Novembro/Dezembro de 2010 Nº 104 * 5ª série * XVI O Estábulo de Belém O estábulo de Belém era um local que não estava preparado para receber pessoas em pernoita e muito menos para acolher um nascimento. O estábulo de Belém, como todos os estábulos, era um local para abrigar e alimentar os animais que tinham por missão alimentar ou ajudar as pessoas nos seus trabalhos. Mas “não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2, 6) por isso Maria e José abrigaram-se nesse Estábulo igual a tantos outros. Deus, ao assumir a nossa humanidade não é acolhido por aqueles que, hipoteticamente, mais facilmente o acolheriam. Cristo é acolhido pelos pecadores e pelos estrangeiros. O Nosso coração não é uma hospedaria, mas um estábulo. Terá o nosso coração, no meio de tanto pecado, dignidade e capacidade de acolher Deus? Não. Por isso é que Deus encarnou e é por isso que Ele quer nascer e aconchegar no nosso coração. Tal como o Estábulo de Belém se transformou numa grandiosa Basílica da Natividade, assim também o nosso pobre e parco coração se transformará com Cristo e em Cristo. No estábulo vivem os animais para o serviço do homem. O nosso coração de acólitos deve viver a entrega no serviço do Filho do Homem. Ele, que é o Cordeiro que branqueia as nossas túnicas (cf. Ap 7, 14). O nosso serviço do altar deve ser assumido na consciência que servimos a Deus Menino que nascendo nas palhas, dá-nos a redenção no Madeiro da Cruz, que deitado numa manjedoura torna-se alimento da nossa salvação, que assumindo a nossa humanidade em Belém (Casa do Pão) se torna em Verdadeiro Pão da Vida! Um Santo Natal para todos e um ano de 2011 vivido na alegria do serviço ao Deus menino! Padre Luís Leal “E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós” (Jo. 1,14) 1. Nesta solene celebração do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, os textos da Sagrada Escritura convidam-nos a alargar o horizonte do nosso olhar, indo para além da contemplação do Menino no presépio, e abrir o nosso coração à profundidade do mistério de Deus, uno e trino, que nos envolve com o seu amor, num desejo inesgotável de missão. (…) “E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós” (Jo. 1,14). É toda a profundidade da nossa fé e o sentido último da existência humana que estão contidos nesta encarnação do Verbo de Deus. A recente Exortação Apostólica “Verbum Domini”, di-lo claramente: o prólogo do Evangelho de São João dá-nos a conhecer o fundamento da nossa vida: o Verbo que desde o princípio está junto de Deus, fez-se carne e veio habitar entre nós. Trata-se de um texto admirável que oferece uma síntese de toda a fé cristã (cf. V.D. nº 5). (…) 2. Quem é este Verbo eterno que se exprime totalmente em Jesus de Nazaré? Ele é Deus: “O Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo. 1,1). Ele é a expressão de Deus: quando Deus se revela, entrando em diálogo, Ele é a sua Palavra; quando Deus age, na criação e na história, Ele é a sua força criadora: “Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito” (Jo. 1,2). Tudo o que Deus nos diz e faz, brota do amor, e atrai-nos para o amor, porque “Deus é amor” (1Jo. 4,16). A encarnação deste Verbo eterno enquadra-se no desígnio eterno de Deus, de criar e atrair todos os homens para o seu mistério de comunhão amorosa. (…) Porque Deus é amor, as Pessoas divinas foram-nos reveladas como Pai e Filho, unidos no amor transcendente, que é o Espírito. Eles são o nosso princípio, o princípio de todas as coisas, que só encontrarão a sua verdade definitiva, regressando a esse princípio. 3. É este mistério de amor, esta densidade de vida, que se exprime toda na humanidade de Jesus de Nazaré. Quem olha para Ele vê um Homem, o filho do carpinteiro; quem olhar para Ele, alargando na fé o horizonte do seu olhar, encontra-se com Deus, pode escutar Deus, beneficiar, na sua vida, da força criadora de Deus. Tudo na humanidade de Jesus é divino: a sua Palavra, a sua força criadora, o seu amor ardente por todos os homens. Esta encarnação do Verbo eterno foi o único caminho possível para que o homem pudesse tocar Deus, senti-l’O próximo, a fazer parte humildade da fé. É o desafio de Paulo aos Filipenses: “…” (Fil. 2,5-7). E a Exortação Apostólica “Verbum Domini”recorda-no-lo: “O próprio Filho é a Palavra, é o Logos. A Palavra eterna fez-se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós” (V.D. nº 12). Esta humildade de Deus sugere o ritmo da nossa fé. Não se progride na fé sem humildade. Só esta nos levará a não absolutizar a luz da razão, convidada, ela própria, a abrir-se à profundidade do mistério. Só esta humildade nos permite confiar que podemos tocar Deus através da humanidade de Jesus, da sua Palavra, dos seus actos, dos seus gestos; acreditar que n’Ele, as coisas simples nos fazem encontrar Deus; que a humanidade se pode transformar, progressivamente, em linguagem de Deus, em sinal da sua presença e da sua acção. Para isso, basta acolher aquele Menino, aquele Jesus, Homem como nós, que nos leva através de toda a sua humanidade, ao encontro de Deus: “Àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”. É uma nova criação, porque “estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”, porque “o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós” (Jo. 1,12-14). O Verbo feito carne transformou profundamente o sentido da convivência humana. Em Cristo, podemos ser, uns para os outros, caminhos de Deus. E porque a redenção recupera a beleza da criação, em Cristo aprendemos a descobrir, em todos os caminhos humanos, dons de que Deus nos dotou, ao criar-nos, caminhos de Deus. (…) Abramo-nos, nesta festa tão bela, a esta simplicidade do coração que nos levará, com coração de criança, a tocar Deus em tudo o que é verdadeiramente humano. Aprenderemos a acolher, como Palavra eterna de Deus, toda a humanidade de Jesus. † JOSÉ, Cardeal-Patriarca Excertos da Homilia no Pontifical do Natal do Senhor Sé Patriarcal, 25 de Dezembro de 2010 Curso de Cerimoniários Em Fevereiro vai realizar-se nos sábados dias 5, 12, 19 e 26 um Curso de Mestre de Cerimónias para acólitos seniores entre as 9h30 e as 12h30 na igreja de S. João de Deus, à Praça de Londres, em Lisboa. Os preços são de 15 eur sem cartão de acólito actualizado e 10 eur com cartão de acólito actualizado. O Curso contará com a presença dos formadores: Cónego Carlos Paes; Cónego Luís Manuel; Padre Carlos Cabecinhas e Padre Luís Leal. As Inscrições deverão ser feitas até ao dia 31/12 de 2010. Encontro de Formação/Retiro na Serra da Estrela Entre os dias 5 a 8 de Março vai realizar-se o Encontro de Formação/ Retiro na Serra da Estrela à semelhança dos anos anteriores. Os preços são os seguintes com cartão: Acólitos, cônjuges e filhos: 55€ de 5 a 8 + 15€ (suplemento dia 4 - 6ªf) Crianças até 10 anos (filhos de acólitos) 30€ + 10€ (dia 4 - 6ªf) Preços sem cartão: Acólitos, cônjuges e filhos: 70€ de 5 a 8 + 20€ (suplemento dia 4 - 6ªf) Crianças até 10 anos (filhos de acólitos) 50€ + 15€ (dia 4 - 6ªf) Inscrições até ao dia 15 de Janeiro de 2011. Encontro de Ministrantes do Altar Recordamos que este ano o XXXI EMA não será no dia 25 de Abril dado calhar na 2ª feira de Páscoa, será mais cedo, no dia 9 de Abril. Por esse motivo, as inscrições para a ÓRGÃO FORMATIVO sua organização estarão abertas apenas E INFORMATIVO DO SDA até ao dia 31 de Dezembro. D I R E C T O R : PADR E LU ÍS LE A L O Acólito notícias Vai realizar-se no sábado, dia 15 de Janeiro, entre as 14h e as 18h, na paróquia de S. Jorge de Arroios, em Lisboa, um encontro de antigos e actuais acólitos no âmbito dos 30 anos desta Associação de Acólitos formalmente fundada em 1981. Que seja um momento de partilha de experiências entre todos, antigos e novos. ED I T O R : R U I A LM E IDA Tiragem: 620 exemplares Propriedade e Administração: PATRIARCADO DE LISBOA SERVIÇO D IOCESANO DE A CÓLITOS Mosteiro de São Vicente de Fora Campo de Sta Clara – 1100-473 Lisboa www.sda-lisboa.com; [email protected] Impr esso na IGREJA PAROQUIAL DE S. J OR GE DE AR R O IOS