de Taizé foi fundada há 75 anos pelo Irmão Roger Shultz, naquela colina da Borgonha, em França. O fundador nasceu há cem anos na Suíça e foi assassinado há dez durante a Oração, na presença de milhares de jovens. O Irmão David nasceu em Portalegre e é o único português. O Irmão Roger nasceu há cem anos. Que imagem de marca deixou impressa em Taizé? Irmão David (ID) – Deixou em Taizé um grande desejo de acolher cada irmão, peregrino, jovem. Chegou com a ideia de criar uma Comunidade fermento de reconciliação numa Europa dividida. O acolhimento não pode ser estático, tem que haver predisposição para ouvir sem julgar nem impor. Mas, ao mesmo tempo, é preciso saber propor o encontro com Cristo. Há 75 anos fundou a Comunidade. A 2ª Grande Guerra Mundial é uma referência para o carisma inicial? ID: - A 2ª Grande Guerra provocou uma reação: é urgente fazer algo, não podemos cruzar os braços. O desejo de seguir Cristo era antigo, mas a guerra empurrou-o e disse-lhe: ‘É agora, é preciso fazer qualquer coisa!’. O Irmão Roger alertou para a vida de uma vocação provisória, olhando ao momento p re s e n t e , c re s c e n d o c o m experiências vividas. Tal exige uma vontade de procura constante de atenção á situação concreta em que se está inserido, seja em Taizé, seja nas Fraternidades espalhadas pelo mundo. AM: -Como se foi difundindo o ideal de Taizé? ID: - Taizé não é um ideal. Trata-se de viver os valores do Evangelho, o espírito das Bem-Aventuranças resumido em três palavras: Alegria, Simplicidade e Misericórdia. São estes os valores que os Irmãos tentam viver e partilhar com as pessoas com quem se encontram e acolhem. Só Deus sabe como se difunde Taizé. Começou de forma simples com as pessoas que o Irmão Roger acolhia em casa durante a Guerra. Ele próprio teve de fugir para Genebra onde iniciou um momento de oração às 12h30 na Catedral. Depois regressou a Taizé e algumas destas pessoas vinham de Genebra e batiam-lhe 37 Foto: à porta. Tentou ir dando resposta aos g r u p o s q u e c h e g a v a m e partilhando o que se vivia na Comunidade. Ainda hoje é assim: não se fabrica nada para os jovens, mas os Irmãos partilham o que vivem. AM: - A Peregrinação de Confiança sobre a Terra congregou 30 mil jovens em Praga. Como se chegou a esta adesão numa iniciativa concorrente das ‘passagens de ano’? ID: - Nós próprios ficamos surpreendidos com os números á chegada dos jovens. Conto, por exemplo, o episódio de dois jovens que vieram dois dias antes dos outros apenas para ajudar a preparar o encontro. Depois, surpreende sempre ver jovens, após 2 ou 3 dias de viagem, dispostos a ser acolhidos, a rezar, escutar e receber o que lhes derem. Os jovens têm sede de encontro, de um rosto mais humano nas nossas sociedades. Não nos conhecemos de lado nenhum, mas sabemos que podemos construir juntos um mundo mais humano e mais fraterno. que se escreve, das partilhas… qual é o balanço que a Comunidade faz destes 75 anos de vida e Missão? ID: - O primeiro desejo do Irmão Roger foi de ser um sinal, de viver o pouco que compreendemos do Evangelho. Não há um projeto de Evangelização, mas de seguir C r i s t o . O re s t o v e m c o m o consequência. Ao olhar para Cristo, ao centrarmos nele o nosso olhar, Ele abre portas, confia-nos pessoas e missões. Somos chamados a acolher quando estamos atentos e despertos. As portas abrem-se e cabe-me a mim entrar nessa porta e acolher essas pessoas. Esta atenção ao que nos é confiado traz-nos grande responsabilidade, pois são milhares os jovens que nos procuram e visitam à espera de que lhes demos algo. Tony Neves, MissãoPress AM: -Das avaliações feitas, do 38 39 Paginas Centrais FEC 25 anos pela dignidade humana A FEC – Fundação Fé e Cooperação é uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento. Existe desde 1990 por vontade da Igreja Católica em Portugal e trabalha com comunidades e parceiros em Portugal, Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, nas áreas da educação, saúde, capacitação institucional, educação para o desenvolvimento e advocacia social. Tem como missão promover o desenvolvimento humano integral, através da cooperação e solidariedade entre pessoas, comunidades e Igrejas, inspirada pelo Evangelho e pela Doutrina Social da Igreja. Em Portugal a FEC trabalha maioritariamente em projetos de Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social. de voluntariado missionário nos países para os quais são enviados. São 25 anos pela dignidade humana, 25 anos de projetos e concretizações tendo sempre como missão a promoção do desenvolvimento humano integral. São 25 anos cheios de Deus e seguindo a missão que nos foi confiada: garantir que cada pessoa com quem nos cruzamos e participa nos projetos que desenvolvemos tem garantido o seu direito á dignidade com tudo o que a palavra e o valor implicam! Foto: Em 2015 a FEC comemora 25 anos de ação e tem como lema “FEC – 25 anos pela Dignidade Humana”. Muitas podiam ser as explicações para a escolha deste lema, que surgiu de forma natural, mas a principal reside na centralidade da pessoa. No centro de tudo o que a FEC faz, de todos os trabalhos realizados, está sempre a pessoa, a pessoa e a promoção do seu desenvolvimento humano integral e da sua dignidade humana pois são sagrados! A Guiné-Bissau foi desde o início o país onde temos mais projetos e programas e a presença da FEC no país mantém-se há 15 anos. É também por isso que na celebração destes 25 anos, celebramos, em conjunto com 12 dioceses portuguesas, através de uma Campanha de Quaresma revertendo a renúncia quaresmal para o Projeto + Criança que beneficiará 25 Centros de Recuperação Nutricional na Guiné Bissau. A FEC tem também apostado desde a sua origem em ações de sensibilização de grupos e cidadãos, tanto junto de entidades ligadas à Igreja, como junto de outros atores da sociedade civil em geral, com vista a um melhor conhecimento da realidade dos países lusófonos e de desafios que são globais. Tem sido feita uma forte aposta na formação de voluntários que partem para os países lusófonos integrados em projetos de parceria com a Igreja local, a qual evoluiu para a atual Plataforma do Voluntariado Missionário, cumprindo um plano de formação anual de 5 sessões e tendo, ao longo destes 25 anos, formado milhares de jovens que partem em missão e dão rosto à Igreja em projetos 40 41 11 Vigília Missionária Escutemo-lo! Acolhamos a Boa Nova! Alegria Gratidão Paixão Esperança (ler pausadamente por diferentes leitores espalhados na assembleia com a própria bíblia) Preparação - Material necessário: dístico com cada um dos desafios ou apenas as palavras: alegria, gratidão, paixão e esperança, velas, bíblia grande, outras bíblias, flores e sementes. Animador (A) Estamos reunidos em nome do Senhor, para juntos rezarmos pelos missionários, isto é, também por nós. Em comunhão com os consagrados do mundo inteiro neste ano da vida consagrada, rezemos os objetivos propostos para a vivência deste ano, que são apelos do Senhor por meio dos desafios do Papa Francisco: Acolher sempre a alegria, olhar o passado com gratidão, viver o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança. Cântico inicial (União/comunhão/missão) ACOLHER SEMPRE A ALEGRIA (Mostrar o dístico, afixar e ler pausadamente) Da exortação apostólica “A alegria do Evangelho” “A ALEGRIA DO EVANGELHO enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. Quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada.” Admonição (Durante a admonição e “aleluia” faz-se a intronização da Palavra. Pode vir do fundo da Igreja, lentamente com solenidade, uma pessoa com a Palavra de Deus e outras 5 com velas, ladeando a Palavra ou de cinco lugares diferentes. Colocar em lugar central junto ao círio) A: Cristo é a alegria que sustenta a nossa entrega. Ele é a alegria de todo o cristão. Cristo é a alegria da vida de Deus a tocar a humanidade! 42 Cântico: Aleluia Eu sou o Filho de Deus. (Jo 10,23) Eu sou o Bom Pastor. (Jo 10,10) Eu sou a Luz do Mundo. (Jo 8,12) Eu sou a Videira. (Jo 15,1) Eu sou o Caminho. (Jo 14,5) Eu sou a Porta. (Jo 10,7) Eu sou o Pão da vida. (Jo 6,48) Eu sou a Verdade. (Jo 14,5) Eu sou a Vida. (Jo 14,5) Eu sou a Ressurreição. (Jo 11,25) Eu estarei convosco até ao fim. (Mt 28,20) Eu sou Rei. (Jo 8,37) Sou Eu que falo contigo. (Jo 4,24) Sou Eu. (Jo 8,37) Eu sou Jesus. (Act 9,5b) Cântico (Ex: Cantarei ao Senhor enquanto viver; Jesus Cristo ontem e hoje; Senhor eu creio que sois Cristo; Aleluia…) Do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. João Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor. E Ele voltou a dizer-lhes: “A Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a voz.” (Jo 20, 20- 21) Da Carta do Papa Francisco aos Consagrados O Ano da Vida Consagrada não diz respeito apenas às pessoas consagradas, mas à Igreja inteira. Assim dirijo-me a todo o povo cristão, para que tome cada vez maior consciência do dom que é a presença de tantas consagradas e consagrados, herdeiros de grandes Santos que fizeram a história do cristianismo. Cântico (repetição) OLHAR O PASSADO COM GRATIDÃO (Mostrar, afixar e ler) Da carta do Papa Francisco aos Consagrados “Convido todas as comunidades cristãs a agradecer ao Senhor e, reconhecidas, recordar os dons recebidos, e que ainda recebemos, por meio da santidade dos fundadores e das fundadoras, e da fidelidade de tantos consagrados, ao seu próprio carisma”. 43 11 Reflexão (ler pausadamente. No final poderá haver o gesto de oferta de flores/ planta enquanto se canta “aleluia”) Quantos missionários nos precederam no anúncio do Evangelho! Quantos se abriram à vontade de Deus acolhendo novos carismas para a Igreja! Quantos partiram da sua terra ao encontro de outros povos na partilha dos dons de Deus! Quantos contribuíram para o nosso encontro com Cristo! Quantas razões para te dizer: Obrigado Senhor! Salmo 150 (“Aleluia” antes e depois do salmo que deverá ser rezado ao som de instrumentos e até com dança). Louvai a Deus no seu santuário; Louvai-o no seu majestoso firmamento! Louvai-o pelos seus feitos valorosos; Louvai-o por todas as suas grandes proezas! Louvai-o ao som da trombeta; Louvai-o com a harpa e a cítara! Louvai-o com tambores e danças; Louvai-o com instrumentos de corda e flautas! Louvai-o com címbalos sonoros; Louvai-o com címbalos vibrantes! Tudo o que respira louve o SENHOR! L1: Não podemos, deixar de testemunhar que também hoje é possível, belo, bom e justo viver a existência humana de acordo com o Evangelho, e empenhar-nos, por isso e para isso, em «viver uma vida verdadeira, plena, bela, de tal modo bela, que não seria possível explicá-la se Cristo não tivesse morrido e se não tivesse verdadeiramente ressuscitado». L2: Compete a cada cristão fazer com que o Evangelho de Jesus Cristo se possa tornar lugar de encontro, feito de fascínio e de espanto, com o mistério da pessoa e da obra de Jesus Cristo que, mesmo sobre a Cruz, manifesta plenamente a beleza e a força do amor de Deus, como conta Santo Agostinho: «belo a dar a vida e belo a retomá-la; belo na Cruz, belo no sepulcro, belo no céu». Testemunho missionário de uma/um consagrado. Ofertório missionário (Cantado ou rezado com gestos simples de entrega) Toma as minhas mãos Senhor, e usa-as como se fossem tuas. Sejam instrumento de amor, a iluminar e aquecer. Toma os meus pés Senhor, e usa-os como se fossem teus. Sejam mensageiros de amor no caminho dos irmãos. Toma meu Coração Senhor, e usa-o como se fosse teu. Seja expressão do teu amor Senhor, do Teu infinito amor. Toma todo o meu ser Senhor, renovo com amor a minha entrega. Seja sinal da minha gratidão, minha vida em tuas mãos. VIVER O PRESENTE COM PAIXÃO (Mostrar, afixar e ler) Do Livro do cântico dos cânticos “Grava-me como selo em teu coração, como selo no teu braço, porque forte como a morte é o amor, implacável como o abismo é a paixão; os seus ardores são chamas de fogo, são labaredas divinas. Nem as águas caudalosas conseguirão apagar o fogo do amor, nem as torrentes o podem submergir.” Cântico (Ex. Amor tão grande; Cantarei o que Deus me veio ensinar; O amor de Deus…) Da Carta pastoral dos bispos “ Como eu vos fiz, fazei vós também.” Para um rosto missionário da Igreja em Portugal 44 ABRAÇAR O FUTURO COM ESPERANÇA (Mostrar, afixar e ler) Da Exortação apostólica “A Alegria do Evangelho” (Eg 121) “Todos somos chamados a crescer como evangelizadores. Devemos procurar simultaneamente uma melhor formação, um aprofundamento do nosso amor e um testemunho mais claro do Evangelho. Todos somos chamados a dar aos outros o testemunho explícito do amor salvífico do Senhor, que, sem olhar às nossas imperfeições, nos oferece a sua proximidade, a sua Palavra, a sua força, e dá sentido à nossa vida. O teu coração sabe que a vida não é a mesma coisa sem Ele; pois bem, aquilo que descobriste, o que te ajuda a viver e te dá esperança, isso é o que deves comunicar aos outros.” 45 11 Envio A: Na oração que se segue depois de escutarmos o coro, repetimos todos em assembleia. L1: Senhor, Palavra eterna, arde no meu coração! L2: Senhor, Mensagem perene, seduz a minha atenção! L3: Senhor, Verdade única, conduz as minhas opções! L1: Não poderei anunciar uma mensagem que não me trespasse. L2: Ninguém ouvirá palavras que são negadas pelas obras. L3: Será vazio o som dos meus lábios, se não vier do amor. L1, 2 e 3: Nós queremos anunciar-te, Senhor. (Todos) L1: O teu chamamento confere-me uma missão. L2: Não anuncio a partir da minha pessoa, mas de uma partilha comunitária. L3: Nós queremos ser enviados por Ti, Senhor. L1: Mantém em mim a ação criadora do teu Espírito! L2: Dá-me a aptidão para entender os teus sinais! L3: E a força para aceitar o que me pedes! L1, 2 e 3: Nós queremos ser tua mensagem, Senhor! (Todos) (Texto de D. José Cordeiro, “Fé acreditado, fé rezada) Cântico (Ex: Eis-me aqui! Eu irei Senhor!) (Distribuição das sementes) A: A lembrar-nos da nossa missão de espalhar a Palavra semeando a esperança, levamos connosco uma semente. Que Maria, estrela da nova Evangelização, interceda por nós e por todos os missionários, para que, como ela acolhamos e irradiemos a Vida – Jesus. Rosário Missionário «Ainda hoje há tanta gente que não conhece Jesus Cristo. Por isso, continua a revestir-se de grande urgência a missão ad gentes, na qual são chamados a participar todos os membros da Igreja, pois esta é, por sua natureza, missionária: a Igreja nasceu «em saída». (Papa Francisco, Mensagem 2014) MISTÉRIOS GOZOSOS (Segundas e Sábados) 1º Mistério: A Anunciação do Anjo a Nossa Senhora. “Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 28). Maria colocou-se à disposição de Deus para aceitar a missão a que estava destinada. Mas teve de percorrer um caminho de incertezas e dúvidas interiores, fraquezas de quem se sente pequeno diante de Deus. Maria reflete a alma do verdadeiro crente que aceita mesmo não vendo, responde mesmo duvidando, põe-se a caminho mesmo sem meta à vista. Identifica a voz de Deus, confiante nela avança para cumprir a sua vontade. O missionário nem sempre vê claro o seu caminho. Tem de vencer muitas distâncias que veem das incertezas, das limitações humanas, das faltas de confiança em si mesmo. Cântico (Repetir) 2º Mistério: Visitação de Nossa Senhora a sua prima santa Isabel “Então Isabel, erguendo a voz, exclamou: feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor (Lc 1, 45). Portadora de uma mensagem de esperança à sua prima Isabel, Maria foi missionária ao vencer montanhas e distâncias para poder estar presente para saudar, felicitar e ajudar alguém que estava também a ser chamada a uma missão única na história da salvação. É o encontro de duas mães destinadas a caminhar juntas num projeto de Deus que vai ter prolongamento nos filhos que transportam dentro delas. Isabel louva e enaltece Maria - “Bendita és tu…” - Maria reencaminha o 46 47 louvor para Deus que “olhou para a humildade da sua serva”. 3º Mistério: O Nascimento de Jesus em Belém “Hoje, na cidade de David, nasceu para vós um Salvador, que é o Messias Senhor (Lc 2, 11). Maria cumpriu a vontade de Deus, aceitando ser mãe de Jesus. Graças à sua disponibilidade, o Salvador ficou ao nosso alcance. O Filho de Maria é o centro de toda a missão da Igreja. O Emanuel, o Príncipe da paz, o Salvador, a Palavra do Pai, o Cordeiro de Deus, o Primogénito de toda a criatura, fora do qual não há salvação… é Ele que o missionário professa na sua fé e anuncia com a sua palavra. Podemos valer-nos de muitos meios humanos e técnicos, muitas línguas e estilos, muitos mestres e pedagogias… uma só meta a atingir, Cristo, princípio e fim de tudo. Estas palavras do papa São João Paulo II na Encíclica Redemptor Missio refletem nos missionários, os sentimentos que Maria e José viveram na procura de Jesus, momentos de aflição, dor e angústia. A fé em Deus e nos seus planos não evita as preocupações e sofrimentos nem dispensa os meios humanos na procura de soluções para as situações difíceis. Deus entrega-nos um projeto e deixa-nos agir conforme as nossas possibilidades; só aparece quando é preciso. Jesus também só se deixou encontrar quando era preciso, no lugar e na hora certa. formação anual de 5 sessões e tendo, ao longo destes 25 anos, formado milhares de jovens que partem em missão e dão rosto à Igreja em projetos de voluntariado missionário nos países para os quais são enviados. 4º Mistério: A Apresentação do Menino Jesus no templo “A profetisa Ana apareceu no templo e pôs-se a louvar a Deus e a falar do Menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém (Lc 2, 38). Alguém perguntou um dia ao papa São João Paulo II qual foi o dia mais importante da sua vida. Ele respondeu prontamente: foi o dia do meu batismo. O missionário que andou já por muitas terras “com a Bíblia na mão e o Deus da Bíblica no coração”, que anunciou Jesus Cristo a multidões, apaixonado por Jesus e pelo reino de Deus não pode esquecer que tudo começou no dia do seu batismo. Foi ali que bebeu a água viva refrescante de tantas outras vidas; foi ali que tudo começou como crente e foi dali que tudo continuou como apóstolo. A apresentação de Jesus no templo pelos seus pais foi a entrega oficial a Deus do Filho que lhes foi entregue como dom e a partir de então como oferta para entregar ao mundo. 5º Mistério: O encontro de Jesus no templo, entre os doutores (José e Maria,) “três dias depois encontraram-No no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e fazer-lhes perguntas (Lc 2, 46). “Os missionários, seguindo esta linha de ação, tiveram presente os anseios e as esperanças, as aflições e os sofrimentos, a cultura do povo, para lhe anunciar a salvação em Cristo” (RM, 25). 48 49 e povos e que vão causando a morte lenta, mais ou menos acelerada conforme o aceleramento destes flagelos. O missionário anuncia o reino de Deus destinado não apenas para a alma, mas para toda a pessoa que inclui também o corpo. Para isso deve ser anunciador também de tudo aquilo a que o homem tem direito para se realizar em plenitude como pessoa. MISTÉRIOS DOLOROSOS (Terças e Sextas) 1º Mistério: A Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras Do Evangelho de Mateus: “Jesus, cheio de angústia, pôs-se a orar; depois levantou-se e foi ter com os discípulos” (Mt 26, 42). Jesus rezou por nós e, como homem, nas angústias que sentiu no Jardim das Oliveiras, estavam presentes também os sofrimentos de todos os homens. As angústias atuais de Jesus vemo-las: nos pobres, nos excluídos por razão da cor, da língua, ou do poder económico; nas vítimas do terrorismo, nos emigrantes por necessidade, nos desempregados. Na sua angústia foi ter com os discípulos, mas não foi ali que encontrou consolo porque eles ainda não tinham encontrado o sentido da missão de Jesus. O missionário pode passar pela angústia de não ver os resultados do seu esforço e entrega à causa do Reino. Nem por isso deve desistir de ser profeta. 2º Mistério: A Flagelação de Jesus “Quanto a Jesus (Pilatos), depois de o mandar flagelar, entregou-O para ser crucificado (Mt 27, 26). 3º Mistério Jesus é coroado de espinhos “Revestiram-no de um manto de púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos (Mc 15, 17). As novas dinastias de reis descendem do dinheiro, do poder político, das armas, dos meios de comunicação social. São estes senhores que decidem as grandes questões e conduzem o mundo. São reis porque podem, porque mandam. Apresentam-se com a coroa da fama e do prestígio e são, por isso, aplaudidos. Cristo disse que também era rei, mas há uma diferença e a coroa é marca e sinal dessa diferença. O missionário anuncia a chegada desse rei, que por ser coroado de espinhos, nos propõe um reino de exigência, disponibilidade, entrega e sacrifício. 4º Mistério Jesus caminha para o Calvário com a cruz “Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se diz Gólgota (Jo 19, 17). O caminho do Calvário continua hoje nos ambientes de exclusão social, nos países sem liberdade de opinião ou religião, nas famílias sem acesso aos meios básicos para uma vida mais humana e mais digna. A quarta estação da via-sacra diz que a Virgem Maria se encontrou com Jesus neste caminho doloroso. Tradição que vem na linha da comunhão plena de Maria com Jesus no plano de Deus. Uma missão total de Maria junto de Jesus: acompanhou-O no nascimento, na educação, no anúncio do reino, nos sofrimentos e na morte. “Os leigos, sejam quais forem, todos são chamados a concorrer como membros vivos, com todas as forças que receberam da bondade do Criador e por graça do Redentor, para o crescimento da Igreja e sua contínua santificação” (LG,38). Jesus não morreu de morte súbita, mas na consequência de feridas e violências prolongadas e contínuas. A flagelação faz parte desses padecimentos que foram continuando até à morte lenta, mas fatal. A fome, a ignorância, a doença, a falta de condições de higiene, o desemprego e a dependência económica são formas de flagelação de pessoas, sociedades 50 51 5º Mistério: A Crucifixão e morte de Jesus “Jesus disse: tudo está consumado. E, inclinando a cabeça, expirou” (Jo 19, 30). Verdadeiro homem em tudo, por isso morreu; verdadeiro Deus também, por isso ressuscitou. A morte, em Cristo e também em nós, não deve ser vista como uma tragédia, mas como a consumação de uma plenitude de vida; é o fruto a cair no chão de maduro. Junto à cruz estávamos todos nós na pessoa de João a receber Maria como mãe. Junto à cruz estava também o centurião que, ao professar “Este era, na verdade, Filho de Deus” estávamos todos nós a acreditar n`Aquele que amanhã vai ressuscitar. E, por isso, “Cada leigo deve ser, perante o mundo, uma testemunha da ressurreição e da vida do Senhor Jesus e um sinal do Deus vivo” (Lg, 38), prolongando nos caminhos do mundo a fé desta vida, morte e ressurreição. MISTÉRIOS DA LUZ (Quintas) 1º mistério O Batismo de Jesus no rio Jordão “Do céu ouviu-se uma voz: «Eis o meu Filho muito amado em quem ponho a minha afeição (Mt 3,16-17). Deus Pai falou para toda a gente ouvir. Jesus estava entre os que seguiam João Batista. A voz do Pai destacou-O para primeiro plano. Todos precisavam de penitência, porque todos eram pecadores, incluindo João Batista. Só o proclamado pelo Pai é que estava ali para ser apresentado como O que tira o pecado do mundo. “Todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia; de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece”(Lg, 60). Ser missionário supõe portanto, venerar a Mãe de Jesus, mas sempre com o Filho no centro da história da salvação como único libertador das pessoas e das nações. 2º mistério: A revelação de Jesus nas Bodas de Caná “Em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais, com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele (Jo 2, 11). A voz do Pai e o testemunho de João Batista não foram suficientes para fazer acreditar na missão salvadora de Jesus. Caná foi o sinal que veio confirmar a epifania do batismo. A evangelização que o apóstolo de hoje realiza não deve ficar à espera da 52 53 intervenção de Deus naquilo que o missionário pode fazer. Multiplicar e distribuir a palavra, o pão e o vinho é tarefa que Deus vai entregando aos enviados de hoje. Nem as pessoas esperam milagres do missionário; esperam apenas disponibilidade, entrega, serviço dedicado e gratuito. É neste sentido que “os leigos colaboram na obra de evangelização da Igreja e participam da sua missão salvífica (Ag, 41). 3º mistério O anúncio do reino de Deus, como convite à conversão “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho (Mc 1, 15). isto em minha memória (1 Cor 11, 23-24) Nos sacramentos atinge-se o cume da missão, e na Eucaristia chega-se ao centro dos sacramentos. Mas tudo começa com o anúncio, continua com a reflexão e termina com a partilha e a comunhão. Cristo continua presente na humanidade na forma de pão, pão da Palavra que é comunicada e recebida para ser assumida e pão da Eucaristia que é distribuída e comungada. Tudo se encaminha para viver e fortalecer a comunidade, a Igreja. Maria, como mãe e como a discípula mais atenta, estava presente no momento da primeira Eucaristia, pois comungou todos os grandes momentos da vida de Jesus. Tudo começa pela conversão ao Reino que está próximo. Só podemos anunciar e proclamar aquilo que assumimos. Em Cristo completou-se o tempo, chegou o Reino, o convite para o aceitar, e o mandato missionário para o proclamar aos outros. Não é um reino de sabedoria humana, de poder económico, de influência política, de capacidade militar; mas de libertação interior, de comunhão de bens, de serviço humilde, de abertura universal. Só quem se converter a ele tem credibilidade para o revelar aos outros. “Portanto, é preciso que todos se convertam a Cristo conhecido pela pregação da Igreja e que sejam incorporados, pelo Batismo, a Ele e à Igreja, seu corpo” (AG, 7). 4º mistério A Transfiguração de Jesus no Monte Tabor. “ Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha (Mt 17, 1-2). Na Bíblia, a montanha é sempre o lugar das grandes teofanias, não porque Deus tenha de descer para falar connosco, mas porque nós temos de subir para nos encontrarmos com Deus. Assim foi com Moisés, com Abraão, com Pedro, Tiago e João. No Tabor dá-se o encontro entre a Lei e a Aliança de Jesus e realiza-se a passagem do Antigo Testamento (Moisés e Elias) para o Novo (Jesus Cristo). Pertencemos ao povo da nova aliança. A Igreja e o missionário devem fazer essa ponte e saber que este é o tempo de prolongar para as pessoas de hoje o mistério salvador de Cristo. 5º mistério A Última Ceia de Jesus com os Apóstolos e a instituição da Eucaristia “O Senhor Jesus na noite em que foi entregue, tomou o pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei 54 55 na comunidade. O missionário deve saber olhar para o céu enquanto caminha na terra. A boa nova da Ressurreição que anuncia proclama e orienta os corações para uma esperança que está para além das nuvens. 3º Mistério A descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas conforme o Espírito lhes inspirava” (Act 2, 3). MISTÉRIOS GLORIOSOS (Quartas e Domingos) 1º Mistério: A Ressurreição de Jesus “No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao Túmulo logo de manhã e viu retirada a pedra que o tapava. Correndo foi ter com Simão Pedro e o outro discípulo (Jo 20, 20). Maria Madalena foi a primeira missionária da Ressurreição de Jesus; foi a primeira a levar aos outros a notícia, a Boa Nova de que Jesus tinha vencido a morte e aqueles que o mataram. Ele continua vivo e cada um de nós tem de ser portador da mensagem de Maria Madalena. Não somos filhos de um Deus morto, mas vivo, e é a vida nova nascida da Ressurreição que deve ser anunciada como a Boa Nova mais importante de todo o missionário. 2º Mistério A Ascensão de Jesus ao Céu “Enquanto os abençoava, separou-se deles e elevava-se ao Céu” (Lc 24,51). Antes de se separar deles, enviou-os a anunciar o Evangelho a toda a criatura. Naqueles primeiros apóstolos, todos nós fomos enviados a levar a mesma Notícia da Ressurreição de Jesus, a vitória da luz sobre as trevas, a salvação para todos. Maria, como sabemos pelos Evangelhos, manteve-se sempre no grupo dos discípulos que acompanharam Jesus até à Ascensão. Também na Ressurreição ela se manteve na expectativa e depois na alegria de o sentir vivo 56 “No ápice da missão messiânica de Jesus, o Espírito Santo aparece-nos, no mistério pascal, em toda a Sua subjetividade divina, como Aquele que deve continuar agora a obra salvífica, radicada no sacrifício da cruz” (RM,21). Foi o Espírito Santo que consolou o coração de Maria e confirmou na fé os Apóstolos. Com a sua luz e fortaleza lançaram-se para o mundo anunciando Jesus ressuscitado. É o Espírito Santo que conduz a Igreja e cada um de nós. É Ele que continua a iluminar os cristãos nas suas dúvidas, nos seus sofrimentos. É Ele que continua a enviar apóstolos pelo mundo como testemunhas de Cristo e como profetas de um mundo novo. 4º Mistério A Assunção de Nossa Senhora ao Céu “Maria disse então: a minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador (Lc 2, 46). A Assunção de Maria é a festa da consagração de todos os dons com que foi adornada e a glorificação por todas as graças e méritos com que foi enriquecida. Porque foi humilde servidora foi merecedora de uma alta missão; porque foi fiel a essa missão, foi levada e elevada pelo Senhor para estar junto dele para sempre. Na evangelização, com a Boa Nova de Jesus deve caminhar também aquela que esteve mais perto dele e aquela que melhor O seguiu, Maria. 5º Mistério A Coroação de Nossa Senhora no Céu como Rainha “Isabel, erguendo a voz, exclamou: bendita és tu entre as mulheres…feliz de ti porque acreditaste” (Lc 1, 42… 45). À frente do cortejo dos verdadeiros crentes e discípulos na vida, morte e 57 Ressurreição de Jesus esteve a Virgem Maria. Era natural que ela estivesse igualmente à frente dos glorificados por Deus. “Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há de consumar no século futuro, assim também, na terra, brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor” (LG, 68). Junto de Deus, ela é modelo de entrega e dedicação ao serviço do Reino. Ela continua a ser mãe a velar por toda a Igreja. Ela acompanha os missionários seja qual for o modelo de missão: na frente mais dura e exigente, no silêncio da oração, no apoio solidário com meios materiais. Infância Missionária “No meu coração cabe o mundo todo” Acolhimento No espaço da celebração devemos ter corações e pegadas recortadas para as crianças. Cântico de entrada Eu venho do sul e do norte, Do oeste e do este, de todo o lugar. Estradas da vida eu percorro, Levando socorro a quem precisar. Assunto de paz é meu forte, Eu cruzo montanhas, Mas vou aprender. O mundo não me satisfaz, O que eu quero é a paz, O que eu quero é viver. No peito eu levo uma cruz. No meu coração o que disse Jesus. (bis) Eu sei que não tenho a idade E a maturidade de quem já viveu. µas sei que já tenho a idade De ver a verdade, O que eu quero é ser eu. O mundo ferido e cansado De um negro passado de guerras sem fim, Tem medo da bomba que fez, Da fé que desfez e espera por mim. Eu venho trazer meu recado, Não tenho passado, mas sei entender. Um jovem foi crucificado Por te ensinado a gente a viver. 58 59 Eu grito ao meu mundo descrente: Eu quero ser gente, eu creio na Cruz, Eu creio na força do jovem Que segue o caminho de Cristo Jesus. •Os meus passos a onde me dirigem? Será que realizei a missão que me foi encomendada? Ou pelo contrário, fiquei instalado, esperando que outros façam o que eu devo fazer? Saudação do Presidente... •Caminho com passo firme porque sei que o senhor está comigo? •Deixei pegadas de oração, amor e esperança por onde passei? Oração: Ó Espírito Santo, amor do Pai e do filho, vem em nossa ajuda. Ilumina os nossos caminhos para sabermos o que fazer, o que dizer, o que pensar e agir. Conduz-nos ao Pai e protege-nos e a todas as crianças do mundo. Por Nosso Senhor... Ámen Leitor 1: Amigo Jesus, viemos até junto de ti para que nos toques. Ao iniciara esta bela celebração, enche o nossos pensamento da tua missão, fala-nos do que tu queiras, recorda que somos teus amigos e cada dia queremos parecer-nos mais a Ti. Leitor 2: Amigo Jesus, desejamos que o teu amor descanse no nosso silêncio, que o teu amor arda na grade fogueira do nosso coração. Desejamos ser só teus e que o teu grande amor nos anime a tornar presente o teu Reino na nossa escola, na nossa família, na nossa paróquia, em todo o mundo. Leitura do Evangelho segundo São Mateus 28, 18-20 (Depois da reflexão, cada um escreve um compromisso referente ao amor universal no coração. E na pegada escreve uma Acão missionaria que se propõe realizar, tanto a nível pessoal, como familiar e além-fronteiras). Partilha Reunidos novamente em grupo, cada um vai expondo o compromisso que escreveu no coração e na pegada a sua Acão missionária e faz uma oração de agradecimento, de louvor ou de pedido. Presidente Sabendo que o senhor nos ama e nos chama a realizar esta bela missão digamos-lhe que conte connosco e que estamos dispostos a tudo a que Ele nos chamar. Rezamos o Pai Nosso Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes: “Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos”. Palavra da Salvação Reflexão Oração final Todos: Nós somos missionários, sentimos a presença de Jesus na força do Espírito que nos impulsiona a proclamar a sua Palavra, a imitar a sua forma de vida, a manifestar o seu amor a todas as pessoas que nos rodeiam. Pois ser missionário é estar cheios do Espírito Santo e torna-lo conhecido no mundo. Vamos com alegria levar a luz e o calor do Espírito de Jesus a toda a gente. Ámen Vamos ficar uns momentos a sós com Jesus para refletirmos sobre a leitura do Evangelho e aprender a dispormo-nos para o nosso serviço missionário. (após algum tempo em silêncio, convidamos as crianças a pegar num coração e numa pegada) •No meu coração, quantas pessoas cabem? •Sinto-me na verdade um irmão universal, com um coração cheio de carinho e ternura? 60 61 Bênção / Envio: Ide, pois, e que no vosso coração caiba o mundo todo. Todos repetem: “NO MEU CORAÇÃO CABE O MUNDO TODO”. Foto: Cântico final Eu irei cantar pelo mundo Falar de ti, meu Salvador. Eu irei dar a Boa Nova Dizer aos homens, Jesus é amor. (bis) Eu irei, falarei a todos Que esperam receber teu fogo. Eu irei levar essa chama Que iluminará o mundo. Eu irei, anunciarei a paz E o amor eterno do Senhor. Eu irei e serei feliz De trazer os homens ao Senhor. 62 63 Via Sacra PRIMEIRA ESTAÇÃO JESUS É CONDENADO À MORTE Meditada pelas familias refugiadas da Síria “Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu.” (Mt 5,10) V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. “Então, entregou-o para ser crucificado.” (Jo 19,16) Meditação: Um inocente condenado à morte. Que injustiça! Senhor, no seu sofrimento as nossas famílias sentem-se muito próximas de Ti, vítimas inocentes à Tua imagem… Devido à violência e à perseguição são forçadas a abandonar: casas, escolas, paróquias, aldeias, vizinhos, amigos, cemitérios; para viver em campos de refugiados, na miséria e na indiferença. Pilatos está sempre presente, a alimentar a injustiça... (breve momento de silêncio) Oremos: Senhor, ilumina o espírito desses “juízes” e transforma-nos em mensageiros de justiça. Ámen. Ouçamos o silêncio que grita Em 2013, D. Samir Nassar, Arcebispo de Damasco, na Síria, esteve entre nós e deu-nos a conhecer o clima de injustiça, de sofrimento e de miséria em que vivem os Cristãos naquele país. São privados de todos os seus haveres e direitos, apenas por serem cristãos. Agora, recebemos este texto da via sacra. É curto mas incisivo. Cada palavra está carregada de sentido. Em cada palavra ecoa a vida atribulada de milhares de pessoas de todas as idades e condições. É a oração que nasce no íntimo do coração de um pastor que dá a vida pelo seu povo, o conforta nos sofrimentos e o ilumina com a luz da fé, confiado no amor misericordioso de Deus e na comunhão efetiva dos irmãos. Esta oração da via sacra é um grito que ecoa na eternidade como o grito de Cristo na cruz. Grito de dor que interpela a maldade e a indiferença humanas. Grito de súplica de quem confia na proteção divina e no auxílio dos discípulos de Jesus. Grito de abandono nas mãos de Deus, qual semente que se entrega à terra para que brote uma nova vida que abra a via da liberdade e da paz. Ouçamos esse grito repassado de dor, iluminada pela fé, que ecoa no silêncio dos corações. Unamo-nos aos sofrimentos dos nossos irmãos. Auxiliemo-los. Rezemos por eles. Rezemos com eles. Com eles imploremos a paz. +José, Arcebispo de Évora 64 Pai Nosso, Avé Maria, Glória. SEGUNDA ESTAÇÃO JESUS LEVA A SUA CRUZ V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. “Levaram-no, então, para o crucificar.” (Mc 15,20) Meditação: Jesus é entregue aos soldados, Aquele por quem “tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência.” (Jo 1,3) baixa a cabeça e caminha humilhado carregando a cruz sem defesa… Senhor Jesus, a força do mal continua a provocar estragos e a destruir. Senhor, Tu que Te identificaste com os mais fracos, olha para as nossas famílias fragilizadas, humilhadas e despedaçadas pela violência. Elas são vítimas da injustiça tal como Tu… (breve momento de silêncio) Oremos: Concede-lhes a fortaleza de poderem carregar a cruz, e manter a fé e a esperança em Ti. Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. 65 TERCEIRA ESTAÇÃO JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ QUINTA ESTAÇÃO SIMÃO DE CIRENE AJUDA JESUS A LEVAR A CRUZ V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. “Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades.” (Is 53,5) “… carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus.” (Lc 23,26) Meditação: Aquele que trouxe a paz ao mundo, foi ferido pelos nossos pecados e cai sob o peso das nossas faltas... Senhor, nós somos esmagados pelo peso da cruz e das grandes desolações que nos envolvem... Inúmeros são os nossos egoísmos e as nossas fraquezas que nos puxam para baixo... (breve momento de silêncio) Oremos: Ergue-nos, Senhor, das nossas quedas e traz o nosso espírito de volta à verdade. Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. QUARTA ESTAÇÃO JESUS ENCONTRA A SUA MÃE Meditação: Este encontro silencioso entre Jesus e Simão de Cirene é uma lição de vida… Dois olhares que se cruzam, um discurso que diz muito… O sofrimento acolhido na fé traça um caminho de salvação... (breve momento de silêncio) Oremos: Senhor, as nossas famílias estão entregues à sua própria infelicidade... Elas esperam que lhes dês uma mão, um coração, um “Simão de Cirene” na sua travessia do deserto. Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. SEXTA ESTAÇÃO VERÓNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. “… uma espada trespassará a tua alma.” (Lc 2,35) “… é a tua face que eu procuro, Senhor. Não desvies de mim o teu rosto…” (Sl 27,8-9) Meditação: Ferido e sofredor, carregando a cruz da humanidade, Jesus reencontra a Sua mãe e no seu rosto toda a humanidade. Deste sofrimento mútuo entre Filho e Mãe, nasce uma nova humanidade. Ó Maria, Mãe de Deus, tu que viste o teu Filho em sofrimento, ajuda as nossas mães que são privadas de ver os seus filhos que sofrem e morrem sozinhos longe delas. Na nossa vida diária, pais e filhos podem ferir-se mutuamente... Meditação: Verónica tem um gesto simbólico muito forte… Ela enxuga a dor do Teu rosto... Um gesto de fé que exprime o seu amor por Ti. Esse rosto continua impresso na tradição cristã… Quem irá enxugar os rostos feridos dos nossos irmãos, das nossas mães que choram os seus filhos e o seu sofrimento? (breve momento de silêncio) (breve momento de silêncio) Oremos: Ajuda-nos Senhor a transformar as nossas famílias e a nossa pátria em espaços de amor e de serenidade, à imagem da Sagrada Família. Ámen. Oremos: Concede-nos, Senhor, a graça de ver o Teu rosto no rosto dos perseguidos e das vítimas inocentes da violência e das injustiças. Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. 66 Pai Nosso, Avé Maria, Glória. 67 SÉTIMA ESTAÇÃO JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ Foto: V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. “Não te afastes de mim, porque estou atribulado e não há quem me ajude.” (Sl 22,12) Meditação: Esta segunda queda sob o peso da cruz é sinal de solidão no sofrimento... A injustiça e a violência empurram este pequeno povo para o abismo... A Tua solidão, Senhor, une-se ao isolamento das vítimas mais pobres do egoísmo mundial... (breve momento de silêncio) Oremos: Vem Espírito Santo consolar, fortalecer e semear a esperança nos corações destes oprimidos para que, unidos a Cristo, sejam testemunhas do Seu amor universal… Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. OITAVA ESTAÇÃO JESUS ENCONTRA AS MULHERES DE JERUSALÉM V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos…” (Lc 23,28) Meditação: Estas mulheres só vêem na cruz um sinal de maldição, enquanto o Senhor a vive como meio de redenção lavando os pecados e consolando os oprimidos… Ele abriu os olhos das mulheres à verdade pascal... Senhor, as nossas mães feridas e entregues ao seu sofrimento têm necessidade da Tua consolação e conforto… (breve momento de silêncio) Oremos: Ó Cristo sofredor, sê a sua paz e o bálsamo das suas feridas. Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. 68 69 NONA ESTAÇÃO JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO JESUS É PREGADO NA CRUZ V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. “Ele morreu por todos, a fim de que, os que vivem, nãov ivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2 Cor 5,15) “Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.»” (Jo 19,19) Meditação: Jesus cai pela terceira vez sob o peso da cruz e, apesar de esgotado e sem forças, consegue voltar a levantar-se… Senhor, este pequeno povo exausto e enfraquecido reúne as suas forças para se levantar em vão… As nossas divisões são profundas… As da Igreja também... A unidade dos Cristãos afasta-se da filiação divina… (breve momento de silêncio) Oremos: Senhor, ajuda-nos a erguer-nos e a avançar pelo caminho do perdão e da unidade que brotam dos Teus sofrimentos salvíficos. Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. DÉCIMA ESTAÇÃO JESUS É DESPOJADO DAS SUAS VESTES V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. “Repartem entre si as minhas vestes e sorteiam a minha túnica.” (Sl 22,19) Meditação: Senhor, Tu suportaste a nossa humanidade, e as numerosas vítimas da violência cega estão indefesas e apenas podem unir-se ao sofrimento libertador do Teu amor infinito... Concede, Senhor, aos nossos refugiados despojados por diversas dificuldades que consigam vencer o medo e permanecer ligados a esta terra sagrada que se esvazia dos seus cristãos, últimas testemunhas da Tua palavra… (breve momento de silêncio) Oremos: Ensina-nos, Senhor, a desprender-nos dos bens materiais para viver, segundo o Teu exemplo, a pobreza evangélica. Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. 70 Meditação: Senhor Jesus, Tu foste crucificado pelos nossos pecados... Cada golpe de martelo ressoa nos nossos corações… As nossas crianças são martirizadas, sacrificadas barbaramente com uma violência sem fim… Estes jovens oprimidos estão muito perto do Teu calvário... (breve momento de silêncio) Oremos: Senhor, que os Teus sofrimentos redentores libertem estes jovens e as suas famílias da sua escravatura, a fim de descobrirem o Teu rosto divino. Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO JESUS MORRE NA CRUZ V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lc 23,46) Meditação: Este grito de abandono quebra o muro dosilêncio e abre a via da liberdade. O sentido da cruz adquire o seu valor nesse sofrimento salvífico. Estas vítimas inocentes não morrem em vão. Pela Tua morte, Senhor, Tu abriste a porta do Reino, da Vida eterna. A morte não nos vencerá. A morte introduz-nos na Ressurreição. (breve momento de silêncio) Oremos: Abre, Senhor, os corações daqueles que põem em perigo a vida dos outros, fá-los descobrir o valor da vida humana como reflexo da Tua divindade. Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. 71 DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO JESUS É DESCIDO DA CRUZ V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. Foto: “Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!»” (Jo 19,27) Meditação: Senhor Jesus, quem Te ama permanece ao Teu lado… Maria é o modelo desse amor, o modelo da nossa fé… Ó Maria, nossa Mãe, colocamos nas tuas mãos os nossos mártires, os nossos refugiados, os torturados pela injustiça, pelo ódio e pela exclusão... Nós te confiamos, querida Mãe, as nossas crianças sem escola, os nossos doentes sem cuidados, os nossos refugiados sem teto... (breve momento de silêncio) Oremos: Faz, Senhor, que o sangue das vítimas inocentes seja a semente de uma nova sociedade fraterna, pacífica e mais justa... Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO JESUS É COLOCADO NO SEPULCRO V- Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R- Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo. “Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho…” (Jo 19,40) Meditação: Bem-aventurado é Nicodemos que recebe o corpo de Jesus, cuida dele e o coloca no túmulo. Jesus deixa-Se crucificar no mesmo abandono, inteiramente entregue às mãos dos homens e perfeitamente unido a eles... Com efeito, pelo batismo da Sua morte fomos sepultados com Ele… e a vida nova irrompeu do sepulcro… (breve momento de silêncio) Oremos: Dos nossos sepulcros sombrios, Senhor, faz irromper a luz da Ressurreição... Concede-nos, Senhor, a graça de escolher o Teu caminho de cruz libertador e de manter fortes a fé e a esperança. Faz de nós, Senhor, os filhos da luz que já não temem as trevas… Faz Senhor que o nosso caminho de cruz conduza ao perdão, à reconciliação e à paz, à luz do Ressuscitado. Ámen. Pai Nosso, Avé Maria, Glória. 72 73 Preces Diárias Dia 1 Outubro – Santa Teresa do Menino Jesus Pela Igreja de Deus, para que, por intercessão de Santa Teresa do Menino Jesus, seja anúncio e profecia do Reino dos Céus na descoberta do caminho do amor servindo a Deus e aos irmãos. Dia 8 Outubro Pelos que fazem o bem a quem precisa de ajuda, pelos que dia a dia oferecem a sua vida a Deus, e pelos que são pacientes mesmo com quem os ofende. Dia 2 Outubro – Santos Anjos da Guarda Pelos missionários, catequistas e todos os evangelizadores, para que anunciem com diligência e alegria a Boa Nova de Jesus Cristo, como o fazem os Anjos de Deus. Dia 9 Outubro Por todos os que combatem contra os poderes do mal, por aqueles que, nesta luta, se juntam a Jesus e O bendizem e por todos os que acreditam que o mal nunca vencerá. Dia 3 Outubro Por todos os discípulos enviados em missão, para que experimentem, à luz da fé e da esperança, a alegria de colaborarem com Jesus Cristo na obra do Reino de Deus. Dia 10 Outubro Para que a Virgem Maria, Mãe de Jesus, modelo de quem ama, escuta e vive a palavra de Deus, nos ensine a todos a ser e a fazer como Ela. Dia 4 Outubro Pelas famílias cristãs que perseveram na unidade e pelos jovens que se preparam para o matrimónio, para que sejam um sinal do amor de Deus, que os santifica na fidelidade ao amor. Dia 5 Outubro Por todo o povo cristão que escuta o Evangelho de Jesus Cristo, para que todos descubram que o centro da Sua mensagem está em unir o amor a Deus e o amor ao próximo. Dia 6 Outubro Pelas donas de casa que recebem alguém, como fez Marta, e pelas que sabem acolher a palavra de Deus, como Maria, para que todas guardem nos seus corações o que Jesus disse. Dia 7 Outubro – Nossa Senhora do Rosário Pelos mais pobres, os migrantes e perseguidos, para que haja sempre alguém que os ajude e lhes anuncie o Evangelho de Jesus. 74 Dia 11 Outubro Para que surjam muitos homens e mulheres que considerem a riqueza como nada e que muitos jovens deixem pais, irmãos, terras e tudo o mais, por causa de Jesus e do Evangelho. Dia 12 Outubro Para que os pastores e os fiéis se juntem à volta de Jesus para O ouvir e andem atentos aos sinais da presença de Deus no mundo e lhes correspondam. Dia 13 Outubro Para que a Igreja seja sincera e corajosa em dizer a verdade ao mundo de hoje, não se envergonhando do Evangelho e anunciando-o em palavras e atitudes a todos os que ainda não conhecem o dom da fé. Dia 14 Outubro Para que os governantes e os políticos não imponham leis insuportáveis aos seus países e as associações de defesa dos cidadãos denunciem as injustiças, defendendo os mais fracos. 75 Foto: Dia 15 Outubro – Santa Teresa de Jesus Pelas comunidades cristãs em todo o mundo, pelos filhos que elas geram no batismo, pelas famílias cristãs, para que percorram, como Santa Teresa de Jesus, o caminho da santidade. Dia 16 Outubro – Santa Margarida Maria Pelas mulheres que servem a igreja na evangelização, para que, a exemplo de Santa Margarida Maria, vivam o amor de Jesus Cristo por toda a humanidade e O saibam anunciar. Dia 17 de Outubro – Santo Inácio de Antioquia Pelos cristãos do Oriente e do Ocidente, para sejam fiéis a Jesus Cristo até ao fim, como o mártir Stº Inácio de Antioquia que ofereceu a sua vida como “pão limpo de Cristo”. Dia 18 Outubro – Dia mundial das missões Pelos que anunciam Jesus aos mais novos, pelos Associados da Infância Missionária, e pelos missionários que se entregam à Missão, testemunhando pela palavra e pela vida, que Jesus é o Salvador. Dia 19 Outubro – São Paulo da Cruz Pelos filhos da Igreja, para que alcancem a santidade no estado de vida que escolheram, e pelos jovens, a quem o Senhor chama a segui-l’O, para que, a exemplo de São Paulo da Cruz, imitem a Cristo pobre. Dia 20 Outubro Pelos que se preocupam com o futuro, os que creem em Jesus ressuscitado e sabem que, onde abundou o mal, superabundou a graça, e pelos que sofrem muito, para que não percam a esperança. Dia 21 Outubro Para que Jesus Cristo, Filho de Deus e de Maria, inspire aqueles que receberam muitos dons, a pô-los ao serviço dos outros, sobretudo os pobres, doentes e desprezados. 76 77 Dia 22 Outubro Pelos catecúmenos e batizados, para que neles se acenda o fogo da palavra de Deus, aceitando seguir a Cristo, e pelas famílias divididas por causa do Evangelho, para que se mantenham unidas. Dia 23 Outubro Pelos membros da Igreja, para que aprendam a descobrir nos acontecimentos do mundo, sinais da vontade de Deus e a ver nos Sacramentos sinais da presença de Jesus Salvador. Dia 24 Outubro – Santo António Maria Claret Pelos missionários, consagrados e leigos, que trabalham em regiões de missão, para que, por intercessão de Stº António Mª Claret, tenham como finalidade a glória de Deus e a salvação do mundo. Dia 25 Outubro Pelos fiéis das nossas comunidades para que saibam compreender os mais fracos na fé conduzindo-os a Jesus Cristo e estejam atentos às necessidades dos mais pobres. mundo esta feliz Boa Nova. Dia 29 Outubro Para que a Igreja denuncie o mal no mundo e apresente como solução a misericórdia de Jesus Salvador, colaborando com as pessoas de boa vontade no serviço do bem, da paz e da justiça. Dia 30 Outubro Para que os cristãos tenham um coração grande como o de São Paulo, atento às necessidades dos outros, e as instituições da Igreja não se cansem de ajudar os que mais precisam. Dia 31 Outubro Para que a Igreja seja no mundo sinal da presença salvadora de Deus, pelo testemunho de vida, palavra e ação, levando todos a participar na grande Festa do Reino de Deus. Dia 26 Outubro Por todos os que sofrem no corpo ou na alma, para que tenham o auxílio daqueles que os rodeiam, sobretudo dos cristãos, vendo neles sinais da presença de Jesus compassivo. Dia 27 Outubro – Bem-aventurado Gonçalo de Lagos Para que o Senhor faça surgir na Igreja fiéis que acolham o chamamento de Jesus e se entreguem ao serviço do Evangelho, reconhecendo o rosto de Cristo em cada um, como o bem-aventurado Gonçalo de Lagos. Dia 28 Outubro – São Simão e São Judas Pela Igreja de Deus, edificada sobre o alicerce dos Apóstolos, para que saiba dar testemunho da ressurreição de Jesus, fazendo ressoar por todo o 78 79 Institutos Missionários ad Gentes Foto: Direcções IMAG - p.2 Missionárias Servas do Esp.Santo Praceta Pêro Escobar, 2 – 3º Esq. 2675 – 599 ODIVELAS Tel:219 332 576 [email protected] Sacerdotes do Coração de Jesus Rua Cidade de Tete, 10 1800-129 LISBOA Tel:218 540 900 [email protected] www.dehonianos.org Congregação de S. José de Cluny Av. Beato Nuno, 272 2495-401 FATIMA Tel:249 530 250 [email protected] www.clunnyportugal.com Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres R. Carlos Mardel, 25 1900-117 Lisboa Tel:218437800 [email protected] www.conceptionistas.pt Irmãs Franciscanas de N. Sr. das Vitórias Quinta Santa Isabel Av. 25 de Abril, 2 2680-309 Apelação Tel: 219487519 [email protected] www.cifnsv.com Escr. da SS Eucaristia e da Mãe de Deus Rua Penha de França, 243 1170-304 LISBOA Tel:218 155 443 [email protected] www.escravasdaeucaristia.org Companhia de Sta Teresa de Jesus Praça Andrade Caminha, 4 1700-039 LISBOA Tel:217 826 590 [email protected] 80 Com. Missionária Serd.do Evangelho Travessa do Espirito Santo, nº 14 3000-157 COIMBRA Tel:239 838 934 [email protected] [email protected] Dominicanas de Sta Catarina de Sena Largo S. Domingos de Benfica, 14 1500-554 LISBOA Tel:217720022 [email protected] www.teresadesaldanha-masdominicanas.pt Missionárias Rep Sag Coração de Jesus Rua Oliveira Monteiro, 833 4050-466 PORTO Tel:228 320 873 [email protected] Obras Missionárias Pontifícias Rua Ilha do Príncipe, 19 1170 – 182 LISBOA Tel:21 814 84 28 [email protected] www.opf.pt Irmãs da Apresentação de Maria Quinta da Boa Vista, Apartado 365 2901-901 SETÚBAL Tel:265 541 254 [email protected] www.apresentacaodemaria.com Irmãs Canossianas Rua da Bandeirinha, 27 4050-088 PORTO Tel:226 094 768 [email protected] Franciscanos Capuchinhos Av. Cons. Barjona de Freitas, 12-6º Apartado 4324 1503-204 LISBOA Tel:217 711 691 [email protected] www.capuchinhos.org