0 Sumário 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................3 ANTIGUA E BARBUDA .......................................................................... 3 ARGENTINA ............................................................................................ 4 BAHAMAS ................................................................................................ 6 BARBADOS .............................................................................................. 6 BELIZE ...................................................................................................... 7 BOLÍVIA ................................................................................................... 8 BRASIL ..................................................................................................... 9 CHILE....................................................................................................... 11 COLÔMBIA ............................................................................................ 12 COSTA RICA .......................................................................................... 13 CUBA ...................................................................................................... 15 DOMINICA ............................................................................................ 16 EQUADOR .............................................................................................. 16 EL SALVADOR ...................................................................................... 18 GRANADA .............................................................................................. 18 GUATEMALA......................................................................................... 19 GUIANA .................................................................................................. 20 HAITI ...................................................................................................... 21 HONDURAS............................................................................................ 22 JAMAICA ................................................................................................ 23 1 MÉXICO ................................................................................................. 24 NICARÁGUA .......................................................................................... 25 PANAMÁ ................................................................................................ 26 PARAGUAI............................................................................................. 27 PERU....................................................................................................... 27 REPUBLICA DOMINICANA.................................................................. 29 SÃO CRISTÓVÃO E NEVES ................................................................. 30 SÃO VICENTE E GRANADINAS .......................................................... 31 SANTA LUCIA ...................................................................................... 32 SURINAME ............................................................................................ 32 TRININDAD E TOBAGO ....................................................................... 33 URUGUAI ............................................................................................... 33 VENEZUELA .......................................................................................... 35 CHINA ..................................................................................................... 36 ESPANHA ............................................................................................... 38 FRANÇA ................................................................................................ 39 REINO UNIDO ....................................................................................... 39 OEA ........................................................................................................ 40 OTCA ...................................................................................................... 42 PORTO RICO ......................................................................................... 43 2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 43 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 43 2 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Com o objetivo de auxiliar os delegados nas pesquisas direcionadas para as representações, este Guia Auxiliar foi elaborado para que os participantes da CELAC possam ter um primeiro contato com os aspectos básicos de cada país, sua política externa, bem como aqueles assuntos que possam ser pertinentes para as temáticas a serem debatidas nos dias de simulação. Além disso, foram apresentados os membros observadores que participarão da reunião e as organizações internacionais convidadas para integrar o debate ao lado dos delegados de cada país, evidenciado quais seriam os principais interesses nesta reunião de Cúpula da CELAC. ANTIGUA E BARBUDA É formado por um arquipélago de 37 ilhas no Caribe Oriental, sendo as principais a ilha de Antigua e a de Barbuda. Conquistou sua soberania do Reino Unido muito recentemente, apenas em 1981, mesmo ano em que foi reconhecido pelo ONU enquanto país. Todavia, faz parte da Comunidade das Nações, isto é, a liga de excolônias britânicas que reconhecem Elizabete II como sua rainha 1. Devido à sua independência tardia, bem como sua área bastante reduzida, Antigua e Barbuda ainda é um Estado bastante dependente economicamente das grandes potências, principalmente dos EUA e do Reino Unido. Entretanto, o país, tal como a maioria dos países caribenhos, tem avançado no sentido de possuir uma autonomia política e econômica. A começar com a criação da CARICOM (Comunidade do Caribe) que possibilitou que seus países membros desenvolvessem sua economia e sua indústria, além de possuírem uma voz maior na comunidade internacional. Ademais, Antígua e Barbuda vem vivendo um momento histórico de sua política 1 GOVERNMENT OF ANTIGUA AND BARBUDA. About Antigua and Barbuda. Disponível em: <http://www.ab.gov.ag/article_details.php?id=309>. Acesso em: 08 ago. 2014. 3 externa, uma vez que atualmente ocupa um dos cargos do chamado Quarteto da CELAC2, como representante da Comunidade do Caribe. No ano de 2002, o então primeiro-ministro do país assinou a Declaração de Chapultepec de 19943, que versa sobre a liberdade de expressão e de imprensa. Antes disso, a liberdade de expressão nas ilhas era um assunto banalizado e, em alguns casos, inexistente. Entretanto, os meios de comunicação privados do país vêm sofrendo com taxas e tributos cada vez mais abusivos por parte do Estado, tornando-se uma tarefa árdua manter um meio independente, de forma livre e rentável. Deste modo, atualmente o Estado ainda controla a maior parte da mídia do país. ARGENTINA Com um PIB de USD 771 bilhões4, o terceiro maior da América Latina e do Caribe, a Argentina tem como seu principal parceiro econômico o Brasil. A maior fatia de suas riquezas se deve aos setores de serviços e de indústria, representando cerca de 90% de seu poderio econômico. Atualmente, no mandato da presidenta Cristina Kirchner, o país enfrenta uma de suas piores crises econômicas desde 2002, quando os argentinos viram seu PIB retrair mais que 10%, empurrando toda a nação para a pior crise de sua história 5. Em virtude da grave recessão atual, sem previsão de melhoras significativas, não há segurança para investir no país. De acordo com dados do Banco Central brasileiro, de janeiro a junho deste ano, os investimentos brasileiros foram de apenas 1 milhão de dólares6, quando, no mesmo período do ano passado, somaram vultuosos 247 milhões.7 2 O Quarteto da CELAC é atualmente composto por Costa Rica (presidente pró-tempore da CELAC), Cuba (presidente anterior), Equador (presidente posterior) e Antigua e Barbuda (representante da Comunidade do Caribe). 3 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Declaração de Chaputelpec. Disponível em: <http://www.oas.org/es/cidh/expresion/showarticle.asp?artID=537&lID=4>. Acesso em: 08 ago. 2014. 4 CIA. The World Factbook 2014. Disponível em: https://www.cia.gov/library/publications/the-worldfactbook/geos/ar.html. Acesso em: 5 ago. 2014. 5 MINISTERIO DE ECONOMÍA Y FINANZAS PÚBLICAS. La Economía Argentina Durante 2002 y Evolución Reciente. Disponível em: http://www.mecon.gov.ar/peconomica/informe/informe44/introduccion.pdf. Acesso em: 5 ago. 2014. 6 CLARIN. Investimento brasileiro se afasta da Argentina, mostram dados do Banco Central do Brasil. Disponível em: http://www.clarin.com/br/Investimento-Argentina-Banco-CentralBrasil_0_1004899998.html. Acesso em: 5 ago. 2014. 4 A crise também agravou suas relações comerciais com os Estados Unidos em virtude de recente decisão judicial expedida por este país acerca das dívidas argentinas com seus credores.8 Recentemente, a Organização dos Estados Americanos emitiu uma declaração a favor da soberania argentina no tocante ao manejo de suas contas. Os únicos países contrários à aprovação da declaração foram EUA e Canadá. 9 O país sulamericano, em razão da ingerência da justiça dos EUA em seus negócios, levou o caso à apreciação da Corte Internacional de Justiça, instaurando uma crise diplomática com a nação norte-americana10. Uma das grandes vitórias do atual governo, contudo, foi a aprovação, em 2009, da Ley de Medios11, que regulamentou os meios de comunicação na Argentina. Ao contrário do que se possa pensar, tal normatização não representa, de forma alguma, censura midiática. Pelo contrário: veio a concretizar a democracia nesse setor, visando a fomentar uma nova batalha contra os monopólios midiáticos. Foi a essa conclusão que chegou a Suprema Corte Argentina ao declarar, em 2013, a constitucionalidade da lei, que vinha sendo combatida ferozmente por um gigante do setor de comunicação, o grupo Clarín. A Carta Capital, veículo renomado no Brasil, destacou alguns dos avanços da norma: Por meio da legislação, foi possível instalar 152 rádios em escolas de primeiro e segundo graus, 45 TVs e 53 rádios FM universitárias, além de criar o primeiro canal na TV aberta e de 33 canais de rádio vinculados aos povos originários. Agora, as mudanças poderão ser mais profundas, estruturais. O Clarín, tomado como exemplo pela dimensão que possui, não poderá mais ter a posse de jornais, revistas e editora; emissoras de rádio; televisão aberta (o Canal 13, vinculado ao grupo, disputa a liderança do mercado com Telefe, este ligado à Telefónica) e de televisão por assinatura, serviço que abrange mais de 70% dos lares daquele país. (grifos nossos). 12 7 EPOCA. Empresas Brasileiras Reduzem Investimentos na Argentina. Disponível em: http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2014/08/empresas-brasileiras-reduzeminvestimentos-na-argentina.html. Acesso em: 5 ago. 2014. 8 DEUTSCHE WELLE. Entenda o impasse da dívida na Argentina. Disponível em: http://www.dw.de/entenda-o-impasse-da-d%C3%ADvida-na-argentina/a-17719274. Acesso em: 5 ago. 2014. 9 AGÊNCIA BRASIL. Crise argentina ameaça comércio já desaquecido com o Brasil. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-07/crise-argentina-ameaca-comercio-jadesaquecido-com-o-brasil. Acesso em: 5 ago. 2014. 10 FOLHA DE SÃO PAULO. Argentina leva EUA à Corte de Haia por disputa pela cobrança da dívida. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/08/1497140-argentina-leva-eua-acorte-de-haia-por-disputa-pela-cobranca-da-divida.shtml. Acesso em: 5 ago. 2014. 11 AUTORIDAD FEDERAL DE SERVICIOS DE COMUNICACIÓN AUDIOVISUAL. Ley de Servicios de Comunicación Audiovisual N.º 26.522. Disponível em: http://www.afsca.gob.ar/ley-deservicios-de-comunicacion-audiovisual-26-522/. Acesso em: 5 ago. 2014. 12 CARTA CAPITAL. A Ley de Medios é constitucional. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/a-ley-de-medios-e-constitucional-3613.html. Acesso em: 5 ago. 2014. 5 BAHAMAS Também conhecido oficialmente como Comunidade das Bahamas, as Bahamas formam um país insular constituído por mais de 700 ilhas. Sua localização geográfica, em meio ao Caribe, eleva esta região a um dos principais destinos turísticos do mundo, hoje famosa, inclusive, por suas praias de água cristalina. Historicamente, esse país ficou conhecido por servir de covil a um grande número de piratas, que, durante um longo período, saqueavam os navios que passavam na região13. Esta condição motivou a coroa britânica a tentar reestabelecer a ordem nas ilhas, e fazer, dali, mais uma de suas colônias. Muito embora seja independente, as Bahamas fazem parte da Comunidade de Nações (antigamente conhecida como Commonwealth Britânica) e reconhecem a rainha da Inglaterra como Chefe de Estado14. Deve-se ter em mente, porém, que a condição de ex-colônia não vincula por completo sua política externa. Nos primeiros anos de sua independência, as Bahamas estiveram completamente alinhadas com os interesses norte-americanos, mas já por volta dos anos 80, este país procurou um maior envolvimento regional15. Significa dizer que as Bahamas não estão, necessariamente, procurando satisfazer os Estados Unidos. BARBADOS Sendo a ilha mais oriental de todo o caribe, Barbados é um país insular soberano nas pequenas Antilhas, na América Central. Situando-se ao leste das Ilhas de Barlavento, o País seguiu um caminho histórico bastante distinto dos seus vizinhos16. 13 THE ISLAND OF THE BAHAMAS. Piratas famosos. 2014. Disponível em: <http://www.bahamasturismo.es/las-bahamas/historia/piratas-famosos>. Acesso em: 11 ago. 2014. 14 THE COMMONWEALTH. Member countries. 2014. Disponível em: <http://thecommonwealth.org/member-countries>. Acesso em: 11 ago. 2014. 15 COUNTRY STUDIES. Foreing relations. 2014. Disponível em: <http://countrystudies.us/caribbeanislands/124.htm>. Acesso em: 11 ago. 2014. 16 LIBRARY OF CONGRESS COUNTRY STUDIES. The Windward Islands and Barbados. 1987. Disponível em: <http://lcweb2.loc.gov/cgi-bin/query/r?frd/cstdy:@field(DOCID+cx0103)>. Acesso em: 14 ago. 2014. 6 Barbados pode ser considerado como a nação mais britânica da Comunidade do Caribe, refletindo claramente o controle inconteste exercido pelos britânicos desde 1625 até a concessão da independência, em 1966, sobre este país. Ao longo de todos estes anos, a economia de Barbados pautou-se na exploração agrícola principalmente do tabaco e do Algodão, o que gerou uma economia totalmente dependente da nação britânica que o controlava17. Possuindo uma população de aproximadamente 232. 327 mil habitantes18, Barbados tem sua maioria populacional de origem africana, evidenciando claramente o histórico escravagista e de exploração do País 19. Destacando-se hodiernamente por ser uma das ilhas de maior desenvolvimento na região, a economia de Barbados tem como sua mola propulsora o turismo baseado em suas diversas belezas naturais. No que tange à liberdade de expressão e comunicação no País, de acordo com a Sociedade Interamericana de Imprensa a liberdade de imprensa continua bastante viva e saudável. Todavia, questão de interessante relevância é o monopólio do governo nos serviços locais de televisão, sendo este o proprietário da única estação de televisão do país20. Ademais, em relação às relações externas do país, dentre suas relações bilaterais, Brasil e Barbados possuem projetos de cooperação especificamente nas áreas de energias renováveis, agricultura, educação e saúde. Neste sentido, os países ainda possuem negociações em andamento para expandir a cooperação em agricultura e, sobretudo, no setor turístico 21. BELIZE 17 BARBADOS.ORG. History of Barbados. 2014. Disponível em: <http://www.barbados.org/history1.htm#.U-kUlDZATMw>. Acesso em: 14 ago. 2014 18 GEOHIVE. Barbados Statistical Serviçe. 2007. Disponível em: <http://www.geohive.com/cntry/barbados.aspx>. Acesso em: 14 ago. 2014. 19 BBC. Slavery and Economy in Barbados. 2011. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/history/british/empire_seapower/barbados_01.shtml>. Acesso em: 14 ago. 2014. 20 SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA. Assembléia Geral - Miami, Flórida, Relatórios. 2007. Disponível em: <http://www.sipiapa.org/pt-br/asamblea/caribe-2/>. Acesso em: 14 ago. 2014. 21 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Nota nº 326. 2013. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/visita-ao-brasil-da-ministra-dosnegocios-estrangeiros-e-comercio-internacional-de-barbados-maxine-mcclean-brasilia-17-de-setembrode-2013>. Acesso em: 14 ago. 2014. 7 Localiza-se na costa nordeste da América Central. Apesar de possuir a mais baixa densidade populacional da América Central, sua taxa de crescimento populacional é uma das mais altas do hemisfério ocidental. 22 Seu PIB é de US$ 2,89 bilhões e seu IDH é considerado elevado, chega a 0,73223. No que tange às relações internacionais, este país faz parte da Comunidade do Caribe, da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (CELAC), do Sistema Integração CentroAmericana (SICA) e da Comunidade de Nações. A liberdade de expressão e de imprensa é protegida pela Constituição belizenha e, normalmente, é respeitada pelo seu governo. 24 BOLÍVIA O Estado Plurinacional da Bolívia situa-se no centro-oeste da América do Sul. O famoso Império Inca habitava a região andina boliviana até a invasão espanhola, e esta – Espanha – obteve o seu domínio sobre a Bolívia até o ano de 1825. Com o início da independência, criou-se no país uma grande instabilidade política, necessitando do regime civil democrático, que só veio a ser criado em 1982. Hoje em dia quem dirige o país é o presidente Evo Morales, líder com grande influência socialista. A Bolívia tem o espanhol e todas as línguas indígenas como oficiais, na sua Constituição há um rol com 36 línguas indígenas. Possui um PIB médio em relação aos outros países, estando em 92º lugar, entre os países menos desenvolvidos da América, em consequência das grandes dificuldades de investimentos externos que seu governo cria25. Este Estado Unitário Social é rico em recursos naturais, com destaque na área de gás natural. No entanto, tem gerado preocupações acerca dos grandes desmatamentos de terras, com finalidade agrícola e para exportação de madeira tropical, criando-se uma área de desertificação, perda da biodiversidade e poluição da água. 22 World Population Prospects: The 2008 Revision Population Database. 2008. Disponível em: <http://web.archive.org/web/20100819143228/http://esa.un.org/UNPP/>. Acesso em: 8 set. 2014. 23 Statistical Institute of Belize. 2010. Disponível em: <http://www.more.ufsc.br/homepage/inserir_homepage>. Acesso em: 8 set. 2014. 24 Belize Human Rights Report: Freedom of Speech and Press. 2004. Disponível em: <http://www.ncbuy.com/reference/country/humanrights.html?code=bh&sec=2a>. Acesso em: 8 set. 2014. 25 SOUTH AMERICA: bolivia. Disponível em:< https://www.cia.gov/library/publications/the-worldfactbook/geos/bl.html> Acesso em: 20 jul. 2014. 8 O até então presidente, Evo Morales, criou um clima de antagonismo e agressividade contra os meios de comunicação, atingindo significativamente a liberdade de imprensa. É membro da CELAC, Mercosul, CAN, dentre inúmeros outras organizações internacionais 26. BRASIL Oficialmente denominado de República Federativa do Brasil, este é o maior país da América Latina e o 5° maior do mundo em extensão territorial, também o mais populoso da região, contando com uma população de mais de 200 milhões de habitantes. Além disso, o país possui o maior PIB da região, se destacando atualmente como uma das economias emergentes mundiais 27. A política externa brasileira, antes muito associada com a norte-americana, vem se destacando pela sua independência das antigas potências hegemônicas e se consolidando como liderança política e econômica do Hemisfério Sul. A partir da sua redemocratização, com a Carta Magna de 1988, o Brasil vem se aproximando cada vez mais dos seus vizinhos da América Latina e Caribe. No âmbito desta Constituição Federal, em seu art. 4°, parágrafo único, traz como norte da política externa brasileira que o país deverá buscar a integração econômica, politica, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latinoamericana de nações. Assim, atualmente o país vem se apresentando como uma liderança regional e com uma política externa de incentivo da integração latinoamericana. Esteve à frente da criação de blocos como o Mercosul, a UNASUL e a própria CELAC, que foi idealizada em 2008, em Salvador, Brasil 28. Além disso, o Brasil foi um dos mediadores do conflito mais recente dos protestos na Venezuela, no âmbito da UNASUL29. Já sua relação com os EUA ficou 26 BOLIVIA. Disponível em: http://www.sipiapa.org/pt-br/asamblea/bolivia-3/. Acesso em: 19 jul. 2014. PBA STONES. Informações Gerais sobre o Brasil. 2014. Disponível em: <http://pbastones.com.br/site/informacoes-gerais-sobre-o-brasil/>. Acesso em: 07 ago. 2014. 28 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. CALC. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/temas/america-do-sul-e-integracao-regional/calc>. Acesso em: 07 ago. 2014. 29 AGÊNCIA EFE. Figueiredo afirma que Unasul demonstrou capacidade de mediação na Venezuela. 2014. Disponível em: <http://www.efe.com/efe/noticias/brasil/brasil/figueiredo-afirma-queunasul-demonstrou-capacidade-media-venezuela/3/16/2295929>. Acesso em: 07 ago. 2014. 27 9 abalada diante das recentes descobertas da espionagem norte-americana no país, em setores estratégicos brasileiros e da própria presidente do país. O atual governo possui uma ideologia de centro-esquerda, mantendo a economia de mercado, contudo, com a implementação de muitas políticas sociais e afirmativas. Possui uma relação mais forte com os países membros do Mercosul, especialmente Argentina, Uruguai e Venezuela, que mantém uma política mais protecionista. Destarte, pode-se dizer que já existe um contraponto regional ao Mercosul, a Aliança do Pacífico. Formado por México, Colômbia, Peru e Chile, este bloco possui uma política econômica mais liberal e um alinhamento maior com os EUA. Ademais, integra os BRICS30 (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), atual bloco de países emergentes que vem se consolidando e ganhando cada vez mais força no cenário internacional. No tocante às temáticas que serão abordadas na simulação, o Brasil possui papel muito relevante e de destaque em ambas. Recentemente o país foi palco de um dos maiores levantes populares, em junho de 2013, as, atualmente denominadas, “Jornadas de Junho”31. Estes protestos, que se iniciaram com reivindicações pontuais, relacionadas ao aumento das tarifas do transporte público, eclodiram por todo país em um momento posterior, principalmente devido à forte repressão policial contra os manifestantes. Com relação à temática da amazônica, esta é de fundamental importância para o Brasil32. O país abarca a maior porção da floresta amazônica, que corresponde a 61% do território brasileiro 33. Este território, sabidamente rico em recursos naturais, também é o território mais vulnerável. Fazendo fronteira com todos os países da bacia amazônica, o Brasil tem total interesse numa ampliação do monitoramento desta área, visto que é um território permeável por onde perpassa um imenso fluxo de tráfico de drogas, da biopirataria, além da constante ameaça de guerrilhas que vivem em países vizinhos, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). 30 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/temas/mecanismos-inter-regionais/agrupamentobrics>. Acesso em: 07 ago. 2014. 31 FERNANDES, Florestan. Jornadas de Junho e Revolução Brasileira. 2013. Disponível em: <http://interessenacional.uol.com.br/index.php/edicoes-revista/jornadas-de-junho-e-revolucaobrasileira/>. Acesso em: 07 ago. 2014. 32 Maiores informações em: <http://issuu.com/anistiabrasil/docs/ai_br_campaign_digest_19_005_2014_f>. Acesso em: 07 ago. 2014. 33 PORTAL AMAZÔNIA. Amazônia Brasileira. Disponível em: <http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.php?id=134>. Acesso em: 07 ago. 2014. 10 CHILE Com uma das economias mais pujantes da América do Sul, o Chile ostenta um PIB de USD 335 bilhões34, sendo uma das nações que mais crescem na região (no ano de 2013, o crescimento de todas as riquezas da nação foi de 4,1%, ultrapassando, inclusive, o Brasil) 35. Seus principais parceiros econômicos na região são Brasil e Argentina, sendo, em seguida, os demais países integrantes do Mercosul. Vale ressaltar, também, que os Estados Unidos e China são grandes nações aliadas à economia chilena 36. O recente convite ao país para integrar o NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) como membro associado acirrou um pouco as tensões na América Latina e Caribe em virtude de possíveis interesses norte-americanos escusos na região. No que tange às relações com a Argentina e o Brasil, ressalte-se que o Chile figura como o terceiro investidor direto na Argentina, sendo, também, o terceiro investidor estrangeiro direto no Brasil, depois de Estados Unidos e França. Politicamente, é importante destacar que as relações diplomáticas do Chile com o Brasil têm sido historicamente mais próximas do que com a Argentina, ainda que o objetivo tradicional da política do país tenha sido o de fazer de seu vizinho seu parceiro mais importante. Durante os últimos treze anos, notou-se que as relações bilaterais entre o Chile e a Argentina melhoraram significativamente37. Quanto ao direito à liberdade de expressão no Chile, um dos episódios atuais mais marcantes foram os protestos em favor de um sistema educacional de qualidade. Os protestos, que começaram a tomar maiores dimensões a partir de 2010, forçaram o 34 CIA. The World Factbook 2014. Disponível em: https://www.cia.gov/library/publications/the-worldfactbook/geos/ar.html. Acesso em: 5 ago. 2014. 35 G1. PIB do Chile cresce 4,1% em 2013. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/03/pib-do-chile-cresce-41-em-2013.html. Acesso em: 5 ago. 2014. 36 BERNAL-MEZA, Raúl. As relações entre Argentina, Brasil, Chile e Estados Unidos: política exterior e Mercosul. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003473291998000100005&script=sci_arttext. Acesso em 5 ago. 2014. 37 BERNAL-MEZA, Raúl. As relações entre Argentina, Brasil, Chile e Estados Unidos: política exterior e Mercosul. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003473291998000100005&script=sci_arttext. Acesso em 5 ago. 2014. 11 governo a editar a Lei de Segurança Nacional, em uma tentativa frustrada de fechar o cerco contra os estudantes38. Os estudantes reivindicam uma educação pública, gratuita e de qualidade e, em meio à crise econômica mundial, o governo vem demonstrando baixa habilidade de negociação, revelando-se bastante intransigente sob o então presidente Piñera, em 2013. A violência atingiu grau alarmante e a polícia faz corriqueiramente uso constante de jatos d’água, bombas de efeito moral e balas de borracha. Desde 2011, os estudantes realizaram mais de 40 marchas reivindicando ao governo do então presidente Piñera uma reforma do sistema educativo, que, segundo os manifestantes, é absurdamente caro, além de ineficaz. Em 2013, cerca de 100 mil estudantes saíram às ruas de Santiago, resultando em um dos protestos mais violentos da cidade, com cerca de 100 feridos39. Durante esses protestos, o governo de Piñera foi acusado de ter reprimido as coberturas jornalísticas das manifestações. Dentre as principais acusações, foram registrados episódios de espancamento e ameaça a jornalistas ocorridos desde o início do governo do presidente centro-direitista Sebastián Piñera, em março de 2010.40 COLÔMBIA Formalmente conhecido como República da Colômbia, este país tem a segunda maior população da América do Sul, atrás apenas do Brasil. Trata-se de uma República Presidencial Democrática Representativa, regida por sua Constituição – instituída no ano de 199141. 38 OPERA MUNDI. Chile baixa Lei de Segurança Nacional para reprimir protestos de estudantes. Disponível em: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/16049/chile+baixa+lei+de+seguranca+nacional+para+rep rimir+protestos+de+estudantes.shtml. Acesso em: 5 ago. 2014. 39 RFI PORTUGUÊS. Manifestação estudantil termina com violência e 90 feridos no Chile. Disponível em: http://www.portugues.rfi.fr/geral/20130411-manifestacao-estudantil-termina-comviolencia-e-90-feridos-no-chile. Acesso em: 5 ago. 2014. 40 FOLHA UOL. Mídia diz que Chile reprime cobertura de manifestações. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1410201112.htm. Acesso em: 5 ago. 2014. 41 JURISCIÊNCIA. A Constituição da Colômbia – Constitución de Colombia. 2014. Disponível em: <http://www.jurisciencia.com/vademecum/constituicoes-estrangeiras/a-constituicao-da-colombiaconstitucion-de-colombia/582/>. Acesso em: 11 ago. 2014. 12 Atualmente, o país abarca a condição de média potência permanente, por ser a segunda maior economia sul-americana42, e aos poucos amplia sua influência no contexto da geopolítica regional. Um exemplo claro disto é que este país foi membro fundador da UNASUL43, organização internacional que prima pela integração da América do Sul. Em outro patamar, deve-se considerar que a política externa colombiana tem se alinhado aos interesses norte-americanos. Isso se dá, principalmente, pela existência, há anos, das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – FARC – que defendem uma revolução socialista no país44. Além disso, a influência americana busca coibir a ampliação do narcotráfico colombiano. Hoje, a origem da maior parte das drogas comercializadas em solo estadunidense advém da Colômbia. Sendo assim, ciente de que o combate interno às drogas jamais obteria sucesso, o governo dos Estados Unidos decidiu declarar guerra ao seu cultivo, e implementou o chamado Plano Colômbia, que possui duas frentes de atuação: de um lado, a ajuda econômica ao país sul-americano, de outro, uma assistência militar no combate ao narcotráfico 45. Deve-se ter em mente, também, que 40% do território colombiano é coberto pela floresta amazônica, e que esta mesma floresta serve como rota para o tráfico de drogas46. Por este motivo, a Colômbia tem pleno interesse na definição de mecanismos de defesa e fiscalização das fronteiras na região. COSTA RICA 42 VEJA. Colômbia passa Argentina e vira a 2ª maior economia sul-americana. 2012. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/economia/colombia-passa-argentina-e-vira-a-2a-maior-economia-sulamericana>. Acesso em: 11 ago. 2014. 43 ITAMARATY. UNASUL. 2014. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/temas/america-dosul-e-integracao-regional/unasul>. Acesso em: 11 ago. 2014. 44 PENNAFORTE, Charles. Colômbia e as Bases Militares dos Estados Unidos. 2012. Disponível em: <http://conhecimentopratico.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/28/artigo159331-1.asp>. Acesso em: 11 ago. 2014. 45 Ibid. 46 SANTOS, Fernando Corrêa dos. O Narcotráfico na região amazônica e as implicações para a segurança internacional. 2010. Disponível em: <http://www.pucminas.br/imagedb/conjuntura/CNO_ARQ_NOTIC20100701152914.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2014. 13 Caracterizada por ser uma República Presidencialista, a Costa Rica está localizada a sudoeste da América Central e possui a província de San José como a sua capital. Estando entre o Panamá e a Nicarágua, a república é delimitada, a leste, pelo Mar do Caribe e, a oeste, pelo Oceano Pacífico. Possuindo uma extensão de 51.100 Km², politicamente a Costa Rica é dividida administrativamente em 7 províncias (Alajuela, Cartago, Guanacaste, Heredia, Limon, Puntaneras e San José), subdivididas em 81 cantões47. Em relação a sua política Externa, a Costa Rica evidencia-se por uma postura de neutralidade bélica em favor da estabilidade na América Central. Desde 1948, a Costa Rica se tornou um modelo de democracia pacífica da América Latina. Neste país, há um eleitorado altamente qualificado; eleições são realizadas regularmente, livres e justas, sendo um dos poucos países da América Latina sem quebras democráticas nos últimos 50 anos48. Contudo, ainda que o nome de sua capital esteja estampado em uma das mais importantes convenções já firmadas, qual seja, a Convenção Americana de Direitos Humanos, ou popularmente conhecido como o Pacto de San José da Costa Rica, a legislação penal costa-riquenha sobre os chamados delitos contra a honra e o desacato cria uma situação restritiva para o exercício da liberdade de expressão e imprensa, estabelecendo diversas contradições quanto às normas de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o país é signatário 49. Ademais, na própria condição de país desarmado, a Costa Rica tem procurado participar ativamente no processo de integração centro-americana, tem defendido o diálogo com a Nicarágua para superar o contencioso fronteiriço, além de estabelecer estreitas relações com os Estados Unidos da América. Em anos recentes, vem adquirindo crescente importância também o relacionamento bilateral, principalmente com o Caribe e com o México, em razão do acordo de livre-comércio assinado entre os dois países e do Plano Puebla Panamá 50. 47 CONSULADO COSTA RICA EM PORTUGAL. Costa Rica. Disponível em: <http://www.costarica.pt/?page_name=costarica>. Acesso em: 15 ago. 2014. 48 GOVERNMENT. Relations the Neatherland - Costa Rica. Disponível em: <http://www.government.nl/issues/international-relations/costa-rica>. Acesso em: 15 ago. 2014. 49 SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA. Reunião de Meio de Ano – Fortaleza, Ceará, Brasil, Resoluções. 2001. Disponível em: <http://www.sipiapa.org/pt-br/asamblea/costa-rica-115/>. Acesso em: 15 ago. 2014. 50 COUNCIL ON HEMISPHERIC AFFAIRS. Passive Costa Rican Security Policies and Their Effects on International Affairs. Disponível em: <http://www.coha.org/passive-costa-rican-security-policiesand-their-effects-on-international-affairs/>. Acesso em: 15 ago. 2014. 14 No que tange às suas fronteiras, a questão da área limítrofe que divide a Nicarágua da Costa Rica já foi alvo do Tribunal de Haia em 200951, no que tange ao Rio San Juan. Apesar de o Tribunal de Haia ter deixado a navegação pelo rio nas mãos da Costa Rica, enquanto a Nicarágua administra o tráfego fluvial, a disputa fronteiriça continua aberta ainda de maneira intensa 52. CUBA É um país insular, localizado no mar do Caribe. Cristovão Colombo chegou à ilha em 1492 e reivindicou-a para o reino espanhol. Cuba conquistou sua independência após Guerra Hispano-Americana, que terminou em 1898. Já no ano de 1959, removeu a ditadura de Fulgêncio Batista com a Revolução Cubana. É o único país socialista das Américas, com uma taxa de alfabetização de 99,8% e índices de mortalidade infantil baixos, menores do que em alguns países desenvolvidos. Ao perder os subsídios da União Soviética, Cuba sofreu um relativo isolamento na década de 90. Atualmente, mantém várias cooperações bilaterais com países sulamericanos. Já o embargo norteamericano a Cuba, iniciado em 1962, perdura até hoje53. Apesar de ser líder do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, Cuba ignorou as recomendações do órgão quanto à garantia da liberdade de expressão e de reunião pacífica. Segundo a Sociedade Interamericana de Imprensa, é o país que tem o pior histórico de liberdade de expressão na América Latina. É também fundador da organização antiamericana denominada Aliança Bolivariana para as Américas, além de ser membro do Movimento dos Países NãoAlinhados e da Associação Latino-americana de Integração. 51 GLOBALVOICES. Costa Rica: Conflito de Fronteira com a Nicarágua. 2010. Disponível em: <http://pt.globalvoicesonline.org/2010/11/11/costa-rica-conflito-de-fronteira-com-a-nicaragua/>. Acesso em: 15 ago. 2014. 52 FERRER, Isabel. Os conflitos envolvendo países vizinhos da América Latina. 2014. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/24/internacional/1390589834_173330.html>. Acesso em: 15 ago. 2014. 53 The World Factbook. 2014. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-worldfactbook/geos/cu.html>. Acesso em: 8 set. 2014. 15 DOMINICA O Estado Soberano insular, a Comunidade da Dominica, é uma ilha do Caribe, situado entre o Mar do Caribe e o Oceano do Atlântico Norte, com uma pequena área de 751 km quadrados. Tem como idioma oficial o inglês e seu tipo de governo é o parlamentar. Este Estado ficou independente do Reino Unido somente no ano de 1978 e, por isso, tem todo um sistema legal baseado no modelo inglês. Atualmente o seu chefe de estado é o Presidente Charles A. Savarin. O Estado da Dominica tem como principal fonte de economia a agricultura, especialmente a de bananas. No entanto, o governo da Dominica pretende promover cada vez mais o setor turístico, criando-se um destino para "ecoturismo". Com o fim de atender as exigências do FMI e resolver uma crise econômica e financeira, o estado promoveu uma reestruturação global da economia, chegando a sua dívida pública a custar cerca de 78% do PIB em 2011 54. A comunidade da Dominica tem relações em nível bilateral e regional com a União Europeia. As relações regionais são realizadas no âmbito da UE-CELAC e UECARIFORUM55. Além disso, a Dominica faz parte do Acordo de Parceria entre os membros da África, Caribe e Pacífico (Países ACP) e da União Europeia, e é membro do "Acordo de Cotonou". EQUADOR A República do Equador localiza-se na região norte da América do Sul e é o país que dá nome à linha imaginária que divide o planeta nos hemisférios norte e sul. O Equador, apesar de ser um país relativamente pequeno, com cerca de 272.045km2, abrange regiões que vão desde o litoral do Oceano Pacífico, passando pela Cordilheira dos Andes, até a Floresta Amazônica. 54 CENTRAL AMERICA AND CARIBBEAN: Dominica. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/do.html>. Acesso em: 20 ago.2014. 55 EU Relations with Dominica. Disponível em: <http://eeas.europa.eu/dominica/index_en.htm>. Acesso em: 20 ago. 2014. 16 Em setembro de 2010, uma grave crise política explodiu no Equador, atingindo o governo do presidente Rafael Correa. Policiais tomaram as ruas do país protestando contra o corte de benefícios e redução salarial por decreto presidencial, transformando num caos a capital Quito e outras grandes cidades, como Guayaquil. Após até mesmo tentativas de agressão física ao presidente, em meio a pedradas e bombas de gás lacrimogênio, Correa foi levado a um hospital policial, estando no momento mantido sob a guarda de seus seguranças privados e cercado por forças policiais e militares 56. O presidente declarou o Equador em estado de emergência por cinco dias e ameaçou dissolver a Assembleia Nacional em meio a denúncias de tentativa de golpe de estado, levando o vizinho Peru a fechar suas fronteiras com o país57. A OEA e o Mercosul manifestaram apoio ao governo de Correa58, enquanto o chefe do comando das Forças Armadas equatorianas, general Ernesto González, declarou apoio e subordinação ao presidente da República até que a paz e o controle fossem retomados. Quanto aos conflitos amazônicos que envolvem o Equador, a maior parte deles se dá com relação à exploração petrolífera na Amazônia, demarcação de terras indígenas59 e com atritos fronteiriços remanescentes entre o Peru. Além disso, os conflitos de guerrilhas armadas da vizinha Colômbia, por vezes, inevitavelmente, refletem também no Equador. A atual política equatoriana está mais alinhada com os presidentes esquerdistas da América Latina. Em sua política externa, o Equador encontra como principais aliados o Brasil, a Bolívia e a Venezuela. Entretanto, possui relações um pouco estremecidas com seus dois vizinhos de fronteira, Peru, devido a disputas históricas de território, e Colômbia, devido aos conflitos de guerrilhas armadas. Ademais, o Equador vive um período de destaque em sua política externa, principalmente no âmbito regional. Isto em razão de o Equador compor o atual Quarteto 56 BBC BRASL. Presidente do Equador vê tentativa de golpe em protestos no país. 2010. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100930_equador_correa_hospital_cj.shtml>. Acesso em: 09 ago. 2014. 57 O GLOBO. Protesto de policiais e militares acirra tensão no Equador; Correa pode dissolver Assembleia. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/mundo/protesto-de-policiais-militares-acirratensao-no-equador-correa-pode-dissolver-assembleia-2945394>. Acesso em: 09 ago. 2014. 58 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Situação política no Equador. 2010. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/situacao-politica-no-equador>. Acesso em: 09 ago. 2014. 59 Maiores informações em: <http://noticias.terra.com.br/mundo/america-latina/equador-revive-conflitosobre-exploracao-de-petroleo-na-Amazonia,6208605a7d58b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>. Acesso em: 09 ago. 2014. 17 da CELAC e ser o próximo país a assumir a presidência da organização, logo após o atual mandato da Costa Rica. EL SALVADOR O pequeno país da América Central sustenta seus 6,2 milhões de habitantes com um PIB de USD 24,5 bilhões, um dos menores da região, devido, também, à sua pequena dimensão geográfica. A economia do país possui forte dependência à norteamericana, acumulando, em 2013, USD 2,5 milhões de volume de exportação. Os demais países que guardam estreita relação econômica com El Salvador são Honduras, Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e México. O Brasil não figura como um de seus principais parceiros – as relações econômicas entre ambos os países retraíram cerca de 37% de 2009 a 201360. Em 2009, a sociedade de jornalistas do país respirou um ar de esperança quando foi eleito o então presidente Mauricio Funes, que é jornalista de carreira e, em sua campanha, prometeu ser o mais transparente possível em seu governo, lutando por uma liberdade plena dos meios de comunicação 61. Como reflexo das mudanças que o país esperava no setor, em 2013 a Assembleia Legislativa Nacional aprovou uma lei que obriga os meios de comunicação a postarem carta de réplica caso um cidadão se sinta ofendido por algum conteúdo divulgado pelo veículo de comunicação. Caso o jornal ou revista se recuse a divulgar a réplica dentro de um prazo de 3 dias, quaisquer dos ofendidos podem peticionar perante um juiz de paz, que poderá expedir mandado de prisão a seus diretores ou representantes de 1 a 3 anos. GRANADA 60 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. El Salvador: Comércio Exterior. Disponível em: http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/IndicadoresEconomicos/INDElSalvador.pdf. Acesso em: 5 ago. 2014. 61 UNIVERSITY OF TEXAS AT AUSTIN. Meios de comunicação pressionam por lei de transparência em El Salvador. Disponível em: http://knightcenter.utexas.edu/archive/blog/?q=ptbr/node/7890. Acesso em: 6 ago. 2014. 18 Um dos menores países do continente, Granada é composta por uma ilha homônima e a metade sul das ilhas granadinas. Sua economia é fortemente sustentada por suas exportações agrícolas e o turismo. Assim como outros países do Caribe, Granada foi colônia inglesa e faz parte, atualmente, da Comunidade de Nações (conhecida antigamente como Commonwealth britânica) 62. Sendo assim, cabe lembrar que este país reconhece a Rainha Elizabeth II como Chefe de Estado, ainda que hoje assuma um status de Estado independente. Já no campo da política externa, o país caribenho sempre esteve em alinhamento com o ocidente, tendo como referência principal os Estados Unidos e o Reino Unido63. Sua atuação internacional também buscou priorizar uma integração regional, tendo como exemplo sua participação no CARICON. Atualmente, Granada vive um ótimo momento em relação à liberdade de expressão e de imprensa. O país, inclusive, faz parte do Conselho de Imprensa do Caribe Oriental64. GUATEMALA Sendo mais um dos países localizados na América Central, a Guatemala é popularmente conhecida como o coração do mundo Maya, remontando sua história a quatro mil anos atrás65. O país localiza-se na zona limítrofe com o México ao norte e oeste, ao seu leste Belize e Honduras, fazendo fronteira ao sul com El Salvador. Além de ser banhado pelos Oceanos Pacífico e Atlântico, geograficamente o país possui território bastante montanhoso, sendo recortado por duas serras, a serra Mare e Cuchumatanes. Dotado de uma extensão territorial que abrange cerca de 208.889 km², o 62 THE COMMONWEALTH. Member countries. 2014. Disponível em: <http://thecommonwealth.org/member-countries>. Acesso em: 11 ago. 2014. 63 COUNTRY STUDIES. Foreing relations. 2014. Disponível em: <http://countrystudies.us/caribbeanislands/80.htm>. Acesso em: 11 ago. 2014. 64 SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA. Caribe. 2014. Disponível em: <http://www.sipiapa.org/pt-br/asamblea/caribe-18/>. Acesso em: 11 ago. 2014. 65 VISITGUATEMALA. Guatemala: El corazon del Mundo Maya. 2014. Disponível em: <http://www.visitguatemala.com/es/acerca-de-guatemala/historia#.U-1lfzZATMw>. Acesso em: 14 ago. 2014. 19 país tem como sua capital a própria Cidade da Guatemala, sendo verdadeira República presidencialista66. Quanto à política nacional da Guatemala, são alguns dos objetivos específicos da atividade internacional da Guatemala, apoiar os processos regionais na América Central no que tange à integração política, econômica e institucional da região, promovendo a coordenação com as autoridades nacionais competentes, o comércio internacional e a atração de investimentos, além de uma melhor utilização dos diversos instrumentos do livre comércio e da estrutura fornecida pela Organização Mundial do Comércio 67. Quanto à liberdade de expressão e imprensa, salienta-se que tais direitos e a própria atividade jornalística são afetados por ameaças ligadas à criminalidade e ao tráfico organizado de droga, além dos meios de pressão de políticos locais. Ademais, uma missão internacional da Sociedade Interamericana de Imprensa viajou para a Guatemala em fevereiro de 2014 para consultar as mais altas autoridades do país e associações civis, convocando como verdadeira prioridade a implantação do Programa de Proteção aos Jornalistas68. Por fim, evidencia-se a fragilidade da fronteira que se estabelece entre o México e a Guatemala. Sendo evidente meio para a disseminação do tráfico de drogas e outras demais riquezas naturais, o chamado “Paso Limón” é um dos pontos clandestinos no extremo ocidental da fronteira. Deste modo, salienta-se que o Departamento de Estado dos Estados Unidos da América informou que até 80% do narcotráfico que chega aos Estados Unidos passam pela América Central, enquanto o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, adverte sobre uma possível penetração de terroristas pela frágil fronteira Guatemala-México69. GUIANA 66 CERQUEIRA, Wagner de. Guatemala. 2014. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/guatemala.htm>. Acesso em: 14 ago. 2014. 67 MOLINA, Otto Pérez. Marco Geral de la Política Exterior de Guatemala. 2012. Disponível em: <www.minex.gob.gt/Uploads/Documentofinal.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2014. 68 SOCIEDAD INTERAMERICANA DE PRENSA. Reunión de Médio Anõ de Bridgetown Barbados. 2014. Disponível em: <http://www.sipiapa.org/asamblea/guatemala-144/>. Acesso em: 14 ago. 2014. 69 DIALOGO. México-Guatemala: a fronteira invisível que preocupa. 2011. Disponível em: <http://dialogo-americas.com/pt/articles/rmisa/features/regional_news/2011/04/26/feature-ex-2109>. Acesso em: 14 ago. 2014. 20 A República Cooperativa da Guiana, anteriormente conhecida como Guiana Inglesa, está localizada ao norte da América do Sul. Foi colônia britânica e neerlandesa e é o único país da América do Sul a ter o inglês como idioma oficial. Adquiriu sua independência do Reino Unido em 1966. Seu PIB totaliza US$ 3,568 bilhões e seu IDH é mediano (0,638). É membro da Comunidade do Caribe (CARICOM) e da União de Nações Sulamericanas (UNASUL). 70 A Guiana possui uma das maiores florestas tropicais da América do Sul, mas sofre com o desmatamento devido à exploração de minério. Sendo assim, é participante do projeto de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação de Florestas. Em novembro de 2006, o governo manchou sua imagem no que diz respeito à garantia de liberdade de expressão e de imprensa. Arbitrariamente, retirou publicidade do governo do Starbrock News como punição pela independência editorial do jornal. Ou seja, uma clara violação à Declaração Interamericana de Chapultepec, da qual o país é signatário. Até então, os dois jornais de propriedade privada que circulavam no país não sofriam restrições. 71 HAITI A república do Haiti é uma pequena porção ocidental da República Dominicana, localizada no Caribe, conhecido por sua grande beleza natural. O crioulo haitiano e o francês são as línguas oficiais desta república. Esta antiga colônia francesa foi o primeiro país a se tornar independente da América Latina e do Caribe e a segunda da América, resultado de uma revoltada de escravos, tendo atualmente como presidente Michel Martelly. Esta república tem uma das maiores taxas de mortalidades e menor expectativa de vida, principalmente por causa dos efeitos do excesso de mortalidade da AIDS e dos vários desastres naturais72. Possui uma economia de livre mercado, com baixos custos trabalhistas e acesso livre de mercadorias do EUA. 70 The World Factbook. 2014. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-worldfactbook/geos/gy.html>. Acesso em: 8 set. 2014. 71 Guiana. 2009. Disponível em: <http://www.sipiapa.org/pt-br/asamblea/guiana/>. Acesso em: 8 set. 2014. 72 CENTRAL AMERICA AND CARIBBEAN: Haiti. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ha.html>. Acesso em: 29 jul. 2014. 21 As forças de paz da Missão de Estabilização da ONU estão instauradas no Haiti desde 2004, com o intuito de ajudar na manutenção da ordem civil. No entanto, apesar dos esforços para controlar a imigração ilegal o Haiti ainda possui índices alarmantes deste tipo de imigração. Isto também é um reflexo do fato de o país possuir o Índice de Desenvolvimento Humanos (IDH) mais pobre da América e por ter grande instabilidade política. A Comunidade do Caribe (CARICOM) tem como membro o Haiti, que também faz parte da União Latina, da União Africana e da CELAC. HONDURAS A República de Honduras, com cerca de 112mil km2, é o segundo maior país da América Central, menor apenas que sua vizinha Nicarágua. Com uma população de maioria mestiça de espanhol com indígena, a densidade demográfica de Honduras também é uma das maiores da América Central. A agricultura é a principal atividade desempenhada em Honduras, principalmente as culturas do café e da banana. O país possui uma das economias menos desenvolvidas do continente americano e seu setor industrial ainda é fraco e pouco diversificado. Em 2009, Honduras passou por uma grave crise política que culminou num Golpe de Estado. Na época, o então presidente Manuel Zelaya foi destituído pela Suprema Corte e exilado pelo exército hondurenho. Esta ação ocorreu devido ao fato de Zelaya ter pretensões mais progressistas de realizar uma consulta popular no intuito de estabelecer uma Assembleia Constituinte. Esta poderia vir a reformar a Constituição de Honduras para aprovar reeleições, opção incabível pelo texto constitucional então em vigor73. De início, a comunidade internacional, incluindo a ONU, considerou o ato como um golpe de estado contra o Presidente Zelaya, que precisou se refugiar na embaixada brasileira em Tegucigalpa durante quatro meses, até conseguir asilo político na República Dominicana74. Criticou-se duramente o novo governo liderado 73 BBC NEWS. Q&A: Political crisis in Honduras. 2010. Disponível em: <http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/8124154.stm>. Acesso em: 08 ago. 2014. 74 SIMON, Roberto. O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://internacional.estadao.com.br/noticias/americalatina,apos-4-meses-zelaya-deixa-embaixada-brasileira-em-honduras,502504. 2010. Disponível em: 22 por Roberto Micheletti, bem como a falta de atitude mais firme por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), que apenas suspendeu Honduras da organização75. Até a atualidade, a liberdade de expressão sofre constantes ameaças em Honduras, que é considerado o país mais perigoso do mundo para a mídia e o livre exercício do jornalismo 76. A atual política externa de Honduras é alinhada com a de Washington e com os setores mais conservadores da América Latina. JAMAICA A pequena ilha próxima a Cuba acumula um PIB de USD 24 bilhões e tem como seu principal parceiro econômico os Estados Unidos, como quase todos os países da região. A Venezuela, contudo, figura como peça-chave para a economia jamaicana, em virtude de diversos acordos bilaterais de comércio entre as duas nações, como um que prevê um mecanismo de compensação da fatura petroleira a largo prazo77. Quanto à liberdade da imprensa jamaicana, o país surpreende ao ser considerado como o que ostenta maior grau de liberdade dos meios de comunicação. O país ocupa o 13o lugar das 179 nações analisadas pela organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF) 78. O index mede o grau de liberdade que jornalistas, organizações de notícias e cidadãos com acesso à internet têm em seus territórios. A Jamaica, segundo a organização, ultrapassa o Canadá como o país do hemisfério com o maior grau de liberdade de imprensa. Enquanto outros países latino- <http://internacional.estadao.com.br/noticias/america-latina,apos-4-meses-zelaya-deixa-embaixadabrasileira-em-honduras,502504>. Acesso em: 08 ago. 2014. 75 PORTAL DE NOTÍCIAS G1.Entenda a crise política em Honduras. Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1313155-5602,00ENTENDA+A+CRISE+POLITICA+EM+HONDURAS.html.> Acesso em: 30 jun. 2014. 76 SEVERO, Leonardo Wexell. Honduras é o país mais perigoso do mundo para o jornalismo. 2013. Disponível em: <http://www.brasildefato.com.br/node/26824>. Acesso em: 08 ago. 2014. 77 EL UNIVERSO. Venezuela y Jamaica analizan intercambio comercial. Disponível em: http://www.eluniversal.com/economia/140406/venezuela-y-jamaica-analizan-intercambio-comercial. Acesso em: 5 ago. 2014. 78 REPORTERS WITHOUT BORDERS. Disponível em: http://en.rsf.org/. Acesso em: 5 ago. 2014. 23 americanos e caribenhos apresentam dados alarmantes de mortes ou prisões de jornalistas, na Jamaica sequer tais eventos chegaram a acontecer79. MÉXICO Oficialmente conhecido como Estados Unidos do México, este país figura na posição de segundo Estado mais populoso e rico da América Latina, estando, em ambos os casos, atrás apenas do Brasil. Trata-se de uma República Constitucional Federativa, regida pela Constituição de 191780. Até a metade do século XX, o México teve uma participação pouco expressiva na sociedade internacional e esteve, historicamente, alinhado aos interesses norteamericanos. Durante esta época, o país esteve mais concentrado em resolver suas questões internas e seu crescimento econômico 81. Entretanto, já por volta dos anos 70, a descoberta de reservas de petróleo na região alavancou a economia do país e, consequentemente, aumentou a entrada de dólares na região. Estes fatores foram essenciais para que o México mudasse a sua percepção enquanto ator global e enxergasse sua potencialidade no âmbito regional 82. Cabe lembrar, porém, que por fazer parte do Tratado Norte-americano de Livre Comércio 83 – NAFTA –, o México tem como seu principal parceiro econômico os Estados Unidos da América, e isso possibilita um maior estreitamento de suas relações. Isso significa dizer que, muito embora os mexicanos busquem uma política externa autônoma e voltada à sua realidade regional, seus interesses, em muitas questões, podem caminhar lado a lado aos interesses norte-americanos. 79 JOURNALISM IN THE AMERICAS. Jamaica lidera o hemisfério em liberdade de imprensa, mas leis de difamação ainda são um problema. Disponível em: https://knightcenter.utexas.edu/ptbr/blog/00-14072-jamaica-lidera-o-hemisferio-em-liberdade-de-imprensa-mas-leis-de-difamacao-aindasao-u. Acesso em: 5 ago. 2014. 80 COMPARATO, Fábio Konder. A Constituição Mexicana de 1917. 2010. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/educar/redeedh/anthist/mex1917.htm>. Acesso em: 11 ago. 2014. 81 COUNTRY STUDIES. Foreing relations. 2014. Disponível em: <http://countrystudies.us/mexico/92.htm>. Acesso em: 11 ago. 2014. 82 Ibid. 83 OFFICE OF THE UNITED STATES TRADE REPRESENTATIVE. North American Free Trade Agreement (NAFTA). 2010. Disponível em: <http://www.ustr.gov/trade-agreements/free-tradeagreements/north-american-free-trade-agreement-nafta>. Acesso em: 11 ago. 2014. 24 NICARÁGUA Tendo como sua capital a região Managua, a Nicarágua ou República da Nicarágua está localizada na América Central, limitando-se ao sul pela Costa Rica, ao leste pelo Mar do Caribe, a oeste pelo oceano Pacífico e ao norte por Honduras. Ocupando uma área de 130 000 km², o país divide-se politicamente em quinze departamentos e duas regiões autônomas. A economia do país esta pautada basicamente no setor primário, além de ter aproximadamente metade do seu território coberto por florestas84. Caracterizando-se atualmente por ser uma República Presidencialista, a Nicarágua passou por toda uma trajetória colonial em relação à Espanha até que, em meados do século XIX, iniciou o seu processo de independência. Após atingir sua autonomia em 1821, o país passou por intenso processo interno de evolução e conflitos políticos, com grande influência dos Estados Unidos da América em sua política interna. Contudo, através da revolução sandinista, os revolucionários tiveram que contornar uma profunda crise econômica em um país terrivelmente fragilizado pela guerra. Por conseguinte, devido ao cunho socialista da revolução, os EUA passaram a fomentar um movimento guerrilheiro contra revolucionário conhecido como “Os Contras”85. Desta forma, durante a década de 1990, os governos liberais da Nicarágua alcançaram determinados avanços no que tange à economia e a outras áreas de desenvolvimento, o que vem tentando se perpetuar até os dias atuais, ainda que com a incidência de uma extrema influência externa 86. Hodiernamente, o governo da Nicarágua vem trabalhando para solidificar os laços diplomáticos com os países latino-americanos, como México, Venezuela, Cuba, Panamá, Peru e Brasil. Percebe-se, contudo, que este grande esforço diplomático tem um propósito bem definido, qual seja, o de diversificar a dependência econômica e 84 FREITAS, Eduardo de. Nicarágua. 2011. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/nicaragua-1.htm>. Acesso em: 15 ago. 2014. 85 FAGUNDES, Pedro Ernesto. Um balanço da política externa contemporânea norte-americana para a América Latina. 2011. Disponível em: <http://mundorama.net/2011/01/11/um-balanco-dapolitica-externa-contemporanea-norte-americana-para-a-america-latina-por-pedro-ernesto-fagundes/>. Acesso em: 15 ago. 2014. 86 SOUZA, Rainer. Nicarágua. 2012. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historia-daamerica/historia-nicaragua.htm>. Acesso em: 15 ago. 2014. 25 política que a Nicarágua teve historicamente – tendo em vista que a Nicarágua parou de ser quase inteiramente dependente dos Estados Unidos87. Em relação às suas fronteiras, a questão da região que divide a Nicarágua da Costa Rica já foi alvo do Tribunal de Haia em 2009, no que tange ao Rio San Juan. Apesar de o Tribunal de Haia ter deixado a navegação pelo rio nas mãos da Costa Rica, enquanto a Nicarágua administra o tráfego fluvial, a disputa fronteiriça continua aberta88, ainda de maneira intensa 89. Ainda, quanto à relação Nicarágua e Colômbia, embora não façam fronteira terrestre, os dois países disputavam ilhas e ilhotas ricas em pesca e, tendo em vista que a nova fronteira marítima ampliava os direitos da Nicarágua no leste do Mar do Caribe, as questões entre ambas as nações tomaram maiores proporções90. PANAMÁ É o país mais meridional da América Central. Desvinculou-se do Império Espanhol em 1821, quando uniu-se à República da Grã-Colômbia, juntamente com Nova Granada, Equador e Venezuela. Manteve-se unido à Nova Granada (atual Colômbia) até 1903. A receita proveniente do seu canal, construído pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos, constitui uma parcela significativa do PIB do país. É a segunda economia da América Central e possui o 5º maior IDH da região 91. Participa da Organização dos Estados Americanos (OEA), como observador da União de Nações Sulamericanas (UNASUL) e do grupo do Rio 92. 87 ENVIO DIGITAL. Política exterior de Nicaragua: el no alineamiento. Disponível em: <http://www.envio.org.ni/articulo/66>. Acesso em: 15 ago. 2014. 88 GLOBALVOICES. Costa Rica: Conflito de Fronteira com a Nicarágua. 2010. Disponível em: <http://pt.globalvoicesonline.org/2010/11/11/costa-rica-conflito-de-fronteira-com-a-nicaragua/>. Acesso em: 15 ago. 2014. 89 FERRER, Isabel. Os conflitos envolvendo países vizinhos da América Latina. 2014. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/24/internacional/1390589834_173330.html>. Acesso em: 15 ago. 2014. 90 Idem. 91 Human Development Reports. 2014. Disponível em: <http://hdr.undp.org/en/media/HDR_2010_EN_Table1_reprint.pdf>. Acesso em: 8 set. 2014. 92 The World Factbook. 2014. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-worldfactbook/geos/pm.html>. Acesso em: 8 set. 2014. 26 De acordo com o relatório da Assembleia Geral de 2012 da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), houve várias violações da liberdade de expressão e de imprensa no Panamá, visando a obstrução do funcionamento normal dos meios de comunicação93. PARAGUAI No centro-sul da América do Sul encontra-se a República do Paraguai, esta república teve a sua independência da Espanha no ano de 1811 e viveu 35 anos sob a influência da ditadura militar, mas hoje tem como presidente eleito Horacio Cartes. O guarani e o espanhol são seus idiomas oficiais. O Paraguai destacou-se no ano de 2010 por ter tido a maior expansão econômica da América Latina e terceira mais rápida do mundo 94. Em contraponto, possui uma economia de mercado com um grande setor informal, com grande desigualdade de renda e o índice de desenvolvimento humano (IDH) como uns dos mais baixos da América do Sul. Frisa-se o grande desmatamento de sua floresta, a poluição da água e os meios inadequados para a eliminação de resíduos que apresentam grandes riscos à saúde de muitos moradores urbanos. Esta república foi uma das fundadoras do Mercosul junto com a Argentina, Brasil e Uruguai, e também é membro da CELAC, da Comunidade Andina de Nações (CAN), dentre outras. PERU A República do Peru é o terceiro maior país da América do Sul, com uma área de 1.285.216 km2, menor apenas que Brasil e Argentina. Entre as suas principais atividades econômicas está a exploração de produtos minerais, a manufatura de 93 Panamá. 2012. Disponível em: <http://www.sipiapa.org/pt-br/asamblea/panama-100/>. Acesso em: 8 set. 2014. 27 produtos têxteis, além da agricultura e pesca 95. É um país reconhecidamente emergente, mas com índices de pobreza e desigualdades sociais graves, fato que vem gerando cada vez mais conflitos sociais96. Apesar de sérios conflitos vividos no passado com países vizinhos, como o Equador97 e o Chile98, alguns destes com resquícios e consequências até a atualidade, o Peru mantém uma relação de maior proximidade com os países latino-americanos. Sua política externa atual vem se alinhando com os países membros do recente bloco Aliança do Pacífico, formada por México, Colômbia, Peru e Chile. Esta organização pertence a um eixo econômico liberal da América Latina, alinhando-se, muitas vezes, com a política externa que atende aos interesses de Washington. Em julho de 2013, data próxima das manifestações ocorridas no Brasil, também houve uma onda de protestos no Peru. Nesta ocasião, milhares de manifestantes saíram às ruas contra a lei que restringia a autonomia de universidades e gerava desemprego no setor público. Em contrapartida, a polícia respondeu de forma violenta, com bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água, enquanto estudantes e servidores públicos tentavam se aproximar do palácio presidencial na capital, Lima. Estas manifestações rapidamente se expandiram para outras cidades do país, dando fim à relativa estabilidade que o presidente Ollanta Humala vinha desfrutando em seu governo99. Quanto à questão amazônica, o Peru enfrenta problemas semelhantes aos demais países desta região, principalmente relacionado ao tráfico de drogas e exploração de recursos ilegais da floresta. Ademais, o Peru, junto aos outros membros da OTCA, tenta desenvolver um sistema de monitoramento da floresta, por questões de segurança e defesa da região 100. 95 Maiores informações em: <http://www.embperu.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=53:informas-sobre-operu&Itemid=81>. Acesso em: 09 ago. 2014. 96 PORTAL VERMELHO. Aumentam conflitos sociais no Peru. 2011. Disponível em: <http://www.vermelho.org.br/noticia/171101-7>. Acesso em: 09 ago. 2014. 97 Maiores informações em: <http://www.eb.mil.br/marminas>. Acesso em: 09 ago. 2014. 98 GOUVÊA, Carina Barbosa. Chile, Peru e Bolívia: a questão do acesso soberano ao mar, resquícios da Guerra do Pacífico - encontrando soluções. 2014. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/26629/chileperu-e-bolivia-a-questao-do-acesso-soberano-ao-mar-resquicios-da-guerra-do-pacifico-encontrandosolucoes>. Acesso em: 09 ago. 2014. 99 PORTAL DE NOTÍCIAS G1. Protesto contra o governo termina em violência no Peru. 2013. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/07/protesto-contra-o-governo-termina-emviolencia-no-peru.html>. Acesso em: 09 ago. 2014. 100 STEPHANES, Giovanny Vera. Fundo Amazônia financiará monitoramento da floresta fora do Brasil. 2013. Disponível em: <http://www.oeco.org.br/noticias/27179-fundo-amazonia-financiaramonitoramento-da-floresta-brasil-afora>. Acesso em: 09 ago. 2014. 28 REPUBLICA DOMINICANA Com um PIB de USD 60 bilhões101 e uma inflação considerada controlada (cerca de 4% ao ano)102, a República Dominicana divide a ilha localizada no Caribe com o país vizinho Haiti. É a 85ª economia do globo, tendo crescido em 2012 em torno de 3,9%. Ressalte-se que o setor de serviços é a principal área de atividade e respondeu sozinho por 62% de todas as riquezas da nação, seguido do setor industrial com 32% e o agrícola com apenas 6%103. O que se observa de suas importações e exportações é que os Estados Unidos são seu principal parceiro econômico, assim como da maioria dos países latinoamericanos e caribenhos, e respondeu, em 2012, por cerca de 38,5% de todo o volume que a República Dominicana importou. Na região, é a Venezuela a maior credora da pequena nação (6,3%), seguida por Trinidad e Tobago (6,1%), México (5,2%), Brasil (2,7%), Colômbia (2,1%) e Bahamas (1,9%). Por outro lado, Haiti e Honduras são seus principais compradores. Quanto à sua liberdade midiática, a Organização internacional Repórteres sem Fronteiras, sediada na França, classificou o país como moderadamente livre, ficando abaixo de Haiti e Jamaica. De acordo com o jornal Infosurhoy: A República Dominicana subiu 13 postos entre 2013 e 2014 e hoje está na 68ª posição, entre a Tanzânia, no leste da África, e a Guiana, na América do Sul, em um ranking de 180 países. A nação caribenha conta com uma imprensa robusta, com vários jornais diários, noticiários importantes na TV a cabo, diversos sites de notícias e mais de 300 estações de rádio104. Outra organização internacional chamada Freedom House, sediada nos Estados Unidos, afirma que, embora a Constituição do país, datada de 2010, elenque como uma 101 BANCO MUNDIAL. República Dominicana. Disponível em: http://datos.bancomundial.org/pais/republica-dominicana. Acesso em: 5 ago. 2014. 102 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Dados básicos e principais indicadores econômicocomerciais: República Dominicana. Disponível em: http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/IndicadoresEconomicos/INDRepublicaDominicana.pdf. Acesso em: 5 ago. 2014. 103 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Dados básicos e principais indicadores econômicocomerciais: República Dominicana. Disponível em: http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/IndicadoresEconomicos/INDRepublicaDominicana.pdf. Acesso em: 5 ago. 2014. 104 INFOSURHOY. República Dominicana: Presidente Medina apoia maior liberdade de imprensa. Disponível em: http://infosurhoy.com/pt/articles/saii/features/main/2014/04/18/feature-01. Acesso em: 5 ago. 2014. 29 de suas garantias fundamentais a liberdade de expressão e o acesso à informação de órgãos públicos, as autoridades geralmente violam indiscriminadamente essas garantias. A difamação, para citar um exemplo, é um crime punível com multas e prisão, e os processos judiciais contra jornalistas peticionados por autoridades de governo e empresários são comuns quando as matérias jornalísticas ameaçam seus interesses políticos ou econômicos. Alguns casos de violação da liberdade de expressão são emblemáticos: Em 2011, José Agustín Silvestre de los Santos, um apresentador de TV e diretor de uma revista local, foi sequestrado e morto depois que escreveu em sua revista, La Voz de la Verdad, sobre o suposto envolvimento de um empresário local com o narcotráfico e o crime. (...) No início deste ano, o jornalista dominicano Pedro Fernández, correspondente do jornal El Nacional que cobre as notícias na cidade de San Francisco de Marcorís, no departamento de Duarte, disse que um traficante local contratou dois homens para matá-lo por suas matérias sobre crimes relacionados às drogas na região105. SÃO CRISTÓVÃO E NEVES Conhecido oficialmente por Federação de São Cristóvão e Neves, este é o menor Estado soberano das Américas, tanto em relação à sua extensão territorial quanto à sua população. Assim como outros países do Caribe, São Cristóvão e Neves foi colônia inglesa e faz parte, atualmente, da Comunidade de Nações (conhecida antigamente como Commonwealth britânica)106. Sendo assim, cabe lembrar que este país reconhece a Rainha Elizabeth II como Chefe de Estado, ainda que hoje assuma um status de Estado independente. Já no campo da política externa, o país caribenho sempre esteve em alinhamento com o ocidente, tendo como referência principal os Estados Unidos e o Reino Unido. Sua atuação internacional também buscou priorizar uma integração 105 INFOSURHOY. República Dominicana: Presidente Medina apoia maior liberdade de imprensa. Disponível em: http://infosurhoy.com/pt/articles/saii/features/main/2014/04/18/feature-01. Acesso em: 5 ago. 2014. 106 THE COMMONWEALTH. Member countries. 2014. Disponível em: <http://thecommonwealth.org/member-countries>. Acesso em: 11 ago. 2014. 30 regional, tendo como exemplo sua participação no CARICON, que tem sido cada vez mais ativa107. SÃO VICENTE E GRANADINAS São Vicente e Granadinas está situado no Caribe Oriental, ao extremo sul da cadeia de Ilhas de Barlavento. Sendo basicamente um arquipélago formado por 32 ilhas, o País não possui fronteiras terrestres, tendo como seus vizinhos mais próximos o país de Barbados ao leste, Santa Lúcia ao norte, e Granada ao sul. Quanto ao seu histórico político, São Vicente e Granadinas somente conquistou a independência da GrãBretanha em 27 de outubro de 1979, instituindo assim uma democracia parlamentar e tornando-se paulatinamente mais proativo em suas atividades internacionais108. Por conseguinte, a população nacional do país evidencia-se como sendo de descendência majoritária africana, a qual baseia sua economia na agricultura e no cultivo da banana, dependendo de sua exportação para a União Europeia, além da constante ascensão do turismo 109. Ainda, São Vicente e Granadinas tem dispendido esforços no sentido de combater o cultivo de maconha, também tomando medidas para coibir a lavagem de dinheiro 110. Quanto à liberdade de expressão e informação no país, a principal violação da liberdade de imprensa ainda é a falta de operacionalização pelo governo da Lei de Liberdade de Informações. Contudo, ainda que não haja tal operacionalização, o governo promove o acesso ao público através de determinado espaço nos jornais de grande circulação do país, a fim de que sejam apresentadas críticas e sugestões ao governo111. 107 COUNTRY STUDIES. Foreing relations. 2014. Disponível em: <http://countrystudies.us/caribbeanislands/107.htm>. Acesso em: 11 ago. 2014. 108 GOV.VC. About SGV. Disponível em: <http://www.gov.vc/index.php?option=com_content&view=article&id=13&Itemid=101>. Acesso em: 15 ago. 2014. 109 CERQUEIRA, Wagner de. São Vicente e Granadinas. 2014. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/sao-vicente-granadinas.htm>. Acesso em: 14 ago. 2014. 110 BBC. St Vicente and Grenadines Profile. 2013. Disponível em: <http://www.bbc.com/news/worldlatin-america-20006734>. Acesso em: 15 ago. 2014. 111 SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA. Assembleia Geral - Denver, Estados Unidos,. 2013. Disponível em: <http://www.sipiapa.org/pt-br/asamblea/caribe-69/>. Acesso em: 15 ago. 2014. 31 SANTA LUCIA É um país insular das Pequenas Antilhas, no Caribe. Houve uma disputa pelo território entre Espanha e Inglaterra, que se iniciou em 1660 e durou 150 anos. Foi controlado pela Grã-Bretanha a partir de 1959 e, entre 1959 e 1962, foi uma província da Federação das Índias Ocidentais. Adquiriu seu autogoverno em 1967 e sua independência em 1978112. É membro da Organização dos Estados do Caribe Oriental (OECO), visando à integração técnica e econômica e o desenvolvimento sustentável. Participa também da Comunidade das Nações, da Comunidade do Caribe (CARICOM) e da Organização dos Estados Americanos (OEA)113. SURINAME A República do Suriname está situada na região norte da América do Sul, tendo como idioma oficial o holandês. É considerado o menor pais independente do continente sul-americano, com cerca de 90% do seu território coberto pela floresta amazônica. Caracteriza-se por ter se tornado independente da Holanda no ano de 1975 e, por isso, possuir grande influência desta nação. Seu atual Presidente é Desiré Delano Bouterse. A indústria mineral domina a economia local, fazendo com que seja altamente submissa da volatilidade do preço do mineral. Enfrenta, nos dias atuais, o desmatamento de madeira para exportação e a poluição de águas devido à constante mineração. A República do Suriname faz parte atualmente da CELAC, é membro de pleno direito do CARICOM, assim como participa de outros acordos internacionais. 112 Santa Lúcia. 2014. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/paisesat/>. Acesso em: 8 set. 2014. The World Factbook. 2014. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-worldfactbook/geos/st.html>. Acesso em: 8 set. 2014. 113 32 TRININDAD E TOBAGO O arquipélago caribenho oficialmente denominado de República de Trinidad e Tobago possui uma área com cerca de 5.128 km² e se localiza ao sul do Mar do Caribe114. Com a independência conquistada bem recentemente, em 1962, e possuindo uma área de terra bastante reduzida, Trinidad e Tobago ainda é um Estado bastante dependente economicamente das grandes potências, principalmente dos EUA e do Reino Unido. Todavia, o país, tal como a maioria dos países caribenhos, tem avançado no sentido de possuir uma maior autonomia política e econômica, especialmente após a criação da CARICOM (Comunidade do Caribe) que possibilitou que seus membros desenvolvessem sua economia e sua indústria, além de possuírem uma voz maior na comunidade internacional. No final do ano de 2002, o então primeiro-ministro, Patrick Manning, assinou a Declaração de Chapultepec. Desde então, Trinidad e Tobago tem seguido uma política de não intervenção, com respeito aos meios de comunicação. Antes disto, os meios de comunicação local estavam ameaçados pela declaração de política do regime anterior, contra a qual se opuseram firmemente os meios noticiosos em Trinidad e Tobago e em outras partes do Caribe115. URUGUAI Com um PIB de USD 57 bilhões e uma inflação de 8,6% ao ano, o Uruguai se destaca por sua política conciliadora e inovadora na América Latina e no Caribe. Com uma taxa de desemprego em 6,7% e taxa de alfabetização em quase 99%, o país ostenta a 51ª posição no ranking de IDH mundial, com uma qualidade de vida satisfatória. Diferentemente dos demais países sul-americanos e caribenhos, que têm os Estados Unidos como seu principal credor, o Uruguai tem como seus principais 114 U.S. DEPARTAMENT OF STATE. U.S. Relations with Trinidad and Tobago. 2013. Disponível em: <http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/35638.htm>. Acesso em: 09 ago. 2014. 115 SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA. CARIBE: Trinindad e Tobago. 2003. Disponível em: <http://www.sipiapa.org/pt-br/asamblea/caribe-18/>. Acesso em: 09 ago. 2014. 33 parceiros econômicos o Brasil (1º), Argentina (3º), Venezuela (4º) e Paraguai (9º), nações que mais investem e importam do país. A China aparece como a 2ª maior importadora, atingindo um volume de 15,9% de todas as exportações do país. Os Estados Unidos, por sua vez, compram apenas 4% de todos os produtos uruguaios 116. Apesar de a economia brasileira ser 45 vezes maior e a argentina ser 10 vezes maior que a uruguaia, o pequeno país sul-americano tem recebido os olhares de todo o mundo em virtude do crescimento estável e vertiginoso de suas riquezas, sendo maior que a média da América Latina e Caribe. Ressalte-se que o investimento estrangeiro direto que o país recebeu no ano de 2012 foi quase o dobro do recebido por Brasil e Argentina. Miguel Pérez, membro da Divisão de Desenvolvimento Produtivo e Empresarial da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), afirma que: Os fluxos de investimento estrangeiro direto no Uruguai vêm aumentando nos últimos anos, em linha com o que aconteceu no resto da América Latina. Em 2012, o total foi de US$ 2,7 bilhões, um recorde. Este montante se aproxima ao que recebem outras economias de tamanho semelhante, como a Costa Rica, o Panamá e a República Dominicana117. Os holofotes mundiais, atualmente, estão, com toda a certeza, voltados ao Uruguai, que projeta uma imagem internacional bastante progressista ao apoiar mudanças ambiciosas na legislação, como a descriminalização da maconha, o casamento gay e a legalização do aborto. O pequeno país está em plena campanha política internacional para destacar seus indicadores econômicos positivos e provar que sua economia não está atrelada à da Argentina. Após tais mudanças, o Presidente Mujica tem como meta, até o final de seu mandato, regular a mídia e a venda de bebidas alcoólicas. A Câmara dos Deputados, ainda em 2013, aprovou o Projeto de Lei Serviços de Comunicação Audiovisual, proposta por iniciativa do governo de José “Pepe” Mujica. Segundo o texto final da lei, as garantias abordadas na pauta são de interesse público nacional e, devido a isso, é dever do Estado assegurar o acesso universal aos 116 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Dados básicos e principais indicadores econômicocomerciais: República Dominicana. Disponível em: http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/IndicadoresEconomicos/INDRepublicaDominicana.pdf. Acesso em: 5 ago. 2014. 117 THE WALL STREET JOURNAL. Uruguai se vende como economia estável e independente da Argentina. Disponível em: http://online.wsj.com/news/articles/SB10001424052702303801304579409480457552474?tesla=y&tesla= y. Acesso em: 6 ago. 2014. 34 meios de comunicação, contribuindo, portanto, com o direito à liberdade de informação, inclusão social, não-discriminação, promoção da diversidade cultural nacional, lazer e educação. O projeto também promete ir de encontro aos monopólios e oligopólios que controlam e desvirtuam a mídia do país e conspiram contra a democracia, ao fazer cerco à pluralidade e à diversidade, fatores que asseguram o efetivo exercício do direito à informação. Há, também, uma importante questão, que não poderia ficar de fora da Lei: o sistema de concessões públicas. A partir da aprovação do texto, a concentração da mídia deverá ser consideravelmente minorada, haja vista entrar em vigor a “plena transparência no processo de concessão de autorizações e licenças para exercer a titularidade”. A lei uruguaia também prevê a criação de um Conselho de Comunicação Audiovisual, com a ideia de “propor, implementar, monitorar e fiscalizar o comprimento das políticas” que estão vinculadas aos meios eletrônicos, assegurando um importante instrumento de participação social no setor. A iniciativa estabelece, ainda, cotas mínimas de produção audiovisual nacional; institui o horário eleitoral gratuito nos canais; e determina que empresas telefônicas não poderão explorar ondas de rádio nem de televisão. Por fim, as mudanças previstas contemplam a proteção à criança e ao adolescente, já que regula a veiculação de imagens com “violência excessiva”, por exemplo. Das 6h às 22h, esse tipo de conteúdo está proibido, com a exceção para “programas informativos, quando se tratar de situação de notório interesse público” e somente com aviso prévio explícito sobre a exposição dos menores118. O país, atualmente, é classificado pela Organização Repórteres sem Fronteiras como o 26º país do mundo com maior liberdade midiática, ocupando o posto de 3º mais livre da América Latina e Caribe em termos de liberdade de imprensa, abaixo apenas de Costa Rica e Jamaica119. VENEZUELA 118 FÓRUM NACIONAL PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO. Uruguai: Câmara aprova lei que democratiza a mídia. Disponível em: http://www.fndc.org.br/noticias/uruguai-camaraaprova-lei-que-democratiza-a-midia-924350/. Acesso em: 6 ago. 2014. 119 REPORTERS WITHOUT BORDERS. Disponível em: http://en.rsf.org/. Acesso em: 6 ago. 2014. 35 Também conhecida como República Bolivariana da Venezuela, este país é uma República Federal e Presidencialista regida pela Constituição de 1999120. A larga produção de petróleo nesta região põe a Venezuela em um patamar de importância global e estratégica, valendo lembrar sua participação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP121. Por boa parte de sua história, a Venezuela manteve uma política externa amistosa tanto com os seus vizinhos latino-americanos quanto com as grandes potencias do Ocidente, entretanto, desde 2002, após o Golpe de Estado liderado por Hugo Chávez, as relações bolivarianas com os Estados Unidos têm sido bastante conturbadas. Isto porque, dentre os ideais do atual governo, está o fim das influências norte-americanas em solo venezuelano e a ascensão de uma política esquerdista122. Como bem se sabe, a Venezuela tem ganhado bastante destaque na mídia devido ao grande número de manifestações que ocorreram desde o começo de 2014. As manifestações reivindicam uma série de melhorias e denunciam muitos dos problemas internos que vivem o país, tais como a escassez de produtos básicos e a violência 123. O governo, em contrapartida, alega se tratar de uma tentativa de golpe orquestrada pela extrema direita e tentar pacificar os manifestantes 124. Deve-se ter em mente, também, que a Venezuela possui parcela de seu território em área da floresta amazônica, o que significa dizer que ela tem pleno interesse na definição de mecanismos de defesa e fiscalização das fronteiras na região. DELEGAÇÕES OBSERVADORAS CHINA 120 OAS. CONSTITUCIÓN DE LA REPÚBLICA BOLIVARIANA DE VENEZUELA. 2014. Disponível em: <http://www.oas.org/juridico/mla/sp/ven/sp_ven-int-const.html>. Acesso em: 11 ago. 2014. 121 OPEC. Organization of the Petroleum Exporting Countries. 2014. Disponível em: <http://www.opec.org/opec_web/en/>. Acesso em: 11 ago. 2014. 122 COUNTRY STUDIES. Foreing relations. 2014. Disponível em: <http://countrystudies.us/venezuela/50.htm>. Acesso em: 11 ago. 2014. 123 G1. Entenda os protestos na Venezuela. 2014. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/02/entenda-os-protestos-na-venezuela.html>. Acesso em: 11 ago. 2014. 124 UNIVERSAL. Diosdado Cabello señala a 14 venezolanos como conspiradores. 2014. Disponível em: <http://www.eluniversal.com/nacional-y-politica/protestas-en-venezuela/140513/diosdado-cabellosenala-a-14-venezolanos-como-conspiradores>. Acesso em: 11 ago. 2014. 36 Desde a sua fundação, a República Popular da China tem persistentemente aplicado uma política diplomática de independência, autonomia e paz e tem desenvolvido ativamente relações amistosas de igualdade e benefício recíproco com diversos países do mundo. Em 2001, com a adesão da China à OMC, consolidou-se a crescente abertura do país através de difíceis negociações com os principais parceiros internacionais, os Estados Unidos e a União Europeia, para que o isolamento regional fosse dando espaço a uma crescente atuação no mercado econômico global. Contudo, concomitantemente às últimas décadas, alguns problemas acompanharam o progresso chinês e a China enfrenta constantes desequilíbrios sociais e regionais 125. O meio ambiente nesse país tão densamente povoado na sua metade oriental encontra-se, inevitavelmente, enfrentando fortes pressões e problemas espaciais que dizem respeito tanto à população como à atividade agrícola e industrial. Com 21% da população mundial, a China só dispõe de cerca de 7% das terras cultiváveis 126. Ademais, quanto ao sistema jurídico chinês, assim como à sua estrutura política, estão certamente muito longe de serem exemplo democrático. Observadores falam de um sistema verdadeiramente imperial quanto à maneira autoritária de dirigir os negócios do país. Ainda, devido à grande oferta de mão-de-obra dada a disponibilidade populacional, a China dispõe de condições de trabalho bastante peculiares, que se caracterizam por longas jornadas, inexistência de direitos trabalhistas, além da ausência de segurança em diversos aspectos127. No que se refere à relação da China com a soberania amazônica, evidencia-se que Brasil e China estabeleceram diversos acordos bilaterais visando uma maior proteção e defesa do território amazônico. Pautando o acordo no âmbito do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), os dois países reafirmaram o propósito de cooperação na área de defesa, sensoriamento remoto, telecomunicações e tecnologia da informação para a proteção da Amazônia 128. 125 REVISTA BRASILEIRA DE POLÍTICA INTERNACIONAL. A China frente à globalização: desafios e oportunidades. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292002000200005>. Acesso em: 15 ago. 2014 126 Idem. 127 MONTE, João Bosco. A política interna chinesa e a economia. 2013. Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/opovo/mundo/2013/11/02/noticiasjornalmundo,3157241/a-politicainterna-chinesa-e-a-economia.shtml>. Acesso em: 15 ago. 2014. 128 CENTRO GESTOR E OPERACIONAL DO SISTEMA DE PROTEÇÃO À AMAZÔNIA. Brasil e China firmam acordo visando maior proteção da Amazônia. 2014. Disponível em: 37 Quanto à liberdade de imprensa na China, no ano de 2004 o Comitê de Proteção de Jornalistas, com sede nos EUA, procurou investigar diversos casos de violência contra profissionais de imprensa na China salientando que o jornalismo já é a terceira profissão mais perigosa do país 129. Nessa perspectiva, evidenciando-se a atuação governamental em mitigar o direito à liberdade de expressão no país, o próprio acesso à informação por meio da internet através de instrumentos como o Google, Youtube e Facebook restam restringidos, tendo seus conteúdos controlados. Nessa senda, conclui-se que a atuação do governo chinês não demonstra compromisso algum com a liberdade de expressão, tendo em vista que todas as redes chinesas são censuradas130. ESPANHA Localiza-se na Europa Meridional, na Península Ibérica. Foi um grande colonizador durante sua época imperial, deixando como legado os 400 milhões de falantes de espanhol ao redor do mundo. Seu PIB está em nono lugar no ranking mundial, também possuindo um padrão de vida elevado. É membro da Organização das Nações Unidas (ONU), da União Europeia (UE), da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Desde 1978, a Espanha mantém relações diplomáticas com a América Latina. Essas relações estreitaram-se após a Cúpula Íbero-Americana de 1991. Atualmente, grandes empresas espanholas investem nessa região pela sua importância estratégica131. <http://www.defesanet.com.br/brasilchina/noticia/16066/Brasil-e-China-firmam-acordo-visando-maiorprotecao-da-Amazonia/>. Acesso em: 15 ago. 2014. 129 OBSERVATÓRIO DE IMPRENSA. China sem liberdade de expressão. 2004. Disponível em: <http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/china_sem_liberdade_de_expressao>. Acesso em: 15 ago. 2014. 130 FILOSOFIA, NOOSFERA E CIBERCULTURA. A China e a falta de liberdade para as novas mídias. Disponível em: <http://marcosmucheroni.pro.br/blog/?p=1422#.U-5twzZATMw>. Acesso em: 15 ago. 2014. 131 The World Factbook. 2014. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-worldfactbook/geos/pm.html>. Acesso em: 8 set. 2014. 38 FRANÇA Localizada da Europa Ocidental, a República Francesa é um pais que se constitui por várias ilhas e territórios ultramarinos em outros continentes. Situam-se no continente americano: Guiana Francesa, localizada no norte da América do Sul; Guadalupe, no Caribe; e Martinica, também no Caribe. A França tem como chefe de estado o presidente François Hollande. Destaca-se por sua modernidade, por possuir a quinta maior economia por PIB nominal do mundo, sendo segunda da Europa, e por ter sido uma das grandes potências mundiais. Esta república é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, da OTAN, do G-8, do G-20, da União Europeia e de outras organizações internacionais. REINO UNIDO Tradicionalmente, o Reino Unido é um país com fortes influências nas Américas. Ainda que no período colonial o seu domínio tenha basicamente se limitado à América do Norte e Caribe, no período pós-colonial a Inglaterra exerceu forte influência na América Latina. Nos dias atuais, o Reino Unido ainda mantém territórios no Caribe, como Anguila132, Bermudas133, Ilhas Turcas e Caicos134, Ilhas Caiman135, Ilhas Virgens Britânicas136 e Montserrat137. 132 Território do Reino Unido no Caribe que possui uma superfície inferior a 100 quilômetros quadrados. Habitada por cerca de 14 mil pessoas, a maioria de origem africana. 133 Possui o PIB per capita mais alto do mundo, segundo estimativas. Muito se deve à indústria do turismo, mas principalmente à sua fama de centro financeiro offshore, onde cerca de 13 mil empresas de todo o mundo – em um território de 53km2 – têm sua sede nominal. 134 Já foi uma dependência da Jamaica e na década de 1980 teve um movimento de independência foi sufocado. Em 2009, o Reino Unido retomou o controle direto sobre as ilhas depois que uma investigação encontrou evidências de corrupção no governo. 135 Um dos maiores centros financeiros do mundo e acusado de ser um paraíso fiscal, o território britânico de ultramar tem mais empresas em seu território que pessoas. Segundo dados do governo, na ilha operam mais de 260 bancos, 9 mil fundos de investimento e 80 mil companhias. 39 Além destes territórios, o Reino Unido detém o polêmico domínio sobre as Ilhas Falklands, também conhecidas como Malvinas. A disputa histórica da Guerra das Malvinas com a Argentina pelo arquipélago até os dias atuais é motivo conflito entre os dois países138. Sobre este conflito, a CELAC tem se posicionado a favor da Argentina, que reclama as ilhas para si desde quando as perdeu para o Reino Unido. Em nota, na última reunião de Cúpula da CELAC, no art. 50 da Declaração de Havana139, a organização reitera o respaldo que dá aos direitos da Argentina sobre as Ilhas Malvinas. OEA A Organização dos Estados Americanos (OEA) tem sede em Washington, Estados Unidos, e reúne os 35 Estados independentes das Américas, constituindo, atualmente, o principal fórum governamental político, jurídico e social das Américas. Além disso, a Organização concede o status de observadores permanentes a 69 Estados e à União Europeia (EU). Com base em sua Carta constitutiva, a OEA tem como seus principais propósitos os seguintes: a. Garantir a paz e a segurança continentais; b. Promover e consolidar a democracia representativa, respeitado o princípio da não-intervenção; c. Prevenir as possíveis causas de dificuldades e assegurar a solução pacífica das controvérsias que surjam entre seus membros; d. Organizar a ação solidária destes em caso de agressão; e. Procurar a solução dos problemas políticos, jurídicos e econômicos que surgirem entre os Estados membros; 136 Esse território no Caribe compreende 40 ilhas e ilhotas em que 50% do PIB é composto por instituições financeiras. Em um relatório de 2009, o governo britânico exigiu que as ilhas melhorassem sua regulação financeira. 137 Esse território tornou, em parte, inabitável pelas erupções vulcânicas que sofreu nos anos 1990. Mais da metade dos 4.400 moradores teve de deixar o país. Desde então, a ilha depende de fundos britânicos e da União Europeia para sua reconstrução. 138 Maiores informações sobre o conflito das Malvinas em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13191>. Acesso em: 09 ago. 2014 139 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. II Cúpula da CELAC: Declaração de Havana. 2014. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/ii-cupula-dacomunidade-de-estados-latino-americanos-e-caribenhos-celac-2013-28-e-29-de-janeiro-de-2014-2013declaracao-de-havana>. Acesso em: 08 ago. 2014. 40 f. Promover, por meio da ação cooperativa, seu desenvolvimento econômico, social e cultural; g. Erradicar a pobreza crítica, que constitui um obstáculo ao pleno desenvolvimento democrático dos povos do Hemisfério; e h. Alcançar uma efetiva limitação de armamentos convencionais que permita dedicar a maior soma de recursos ao desenvolvimento econômicosocial dos Estados membros140. A OEA é organização parceira da CELAC, tendo participado, inclusive, da 2ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos em Havana, capital cubana, após 52 anos sem visitar a ilha. Nessa oportunidade, o presidente norteamericano Barack Obama se mostrou aberto a apoiar o reingresso de Cuba para a próxima cúpula da OEA141. Atualmente, a organização regional mais antiga do continente vive um período de crise institucional e representativa, na medida em que determinados países do bloco criticam abertamente a política regional da OEA e como ela vem lidando com os conflitos insurgentes principalmente na América Latina e Caribe. Um exemplo disso foi a denúncia feita pelo governo venezuelano à ONU em virtude de uma possível ingerência norte-americana na política do país, bem como a aplicação de sanções econômicas desproporcionais à nação 142. Nesse caso, a OEA pretendia enviar uma missão à Venezuela com observadores a fim de relatar o cenário político que o país vivia no início deste ano. O governo brasileiro, no entanto, vetou tal decisão e reiterou que iria levar o assunto à pauta da Unasul, que seria o fórum mais apropriado para decisões de tal norte143. Outro exemplo da interferência da organização em assuntos internos se deu em 2011, quando a OEA requisitou ao governo brasileiro que suspendesse os trabalhos da construção da usina de Belo Monte, localizada na região amazônica. O Ministro de Relações Exteriores à época declarou que o pedido foi injustificável e que o governo 140 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Carta da Organização dos Estados Americanos. Disponível em: http://www.oas.org/dil/port/tratados_A41_Carta_da_Organiza%C3%A7%C3%A3o_dos_Estados_Americanos.htm. Acesso em: 6 ago. 2014. 141 MUNDO POSITIVO. OEA participa da Celac em Cuba após 52 anos sem visitar a ilha. Disponível em: http://www.mundopositivo.com.br/noticias/20175795oea_participa_da_celac_em_cuba_apos_52_anos_sem_visitar_a_ilha.html. Acesso em: 6 ago. 2014. 142 R7 NOTÍCIAS. Venezuela denunciará na ONU e OEA "interferência americana na crise política". Disponível em: http://noticias.r7.com/internacional/venezuela-denunciara-na-onu-e-oeainterferencia-americana-na-crise-politica-18052014. Acesso em: 6 ago. 2014. 143 ESTADÃO. Brasil barra ação da OEA na Venezuela. Disponível em: http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-barra-acao-da-oea-na-venezuela-imp-,1138425. Acesso em: 6 ago. 2014. 41 brasileiro tem minimizado todos os impactos ambientais e sociais que o projeto viria a trazer144. Para finalizar: o cenário dos blocos americanos regionais mostra claramente uma quebra do monopólio das tomadas de decisões políticas. Anteriormente, o centro tomador de medidas era um só. Hoje, com o crescimento cada vez mais vertiginoso das nações latino-americanas e caribenhas, sentiu-se a necessidade da criação de mais foros políticos. Foi dessa sede que surgiu a CELAC e diversos outros mecanismos (Unasul, Mercosul, etc). Nesse contexto, a OEA tem e deve aprender a ser um órgão mais plural e respeitador das diferenças regionais. OTCA A OTCA, Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, uma organização internacional, coordena os processos no âmbito do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) além de dinamizar a execução das suas decisões. Fundada em 2002, a OTCA é formada por todos os países amazônicos, a saber: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Suas origens remontam ao próprio Tratado de Cooperação Amazônica, assinado em 1978, por iniciativa brasileira, visando desenvolver um mecanismo de cooperação e coordenação de políticas comuns para a região145. Nesse sentido, a organização busca coordenar estudos e projetos sobre o rendimento, potenciais econômicos e oportunidades para a região amazônica, proporcionando uma cooperação e integração da área. Uma de suas funções como uma organização regional é coordenar, juntamente com outras iniciativas que existem no espaço territorial que abrange a Amazônia, tanto o crescimento regional no que tange à infraestrutura, quanto em relação aos transportes e comunicações146. 144 BLOOMBERG. OAS Asks Brazil to Suspend World’s Third-Biggest Dam in Amazon. Disponível em: http://www.bloomberg.com/news/2011-04-05/oas-asks-brazil-to-suspend-world-s-third-biggest-damin-amazon.html. Acesso em: 6 ago. 2014. 145 ORGANIZACIÓN DEL TRATADO DE COOPERACIÓN AMAZÔNICA. La OTCA. Disponível em: <http://www.otca.org.br/portal/a-otca.php?p=otca#>. Acesso em: 02 Mar. 2014 146 Idem. 42 PORTO RICO Oficialmente conhecido como Estado Livre Associado de Porto Rico, esta região é um território dependente dos Estados Unidos da América e está localizada, geograficamente, no Caribe. Não há de se falar em política externa porto-riquenha, pois, como já dito, esse território não é nem mesmo dotado de soberania. Existe, entretanto, uma forte discussão sobre seu status quase colonial em relação aos Estados Unidos. Cuba, inclusive, defende, perante a ONU, o caráter latino-americano da região e sua autodeterminação147. 2 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente Guia foi elaborado com o único intuito de guiá-los no início de suas pesquisas. O presente material, bem como o Guia de Estudos principal, NÃO é exauriente e deve-se buscar outras fontes e questões igualmente importantes e que devem integrar a pauta de discussões deste comitê. Esperamos que as respectivas políticas externas dos países simulados sejam mantidas e, em caso de dúvida ou esclarecimento, procure a diretoria da CELAC. Até mais e bons estudos. 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA BRASIL. Crise argentina ameaça comércio já desaquecido com o Brasil. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-07/criseargentina-ameaca-comercio-ja-desaquecido-com-o-brasil. Acesso em: 5 ago. 2014. AGÊNCIA EFE. Figueiredo afirma que Unasul demonstrou capacidade de mediação na Venezuela. 2014. Disponível em: 147 DIÁRIO LIBERDADE. Cuba defende caráter latino-americano de Porto Rico na ONU. 2014. Disponível em: <ttp://www.diarioliberdade.org/america-latina/direitos-nacionais-e-imperialismo/49545cuba-defende-caráter-latino-americano-de-porto-rico-na-onu.html>. Acesso em: 11 ago. 2014. 43 <http://www.efe.com/efe/noticias/brasil/brasil/figueiredo-afirma-que-unasuldemonstrou-capacidade-media-venezuela/3/16/2295929>. Acesso em: 07 ago. 2014. 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