1 COMISSÃO NACIONAL DE PROTECÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS EM RISCO [Comunicação circular 4] [Aos Professores Representantes nas C.P.C.J.] [Aos Professores Tutores] [ 2008] A C.N.P.C.J.R. -Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, na sua comunicação com os Professores Representantes e Professores Tutores, tem vindo a identificar necessidade de informação sobre a problemática da escolarização das crianças oriundas das minorias étnicas, designadamente da etnia cigana. Por tal razão, e para além de informações sobre outras matérias de interesse, reúne-se nesta comunicação um conjunto de informações sobre respostas possíveis que, em contexto escolar ou em contexto social, têm vindo a ser implementadas em Portugal, assim como exemplos de projectos realizados noutros países, sobre a escolarização das crianças e jovens da etnia cigana. Os exemplos de projectos apresentados nesta e noutras comunicações por nós enviadas, não constituem qualquer obrigação de aplicação para os docentes a quem a dirigimos, mas constituem material de suporte para a escolha de acções a desenvolver em cooperação com entidades, que ao nível local, queiram cooperar com a CPCJ e/ou com as escolas na intervenção dirigida a problemáticas Nova modalidade de contacto com a CNPCJR Se tem uma conta de correio electrónico no Google, isto é, um endereço com sufixo gmail.com, poderá aceder ao Gtalk – serviço de mensagens instantâneas, para estabelecer uma comunicação com o elemento da Equipa Técnica responsável pelo sector da Educação. Deverá seguir os procedimentos descritos em http://www.google.com/talk/intl/pt-BR/. Posteriormente, e num 1º momento, deverá dar conhecimento de que deseja comunicar desta forma com a CNPCJR, dirigindo uma mensagem para [email protected]. Uma vez inscrito na nossa lista de participantes no Gtakl, poderá entrar em contacto sempre que o endereço laura.santos.cnpcjr@gmail apresentar a indicação “Disponível”. Se não tem uma conta de correio electrónico no Google poderá vir a criá-la facilmente no portal Google [Promover, Respeitar e Proteger] [Sumário] 1 Colaboração de elementos da CNPCJR em acções por videoconferência organizadas pelos professores Representantes e Tutores 2 Função de Professor Representante e do Professor Tutor – Algumas perguntas frequentes 3 Prevenção de situações de risco e perigo – exemplos de Programas de Prevenção aplicáveis em contexto escolar 4 Outras informações de interesse Nota Ambiental: Para a elaboração desta comunicação foram gastas 0 folhas de papel. Se possível, não consuma papel para a ler. O Planeta agradece! www.cnpcjr.pt Rua Castilho • No 24 7oEsq 1250-069 Lisboa Telefone 21 311 49 00 • Fax 21 310 87 59 2 -2- [ Outras formas de apoio da CNPCJR aos Professores Representantes na C.P.C.J. e aos Professores Tutores] Colaboração de elementos da CNPCJR -Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco por videoconferência em acções organizadas pelos professores Representantes e Tutores Realizou-se no passado dia 9 de Setembro de 2008 entre as 14:30 e as 17:30 horas na Escola EB 2+3 de Armamar, uma acção de formação sob o tema “ Intervenção em situações de risco e perigo de crianças e jovens em contexto escolar” promovida pela CPCJ de Armamar. Organizaram e dinamizaram a Acção a Professora Representante/Tutora na CPCJ Drª Isménia Proença e a Representante da S. Social na mesma CPCJ, a Drª Teresa Morgado. Esta acção contou com a presença via videoconferência de um elemento da Equipa Técnica da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, Drª Laura Santos. Participaram igualmente docentes da escola com responsabilidades na área das TIC que prestaram apoio técnico. O público alvo foram os professores do Agrupamento Vertical de Escolas de Armamar inscritos voluntariamente, tendo ocorrido 43 presenças efectivas. Foram definidos como objectivos principais sensibilizar e capacitar os docentes presentes de competências que lhes permitam identificar, e sinalizar precocemente potenciais situações de risco e perigo, assim como testar um modelo de Acção por Vídeo Conferência com vista à sua implementação mais generalizada sempre que solicitada pelas CPCJ e/ou pelas escolas. A acção iniciou-se com uma parte prática dirigida a todos os docentes, seguida de uma apresentação a cargo das duas representantes presentes fisicamente na sala, com a presença via videoconferência do elemento da CNPCJR -Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco. Na parte final foi aberto um período de debate entre todos, em que o elemento da CNPCJR tomou parte activa esclarecendo dúvidas surgidas no decurso da acção. A acção decorreu numa sala de aula normal, equipada com um computador portátil ao qual estavam ligados um datashow, um ecrã, dois microfones sem fios e duas colunas. A plataforma informática utilizada para a comunicação através da internet foi o SKYPE, programa gratuito entre utilizadores inscritos. A forma como este equipamento foi colocado na sala está descrita pelos técnicos responsáveis presentes na acção num documento que poderá ser disponibilizado pela Comissão Nacional aos interessados que enviem o seu pedido para o endereço [email protected]. A avaliação global da acção realizada pelos formandos está ilustrada no gráfico abaixo. A CNPCJR -Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco considera que o formato de videoconferência é uma recurso muito útil que possibilita um apoio mais eficiente ao conjunto dos docentes que desempenham funções ao abrigo do Protocolo assinado em de Julho de 2006 pelo Ministério da Educação e o Ministério do Trabalho e da Segurança Social de 6 de Julho de 2006, sem algumas das limitações colocadas pela grandes dispersão destes docentes pelo país e regiões autónomas. Assim, está disponível para colaborar com todos os professores Representantes e Tutores na realização de acções idênticas a esta que visem melhorar as competências de todos os professores e outros profissionais do sistema Educativo dos estabelecimentos da sua área, com recurso a videoconferência, bastando apenas que o mesmo seja solicitado com alguma antecedência. Para tal devem os interessados contactar a CNPCJ através do INSUFICIENTE MÉDIO BOM EXCELENTE 0% 20% 40% 60% 80% 100% 4 Clareza nos Objectivos Conteudo adequado às 1 funções 14 10 Estruturação da Acção 1 Qualidade e Quantidade dos textos de apoi Adequação dos meios audio visuais Adequação da Duração da Acção 9 15 17 2 10 8 2 18 14 10 3 20 5 4 19 6 Adequação das instalações Apoio prestado pelos técnicos 1 de Informática 8 20 -3- [ A função de Professor Representante na C.P.C.J. e a função de Professor Tutor] [Perguntas frequentes] A CNPCJR recebeu desde Novembro de 2007 um conjunto de dúvidas que foram colocadas pelos docentes que desempenham funções de Professor Representante na CPCJ e/ou Professor Tutor. Na Comunicação Circular nº3 já respondemos a algumas dessas questões, pelo que, dando continuidade, tentaremos dar resposta a algumas outras colocadas frequentemente: O Professor Representante ou o Professor Tutor, em períodos não lectivos também desempenham as funções definidas no Protocolo? Sim. O exercício das funções de Professor Representante e de Professor Tutor decorrem semanalmente por um período total de 17 h e 30, excepto no período que estes elementos estão em gozo das respectivas férias. No âmbito da CPCJ deverá ser, no entanto, feito um esforço para que não ocorra qualquer período de ausência de quórum para a realização de reuniões na modalidade restrita, e para que se proceda a intervenções em novos processos ou em processos urgentes. O Professor nomeado Professor Representante na C.P.C.J. permanece em funções durante quanto tempo? O mandato do Professor Representante é de dois anos, segundo o artigo 26º da Lei de Protecção. O mesmo elemento poderá ser reconduzido no cargo por mais dois mandatos, perfazendo 6 anos, que não poderá ultrapassar. A saída de funções deste profissional corresponde à oportunidade de outro elemento melhorar o seu conhecimento sobre o Sistema de Protecção, enquanto o elemento que deixa funções desenvolverá melhor o seu papel enquanto profissional empenhado na protecção à infância no seu serviço de origem. Se no decurso de um mandato, em consequência de concurso para efeitos de mobilidade docente, se alterar a situação de vínculo à escola , mas verificando-se a situação de vínculo a outra escola do mesmo concelho, o professor cumprirá o mandato enquanto representante na CPCJ. Se ao contrário, o professor, em resultado do mesmo concurso ficar vinculado a uma escola de outro concelho, deverá ser substituído por outro docente enquanto representante na CPCJ. Em situações em que tal se justifique, a Direcção Regional de Educação, entidade que detêm competência para a sua nomeação, poderá proceder à sua substituição Que consequências têm as decisões dos Professores Representantes tomadas aquando da aplicação da Medida de Promoção e Protecção? O Professor Representante ou o Professor Tutor, exercem funções ao abrigo de alguma figura de mobilidade prevista no ECD? Não. O Professor Representante ou o Professor Tutor não se encontram destacados nem requisitados no entendimento dos artigos 67º e 68º do E.C.D. Daqui decorre que não existe alteração do seu vínculo à escola. De acordo com o artigo 25º, ponto 1, as decisões tomadas pelos professores representantes no decurso da sua acção na C.P.C.J., obrigam os serviços de origem ao seu cumprimento, à semelhança do que se passa com as restantes entidades que compõem a C.P.C.J.. A título de exemplo, pode referir-se que, no cumprimento deste preceito legal, a afectação de um determinado recurso educativo ao cumprimento de um acordo de promoção e protecção obriga o serviço por ele responsável a atribuir prioridade à sua satisfação. Caso haja oposição do serviço ou da entidade apresentada, esta oposição deverá ser fundamentada junto da CPCJ que deverá comunicar ao Ministério Público. 3 -4- 4 [Prevenção de situações de Risco e Perigo ] [Exemplos de programas aplicáveis em contexto escolar] A associação NUCLIO- Núcleo Interactivo da Astronomia, instituição portuguesa sem fins lucrativos criada em 2001 por astrónomos profissionais e amadores, entre diversas actividades, dinamiza dois projectos aplicáveis em contexto escolar que podem ser considerados tanto como projectos de prevenção primária, sendo aplicados a quaisquer alunos, ou como projectos de prevenção secundária se aplicados a um grupo de alunos que pelas suas características apresentem factores de risco de insucesso , absentismo ou abandono escolar : “Today I am Galileo …. Tomorrow I am Darwin” e "Hands-On Universe, Europe: bringing frontline interactive astronomy to the classroom". Toda a informação sobre esta associação está disponível em: www.nuclio.pt O programa "Hands-On Universe : bringing frontline interactive astronomy to the classroom", tem origem nos Estado Unidos há 10 anos, e surgiu na Europa como a European Hands-on Universe Association EU-HOU , integrando 8 países. Neste momento surge em Portugal uma associação a nível mundial, Global Hands-on Universe Association, integrando 30 países. O projecto tem como objectivo renovar o ensino das Ciências recorrendo à Astronomia e à utilização das novas Tecnologias de Informação. O EU-HOU pretende levar o entusiasmo das descobertas científicas e o prazer de fazer ciência à jovem geração, através de exercícios e actividades concebidas com base nos curricula escolares e que lidam directamente com dados reais e procedimentos utilizados pelos cientistas. O próximo ano de 2009 será o Ano Internacional da Astronomia, celebrando os 400 anos sobre a data em que Galileu Galilei apontou pela primeira vez um telescópio para os céus e colocou um ponto final no Geocentrismo, assim como os 150 anos sobre a publicação da “Origem das Espécies” de Charles Darwin, pondo fim a uma visão antropocêntrica do mundo. A proposta de acção da Comissão Nacional para a comemoração deste Ano Internacional da Astronomia pode ser consultada no site www.astronomia2009.org O Projecto “Today I am Galileo …. Tomorrow I am Darwin”, nasceu no âmbito das actividades da EU-HOU com o objectivo de promover a colaboração inter-escolas a nível Nacional e internacional. Tem também como objectivos prevenir o abandono e insucesso escolar com tarefas aliciantes e que vão de encontro às expectativas dos estudantes, promover uma maior aproximação e participação das famílias e da comunidade local, desenvolver nas crianças e jovens do espírito de entreajuda e solidariedade, contribuir para a compreensão e utilização de aspectos do domínio cientifico no quotidiano. Sendo um projecto inter-escolas, incluirá também algumas actividades com uma forte componente de colaboração internacional estabelecer uma rede de comunicação entre Actualmente, o desenvolvimento tecnológico permite que os alunos possam realizar as suas próprias observações astronómicas, utilizando webcams, ou mesmo durante a aula, através do controlo remoto de telescópios automatizados operados via internet - o EUHOU põe à disposição das escolas ferramentas de observação. As imagens obtidas podem ser manuseadas facilmente na sala de aula através de um software específico, simplificado para os alunos, e que foi desenvolvido no âmbito deste projecto - o SalsaJ. Os recursos pedagógicos são concebidos numa estreita colaboração entre astrónomos profissionais e professores, e serão colocados online neste sítio da Web.Cada país realizará acções de formação para os professores das escolas piloto. No link: http://www.pt.euhou.net/index.php?option=com_content&task=view&id=79&Item id=49 está descrito um exemplo de participação de uma escola portuguesa. Uma apresentaçãoem powerpointo deste trabalho pode ser solicitado à sua responsável, Drª Ana Pinto da Costa, [email protected] escolas de diferentes localidades do país e escolas de outros países. A nível de escola serão promovidas várias actividades que pretendem estabelecer colaborações entre disciplinas (Física, Química, Biologia, Geologia, Matemática, História, Geografia, Português, Artes, Inglês, etc…). As escolas participantes podem optar por adoptar o projecto por inteiro ou apenas parcialmente. Os professores individuais podem ser parceiros ou mesmo clubes de ciência ou grupos de estudantes podem participar. Alguns professores poderão mesmo reproduzir apenas algumas das actividades em momentos estratégicos do conteúdo curricular No início do próximo ano lectivo será disponibilizado online um guião com propostas concretas de actividades. Será também disponibilizado um site onde estarão a disposição todos os recursos necessários a concretização do projecto. Haverá ainda um fórum e um help-desk que estará sempre disponível para o apoio aos participantes. Neste momento já está disponível um primeiro resumo do projecto no link, http://www.nuclio.pt/projectos/ Para mais informações podem contactar directamente a associação NUCLIO através dos contactos: 214537440/960356909 [email protected] -5- […] Todas as crianças têm direito à educação e formação, sendo que algumas crianças, pelo contexto social onde vivem, estão por vezes em situação de risco relativamente ao futuro se não forem objecto de respostas educativas que o concretizem, sem comprometer as raízes culturais a que também têm direito. É o caso das crianças de algumas etnias ou pertencentes a grupos sociais que se dedicam a actividades económicas caracterizadas por grande mobilidade territorial. Ainda que se reconheça não existir um total consenso em torno de respostas educativas, que por vezes não se consideram completamente ajustadas à promoção do direito à educação e simultaneamente ao direito à diferença, os exemplos que abaixo se apresentam, pretendem divulgar as respostas educativas para crianças daqueles contextos que podem ser aplicadas em Portugal, assim como exemplos de respostas aplicadas noutros países. Cabe às escolas, contando com o seu conhecimento profundo do contexto sócio educativo de cada criança ou de cada grupo, mobilizar recursos internos e externos para a eventual concretização de alguma das respostas educativas que agora se divulgam, sendo certo que não são únicas ou perfeitas . Escola Móvel A Escola Móvel é uma iniciativa da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) que, no ano lectivo de 2007/08, realizou a terceira edição. Dirigida inicialmente a os filhos de trabalhadores circenses ou de feirantes, o ano lectivo 2007/2008, a Escola Móvel alarga-se a outros públicos, abrangendo para além dos filhos dos profissionais itinerantes, alunos com mais de 15 anos que, por motivos diversos, não concluíram a escolaridade obrigatória. O objectivo é ir ao encontro de públicos muito específicos, que não se adequam a uma prática escolar tradicional, e que por vezes chegavam a frequentar 30 escolas por ano, passando apenas alguns dias em cada uma delas. São abrangidos o 2º e o 3º ciclo para ajudar à conclusão da escolaridade obrigatória". No início de cada período lectivo as crianças têm uma semana de aulas presenciais em Lisboa, na Escola EB 2,3 Galopim de Carvalho (que acolhe os alunos do 2º ciclo) e na Escola Secundária José Gomes Ferreira (que recebe os estudantes do 3º ciclo) para se ficarem a conhecer umas às outras e aos professores. O Jornal on line “ O Farol”, alojado em www.dgidc.minedu.pt/escola_movel/o_farol/index.htm, mostra textos e imagens criados pelos alunos da escola móvel assim como conteúdo pedagógicos e lúdicos. Trabalham através de um computador portátil - próprio ou fornecido pela DGIGC - que, via Internet, liga os alunos a uma plataforma de aprendizagem escolhida pela DirecçãoGeral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, a Moodle, que permite saber a assiduidade dos alunos, a que horas estão ligados e por onde navegam durante o tempo de aulas. O acesso também é facilitado em Espanha, dado que a Vodafone é a empresa fornecedora, o que é muito importante para as crianças cujos pais fazem feiras no país vizinho" Apesar da possibilidade de ligação a partir de qualquer ponto do mundo, os horários para os alunos frequentarem as aulas virtuais são fixos e estes deslocam-se mesmo a uma escola, para assegurar o processo de socialização com outras crianças e evitar o isolamento. A diferença face à situação anterior é que os jovens estudantes usam agora as escolas sobretudo como um local de convívio, pois as suas aulas são dadas através do computador, mantendo-se a continuidade das matérias leccionadas e dos professores. 5 -6- […] O Programa PETI e a medida PIEF O PETI – Programa para Prevenção e Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil criado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 37/2004 de 20 de Março como uma estrutura de projecto a funcionar na dependência do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, e desenvolve, entre outras medidas, o Programa de Integrado de Educação e Formação – PIEF (despacho conjunto n.º 948/2003). O PIEF é o Programa Integrado de Educação e Formação, medida de excepção que se apresenta como remediação quando tudo o mais falhou e à qual os jovens e suas famílias efectivamente aderem (depois de terem rejeitado outras existentes quer no sistema educativo quer na formação profissional ou de terem sido rejeitados...). Os objectivos do PIEF são os seguintes: Favorecer o cumprimento da escolaridade obrigatória a menores e a certificação escolar e profissional de menores a partir dos 15 anos, em situação de exploração de trabalho infantil, incluindo nas formas consideradas intoleráveis pela Convenção n.o 182 da OIT. Favorecer o cumprimento da escolaridade obrigatória associada a uma qualificação profissional relativamente a menores com idade igual ou superior a 16 anos que celebrem contratos de trabalho. Esta Medida destina-se a: Menores em situação de exploração de trabalho infantil (incluindo vítimas das formas intoleráveis de exploração) para Jovens com idade igual ou superior a 16 anos que celebrem contratos de trabalho, para uma certificação escolar e profissional; Considerado uma medida de inclusão social, o Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF), concretiza-se através de Planos de Educação e Formação individualizados que integram uma componente de escolarização que favorece o cumprimento da escolaridade obrigatória, uma componente de formação para a ocupação e orientação vocacional, de acordo com os interesses e expectativas evidenciadas durante a intervenção, e uma componente de educação para a cidadania com o desenvolvimento de actividades de interesse social, comunitário e de solidariedade, com a finalidade de promover a integração social, com a mobilização de saberes relacionais e sociais. Informações mais completas sobre o programa podem ser encontradas no link: http://www.peti.gov.pt 6 -7- 7 Os Mediadores Sócio culturais em Portugal A figura do Mediador sócio-cultural surgiu no início dos anos 90 tem vindo a tomar crescente importância em Portugal em diversos contextos entre os quais o contexto escolar. A sua acção apresenta-se como mais relevante junto das comunidades imigrantes e das minorias étnicas, cujas crianças reúnem pois alguns factores de risco acrescido. A adopção deste recurso sócio-cultural pode considerar-se uma acção de prevenção secundária do Risco e do Perigo, à luz da protecção à infância. A importância dos mediadores sócio-culturais que trabalham nas escolas tem vindo a ser reconhecida pelos professores e pelas famílias como um elemento que pode promover a inclusão dos alunos imigrantes ou oriundos de étnias minoritárias em igualdade de condições com os restantes. A missão deste profissional, através da execução das suas funções, pode ser um elemento valioso para a escola e para as famílias. A Assembleia da República aprovou em 2001 a Lei nº 105/2001 que estabelece o estatuto legal do mediador sócio-cultural. Este diploma definiu as seguintes competências e deveres do mediador sócio-cultural, nomeadamente: a) Colaborar na prevenção e resolução de conflitos sócioculturais e na definição de estratégias de intervenção social; b) Colaborar activamente com todos os intervenientes dos processos de intervenção social e educativa; c) Facilitar a comunicação entre profissionais e utentes de origem cultural diferente; d) Assessorar os utentes na relação com profissionais e serviços públicos e privados; e) Promover a inclusão de cidadãos de diferentes origens sociais e culturais em igualdade de condições; f) Respeitar a natureza confidencial da informação relativa às famílias e populações abrangidas pela sua acção. A União europeia, através da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância *, no 3º relatório sobre Portugal publicado em 13 de Fevereiro de 2007 ** , sugere a criação do sistema de mediadores socioculturais em serviços tais como a educação, o acesso aos cuidados de saúde, ajuda no emprego, etc., profissionalizando o cargo, de modo a que os mediadores possam fazer o seu trabalho a tempo inteiro, por um período prolongado. Em Portugal existe uma associação de Mediadores sócio-culturais, a Associação MEDIAR*** que tem por objecto principal promover o diálogo intercultural através da mediação, visando os valores da convivência, tolerância e solidariedade entre diferentes culturas, comunidades e pessoas, com o fim de favorecer a inclusão social e uma maior abertura à diversidade. Através das associações de imigrantes e das minorias étnicas podem-se solicitar informações sobre Mediadores que detenham competências certificadas através de curso habilitante. Reunião de Mediadores Sócio-Culturais ........................................................... * no parágrafo 49 (página17) a que se pode aceder através do site www.coe.int/ecri) ** acessível no lin http://www.coe.int/t/e/human_rig hts/ecri/1-ECRI/2-Country-bycountry_approach/Portugal/Portuga l%20third%20report%20-%20cri074%20portuguese.pdf *** cujo portal é : http://associacaomediar.blogspot.co m/ Outras informações sobre o Tema: Um artigo promovido pelo Observatório da imigração com o título “A mediação sócio-cultural: Um puzle em construção”pode ser consultado através do link: http://www.oi.acime.gov.pt/docs/ Estudos%20OI/Estudo%2014.pdf Um vídeo com o depoimento de um Mediador Sociocultural no Bairro de Santa Filomena na Amadora pode ser acedido através do link: http://www.youtube.com/watch?v =WeiK6w5pgdg Um exemplo de projecto em que os Mediadores sócio-culturais têm um papel de relevo pode ser encontrado no link: http://escolamais.programaescolha s.pt/ -8- […] Antenne Scolaire As “ Antenne Scolaire” também designadas “Camionsécoles”, que se iniciaram no início dos aos 90, constituem uma resposta Educativa do Sistema Francês para a problemática da escolarização das crianças ciganas e outras cujos pais vivem em regime de itinerância. Os seus objectivos são o de transmitir saberes de base em leitura e escrita, no quadro da prevenção da iliteracia, reforçando as aquisições escolares de crianças dos 6 aos 16 anos. Constituem-se como uma primeira etapa de escolarização tendo como perspectiva o prosseguimento da escolarização no quadro da escola regular. O formato desta resposta educativa permite criar laços entre esta comunidade e a escola, acompanhando as crianças nas suas deslocações e estando perto do seu modo de vida. Outras informações sobre os “Camions-écoles”podem ser obtidas acedendo ao link: http://www.diecfc.org/spip.php?article117 Um artigo assinado por um professor que leccionou muito tempo num “Camions-écoles” pode ser encontrado acedendo ao link: http://www.lasalle2.org/French/Resources/Publi cations/PDF/Education/Cahier3.pdf No link abaixo pode ser observado um video que retrata um dia de um professor numa “Antenne Scolaire” em França. http://www.curiosphere.tv/video-documentaire/5vie-scolaire/104727-reportage-une-antennescolaire-pour-les-gens-du-voyage Alguns inconvenientes da aplicação deste programa são referidos no texto: “Les camions-écoles : le meilleur ou le pire ?” http://www3.ac-nancy-metz.fr/Enfants-duVoyage/IMG/article_clive_classes_mobiles.pdf 8 -9- 9 […] em quem podem confiar. Assistentes de professores para crianças social ou culturalmente desfavorecidas Os Assistentes ciganos de professores começaram a trabalhar na República Checa em 1993 graças ao apoio financeiro de organizações sem fins lucrativos. A partir de 1998, as suas competências foram estabelecidas por um Decreto Governamental, tendo sido mais tarde definidas por uma Directiva do Ministério da Educação. Desde 1 de Janeiro de 2005, a categoria de assistente cigano mudou para Assistentes de Professores de Crianças Social ou Culturalmente Desfavorecidas (APCSCD). Segundo a lei, são considerados pessoal docente, sendo o seu ordenado coberto pelo orçamento nacional. Esta categoria foi criada com o objectivo de promover oportunidades iguais fornecendo um modelo de ensino que reflecte as necessidades reais de todos os estudantes no âmbito da educação, a partir da escola primária, sobretudo dos que provêm de ambientes cultural ou socialmente diferentes. Habitualmente, os assistentes de professores trabalham em escolas com um grande número de alunos ciganos e eles próprios tanto podem ser ciganos como ter um conhecimento profundo das comunidades ciganas. As suas principais actividades consistem sobretudo em ajudar os estudantes a adaptar-se ao ambiente escolar e a ultrapassar as barreiras de comunicação, ajudar os professores em actividades educativas e a ter em conta a diversidade cultural e, por fim, em promover a colaboração com as famílias e com a respectiva comunidade. Neste sentido, além de actividades educativas directas na aula, os assistentes de professores também prestam serviço de assistência social junto das comunidades ciganas, sendo muito importantes para as crianças e tornando-se para estas modelos positivos a seguir. Ao mesmo tempo, os ciganos têm participado de forma mais activa na vida escolar onde têm um representante e alguém Finalmente, a criação deste posto de trabalho também constituiu um benefício para as comunidades ciganas no âmbito do emprego, sendo portanto uma ajuda no combate à grave discriminação sofrida pelos ciganos em termos de acesso ao mercado de trabalho. O papel de assistente de professor implica uma vasta colaboração, de carácter essencial, entre diversas entidades envolvidas, sobretudo escolas, administrações regionais e locais, instituições de ensino e organizações não-governamentais. A experiência da introdução do posto de assistente de professor em termos de financiamento, inserção escolar, agenda, etc., poderia ser utilizada por outros países europeus. Os programas de ensino desenvolvidos para professores e assistentes com base nas necessidades reais dos ciganos no âmbito da educação também são muito móveis. As lições aprendidas através da selecção de candidatos também poderão ser partilhadas. Existem de mais de 300 assistentes de professores para crianças social ou culturalmente desfavorecidas na República Checa. O texto acima é um excerto do artigo de divulgação sobre respostas educativas que pode ser lido na integra acedendo ao link: http://www.ciganos.pt/UserFiles/Files/biblioteca_Roma_EDEM_1.pdf Nova Skola é uma organização não governamental sem fins lucrativos da República Checa , fundada em 1996. É uma organização líder no seu país na promoção de respostas educativas dirigidas à população cigana, incluindo a formação de Assistentes de professores para crianças social e culturalmente desfavorecidas, a ela se devendo parte do mérito da implementação desta figura no Sistema de Ensino da república Checa. Informações em língua inglesa sobre esta organização, incluindo programas de formação para Assistentes (APCSCD) podem ser encontrados nos links: http://www.novaskola.org/web/start.php?lg=e n&main_id=m2&sub_id=s1&clanek=1 http://www.novaskola.org/web/start.php?lg=e n&main_id=m3&sub_id=s1&clanek=1 - 10 - 10 [Outras informações de interesse] SITE INSTITUCIONAL Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural-ACIDI. I.P.,(Site onde pode ser encontrada informação variada sobre a comunidade cigana e sobre diversos projectos em desenvolvimento em Portugal) http://www.ciga-nos.pt/Home.aspx SITE DE DIVULGAÇÃO Scolarisation des enfants du voyage et des familles non sédentaires http://www.cndp.fr/lesScripts/bandeau/bandeau.asp?bas=http://www.cndp.fr/vei/enfvoyage SITE DE DIVULGAÇÃO Divulgação da obra colectiva portuguesa “ Que sorte, ciganos na nossa escola" http://www.multiculturas.com/cjs-2_livros.htm ARTIGO DE INVESTIGAÇÃO: A relação dos ciganos com a Escola pública: Contributos para a compreensão sociológica de um problema complexo e multidimensional http://nonio.eses.pt/interaccoes/artigos/B7.pdf ARTIGO DE DIVULGAÇÃO: Evaluación de la normalización educativa del alumnado gitano en Educación Primaria- Elaborado pelo Centro de Investigación y Documentación Educativa (CIDE) del MECD, por UNICEF y por Caja Sur , Espanha. Neste site pode encontrar-se um conjunto muito relevante de instrumentos de avaliação da integração dos alunos ciganos nas classes regulares, tais como, Ficha de observação na sala de aula, questionário sóciométrico, ficha de recolha de dados a interacção com os companheiros, entre outros http://www.gitanos.org/educacion/#La SITE DE DIVULGAÇÃO: Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde NOTA: Sendo um guia dirigido ao sector da Saúde, não deixa de conter um conjunto muito relevante de informações que são válidadas para todos os sectores http://ec.europa.eu/health/ph_projects/2004/action3/docs/2004_3_01_manuals_pt.pdf