ESTRUTURAS DE COBERTURA PARA GRANDES VÃOS • Travamentos e Contraventamentos Estruturas de Coberturas • Elementos Principais “vencem o vão” • Elementos Secundários Exemplo: Planta geral da cobertura Planta da cobertura - parcial Corte – Pórtico Principal Elementos Secundários – Madres • Recebem directamente as cargas dos revestimentos resistentes ligeiros vencem pequenos vãos – madres pouco afastadas Exemplos: • Chapa de fibrocimento ondulada Vãos recomendados – 1,0m a 1,5m • Chapa de fibrocimento trapezoidal Vãos recomendados – 2,0m e 2,4m • Chapa metálica ondulada Vãos recomendados – 1,0m e 1,5m • Chapa metálica trapezoidal esp. 0,63 a 1 mm ou Vãos recomendados – 2,0m a 3,0m APLICAÇÃO EM ZONAS DE NEVE • Nas zonas com neve os vãos das chapas serão menores • Atenção às chapas translúcidas – menor resistência – menor vão • Vencem o vão entre elementos resistentes principais (normalmente e é mais económico se assim for); • Coberturas correntes ( vãos de 20,0m a 30,0m) – afastamento entre chapas resistentes principais = vão das madres – 5,0m a 10,0m • Madres em perfil laminado – IPE, UNP, INP de 100 a 140 – ou em chapa quinada • Coberturas para vãos grandes (> 40,0m) • Maiores afastamentos entre elementos resistentes principais • Madres em viga alveolada: Obtida a partir do perfil • Coberturas para vãos grandes (> 40,0m) Madres em viga composta triangulada – vãos até 20,0m • Coberturas para vãos grandes (> 40,0m) Madres em viga composta triangulada – vãos até 20,0m Madres em Viga Composta Triangulada • Diagonais em UNP – maior raio de giração → menor esbelteza → maior relação resistência/peso – maior afastamento entre cantoneiras das cordas → maior raio de giração → menor esbelteza → maior resistência à compressão das cordas. •Inconveniente: maiores excentricidades nos nós e2 Nd e1 → maiores momentos secundários Nd Eixo da Corda α Eixo da Corda Momento no nó: M e = 2 ⋅ N d ⋅ cos(α ) ⋅ e1 ou M e = N d ⋅ sin (α ) ⋅ e 2 Me é distribuído pelas barras que convergem no nó proporcionalmente à sua rigidez Me Estes momentos são pouco importantes nas vigas simplesmente apoiadas porque são máximos junto aos apoios onde o esforço transverso é máximo e o momento sendo nulo o esforço normal nas cordas é nulo. • Madres conferem travamento às cordas das vigas principais reduzindo o seu comprimento de encurvadura. • Quando as madres vencem vãos grandes tem que se assegurar o contraventamento lateral das cordas comprimidas, a terços ou quartos do vão. ESTÁDIO MUNICIPAL DE AVEIRO PLANTA PARCIAL DA COBERTURA PLANTA PARCIAL DA COBERTURA AO NÍVEL DAS CORDAS SUPERIORES PLANTA PARCIAL DA COBERTURA PLANTA PARCIAL DA COBERTURA AO NÍVEL DAS CORDAS INFERIORES VIGA PRINCIPAL DOS EIXOS 19 E 55 ALÇADOS DE VIGAS SECUNDÁRIAS ALÇADO DE VIGAS TERCIÁRIAS LIGAÇÃO DO TIRANTE DIANTEIRO À CORDA SUPERIOR DA VIGA PRINCIPAL LIGAÇÃO DO TIRANTE DIANTEIRO À CORDA SUPERIOR DA VIGA PRINCIPAL PERSPECTIVA VISTA PELO INTERIOR DA CORDA SUPERIOR TOPO DO MASTRO LIGAÇÃO ENTRE OS TROÇOS SUPERIOR E INFERIOR DO MASTRO LIGAÇÃO ENTRE OS TROÇOS SUPERIOR E INFERIOR DO MASTRO ALÇADO TRASEIRO ALÇADO LATERAL BASE DO MASTRO LIGAÇÃO ENTRE OS TIRANTES TRASEIROS AO NÍVEL DO PISO 3 LIGAÇÃO ENTRE OS TIRANTES TRASEIROS AO NÍVEL DO PISO 3 ALÇADO LATERAL ALÇADO FRONTAL PESOS DA ESTRUTURA METÁLICA DA COBERTURA TOTAL POR M2 ESTRUTURA DA COBERTURA ≈ 1 250 ton 60 kgf/m2 TIRANTES E MASTROS TUBULARES ≈ 570 ton 27 kgf/m2 Elementos Principais • Vencem grandes vãos (> 40,0m) • Cargas relativamente baixas (revestimentos leves) e vãos grandes → momentos flectores elevados → necessidade de módulos de flexão elevados assim como de inércias para controlar as flechas • Os perfis laminados não apresentam W e I suficientemente elevados ou são demasiado pesados para serem económicos – custo do material, transporte e montagem. - Torna-se imprescindível considerar elementos compostos Soluções Possíveis 1 – Vigas compostas de alma cheia e d • Almas altas e com espessura mínima para aumentar o momento de inércia dos banzos. • Sendo os esforços transversos baixos a área da alma pode ser pequena e portanto a espessura ser a menor possível. • Espessura limitada por problemas de instabilidade. - Regulamento português REAE: d ≤ 167 e - É necessário colocar reforços quando: d ≥ 71 e Almas com altura variável adaptando-se às necessidades de resistência da secção COBERTURA DO ESTÁDIO MUNICIPAL DE COIMBRA PLANTA DA COBERTURA CORTE TRANSVERSAL DA ESTRUTURA DA COBERTURA ALÇADO TRASEIRO ALÇADO DAS VIGAS ALVEOLADAS PESOS DA ESTRUTURA METÁLICA DA COBERTURA TOTAL POR M2 ESTRUTURA DA PALA AO NÍVEL DA DISTRIBUIÇÃO ≈ 273 ton 40 kgf/m2 ESTRUTURA SECUNDÁRIA DA COBERTURA ≈ 335 ton 26 kgf/m2 PILARES, VIGAS E ESCORAS ≈ 665 ton 34 kgf/m2 Pórtico Biarticulado Vantagens das vigas de alma cheia • • Possibilidade de adaptação da alma e banzos às necessidades de resistência e rigidez – variações nas alturas, larguras e espessura. Execução automática das soldaduras alma-banzos Soldadura automática ou semiautomática • Secções com pouca altura se necessário • Preparação de trabalho simples Inconvenientes das vigas de alma cheia • Peso elevado e pouco aproveitamento da alma para a resistência do conjunto. • Grandes comprimentos de soldadura, possibilidades de empenar Exemplo: Pavilhão do Estádio da Luz - Piscinas Planta da cobertura - ao nível das madres Planta da cobertura - ao nível dos contraventamentos Cortes Soluções Possíveis 2 – Vigas compostas Trianguladas - Altura variável - Altura constante ou quase • Geometria das vigas – Definição – Corda superior ↔ inclinação da cobertura – Corda inferior ↔ necessidades de resistência e rigidez – economia → altura entre cordas - Estética ( quando aparente) - Eventual existência de tecto ligado à corda inferior. – Triangulação da alma ↔ pontos de apoio das madres de cobertura definem nós da corda superior . - Resistência à encurvadura das barras mais comprimidas - Comprimentos pequenos - Estética • Pendentes de coberturas - Chapas metálicas sem qualquer revestimento – imin=8º - Chapas metálicas com isolamento e revestimento superior imin=2% Necessidades de resistência e rigidez • Esforço condicionante – momento flector • Resistência – W = A ⋅ d d2 • Rigidez – I = 2 ⋅ A 4 A – área da secção da corda d – distância entre eixos das cordas • • Teoricamente, quanto maior o d mais económica é a solução Na realidade a área da corda, A, não pode ser muito pequena porque há necessidade de assegurar um raio de giração mínimo, de modo a que as tensões admissíveis não sejam condicionadas por esbeltezas elevadas. • Comprimento de encurvadura no plano da estrutura le = l (no EC3) • No plano perpendicular le = l • Para que o material seja bem aproveitado convém que as tensões admissíveis sejam próximas dos valores máximos → Esbelteza ≤ 70 nas cordas. Asna Simplesmente Apoiada Esbeltezas pequenas ou médias Esbeltezas elevadas Esbeltezas pequenas ou médias Vigas de altura constante • momento flector máximo ↔ esforço normal máximo nas cordas Vigas de altura variável • Zona de maiores momentos não corresponde aos troços de cordas mais esforçados M Rd = W ⋅ σ k = A ⋅ σ k ⋅ d = c te ⋅ d Vigas simplesmente apoiadas ou com continuidade nos pilares de apoio Estrutura triangulada com continuidade nos montantes Solução mais económica Pilares com rigidez mínima Modelo de cálculo: Modelo de cálculo do pilar barlavento 1 1 1 3EI k= = ≈ = 3 f f asna + f pilar f pilar h f asna = f pilar = 1 k pilar = 1 k asna 1 = Rigidez axial da asna 1 Rigidez de consola para forças no topo No caso de pilares muito altos pode ser mais económica a solução com pilares articulados na base Pórtico e biarticulado triangulado Comprimento de encurvadura das cordas le = l ⎯ ⎯→ cordas superior e inferior • No plano da viga le = 0,9 ⋅ l ⎯ ⎯→ triangulações de alma l = distância entre nós • No plano perpendicular à viga: • corda superior → le = distância entre madres , se estas tiverem num ponto fixo Ou le = distância entre secções contraventadas • Corda inferior Soluções possíveis : 1) Contraventamento + escoras-tirantes entre vigas Planta das cordas inferiores Exemplos de constituição da corda inferior Exemplos: 2) Vigas de travamento perpendiculares às vigas principais 3) Utilização da corda inferior das madres trianguladas 4) Vigas geminadas para grandes vãos COBERTURA DO CAMPO 1 - PAVILHÕES DO NOVO ESTÁDIO DA LUZ - PLANTA DA COBERTURA CORTE LONGITUDINAL DA ESTRUTURA APOIO MÓVEL CORTE TRANSVERSAL DA ESTRUTURA APOIO FIXO COBERTURA SOB A PONTE 25 DE ABRIL COBERTURA CENTRAL TOPO SUL PALA NASCENTE PALA POENTE ZONA DE TRANSIÇÃO COBERTURA NORTE CALEIRA CENTRAL TOPO SUL COBERTURA CENTRAL PALA NASCENTE ZONA DE TRANSIÇÃO PALA POENTE CALEIRA CENTRAL COBERTURA NORTE TOPO SUL COBERTURA CENTRAL PALA NASCENTE ZONA DE TRANSIÇÃO PALA POENTE CALEIRA CENTRAL COBERTURA NORTE ZONA DE TRANSIÇÃO COBERTURA CENTRAL PALA NASCENTE TOPO SUL PALA POENTE CALEIRA CENTRAL COBERTURA NORTE 25 DE MAIO DE 2002 29 DE MAIO DE 2002 Escolha de triangulação da alma • Condicionamentos: - Pontos de apoio das madres são nós de triangulação; - Exigência de triangulação → alma equivalente → deformabilidade. Viga de altura constante Deformação devida à flexão : Pl3 fM = 48 ⋅ EI I = momento de inércia das cordas d2 I = Ac 4 Deformação devida ao esforço transverso : V l Pl fV = ⋅ = G ⋅ A eq 2 4G ⋅ A eq A eq = Área equivalente • Viga triangulada da figura - Aeq = 2,6 ⋅ Ad ⋅ sin(φ ) ⋅ cos2 (φ ) e φ Δ a V δ d φ V Alongamento da diagonal V⋅a Δl = A d E ⋅ sin (φ ) ⋅ cos(φ ) Considerando ligações articuladas em todos os nós o deslocamento vertical devido à deformação da diagonal é: Δ V⋅a δ= = cos(φ ) A d E ⋅ sin (φ ) ⋅ cos 2 (φ ) A distorção: γ= δ V = a A d E ⋅ sin (φ ) ⋅ cos 2 (φ ) Por outro lado: V E γ= ⎯ ⎯→ Aeq = ⋅ Ad ⋅ sin (φ ) ⋅ cos2 (φ ) = 2,6 ⋅ sin (φ )cos2 (φ ) G ⋅ A eq G • Quando não há inversão de esforço transverso e o dimensionamento das diagonais comprimidas é condicionado pela sua esbelteza pode ser preferível • Outra solução para vigas altas de cordas paralelas: Tipos de perfis a utilizar nas barras – Cordas e triangulação de alma – Devem utilizar-se perfis que permitam ligações simples e estruturalmente eficientes – Condições de resistência e esbelteza • Corda superior – resistência – área da secção • Triangulação de alma – esbelteza • Corda inferior – resistência e esbelteza no plano perpendicular à viga – Simplicidade das ligações – evita goussets • Cortes rectos nos perfis • Acesso às soldaduras – Excentricidades nos nós Eficiência estrutural Aplicação de tubos em barras • Vantagens: – Raio de giração elevado relativamente a perfis com a mesma área de secção – Pequena área de pintura – Comprimento de soldadura pequenos • Inconvenientes: – Preço elevado (cerca de 2 vezes o dos perfis laminados ) – Eficiência das ligações – Ligação tubos com tubos - pouco eficientes e complicadas de executar Exemplo: Aeroporto Sá Carneiro - Porto Viga principal - alçado Planta de cobertura - corpo central Planta parcial – nível das cordas inferiores COBERTURA PRAÇA DE TOUROS DO CAMPO PEQUENO Planta geral da cobertura 16.58 16.58 2.68 2.68 Corte 1.88 1.88 6.13 9.89 1.88 3.21 3.59 (variação de 8 cm) (variação de 19 cm) Pormenor do apoio COBERTURA DO NOVO ESTÁDIO DA LUZ PLANTA DA COBERTURA CORTE DA ESTRUTURA TRANSVERSAL ALÇADO TRASEIRO VISTA GERAL