Leitura orante do Evangelho: João 1,1-18
Domingo de Natal
“Por obediência Ele veio do seio do Pai a fazer-se nosso escravo. Como se poderá pagar ou
agradecer esta mercê?” (Fundações 5,17).
Pelo Verbo é que tudo começou a existir. A oração é um Natal, é a festa da comunicação e do
encontro. Vem Deus com a sua Palavra criadora, e respondemos nós com o ‘faça-se de Maria’.
Toca o dinamismo criador da Palavra o nada, e tudo fica vestido de graça e formosura, tudo
fica orientado para o Pai. Deus fala, e nós fazemos silêncio para ouvir o amor. Olhamos
assombrados para o Menino de Belém: Palavra eterna do Pai pela qual tudo foi criado. Olhome e olho tudo como um prodígio do teu amor.
No Verbo é que estava a Vida, e a Vida era a Luz dos homens. A oração é um Natal de luz, é
um diálogo de amor com a Palavra. A vida se desborda sem medida, e alcança-nos deixando a
emoção no olhar. Deus é a gratuidade às mãos cheias, que enche o nosso cântaro vazio.
Podemos beber agora da sua fonte, podemos caminhar iluminados. Ao dizer que ‘sim’ à
Palavra, o mistério faz-se no nosso interior, nasce Jesus e todos os nossos poros reflectem a
sua luz. Há alegria, brota o assombro adorador. Já posso olhar-te, Jesus, porque me olhaste
com a tua graça. Já posso tocar-te, Jesus, porque me tocaste e deixaste a minha vida vestida de
formosura.
A quantos o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Veio Jesus, feito
Menino, à sua terra e à sua casa, veio para os seus, mas o coração do homem tornou-se duro e
não quer receber tanta beleza. Ah! Mas se alguém se atreve e lhe abre, sem medo, a sua casa,
então produz-se o milagre: nascem os filhos de Deus, os que podem conviver com Ele, o Filho
Amado. Que novidade tão inaudita! Não quero, Jesus, que passes longe neste dia. Entra na
minha casa. Quero que nasças no meu berço.
E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. A Palavra fez-se história, habitou como uma
tenda de encontro entre nós. Jesus tomou o nosso pecado, o amor fê-lo pequeno. Alguém se
atreveu a pensar em nós, fez-se confidente, amigo, companheiro de caminho ao nosso lado.
Ele que era Deus, se despoja da sua hierarquia e, feito um de nós, faz que nós sejamos Deus.
Coloca-se como um servo e nos dá uma dignidade nunca sonhada. Num presépio começa a
aventura da graça. A tanto chega a doçura amorosa do nosso Deus. Convoco todo o meu ser
para adorar-te, me uno a todos os pequenos da terra para cantar-te cânticos de alegria.
Nós contemplámos a sua glória. Agasalhado com o carinho de Maria e de José, está Jesus,
recolhendo o nosso choro e deixando em nós a alegria. No Menino Deus vemos a glória de
Deus. Aí nasce a experiencia missionária, porque a graça do Espírito Santo ignora a lentidão.
Dá-me, Maria, a tua alma para bendizer, adorar e glorificar o meu Senhor.
Feliz Natal! CIPE - Dezembro 2011
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Leitura orante do Evangelho: João 1,1-18