Procedimentos para Caracterização de Equipamentos de
Radiologia Intervencionista
Ana Luiza Silva Lima, Lucía Viviana Canevaro
Instituto de Radioproteção e Dosimetria – IRD
INTRODUÇÃO
A radiologia intervencionista é uma
prática que envolve altas doses aos
pacientes e profissionais. Assim, uma
atenção especial deve ser dada a
programas de garantia de qualidade,
fundamentalmente à caracterização dos
equipamentos intervencionistas [1-4].
Em intervencionismo, para atingir uma
ótima
relação
dose-qualidade
de
imagem, é essencial o conhecimento do
nível de exposição dos pacientes e do
desempenho do equipamento de raios X
em questão, já que para cada
laboratório intervencionista há uma
configuração particular do equipamento
de raios X, de acordo com as
necessidades do serviço. [4]
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é estabelecer
uma metodologia para caracterização do
equipamento
intervencionista
e
implementar um programa continuado
de controle e monitoração de processos.
METODOLOGIA
As medições foram realizadas em um
equipamento Siemens Coroskop Plus
TOP de um Serviço de Radiologia
Intervencionista em um hospital de
referência no Rio de Janeiro. Foram
feitos os seguintes testes:
Rendimento: Para medir este parâmetro
foi medida a taxa de kerma no ar com
uma câmara de ionização a 1 m da
fonte de raios X. Lâminas de cobre de 1,
2 e 3 mm de espessura foram
adicionadas gradativamente na entrada
do intensificador de imagem para obter
o valor do rendimento a diferentes
tensões.
Camada
semi-redutora:
Para
a
realização deste teste, uma câmara de
ionização
foi
colocada
entre
o
intensificador de imagem e o tubo de
raios X. Sete placas de alumínio de 1
mm de espessura foram fixadas na
entrada do intensificador de imagem,
sendo transferidas gradativamente para
a frente do colimador, de modo a obter
um perfil de atenuação do feixe de
raios X.
-Taxa de kerma no ar de entrada na
superfície: placas de acrílico (PMMA)
foram colocadas sobre a mesa e, entre
estas, um objeto de Leeds, com o
objetivo de avaliar a qualidade da
imagem (resolução de alto e baixo
contrastes). A câmara de ionização foi
colocada embaixo das placas. Em
seguida, outras placas eram adicionadas
acima e abaixo das pré-existentes,
mantendo o objeto de Leeds no
isocentro do arco.
-Taxa de kerma no ar na entrada do
intensificador de imagem: Uma câmara
de ionização foi colocada na entrada do
intensificador de imagem e, medida a
taxa de kerma no ar para diferentes
modos de operação.
Todas as medições foram realizadas
para os modos de operação “Fluoro”
com magnificação 17 cm e 23 cm,
“Fluoro +” e “Aquisição digital”, ambos
com magnificação 17 cm.
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possíveis de detectar mediante a
implementação e manutenção de um
programa continuado de controle de
qualidade, aplicado por um profissional
físico médico competente.
O valor do rendimento mostrou-se
reprodutível e de acordo com o valor
sugerido no manual do equipamento.
Para as medições de camada semiredutora os seguintes resultados foram
obtidos: 3,19 mm Al para o modo fluoro
com magnificação 17 cm;. 3,15 mm Al
para o modo fluoro 23 cm;. 3,25 mm Al
para o modo fluoro+ com magnificação
17 cm e 3,63 mm Al para o modo
aquisição digital com magnificação de
17 cm. Foi observado que a espessura
(lâminas de PMMA) e o modo de
operação são fatores determinantes na
dose ministrada ao paciente. Com o
teste de qualidade da imagem, observase que espessuras menores de PMMA
possibilitam uma melhor qualidade da
imagem e, a partir de uma determinada
espessura, a qualidade da imagem não
pode mais ser melhorada. Na medida
em que a magnificação aumenta (menor
diâmetro de intensificador), a qualidade
da imagem melhora. Os valores de
resolução de alto contraste mantiveramse ao redor de 1,4 pl/mm e os valores
de resolução de baixo contraste
mantiveram-se ao redor de 4,5 %.
Através dos dados obtidos, comprova-se
que a taxa de kerma no ar na entrada
do intensificador de imagem aumenta
com
a
redução
da
magnificação
utilizada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] AAPM Report N° 74 – “QUALITY
CONTROL IN DIAGNOSTIC RADIOLOGY”
- Report of Task Group #12 Diagnostic
X-ray Imaging Committee Members: S.
Jeff Shepard, Chairman Pei-Jan Paul Lin,
Co-Chairman. New York, July 2002.
[2] AAPM REPORT No. 4 – “BASIC
QUALITY CONTROL IN DIAGNOSTIC
RADIOLOGY” M. Siedband. Chairman.
New York, November 1977.
[3] Royal Decree 1976/1999, from the
Health
and
Consumer
Affairs
Department.
Establishing
Quality
Criteria in Radiodiagnostics. In: ‘Boletin
Oficial del Estado’. January, pp. 45891–
45900 (1999) (in Spanish).
[4]Projeto
Sentinel:http://www.dimond3.org/WEB
_DIMOND3/home.htm
acessado
em
18/06/2007
[5] Brasil.
Ministério
da
Saúde.
Radiodiagnóstico Médico: Desempenho
de
Equipamentos
e
Segurança.
Ministério da Saúde, Agência Nacional
de Vigilância Sanitária. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2005.
CONCLUSÕES
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
O rendimento do tubo de raios X tem
um
comportamento
linear
e
reprodutível. Os valores de camada
semi-redutora encontrados estão dentro
dos
valores
estabelecidos
pela
Anvisa[5]. Verificou-se que a taxa de
kerma no ar na entrada da superfície
aumenta com a magnificação utilizada e
que quanto maior a espessura do
paciente, maior é a taxa na entrada da
superfície deste. No teste de qualidade
de imagem observou-se que a resolução
foi, na maior parte das vezes, melhor no
monitor posicionado dentro da sala de
exames. A constância do equipamento,
assim como eventuais variações no
funcionamento regular, somente são
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPQ.
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